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Aula 14 Direito Eleitoral p/ TRE-SP - Todos os cargos Professor: Ricardo Torques Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 98 AULA 14 AÇÕES ELEITORAIS Sumário 1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2 2 - Ações Eleitorais .......................................................................................................... 2 2.1 - Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) .......................................... 2 2.2 - Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ......................................................... 15 2.3 - Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) .................................................... 23 2.4 - Representação do art. 96 da Lei das Eleições ......................................................... 27 2.5 - Representação por Captação Ilícita de Sufrágio ...................................................... 32 2.6 - Representação para Apuração de Arrecadação e de Gastos Ilícitos ........................... 34 2.7 - Recurso Contra a Diplomação (RCED) ................................................................... 36 3 - Questões ................................................................................................................. 40 3.1 ± Questões sem Comentários ................................................................................. 41 3.2 ± Gabarito ........................................................................................................... 52 3.3 ± Questões com Comentários ................................................................................. 53 4 - Resumo da Aula ....................................................................................................... 82 5 - Considerações Finais ................................................................................................ 97 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 98 AÇÕES ELEITORAIS 1 - Considerações Iniciais Iremos abordar as seguintes ações eleitorais: Ok, vamos lá! 2 - Ações Eleitorais 2.1 - Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) A AIRC é uma ação eleitoral voltada para impedir que as pessoas escolhidas em Convenção Partidária sejam registradas perante a Justiça Eleitoral por três razões: x falta de atendimento das condições de elegibilidade; x existir alguma das hipóteses de inelegibilidade; ou x não apresentação dos documentos necessários ao registro de candidatura. No que diz respeito à terceira hipótese, a doutrina costuma mencionar que a apresentação dos documentos previstos no art. 11, §1º, da Lei das Eleições, é condição de procedibilidade do registro. Isso significa dizer que o registro da candidatura somente será efetuado (leia-se procedido) se estiverem presentes os documentos necessários ao registro. E quais são esses documentos? Vamos relembrar o art. 11, §1º: § 1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos: I ± cópia da ata a que se refere o art. 8º [ata de Convenção do partido]; II ± autorização do candidato, por escrito; III ± prova de filiação partidária; IV ± declaração de bens, assinada pelo candidato; Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) Representação do art. 96 da Lei das Eleições Representação por Captação Ilícita de Sufrágio Representação para Apuração de Arrecadação e Gastos Ilícitos Recurso Contra a Diplomação (RECD) AÇÕES ELEITORAIS 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 98 V ± cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo Cartório Eleitoral, de que o candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art. 9º; VI ± certidão de quitação eleitoral; VII ± certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual; VIII ± fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no § 1º do art. 59; IX ± propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente da República. Portanto, para a sua prova... Natureza Jurídica A AIRC é uma ação penal ou cível, condenatória ou declaratória? É um assunto um pouco mais aprofundado, contudo, devemos saber que a AIRC constitui uma ação cível, não implicando qualquer repercussão penal. Do julgamento da AIRC haverá uma declaração negativa que impede o registro regular do candidato. Nesse contexto, vejamos a doutrina de Rodrigo Martiniano Ayres Lins1: A impugnação ao registro de candidatura a mandato eletivo configura o exercício de direito de ação, inaugurando um processo de conhecimento, com todas as fases que lhe são peculiares. É, portanto, uma ação civil de conhecimento, de conteúdo declaratório. Para a nossa prova... 1 MARTINIANO, Rodrigo. Direito Eleitoral Descomplicado. 2ª edição, rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Ferreira. HIPÓTESES EM QUE CABE A AIRC falta das condições elegibilidade presença de uma das hipóteses de inelegibilidade falta de algum dos documentos necessários ao registro (condições de procedibilidade) 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 98 Na sequência, passaremos a estudar todo o procedimento processual da AIRC. As condições de elegibilidade, as hipóteses de inelegibilidade e as minúcias relativas à apresentação dos documentos já foram objeto de estudo por nós. Não é mesmo? Vamos, assim, analisar os arts. 3º a 17 da Lei de Inelegibilidade, os quais disciplinam o procedimento da AIRC. Mas, professor, esse assunto não foi tratado em aula anterior? Sim, já trouxemos esses dispositivos na aula de Inelegibilidades. Contudo, aqui vamos tratar dos temas de forma objetiva e sistematizada, tendo em vista a pretensão de que vocês compreendam e possam comparar a AIRC com as demais ações eleitorais. Perfeito? Legitimidade para a AIRC Legitimidade para atuar no processo constitui a possibilidade jurídica de ingressar com uma ação e de se defender em face de uma ação ajuizada contra si. Para saber se determinada pessoa possui legitimidade para ingressar com a ação, ela deve analisar qual o conteúdo que irá discutir. Assim, deve-se verificar se o interessado é legitimado para ingressar com a AIRC. Juridicamente fala-se em legitimidade ativa, ou seja, em legitimidade de ingressar com a ação. Por outro lado, a pessoa que foi acionada na ação eleitoral da AIRC será denominada de legitimada passiva, ou seja, virá ao processo para se defender contra as alegações de que não observou as condições de elegibilidade, de que incorreu numa das hipóteses de inelegibilidade ou de que deixou de apresentar algum dos documentos necessários ao registro. Quanto à legitimidade passiva, em regra, será acionado o candidato, conforme veremos adiante. Antes, porém, uma pergunta: E se a pessoa que ingressar com a ação não for legitimado ativo? E se a pessoacontra a qual se ingressou com o AIRC não for legitimado passivo? Nesse caso, faltará à ação eleitoral uma das condições da ação, causando a extinção do processo sem julgamento do mérito. É por isso que, para a aferição da legitimidade (passiva ou ativa), deve-se verificar qual é a matéria concretamente discutida. NATUREZA JURÍDICA DA AIRC ação civil ação declaratória ação de conhecimento 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 98 Legitimidade Ativa Para saber quem é o legitimado ativo da AIRC, vejamos o caput do art. 3º, da LI: Art. 3º Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro de candidato, impugná-lo em petição fundamentada. Notem que o texto acima se refere ao candidato. Contudo, como alerta a doutrina, nesse dispositivo trata-se propriamente do pré-candidato, uma vez que o interessado se torna candidato apenas com deferimento do registro da candidatura. Não é mesmo? Portanto... Além disso, devemos atentar para alguns posicionamentos específicos do TSE. Dessa forma, não possuem legitimidade para ajuizar a AIRC: ª partido político coligado isoladamente (constitui a hipótese de o partido coligado não poder, individualmente, propor a ação. Nesse caso, a legitimidade será conferida exclusivamente à coligação)2; ª eleitor3 (embora não possa impugnar o registro da candidatura poderá oferecer a notícia de inelegibilidade ao Ministério Público); ª diretório municipal em eleição federal e estadual4; Portanto... 