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Aula 14
Direito Eleitoral p/ TRE-SP - Todos os cargos
Professor: Ricardo Torques
Direito Eleitoral TRE-SP 
Analistas e Técnico 
Aula 14 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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AULA 14 
AÇÕES ELEITORAIS 
Sumário 
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2 
2 - Ações Eleitorais .......................................................................................................... 2 
2.1 - Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) .......................................... 2 
2.2 - Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ......................................................... 15 
2.3 - Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) .................................................... 23 
2.4 - Representação do art. 96 da Lei das Eleições ......................................................... 27 
2.5 - Representação por Captação Ilícita de Sufrágio ...................................................... 32 
2.6 - Representação para Apuração de Arrecadação e de Gastos Ilícitos ........................... 34 
2.7 - Recurso Contra a Diplomação (RCED) ................................................................... 36 
3 - Questões ................................................................................................................. 40 
3.1 ± Questões sem Comentários ................................................................................. 41 
3.2 ± Gabarito ........................................................................................................... 52 
3.3 ± Questões com Comentários ................................................................................. 53 
4 - Resumo da Aula ....................................................................................................... 82 
5 - Considerações Finais ................................................................................................ 97 
 
20254870619
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Analistas e Técnico 
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AÇÕES ELEITORAIS 
1 - Considerações Iniciais 
Iremos abordar as seguintes ações eleitorais: 
 
Ok, vamos lá! 
2 - Ações Eleitorais 
2.1 - Ação de Impugnação de Registro de Candidatura 
(AIRC) 
A AIRC é uma ação eleitoral voltada para impedir que as pessoas escolhidas em 
Convenção Partidária sejam registradas perante a Justiça Eleitoral por três 
razões: 
x falta de atendimento das condições de elegibilidade; 
x existir alguma das hipóteses de inelegibilidade; ou 
x não apresentação dos documentos necessários ao registro de 
candidatura. 
No que diz respeito à terceira hipótese, a doutrina costuma mencionar que a 
apresentação dos documentos previstos no art. 11, §1º, da Lei das Eleições, é 
condição de procedibilidade do registro. Isso significa dizer que o registro da 
candidatura somente será efetuado (leia-se procedido) se estiverem presentes 
os documentos necessários ao registro. 
E quais são esses documentos? 
Vamos relembrar o art. 11, §1º: 
§ 1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos: 
I ± cópia da ata a que se refere o art. 8º [ata de Convenção do partido]; 
II ± autorização do candidato, por escrito; 
III ± prova de filiação partidária; 
IV ± declaração de bens, assinada pelo candidato; 
‡Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC)
‡Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE)
‡Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME)
‡Representação do art. 96 da Lei das Eleições
‡Representação por Captação Ilícita de Sufrágio
‡Representação para Apuração de Arrecadação e Gastos Ilícitos
‡Recurso Contra a Diplomação (RECD)
AÇÕES ELEITORAIS
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V ± cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo Cartório Eleitoral, de que o 
candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio 
no prazo previsto no art. 9º; 
VI ± certidão de quitação eleitoral; 
VII ± certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, 
Federal e Estadual; 
VIII ± fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça 
Eleitoral, para efeito do disposto no § 1º do art. 59; 
IX ± propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a 
Presidente da República. 
Portanto, para a sua prova... 
 
 
Natureza Jurídica 
A AIRC é uma ação penal ou cível, condenatória ou declaratória? 
É um assunto um pouco mais aprofundado, contudo, devemos saber que a AIRC 
constitui uma ação cível, não implicando qualquer repercussão penal. Do 
julgamento da AIRC haverá uma declaração negativa que impede o registro 
regular do candidato. 
Nesse contexto, vejamos a doutrina de Rodrigo Martiniano Ayres Lins1: 
A impugnação ao registro de candidatura a mandato eletivo configura o exercício de direito 
de ação, inaugurando um processo de conhecimento, com todas as fases que lhe são 
peculiares. É, portanto, uma ação civil de conhecimento, de conteúdo declaratório. 
Para a nossa prova... 
 
 
1 MARTINIANO, Rodrigo. Direito Eleitoral Descomplicado. 2ª edição, rev., atual. e ampl. São 
Paulo: Editora Ferreira. 
HIPÓTESES EM QUE CABE A 
AIRC
falta das condições elegibilidade
presença de uma das hipóteses de inelegibilidade
falta de algum dos documentos necessários ao registro 
(condições de procedibilidade)
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Na sequência, passaremos a estudar todo o procedimento processual da AIRC. 
As condições de elegibilidade, as hipóteses de inelegibilidade e as minúcias 
relativas à apresentação dos documentos já foram objeto de estudo por nós. Não 
é mesmo? Vamos, assim, analisar os arts. 3º a 17 da Lei de Inelegibilidade, os 
quais disciplinam o procedimento da AIRC. 
Mas, professor, esse assunto não foi tratado em aula anterior? 
Sim, já trouxemos esses dispositivos na aula de Inelegibilidades. Contudo, aqui 
vamos tratar dos temas de forma objetiva e sistematizada, tendo em vista a 
pretensão de que vocês compreendam e possam comparar a AIRC com as demais 
ações eleitorais. Perfeito? 
Legitimidade para a AIRC 
Legitimidade para atuar no processo constitui a possibilidade jurídica de ingressar 
com uma ação e de se defender em face de uma ação ajuizada contra si. 
Para saber se determinada pessoa possui legitimidade para ingressar com a ação, 
ela deve analisar qual o conteúdo que irá discutir. Assim, deve-se verificar se o 
interessado é legitimado para ingressar com a AIRC. 
Juridicamente fala-se em legitimidade ativa, ou seja, em legitimidade de 
ingressar com a ação. Por outro lado, a pessoa que foi acionada na ação eleitoral 
da AIRC será denominada de legitimada passiva, ou seja, virá ao processo para 
se defender contra as alegações de que não observou as condições de 
elegibilidade, de que incorreu numa das hipóteses de inelegibilidade ou de que 
deixou de apresentar algum dos documentos necessários ao registro. Quanto à 
legitimidade passiva, em regra, será acionado o candidato, conforme veremos 
adiante. 
Antes, porém, uma pergunta: 
E se a pessoa que ingressar com a ação não for legitimado ativo? E se a 
pessoacontra a qual se ingressou com o AIRC não for legitimado 
passivo? 
Nesse caso, faltará à ação eleitoral uma das condições da ação, causando 
a extinção do processo sem julgamento do mérito. É por isso que, para a 
aferição da legitimidade (passiva ou ativa), deve-se verificar qual é a matéria 
concretamente discutida. 
NATUREZA JURÍDICA DA 
AIRC
ação civil
ação declaratória
ação de conhecimento
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Legitimidade Ativa 
Para saber quem é o legitimado ativo da AIRC, vejamos o caput do art. 3º, da 
LI: 
Art. 3º Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, 
no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro de candidato, 
impugná-lo em petição fundamentada. 
Notem que o texto acima se refere ao candidato. Contudo, como alerta a 
doutrina, nesse dispositivo trata-se propriamente do pré-candidato, uma vez que 
o interessado se torna candidato apenas com deferimento do registro da 
candidatura. Não é mesmo? 
Portanto... 
 
 
Além disso, devemos atentar para alguns posicionamentos específicos do TSE. 
Dessa forma, não possuem legitimidade para ajuizar a AIRC: 
ª partido político coligado isoladamente (constitui a hipótese de o partido 
coligado não poder, individualmente, propor a ação. Nesse caso, a legitimidade 
será conferida exclusivamente à coligação)2; 
ª eleitor3 (embora não possa impugnar o registro da candidatura poderá oferecer 
a notícia de inelegibilidade ao Ministério Público); 
ª diretório municipal em eleição federal e estadual4; 
Portanto... 
 
