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AULA 16

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Aula 16
Direito Eleitoral p/ TRE-SP - Todos os cargos
Professor: Ricardo Torques
Direito Eleitoral TRE-SP 
Analistas e Técnico 
Aula 16 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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AULA 16 
CRIMES ELEITORAIS 
Sumário 
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2 
2 - Tipos Previstos na Legislação ....................................................................................... 2 
2.1 - Conceitos Introdutórios ......................................................................................... 2 
2.2 - Código Eleitoral .................................................................................................... 5 
2.3 - Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) .................................................................... 56 
2.4 - Lei Complementar nº 64/1990 (Lei de Inelegibilidade) ............................................ 59 
2.5 - Lei nº 6.091/1974 (Lei do Transporte em Zonas Rurais no dia das Eleições) .............. 59 
2.6 - Lei nº 7.021/1982 .............................................................................................. 62 
3 - Questões ................................................................................................................. 62 
3.1 ± Questões sem Comentários ................................................................................. 63 
3.2 ± Gabarito ........................................................................................................... 73 
3.3 ± Questões com Comentários ................................................................................. 74 
4 - Resumo da Aula ..................................................................................................... 100 
5 - Considerações Finais .............................................................................................. 109 
 
Direito Eleitoral TRE-SP 
Analistas e Técnico 
Aula 16 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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CRIMES ELEITORAIS 
1 - Considerações Iniciais 
A aula abordará os crimes eleitorais. Esse é um assunto relevante e com 
significativa incidência em provas de concurso público. Conheceremos condutas 
tipificadas como crime eleitoral. 
Boa aula! 
2 - Tipos Previstos na Legislação 
Em relação a esse assunto não temos outra alternativa a não ser sistematizar 
os tipos penais previstos na legislação eleitoral. Notamos que as questões 
centram a cobrança no teor dos dispositivos penais, sem maiores 
aprofundamentos. Desse modo, nosso estudo será dirigido a compreensão dos 
tipos. Como é uma matéria cansativa e, em razão disso, nossa capacidade de 
absorção torna-se reduzida, sugere-se a revisão desse assunto ao menos uma 
vez antes da prova. 
Há, ainda, algumas questões que exigem posicionamento dos tribunais 
superiores, especialmente do TSE e do STF. Em função disso, traremos os 
principais julgados relativos à matéria. 
2.1 - Conceitos Introdutórios 
Antes de iniciarmos o estudo dos tipos penais-eleitorais previstos na legislação, 
vamos trazer de forma objetiva alguns conceitos gerais de direito penal, tais 
como tipo objetivo, tipo subjetivo, consumação etc. Esses conceitos são 
relevantes em razão da estrutura utilizada para análise dos tipos nesta aula. 
É importante destacar, antes de iniciarmos, que esses conceitos são estudamos 
de forma pormenorizada em Direito Penal. Não é nossa pretensão aqui analisar 
esses dispositivos com profundidade, mas apenas trazer alguns conceitos gerais, 
para auxiliar na memorização das informações relativas à nossa aula. 
Tipo Objetivo 
O tipo constitui um conjunto de elementos que descrevem as informações 
previstas na lei penal. No tipo são descritas as formas possíveis de violação do 
bem jurídico tutelado. 
O tipo objetivo consiste no comportamento descrito no preceito da norma 
incriminadora, sem análise da intenção do agente. 
O tipo objetivo descreve a conduta, o objeto do crime e o respectivo resultado. 
Além disso, o tipo objetivo poderá definir as circunstâncias externas do fato, bem 
como eventuais circunstâncias relativas ao agente. 
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Tipo Subjetivo 
O tipo subjetivo, por sua vez, refere-se à atitude psíquica interna do agente, 
segundo cada tipo objetivo. Constituem componentes da figura típica exigidos 
para a compreensão do significado do tipo praticado, por intermédio de um juízo 
de valor. 
Analisar o tipo subjetivo envolve o estudo do dolo. De acordo com a teoria 
finalista da ação, dolo é o elemento subjetivo do tipo; é a vontade de 
concretizar as características objetivas do tipo. 
Teorias sobre o dolo 
Existem três teorias a respeito do conteúdo do dolo: 
a) Teoria da vontade, segundo a qual dolo é a vontade de praticar uma ação 
consciente, um fato que se sabe contrário à lei. 
Exige, para sua configuração, que quem realiza a ação tenha consciência de sua 
significação, estando disposto a produzir o resultado. 
b) Teoria da representação, segundo a qual dolo é a vontade de praticar a 
conduta, em que o agente prevê a possibilidade de o resultado ocorrer, 
sem, entretanto, desejá-lo. É suficiente que o resultado seja previsto pelo 
sujeito. 
c) Teoria do assentimento (ou do consentimento), segundo a qual basta para o 
dolo basta a previsão ou consciência do resultado, não exigindo que o 
sujeito queira produzi-lo. É suficiente o assentimento do agente ao resultado. 
O Brasil adotou: 
x a teoria da vontade Æ para que exista dolo é preciso consciência e 
vontade de produzir o resultado (dolo direto); 
x a teoria do assentimento - quando o agente aceita o risco de produzir o 
resultado (dolo eventual). 
Sujeito Passivo 
O sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido pela norma penal. 
Deve-se mencionar que o Estado será sempre sujeito passivo, ao menos, no 
aspecto formal do bem jurídico, dado o interesse jurídico em punir aquele que 
cometer delitos. 
Contudo, a depender do tipo considerado, poderá ser sujeito passivo (material 
ou eventual) o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente. 
Sujeito Ativo 
O sujeito ativo, por sua vez, será a pessoa que pratica a conduta descrita na 
norma penal incriminadora. 
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Classificação 
A classificação dos crimes tem por objetivo facilitar a sistematização das várias 
espécies de crimes praticados. Não vamos nos alongar aqui também. Veremos 
apenas as classificações mais importantes e citadas para a classificação dos 
crimes eleitorais. 
Desse modo veremos as seguintes classificações: 
 
PRÓPRIO São os crimes que exigem sujeito especial ou qualificado para praticá-lo 
(servidores da Justiça Eleitoral, Juiz, membro do Ministério Público etc.). 
COMUM São os crimes que podem ser praticados por qualquer pessoa. 
COMISSIVO São os crimes praticados por intermédio de uma ação. 
OMISSIVO São os crimes cometidos por intermédio de uma abstenção. 
MATERIAL 
São os crimes cujo tipo penal descreve uma conduta e um resultado 
material (ou naturalístico) e exige que ambos sejam verificados para efeito 
de consumação. 
FORMAL 
São aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado, 
necessitando apenas, para consumação, da conduta dirigida a um 
resultado.DE MERA 
CONDUTA 
São aqueles cujos tipos penas descrevem a conduta, sem fazer qualquer 
menção ao resultado naturalístico. 
PERMANENTE 
São crimes que, embora sejam consumados em uma única conduta, a 
situação antijurídica gerada se prolonga no tempo pelo período em que o 
agente desejar. 
Consumação 
O crime será consumado a partir do momento em que realizar todos os elementos 
do tipo penal. Será considerando tentado o crime enquanto ainda não houver 
reunido todos os elementos e que, por circunstâncias alheias ao agente, for 
interrompido. 
Tentativa 
A tentativa constitui a realização incompleta da conduta típica. Em razão disso, 
ela não será punida como crime autônomo. Segundo a doutrina, a tentativa 
próprio comum comissivo omissivo material
permanente formal de mera conduta
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constitui uma ampliação da tipicidade, por intermédio de uma fórmula geral 
aplicada sobre o crime doloso. 
 