2 Respe nº 30.842/2008, TSE. 3 Acórdão TSE nº 23.556/2004, 549/2002, 20.267/2002, 14.807/1996 e 12.375/1992. 4 REspe nº 26.861/2006, TSE. LEGITIMADOS ATIVOS candidato/pré -candidato partido político coligações Ministério Público 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 98 Quanto ao Ministério Público, lembrem-se das regras abaixo: ª 1ª regra: a impugnação por parte de candidato, ou partido político, não impede a propositura da mesma ação pelo Ministério Público. ª 2ª regra: se o membro do Ministério Público, nos 2 anos anteriores, disputou cargo eletivo, integrando Diretório de partido ou exerceu atividade político-partidária, não poderá impugnar registro de candidatura. Embora o art. 3ª, §2º, da LI, mencione que o prazo é de 4 anos, com fundamento no art. 80 da Lei Complementar nº 75/1993, o TSE entendeu, por intermédio da Resolução TSE nº 23.221/2010, que o prazo será de 2 anos. Essas são as regras relativas à legitimidade ativa no AIRC. Sigamos! Legitimidade passiva Aqui é tranquilo e não teremos maiores problemas com esse assunto. São legitimados passivos os pré-candidatos, ou seja, aqueles que pretendem registrar a candidatura perante a Justiça Eleitoral. Prazo e Competência da AIRC O prazo e a competência para o AIRC são dois assuntos fundamentais para a nossa prova. Portanto, atenção máxima aqui. Já citamos o art. 3º, caput, da LI, o qual dispõe expressamente que o prazo para interposição da AIRC é de CINCO DIAS. Esse prazo é decadencial e improrrogável. Vale dizer que, após o decurso dos cinco dias, que são contados da publicação do registro do candidato, os legitimados ativos (que podem ingressar com a ação) perdem o direito subjetivo de ajuizar a AIRC. NÃO POSSUEM LEGITIMIDADE PARA AJUIZAR A AIRC partido político coligado em ação individualmente proposta eleitor diretório municipal em eleições fora da sua circunscrição segundo o TSE LEGITIMIDADE PASSIVA Pré-candidato 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 98 De todo modo, atenção! Veremos adiante com maiores detalhes, mas se envolver condição de elegibilidade ou se tratar de alguma das hipóteses de inelegibilidade PREVISTAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO SE OBSERVA O PRAZO DE CINCO DIAS, podendo ser alegada a qualquer tempo, inclusive após o candidato ser eleito e diplomado. Então... No que diz respeito à competência para julgar a AIRC deve-se observar o cargo pleiteado. Ou seja, se envolver eleições municipais, a competência será do Juiz Eleitoral. Caso envolva eleições estaduais, compete ao TRE. Por fim, no que diz respeito às eleições para o cargo presidencial compete ao TSE o julgamento do AIRC. Portanto, para a prova... PRAZO DA AIRC regra cinco dias a contar da publicação do registro exceção condição de elegibilidade ou hipótese de inelegibilidade constitucionais podem ser alegadas a qualquer tempo TSE Presidente vice-Presidente TRE Senador Deputado Federal Deputado Estadual Governador vice-Governador JUIZ ELEITORAL Prefeito vice-Prefeito Vereador 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 98 Procedimento Para finalizarmos o estudo da AIRC, resta analisar o procedimento. Vimos acima quem são os legitimados, qual é o prazo para ingressar com a ação e qual é o órgão julgador competente. Dessa forma, proposta corretamente a ação, ela será processada segundo as regras procedimentais que passaremos a estudar. De acordo com o caput do art. 3º, o qual citamos acima, a impugnação deverá ser apresentada em petição fundamentada. Em razão disso, o impugnante deverá especificar, já na peça inicial, as provas que pretende produzir, indicando as testemunhas, limitadas ao máximo de seis, que pretende ouvir. Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, NO PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, contados da publicação do pedido de registro do candidato, impugná-lo em petição fundamentada. § 1° A impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não impede a ação do Ministério Público no mesmo sentido. § 2° NÃO poderá impugnar o registro de candidato o representante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade político-partidária. § 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende demonstrar a veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo de 6 (seis). Há jurisprudência do TSE no sentido de que é inadmissível a apresentação do rol de testemunhas em momento posterior à petição inicial5. Como a ação poderá ser ajuizada perante o Juiz Eleitoral, o TRE ou o TSE, vamos distinguir, por questões didáticas, cada um dos procedimentos, pois existem algumas regras específicas que devemos estar atentos. Procedimento perante o Juízo Eleitoral e Eventuais Recursos ao TRE e ao TSE Vamos iniciar pelo procedimento perante o juiz eleitoral, ou seja, aquele instaurado para impugnar o registro de candidatura aos cargos de Prefeito, de Vice-Prefeito e de Vereador. 5 RMS nº 71926/2013, TSE. P E T IÇ Ã O IN IC IA L D E A IR C Fundamentada Indicar o rol de testemunhas (máximo de 6) 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 -Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 98 Ajuizada a AIRC, o candidato impugnado será notificado para, no PRAZO DE SETE DIAS, contestar a ação. Nessa oportunidade deverá trazer os documentos de prova que possuir, bem como indicar as testemunhas que pretende ouvir. Art. 4° A partir da data em que terminar o prazo para impugnação, passará a correr, após devida notificação, O PRAZO DE 7 (SETE) DIAS para que o candidato, partido político ou coligação possa contestá-la, juntar documentos, indicar rol de testemunhas e requerer a produção de outras provas, inclusive documentais, que se encontrarem em poder de terceiros, de repartições públicas ou em procedimentos judiciais, ou administrativos, salvo os processos em tramitação em segredo de justiça. Com a impugnação e com a contestação, o juiz avaliará o processo e decidirá quanto à necessidade de ouvir as testemunhas. Caso envolva exclusivamente matéria de direito e não haja necessidade, o juiz proferirá decisão (julgamento conforme o estado do processo). Por outro lado, se for relevante para o processo a oitiva das testemunhas, será designada audiência nos QUATRO DIAS SEGUINTES para a inquirição das testemunhas, nos termos do art. 5º, da LI. Art. 5° Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar apenas de matéria de direito e a prova protestada for relevante, serão designados OS 4 (QUATRO) DIAS SEGUINTES para inquirição das testemunhas do impugnante e do impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que as tiverem arrolado, com notificação judicial. § 1° As testemunhas do impugnante e do impugnado serão ouvidas em uma só assentada. § 2° NOS 5 (CINCO) DIAS SUBSEQÜENTES, o Juiz, ou o Relator, procederá a todas as diligências que determinar, de ofício ou a requerimento das partes. § 3° No prazo do parágrafo anterior, o Juiz, ou o Relator, poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão da causa. § 4° Quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, o Juiz, ou o Relator, poderá ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito. § 5° Se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, poderá o Juiz contra ele expedir mandado de prisão e instaurar processo por crime de desobediência. Ainda em relação à oitiva das testemunhas, devemos destacar algumas informações relevantes: ª Serão ouvidas em uma única oportunidade, tanto as testemunhas do impugnante quanto as testemunhas do impugnado. ª Após a oitiva das testemunhas o juiz eleitoral poderá determinar as diligências necessárias, entre as quais está a possibilidade de oitiva das testemunhas referidas. Por testemunhas referidas devemos compreender aquelas pessoas que foram mencionadas pelas partes (nos respectivos depoimentos) ou por outras testemunhas (quando da oitiva). 