 
2 Respe nº 30.842/2008, TSE. 
3 Acórdão TSE nº 23.556/2004, 549/2002, 20.267/2002, 14.807/1996 e 12.375/1992. 
4 REspe nº 26.861/2006, TSE. 
LEGITIMADOS ATIVOS
candidato/pré
-candidato
partido 
político coligações
Ministério 
Público
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Quanto ao Ministério Público, lembrem-se das regras abaixo: 
ª 1ª regra: a impugnação por parte de candidato, ou partido político, não 
impede a propositura da mesma ação pelo Ministério Público. 
ª 2ª regra: se o membro do Ministério Público, nos 2 anos anteriores, disputou 
cargo eletivo, integrando Diretório de partido ou exerceu atividade 
político-partidária, não poderá impugnar registro de candidatura. Embora o 
art. 3ª, §2º, da LI, mencione que o prazo é de 4 anos, com fundamento no art. 
80 da Lei Complementar nº 75/1993, o TSE entendeu, por intermédio da 
Resolução TSE nº 23.221/2010, que o prazo será de 2 anos. 
Essas são as regras relativas à legitimidade ativa no AIRC. Sigamos! 
Legitimidade passiva 
Aqui é tranquilo e não teremos maiores problemas com esse assunto. São 
legitimados passivos os pré-candidatos, ou seja, aqueles que pretendem registrar 
a candidatura perante a Justiça Eleitoral. 
 
 
Prazo e Competência da AIRC 
O prazo e a competência para o AIRC são dois assuntos fundamentais para a 
nossa prova. Portanto, atenção máxima aqui. 
Já citamos o art. 3º, caput, da LI, o qual dispõe expressamente que o prazo para 
interposição da AIRC é de CINCO DIAS. Esse prazo é decadencial e 
improrrogável. Vale dizer que, após o decurso dos cinco dias, que são contados 
da publicação do registro do candidato, os legitimados ativos (que podem 
ingressar com a ação) perdem o direito subjetivo de ajuizar a AIRC. 
NÃO POSSUEM 
LEGITIMIDADE PARA 
AJUIZAR A AIRC
partido político coligado 
em ação individualmente 
proposta
eleitor
diretório municipal em 
eleições fora da sua 
circunscrição
segundo o TSE
LEGITIMIDADE 
PASSIVA Pré-candidato
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De todo modo, atenção! Veremos adiante com maiores 
detalhes, mas se envolver condição de elegibilidade ou se 
tratar de alguma das hipóteses de inelegibilidade 
PREVISTAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO SE 
OBSERVA O PRAZO DE CINCO DIAS, podendo ser alegada a qualquer tempo, 
inclusive após o candidato ser eleito e diplomado. 
Então... 
 
 
No que diz respeito à competência para julgar a AIRC deve-se observar o cargo 
pleiteado. Ou seja, se envolver eleições municipais, a competência será do Juiz 
Eleitoral. Caso envolva eleições estaduais, compete ao TRE. Por fim, no que diz 
respeito às eleições para o cargo presidencial compete ao TSE o julgamento do 
AIRC. 
Portanto, para a prova... 
 
 
PRAZO DA 
AIRC
regra
cinco dias a contar da 
publicação do registro
exceção
condição de elegibilidade 
ou hipótese de 
inelegibilidade 
constitucionais
podem ser 
alegadas a 
qualquer 
tempo
TSE
Presidente
vice-Presidente
TRE
Senador
Deputado Federal
Deputado Estadual
Governador
vice-Governador
JUIZ ELEITORAL
Prefeito
vice-Prefeito
Vereador
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Procedimento 
Para finalizarmos o estudo da AIRC, resta analisar o procedimento. Vimos acima 
quem são os legitimados, qual é o prazo para ingressar com a ação e qual é o 
órgão julgador competente. Dessa forma, proposta corretamente a ação, ela será 
processada segundo as regras procedimentais que passaremos a estudar. 
De acordo com o caput do art. 3º, o qual citamos acima, a impugnação deverá 
ser apresentada em petição fundamentada. Em razão disso, o impugnante 
deverá especificar, já na peça inicial, as provas que pretende produzir, 
indicando as testemunhas, limitadas ao máximo de seis, que pretende ouvir. 
Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, 
NO PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, contados da publicação do pedido de registro do 
candidato, impugná-lo em petição fundamentada. 
§ 1° A impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não impede a ação 
do Ministério Público no mesmo sentido. 
§ 2° NÃO poderá impugnar o registro de candidato o representante do Ministério 
Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado 
diretório de partido ou exercido atividade político-partidária. 
§ 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende 
demonstrar a veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo 
de 6 (seis). 
Há jurisprudência do TSE no sentido de que é inadmissível a 
apresentação do rol de testemunhas em momento posterior à 
petição inicial5. 
 
 
Como a ação poderá ser ajuizada perante o Juiz Eleitoral, o TRE ou o TSE, vamos 
distinguir, por questões didáticas, cada um dos procedimentos, pois existem 
algumas regras específicas que devemos estar atentos. 
Procedimento perante o Juízo Eleitoral e Eventuais Recursos ao TRE e ao TSE 
Vamos iniciar pelo procedimento perante o juiz eleitoral, ou seja, aquele 
instaurado para impugnar o registro de candidatura aos cargos de Prefeito, de 
Vice-Prefeito e de Vereador. 
 