Finalizamos, assim, os conceitos gerais a que nos propomos. Agora vamos 
aprofundar a análise nos crimes previstos na legislação eleitoral. 
Há tipos penais previstos nas seguintes leis: 
 
Como o edital mencionou expressamente apenas o Código Eleitoral daremos 
maior atenção aos tipos penais do Código Eleitoral. De todo modo, citaremos os 
demais dispositivos, os quais vocês devem ler. 
2.2 - Código Eleitoral 
Inscrição Fraudulenta do Eleitor 
O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 289, do CE, do seguinte modo: 
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor: 
Pena ± reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
Desse modo, vejamos: 
Inscrição Fraudulenta do Eleitor 
TIPO OBJETIVO Inscrever fraudulentamente eleitor no cadastro eleitoral. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO Estado 
REQUISITOS
início de execução; não consumação;
por circunstâncias 
alheias à vontade do 
agente.
CRIMES PREVISTOS 
NA LEGISLAÇÃO 
ELEITORAL
Código Eleitoral
Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997)
Lei de Inelegibilidade (Lei 
Complementar nº 64/1990)
Lei do Transporte Rural no dia das 
Eleições (Lei nº 6.091/1974)
Lei nº 7.021/1982.
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CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera 
conduta. 
CONSUMAÇÃO 
Quanto ao momento de consumação, existe divergência na jurisprudência: 
1ª corrente: basta a protocolização do Requerimento de Alistamento do 
Eleitor (RAE) 
2ª corrente: é necessária a inscrição do eleitor no rol dos alistados, quando 
há, efetivamente, o alistamento. 
Prevalece o entendimento de que é necessária a inscrição do eleitor no rol dos 
alistados, conforme a segunda correte. 
TENTATIVA É possível, quando há, por exemplo, o protocolo da RAE com tentativa de 
fraudar, contudo, o juiz, ao analisar o pedido a indefere. 
PENA 
Reclusão: 5 anos 
e 
Multa: 5 a 15 dias-multa 
Ainda quanto ao tipo em análise devemos lembrar que a 
jurisprudência do TSE também considera incurso no art. 
289 quem realizar a transferência mediante fraude. 
Vejamos, nesse sentido, o Acórdão TSE nº 15.177/19981: 
RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. TRANSGRESSAO A NORMA ELEITORAL: 
INDUZIMENTO. INSCRICAO ELEITORAL: TRANSFERENCIA. TIPICIDADE: ART. 284 E 290, 
CE. 
1- NAO SE CONHECE DE RECURSO ESPECIAL QUE NAO INDICA O PRECEITO LEGAL QUE 
REPUTA VIOLADO OU A DIVERGENCIA DE JULGADOS. 
2- INDUZIMENTO DE TERCEIROS PARA TRANSFERENCIA DE TITULO ELEITORAL, SOB 
PROMESSA DE VANTAGENS. ART. 289 E 290, CE. 
2.1- A JURISPRUDENCIA DA CORTE E NO SENTIDO DE QUE A EXPRESSAO "INSCRICAO", 
CONTIDA NO ART. 290 DO CODIGO ELEITORAL, E GENERO DO QUAL A "TRANSFERENCIA" 
E ESPECIE. TIPICIDADE DA CONDUTA. 
2.2- A ACAO TIPICA DE INDUZIR CORRESPONDE A CARACTERIZACAO DE CRIME 
UNISSUBSISTENTE, DE MODO QUE A PRATICA DESSA CONDUTA, POR SI SO, E CAPAZ DE 
ACARRETAR A SUA CONSUMACAO, INDEPENDENTEMENTE DO FATO DE TER SIDO 
DEFERIDA A INSCRICAO OU TRANSFERENCIA. 
RECURSO ESPECIAL NAO CONHECIDO. 
Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta 
Vejamos o art. 290, do Código Eleitoral, que nos traz o tipo penal: 
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste 
Código: 
 
1 RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 15177, Acórdão nº 15177 de 16/04/1998, Relator(a) Min. 
MAURÍCIO JOSÉ CORRÊA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 22/05/1998, Página 72 RJTSE 
- Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 10, Tomo 1, Página 241. 
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Pena ± reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa. 
Assim, vejamos o quadro sinóptico: 
Induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta 
TIPO OBJETIVO Induzir para que seja realizada a inscrição do eleitor com alguma fraude que 
infrinja o dispositivo legal. 
TIPO SUBJETIVO Dolo genérico, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e a pessoa de boa-fé que acredita que são verdadeiras as informações 
prestadas. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO Trata-se de crime formal, para o qual basta o induzimento. 
TENTATIVA Não admitida em regra. 
PENA 
Reclusão: até 2 anos 
e 
Multa: 15 a 30 dias-multa 
Crime de menor potencial ofensivo, pois a pena máxima é de 02 anos. 
Quanto a esse tipo, algumas informações jurisprudenciais 
são de suma importância. 
1º. Segundo entendimento do TSE, exarado no Ac.-TSE nº 68/2005, induzir 
alguém abrange as condutas de instigar, de incitar ou de auxiliar terceiro a 
alistar-se fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua 
ignorância. 
2º. O crime de falsidade ideológica eleitoral (art. 350, do CE) não é meio 
necessário nem fase normal de preparação para a prática do delito de 
induzimento à inscrição eleitoral fraudulenta. Os crimes descritos são autônomos 
e podem ser praticados sem que um dependa do outro, de acordo com a doutrina 
do TSE no REspe nº 233102. 
Recurso especial. Falsidade ideológica para fins eleitorais. Acórdão recorrido que aplicou o 
princípio da consunção. Crime previsto no art. 350 do Código Eleitoral, absorvido pelo delito 
tipificado no art. 290 do mesmo diploma legal: impossibilidade. O princípio da consunção 
tem aplicação quando um crime é meio necessário ou fase normal de preparação ou de 
execução de outro crime e nos casos de antefato ou pós-fato impuníveis, o que não ocorre 
nos autos. O tipo incriminador descrito no art. 350 do Código Eleitoral trata de crime formal, 
que dispensa a ocorrência de prejuízos efetivos, sendo suficiente a potencialidade lesiva da 
conduta. Afastada a possibilidade de aplicação do princípio da consunção ao delito imputado 
ao réu, não há que se falar em prescrição em abstrato da pretensão punitiva estatal. Recurso 
provido. 
 
2 Recurso Especial Eleitoral nº 23310, Acórdão de 18/08/2011, Relator(a) Min. CÁRMEN LÚCIA 
ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 06/09/2011, Página 70. 
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3º O tipo descrito neste artigo deve ser afastado quando houver o concurso de 
vontadesentre o eleitor e o suposto autor da conduta, conforme decisão do REspe 
nº 1983. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA - DIVISIBILIDADE. Ao contrário da ação penal privada, a ação penal 
pública é divisível. 
ELEITOR - INSCRIÇÃO. O tipo do artigo 290 do Código Eleitoral pressupõe o induzimento 
do eleitor, ou seja, o fato de o agente, valendo-se da boa-fé, levá-lo à inscrição. 
VOTO - OBTENÇÃO OU DAÇÃO - PRÁTICA CRIMINOSA. A teor do disposto no artigo 299 do 
Código Eleitoral, pratica crime quem dá, oferece, promete, solicita ou recebe, para si ou 
para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para 
conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Em síntese, o tipo 
alcança não só aquele que busca o voto ou a abstenção, mas também o que solicita ou 
recebe vantagem para a prática do ato à margem da cidadania. 
TESTEMUNHA - CORRÉU. O sistema processual exclui a possibilidade de ter-se como 
testemunha copartícipe da prática criminosa, não conduzindo a divisibilidade da ação penal 
pública - o fato de o Ministério Público haver acionado apenas alguns dos envolvidos - a 
transmudar os demais em testemunhas. 
Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz 
Vejamos o tipo penal do art. 291, do CE: 
Art. 291. Efetuar o Juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando: 
Pena ± reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
Façamos a análise dos elementos do tipo. 
Inscrição fraudulenta efetuada pelo juiz 
TIPO OBJETIVO Realizar, o juiz, a inscrição fraudulenta do eleitor. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o alistando, se de boa-fé 
SUJEITO ATIVO O juiz. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido 
somente pelo juiz), comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO 
Ocorre com a realização da inscrição. É irrelevante o recebimento do título ou 
o exercício do voto. 
TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa. 
PENA Reclusão: até 5 anos 
 