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 98 Além disso, é conferido ao juiz, ainda, a possibilidade de determinar a apresentação de documentos que estejam em poder terceiros e que possam servir de subsídio para julgar o processo de inelegibilidade. Encerrada a instrução, faculta-se a apresentação das alegações finais no prazo comum de 5 dias. Art. 6° Encerrado o prazo da dilação probatória, nos termos do artigo anterior, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão apresentar ALEGAÇÕES NO PRAZO COMUM DE 5 (CINCO) DIAS. Vejamos duas observações: ª O prazo para alegações finais é comum. Isso significa dizer que as partes terão os mesmos 5 dias para apresentar as alegações finais. Dito de outro modo, o impugnado não pode aguardar o prazo de 5 dias do impugnante para, somente após, apresentar suas razões finais. ª A atuação do Ministério Público nos processos de inelegibilidade é obrigatória. Nesse sentido, quando o MP não ajuizar demanda própria, deverá participar da lide na qualidade de fiscal da lei (custos legis). Nessa hipótese, o MP, embora não seja parte, poderá apresentar alegações finais. Após a apresentação das alegações finais, os autos serão conclusos ao juiz ou ao tribunal respectivo para julgamento. Art. 7° Encerrado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Juiz, ou ao Relator, no dia imediato, para sentença ou julgamento pelo Tribunal. Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu convencimento. Vimos acima que o juiz eleitoral é responsável pelo julgamento das impugnações apresentadas em face de candidatos aos cargos de Prefeito, de Vice-Prefeito e de Vereador. Em relação a essas impugnações, a LI determina o prazo de TRÊS DIAS para a prolação da sentença. Além disso, consta do referido dispositivo o prazo de TRÊS DIAS para apresentação de recurso ao TRE respectivo. Vejamos os arts. 8º e 9º, da LI. Art. 8° Nos pedidos de registro de candidatos a eleições municipais, o Juiz Eleitoral apresentará a sentença em cartório 3 (TRÊS) DIAS APÓS A CONCLUSÃO DOS AUTOS, passando a correr deste momento o PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS PARA A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO para o Tribunal Regional Eleitoral. § 1° A partir da data em que for protocolizada a petição de recurso, passará a correr o prazo de 3 (três) dias para a apresentação de contra-razões. § 2° Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal Regional Eleitoral, inclusive por portador, se houver necessidade, decorrente da exigüidade de prazo, correndo as despesas do transporte por conta do recorrente, se tiver condições de pagá-las. Art. 9° Se o Juiz Eleitoral não apresentar a sentença no prazo do artigo anterior, o prazo para recurso só começará a correr após a publicação da mesma por edital, em cartório. Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o Corregedor Regional, de ofício, apurará o motivo do retardamento e proporá ao Tribunal Regional Eleitoral, se for o caso, a aplicação da penalidade cabível. 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 98 Quanto a esse dispositivo é imprescindível que destaquemos três Súmulas do TSE: ª Súmula TSE nº 10: Súmula TSE nº 10/1992 A contagem do prazo de recurso não se altera quando a sentença é entregue antes dos 3 (três) dias previstos. ª Súmula TSE nº 3: Súmula TSE nº 3/1992 Não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário. ª Súmula TSE nº 11: Súmula TSE nº 11/1992 Ilegitimidade do partido que não impugnou o registro de candidato para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se cuidar de matéria constitucional. Vimos que o juiz eleitoral terá o prazo de três dias para apresentar a sentença e, em seguida, independentemente de intimação, inicia-se o prazo para recurso. Apresentado o recurso pela parte interessada, nos três dias seguintes, abre-se prazo para contrarrazões. Apresentadas as contrarrazões, os autos serão remetidos imediatamente para o TRE. Remetidos os Autos ao TRE, no mesmo dia serão tomadas duas providências: Ö A Secretaria respectiva autuará o processo e apresentará ao Presidente do TRE. Ö O Presidente do TRE distribuiráe determinará vistas ao Procurador Regional para parecer. O prazo para apresentação de parecer pelo Procurador será de DOIS DIAS. Após o decurso desse prazo, havendo, ou não, parecer, os autos serão encaminhados ao Relator que, em TRÊS DIAS, levará o processo a julgamento no Tribunal. É o que dispõe o art. 10, da LI. Art. 10. Recebidos os autos na Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral, estes serão autuados e apresentados no mesmo dia ao Presidente, que, também na mesma data, os distribuirá a um Relator e mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo PRAZO DE 2 (DOIS) DIAS. Parágrafo único. Findo o prazo, com ou sem parecer, os autos serão enviados ao Relator, que os apresentará em mesa para julgamento em 3 (TRÊS) DIAS, independentemente de publicação em pauta. Notem que os prazos são apertados, não havendo margem, portanto, para atrasos no transcurso do processo. Tanto é assim que se o Procurador Regional não apresentar parecer no prazo de dois dias, o processo voltará para o relator que dará seguimento ao feito, ainda que o parecer não tenha sido juntado. Além disso, dispõe o § único acima que não é necessário dar publicidade à inclusão do processo na pauta de julgamento, uma vez que os processos deverão ser acompanhados pelas partes interessadas. 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 98 Poderão ser realizadas até duas reuniões no TRE para a discussão do recurso. Após a elaboração do relatório, faculta-se a palavra às partes e ao Procurador Regional. Em seguida, será proferido o voto do relator e dos demais juízes julgadores. Apurados os votos, o resultado será proclamado. Vejamos o art. 11, da LI. Art. 11. Na sessão do julgamento, que poderá se realizar em até 2 (duas) reuniões seguidas, feito o relatório, facultada a palavra às partes e ouvido o Procurador Regional, proferirá o Relator o seu voto e serão tomados os dos demais Juízes. § 1° Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá para lavratura do acórdão, no qual serão indicados o direito, os fatos e as circunstâncias com base nos fundamentos do Relator ou do voto vencedor. § 2° Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do acórdão, passando a correr dessa data o prazo de 3 (três) dias, para a interposição de recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, em petição fundamentada. Após o final da sessão de julgamento, faz-se a leitura e a publicação do acórdão, passando, a partir daí, a correr o prazo de TRÊS DIAS para recurso do acórdão para o TSE. Apresentado o recurso ao TSE, abre-se prazo de 3 dias para as contrarrazões. Em relação às contrarrazões é importante salientar que a LI prevê expressamente que a notificação ocorrerá por telegrama. Apresentadas as contrarrazões, os autos serão remetidos imediatamente ao TSE. É o que prescreve o art. 12, da LI. Art. 12. Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, a partir da data em que for protocolizada a petição passará a correr O PRAZO DE 3 (TRÊS) DIAS para a apresentação de contra-razões, notificado por telegrama o recorrido. Parágrafo único. Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral. Finalizamos, assim, o procedimento de impugnação perante o juiz eleitoral. Procedimento no TRE e no TSE Na sequência passaremos às regras relativas à impugnação de registro de candidatura de postulantes aos cargos de Senador da República, de Deputados Estadual e Federal e de Governador e de Vice-Governador, cujo processo tramita perante o TRE. Essas mesmas regras serão observadas em relação ao processo de impugnação do registro de candidatura aos cargos de Presidente e de Vice-Presidente que tramitam diretamente perante o TSE. Nessa última hipótese, por óbvio, não haverá que se falar em recurso. De acordo com os arts. 13 e 14, da LI, devem ser observadas as regras constantes do art. 10 e 11, da LI. Art. 13. Tratando-se de registro a ser julgado originariamente por Tribunal Regional Eleitoral, observado o disposto no art. 6° desta lei complementar, o pedido de registro, com ou sem impugnação, SERÁ JULGADO EM 3 (TRÊS) DIAS, independentemente de publicação em pauta. 