5 RMS nº 71926/2013, TSE. 
P
E
T
IÇ
Ã
O
 
IN
IC
IA
L
 D
E
 
A
IR
C
Fundamentada
Indicar o rol de testemunhas 
(máximo de 6)
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Ajuizada a AIRC, o candidato impugnado será notificado para, no PRAZO DE 
SETE DIAS, contestar a ação. Nessa oportunidade deverá trazer os documentos 
de prova que possuir, bem como indicar as testemunhas que pretende ouvir. 
Art. 4° A partir da data em que terminar o prazo para impugnação, passará a correr, após 
devida notificação, O PRAZO DE 7 (SETE) DIAS para que o candidato, partido político ou 
coligação possa contestá-la, juntar documentos, indicar rol de testemunhas e 
requerer a produção de outras provas, inclusive documentais, que se encontrarem em 
poder de terceiros, de repartições públicas ou em procedimentos judiciais, ou 
administrativos, salvo os processos em tramitação em segredo de justiça. 
Com a impugnação e com a contestação, o juiz avaliará o processo e decidirá 
quanto à necessidade de ouvir as testemunhas. Caso envolva exclusivamente 
matéria de direito e não haja necessidade, o juiz proferirá decisão 
(julgamento conforme o estado do processo). 
Por outro lado, se for relevante para o processo a oitiva das testemunhas, será 
designada audiência nos QUATRO DIAS SEGUINTES para a inquirição das 
testemunhas, nos termos do art. 5º, da LI. 
Art. 5° Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar apenas de matéria de 
direito e a prova protestada for relevante, serão designados OS 4 (QUATRO) DIAS 
SEGUINTES para inquirição das testemunhas do impugnante e do impugnado, as quais 
comparecerão por iniciativa das partes que as tiverem arrolado, com notificação judicial. 
§ 1° As testemunhas do impugnante e do impugnado serão ouvidas em uma só 
assentada. 
§ 2° NOS 5 (CINCO) DIAS SUBSEQÜENTES, o Juiz, ou o Relator, procederá a todas 
as diligências que determinar, de ofício ou a requerimento das partes. 
§ 3° No prazo do parágrafo anterior, o Juiz, ou o Relator, poderá ouvir terceiros, 
referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias 
que possam influir na decisão da causa. 
§ 4° Quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder 
de terceiro, o Juiz, ou o Relator, poderá ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo 
depósito. 
§ 5° Se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, 
poderá o Juiz contra ele expedir mandado de prisão e instaurar processo por crime de 
desobediência. 
Ainda em relação à oitiva das testemunhas, devemos destacar algumas 
informações relevantes: 
ª Serão ouvidas em uma única oportunidade, tanto as testemunhas do 
impugnante quanto as testemunhas do impugnado. 
ª Após a oitiva das testemunhas o juiz eleitoral poderá determinar as 
diligências necessárias, entre as quais está a possibilidade de oitiva das 
testemunhas referidas. 
Por testemunhas referidas devemos compreender aquelas 
pessoas que foram mencionadas pelas partes (nos 
respectivos depoimentos) ou por outras testemunhas (quando da oitiva). 
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Além disso, é conferido ao juiz, ainda, a possibilidade de determinar a 
apresentação de documentos que estejam em poder terceiros e que possam 
servir de subsídio para julgar o processo de inelegibilidade. 
Encerrada a instrução, faculta-se a apresentação das alegações finais no prazo 
comum de 5 dias. 
Art. 6° Encerrado o prazo da dilação probatória, nos termos do artigo anterior, as partes, 
inclusive o Ministério Público, poderão apresentar ALEGAÇÕES NO PRAZO COMUM 
DE 5 (CINCO) DIAS. 
Vejamos duas observações: 
ª O prazo para alegações finais é comum. Isso significa dizer que as 
partes terão os mesmos 5 dias para apresentar as alegações finais. Dito de 
outro modo, o impugnado não pode aguardar o prazo de 5 dias do 
impugnante para, somente após, apresentar suas razões finais. 
ª A atuação do Ministério Público nos processos de inelegibilidade 
é obrigatória. Nesse sentido, quando o MP não ajuizar demanda própria, 
deverá participar da lide na qualidade de fiscal da lei (custos legis). Nessa 
hipótese, o MP, embora não seja parte, poderá apresentar alegações finais. 
Após a apresentação das alegações finais, os autos serão conclusos ao juiz ou ao 
tribunal respectivo para julgamento. 
Art. 7° Encerrado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Juiz, ou ao Relator, 
no dia imediato, para sentença ou julgamento pelo Tribunal. 
Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da prova, 
atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas 
partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu convencimento. 
Vimos acima que o juiz eleitoral é responsável pelo julgamento das impugnações 
apresentadas em face de candidatos aos cargos de Prefeito, de Vice-Prefeito e de 
Vereador. Em relação a essas impugnações, a LI determina o prazo de TRÊS 
DIAS para a prolação da sentença. Além disso, consta do referido dispositivo 
o prazo de TRÊS DIAS para apresentação de recurso ao TRE respectivo. 
Vejamos os arts. 8º e 9º, da LI. 
Art. 8° Nos pedidos de registro de candidatos a eleições municipais, o Juiz Eleitoral 
apresentará a sentença em cartório 3 (TRÊS) DIAS APÓS A CONCLUSÃO DOS 
AUTOS, passando a correr deste momento o PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS PARA A 
INTERPOSIÇÃO DE RECURSO para o Tribunal Regional Eleitoral. 
§ 1° A partir da data em que for protocolizada a petição de recurso, passará a correr o prazo 
de 3 (três) dias para a apresentação de contra-razões. 
§ 2° Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal 
Regional Eleitoral, inclusive por portador, se houver necessidade, decorrente da exigüidade 
de prazo, correndo as despesas do transporte por conta do recorrente, se tiver condições 
de pagá-las. 
Art. 9° Se o Juiz Eleitoral não apresentar a sentença no prazo do artigo anterior, o 
prazo para recurso só começará a correr após a publicação da mesma por edital, 
em cartório. 
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o Corregedor Regional, de 
ofício, apurará o motivo do retardamento e proporá ao Tribunal Regional Eleitoral, se for o 
caso, a aplicação da penalidade cabível. 
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Quanto a esse dispositivo é imprescindível que destaquemos três Súmulas do 
TSE: 
ª Súmula TSE nº 10: 
Súmula TSE nº 10/1992 
A contagem do prazo de recurso não se altera quando a sentença é entregue antes dos 3 
(três) dias previstos. 
ª Súmula TSE nº 3: 
Súmula TSE nº 3/1992 
Não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o 
documento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com o recurso 
ordinário. 
ª Súmula TSE nº 11: 
Súmula TSE nº 11/1992 
Ilegitimidade do partido que não impugnou o registro de candidato para recorrer da 
sentença que o deferiu, salvo se cuidar de matéria constitucional. 
Vimos que o juiz eleitoral terá o prazo de três dias para apresentar a sentença e, 
em seguida, independentemente de intimação, inicia-se o prazo para recurso. 
Apresentado o recurso pela parte interessada, nos três dias seguintes, abre-se 
prazo para contrarrazões. Apresentadas as contrarrazões, os autos serão 
remetidos imediatamente para o TRE. 
Remetidos os Autos ao TRE, no mesmo dia serão tomadas duas providências: 
Ö A Secretaria respectiva autuará o processo e apresentará ao Presidente do 
TRE. 
Ö O Presidente do TRE distribuiráe determinará vistas ao Procurador Regional 
para parecer. 
O prazo para apresentação de parecer pelo Procurador será de DOIS DIAS. 
Após o decurso desse prazo, havendo, ou não, parecer, os autos serão 
encaminhados ao Relator que, em TRÊS DIAS, levará o processo a 
julgamento no Tribunal. É o que dispõe o art. 10, da LI. 
Art. 10. Recebidos os autos na Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral, estes serão 
autuados e apresentados no mesmo dia ao Presidente, que, também na mesma data, 
os distribuirá a um Relator e mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo 
PRAZO DE 2 (DOIS) DIAS. 
Parágrafo único. Findo o prazo, com ou sem parecer, os autos serão enviados ao 
Relator, que os apresentará em mesa para julgamento em 3 (TRÊS) DIAS, 
independentemente de publicação em pauta. 
Notem que os prazos são apertados, não havendo margem, portanto, para 
atrasos no transcurso do processo. Tanto é assim que se o Procurador Regional 
não apresentar parecer no prazo de dois dias, o processo voltará para o 
relator que dará seguimento ao feito, ainda que o parecer não tenha sido 
juntado. Além disso, dispõe o § único acima que não é necessário dar 
publicidade à inclusão do processo na pauta de julgamento, uma vez que 
os processos deverão ser acompanhados pelas partes interessadas. 
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Poderão ser realizadas até duas reuniões no TRE para a discussão do 
recurso. Após a elaboração do relatório, faculta-se a palavra às partes e ao 
Procurador Regional. Em seguida, será proferido o voto do relator e dos demais 
juízes julgadores. Apurados os votos, o resultado será proclamado. Vejamos o 
art. 11, da LI. 
Art. 11. Na sessão do julgamento, que poderá se realizar em até 2 (duas) reuniões seguidas, 
feito o relatório, facultada a palavra às partes e ouvido o Procurador Regional, proferirá o 
Relator o seu voto e serão tomados os dos demais Juízes. 
§ 1° Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá para lavratura do acórdão, no qual serão 
indicados o direito, os fatos e as circunstâncias com base nos fundamentos do Relator ou 
do voto vencedor. 
§ 2° Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do acórdão, passando a correr 
dessa data o prazo de 3 (três) dias, para a interposição de recurso para o Tribunal Superior 
Eleitoral, em petição fundamentada. 
Após o final da sessão de julgamento, faz-se a leitura e a publicação do 
acórdão, passando, a partir daí, a correr o prazo de TRÊS DIAS para recurso 
do acórdão para o TSE. 
Apresentado o recurso ao TSE, abre-se prazo de 3 dias para as contrarrazões. 
Em relação às contrarrazões é importante salientar que a LI prevê expressamente 
que a notificação ocorrerá por telegrama. 
Apresentadas as contrarrazões, os autos serão remetidos imediatamente ao TSE. 
É o que prescreve o art. 12, da LI. 
Art. 12. Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, a partir da data em que for 
protocolizada a petição passará a correr O PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS para a 
apresentação de contra-razões, notificado por telegrama o recorrido. 
Parágrafo único. Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos 
ao Tribunal Superior Eleitoral. 
Finalizamos, assim, o procedimento de impugnação perante o juiz eleitoral. 
Procedimento no TRE e no TSE 
Na sequência passaremos às regras relativas à impugnação de registro de 
candidatura de postulantes aos cargos de Senador da República, de 
Deputados Estadual e Federal e de Governador e de Vice-Governador, 
cujo processo tramita perante o TRE. 
Essas mesmas regras serão observadas em relação ao processo de impugnação 
do registro de candidatura aos cargos de Presidente e de Vice-Presidente que 
tramitam diretamente perante o TSE. Nessa última hipótese, por óbvio, não 
haverá que se falar em recurso. 
De acordo com os arts. 13 e 14, da LI, devem ser observadas as regras 
constantes do art. 10 e 11, da LI. 
Art. 13. Tratando-se de registro a ser julgado originariamente por Tribunal Regional 
Eleitoral, observado o disposto no art. 6° desta lei complementar, o pedido de registro, com 
ou sem impugnação, SERÁ JULGADO EM 3 (TRÊS) DIAS, independentemente de 
publicação em pauta. 
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Parágrafo único. Proceder-se-á ao julgamento na forma estabelecida no art. 11 
desta lei complementar e, havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, observar-
se-á o disposto no artigo anterior. 
Art. 14. No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos sobre registro de candidatos serão 
processados e julgados na forma prevista nos arts. 10 e 11 desta lei complementar. 
Vamos aproveitar para repassar os dispositivos em forma de tópicos: 
ª remetidos os Autos ao TRE/TSE a Secretaria respectiva autuará o 
processo e apresentará ao Presidente, que distribuirá e determinará ao 
vista Procurador Regional ou ao Procurador Geral, para parecer. 
AUTUAÇÃO > DISTRIBUIÇÃO > VISTA AO PROCURADOR 
ª O parecer deve ser apresentado em DOIS DIAS. 
ª Após, os autos serão encaminhados ao Relator, que em TRÊS DIAS 
levará o processo a julgamento no Tribunal. 
O processo será julgado em TRÊS DIAS. 
ª Faculta-se às partes a apresentação de alegações finais no prazo 
comum de TRÊS DIAS. 
ª Inclusão em pauta para julgamento, independentemente de 
publicação. 
ª Poderão ser realizadas até duas reuniões para a discussão do 
processo. 
ª Relatório, sustentação oral e voto do relator. 
ª Julgamento e proclamação do resultado. 
ª Leitura e publicação do acórdão, passando, a partir de então, a correr o 
prazo de TRÊS DIAS para recurso do acórdão para o TSE, se for o caso. 
Com o trânsito em julgado da sentença, ou acórdão, que julga procedente a 
impugnação do registro, podem ocorrer duas situações: 
Ö Nega-se o registro ao candidato; ou 
Ö Se já concedido, o registro será cancelado. 
Vejamos o art. 15, da LI, que trata do assunto. 
Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado 
que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou 
cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da apresentação 
de recurso, deverá ser comunicada, de imediato, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão 
da Justiça Eleitoral competente para o registro de candidatura e expedição de diploma do 
réu. 
Todo o procedimento é célere e os prazos são peremptórios e não se suspendem, 
conforme art. 16: 
Ö peremptórios. Por peremptório devemos compreender que os prazos são 
irreleváveis, não podem ser dilatados muito menos descumpridos pelas 
partes; e 
Ö não se suspendem aos sábados, domingos e feriados. 
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Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintes desta lei complementar são 
peremptórios e contínuos e correm em secretaria ou Cartório e, a partir da data do 
encerramento do prazo para registro de candidatos, não se suspendem aos sábados, 
domingos e feriados. 
Com a decisão de inelegibilidade do candidato, com a finalidade de que o partido 
político não fique sem candidato, permite-se a indicação de novo candidato, ainda 
que já tenha expirado o prazo para registro das candidaturas, conforme dispõe o 
art. 17, da LI. 
Art. 17. É facultado ao partido políticoou coligação que requerer o registro de 
candidato considerando inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em 
julgado tenha sido proferida após o termo final do prazo de registro, caso em que a 
respectiva Comissão Executiva do Partido fará a escolha do candidato. 
Finalizamos, assim, o estudo do AIRC. 
Para a nossa prova... 
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2.2 - Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) 
A AIJE está prevista no art. 22, da LI. Trata-se de ação que tem por finalidade 
apurar o abuso de poder político ou econômico nas eleições, que possa 
afetar a normalidade e a legitimidade do processo eleitoral. Além disso, utiliza-
‡fundamentada
‡provas
‡testemunhas: até 6
AJUIZAMENTO 
DA AIRC
‡documentos
‡provasCONTESTAÇÃO
‡matéria de direito: julgamento 
conforme o estado do processo
‡caso contrário, 4 dias para instruçãoINSTRUÇÃO
‡nos 5 dias subsequentes
‡depósito de documento em poder 
de 3º
‡testemunhas referidas
DILIGÊNCIAS
‡5 dias comuns 
(partes + MP)
ALEGAÇÕES 
FINAIS
‡Juiz EleitoraL: 3 dias
‡TRE/TSE: autuação e distribuição, 
Presidente, vista aos Procuradores e, 
após, apresentado para julgamento
CONCLUSÃO
‡3 diasRECURSO
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se a ação para apurar condutas violadoras da Lei das Eleições no que diz 
respeito à arrecadação e aos gastos de recursos eleitorais, bem como em 
relação às doações acima dos limites legais. 
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá 
representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando 
fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial 
para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de 
autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em 
benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: 
Portanto, a AIJE constitui um instrumento importante para: 
 
