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CUSTOS DE PRODUÇÃO_Depreciação_ etc

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� PAGE \* MERGEFORMAT �15�
Universidade Federal de Goiás
Escola de Agronomia
Disciplina: Administração Rural
Profa. Cleonice Borges de Souza
CUSTOS DE PRODUÇÃO
A tomada de decisões no âmbito empresarial consiste na escolha de custos alternativos que melhor se ajustem a seus interesses. Identificar e ponderar os principais aspectos relacionados a determinado contexto tem um importante papel no processo de tomada de decisões, agindo como referência coletora de dados relevantes sobre custos, despesas, mercado e tecnologias.
Assim, os registros dos custos de operação de um negócio rural, com os dados de produção e de vendas, possibilitam à administração utilizar as contas para estabelecer os custos de produção e distribuição, tanto por unidade como pelo total, para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços.
Os custos de produção na empresa rural têm por finalidade mensurar os gastos da empresa, com o objetivo de analisar seu resultado econômico financeiro e também planejar suas atividades. Por meio da análise dos custos de produção, podem-se tomar decisões mais seguras quanto a investimentos, tecnologias a serem empregadas e outras decisões relevantes.
O custo de produção deve ser calculado pelo menos duas vezes na safra:
1º - próximo ao plantio para previsão de receitas e despesas (estimativa) 
2º - no fechamento da safra (custo real)
O custo de produção pode variar em função de diversas situações, dentre elas tem-se: 
a) de um produtor para outro;
b) de uma propriedade para outra;
c) dentro de uma mesma propriedade (de um talhão para outro, de uma variedade para outra, dentre outras);
d) grau de tecnologia empregado;
e) qualidade e quantidade de insumos utilizados;
f) parque de máquinas disponível para utilização;
g) infraestrutura da propriedade.
1. Classificação dos custos
Existem várias formas de classificação de custos. Apresentamos três tipos que se adéquam aos referenciais e enfoques necessários para uma gestão administrativa eficiente e competitiva em empresas rurais:
a) Quanto à natureza: classificação que se refere à identidade daquilo que foi consumido na produção, muitas vezes se assemelhando à utilizada para dar nome a bens e serviços:
1) materiais e insumos - materiais brutos ou trabalhados e anteriormente
produzidos, que são necessários para, através de determinado processo, obter um novo produto (ex. fertilizantes, sementes etc.);
2) mão de obra direta - salários, encargos sociais e benefícios do pessoal empregado diretamente na produção (ex. tratorista, tratador etc.);
3) mão de obra indireta - idem, do pessoal empregado indiretamente na produção (ex. técnico agrícola, veterinário etc.);
4) manutenção de máquinas e equipamentos - gastos com peças e serviços de reparos de tratores e outras máquinas e Equipamentos utilizados na produção.
5) depreciação de máquinas e equipamentos - parcela que corresponde à taxa de depreciação pelo uso das máquinas e equipamentos.
6) combustíveis e lubrificantes - utilizados pelas máquinas de produção agropecuária.
b) Quanto à identificação com o produto: classificação que se refere à maior ou menor facilidade de identificar os custos com os produtos, através de uma medição precisa de insumos utilizados, de relevância do seu valor ou da apropriação dos gastos por rateio:
1) custos (ou despesas) diretos (CD) - há um efetivo desembolso e são identificados com precisão no produto acabado, através de um sistema de medição, cujo valor é relevante (ex. horas de mão de obra, quilos de ração, juros pagos ao banco, empréstimos de investimento ou de custeio pagos, compra de insumos, salários pagos, dentre outros; ou seja, sai dinheiro do caixa da empresa).
2) custos (ou despesas) indiretos (CI) - há um custo contabilizado, mas não sai dinheiro da fazenda. São aqueles necessários à produção, geralmente de mais de um produto, mas que são alocáveis, através de um sistema de rateio, estimativas e outros meios (ex. salários dos técnicos, da chefia, materiais e produtos de alimentação, de higiene e de limpeza). Também se encaixam os juros sobre recursos próprios empregados, a depreciação de máquinas, construções e equipamentos, (desde que não seja feito caixa para isto), dentre outros. 