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 98 Parágrafo único. Proceder-se-á ao julgamento na forma estabelecida no art. 11 desta lei complementar e, havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, observar- se-á o disposto no artigo anterior. Art. 14. No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos sobre registro de candidatos serão processados e julgados na forma prevista nos arts. 10 e 11 desta lei complementar. Vamos aproveitar para repassar os dispositivos em forma de tópicos: ª remetidos os Autos ao TRE/TSE a Secretaria respectiva autuará o processo e apresentará ao Presidente, que distribuirá e determinará ao vista Procurador Regional ou ao Procurador Geral, para parecer. AUTUAÇÃO > DISTRIBUIÇÃO > VISTA AO PROCURADOR ª O parecer deve ser apresentado em DOIS DIAS. ª Após, os autos serão encaminhados ao Relator, que em TRÊS DIAS levará o processo a julgamento no Tribunal. O processo será julgado em TRÊS DIAS. ª Faculta-se às partes a apresentação de alegações finais no prazo comum de TRÊS DIAS. ª Inclusão em pauta para julgamento, independentemente de publicação. ª Poderão ser realizadas até duas reuniões para a discussão do processo. ª Relatório, sustentação oral e voto do relator. ª Julgamento e proclamação do resultado. ª Leitura e publicação do acórdão, passando, a partir de então, a correr o prazo de TRÊS DIAS para recurso do acórdão para o TSE, se for o caso. Com o trânsito em julgado da sentença, ou acórdão, que julga procedente a impugnação do registro, podem ocorrer duas situações: Ö Nega-se o registro ao candidato; ou Ö Se já concedido, o registro será cancelado. Vejamos o art. 15, da LI, que trata do assunto. Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da apresentação de recurso, deverá ser comunicada, de imediato, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral competente para o registro de candidatura e expedição de diploma do réu. Todo o procedimento é célere e os prazos são peremptórios e não se suspendem, conforme art. 16: Ö peremptórios. Por peremptório devemos compreender que os prazos são irreleváveis, não podem ser dilatados muito menos descumpridos pelas partes; e Ö não se suspendem aos sábados, domingos e feriados. 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 98 Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintes desta lei complementar são peremptórios e contínuos e correm em secretaria ou Cartório e, a partir da data do encerramento do prazo para registro de candidatos, não se suspendem aos sábados, domingos e feriados. Com a decisão de inelegibilidade do candidato, com a finalidade de que o partido político não fique sem candidato, permite-se a indicação de novo candidato, ainda que já tenha expirado o prazo para registro das candidaturas, conforme dispõe o art. 17, da LI. Art. 17. É facultado ao partido políticoou coligação que requerer o registro de candidato considerando inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido proferida após o termo final do prazo de registro, caso em que a respectiva Comissão Executiva do Partido fará a escolha do candidato. Finalizamos, assim, o estudo do AIRC. Para a nossa prova... 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 98 2.2 - Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) A AIJE está prevista no art. 22, da LI. Trata-se de ação que tem por finalidade apurar o abuso de poder político ou econômico nas eleições, que possa afetar a normalidade e a legitimidade do processo eleitoral. Além disso, utiliza- fundamentada provas testemunhas: até 6 AJUIZAMENTO DA AIRC documentos provasCONTESTAÇÃO matéria de direito: julgamento conforme o estado do processo caso contrário, 4 dias para instruçãoINSTRUÇÃO nos 5 dias subsequentes depósito de documento em poder de 3º testemunhas referidas DILIGÊNCIAS 5 dias comuns (partes + MP) ALEGAÇÕES FINAIS Juiz EleitoraL: 3 dias TRE/TSE: autuação e distribuição, Presidente, vista aos Procuradores e, após, apresentado para julgamento CONCLUSÃO 3 diasRECURSO 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 98 se a ação para apurar condutas violadoras da Lei das Eleições no que diz respeito à arrecadação e aos gastos de recursos eleitorais, bem como em relação às doações acima dos limites legais. Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: Portanto, a AIJE constitui um instrumento importante para: Natureza Jurídica A AIJE, assim como a AIRC que estudamos anteriormente, constitui uma ação cível, de conhecimento, constitutiva, que objetiva decretar a inelegibilidade do candidato por abuso de poder nas eleições e arrecadação, gastos e doações irregulares. Assim... Vimos as hipóteses de cabimento e a natureza jurídica da ação. Sigamos para a análise dos legitimados, dos prazos e da competência. Legitimidade para a AIJE No que diz respeito à legitimidade para propositura da AIJE, serão observadas as mesmas regras relativas à legitimidade para o ajuizamento da AIRC. Logo: Apurar o abuso de poder político ou econômico nas eleições, capazes de afetar a normalidade e a legitimidade do processo eleitoral. Apurar arracadação e gastos irregulares de recursos eleitorais. Apuração de doações eleitorais irregulares. AIJE NATUREZA JURÍDICA DA AIRC ação civil ação constitutiva ação de conhecimento 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 98 Legitimidade Ativa Poderão, portanto, ingressar com a AIJE o candidato (ou pré- candidato), o partido político, a coligação e o Ministério Público Eleitoral. É importante relembrarmos que, do mesmo modo, não poderão ajuizar a AIJE, conforme entendimento do TSE, o partido político coligado em ação individualmente proposta, o eleitor e o diretório de partido político. Legitimidade Passiva No que diz respeito à legitimidade passiva, será acionado em AIJE o candidato. Prazo e Competência Antes de analisarmos o procedimento da AIJE, vejamos o prazo e a competência para julgamento da presente ação eleitoral. Se pesquisarmos na legislação eleitoral o prazo para propositura da AIJE, não encontraremos um prazo definido, nem sequer prazo inicial ou prazo final para ajuizamento da ação. Nesse contexto, é necessário nos socorrer à doutrina. No que diz respeito ao prazo inicial, segundo a doutrina, o AIJE poderá ser proposto a partir do registro da candidatura, tal como vimos em relação ao AIRC. O que define qual das ações deve ser proposta, como vimos, é o que se pretende impugnar. Há, contudo, julgados no TSE permitindo o ingresso com a AIJE mesmo antes de iniciado o processo eleitoral. No RO nº 1.530, por exemplo, o TSE analisou uma decisão em AIJE, processada e julgada fora do período eleitoral, dada a potencialidade de abuso do poder pelo uso indevido dos meios de comunicação e pelo abuso do poder econômico, em razão da ampla tiragem de um veículo de comunicação distribuído gratuitamente. Quanto ao prazo final, em regra, afirma-se que até o final do processo eleitoral poderá ser intentada a AIJE. Contudo, em razão da jurisprudência do TSE flexibilizando o prazo, considera-se que a AIJE poderá ser proposta a qualquer tempo, desde que capaz de caracterizar abuso do poder econômico que possa influenciar negativamente nas eleições vindouras. Portanto... 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 98 No que diz respeito a competência, se olharmos novamente o art. 22, caput, da LI notamos a menção à Corregedoria Eleitoral. Desse modo, quando envolver eleição para os cargos de Presidente e de Vice-Presidente a ação será ajuizada perante o Corregedor-Geral da República. Na ação em relação aos cargos de Governador, de Vice-Governador, de Senador da República, de Deputados Federais e Estaduais a competência será do Corregedor-Regional Eleitoral. Não há, entretanto, previsão no art. 22 quanto à competência para julgar o AIJE proposta contra o Prefeito e Vice-Prefeito. O art. 24 da LI, entretanto, assim prevê: Art. 24. Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente para conhecer e processar a representação prevista nesta Lei Complementar, exercendo todas as funções atribuídas ao Corregedor-Geral ou Regional, constantes dos incisos I a XV do art. 22 desta Lei Complementar, cabendo ao representante do Ministério Público Eleitoral em função da Zona Eleitoral as atribuições deferidas ao Procurador-Geral e Regional Eleitoral, observadas as normas do procedimento previstas nesta Lei Complementar. Tal previsão decorre do fato de que não há corregedoria no âmbito municipal. Desse modo, nas eleições para Prefeito, para vice-Prefeito e para vereador a competência para processar e julgar a AIJE é do Juiz Eleitoral. Para a nossa prova... PRAZO em regra a partir do registro da candidatura até o final do processo eleitoral excepcionalmente ainda que fora do período eleitoral, desde que caracterize abuso do poder político ou econômico capaz de influir negativamente as eleições vindouras COMPETÊNCIA DO AIJE Corregedor-Geral Eleitoral Presidente e vice- Presidente da República Corregedor-Regional Eleitoral Governador e vice- Governador, Senador da República, Deputado Federal e Estadual Juiz Eleitoral Prefeito, vice-Prefeito e vereador 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br19 de 98 Procedimento O procedimento da AIJE vem disciplinado nos incisos do art. 22. Antes de analisarmos as regras procedimentais, devemos saber que o procedimento é considerado sumaríssimo, tendo em vista que é célere, com prazos reduzidos. Além disso, o procedimento que passaremos a analisar aplica-se não apenas à AIJE, mas também à representação por captação ilícita de sufrágio, à representação para apuração de arrecadação e de gastos ilícitos e às representações por doações irregulares. Assim: A petição inicial da AIJE deve apresentar os requisitos processuais de uma ação cível normal, observando o que dispõe o CPC. Além disso, deve ser fundamentada, dirigindo-se ao Juiz ou ao Corregedor competente. Conforme disciplina o inc. I, o Corregedor atuará na função de relator do processo, despachando a inicial e determinando a citação do candidato acionado judicialmente. Se faltar algum requisito necessário à petição inicial, o julgador indeferirá, desde logo, a petição. Quando a competência for do Juiz Eleitoral, do mesmo modo, ele despachará a inicial e citará o réu. I ± o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao despachar a inicial, adotará as seguintes providências: a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se- lhe a segunda via apresentada pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de que, no PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e rol de testemunhas, se cabível; b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente; c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar algum requisito desta Lei Complementar; Após a citação, o representado terá prazo de cinco dias para apresentar sua defesa, indicando testemunhas e documentos. Mais importante é a prevismR�GD�DOtQHD�³E´�TXH�GLVFLSOLQD�D� medida cautelar na AIJE. Em regra, a antecipação de tutela e da medida cautelar não são permitidas na seara eleitoral. Contudo, em relação à AIJE, há expressa previsão da medida cautelar, desde que presentes os requisitos. Portanto, atenção! O P R O C E D IM E N T O D A A IJ E A P L IC A -S E A Representação por captação ilícita de sufrágio Representação para apuração de arrecadação e de gastos ilícitos Representações por doações irregulares 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 98 O inc. II prevê que, em caso de deferimento da petição da AIJE, o legitimado ativo poderá requerer a análise da petição pelo Tribunal Respectivo, que decidirá no prazo de 24 horas. Registre-se que essa possibilidade de reanálise está limitada ao TRE e ao TSE, que são órgãos judiciais colegiados. No âmbito das eleições municipais, portanto, conforme entendimento do TSE, não é possível invocar o inc. III. II ± no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a solução, poderá o interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas; O inc. III prevê uma regra específica para os procedimentos que tramitam perante o TRE. Está disciplinado que, quando a AIJE não for processada regularmente ou quando houver demora, o interessado poderá acionar o TSE para que tome as providências necessárias. III ± o interessado, quando [não] for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias; Vejamos, ainda, os incisos IV e V: IV ± feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar recibo; V ± findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, em uma só assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo representado, até o MÁXIMO DE 6 (SEIS) para cada um, as quais comparecerão independentemente de intimação; Após o prazo para apresentação da resposta haverá uma audiência de instrução para a produção das provas. Prevê o inc. V, acima citado, que cada parte poderá arrolar seis testemunhas. Lembre-se, é o mesmo número de testemunhas que podem ser arroladas na AIRC. Após a audiência de instrução, abre-se novo prazo de três dias para eventuais diligências e requerimentos determinados pelo julgador. Nesse prazo, além da oitiva de testemunhas referidas, poderá o juiz determinar o depósito de documentos em poder de terceiros. Nesse contexto, vejamos os incs. VI a IX: VI ± nos 3 (TRÊS) DIAS SUBSEQÜENTES, o Corregedor procederá a todas as diligências que determinar, ex officio ou a requerimento das partes; MEDIDA CAUTELAR NA AIJE REQUISITOS quando for relevante o fundamento E quando do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida se julgada procedente 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 98 VII ± no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão do feito; VIII ± quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias; IX ± se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a Juízo, o Juiz poderá expedir contra ele mandado de prisão e instaurar processo por crime de desobediência; Com o encerramento da instrução os autos serão remetidos ao Ministério Público Eleitoral para parecer e para que as partes apresentem alegações finais no prazo comum de dois dias. X ± encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão apresentar alegações no prazo comum de 2 (dois) dias; Em seguida, os autos serão encaminhados ao Corregedor no dia seguinte. Em três dias o Corregedor deverá apresentar o relatório para inclusão do feito em pauta, para julgamento. XI ± terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Corregedor, no dia imediato, para apresentação de relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado; XII ± o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (TRÊS) DIAS, e os autos da representação serão encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti do feito em pauta, para julgamento na primeira sessão subseqüente; XIII ± no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas, para se pronunciar sobre as imputações e conclusões do relatório; Tal como fizemos em relação à AIRC, vejamos um esquema geral. 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 98 Para a nossa prova... fundamentada observar os requisitos da legislação processual civil PETIÇÃO INICIAL Corregedor terá atribuições do relator. Corregedor poderá suspender o ato que deu ensejo à AIJE. COMPETÊNCIA e SUSPENSÃO LIMINAR Seráindeferido se faltar algum requisito. Cabe recurso para o tribunal, no prazo de 24 horas. 5 dias após ciência Defesa, com documentos e com arrolamento de até 6 testemunhas INDEFERIMENTO LIMINAR e DEFESA nos 5 dias seguintes diligências, testemunhas referidas e documentos em poder de terceiros INSTRUÇÃO partes e MP prazo comum de 2 dias no TRE/TSE 48 horas para parecer dos procuradores ALEGAÇÕES FINAIS no dia imediato relatório conclusivo em 3 diasCONCLUSÃO Inclusão, in continenti, para julgamento da próxima sessão.JULGAMENTO 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 98 Consequência da procedência da AIJE O inc. XIV, do art. 22, é bastante importante e prevê a consequência do julgamento procedente da AIJE. De acordo com o dispositivo, será declarada a inelegibilidade do representado que permanecerá inelegível para as eleições que se realizarem nos próximos oito anos. Além disso, será cassado o registro e o Ministério Público será informado para apurar eventual crime eleitoral. XIV ± julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar; Para a nossa prova é fundamental conhecer as consequências do julgamento procedente da AIJE: Vejamos, por fim, o inc. XVI: XV ± Revogado. XVI ± para a configuração do ato abusivo, NÃO será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas APENAS A GRAVIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE O CARACTERIZAM. Finalizamos, assim, o estudo da AIJE. Sigamos! 