 
Natureza Jurídica 
A AIJE, assim como a AIRC que estudamos anteriormente, constitui uma ação 
cível, de conhecimento, constitutiva, que objetiva decretar a inelegibilidade 
do candidato por abuso de poder nas eleições e arrecadação, gastos e doações 
irregulares. 
Assim... 
 
Vimos as hipóteses de cabimento e a natureza jurídica da ação. Sigamos para a 
análise dos legitimados, dos prazos e da competência. 
Legitimidade para a AIJE 
No que diz respeito à legitimidade para propositura da AIJE, serão observadas as 
mesmas regras relativas à legitimidade para o ajuizamento da AIRC. 
Logo: 
‡Apurar o abuso de poder político ou econômico nas eleições, capazes de afetar
a normalidade e a legitimidade do processo eleitoral.
‡Apurar arracadação e gastos irregulares de recursos eleitorais.
‡Apuração de doações eleitorais irregulares.
AIJE
NATUREZA 
JURÍDICA DA AIRC
ação civil
ação constitutiva
ação de 
conhecimento
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Legitimidade Ativa 
Poderão, portanto, ingressar com a AIJE o candidato (ou pré-
candidato), o partido político, a coligação e o Ministério Público 
Eleitoral. 
É importante relembrarmos que, do mesmo modo, não poderão ajuizar 
a AIJE, conforme entendimento do TSE, o partido político coligado em 
ação individualmente proposta, o eleitor e o diretório de partido político. 
Legitimidade Passiva 
No que diz respeito à legitimidade passiva, será acionado em AIJE o candidato. 
Prazo e Competência 
Antes de analisarmos o procedimento da AIJE, vejamos o prazo e a competência 
para julgamento da presente ação eleitoral. 
Se pesquisarmos na legislação eleitoral o prazo para propositura da AIJE, não 
encontraremos um prazo definido, nem sequer prazo inicial ou prazo final para 
ajuizamento da ação. Nesse contexto, é necessário nos socorrer à doutrina. 
No que diz respeito ao prazo inicial, segundo a doutrina, o AIJE poderá ser 
proposto a partir do registro da candidatura, tal como vimos em relação ao 
AIRC. O que define qual das ações deve ser proposta, como vimos, é o que se 
pretende impugnar. 
Há, contudo, julgados no TSE permitindo o ingresso com a AIJE 
mesmo antes de iniciado o processo eleitoral. No RO nº 
1.530, por exemplo, o TSE analisou uma decisão em AIJE, 
processada e julgada fora do período eleitoral, dada a potencialidade de abuso 
do poder pelo uso indevido dos meios de comunicação e pelo abuso do poder 
econômico, em razão da ampla tiragem de um veículo de comunicação distribuído 
gratuitamente. 
Quanto ao prazo final, em regra, afirma-se que até o final do processo 
eleitoral poderá ser intentada a AIJE. Contudo, em razão da jurisprudência do 
TSE flexibilizando o prazo, considera-se que a AIJE poderá ser proposta a 
qualquer tempo, desde que capaz de caracterizar abuso do poder econômico 
que possa influenciar negativamente nas eleições vindouras. 
Portanto... 
 
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No que diz respeito a competência, se olharmos novamente o art. 22, caput, da 
LI notamos a menção à Corregedoria Eleitoral. Desse modo, quando envolver 
eleição para os cargos de Presidente e de Vice-Presidente a ação será ajuizada 
perante o Corregedor-Geral da República. Na ação em relação aos cargos de 
Governador, de Vice-Governador, de Senador da República, de Deputados 
Federais e Estaduais a competência será do Corregedor-Regional Eleitoral. 
Não há, entretanto, previsão no art. 22 quanto à competência para julgar o AIJE 
proposta contra o Prefeito e Vice-Prefeito. O art. 24 da LI, entretanto, assim 
prevê: 
Art. 24. Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente para conhecer e 
processar a representação prevista nesta Lei Complementar, exercendo todas as funções 
atribuídas ao Corregedor-Geral ou Regional, constantes dos incisos I a XV do art. 22 desta 
Lei Complementar, cabendo ao representante do Ministério Público Eleitoral em função da 
Zona Eleitoral as atribuições deferidas ao Procurador-Geral e Regional Eleitoral, observadas 
as normas do procedimento previstas nesta Lei Complementar. 
Tal previsão decorre do fato de que não há corregedoria no âmbito municipal. 
Desse modo, nas eleições para Prefeito, para vice-Prefeito e para vereador a 
competência para processar e julgar a AIJE é do Juiz Eleitoral. 
Para a nossa prova... 
 