* Rateio: Nas atividades agropecuárias as operações e despesas (custos) são de natureza e características semelhantes, portanto, as despesas com mão de obra e encargos, combustíveis e lubrificantes, manutenção e conservação de máquinas e implementos agrícolas, depreciação e outras despesas com gradeação, lavração, aplicação de fertilizantes e defensivos e outras operações, poderão ter como base para rateio a relação quantidade de hectares de cada atividade.
c) Quanto à sua variação quantitativa - classificação que se refere ao fato de os custos (ou despesas) permanecerem inalterados ou variarem em relação às quantidades produzidas, ou seja, os custos podem variar proporcionalmente ao volume produzido ou podem permanecer constantes, independentemente do volume:
1) custos variáveis (CV): são os custos que apresentam variações em proporção direta com o volume de produção ou área de plantio (ex. mão de obra direta, fertilizantes, rações etc.);
2) custos fixos (CF): são os custos que permanecem inalterados em termos físicos e de valor, independentemente do volume de produção e dentro de um intervalo de tempo relevante, sendo também conhecidos como custo de capacidade por serem oriundos da posse de ativos e da capacidade ou estado de prontidão (ex. depreciação, exaustão, seguros, salários da administração, pagamento de parcelas de financiamento de máquinas agrícolas, de construções, juros destes empréstimos, mão de obra do empresário (pro labore) etc.).
Eventualmente, alguns custos podem variar, mas não de uma forma proporcional ao volume produzido. São exemplos a energia utilizada na iluminação de um galpão durante um turno de trabalho, que passa a variar pela quantidade de turnos, não pelo volume produzido, e o pivô da central de irrigação, que possui um gasto fixo de energia (demanda instalada) e outra variável em função do tempo de irrigação e da área a ser irrigada.
Outros custos permanecem realmente fixos não só dentro de um intervalo de tempo relevante, mas também permanecem fixos até certo nível de atividade. Para exemplificar, citaremos o volume de salários dos fiscais de turma. Se houver um aumento de mão de obra direta em decorrência do volume de produção, pode ser necessário contratar mais fiscais, aumentando o volume de salários.
O custo operacional total (CT) representa o custo do produtor para pagar seus empregados e repor seu maquinário para continuar produzindo no curto prazo, ou seja, na safra. Quando a atividade cobrir os custos operacionais de produção, há lucro porque cobre os custos variáveis, remunera o capital empregado e o trabalho do produtor. É a soma dos custos fixos totais e custos variáveis totais: CT = CF + CV
Têm-se ainda o custo total por unidades produzidas que também é chamado de custo médio: Custo médio (CM) = CT/n
2. Depreciação, Exaustão e Amortização
A depreciação, amortização e exaustão devem ser contabilizadas para corresponder ao desgaste efetivo pelo uso ou perda de utilidade do bem ou direito, mesmo por ação da natureza ou obsolescência (CREPALDI, 2012, p. 129).
Depreciação – quando corresponder à perda dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso ou ação da natureza ou obsolescência. É o custo necessário para substituir os bens de capital quando tornados inúteis. 
Amortização – quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por parte legal ou contratualmente limitado.
Exaustão – quando corresponder à perda do valor decorrente da sua exploração, de direitos cujo objetosejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
A técnica contábil determina que o valor residual do bem deve ser diminuído de seu custo de aquisição para determinar o valor-base de cálculo da depreciação. Valor residual pode ser definido como o valor esperado do ativo ao final de sua vida útil.
2.1 Casos de Depreciação
2.1.1 – Cultura Agrícola
Toda cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação. A árvore produtora não será extraída do solo e seu produto final é o fruto e não a própria árvore. Exemplo: Um cafeeiro produz grãos de café, que são seus frutos, e após a colheita a árvore mantém-se intacta.
Um canavial tem sua parte externa extraída (cortada), mantendo-se a parte contida no solo para a formação de novas árvores.
Segundo o raciocínio acima, sobre o cafeeiro incidirá depreciação enquanto que no canavial teremos exaustão. 
Assim, nas culturas de laranja, manga, uva, maçã, mamão, graviola, caju, abacate etc, incidirá depreciação.
Na cultura do chá, o desbastamento das folhas é considerado depreciação, pois é a folha o produto final e não o caule ou a própria planta. O mesmo raciocínio é adotado para a bananeira cujo produto final é o fruto.
A depreciação só incide sobre a cultura formada (nunca em formação), a partir da primeira colheita, inclusive.
