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AULAS MICRO PR1 (2)

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AULA 1
Citologia e fisiologia dos patógenos bacterianos 
0,2 - 2,0 (m 
Unicelulares 
Procariontes 
Formas e arranjos das bactérias: 
- COCOS (Estafilococos, Streptococos, Diplococos)
- BACILOS OU BASTONETES (Porphyromonas gingivalis, Escherichia coli)
- ESPIRILOS OU ESPIROQUETAS (Treponema, Leptospira) 
- VIBRIÕES (Vibrio cholerae, Vibrio parahaemolyticus) 
Célula
Estruturas citoplasmáticas
- Ausência de membrana nuclear
- Ausência de plastídeos autônomos, como mitocôndrias e cloroplastos
- Ausência de estruturas microtubulares e aparelho mitótico
- Ausência de RE, aparato de golgi, lisossoma 
- Ribossomos de 30s e 50s (70s)
- Grânulos de armazenamento: hidroxibutírico, glicose (amido e glicogênio), enxofre, fosfato (volutina)
Parede celular
- Manutenção da forma bacteriana
- Proteção contra pressão osmótica
- Crescimento e divisão celular
- Comunicação com o ambiente 
- Função antigênica e de virulência
Estrutura de parede
- Bactérias com parede celular defeituosa. Ex: micoplasma 
- Bactérias com parede de mureína. Ex: Gram-positivas eGram-negativas 
- Bactérias com parede rica em lipídeos. Ex: micobactérias (BAAR)
Membrana citoplasmática.
Funções:
- Permeabilidade seletiva e transporte de solutos 
- Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa 
- Excreção de exoenzimas hidrolíticas 
- Sustentação de moléculas transportadoras para biossíntese de DNA, polímeros de parede e lipídeos de membrana 
Flagelo
- Locomoção
- Quimiotaxia
Cápsula - glicocálice
- Camada externa à parede celular, compacta e definida.
- Composta de polissacarídeos ou proteínas
- Composta por moléculas de alto peso molecular, conferindo alta viscosidade
- Camada excretada de origem polissacarídica, apresentando-se de maneira frouxa. 
- Atividade antifagocitária - característica hidrofílica
- Papel de aderência aos tecidos do hospedeiro
- Inibição da resposta imune inespecífica
Pili ou fímbria
- Filamento curto composto de proteínas ou glicoproteínas
- Comum em gram-negativas
- Tipos de pili ou fímbria:
Pili de aderência - Fator de colonização
Pili sexual - Conjugação bacteriana
Esporos bacterianos
São formas de resistência bacteriana às condições adversas do meio ambiente. Quando encontram condições favoráveis germinam transformando-se em células vegetativas. 
Bacillus. Ex: B. anthracis, B. cereus. 
Clostridium. Ex: C. tetani, C. botulinum, C. perfringens 
AULA 2
Microbiota anfibiôntica humana e Mecanismos de patogenicidade microbiana 
Microbiota x flora
- Bactérias não são mais classificadas no reino vegetal.
- Reino -Procaryotae ou Monera 
- Domínio – Bacteria – inclui procariotas patogênicos e não patogênicos
- Flora normal x microbiota anfibiôntica 
	
Microbiota anfibiôntica 		
Fatores importantes no equilíbrio: número de microrganismos + virulência dos microrganismos tem que se igualar com a resistência do hospedeiro.
Aquisição da microbiota 
- Na vida intra uterina o estado microbiológico da criança é estéril, logo depois que nasce se depara com contaminação da microbiota vaginal materna
	- Epiderme, mucosas dos sistemas digestivo, respiratório superior e gênito-urinário
- Sistema cardiovascular e linfático e sistema nervoso são áreas assépticas
- Na mucosa da cavidade oral: Streptococcus salivarius. Primeiro colonizador ( células epiteliais da mucosa oral. 100% de aderência na bochecha e na língua
Fatores de virulência bacteriana
São estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para a bactéria aumentar sua capacidade de causar uma infecção.
Fatores de virulência são fatores de patogenicidade. Quanto mais virulência, maior capacidade de provocar infecção.