PRAZO
em regra
a partir do registro da 
candidatura até o final do 
processo eleitoral
excepcionalmente
ainda que fora do período 
eleitoral, desde que 
caracterize abuso do poder 
político ou econômico 
capaz de influir 
negativamente as eleições 
vindouras
COMPETÊNCIA DO AIJE
Corregedor-Geral Eleitoral
Presidente e vice-
Presidente da República
Corregedor-Regional 
Eleitoral
Governador e vice-
Governador, Senador da 
República, Deputado 
Federal e Estadual
Juiz Eleitoral
Prefeito, vice-Prefeito e 
vereador
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Procedimento 
O procedimento da AIJE vem disciplinado nos incisos do art. 22. Antes de 
analisarmos as regras procedimentais, devemos saber que o procedimento é 
considerado sumaríssimo, tendo em vista que é célere, com prazos reduzidos. 
Além disso, o procedimento que passaremos a analisar aplica-se não apenas à 
AIJE, mas também à representação por captação ilícita de sufrágio, à 
representação para apuração de arrecadação e de gastos ilícitos e às 
representações por doações irregulares. 
Assim: 
 
A petição inicial da AIJE deve apresentar os requisitos processuais de uma ação 
cível normal, observando o que dispõe o CPC. Além disso, deve ser 
fundamentada, dirigindo-se ao Juiz ou ao Corregedor competente. 
Conforme disciplina o inc. I, o Corregedor atuará na função de relator do 
processo, despachando a inicial e determinando a citação do candidato acionado 
judicialmente. Se faltar algum requisito necessário à petição inicial, o julgador 
indeferirá, desde logo, a petição. Quando a competência for do Juiz Eleitoral, do 
mesmo modo, ele despachará a inicial e citará o réu. 
I ± o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao 
despachar a inicial, adotará as seguintes providências: 
a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-
lhe a segunda via apresentada pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de 
que, no PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e 
rol de testemunhas, se cabível; 
b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for 
relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da 
medida, caso seja julgada procedente; 
c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar 
algum requisito desta Lei Complementar; 
Após a citação, o representado terá prazo de cinco dias para apresentar sua 
defesa, indicando testemunhas e documentos. 
Mais importante é a prevismR�GD�DOtQHD�³E´�TXH�GLVFLSOLQD�D�
medida cautelar na AIJE. Em regra, a antecipação de tutela 
e da medida cautelar não são permitidas na seara eleitoral. 
Contudo, em relação à AIJE, há expressa previsão da medida 
cautelar, desde que presentes os requisitos. Portanto, atenção! 
O
 P
R
O
C
E
D
IM
E
N
T
O
 
D
A
 A
IJ
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L
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A
-S
E
 
A
Representação por captação ilícita de sufrágio
Representação para apuração de arrecadação e de gastos ilícitos
Representações por doações irregulares
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O inc. II prevê que, em caso de deferimento da petição da AIJE, o legitimado 
ativo poderá requerer a análise da petição pelo Tribunal Respectivo, que 
decidirá no prazo de 24 horas. Registre-se que essa possibilidade de reanálise 
está limitada ao TRE e ao TSE, que são órgãos judiciais colegiados. No âmbito 
das eleições municipais, portanto, conforme entendimento do TSE, não é possível 
invocar o inc. III. 
II ± no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a 
solução, poderá o interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 
(vinte e quatro) horas; 
O inc. III prevê uma regra específica para os procedimentos que tramitam 
perante o TRE. Está disciplinado que, quando a AIJE não for processada 
regularmente ou quando houver demora, o interessado poderá acionar o TSE 
para que tome as providências necessárias. 
III ± o interessado, quando [não] for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao 
conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências 
necessárias; 
Vejamos, ainda, os incisos IV e V: 
IV ± feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício 
endereçado ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la 
ou dar recibo; 
V ± findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) 
dias para inquirição, em uma só assentada, de testemunhas arroladas pelo 
representante e pelo representado, até o MÁXIMO DE 6 (SEIS) para cada um, as quais 
comparecerão independentemente de intimação; 
Após o prazo para apresentação da resposta haverá uma audiência de instrução 
para a produção das provas. Prevê o inc. V, acima citado, que cada parte poderá 
arrolar seis testemunhas. Lembre-se, é o mesmo número de testemunhas 
que podem ser arroladas na AIRC. 
Após a audiência de instrução, abre-se novo prazo de três dias para eventuais 
diligências e requerimentos determinados pelo julgador. Nesse prazo, além da 
oitiva de testemunhas referidas, poderá o juiz determinar o depósito de 
documentos em poder de terceiros. 
Nesse contexto, vejamos os incs. VI a IX: 
VI ± nos 3 (TRÊS) DIAS SUBSEQÜENTES, o Corregedor procederá a todas as diligências 
que determinar, ex officio ou a requerimento das partes; 
MEDIDA CAUTELAR 
NA AIJE REQUISITOS
quando for relevante o 
fundamento E
quando do ato 
impugnado puder 
resultar a ineficiência 
da medida se julgada 
procedente
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VII ± no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas 
partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir 
na decisão do feito; 
VIII ± quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de 
terceiro, inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, 
ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias; 
IX ± se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a Juízo, o 
Juiz poderá expedir contra ele mandado de prisão e instaurar processo por crime de 
desobediência; 
Com o encerramento da instrução os autos serão remetidos ao Ministério 
Público Eleitoral para parecer e para que as partes apresentem alegações 
finais no prazo comum de dois dias. 
X ± encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público, 
poderão apresentar alegações no prazo comum de 2 (dois) dias; 
Em seguida, os autos serão encaminhados ao Corregedor no dia seguinte. Em 
três dias o Corregedor deverá apresentar o relatório para inclusão do feito em 
pauta, para julgamento. 
XI ± terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Corregedor, no dia 
imediato, para apresentação de relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado; 
XII ± o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (TRÊS) DIAS, e os autos da 
representação serão encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido 
de inclusão incontinenti do feito em pauta, para julgamento na primeira sessão 
subseqüente; 
XIII ± no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá vista dos autos por 
48 (quarenta e oito) horas, para se pronunciar sobre as imputações e conclusões do 
relatório; 
Tal como fizemos em relação à AIRC, vejamos um esquema geral. 
 
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Para a nossa prova... 
 
 
‡fundamentada
‡observar os requisitos da legislação 
processual civil
PETIÇÃO 
INICIAL
‡Corregedor terá atribuições do relator.
‡Corregedor poderá suspender o ato 
que deu ensejo à AIJE.
COMPETÊNCIA 
e SUSPENSÃO 
LIMINAR
‡Seráindeferido se faltar algum 
requisito.
‡Cabe recurso para o tribunal, no prazo 
de 24 horas.
‡5 dias após ciência
‡Defesa, com documentos e com 
arrolamento de até 6 testemunhas
INDEFERIMENTO 
LIMINAR e 
DEFESA
‡nos 5 dias seguintes
‡diligências, testemunhas referidas e 
documentos em poder de terceiros
INSTRUÇÃO
‡partes e MP
‡prazo comum de 2 dias
‡no TRE/TSE 48 horas para parecer 
dos procuradores
ALEGAÇÕES 
FINAIS
‡no dia imediato
‡relatório conclusivo em 3 diasCONCLUSÃO
‡Inclusão, in continenti, para 
julgamento da próxima sessão.JULGAMENTO
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Consequência da procedência da AIJE 
O inc. XIV, do art. 22, é bastante importante e prevê a consequência do 
julgamento procedente da AIJE. De acordo com o dispositivo, será declarada a 
inelegibilidade do representado que permanecerá inelegível para as eleições 
que se realizarem nos próximos oito anos. Além disso, será cassado o 
registro e o Ministério Público será informado para apurar eventual crime 
eleitoral. 
XIV ± julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o 
Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a 
prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem 
nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro 
ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou 
pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando 
a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, 
se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie 
comportar; 
Para a nossa prova é fundamental conhecer as consequências do julgamento 
procedente da AIJE: 
 
 
Vejamos, por fim, o inc. XVI: 
XV ± Revogado. 
XVI ± para a configuração do ato abusivo, NÃO será considerada a potencialidade 
de o fato alterar o resultado da eleição, mas APENAS A GRAVIDADE DAS 
CIRCUNSTÂNCIAS QUE O CARACTERIZAM. 
Finalizamos, assim, o estudo da AIJE. Sigamos! 
2.3 - Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) 
Previsão constitucional e hipóteses de cabimento 
A AIME é uma ação eleitoral que tem sede constitucional, vejamos o que dispõe 
o art. 14, § 10 e 11, da CF: 
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de 
QUINZE DIAS contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder 
econômico, corrupção ou fraude. 
SE PROCEDENTE, 
A AIJE, 
ACARRETARÁ EM
declaração de inelegibilidade por 8 anos
cassação do registro
comunicação ao MP para ingresso com 
eventual ação criminal eleitoral
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§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo 
o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
Portanto, podemos afirmar que a AIME constitui uma garantia constitucional 
fundamental. 
Segundo a doutrina de Néviton Guedes6: 
O poder constituinte instituiu, neste dispositivo, ação constitucional de natureza civil, com 
propósito de garantir a higidez e a legitimidade do processo eleitoral, visando garantir, 
especialmente, a igualdade e a liberdade do sufrágio. 
Dessa forma, a AIME constitui um importante instrumento de democracia, ou 
seja, uma ação eleitoral constitucionalmente prevista, que visa a invalidar 
diplomas de candidatos que tenham praticado abuso de poder econômico, 
corrupção ou fraude durante o processo eleitoral, com a finalidade de 
manter a normalidade e a legitimidade do exercício do sufrágio. 
Assim... 
 