2.1.2 – Máquinas e implementos agrícolas
Uma das dificuldades encontradas para calcular o custo das lavouras ou das safras está no cálculo da depreciação das máquinas e implementos agrícolas.
Normalmente a depreciação é calculada a uma taxa anual, com critérios fiscais, apropriando-se a depreciação do ano entre as diversas culturas através de rateio.
As máquinas e implementos agrícolas ao contrário das máquinas industriais, não são usados durante o ano em virtude de entressafras, chuvas, geadas, ociosidades etc. Dessa forma recomenda-se a apropriação da depreciação em decorrência do efetivo uso às respectivas culturas ou projetos, devendo-se, portanto, calcular a depreciação em função da hora trabalhada, por equipamento, em vez da quantidade de anos de vida útil.
2.1.3 – Pecuária
No caso dos reprodutores (touros e vacas), animais de trabalho, tendo em vista que se trata também de Ativo Tangível, de vida útil limitada, que perde o poder produção ao longo do tempo, as deduções dos valores são também denominadas Depreciação.
No período de crescimento do gado destinado à reprodução não haverá depreciação. A vida útil do rebanho de reprodução, para efeito de depreciação, será contada a partir do momento em que estiver em condições de reprodução (estado adulto). O animal, durante o período de reprodução, principalmente o touro, tende a atingir um estágio máximo de eficiência para, a seguir, iniciar o processo de declínio, até perder a sua capacidade de produção.
O ideal seria detectar o início do processo de declínio para que seja iniciada a depreciação, mas, devido à dificuldade de se detectar esse estágio, inicia-se a depreciação quando o animal estiver apto para a reprodução.
A vida útil dos animais varia muito em função da raça, do clima, do manejo e oscilam de quatro a dez anos.
Estatisticamente, os prazos médios de vida útil dos bovinos, são os seguintes:
	Reprodutor mestiço		-	Cinco anos
	Matriz (vaca) mestiça	-	Sete anos
	Reprodutor puro		-	Oito anos
	Matriz (vaca) pura		-	Dez anos
O médico veterinário é a pessoa mais indicada para determinar a vida útil do gado reprodutor.
Outro aspecto importante para a determinação da depreciação bovina é o valor residual do animal correspondente ao seu peso multiplicado pelo preço da arroba de carne, por ocasião de sua venda para o frigorífico, após castrado e engordado para abate, prática adotada por pecuaristas quando o animal não é mais utilizado para reprodução.
Em alguns casos o touro não serve para monta, mas ainda é útil para a produção de sêmen (inseminação artificial) não sendo, portanto descartado de imediato para a venda ao frigorífico. O período de captação do sêmen também será considerado como tempo de vida útil, para efeitos de depreciação.
Exemplo.
Um touro avaliado em R$ 55.000,00 tenha vida útil estimada de oito anos para permanecer entre as vacas (monta) e de mais dois anos para a coleta de sêmen (inseminação artificial), totalizando dez anos. Nesse caso a depreciação anual é de 10%. O touro pesa aproximadamente 800 kg, e se fosse vendido ao frigorífico valeria R$ 2.000,00 (valor residual). Considerando-se que o seu peso deverá ser mantido até o momento da venda (final da vida útil) o valor a ser depreciado será de R$ 53.000,00 (R$ 55.000,00 – R$ 2.000,00) x 10% = 5.300,00 (para o 1º. Ano).
2.1.4 Métodos de Cálculo da depreciação:
É o custo necessário para substituir os bens de capital que se tornaram inúteis pelo desgaste físico ou por obsolescência. Há diversos modos de se calcular a depreciação:
O mais comum na agricultura é o método linear ou das quotas constantes, onde:
D = (Vi - Vf)/VU(vida útil) ou i = 100%/VU
Este método é o mais prático para se calcular a depreciação média dos bens quando vai se usar o valor para cálculo de custos de produção. Consiste em aplicar-se a taxa de depreciação sempre sobre o mesmo valor (taxa e base de cálculo fixas). Dessa forma, o valor do encargo de depreciação será o mesmo em todos os períodos.
Método de depreciação da soma dos dígitos (cole) - Este método consiste em somar os dígitos da vida útil do bem. O valor assim encontrado será o numerador ou denominador, conforme se está trabalhando com quotas crescentes ou decrescentes. É um método em que a taxa é variável, mas a base de cálculo é constante.