2.3 - Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) Previsão constitucional e hipóteses de cabimento A AIME é uma ação eleitoral que tem sede constitucional, vejamos o que dispõe o art. 14, § 10 e 11, da CF: § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de QUINZE DIAS contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. SE PROCEDENTE, A AIJE, ACARRETARÁ EM declaração de inelegibilidade por 8 anos cassação do registro comunicação ao MP para ingresso com eventual ação criminal eleitoral 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 98 § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Portanto, podemos afirmar que a AIME constitui uma garantia constitucional fundamental. Segundo a doutrina de Néviton Guedes6: O poder constituinte instituiu, neste dispositivo, ação constitucional de natureza civil, com propósito de garantir a higidez e a legitimidade do processo eleitoral, visando garantir, especialmente, a igualdade e a liberdade do sufrágio. Dessa forma, a AIME constitui um importante instrumento de democracia, ou seja, uma ação eleitoral constitucionalmente prevista, que visa a invalidar diplomas de candidatos que tenham praticado abuso de poder econômico, corrupção ou fraude durante o processo eleitoral, com a finalidade de manter a normalidade e a legitimidade do exercício do sufrágio. Assim... Portanto, são três as hipóteses de cabimento da AIME expressamente previstas, mais uma quarta que analisaremos na sequência. ª O abuso de poder já foi analisado em aula anterior. Devemos lembrar que o abuso de poder é caracterizado diante de conduta abusiva de utilização de recursos financeiros, públicos ou privados, ou de acesso a bens ou 6 CANOTILHO, J. J. Gomes [et. al.]. Comentários à Constituição do Brasil, São Paulo: Editora Saraiva, Portugal: Editora Medina, 2013, versão eletrônica. OBJETIVO invalidar diplomas quando houver a prática de abuso de poder econômico, de corrupção ou de fraude durante o processo eleitoral FINALIDADE manter a normalidade e a legitimidade do exercício do sufrágio HIPÓTESES DE CABIMENTO DA AIME abuso de poder econômico corrupção fraude matéria constitucional não alegada em tempo oportuno 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 98 serviços em virtude do exercício de cargo público que tenha potencialidade para gerar desequilíbrio entre os candidatos, afetando a legitimidade e a normalidade das eleições. ª A corrupção, por sua vez, relaciona-se ao que está previsto no art. 299 do CE: Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: (...) Desse modo, as condutas acima, além de gerarem a possibilidade de condenação do crime eleitoral, implicam também a possibilidade de serem acionados em sede de AIME. ª A fraude refere-se à votação com prejuízo indiscutível à lisura e à legitimidade do pleito eleitoral. Ademais, de acordo com o TSE, para configurar uma das hipóteses de AIME é necessária a constatação da potencialidade lesiva capaz de afetar as eleições. ª A quarta hipótese mencionada no esquema refere-se ao ajuizamento da AIME quando envolver violações à Constituição Federal não arguidas em tempo oportuno. Se vocês estiverem atentos, vimos nas páginas acima que o AIRC deve ser ajuizado no prazo de 5 dias a contar da publicação do registro da candidatura. Ademais, existem algumas regras constitucionais que trazem regras eleitorais específicas, cujo descumprimento não há previsão de uma ação eleitoral própria. Nesses casos, a doutrina e a jurisprudência entendem que poderá ser apresentada a AIME, desde que o fato impugnado não tenha sido objeto de análise em ação judicial anterior. Desse modo, são exemplos de matérias que podem ser discutidas pelo rito do AIME: Legitimidade para a AIME Novamente o assunto aqui é bastante tranquilo, uma vez que retrata o que vimos em relação à AIRC e à AIJE: inelegibilidades constitucionais reeleição incompatibilidades constitucionais perda e suspensão dos direitos políticos filiação partidária domicílio eleitoral idade mínima para concorrer aos mandatos eletivos número de vagas ao Poder Legislativo 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 98 Legitimidade Ativa Poderão ingressar com a AIME, portanto, o candidato (ou pré-candidato), o partido político, a coligação bem como o Ministério Público Eleitoral. Legitimidade Passiva No que diz respeito à legitimidade passiva, será réu na ação de ação de impugnação de mandato eletivo diplomados infratores de abuso de poder econômico ou político ou quecometeram fraude ou corrupção eleitoral. Prazo e competência Conforme vimos no dispositivo constitucional, o prazo para ajuizamento da AIME é de 15 dias, contados da diplomação. Esse prazo é decadencial, de modo que ultrapassado o prazo de 15 dias, o interessado perde o direito subjetivo de acionar judicialmente candidato eleitoral e diplomado. Logo, para a nossa prova... No que diz respeito à competência para processar e julgar a AIME observa-se a mesma regra relativa à AIRC. Desse modo, para as eleições municipais quem processa e julga é o juiz eleitoral. Nas eleições estaduais/gerais o responsável pelo julgamento é o TRE. Já em relação às eleições presidenciais o TSE será o competente para o processamento da AIME. Procedimento Em relação ao procedimento da AIME é obrigatório conhecer duas informações. Primeiro, trata-se de uma ação que tramita em segredo de justiça. Segundo, o AIME é uma ação gratuita, salvo se temerária ou comprovada a má-fé. Logo: LEGITIMADO PASSIVO DA AIME diplomados infratores de abuso de poder econômico ou político ou que cometeram fraude ou corrupção eleitoral PRAZO DA AIME 15 dias contados da diplomação decadencial 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 98 Fora esse regramento, não há previsão legal a respeito do procedimento da AIME. Já houve discussão quanto ao procedimento subsidiário a ser adotado, dada a ausência de previsão legal. Atualmente, o procedimento da AIME é disciplinado pela Resolução 21.634/2004, que determinou a aplicação do mesmo procedimento utilizado pela AIRC. Desse modo, aplica-se também à AIME as regras previstas entre os arts. 3º a 17 da Lei de Inelegibilidade, que já estudamos acima. Consequência da procedência da AIME De todo modo, caso julgada procedente, a AIME, haverá a desconstituição do diploma concedido ao candidato e se já estiver exercendo o cargo político, o julgamento impõe a perda do mandato eletivo. Finalizamos, assim, mais uma ação eleitoral! 