Portanto, são três as hipóteses de cabimento da AIME expressamente previstas, 
mais uma quarta que analisaremos na sequência. 
 
 
ª O abuso de poder já foi analisado em aula anterior. Devemos lembrar que o 
abuso de poder é caracterizado diante de conduta abusiva de utilização de 
recursos financeiros, públicos ou privados, ou de acesso a bens ou 
 
6 CANOTILHO, J. J. Gomes [et. al.]. Comentários à Constituição do Brasil, São Paulo: Editora 
Saraiva, Portugal: Editora Medina, 2013, versão eletrônica. 
OBJETIVO
invalidar diplomas quando houver a prática de 
abuso de poder econômico, de corrupção ou de 
fraude durante o processo eleitoral
FINALIDADE manter a normalidade e a legitimidade do exercício do sufrágio
HIPÓTESES DE 
CABIMENTO DA AIME
abuso de poder econômico
corrupção
fraude
matéria constitucional não 
alegada em tempo oportuno
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serviços em virtude do exercício de cargo público que tenha 
potencialidade para gerar desequilíbrio entre os candidatos, afetando a 
legitimidade e a normalidade das eleições. 
ª A corrupção, por sua vez, relaciona-se ao que está previsto no art. 299 do CE: 
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, 
dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer 
abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: (...) 
Desse modo, as condutas acima, além de gerarem a possibilidade de condenação 
do crime eleitoral, implicam também a possibilidade de serem acionados em sede 
de AIME. 
ª A fraude refere-se à votação com prejuízo indiscutível à lisura e à legitimidade 
do pleito eleitoral. 
Ademais, de acordo com o TSE, para configurar uma das hipóteses de AIME é 
necessária a constatação da potencialidade lesiva capaz de afetar as 
eleições. 
ª A quarta hipótese mencionada no esquema refere-se ao ajuizamento da AIME 
quando envolver violações à Constituição Federal não arguidas em tempo 
oportuno. 
Se vocês estiverem atentos, vimos nas páginas acima que o AIRC deve ser 
ajuizado no prazo de 5 dias a contar da publicação do registro da candidatura. 
Ademais, existem algumas regras constitucionais que trazem regras eleitorais 
específicas, cujo descumprimento não há previsão de uma ação eleitoral própria. 
Nesses casos, a doutrina e a jurisprudência entendem que poderá ser 
apresentada a AIME, desde que o fato impugnado não tenha sido objeto de 
análise em ação judicial anterior. 
Desse modo, são exemplos de matérias que podem ser discutidas pelo rito do 
AIME: 
 
Legitimidade para a AIME 
Novamente o assunto aqui é bastante tranquilo, uma vez que retrata o que vimos 
em relação à AIRC e à AIJE: 
inelegibilidades 
constitucionais reeleição
incompatibilidades 
constitucionais
perda e suspensão 
dos direitos políticos
filiação partidária domicílio eleitoral
idade mínima para 
concorrer aos 
mandatos eletivos
número de vagas ao 
Poder Legislativo
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Legitimidade Ativa 
Poderão ingressar com a AIME, portanto, o candidato (ou pré-candidato), o 
partido político, a coligação bem como o Ministério Público Eleitoral. 
Legitimidade Passiva 
No que diz respeito à legitimidade passiva, será réu na ação de ação de 
impugnação de mandato eletivo diplomados infratores de abuso de poder 
econômico ou político ou quecometeram fraude ou corrupção eleitoral. 
 
Prazo e competência 
Conforme vimos no dispositivo constitucional, o prazo para ajuizamento da AIME 
é de 15 dias, contados da diplomação. 
Esse prazo é decadencial, de modo que ultrapassado o prazo de 15 dias, o 
interessado perde o direito subjetivo de acionar judicialmente candidato eleitoral 
e diplomado. 
Logo, para a nossa prova... 
 
 
No que diz respeito à competência para processar e julgar a AIME observa-se a 
mesma regra relativa à AIRC. 
Desse modo, para as eleições municipais quem processa e julga é o juiz eleitoral. 
Nas eleições estaduais/gerais o responsável pelo julgamento é o TRE. Já em 
relação às eleições presidenciais o TSE será o competente para o processamento 
da AIME. 
Procedimento 
Em relação ao procedimento da AIME é obrigatório conhecer duas informações. 
Primeiro, trata-se de uma ação que tramita em segredo de justiça. Segundo, o 
AIME é uma ação gratuita, salvo se temerária ou comprovada a má-fé. 
Logo: 
LEGITIMADO 
PASSIVO DA AIME
diplomados infratores de abuso de poder 
econômico ou político ou que cometeram 
fraude ou corrupção eleitoral
PRAZO DA 
AIME
15 dias 
contados da 
diplomação
decadencial
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Fora esse regramento, não há previsão legal a respeito do procedimento da AIME. 
Já houve discussão quanto ao procedimento subsidiário a ser adotado, dada a 
ausência de previsão legal. Atualmente, o procedimento da AIME é disciplinado 
pela Resolução 21.634/2004, que determinou a aplicação do mesmo 
procedimento utilizado pela AIRC. 
Desse modo, aplica-se também à AIME as regras previstas entre os arts. 3º a 17 
da Lei de Inelegibilidade, que já estudamos acima. 
Consequência da procedência da AIME 
De todo modo, caso julgada procedente, a AIME, haverá a desconstituição do 
diploma concedido ao candidato e se já estiver exercendo o cargo político, o 
julgamento impõe a perda do mandato eletivo. 
 
 
Finalizamos, assim, mais uma ação eleitoral! 
2.4 - Representação do art. 96 da Lei das Eleições 
A Lei nº 9.504/1997 ± denominada de Lei das Eleições ± estabelece uma série de 
regras atinentes ao procedimento eleitoral, disciplinando assuntos muito 
importantes, como registro de candidaturas e propaganda eleitoral. Ao final do 
seu texto há a previsão de representação por descumprimento das regras 
relativas às eleições. Tal representação é mais uma das ações eleitorais que 
nos compete estudar neste tópico. 
Hipóteses de cabimento 
Logo, será cabível a Representação sempre que houver violação à Lei das 
Eleições. 
PROCEDIMENTO
tramita em segredo 
de jusitça
gratuita, salvo
temerária
comprovada má-fé
CONSEQUÊNCIA DA 
PROCEDÊNCIA DA 
AIME
para o diplomado 
ainda não empossado
desconstituição do 
diploma
para o diplomado que 
já está exercendo as 
funções políticas
perda do mandato 
eletivo
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Legitimidade para a Representação da LE 
Legitimidade Ativa 
A legitimidade ativa observa o padrão que temos visto até agora, ou seja, são 
legitimados para ajuizar a representação prevista no art. 96, da LE, o partido 
político, a coligação ou o candidato. 
É o que se extrai do art. 96, caput, da LE: 
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou 
representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas por qualquer partido 
político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se: (...) 
Note que não há previsão expressa para o Ministério Público Eleitoral. Assim, 
pergunta-se: 
Terá o MP legitimidade para ajuizar a Representação prevista no Art. 96 
da LE? Qual o fundamento? 
De acordo com a doutrina e com o entendimento pacífico do TSE, o Ministério 
Público Eleitoral tem legitimidade para ajuizamento da Representação, uma vez 
que se trata do exercício natural das funções institucionais do Ministério Público. 
Não faz sentido, portanto, conferir interpretação restritiva ao dispositivo acima 
mencionado. 
Portanto... 
 