Por outro lado, o outro elemento (numerador ou denominador) será o dígito do ano a que nos estamos referindo. 
D = (Vi – Vf) x ano
 ∑ ano
No caso de avaliação real do bem é mais conveniente usar os métodos acelerados de depreciação, que são:
a) Mais acelerado no início: Usado para máquinas e equipamentos
Exemplo prático: queremos calcular a depreciação de um bem com vida útil estimada de dez anos. Neste caso procede-se do seguinte modo:
Vida útil do bem (Vu)= 10 anos
10 + 9 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 55
1º ano D= (Vi – Vf) 10/55
2º ano D= (Vi- Vf) 9/55
3º ano D= (Vi – Vf) 8/55
E assim por diante até o 10º ano
b) Mais acelerado no final: usado para construções. 
Exemplo prático. Suponha um barracão com vida útil estimada em 15 anos, procede-se da seguinte maneira:
Vida útil do bem (Vu) – 15 anos
15 + 14 + 13 + 12 + 11 + 10 + 9 + 8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 120
1º ano D= (Ci – Cf) 1/120
2º ano D= (Ci – Cf) 2/120
3º ano D= (Ci – Cf) 3/120
...........................................
........................................... E assim sucessivamente até o 15º ano.
Este método permite uma avaliação mais próxima da real do bem analisado. Tem o inconveniente de ser trabalhoso e demorado, quando o bem tem uma vida útil longa. Nesse caso pode-se usar a fórmula a seguir:
Sn = (n + 1) n/2
Exemplo: um bem com 35 anos de vida útil: Sn = (35 + 1) x 35/2 
Sn = 36 x 35/2 = 18x35 = 630
Método da unidade de tempo trabalhada ou das quantidades produzidas - Nesse método, a taxa de depreciação é calculada em função do número de horas de uso do bem no período. Neste caso, basta dividir o valor do bem pelo número de horas de vida útil e obteremos a depreciação por hora.
O método das unidades produzidas é análogo, porém o cálculo da taxa é feito dividindo-se o valor do bem pela quantidade total que aquele bem é capaz de produzir e multiplicado pelas unidades produzidas no período, ou seja, a vida útil é dada em termos de unidades a serem produzidas.
D = (Vi – Vf) ou D = (Vi – Vf) x Prod período
 VUh Prod. Total
Exemplo: de cálculo da taxa de depreciação em função da produção total estimada da cultura permanente. Admitindo-se que serão colhidas 1.000.000 de caixas de uva de determinadavideira, cuja primeira produção foi de 70.000 caixa, teremos a depreciação no primeiro ano, de 7% (70.000/1.000.000). A vantagem desse método é que o cálculo da depreciação será proporcional à produção colhida, evitando-se custos maiores em anos de safras ruins.
Outro método consiste em esperar o ano se completar e avaliar o preço do bem no mercado. A diferença de um ano para outro será a depreciação. Pouco usado e não permite calcular custos de produção ”a priori`”, portanto não serve aos propósitos aqui pretendidos. 
Depreciação em atividade rural - Consoante o disposto no art. 6º da MP 2.159-70/01, os bens do ativo permanente imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore atividade rural, para uso nesta atividade, poderão ser depreciados integralmente no próprio ano de aquisição.
2.2 – Casos de Exaustão
2.2.1 – Florestas e espécies de menor porte
Se determinada empresa é proprietária de uma floresta para corte e comercialização, consumo ou industrialização de madeira levará o custo de cada período o valor referente à parcela consumida. 
Exemplo: Em um florestamento que envolve 10.000 pés de eucaliptos cujo custo de formação foi de R$ 100.000,00, foram cortadas 4.800 árvores. Para o cálculo do valor da quota de exaustão será observado o seguinte critério:
	Cálculo percentual das árvores extraídas
	=
	4.800 árvores extraídas
	=
	0,48 ( 48%
	
	
	10.000 árvores que compõem a floresta
	
	
2.2.2 – Cana-de-açúcar
O canavial, uma vez plantado, poderá gerar, dependendo do solo e da variedade plantada, de três a quatro corte, com exaustão anual de 33,33% (três anos) ou 25% (quatro anos).
2.2.3 – Pastagem
É o local de apascentamento do gado. É uma das partes mais importantes do planejamento agropecuário, tendo em vista que a boa pastagem contribui para o alto rendimento do rebanho. Basicamente há dois tipos de pastagem que são a natural e a artificial.