3 Recurso Especial Eleitoral nº 198, Acórdão de 26/02/2013, Relator(a) Min. MARCO AURÉLIO 
MENDES DE FARIAS MELLO, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 101, Data 
31/5/2013, Página 48. 
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e 
Multa: 5 a 15 dias-multa 
Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral 
O tipo vem previsto no art. 292, do Código Eleitoral: 
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição 
requerida: 
Pena ± pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
Assim, vejamos: 
Negativa ou retardamento de inscrição eleitoral 
TIPO OBJETIVO Negativa ou retardo por parte da autoridade judiciária, sem justificativa, da 
inscrição requerida. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o alistando. 
SUJEITO ATIVO O juiz. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como próprio (pois pode ser cometido 
somente pelo juiz), comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera negativa ou com o retardamento da inscrição. 
TENTATIVA Há controvérsia na doutrina quanto à possibilidade de tentativa. 
PENA Multa: 30 a 60 dias-multa 
Perturbação do alistamento 
Trata-se do tipo previsto no art. 293, do CE. 
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento: 
Pena ± detenção de 15 dias a 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
Vejamos os elementos do tipo: 
Perturbação do alistamento 
TIPO OBJETIVO Ato de perturbar ou de impedir o alistamento eleitoral de qualquer forma. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado, aquele que teve seu alistamento perturbado ou impedido, e o servidor 
da justiça eleitoral que foi perturbado ou impedido de realizar a inscrição 
eleitoral do alistando. 
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SUJEITO ATIVO Em tese pode ser realizado por qualquer pessoa, crime comum. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO A mera perturbação já consuma o tipo. 
TENTATIVA É admitida tanto no caso de perturbação quanto de impedimento. 
PENA 
Detenção: 15 dias a 6 meses 
ou 
Multa: 30 a 60 dias-multa 
Retenção indevida de título eleitoral 
O tipo penal-eleitoral vem disposto no art. 295 no seguinte sentido: 
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor: 
Pena ± detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
A Lei 9.504 também disciplina a matéria em seu art. 91, parágrafo único. 
Art. 91, parágrafo único: "a retenção de título eleitoral ou do comprovante do alistamento 
eleitoral constitui crime, punível com detenção, de um a três meses, com a alternativa de 
prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de cinco mil a dez 
mil Ufirs." 
Vejamos o quadro abaixo: 
Retenção indevida de título eleitoral 
TIPO OBJETIVO Contra a vontade do eleitor, efetuar a retenção do título eleitoral. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o eleitor que teve seu título retido. 
SUJEITO ATIVO 
Trata-se de crime comum que pode ser atribuído a qualquer pessoa. Ressalta-
se que há corrente doutrinária que alega que tal conduta delituosa somente 
pode ser cometida por servidor da Justiça Eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta. 
CONSUMAÇÃO 
Ocorre com a retenção indevida do título. Note que a retenção deve ser 
indevida. O impedimento do voto não é necessário para a consumação do 
delito. 
TENTATIVA Não é admitida pela doutrina, em geral. 
PENA 
Detenção: até 2 meses 
ou 
Multa: 30 a 60 dias-multa 
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Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias. 
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. 
Desordem nos trabalhos eleitorais 
Trata-se do tipo previsto no art. 296, do CE, nos seguintes termos: 
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais: 
Pena ± detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa. 
Passemos à análise do tipo penal-eleitoral: 
Desordem nos trabalhos eleitorais 
TIPO OBJETIVO Promover desordem, de modo a prejudicar os trabalhos eleitorais. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e as pessoas envolvidas nos serviços eleitorais. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, uma 
vez que exige que o resultado, qual seja a desordem que prejudique os 
serviços, de fato ocorra. 
CONSUMAÇÃO 
O crime está consumado com a instauração da desordem que prejudique os 
serviços. 
TENTATIVA Admissível. 
PENA 
Detenção: até 2 meses 
e 
Multa: 60 a 90 dias-multa 
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. 
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. 
Impedimento ao exercício do sufrágio 
Vejamos o tipo previsto no art. 297, do Código Eleitoral. 
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio: 
Pena ± detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa. 
Vejamos o quadro a seguir: 
Impedimento ao exercício do sufrágio 
TIPO OBJETIVO Atrapalhar ou impedir o exercício do sufrágio. 
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TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o eleitor. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, se a 
conduta for de impedir, e formal, se a conduta visar embaraçar o exercício do 
sufrágio. 
CONSUMAÇÃO Com o efetivo impedimento ou com o mero embaraço. 
TENTATIVA Não é admissível, tendo em vista que a tentativa de impedir acarretaria no 
embaraço que já é previsto no tipo. 
PENA 
Detenção: até 6 meses 
e 
Multa: 60 a 100 dias-multa 
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. 
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. 
Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação 
Vejamos o art. 298, do Código Eleitoral: 
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de Mesa Receptora, Fiscal, Delegado de partido 
ou candidato, com violação do disposto no art. 236: 
Pena ± reclusão até quatro anos. 
Vamos nos atentar para o que dispõe o art. 236, referenciado acima. 
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) 
horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em 
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, 
ainda, por desrespeito a salvo-conduto. 
§ 1º Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de partido, durante o exercício de suas 
funções, não poderão ser, detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma 
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes da eleição. 
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido à presença do Juiz 
competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a 
responsabilidade do coator. 
Vamos analisar o tipo em sua integralidade: 
Prisão ou detenção indevida de eleitor no período de votação 
TIPO OBJETIVO 
Efetuar a prisão ou a detenção de: eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, 
delegado de partido ou candidato no período de 5 dias antes e 48 horas após 
o encerramento das eleições. 
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TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e a pessoa presa ou detida. 
SUJEITO ATIVO 
Há divergência na doutrina: 
1º crime próprio ± pois somente pode ser pratica pela polícia ou autoridade 
judiciária. 
2º crime comum ± pois não existe indicação de quem poderia efetuar a prisão 
ou detenção. 
A 1ª corrente prevalece, pois o art. 236 menciona a autoridade. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e permanente, pois 
o crime se mantém enquanto durar a prisão ou detenção. 
CONSUMAÇÃO Ocorre com a prisão ou detenção. 
TENTATIVA É admitida. 
PENA 
Reclusão: até 4 anos 
Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano. 
Corrupção Eleitoral 
Trata-se de um dos tipos mais importante e recorrente em provas de concurso. 
O tipo penal-eleitoral vem previsto no art. 299, do CE. 
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, 
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer 
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: 
Pena ± reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
Façamos a análise completa do tipo: 
Corrupção Eleitoral 
TIPO OBJETIVO 
Dar, oferecer, solicitar e até mesmo receber dinheiro, dádiva ou qualquer 
outra vantagem para obter ou dar voto ou abstenção. 
TIPO SUBJETIVO Dolo específico, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado, o eleitor e os demais candidatos. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO 
Não há necessidade de aceitação da vantagem, a mera incidência em uma das 
condutas indicadas no tipo já é suficiente. 
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TENTATIVA Não é admitida. 
PENA 
Reclusão: até 4 anos 
e 
Multa: 5 a 15 dias-multa. 
Lembre-se que, no caso de reclusão, a pena mínima é de 1 ano. 
Primeiramente cabe destacar que a esse princípio não se aplica o princípio da 
significância, segundo o qual uma ação qualificada penalmente como crime é 
considerada irrelevante, uma vez que não causa qualquer lesão à sociedade, ao 
ordenamento jurídico ou à própria vítima. Trata-se do entendimento exarado pelo 
TSE no julgamento do AgR-AI nº 106724: 
Agravo regimental em agravo de instrumento. Inviabilidade de reexame de fatos e provas 
na instância extraordinária. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Inocorrência de 
prescrição. Ausência dos requisitos exigidos para a aplicação do princípio da insignificância. 
Crime continuado. Aplicabilidade do art. 71 do Código Penal. Dissídio jurisprudencial não 
configurado. Similitude fática entre os julgados não verificada. Manutenção da decisão 
atacada. Agravo regimental ao qual se nega provimento. 
Portanto, lembrem-se: 
 