 
Legitimidade Passiva 
O legitimado passivo será aquele que violar a regras constantes da Lei das 
Eleições. Assim, em regra, o candidato será o legitimado passivo. 
HIPÓTESE DE 
CABIMENTO
Violação à Lei 
das Eleições
LEGITIMADOS ATIVOS
candidato/pré-
candidato partido político coligações
Ministério 
Público
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Prazo e competência 
No que diz respeito ao prazo, entende-se que a ação poderá ser ajuizada sempre 
que houver violação à Lei das Eleições, sem delimitação fixa de prazos. 
Em relação à competência para julgar a representação, vejamos novamente o 
que dispõe o art. 96 e os respectivos incisos: 
Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou 
representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas por qualquer partido 
político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se: 
I ± aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais; 
II ± aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais; 
III ± ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial. 
Tranquilo, né? É exatamente a mesma competência conferida para julgar a 
AIRC e a AIME. 
 
Antes de seguirmos, vamos analisar algumas regras específicas atinentes à 
competência. Segundo o §2º, do art. 96, da LE, quando envolver competência do 
Juiz Eleitoral cujo município é abrangido por mais de uma Zona Eleitoral, compete 
ao TRE determinar, entre os juízes eleitorais, qual será o competente para a 
análise das representações. 
§ 2º Nas eleições municipais, quando a circunscrição abranger mais de uma Zona 
Eleitoral, o Tribunal Regional designará um Juiz para apreciar as reclamações ou 
representações. 
LEGITIMIDADE 
PASSIVA
quem violar a Lei 
das Eleições
TSE
Presidente
vice-Presidente
TRE
Senador
Deputado Federal
Deputado Estadual
Governador
vice-Governador
JUIZ ELEITORAL
Prefeito
vice-Prefeito
Vereador
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O §3º, por sua vez, prevê que no âmbito do TRE serão designados três juízes 
auxiliares para apreciar as representações. 
§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão TRÊS JUÍZES AUXILIARES para a apreciação 
das reclamações ou representações que lhes forem dirigidas. 
§ 4º Os recursos contra as decisões dos Juízes auxiliares serão julgados pelo Plenário do 
Tribunal. 
Procedimento 
Seguindo com o estudo da Representação do art. 96, da LE, vamos passar a 
estudar o procedimento, que vem disciplinado nos §§ do dispositivo. 
A Representação deve ser apresentada com a indicação dos fatos, as provas, os 
indícios e as circunstâncias, nos termos do §1º 
§ 1º As reclamações e representações devem relatar fatos, indicando provas, indícios e 
circunstâncias. 
Recebida a reclamação, o representado será citado para responder à 
representação no prazo de 48 horas. É o que prevê o §5º, do art. 96, da LE: 
§ 5º Recebida a reclamação ou representação, a Justiça Eleitoral notificará 
imediatamente o reclamado ou representado para, querendo,apresentar defesa em 
QUARENTA E OITO HORAS. 
§ 6º (Revogado pelo art. 5º da Lei nº 9.840/1999.) 
Após o recebimento da resposta, a Justiça Eleitoral terá prazo de 24 horas para 
decidir e publicar a decisão da Representação. 
§ 7º Transcorrido o prazo previsto no § 5º, apresentada ou não a defesa, o órgão 
competente da Justiça Eleitoral decidirá e fará publicar a decisão em VINTE E 
QUATRO HORAS. 
Da decisão, abre-se prazo de 24 horas para apresentação de eventual recurso, 
com igual prazo para contrarrazões. 
§ 8º Quando cabível recurso contra a decisão, este deverá ser apresentado no prazo de 
VINTE E QUATRO HORAS da publicação da decisão em cartório ou sessão, assegurado 
ao recorrido o oferecimento de contra-razões, em igual prazo, a contar da sua 
notificação. 
Após apresentação do recurso e das contrarrazões, o Tribunal terá prazo de 48 
horas para julgar. 
§ 9º Os Tribunais julgarão o recurso no prazo de QUARENTA E OITO HORAS. 
Finalmente, o §10 prevê a possibilidade de pedido de desaforamento, caso a 
Representação não seja julgada no prazo fixado. 
§ 10. Não sendo o feito julgado nos prazos fixados, o pedido pode ser dirigido ao órgão 
superior, devendo a decisão ocorrer de acordo com o rito definido neste artigo. 
QUANDO NO MUNICÍPIO HOUVER 
MAIS DE UM JUIZ ELEITORAL
o TRE determinará o Juiz Competente 
para processar e para julgar as 
representações
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O §11, do art. 96, foi acrescentado pela Lei nº 13.165/2015. Esse dispositivo 
estabelece que os partidos políticos não sofrem as sanções decorrentes do 
julgamento da ação, como a aplicação de multas, ainda que tenham se 
beneficiado da conduta que gerou a representação. A única hipótese em que os 
partidos arcarão com as sanções será quando houver demonstração de 
participação do partido na conduta ilícita. 
Vejamos: 
§ 11. As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de disposições desta 
Lei não se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se 
beneficiado da conduta, SALVO quando comprovada a sua participação. 
Vamos ao nosso esquema geral? 
Para a sua prova... 
 
 
‡relatar fatos
‡indicar provas, 
indícios e 
circunstâncias
PETIÇÃO 
INICIAL
‡48 horasCONTESTAÇÃO
‡24 horasJULGAMENTO
‡interposição e 
contrarrazões em 
24 horas
‡julgamento em 48 
horas
RECURSO
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Mais uma ação eleitoral vencida, sigamos! 
2.5 - Representação por Captação Ilícita de Sufrágio 
Hipótese de Cabimento 
A captação ilícita de sufrágio é abordada no art. 41-A da Lei das Eleições. 
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, 
vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao 
eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer 
natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o 
dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil UFIR, e cassação do 
registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar 
nº 64, de 18 de maio de 1990. 
Tal representação tem, portanto, o objetivo de combater práticas tendentes a 
violar a liberdade do voto e as situações de compra de voto. 
 
 
Registre-se que para a configuração da hipótese de cabimento, não é necessário 
o pedido explícito de votos. É suficiente, segundo o §1º do art. 41-A da LE, o dolo 
do candidato: 
§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de 
votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. 
Legitimidade para a Representação por Captação Ilícita de Sufrágio 
Legitimidade Ativa 
Aqui, sem qualquer problema! 
Poderão ingressar com a Representação os candidatos, os partidos políticos ou 
as coligações, assim como o Ministério Público Eleitoral. 
Legitimidade Passiva 
Para compreender a legitimidade passiva, vejamos o art. 41-A, §2º, da LE: 
§ 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência 
ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. 
Dessa forma, poderão ser representados nos termos do art. 41-A, da LE, os 
candidatos e os pré-candidatos (ou seja, com requerimento de registro de 
candidatura ainda não deferido). Contudo, para além deles outras pessoas 
poderão figurar no polo da representação por captação ilícita de sufrágio. 
HIPÓTESE DE 
CABIMENTO
doação, oferecimento, 
promessa ou entrega de 
benesses com o fim de 
obter o voto
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Desse modo... 
 
 
Prazo e competência 
A representação poderá ser apresentada desde o registro das candidaturas 
até o dia das eleições. 
 
Quanto à competência, vale a regra geral: 
 
Procedimento 
Quanto ao procedimento, aplica-se à representação por captação ilícita de 
sufrágio o regramento previsto no art. 22 da Lei de Inelegibilidades, que é o rito 
aplicável à AIJE. 
‡candidatos
‡pré-candidatos com registro de candidatura formalizados
‡pessoas, que não são candidatas, envolvidas com a propaganda ilícita
LEGITIMADOS PASSIVOS
registro da candidatura
PRAZO PARA 
REPRESENTAÇÃO DO 
ART. 41-A DA LE
dia das eleições
TSE
Presidente
vice-Presidente
TRE
Senador
Deputado Federal
Deputado Estadual
Governador
vice-Governador
JUIZ ELEITORAL
Prefeito
vice-Prefeito
Vereador
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2.6 - Representação para Apuração de Arrecadação e de Gastos 
Ilícitos 
Hipótese de Cabimento 
A representação para apuração de arrecadação e de gastos ilícitos em campanha 
eleitoral é disciplinada pelo art. 30-A, caput, da Lei das Eleições. 
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no 
prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a 
abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas 
desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos. 
Como podemos extrair da leitura do dispositivo acima, a LE prevê, 
especificamente, que a presente ação tem o objetivo de apurar arrecadação e 
gastos eleitorais ilícitos. 
 