Relacionados com a colonização bacteriana
Adesão - adesinas
Fímbrias ou pili – Escherichia coli na mucosa da bexiga, enterobactérias mucosa intestinal
	Ácido lipoteicóico, (bactérias Gram-positivas), Streptococcus - orofaringe
	LPS (bactérias Gram-negativas )
	Exopolissacarídeos: 
		Streptococcus salivarius aderem nas células da mucosa oral através de fímbrias. 
		Streptococcus mutans aderem ao esmalte dentário através de exopolissacarídeos.
Invasão - invasinas (proteínas que induzem a fagocitose por células epiteliais)
Englobamento bacteriano intracelular. 
Exemplos: Salmonella,Shigella e Listeria 
Relacionados com a lesão no organismo do hospedeiro
- Enzimas líticas - hialuronidase, proteases, (colagenase): destroem os tecidos e fibras colágenas favorecendo a infecção microbiana.
- Toxinas 
		Exotoxinas - tetânica, diftérica, enterotoxina 
		Endotoxinas - (LPS) - bactérias Gram negativas
	PROPRIEDADES
	EXOTOXINAS
	ENDOTOXINAS
	Fonte bacteriana
	Maioria das bactérias Gram positivas
	Somente bactérias Gram negativas
	Produção
	Produto metabólico do crescimento celular
	Presente no LPS da membrana externa da parede celular, liberação após a destruição bacteriana
	Bioquímicas
	Proteína ou pequeno peptídeo
	Porção lipídica (lipídeo A) do LPS
	Farmacológicas
	Apresentam funções específicas para uma determinada estrutura celular; afetam principalmente funções celulares, células nervosas e do trato gastrointestinal
	Febre, fraquezas, dores e choque. Todas produzem o mesmo efeito
	Estabilidade ao aquecimento
	Não são estáveis, a maioria pode ser destruída entre 60– 80ºC
	Estáveis, permanecem inalteradas mesmo após tratamento por uma hora a 120ºC (autoclave)
	Toxicidade (capacidade de produzir doença)
	Alta
	Baixa
	Produção de febre
	Sim
	Sim 
	Imunologia (anticorpos)
	Podem ser convertidas em toxóides para utilização como imunógenos contra toxinas. São neutralizadas por antitoxinas
	Não são facilmente neutralizadas por antitoxinas. Toxóides são pouco eficazes contra a toxina
	Dose letal
	Pequena
	Consideravelmente grande
	Doenças clássicas
	Gangrena gasosa, tétano, botulismo, difteria, escarlatina
	Febre tifóide, infecções do trato urinário, meningite meningocócica, doença periodontal
Sideróforos de microrganismos
- Substâncias bacterianas que apresentam grande afinidade pelo ferro retirando-o das proteínas carreadoras do organismo hospedeiro.
- Quando retirado, o ferro é carreado para receptores que o transportam para o citoplasma.
AULA 3
Esterilização, Desinfecção e antissepsia (conceitos e métodos)
	
Doenças Infecciosas Transmissíveis
Bacterianas
- Tuberculose
- Difteria
- Coqueluche 
- Impetigo
- Meningite
- Gonorréia
- Sífilis
Virais
- Gripe – Influenza
- AIDS
- Hepatite 
- Herpes
- Caxumba
- Rubéola
- Sarampo
Conceituação e definição de termos
- Esterilização: destruição de todas formas de vida microbiana, incluindo esporos de bactérias e fungos.
- Desinfecção: destruição das formas vegetativas de microrganismos (patogênicas e não patogênicas), sem que ocorra a destruição de esporos. O termo é aplicado para superfícies inanimadas (objetos, instrumentos, mesas e bancadas). O agente químico utilizado é um desinfetante.
- Anti-sepsia: inibição do crescimento ou destruição de microrganismos sobre uma superfície de tecidos vivos (mucosas, epiderme). O agente químico utilizado é um anti-séptico.
- Degermação: remoção mecânica de microrganismos de uma superfície de tecidos vivos, por exemplo, na lavagem das mãos.
- Sanitização: utilizado em saúde pública para indicar redução microbiana a níveis de segurança, compatíveis com a saúde do indivíduo. Geralmente é aplicado para grandes ambientes: enfermarias, quartos, salas, etc.