Precisamos ainda tratar das peculiaridades do artigo na 
jurisprudência do TSE. 
ª ³$�UHJUD�VHJXQGR�D�TXDO�R�FRUUpX�QmR�SRGH�ILJXUDU��QR�
processo em que o é, como testemunha há de ser tomada de forma estrita, não 
cabendo partir para ficção jurídica, no que, envolvido na prática criminosa ± 
compra de votos, art. 299 do Código Eleitoral ±, não veio a ser denunciado." 
Trata-se da decisão do TSE no HC nº 78048. 
ª A configuração da corrupção eleitoral não exige pedido expresso de voto, mas 
sim a comprovação da finalidade de obter ou de dar voto ou prometer abstenção. 
Isso é o que foi decidido no ED-REspe nº 58245, do TSE. 
ª O art. 41-A, da Lei nº 9.504/1997, não alterou a disciplina da corrupção 
eleitoral e não implicou abolição do crime de corrupção eleitoral aqui tipificado. 
Vejamos o julgamento do TSE no Ag nº 6.553: 
A absolvição na representação por captação ilícita de sufrágio, na esfera cível-eleitoral, 
ainda que acobertada pelo manto da coisa julgada, não obsta a persecutio criminis pela 
prática do tipo penal descrito no art. 299, do Código Eleitoral. 
 
4 Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 10672, Acórdão de 28/10/2010, Relator(a) 
Min. CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 226, 
Data 25/11/2010, Página 41. 
Princípio da Insignificância
NÃO se aplica ao caso de Corrupção 
eleitoral
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ª O TSE tem entendido que, para a configuração do crime de corrupção eleitoral 
é necessário o dolo específico que exige o tipo penal, qual seja, a finalidade de 
obter ou dar voto ou prometer abstenção. 
ª De acordo com o Ag nº 8.905 do TSE, o crime de corrupção eleitoral é crime 
formal que não admite a forma tentada, sendo o resultado mero exaurimento da 
conduta criminosa. 
ª O TSE entende que para a configuração do ilícito penal exige-se que o corruptor 
eleitoral passivo seja pessoa que possa votar. 
ª O TSE decidiu no AgR-AI nº 58648 que, para a configuração do crime de 
corrupção eleitoral, a promessa de vantagem deve estar vinculada à obtenção do 
voto de determinadoseleitores, não podendo se confundir com a realização de 
promessas de campanha. 
Coação Eleitoral 
É o tipo previsto no art. 300, do CE, vejamos: 
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não 
votar em determinado candidato ou partido: 
Pena ± detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa. 
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo a pena é agravada. 
Segue quadro explicativo: 
Coação Eleitoral 
TIPO OBJETIVO Coagir alguém a votar, ou não, em determinado candidato, valendo-se, o 
servidor público, de sua autoridade. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO Estado e o eleitor que sofre a coação. 
SUJEITO ATIVO O servidor Público, observe-se que pode ou não integrar a Justiça Eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e formal, pois é 
necessário que haja o voto. 
CONSUMAÇÃO Com a coação séria, capaz de provocar o constrangimento ao eleitor 
TENTATIVA Não é admitida, em regra, por tratar-se de crime formal. Contudo, parte da 
doutrina entende ser possível a tentativa se utilizado o meio escrito. 
PENA 
Detenção: até 6 meses 
e 
Multa: 60 a 100 dias-multa. 
Se o agente é membro da Justiça Eleitoral a pena é agravada de 1/5 a 1/3. 
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Coação violenta de eleitores 
De acordo com o art. 301, do CE, incide nesse tipo quem: 
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em 
determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos: 
Pena ± reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
Desse modo: 
Coação violenta de eleitores 
TIPO OBJETIVO 
Coagir alguém a votar em determinado partido ou candidato com uso de 
violência ou grave ameaça. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o eleitor que sofre a coação. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, tendo 
em vista que o próprio tipo informa que não é necessária a consecução do 
resultado. 
CONSUMAÇÃO Com o uso da violência ou grave ameaça de modo a coagir o eleitor. 
TENTATIVA É admissível. 
PENA 
Reclusão: até 4 anos 
e 
Multa: 5 a 15 dias-multa. 
Cabe mencionar, ainda, o entendimento do TSE no AgR-
REspe nº 51635985, no sentido de que não se exige que o 
crime acima tenha sido praticado necessariamente durante 
o período eleitoral. Vejamos a ementa do julgado: 
Ação penal. Coação. Votação. Denúncia. 
 1. Para modificar o entendimento da Corte de origem - que considerou atendidos os 
requisitos dos arts. 41 do Código de Processo Penal e 357, § 2º, do Código Eleitoral, em 
face da demonstração de indícios de materialidade e autoria do delito previsto no art. 301 
do Código Eleitoral -, concluindo pelo recebimento de denúncia contra prefeito, seria 
necessário o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado em sede de recurso 
especial, a teor da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal. 
 