 
Desse modo, podemos afirmar que a finalidade da Representação do art. 30-A, 
da LE, é apurar condutas em desacordo com as normas da Lei das Eleições, 
principalmente no que diz respeito à arrecadação e gastos de recursos. 
Legitimidade para a Representação por Arrecadação ou Gastos Ilícitos 
Legitimidade Ativa 
A partir do que se extrai do dispositivo acima citado, são legitimados ativos: 
Ö partido político; 
Ö coligação. 
Embora não mencionado, o Ministério Público também é 
legitimado para apresentar a Representação segundo 
entendimento pacífico do TSE. Já aos candidatos tal 
prerrogativa não é assegurada do que se extrai, por exemplo, do RO nº 
1.498/20097: 
REPRESENTAÇÃO. ART. 30-A DA LEI Nº 9.504/97. CANDIDATO. ILEGITIMIDADE ATIVA. (...) 
 
7 Recurso Ordinário nº 1498, Acórdão de 19/03/2009, Relator(a)Min. ARNALDO VERSIANI LEITE 
SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 3/4/2009, Página 42 RJTSE - Revista 
de jurisprudência do TSE, Volume 20, Tomo 2, Data 19/3/2009, Página 84 
HIPÓTESES DE 
CABIMENTO
arrecadação ilícita 
de recursos 
eleitorais
gastos eleitorais 
fora do que permite 
a Lei das Eleições
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 2. O art. 30-A da Lei nº 9.504/97 estabelece legitimidade para a propositura de 
representação prevista nessa disposição legal apenas a partido político e 
coligação, não se referindo, portanto, a candidato. 
 3. O § 1º do art. 30-A da Lei das Eleições - ao dispor que, para a apuração das condutas, 
será observado o procedimento do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90 - refere-se, tão-
somente, ao rito, não afastando, portanto, a regra de legitimidade específica, 
expressamente estabelecida no caput do mencionado artigo. Recurso ordinário desprovido. 
Logo: 
 
O CANDIDATO NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA APRESENTAR A 
REPRESENTAÇÃO PREVISTA NO ART. 30-A DA LEI DAS ELEIÇÕES 
 
Legitimidade Passiva 
O representado será o candidato. 
Prazo e competência 
Conforme vimos no caput do art. 30-A da Lei das Eleições, a ação deverá ser 
proposta no prazo de 15 dias a contar da diplomação dos candidatos. 
Quanto à competência observa-se o padrão, ou seja, para as eleições municipais 
é do Juiz Eleitoral, para as eleições estaduais é do TRE e para as eleições 
presidenciais é do TSE. 
Procedimento 
O procedimento a ser observado será o que está disposto no art. 22, da Lei de 
Inelegibilidade, que estudamos na AIJE. 
Nesse sentido, vejamos o que dispõe o art. 30-A, §1º, da LE: 
§ 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 
da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, no que couber. 
Há, contudo, uma regra específica que vem disciplinada no art. 30-A, §3º, da LE: 
§ 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas com base 
neste artigo será de 3 (TRÊS) DIAS, a contar da data da publicação do julgamento 
no Diário Oficial. 
Consequência da procedência da Representação por Arrecadação ou Gastos 
Ilícitos 
Os efeitos da condenação vêm dispostos no art. 30-A, §2º, da LE: 
§ 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado 
diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado. 
partido político coligação Ministério Público
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Logo: 
 
 
2.7 - Recurso Contra a Diplomação (RCED) 
Em sequência aos nossos trabalhos, chegamos à RCED, uma das mais 
importantes ações eleitorais. Trata-se de um instrumento jurídico previsto no art. 
262, do Código Eleitoral, cuja redação foi alterada pela Lei nº 12.891/2013. 
Hipóteses de cabimento 
Vejamos: 
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de 
inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de condição 
de elegibilidade. 
Portanto, são três hipóteses: 
ª Inelegibilidade superveniente. Em regra, as inelegibilidades são 
arguidas em sede de AIRC. Conforme vimos, essa ação eleitoral deverá ser 
ajuizada no prazo de cinco dias após a publicação do registro do candidato. 
Dessa forma, eventuais situações de inelegibilidade superveniente ± 
posteriores ao registro da candidatura ± deverão ser questionadas por 
intermédio da RCED. 
ª Inelegibilidades constitucionais. Como vimos, as hipóteses 
constitucionais de inelegibilidade são sofrem a preclusão e, em razão disso, 
poderão ser arguidas mesmo após o decurso do prazo da AIRC, em RCED. 
ª Condições constitucionais de Elegibilidade. Do mesmo modo, em 
caso de não preenchimento de alguma das condições constitucionais de 
elegibilidade poderá ser ajuizada a RCED. 
Para a nossa prova... 
 
SERÁ NEGADO O DIPLOMA 
AO CANDIDATO
SE JÁ CONCEDIDO, O 
DIPLOMA SERÁ CASSADO
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Natureza Jurídica 
Quanto à natureza da RCED há divergência doutrinária, uma vez que alguns 
entendem que se trata de ação eleitoral e outros de uma espécie de recurso. Não 
há tese predominante, razão pela qual acreditamos que a matéria não venha a 
ser objeto de questionamento em prova. 
1ª Corrente: pela primeira corrente, o RCED é um recurso contra a decisão 
judicial de diplomação. Os defensores desse pensamento consideram que 
a diplomação constitui um ato judicial do qual cabe recurso, apresentado 
por intermédio da RCED. 
2ª Corrente: pela segunda corrente, defende-se que o RCED é 
verdadeiramente uma ação eleitoral autônoma, a ser ajuizada a partir da 
diplomação do candidato perante a Justiça Eleitoral. 
Frisamos que, é importante conhecer a divergência, contudo, para fins de prova 
objetiva, as possibilidades de cobrança são pequenas. 
Legitimidade para a RCED 
Em relação à legitimidade, no RCED temos algumas particularidades, que fogem 
à regra que vimos até o momento. Por isso, atenção! 
Legitimidade Ativa 
Poderão apresentar o RCED o candidato ± eleito ou não ±, o partido político e o 
Ministério Público. Quanto à coligação, embora o TSE entenda que ela possa 
ajuizar o RCED, há um aspecto peculiar que merece atenção. 
Vimos, em outras ações eleitorais, que se o partido estiver coligado, não poderá 
isoladamente apresentar a ação, pois a legitimidade seria conferida, em tais 
situações, à coligação. Aqui a doutrina faz uma ponderação importante. 
Considera-se dissolvida a coligação com a diplomação, de forma que o partido, 
ainda que estivesse coligado, pudesse ajuizar isoladamente a RCED. 
Por fim, devemos deixar claro que o Ministério Público eleitoral, quando não atuar 
como parte no RCED, será obrigatoriamente intimado para atuar como fiscal da 
lei (custos legis). 
Assim: 
HIPÓTESES DE 
CABIMENTO DA 
RECD
Inelegibilidade 
superveniente
Inelegibilidade 
constitucionais
Condições 
constitucionais de 
Elegibilidade
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Legitimidade Passiva 
Já em relação à legitimidade passiva não há maiores problemas, pois o 
representado na RCED será o candidato diplomado. 
Logo... 
 
 
Prazo e competência 
O RCED será apresentado no prazo de três dias, a contar da diplomação do 
candidato, com a finalidade de cassar o diploma expedido pela Justiça Eleitoral. 
Já em relação à competência, o regramento é específico. Vamos ver cada uma 
das eleições. 
ª Em relação às eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente 
para receber a Representação que processará o recurso e que 
encaminhará o RCED ao TRE. 
Dessa forma, o recurso será apresentado perante o Juiz Eleitoral, que o 
remeterá ao TRE para processamento. 
ª Quando envolver eleições gerais/estaduais o RCED será 
apresentado diretamente no TRE que o processará e o encaminhará 
para o TSE para julgamento, seguindo o mesmo padrão acima. 
ª Nas eleições presidenciais, por sua vez, NÃO há possibilidade de 
apresentação do RCED. 
Para a nossa prova... 
 
LEGITIMIDADE ATIVA
candidato
partido político (ainda que coligado na 
campanha)

Outros materiais