- Bactericida: agente químico que mata bactéria (patogênica ou não), mas não destrói seus esporos.
- Esporicida: agente químico que destrói esporos de bactérias e fungos.
- Germicida: o mesmo que bactericida, usado especialmente com referência à destruição de bactérias patogênicas.
- Virucida:agente químico que inativa ou destrói vírus, quando aplicado tanto em tecidos vivos como em superfícies inanimadas.
- Fungicida: agente químico que destrói fungos patogênicos ou não em tecidos vivos ou superfícies inanimadas.
Métodos Físicos I - Calor
- Calor seco
Chama do Bico de Bunsen 
(laboratório de Microbiologia) incandescência
Forno Pasteur -	170ºC/ 60 min
	160ºC/ 90 min
Esterilizador de “bolinhas”
Pérolas de vidro ou sal – 218ºC / 10 segundos 
Endodontia - limas e dilatadores.
- Calor úmido
Água em ebulição – 100ºC/30 min – desinfecção, não destrói esporos.
Autoclave- vapor sob pressão
121ºC/15- 30 min-esterilização. Destrói esporos.
Controle da corrosão metálica 
Adição-soluções anticorrosivas:
Métodos Físicos II - Radiações
- Raios Ultravioleta – não ionizantes, baixo poder de penetração.
Lâmpadas germicidas
Sanitização - salas de cirurgia, enfermarias, laboratório de microbiologia.
- Raios X e Gama – ionizantes, alto poder de penetração.
Cobalto (raios gama) - indústria de material descartável: seringa, agulha, bisturi, sugador de saliva. 
Métodos Físicos III
- Vibração ultrasônica
Não esteriliza, mas limpa o instrumental, quando imerso em banho com detergentes.
Remoção da matéria orgânica
- Filtração
Retenção física de microrganismos em membranas de ésteres de celulose (poros de 0,2μm) - soluções termolábeis: Plasma, vitaminas, anestésicos.
Agentes Químicos I
- Halogênios
Cloro: purificação da água para beber- 0,1/0,2 ppm 
Hipoclorito de sódio – NaClO- desinfetante
Concentração de cloro livre - líquido de Dakin (0,5%),solução de Milton (1,0%), água sanitária (2 -2,5%),soda clorada (5,25%).
Iodo:anti-sepsiada epiderme – solução alcoólica a 2%.
Iodóforos (iodo-PVP, iodopolividona)- não mancham e não irritam pele e mucosas. Cerca 1% de iodo livre conjugado com agente tenso-ativo.
Flúor- anti-sépticos bucais e dentifrícios (NaF, MFP)
Agentes Químicos II
- Alcoóis: etílico e isopropílico: 70% - germicida, não esporicida.
- Fenóise derivados: Ácido carbólico Lister, sec.XIX - assepsia cirúrgica.
Bifenóis - hexaclorofeno (sabões)
Triclosan - dentifrícios e anti-sépticos bucais.
Clorexidina - bi-guanida - desinfetante(1%), anti-séptico bucal(0,12%).Periogard®
Agentes Químicos III
- Oxidantes: peróxido de hidrogênio, peróxido de Zn, permanganato de K.
- Metais pesados: prata, mercúrio, cobre, zinco. 
- Corantes: Cristal violeta – aplicação tópica sol. aquosa 0,5% - tratamento da candidíase oral
- Aldeídos: soluções aquosas de formaldeído(3 a 8% -formalina) e glutaraldeído(2% solução alcalina). Germicida
Agentes Químicos IV
- Sais Quaternários de Amônia
Detergentes catiônicos e aniônicos – agentes tenso-ativos.
Cloreto de benzalcônio –desinfetante
Cloreto de cetilpiridíneo – anti-séptico bucal (0,05%) -Cepacol®
Agentes Químicos V
- Aerosóis: glicóis
propilenoglicol - sanitização de enfermarias e ambientes fechados.
- Gases: Paraformaldeído e formaldeído ( 37%) aquecidos. Fumigação. Mas eficaz – 70% umidade /20°C.