2.4 - Representação do art. 96 da Lei das Eleições A Lei nº 9.504/1997 ± denominada de Lei das Eleições ± estabelece uma série de regras atinentes ao procedimento eleitoral, disciplinando assuntos muito importantes, como registro de candidaturas e propaganda eleitoral. Ao final do seu texto há a previsão de representação por descumprimento das regras relativas às eleições. Tal representação é mais uma das ações eleitorais que nos compete estudar neste tópico. Hipóteses de cabimento Logo, será cabível a Representação sempre que houver violação à Lei das Eleições. PROCEDIMENTO tramita em segredo de jusitça gratuita, salvo temerária comprovada má-fé CONSEQUÊNCIA DA PROCEDÊNCIA DA AIME para o diplomado ainda não empossado desconstituição do diploma para o diplomado que já está exercendo as funções políticas perda do mandato eletivo 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 98 Legitimidade para a Representação da LE Legitimidade Ativa A legitimidade ativa observa o padrão que temos visto até agora, ou seja, são legitimados para ajuizar a representação prevista no art. 96, da LE, o partido político, a coligação ou o candidato. É o que se extrai do art. 96, caput, da LE: Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se: (...) Note que não há previsão expressa para o Ministério Público Eleitoral. Assim, pergunta-se: Terá o MP legitimidade para ajuizar a Representação prevista no Art. 96 da LE? Qual o fundamento? De acordo com a doutrina e com o entendimento pacífico do TSE, o Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para ajuizamento da Representação, uma vez que se trata do exercício natural das funções institucionais do Ministério Público. Não faz sentido, portanto, conferir interpretação restritiva ao dispositivo acima mencionado. Portanto... Legitimidade Passiva O legitimado passivo será aquele que violar a regras constantes da Lei das Eleições. Assim, em regra, o candidato será o legitimado passivo. HIPÓTESE DE CABIMENTO Violação à Lei das Eleições LEGITIMADOS ATIVOS candidato/pré- candidato partido político coligações Ministério Público 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 98 Prazo e competência No que diz respeito ao prazo, entende-se que a ação poderá ser ajuizada sempre que houver violação à Lei das Eleições, sem delimitação fixa de prazos. Em relação à competência para julgar a representação, vejamos novamente o que dispõe o art. 96 e os respectivos incisos: Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou candidato, e devem dirigir-se: I ± aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais; II ± aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais, estaduais e distritais; III ± ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial. Tranquilo, né? É exatamente a mesma competência conferida para julgar a AIRC e a AIME. Antes de seguirmos, vamos analisar algumas regras específicas atinentes à competência. Segundo o §2º, do art. 96, da LE, quando envolver competência do Juiz Eleitoral cujo município é abrangido por mais de uma Zona Eleitoral, compete ao TRE determinar, entre os juízes eleitorais, qual será o competente para a análise das representações. § 2º Nas eleições municipais, quando a circunscrição abranger mais de uma Zona Eleitoral, o Tribunal Regional designará um Juiz para apreciar as reclamações ou representações. LEGITIMIDADE PASSIVA quem violar a Lei das Eleições TSE Presidente vice-Presidente TRE Senador Deputado Federal Deputado Estadual Governador vice-Governador JUIZ ELEITORAL Prefeito vice-Prefeito Vereador 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 98 O §3º, por sua vez, prevê que no âmbito do TRE serão designados três juízes auxiliares para apreciar as representações. § 3º Os Tribunais Eleitorais designarão TRÊS JUÍZES AUXILIARES para a apreciação das reclamações ou representações que lhes forem dirigidas. § 4º Os recursos contra as decisões dos Juízes auxiliares serão julgados pelo Plenário do Tribunal. Procedimento Seguindo com o estudo da Representação do art. 96, da LE, vamos passar a estudar o procedimento, que vem disciplinado nos §§ do dispositivo. A Representação deve ser apresentada com a indicação dos fatos, as provas, os indícios e as circunstâncias, nos termos do §1º § 1º As reclamações e representações devem relatar fatos, indicando provas, indícios e circunstâncias. Recebida a reclamação, o representado será citado para responder à representação no prazo de 48 horas. É o que prevê o §5º, do art. 96, da LE: § 5º Recebida a reclamação ou representação, a Justiça Eleitoral notificará imediatamente o reclamado ou representado para, querendo,apresentar defesa em QUARENTA E OITO HORAS. § 6º (Revogado pelo art. 5º da Lei nº 9.840/1999.) Após o recebimento da resposta, a Justiça Eleitoral terá prazo de 24 horas para decidir e publicar a decisão da Representação. § 7º Transcorrido o prazo previsto no § 5º, apresentada ou não a defesa, o órgão competente da Justiça Eleitoral decidirá e fará publicar a decisão em VINTE E QUATRO HORAS. Da decisão, abre-se prazo de 24 horas para apresentação de eventual recurso, com igual prazo para contrarrazões. § 8º Quando cabível recurso contra a decisão, este deverá ser apresentado no prazo de VINTE E QUATRO HORAS da publicação da decisão em cartório ou sessão, assegurado ao recorrido o oferecimento de contra-razões, em igual prazo, a contar da sua notificação. Após apresentação do recurso e das contrarrazões, o Tribunal terá prazo de 48 horas para julgar. § 9º Os Tribunais julgarão o recurso no prazo de QUARENTA E OITO HORAS. Finalmente, o §10 prevê a possibilidade de pedido de desaforamento, caso a Representação não seja julgada no prazo fixado. § 10. Não sendo o feito julgado nos prazos fixados, o pedido pode ser dirigido ao órgão superior, devendo a decisão ocorrer de acordo com o rito definido neste artigo. QUANDO NO MUNICÍPIO HOUVER MAIS DE UM JUIZ ELEITORAL o TRE determinará o Juiz Competente para processar e para julgar as representações 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 98 O §11, do art. 96, foi acrescentado pela Lei nº 13.165/2015. Esse dispositivo estabelece que os partidos políticos não sofrem as sanções decorrentes do julgamento da ação, como a aplicação de multas, ainda que tenham se beneficiado da conduta que gerou a representação. A única hipótese em que os partidos arcarão com as sanções será quando houver demonstração de participação do partido na conduta ilícita. Vejamos: § 11. As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de disposições desta Lei não se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado da conduta, SALVO quando comprovada a sua participação. Vamos ao nosso esquema geral? Para a sua prova... relatar fatos indicar provas, indícios e circunstâncias PETIÇÃO INICIAL 48 horasCONTESTAÇÃO 24 horasJULGAMENTO interposição e contrarrazões em 24 horas julgamento em 48 horas RECURSO 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 98 Mais uma ação eleitoral vencida, sigamos! 2.5 - Representação por Captação Ilícita de Sufrágio Hipótese de Cabimento A captação ilícita de sufrágio é abordada no art. 41-A da Lei das Eleições. Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil UFIR, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. Tal representação tem, portanto, o objetivo de combater práticas tendentes a violar a liberdade do voto e as situações de compra de voto. Registre-se que para a configuração da hipótese de cabimento, não é necessário o pedido explícito de votos. É suficiente, segundo o §1º do art. 41-A da LE, o dolo do candidato: § 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. Legitimidade para a Representação por Captação Ilícita de Sufrágio Legitimidade Ativa Aqui, sem qualquer problema! Poderão ingressar com a Representação os candidatos, os partidos políticos ou as coligações, assim como o Ministério Público Eleitoral. Legitimidade Passiva Para compreender a legitimidade passiva, vejamos o art. 41-A, §2º, da LE: § 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. Dessa forma, poderão ser representados nos termos do art. 41-A, da LE, os candidatos e os pré-candidatos (ou seja, com requerimento de registro de candidatura ainda não deferido). Contudo, para além deles outras pessoas poderão figurar no polo da representação por captação ilícita de sufrágio. HIPÓTESE DE CABIMENTO doação, oferecimento, promessa ou entrega de benesses com o fim de obter o voto 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 98 Desse modo... Prazo e competência A representação poderá ser apresentada desde o registro das candidaturas até o dia das eleições. Quanto à competência, vale a regra geral: Procedimento Quanto ao procedimento, aplica-se à representação por captação ilícita de sufrágio o regramento previsto no art. 22 da Lei de Inelegibilidades, que é o rito aplicável à AIJE. candidatos pré-candidatos com registro de candidatura formalizados pessoas, que não são candidatas, envolvidas com a propaganda ilícita LEGITIMADOS PASSIVOS registro da candidatura PRAZO PARA REPRESENTAÇÃO DO ART. 41-A DA LE dia das eleições TSE Presidente vice-Presidente TRE Senador Deputado Federal Deputado Estadual Governador vice-Governador JUIZ ELEITORAL Prefeito vice-Prefeito Vereador 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 98 2.6 - Representação para Apuração de Arrecadação e de Gastos Ilícitos Hipótese de Cabimento A representação para apuração de arrecadação e de gastos ilícitos em campanha eleitoral é disciplinada pelo art. 30-A, caput, da Lei das Eleições. Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos. Como podemos extrair da leitura do dispositivo acima, a LE prevê, especificamente, que a presente ação tem o objetivo de apurar arrecadação e gastos eleitorais ilícitos. Desse modo, podemos afirmar que a finalidade da Representação do art. 30-A, da LE, é apurar condutas em desacordo com as normas da Lei das Eleições, principalmente no que diz respeito à arrecadação e gastos de recursos. Legitimidade para a Representação por Arrecadação ou Gastos Ilícitos Legitimidade Ativa A partir do que se extrai do dispositivo acima citado, são legitimados ativos: Ö partido político; Ö coligação. Embora não mencionado, o Ministério Público também é legitimado para apresentar a Representação segundo entendimento pacífico do TSE. Já aos candidatos tal prerrogativa não é assegurada do que se extrai, por exemplo, do RO nº 1.498/20097: REPRESENTAÇÃO. ART. 30-A DA LEI Nº 9.504/97. CANDIDATO. ILEGITIMIDADE ATIVA. (...) 7 Recurso Ordinário nº 1498, Acórdão de 19/03/2009, Relator(a)Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 3/4/2009, Página 42 RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 20, Tomo 2, Data 19/3/2009, Página 84 HIPÓTESES DE CABIMENTO arrecadação ilícita de recursos eleitorais gastos eleitorais fora do que permite a Lei das Eleições 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 98 2. O art. 30-A da Lei nº 9.504/97 estabelece legitimidade para a propositura de representação prevista nessa disposição legal apenas a partido político e coligação, não se referindo, portanto, a candidato. 3. O § 1º do art. 30-A da Lei das Eleições - ao dispor que, para a apuração das condutas, será observado o procedimento do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90 - refere-se, tão- somente, ao rito, não afastando, portanto, a regra de legitimidade específica, expressamente estabelecida no caput do mencionado artigo. Recurso ordinário desprovido. Logo: O CANDIDATO NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA APRESENTAR A REPRESENTAÇÃO PREVISTA NO ART. 30-A DA LEI DAS ELEIÇÕES Legitimidade Passiva O representado será o candidato. Prazo e competência Conforme vimos no caput do art. 30-A da Lei das Eleições, a ação deverá ser proposta no prazo de 15 dias a contar da diplomação dos candidatos. Quanto à competência observa-se o padrão, ou seja, para as eleições municipais é do Juiz Eleitoral, para as eleições estaduais é do TRE e para as eleições presidenciais é do TSE. Procedimento O procedimento a ser observado será o que está disposto no art. 22, da Lei de Inelegibilidade, que estudamos na AIJE. Nesse sentido, vejamos o que dispõe o art. 30-A, §1º, da LE: § 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, no que couber. Há, contudo, uma regra específica que vem disciplinada no art. 30-A, §3º, da LE: § 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas com base neste artigo será de 3 (TRÊS) DIAS, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. Consequência da procedência da Representação por Arrecadação ou Gastos Ilícitos Os efeitos da condenação vêm dispostos no art. 30-A, §2º, da LE: § 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado. partido político coligação Ministério Público 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 98 Logo: 2.7 - Recurso Contra a Diplomação (RCED) Em sequência aos nossos trabalhos, chegamos à RCED, uma das mais importantes ações eleitorais. Trata-se de um instrumento jurídico previsto no art. 262, do Código Eleitoral, cuja redação foi alterada pela Lei nº 12.891/2013. Hipóteses de cabimento Vejamos: Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade. Portanto, são três hipóteses: ª Inelegibilidade superveniente. Em regra, as inelegibilidades são arguidas em sede de AIRC. Conforme vimos, essa ação eleitoral deverá ser ajuizada no prazo de cinco dias após a publicação do registro do candidato. Dessa forma, eventuais situações de inelegibilidade superveniente ± posteriores ao registro da candidatura ± deverão ser questionadas por intermédio da RCED. ª Inelegibilidades constitucionais. Como vimos, as hipóteses constitucionais de inelegibilidade são sofrem a preclusão e, em razão disso, poderão ser arguidas mesmo após o decurso do prazo da AIRC, em RCED. ª Condições constitucionais de Elegibilidade. Do mesmo modo, em caso de não preenchimento de alguma das condições constitucionais de elegibilidade poderá ser ajuizada a RCED. Para a nossa prova... SERÁ NEGADO O DIPLOMA AO CANDIDATO SE JÁ CONCEDIDO, O DIPLOMA SERÁ CASSADO 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 98 Natureza Jurídica Quanto à natureza da RCED há divergência doutrinária, uma vez que alguns entendem que se trata de ação eleitoral e outros de uma espécie de recurso. Não há tese predominante, razão pela qual acreditamos que a matéria não venha a ser objeto de questionamento em prova. 1ª Corrente: pela primeira corrente, o RCED é um recurso contra a decisão judicial de diplomação. Os defensores desse pensamento consideram que a diplomação constitui um ato judicial do qual cabe recurso, apresentado por intermédio da RCED. 2ª Corrente: pela segunda corrente, defende-se que o RCED é verdadeiramente uma ação eleitoral autônoma, a ser ajuizada a partir da diplomação do candidato perante a Justiça Eleitoral. Frisamos que, é importante conhecer a divergência, contudo, para fins de prova objetiva, as possibilidades de cobrança são pequenas. Legitimidade para a RCED Em relação à legitimidade, no RCED temos algumas particularidades, que fogem à regra que vimos até o momento. Por isso, atenção! Legitimidade Ativa Poderão apresentar o RCED o candidato ± eleito ou não ±, o partido político e o Ministério Público. Quanto à coligação, embora o TSE entenda que ela possa ajuizar o RCED, há um aspecto peculiar que merece atenção. Vimos, em outras ações eleitorais, que se o partido estiver coligado, não poderá isoladamente apresentar a ação, pois a legitimidade seria conferida, em tais situações, à coligação. Aqui a doutrina faz uma ponderação importante. Considera-se dissolvida a coligação com a diplomação, de forma que o partido, ainda que estivesse coligado, pudesse ajuizar isoladamente a RCED. Por fim, devemos deixar claro que o Ministério Público eleitoral, quando não atuar como parte no RCED, será obrigatoriamente intimado para atuar como fiscal da lei (custos legis). Assim: HIPÓTESES DE CABIMENTO DA RECD Inelegibilidade superveniente Inelegibilidade constitucionais Condições constitucionais de Elegibilidade 20254870619 Direito Eleitoral TRE-SP Analistas e Técnico Aula 14 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 98 Legitimidade Passiva Já em relação à legitimidade passiva não há maiores problemas, pois o representado na RCED será o candidato diplomado. Logo... Prazo e competência O RCED será apresentado no prazo de três dias, a contar da diplomação do candidato, com a finalidade de cassar o diploma expedido pela Justiça Eleitoral. Já em relação à competência, o regramento é específico. Vamos ver cada uma das eleições. ª Em relação às eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente para receber a Representação que processará o recurso e que encaminhará o RCED ao TRE. Dessa forma, o recurso será apresentado perante o Juiz Eleitoral, que o remeterá ao TRE para processamento. ª Quando envolver eleições gerais/estaduais o RCED será apresentado diretamente no TRE que o processará e o encaminhará para o TSE para julgamento, seguindo o mesmo padrão acima. ª Nas eleições presidenciais, por sua vez, NÃO há possibilidade de apresentação do RCED. Para a nossa prova... LEGITIMIDADE ATIVA candidato partido político (ainda que coligado na campanha)
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