5 Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 5163598, Acórdão de 17/02/2011, 
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, 
Data 11/04/2011, Página 37-38. 
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 2. O tipo do art. 301 do Código Eleitoral refere-se ao uso de violência ou grave ameaça 
para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que 
os fins visados não sejam conseguidos. 
 3. A circunstância de ausência de poder de gestão de programa social não afasta a eventual 
configuração do delito do art. 301 do Código Eleitoral diante do fato alusivo à ameaça a 
eleitores quanto à perda de benefício social, caso não votassem no candidato denunciado. 
 Agravo regimental não provido. 
Concentração ilegal de eleitores 
Vejamos o tipo expresso no art. 302, do Código Eleitoral. 
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o 
exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma: 
Pena ± reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300 dias-multa. 
Assim: 
Concentração ilegal de eleitores 
TIPO OBJETIVO 
Com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto, promover a 
concentração de eleitores no dia da eleição. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado, o eleitor e os candidatos prejudicados. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO Com a mera concentração com intuito criminoso. 
TENTATIVA É admissível. 
PENA 
Reclusão: de 4 anos a 6 anos. 
e 
Multa: 200 a 300 dias-multa. 
Observe-se que a Lei nº 6.091/1974, em seu art. 11, III, revogou a parte final 
dessH� DUWLJR�� D� TXDO� SUHYLD� ³LQFOXVLYH� R� IRUQHFLPHQWR� JUDWXLWR� GH� DOLPHQWR� H�
WUDQVSRUWH�FROHWLYR´��SRU�FRQVLGHUDU�FRPR�FULPH�WDO�prática, dilatando o período 
de proibição de transporte de eleitores desde o dia anterior até o posterior à 
eleição. 
De acordo com o julgamento do TSE no HC nº 70543, o crime de concentração 
ilegal de eleitores não alcança o transporte de cidadãos no dia da realização de 
plebiscito. 
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Majoração de preços na eleição 
O tipo vem previsto no art. 303, do CE. 
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realização de eleições, 
tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de 
matéria eleitoral: 
Pena ± pagamento de 250 a 300 dias-multa. 
Vamos analisar os elementos do tipo: 
Majoração de preços na eleição 
TIPO OBJETIVO Majorar o preço de produtos e serviços necessários para que se possa realizar 
o pleito eleitoral. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado, o eleitor e os candidatos ou partidos políticos eventualmente 
prejudicados. 
SUJEITO ATIVO 
Qualquer pessoa que forneça os produtos ou serviços de transporte e de 
alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de material 
eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta. 
CONSUMAÇÃO Ocorre com o aumento propositado dos preços 
TENTATIVA É admissível, embora de difícil ocorrência fática. 
PENA Multa: 250 a 300 dias-multa. 
Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições 
Esse tipo pode ser observado da análise do art. 304, do CE. 
Art. 304. Ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, 
normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder 
exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato: 
Pena ± pagamento de 250 a 300 dias-multa. 
Desse modo: 
Ocultação ou recusa de fornecimento de bens e serviços nas eleições 
TIPO OBJETIVO O ato de ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar o fornecimento de bens ou 
serviços no dia das eleições 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO Estado e os consumidores eventualmente prejudicados. 
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SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera 
conduta. 
CONSUMAÇÃO Com a ocultação, sonegação ou recusa de fornecimento. 
TENTATIVA É admissível, embora de difícil ocorrência fática. 
PENA Multa: 250 a 300 dias-multa. 
Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora 
Trata-se do tipo penal-eleitoral previsto no art. 305. 
Art. 305. Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu 
funcionamento sob qualquer pretexto: 
Pena ± detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa. 
Os elementos do tipo são os seguintes: 
Intervenção de autoridade estranha à mesa receptora 
TIPO OBJETIVO Intervir no funcionamento da mesa receptora, autoridade estranha, salvo o 
juiz eleitoral. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO Estado e aqueles que integram a mesa receptora. 
SUJEITO ATIVO Qualquer autoridade, exceto o juiz eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e de mera 
conduta. 
CONSUMAÇÃO Com a mera intervenção da autoridade estranha. 
TENTATIVA É admissível 
PENA 
Detenção: até 6 meses 
e 
Multa: 60 a 90 dias-multa. 
Infração de menor potencial ofensivo. 
Inobservância da ordem de votação. 
Esse é o tipo exposto no art. 306, do Código Eleitoral. 
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar: 
Pena ± pagamento de 15 a 30 dias-multa. 
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A ordem a ser observada no dia da votação, tendo em vista certas prioridades, 
está prevista no art. 143, do CE. 
Art. 143. Às 8 (oito) horas, supridas as deficiências declarará o Presidente iniciados os 
trabalhos, procedendo-se em seguida à votação, que começará pelos candidatos e eleitores 
presentes. 
§ 1º Os membros da Mesa e os Fiscais de partido deverão votar no correr da votação, depois 
que tiverem votado os eleitores que já se encontravam presentes no momento da abertura 
dos trabalhos, ou no encerramento da votação. 
§ 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm preferência para votar o Juiz 
Eleitoral da Zona, seus auxiliares de serviço, os eleitores de idade avançada, os enfermos e 
as mulheres grávidas. 
Outros casos de prioridades foram criados pelas Resolução nº 22.154/2006 e nº 
22.712/2008 para: 
a) promotores eleitorais; 
b) policiais militares que estejam em serviço; 
c) pessoas portadoras de necessidades especiais; 
d) lactante. 
Além disso, o estatuto do idoso prevê prioridade garantida aos maiores de 60 
anos. 
Passemos à análise do tipo: 
Inobservância da ordem de votação 
TIPO OBJETIVO 
Deixar de observar a ordem em que os eleitores devem ser convocados a 
votar. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e os eleitores que possuem prioridade de voto e forem preteridos. 
SUJEITO ATIVO Os mesários e o juiz eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera 
conduta. 
CONSUMAÇÃO 
Quanto por ordem do mesário ou do juiz o eleitor é colocado em ordem diversa 
daquela em que deveria votar. 
TENTATIVA É admissível. 
PENA Multa: 15 a 30 dias-multa. 
Fornecimento de cédula já assinada 
Vejamos o tipo previsto no art. 307. 
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marcada: 
Pena ± reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
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Com o advento da votação eletrônica esse crime se tornou de pouca incidência, 
pelo fato de que, em caso de falha da urna eletrônica, é possível a utilização da 
cédula. Nesse caso, então, o crime se torna perfeitamente possível. 
Façamos uma análise detalhada dos elementos do tipo: 
Fornecimento de cédula já assinada 
TIPO OBJETIVO Fornecer ao eleitor cédula assinada ou marcada de alguma forma. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO Estado e o eleitor que receber a cédula assinada. 
SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, pois não 
é exigida a fraude ao voto. 
CONSUMAÇÃO Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário 
que o eleitor deposite essa cédula na urna. 
TENTATIVA É admissível. 
PENA 
Reclusão: até 5 anos. 
e 
Multa: 5 a 15 dias-multa. 
Fornecimento de cédula em momento inoportuno 
Pelas mesmas razões expostas no crime anterior, esse delito somente ocorrerá 
em caso de falha da urna eletrônica e realização da votação por meio de cédulas 
de papel. Vejamos o tipo do art. 308. 
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega 
da mesma ao eleitor: 
Pena ± reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa. 
Vamos desmembrar o tipo penal-eleitoral: 
Fornecimento de cédula em momento inoportuno 
TIPO OBJETIVO Rubricar e fornecer a cédula em momento inoportuno 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO Estado e o eleitor que receba a cédula. 
SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora. 
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CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal, pois não 
é exigido o resultado do voto. 
CONSUMAÇÃO 
Com o recebimento da cédula em condições inadequadas. Sequer é necessário 
que o eleitor deposite essa cédula na urna. 
TENTATIVA É admissível. 
PENA 
Reclusão: até 5 anos. 
e 
Multa: 60 a 90 dias-multa. 
Exercício irregular do voto 
Trata-se da disciplina do art. 309. 
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem: 
Pena ± reclusão até três anos. 
Exercício irregular do voto 
TIPO OBJETIVO Tentar votar, ou efetivamente votar, mais de uma vez no lugar de outro eleitor. 
TIPO SUBJETIVO Dolo. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado, candidato ou o eleitor em lugar do qual foi realizado o voto. 
SUJEITO ATIVO O eleitor ou qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material, quando 
se tratar do voto efetivo, e de mera conduta, quando se tratar da tentativa de 
voto no lugar de outrem. 
CONSUMAÇÃO Com a tentativa de realizar o voto já se incide no crime. 
TENTATIVA Não é possível, pois o tipo já criminaliza a figura da tentativa. 
PENA Reclusão: até 3 anos. 
Práticas irregulares na votação 
O art. 310, do CE, dispõe o seguinte: 
Art. 310. Praticar, ou permitir o membro da Mesa Receptora que seja praticada, qualquer 
irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no caso do art. 311: 
Pena ± detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa. 
Veremos o que é abordado no art. 311 em seguida, no momento vamos focar no 
exame do presente dispositivo legal. 