Óxido de etileno – esterilização de material cirúrgico embalado.
Ác. Peracético e betapropiolactona 
uso limitado - toxicidade 
AULA 4
Corinebactérias e difteria 
DIFTERIA 
- Também conhecida como CRUPE
- Causada por uma bactéria, bacilo gram positivo pelomórfico
- Presença de grânulos metacromáticos e distribuição em paliçada caracterizam esta espécie.
- 1884 Friedrich Loeffler cultivou em meio artificial:Descreveu a presença em portadores sãos. Observou que o microorganismo, em geral, não invadia a circulação, suspeitando que os efeitos sistêmicos fossem ocasionados por alguma substância produzida pelo microrganismo. 
- 1888 Roux Yersin, confirmou a suspeita – filtrados de culturas de bactérias eram capazes de causar doença em cobaios.
- 1890 Behing demonstrou que a utilização de antitoxina protegia os animais do desenvolvimento a doença - 1894 desobriu que os melhores animais para produzir a anti-toxina eram os cavalos. 
- 1923 Ramon descobriu que expor a toxina à formalina e ao calor eliminava a toxicidade da mesma, mas mantinha sua capacidade de produzir imunidade. 
- Entre 1930 e 1945 a vacina passou a ser utilizada em escalas cada vez maiores levando a drástica redução da doença. 
Corynebacterium spp 
- Três biotipos mitis, intermedius e gravis (características das colônias)
- Meio enriquecido com ácido nicotínico e pantotênico além de aminoácidos 
Difteria 
- A produção da toxina (exo-toxina) depende da infecção da bacteria por um fago lisogênico que carrega o gen da toxina (TOX+). 
- O DNA circular desse fago se incorpora ao genoma celular permitindo que a mesma produza a toxina 
- O DNA pode passar de uma célula para outra 
Patogenia: Ação local da toxina e efeito sistêmico
Epidemiologia: Reservatório
Formas de contágio: Gotículas e direto
Manifestações clínicas:Períodode incubação. 
Manifestações locais: Nasal, Orofaringe, Cutânea 
Manifestações sistêmicas: Cardíacas, Neurológicas, Renais
Diagnóstico: Clínico e laboratorial
Tratamento:
Soro antidiftérico – produzido em cavalos
Antibioticoterapia 
Carnitina 
Complicações (Traqueostomia, Marca-passo, Prótese ventilatória)
Prevenção: Vacinação
DPT (difteria, pertussis, tétano) 2,4,6 meses com reforço aos 15 meses e entre 4-6 anos. Reforços de 10-10 anos com dT.
Após os 7 anos: 3 doses da vacina dT (difteria/tétano) com reforços a cada 10 anos. 
Outras bacterias coriniformes
Microbiota da pele e mucosas
Infecções comunitárias
Infecções hospitalares 
AULA 5
Estafilococos e infecções estafilocócicas
Staphylococcus 
- Cocos Gram positivos em forma de cachos de uva
- Anaeróbios facultativos
- Crescem bem = 30°C /40°C
- Catalase positivos
- Microbiota humana: pele, oro e nasofaringe, uretra e conjuntiva
- Principais espécies:
1) coagulase positiva 
			S. aureus - mais patogênica
2) coagulase negativas 
			S. epidermidis 
			S. saprophyticus 
Teste da catalase 
2H2 O2( 2H2 O + O2
Teste da coagulase 
Fibrinogênio do plasma( fibrina (coágulo 
Staphylococcus aureus 
- Coagulase positiva
- Mais patogênico e resistente aos antimicrobianos (beta-lactamases)
- Fatores de virulência - enzimas e toxinas
- Infecções: cutâneas, tecido celular subcutâneo, bacteremias, endocardites, pneumonia, osteomielite, artrites, síndrome do choque tóxico , síndrome da pele escaldada.
- Infecções hospitalares - cepas resistentes a antimicrobianos (MRSA, VISA)
- Intoxicação alimentar
Fatores de virulência 
Cápsula - polissacarídeo - inibe fagocitose
Peptideoglicano e ácido teicóico - parede celular,ativam a via alternativa do complemento e estimulam a produção de citocinas 
Proteína A - ligada ao peptideoglicano da parede celular, liga-se à porção Fc da IgG impedindo a interação com as células fagocíticas
Enzimas - catalase, hialuronidase, DNAse, lipase, protease,coagulase, estafiloquinase, beta-lactamase 
Toxinas:
- Citotoxinas - alfa-toxina (alfa-hemolisina) - hemólise 
leucocidina - destrói leucócitos.
	- Atividade de superantígenos - TSST - síndrome do choque tóxico 
Toxinas esfoliativas - síndrome da pele escaldada
Enterotoxinas - intoxicação alimentar
Resistência aos antimicrobianos 
S.aureus multiresistente 
beta-lactamases: penicilinases e cefalosporinases 
MRSA – “methicillin resistant Staphylococcus aureus “
VISA –“vancomycin intermediate Staphylococcus aureus ” 
AULA 6
Estreptococos e infecções estreptocócicas
Streptococcus sp
- Bactérias esféricas dispostas em cadeia
- Crescem em meios microaerófilos ou com 10% CO2 a 37 °C
- Alguns possuem cápsulas (colônias mucóides)
- Classificação quanto a hemólise: (-hemolíticos, (-hemolíticos e não-hemolíticos 
	- Grupos sorológicos de Lancefield: carboidratos específicosda parede celular 
Estreptococos (-hemolíticos do grupo A
Streptococcus pyogenes 
A porta de entrada determina o quadro clínico:
- Erisipela (pele)
- Septicemia por infecção cirúrgica
- Angina estreptocócica (nasofaringite, orofaringite)
- Otite média, meningite, amigdalite e/ou escarlatina 
- Piodermites e impetigo
- Endocardite aguda
Doenças pós-estreptocócicas
	- Glomerulonefrite 
	- Febre reumática
Estruturas antigênicas e fatores de virulência 
- Carboidrato de parede celular - Lancefield 
- Proteína M
- Estreptoquinase 
- DNase 
- Hialuronidase 
- Toxina eritrogênica 
- Hemolisinas 
		estreptolisina O
		estreptolisina S
Estreptococos (-hemolítico do grupo B
Streptococcus agalactiae 
- membro da microbiota do trato genital feminino
- causam sepsis neonatal e meningite
Estreptococos (-hemolíticos do grupo viridans 
Streptococcus mutans, S. salivarius, S. sobrinus,S. sanguis
-Membros da microbiota da cavidade oral
- Envolvidos no desenvolvimento da cárie
- Podem causar endocardite subaguda
Streptococcus pneumoniae 
- Diplococos lanceolados gram-positivos
- Colônias pequenas com alfa-hemólise em ágar-sangue 
- Bactérias capsuladas = colônias lisas
- Habitantes do trato respiratório superior de humanos, podendo provocar pneumonia, sinusite, otite, bronquite, bacteremia, meningite 
- Diagnóstico: 
Cultura de pus, escarro ou liquor em agar-sanguecontendo CO2. Hemocultura - observação de hemólise
Esfregaços corados
Reação de quellung - presença de cápsula
- Tratamento: Penicilina e eritromicina 
- Prevenção e controle: Vacina
AULA 7
Mecanismos de ação de antimicrobianos e de resistência bacteriana 
Antibiótico:
“Substâncias elaboradas por seres vivos [...], capazes de agir como tóxicos seletivos sobre os microrganismos, em pequenas concentrações.”