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Práticas irregulares na votação 
TIPO OBJETIVO 
Praticarqualquer irregularidade que cause a anulação da votação ou, ao 
membro da mesa receptora, permitir que seja praticada irregularidade que 
determine a anulação da votação. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o eleitor em caso de anulação da votação. 
SUJEITO ATIVO Membros da mesa receptora. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como próprio (de acordo com o 
entendimento majoritário), comissivo e material, pois exige-se que a votação 
seja anulada. 
CONSUMAÇÃO 
Diz-se que ocorre com a anulação dos votos, embora tal entendimento não 
seja totalmente pacífico. 
TENTATIVA É admissível 
PENA 
Detenção: até 6 meses 
ou 
Multa: 90 a 120 dias-multa. 
Infração de menor potencial ofensivo. 
Voto fora da seção 
Agora sim vamos realizar o estudo do art. 311, que é excetuado no artigo acima. 
Art. 311. Votar em Seção Eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente 
previstos, e permitir, o Presidente da Mesa Receptora, que o voto seja admitido: 
Pena ± detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o eleitor e de 20 a 
30 dias-multa para o Presidente da Mesa. 
Esse tipo é de difícil ocorrência em nosso sistema de votação atual, tendo em 
vista os aspectos eletrônicos de votação. De qualquer modo, segue o 
desmembramento do artigo. 
Voto fora da seção 
TIPO OBJETIVO 
Votar em seção eleitoral a qual não está inscrito. Além disso, o tipo objetivo 
prevê a conduta do Presidente da mesa receptora em permitir o voto. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado. 
SUJEITO ATIVO O eleitor ao votar e o Presidente da mesa ao permitir o voto. 
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CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, comissivo e material, pois 
exige-se o voto. 
CONSUMAÇÃO Com a efetiva realização do voto. 
TENTATIVA É admissível 
PENA 
Detenção: até 1 mês 
ou 
Multa: 5 a 15 dias-multa. 
Infração de menor potencial ofensivo. 
Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio 
O tipo objetivo previsto no art. 312 é extremamente direto, vejamos: 
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto: 
Pena ± detenção até dois anos. 
Violação ou tentativa de violação ao sigilo do sufrágio 
TIPO OBJETIVO Violar o sigilo do voto ou tentar violar. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, candidatos ou o eleitor cujo sigilo foi violado. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material ao 
violar e de mera conduta no caso de tentativa de violação. 
CONSUMAÇÃO Ocorre com a mera tentativa de violação. 
TENTATIVA A tentativa já é uma conduta criminalizada. 
PENA 
Detenção: até 02 anos. 
Infração de menor potencial ofensivo. 
Omissão de expedição de boletim de apuração de urna 
Trata-se do previsto no art. 313, do Código Eleitoral. 
Art. 313. Deixar o Juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração 
imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à subseqüente, sob 
qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pelos Fiscais, Delegados ou 
candidatos presentes: 
Pena ± pagamento de 90 a 120 dias-multa. 
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Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem for procedida pela Mesa 
Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não expedirem 
imediatamente o respectivo boletim. 
O parágrafo único trata-se de obrigação inclusa pelo art. 68, § 1º, da Lei 9.504. 
Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, 
conterá os nomes e os números dos candidatos nela votados. 
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos 
partidos e coligações concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram até uma hora 
após a expedição. 
Passemos ao exame da conduta criminalizada. 
Omissão de expedição de boletim de apuração de urna 
TIPO OBJETIVO 
Deixar de expedir o boletim de apuração imediatamente após a apuração de 
cada urna. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
O Estado. 
SUJEITO ATIVO Os mesários ou o juiz eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta. 
CONSUMAÇÃO Com o mero ato de deixar de enviar o boletim. 
TENTATIVA Por ser crime omissivo não comporta tentativa. 
PENA Multa: 90 a 120 dias-multa. 
Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna 
Vejamos, agora, o art. 314. 
Art. 314. Deixar o Juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na respectiva 
urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada Seção e antes de passar 
à subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providência pelos Fiscais, 
Delegados ou candidatos presentes: 
Pena ± detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa. 
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem dos votos for procedida pela 
Mesa Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente e os Mesários que não fecharem e 
lacrarem a urna após a contagem. 
Assim: 
Omissão no recolhimento das cédulas apuradas da urna 
TIPO OBJETIVO Deixar de recolher as cédulas apuradas na urna, fechá-la e lacrá-la, assim que 
findar a apuração. 
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TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado. 
SUJEITO ATIVO Os integrantes da Mesa e o juiz eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, omissivo e de mera conduta. 
CONSUMAÇÃO Ocorre com o ato omissivo. 
TENTATIVA Não é admissível, tendo em vista que é crime omissivo. 
PENA 
Detenção: até 02 meses. 
ou 
Multa: 90 a 120 dias-multa. 
Infração de menor potencial ofensivo. 
Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação 
O art. 315 disciplina o seguinte: 
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer 
candidato ou lançar nesses documentos votação que não corresponda às cédulas apuradas: 
Pena ± reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
Cabe, ainda, trazer mais dois dispositivos legais. Vejamos o art. 15 da Lei nº 
6.996. 
Art. 15 - Incorrerá nas penas do art. 315 do Código Eleitoral quem, no processamento 
eletrônico das cédulas, alterar resultados, qualquer que seja o método utilizado. 
Também está relacionado ao dispositivo o art. 72, da Lei nº 9.504. 
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos: 
I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral, 
a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos; 
II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de 
destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou 
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento 
automático de dados usados pelo serviço eleitoral; 
III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na 
totalização de votos ou a suas partes. 
Como sabemos, a apuração dos votos por meio de cédulas em papel é 
extremamente incomum no sistema eletrônico eocorre apenas em caso de 
falhas. Dessa forma, esse tipo penal também se torna pouco corriqueiro. De todo 
o modo, vamos julgar o tipo. 
Alteração de mapas ou boletins de apuração ou votação 
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TIPO OBJETIVO Alterar a votação obtida por qualquer candidato ou lançar votação que não 
corresponda às cédulas apuradas nos mapas ou nos boletins de apuração. 
TIPO SUBJETIVO Dolo. 
SUJEITO 
PASSIVO Estado, candidato ou o eleitor que não teve seu voto apurado. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, muito embora caiba à Junta Eleitoral totalizar os votos. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e material. 
Observe-se que parte da doutrina classifica como crime formal. 
CONSUMAÇÃO Ocorre com a efetiva alteração dos dados incorretos. 
TENTATIVA É admitida 
PENA 
Reclusão: até 5 anos. 
e 
Multa: 5 a 15 dias multa. 
Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração 
Vejamos o art. 316. 
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protestos 
devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância superior: 
Pena ± reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
Vejamos, ainda, de forma relacionada e sem excluir o tipo previsto acima, o art. 
70, da Lei das Eleições. 
Art. 70. O Presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os 
protestos recebidos, ou ainda, impedir o exercício de fiscalização, pelos partidos ou 
coligações, deverá ser imediatamente afastado, além de responder pelos crimes previstos 
na Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. 
Assim: 
Recusa à consignação de protestos em ato de eleição ou de apuração 
TIPO OBJETIVO 
Deixar de receber ou de mencionar os protestos ou deixar de remetê-los à 
instância superior. 
TIPO SUBJETIVO Dolo. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e aquele que formulou o protesto. 
SUJEITO ATIVO Mesários ou integrantes da Junta Eleitoral. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como próprio, omissivo e de mera conduta. 
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CONSUMAÇÃO Ocorre com o não recebimento ou falta de menção dos protestos ou, ainda, 
com a falta de envio dos protestos à instância superior. 
TENTATIVA Não é admitida por ser crime omissivo. 
PENA 
Reclusão: até 5 anos. 
e 
Multa: 5 a 15 dias multa. 
Violação ou tentativa de violação do sigilo de urna 
Trata-se do tipo penal-eleitoral disposto no art. 317, do CE. 
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros: 
Pena ± reclusão de três a cinco anos. 
Assim: 
Violação do Sigilo de Urna 
TIPO OBJETIVO Violar o sigilo de urna eletrônica ou dos invólucros. Abrange, também, o tipo 
objetivo e a tentativa de violação do sigilo da urna ou invólucros. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera 
conduta. 
CONSUMAÇÃO A consumação ocorre com a tentativa ou com a violação efetiva do sigilo da 
urna. 
TENTATIVA É admitida. 
PENA 
Reclusão: 3 a 5 anos. 
Multa: não há 
Contagem Indevida de Votos 
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 318, do CE: 
Art. 318. Efetuar a Mesa Receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor 
houver votado sob impugnação (art. 190): 