Exemplos de fontes de antibióticos:
- Bactérias
- Fungos
- Vegetais
Antimicrobiano:
Produzidos por seres vivos ou em laboratório
Antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos:
- Penicilinas
- Macrolídeos
- Aminoglicosídeos
- Metronidazol
- Sulfonamidas
- Quinolonas
Há quimioterápicos com ação antibiótica que não atuam sobre microrganismos:drogas para o tratamento de tumores
Critérios para a caracterização do processo infeccioso bacteriano/fúngico:
- Diagnóstico clínico. Anamnese e exame físico adequados
- Diagnóstico apoiado por exames auxiliares. Rx-tórax em pneumonias; líquor em meningites etc
- Diagnóstico etiológico. Identificação do agente etiológico (cultura, sorologia, equip. automatizados etc)
- Infecções graves sem diagnóstico. 1 ou + antibióticos, precedidos de coleta de materiais diversos para isolamento e TSA
Antibiograma (TSA)
- Teste de Sensibilidade in vitro
TSA (teste de sensibilidade a antimicrobianos)
- Tipos
	Método de diluição
	Método de difusão
Mecanismos de ação dos antimicrobianos
Inibição da Síntese da Parede Celular
Interferência na Permeabilidade da Membrana Citoplasmática
Interferência na Síntese Protéica
Interferência na Replicação do DNA
Interferência na Síntese do DNA
Sítio de ação: PAREDE CELULAR
- Penicilinas
Liga-se às PBPs na superfície externa da MC,bloqueando a síntese do Peptideoglicano
- PBP1: transpeptidase > alongamento da célula
- PBP2: transpeptidase e carboxipeptidase >manutenção da forma durante a reprodução
- PBP3: carboxipeptidase > septação na divisãocelular
- PBP4 e 7: endopeptidase > determinação da forma
- Cefalosporinas
Liga-se às PBPs (1 e 3) na superfície externa da MC, bloqueando a síntese do Peptideoglicano
- Carbapenemas e Monobactâmicos
- Vancomicina
- Bacitracina
Interferência na Síntese da Parede Celular
- A resistência a estas drogas pode se dar pela produção de b-lactamases, pela seleção da membrana externa ou por alteração estrutural das PBPs
- Podem agir em várias etapas da síntese de parede celular.
- Agem durante a replicação celular, quando da formação de uma nova parede celular
1. Síntese dos monômeros de N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico (fosfomicina)
2. Transporte dos monômeros pela membrana citoplasmática (bacitracina)
3. Polimerização com a formação das ligações b-1-4 (espaço extracelular ou periplasmático) (vancomicina)
4. Transpeptidação dos aminoácidos entre os ácidos N-acetilmurâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas, monobactâmicos)
Sítio de ação: MEMBRANA CITOPLASMÁTICA
- Polimixinas (B e colistina)
- Daptomicina (restrito a hospitais) 
- Anfotericina B e Nistatina
Liga-se aos esteróis da Membrana Citoplasmática
Interferência na Membrana Citoplasmática
- São tóxicos para células humanas (uso com cautela e monitoramento)
- Desorganização funcional:
Polimixinas (contra Gram-negativas)
	Daptomicina (contra Gram-positivas)
	Nistatina (fungicida)
	Anfotericina B (fungos e protozoários)
- Alterações na síntese (desorganizaçãoestrutural):
Aminoglicosídeos
Sítio de ação: SÍNTESE PROTÉICA
Lesão reversível– bacteriostático 
- Tetraciclinas e Glicilciclinas 
Liga-se à subunidade 30S impedindo a fixação do RNAt 
Quelante de cálcio e íons metálicos (bactericida) 
- Lincosamídicos e Macrolídeos
Liga-se à subunidade 50S impedindo a incorporação dos aminoácidos à cadeia em formação
Podem ser bactericidas dependendo da espécie e da dose
- Oxazolidinonas
Liga-se à fração 23S da subunidade 50S bloqueando a formação de um complexo de iniciação 70S e impedindo o processo de transcrição na síntese de proteínas.
Lesão irreversível – bactericida 
- Aminoglicosídeos
Sua entrada na célula-alvo depende do O2
Ligam-se de forma irreversível à fração 30S promovendo erros na incorporação de aminoácidos à cadeia em formação (proteínas defeituosas > morte celular)
Interferência na Síntese Protéica
- Podem agir em várias etapas da síntese de proteínas
- Uma substância pode competir com outra também inibidora da síntese protéica, anulando seu efeito
1. RNA-polimerase sintetiza RNAm (transcrição) (rifocinas)
2. Fixação do RNAm à fração 30S do ribossoma (cloranfenicol, aminoglicosídeos)
3. Incorporação de aminoácidos no ribossoma pelo RNAt (tradução) (tetraciclinas, macrolídeos)
4. Fixação do RNAt à fração 50S do ribossoma (cloranfenicol, Lincosamidas, aminoglicosídeos)
Sítio de ação: DNA
Atuação sobre a DNA-girase
- Quinolonas
Ligam-se à subunidade A da topoisomerase II
Síntese descontrolada de RNAm
Inativação do DNA
- Metronidazol
Após redução intracelular em baixo potencial redox,forma complexos com o DNA, inativando-o.
Interferência no DNA
- Relaxamento das espirais do DNA porinibição da DNA-girase (alongamento comlise e ação de endonucleases):
Quinolonas (DNA-girase A)
Novobiocina (DNA-girase B)
- Ação desconhecida:
Griseofulvina (fungicida)
- Inibe a replicação
Metronidazol (pró-droga: ativada dentro da célula naausência de O2, bloqueia a leitura do DNA)
Interferência na síntese de ÁcidosNucléicos (DNA ou RNA) & Proteínas
- Inibição da síntese do ácido fólico(fundamental na síntese de purinas e pirimidinas):
Sulfonamidas:compete com o ácido paraaminobenzóico (oácido fólico é sintetizado a partir do PABA)
Trimetoprima:impede a formação do ácido folínico (o ácidofólico tem que ser transformado em ácido folínico que éum precursor na síntese de purinas e pirimidinas, assimcomo co-fator na síntese de algumas proteínas)
- Inibição da síntese do RNA:
Mupirocina:inibe a síntese de RNAt sintetase
Inibidores das Beta-lactamases
A produção de beta-lactamases, por diversasespécies bacterianas, constitui o mecanismo deresistência mais comum contra os antibióticosbeta-lactâmicos
- Ácido Clavulânico (ex. c/ amoxicilina)
- Sulbactam (ex. c/ ampicilina)
- Tazobactam (ex. c/ piperacilina)
Derivados do ácido penicilânico
Apresentam mecanismo de ação e potênciasemelhantes
Espécies bacterianas de freqüente difícil manejo clínico
- BNNF (Bactérias Gram-negativas Não Fermentadoras)
Pseudomonas aeruginosa
Acinetobacter baumannii
- Enterobactérias (Gram-negativas)
Klebsiella pneumoniae
Enterobacter spp.
- Gram-positivas
Staphylococcus aureus
Enterococcus faecalis
Antibióticos são drogas úteis e freqüentemente indispensáveis na prática clínica. 
Qual o problema do uso indiscriminado destas drogas?
Qual o problema do uso indiscriminado dos antimicrobianos?
Aumento do número de espécies bacterianas resistentes!
Por que o uso indiscriminado aumenta o número de bactérias resistentes?
- Eliminação das cepas/espécies sensíveis, facilitando a multiplicação das cepas resistentes
- Quanto maior o tempo de prescrição, maior o tempo para a adaptação ecológica de cepas em situação borderline de resistência
- A exposição às drogas pode propiciar vantagem seletiva a mutantes resistentes que de outra forma não vingariam
Vias de expressão dos mecanismos de resistência
- Constitutiva ou natural
Aminoglicosídeos x anaeróbios
Micoplasmas x penicilinas
Gram-negativos x penicilina G
Gram-positivos x polimixinas
- Mutação
Penicilinas x gonococos
Enterobactérias e pseudomonas x beta-lactâmicos
- Transferência de genes
E. coli multi Shigella spp
- Indução
	Cefoxitina e imipeném
O aumento da resistência bacteriana aos antibióticos é um fato irreversível e inevitável!
O papel do clínico é postergar ao máximo esta adaptação ecológica bacteriana.
Como fazê-lo? Como ser racional no uso dos antibióticos?
Aumento acentuado de relatos de espécies bacterianas multirresistentes.
Como postergar esta situação?
- Limitar o uso de antimicrobianos às situações onde estas drogas são realmente imprescindíveis
- Limitar o tempo de prescrição dos antimicrobianos ao tempo mínimo necessário para o controle da infecção
- Utilizar antimicrobianos com o menor espectro de ação efetivo para o quadro clínico a ser tratado

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