Pena ± detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
Trata-se de um tipo penal pouco utilizado tendo em vista o processamento 
eletrônico de votos. Contudo, como poderá ser utilizado excepcionalmente ± com 
em casos em que a votação se dê por cédulas ± devemos analisá-lo. 
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Assim: 
Contagem Indevida de Votos 
TIPO OBJETIVO 
Efetuar, a mesa receptora, a contagem dos votos da urna quando houver 
qualquer voto sob impugnação. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado. 
SUJEITO ATIVO Os integrantes da mesa receptora. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e de mera conduta. 
CONSUMAÇÃO 
Havendo impugnação, a mesa receptora deverá suspender a contagem dos 
votos. Caso o voto seja computado antes de analisada a impugnação haverá 
a consumação do tipo. 
TENTATIVA É admitida. 
PENA 
Detenção: até 1 mês. 
ou 
Multa: 30 a 60 dias-multa. 
Subscrição múltipla de ficha para registro de partido 
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 319, do CE: 
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos: 
Pena ± detenção até um mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa. 
3ULPHLUDPHQWH��SRU�³ILFKD�GH�UHJLVWUR´�GHYHPRV�OHU�D�DVVLQDWXUD�QDV�OLVWDV�SDUD�
apoiamento mínimo. O apoiamento mínimo é uma das condições para a criação 
de partidos políticos. Assim, ao se criar um partido político é necessária a colheita 
de centenas de milhares de assinaturas com a indicação dos respectivos títulos 
eleitorais para que seja demonstrado o caráter nacional do partido político. 
Assim: 
Subscrição múltipla de listas de apoiamento mínimo 
TIPO OBJETIVO Assinar por duas vezes ou mais a lista de apoiamento mínimo. 
TIPO 
SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e demais partidos políticos. 
SUJEITO ATIVO Há uma divergência doutrinária. 
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1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá 
ser cometido por qualquer eleitor. 
2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser 
cometido por qualquer pessoa, mas pelo eleitor. 
Não há um posicionamento que prevaleça. 
CLASSIFICAÇÃO 
O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as 
correntes acima), comissivo e de mera conduta. 
CONSUMAÇÃO 
Consuma-se o tipo penal com o ato de inscrever a segunda filiação na Justiça 
Eleitoral. De acordo com a doutrina, no dia seguinte, caso o eleitor não efetue 
o requerimento de desfiliação do partido anterior, restaria configurado o delito. 
Contudo, a jurisprudência entende que somente restará configurado o tipo 
penal quando houver comunicação pelo partido político da lista de filiados à 
Justiça Eleitoral. 
De acordo com o art. 19 da lei nº 9.096/1995 (Lei dos Partidos Políticos) as 
agremiações deverão enviar as listas de filiados sempre na segunda semana 
dos meses de abril e outubro de cada ano. 
Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, 
o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, 
deverá remeter, aos Juízes Eleitorais, para arquivamento, publicação e 
cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura 
a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual 
constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das Seções 
em que estão inscritos. 
TENTATIVA É admitida, quando o eleitor utilizar o sistema Filiaweb para informar a filiação. 
PENA 
Multa: 10 a 20 dias-multa. 
Lembre-se que, no caso de detenção, a pena mínima é de 15 dias. 
Trata-se de delito de menorpotencial ofensivo. 
Múltipla filiação partidária 
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 320, do CE: 
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos: 
Pena ± pagamento de 10 a 20 dias-multa. 
Esse tipo possui relação com a previsão do art. 22, § único, da Lei nº 9.096/1995 
(Lei dos Partidos Político), que estabelece o dever que o eleitor possui de informar 
à Justiça Eleitoral a nova filiação. Se não o fizer, terá cancelada a filiação mais 
antiga, o qual não elide a apuração da responsabilidade penal em razão do tipo 
penal que estamos estudando. 
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais 
recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. 
Assim: 
Múltipla Filiação Partidária 
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TIPO OBJETIVO Inscrever filiado simultaneamente em dois ou em mais partidos políticos. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e demais partidos políticos. 
SUJEITO ATIVO 
Há uma divergência doutrinária. 
1ª corrente: afirma que se trata de crime comum e, em razão disso, poderá 
ser cometido por qualquer eleitor. 
2ª corrente: afirma que se trata de crime próprio uma vez que não poderá ser 
cometido por qualquer pessoa, mas pelo eleitor. 
Não há um posicionamento que prevaleça. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum ou próprio (segundo as 
correntes acima), comissivo e de mera conduta. 
CONSUMAÇÃO Haverá a consumação com a assinatura da ficha. 
TENTATIVA Não é admitida. 
PENA 
Detenção: até 1 mês. 
ou 
Multa: 10 ± 30 dias-multa. 
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. 
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. 
Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político 
Vimos um pouco mais acima que o eleitor que assina duas vezes a lista de 
apoiamento mínimo incorre no tipo penal do art. 319, do CE. Aqui é o inverso. 
Vejamos o que dispõe o art. 321, do CE: 
Art. 321. Colher assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido: 
Pena ± detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa. 
 Colheita Indevida de Apoio para Registro de Partido Político 
TIPO OBJETIVO Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
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CONSUMAÇÃO Ocorrerá a consumação com a mera colheita da assinatura do eleitor, ainda 
que não se venha utilizar a ficha para registro do partido político no TSE. 
TENTATIVA É admitida. 
PENA 
Detenção: até dois meses. 
ou 
Multa: 20 a 40 dias-multa. 
Lembre-se que no caso de detenção a pena mínima é de 15 dias. 
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. 
Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda 
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 322, do CE: 
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou 
candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado: 
Pena ± detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa. 
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou 
televisão 
Divulgação de Fatos Inverídicos na Propaganda 
TIPO OBJETIVO 
Divulgar na propaganda eleitoral fatos que sabe inverídicos em relação a 
partidos políticos ou a candidatos, que sejam capazes de exercer influência na 
decisão do eleitor. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado, eleitores, candidatos ofendidos e partidos políticos. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa, pois se trata de crime comum 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO Ocorrerá com a consumação com a divulgação da propaganda. 
TENTATIVA É admitida. 
PENA 
Detenção: 2 meses a 1 ano. 
ou 
Multa: 120 a 150 dias-multa. 
Ao contrário do padrão dos tipos penais, nesse caso foi fixada a pena 
mínima. 
Trata-se de delito de menor potencial ofensivo. 
Ademais, a pena será agravada se o crime for cometido pela imprensa, rádio 
ou televisão. 
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Para finalizar, é importante ressaltar que o TSE entende que 
somente propaganda paga veiculada em confronto com o 
dispositivo acima é capaz de gerar a tipificação penal. Nesse 
sentido, vejamos a ementa do AgR-REspe nº 35.977/20096: 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. CRIME ELEITORAL. ART. 323 DO 
CÓDIGO ELEITORAL. ATIPICIDADE. DIVULGAÇÃO. OPINIÃO. CANDIDATO. IMPRENSA 
ESCRITA. PROPAGANDA. NÃO CONFIGURAÇÃO. 
1. O art. 323 do Código Eleitoral refere-se à divulgação de fatos inverídicos na propaganda, 
conceito que deve ser interpretado restritivamente, em razão do princípio da reserva legal. 
2. O art. 20, § 3º, da Resolução TSE nº 22.718/2008 estabelece que Não caracterizará 
propaganda eleitoral a divulgação de opinião favorável a candidato, a partido político ou a 
coligação pela imprensa escrita, desde que não seja matéria paga, mas os abusos e os 
excessos, assim como as demais formas de uso indevido dos meios de comunicação, serão 
apurados e punidos nos termos do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90. 
3. Na espécie, os textos jornalísticos publicados na imprensa escrita não eram matérias 
pagas, razão pela qual ainda que tivessem eventualmente divulgado opiniões sobre 
candidatos não podem ser caracterizados como propaganda eleitoral, impedindo, por 
consequência, a tipificação do crime previsto no art. 323 do Código Eleitoral. 
 4. Agravo regimental não provido. 
Calúnia Eleitoral 
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 324, do CE: 
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, 
imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena ± detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 a 40 dias-multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida: 
I ± se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado 
por sentença irrecorrível; 
II ± se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; 
III ± se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
Vejamos, inicialmente, o conceito apresentado pelos professores Rodrigo 
Martiniano e Ayres Lins7: 
A calúnia eleitoral consiste na imputação falsa a alguém de um fato definido como crime, 
quer seja ele eleitoral ou não, na propaganda ou visando esta. 
A calúnia eleitoral assemelha-se, portanto, à difamação, pois imputa falsamente 
ao ofendido um fato desonroso com status de crime. Desse modo, podemos 
concluir que a imputação praticada deve ser falsa, de modo que, se o fato for 
verdadeiro, não há que se falar em crime. Desse modo, a exceção da verdade é 
o instrumento que poderá se valer o acusado para evitar a imputação. Ainda 
 
6 Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35977, Acórdão de15/10/2009, Relator(a) 
Min. FELIX FISCHER, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 7/12/2009, Página 15 
RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 20, Tomo 4, Data 15/10/2009, Página 301 
7 LINS, Ayres. e MARTINIANO, Rodrigo. Direito Eleitoral Descomplicado, p. 782. 
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assim, é importante memorizarmos as hipóteses em que a exceção da verdade 
não será admitida nos termos do §2º do dispositivo estudado. 
 
Além disso, conforme ensina a doutrina não é necessário que o fato seja dirigido 
a candidato, desde seja veiculado em propaganda eleitoral ou visar à 
propaganda. 
Antes de analisarmos o nosso quadro, atente-se: 
 
 
Assim: 
Calúnia Eleitoral 
TIPO OBJETIVO Caluniar alguém na propaganda eleitoral imputando falsamente fato definido 
como crime. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o ofendido. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO 
Consuma-se com a divulgação da propaganda e com o conhecimento por 
terceiros. 
TENTATIVA É admitida, exceto pela forma verbal. 
PENA 
Detenção: 6 meses a 2 anos. 
ou 
Multa: 10 a 40 dias-multa. 
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido 
contra: 
‡se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
‡se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro;
‡se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.
NÃO SE ADMITE A EXCEÇÃO DA VERDADE
INCORRE EM CALÚNIA ELEITORAL 
AQUELE QUE, SABENDO SER FALSA 
A IMPUTAÇÃO, A PROPALAR OU A 
DIVULGAR.
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1. Presidente da República; 
2. Chefe de Governo Estrangeiro; 
3. Funcionário público em razão de suas funções; 
4. Na presença de várias pessoas; 
5. Utilizando-se de meios que facilitem a divulgação da ofensa. 
Difamação Eleitoral 
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 325, do CE: 
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, 
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena ± detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 dias-multa. 
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário 
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
Assim: 
Difamação Eleitoral 
TIPO OBJETIVO 
Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, 
imputando-lhe fato ofensivo a sua reputação. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, não havendo modalidade culposa. 
SUJEITO 
PASSIVO 
Estado e o ofendido. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa. 
CLASSIFICAÇÃO O presente tipo penal classifica-se como comum, comissivo e formal. 
CONSUMAÇÃO 
Consuma-se o delito com a divulgação da informação difamatória na 
propaganda visando à propaganda eleitoral, desde que chegue ao 
conhecimento de terceiros. 
TENTATIVA É admitida, exceto se realizada de forma verbal. 
PENA 
Detenção: de 3 meses a 1 ano. 
e 
Multa: 5 a 30 dias-multa. 
Infração de menor potencial ofensivo. 
Está previsto, ainda, causa de aumento de pena (1/3), quando cometido 
contra: 
1. Presidente da República; 
2. Chefe de Governo Estrangeiro; 
3. Contra funcionário público em razão de suas funções; 
4. Na presença de várias pessoas; 
5. Utilizando-se de meios que facilite a divulgação da ofensa. 
Conforme dissemos, a conduta não precisa ser praticada 
contra candidato, deverá apenas ser veiculada com 
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finalidade de propaganda eleitoral. Nesse sentido, vejamos o HC nº 
187.635/20108, pelo qual firmou a desnecessidade de que a ofensa seja praticada 
contra candidato para a tipificação do crime previsto neste artigo. 
HABEAS CORPUS. CRIME ARTS. 325 E 326 DO CÓDIGO ELEITORAL. OFENSA VEICULADA 
NA PROPAGANDA ELEITORAL. TIPICIDADE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL. 
1. Para a tipificação dos crimes de difamação e injúria eleitorais, previstos nos arts. 325 e 
326 do Código Eleitoral, não é preciso que a ofensa seja praticada contra candidato, uma 
vez que a norma descreve as condutas de difamar e injuriar alguém, sem especificar 
nenhuma qualidade especial quanto ao ofendido. 
2. O que define a natureza eleitoral desses ilícitos é o fato de a ofensa ser perpetrada na 
propaganda eleitoral ou visar a fins de propaganda. 
3. Na espécie, as ofensas foram veiculadas na propaganda eleitoral por rádio, o que 
determina a competência da Justiça Eleitoral para apurar a prática dos delitos tipificados 
nos arts. 325 e 326 do Código Eleitoral. 
4. Ordem denegada. 
Mesmo entendimento foi firmado no HC nº 114080/2011, segundo o qual a 
incursão na difamação eleitoral relaciona-se ao contexto eleitoral em que ela é 
veiculada, não possuindo relação com o sujeito da conduta. 
Vejamos também a Ementa do RHC nº 761.681/20119, segundo a qual o 
deferimento do direito de resposta e a interrupção da divulgação da ofensa não 
evitam a apuração do tipo ora estudados, caso haja difamação ou divulgação de 
fatos inverídicos na propaganda eleitoral: 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ARTS. 323 E 325 DO CÓDIGO ELEITORAL. 
DIFAMAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE FATOS INVERÍDICOS NA PROPAGANDA ELEITORAL. 
TRANCAMENTO AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. 
1. O deferimento do direito de resposta e a interrupção da divulgação da ofensa não elidem 
a ocorrência dos crimes de difamação e de divulgação de fatos inverídicos na propaganda 
eleitoral, tendo em vista a independência entre as instâncias eleitoral e penal. 
2. Para verificar a alegação dos impetrantes de que não houve dolo de difamar, injuriar ou 
caluniar, mas tão somente de narrar ou criticar, seria imprescindível minuciosa análise da 
prova dos autos, providência incabível na estreita via do habeas corpus, marcado por 
cognição sumária e rito célere. 
3. Na espécie, não é possível verificar, de logo, a existência de nenhuma das hipóteses que 
autorizam o trancamento da ação penal, pois não está presente causa de extinção da 
punibilidade e a denúncia descreve fato que, em tese, configura crime eleitoral, apontando 
prova da materialidade do ilícito e indícios de autoria. 
4. Recurso desprovido. 
Injúria Eleitoral 
Trata-se de tipo penal-eleitoral previsto no art. 326, do CE: 
 
8 Habeas Corpus nº 187635, Acórdão de 14/12/2010, Relator(a) Min. ALDIR GUIMARÃES 
PASSARINHO JUNIOR, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 033, Data 
16/02/2011, Página 44-45. 
9 Recurso em Habeas Corpus nº 761681, Acórdão de 17/05/2011, Relator(a) Min. FÁTIMA NANCY 
ANDRIGHI, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 01/07/2011, Página 92. 
Direito Eleitoral TRE-SP 
Analistas e Técnico 
Aula 16 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, 
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena ± detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I ± se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

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