2.2.3.1 – Pastagem natural
Também denominada de pasto nativo, é constituída de áreas não cultivadas, das quais se aproveita o potencial natural (campos, cerrados, capins naturais etc.). Geralmente são áreas de boa cobertura vegetal, sem muitos problemas de erosão, onde raramente são realizadas melhorias.
2.2.3.2 – Pastagem artificial
É aquela plantada com a adoção do preparo do solo por meio de destocamento, aração, adubação, gradagem, semeadura etc. 
As principais forrageiras são: 	
Gramíneas: capim-colonião, capim-gordura, capim-jaraguá e outros capins;
	Leguminosas: alfafa, soja perene, beiço-de-boi etc.;
	Cactáceas: palma, mandacaru, xiquexique etc.;
São também utilizadas como alimentação complementar a mandioca, a batata-doce etc.
Por ser uma cultura permanente, seja a pastagem natural ou artificial, seu custo de formação ou aquisição compõem o Ativo Permanente – Imobilizado e sofrerá exaustão na proporção da sua perda e de sua potencialidade.
O calculo da exaustão dar-se-á pela divisão do seu valor de formação pelo quantidade de anos de vida útil.
Exemplo: Admitindo-se o valor total da pastagem no período de formação foi de R$ 980.000,00, que o período de formação foi de dois anos e que a vida útil estimada é de oito anos, teremos:
Valor de exaustão anual = R$ 980.000,00 / 8 anos = R$ 122.500,00.
Há pecuaristas que não fazem a exaustão, devido à dificuldade de se estimar o período de vida útil e à omissão do Imposto de Renda sobre o assunto.
Mesmo que haja pastoreio em rodízio, nenhuma pastagem tem duração ilimitada, sendo, portanto necessárias reformas para que o pasto volte a ser produtivo. Nesse caso a vida útil é aumentada e o valor da reforma deve ser ativado. Há fatores que podem causar o perecimento das pastagens como erosão, incêndio e excesso de gado, fazendo com que a sua recomposição natural seja bastante difícil e onerosa. Nesses casos os valores aplicados devem ser levados diretamente para o resultado do exercício, como perda.
2.3 – Casos de amortização
É a recuperação econômica do capital aplicado em: 
I – Despesas que contribuam para formação do resultado de mais de um exercício social. Exemplos: Despesas pré-operacionais, Despesas com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos; 
II – Direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou bens cuja utilização tenha prazo legal ou contratual limitado e desde que em nenhuma hipótese caiba indenização, como: 
a) bens intangíveis ou direitos de uso, como, por exemplo: patentes de invenção. Fórmulas e processos de fabricação; 
b) investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao final do prazo de concessão; 
c) direitos autorais, licenças, autorizações para exploração de determinada atividade econômica, concessões para exploração de serviços públicos, bem como o custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de comércio; 
d) custo das construções e benfeitorias em bens locados, arrendados ou cedidos por terceiros; 
e) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas. 
A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o número de anos restantes de existência do direito ou o número de exercícios sociais em que deverão ser usufruídos os benefícios das despesas registradas no ativo diferido. 
A amortização ocorre para os casos de aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedades de terceiros, por exemplo, quando da aquisição de direito de extração de madeira de floresta pertencente a terceiros ou da exploração de pomar de terceiros, por prazo determinado, a preço único e prefixado.
A legislação brasileira prevê que se a floresta pertence a terceiros, mas é explorada em função de contrato por prazo indeterminado, caracteriza-se por quotas de exaustão e não amortização.
Exemplo: Se uma empresa adquire o direito de explorar um pomar de terceiros, por um prazo de três anos, ela registrará o custo dessa aquisição no Ativo Imobilizado e o amortizará em três anos.
Outros gastos que contribuirão para a formação do resultado da empresa são também alvo de amortização: 
Os gastos pré-operacionais referentes à implantação de novas fazendas, não acumuláveis no Ativo Imobilizado, tais como os administrativos e financeiros;
Os gastos com pesquisas científicas ou tecnológicas referentes à parte genética, biológica e experimentações concernentes à plantações e animais;
Gastos com melhorias do solo que propiciam incremento na capacidade produtiva, tais como desmatamento, corretivos, destocamento, nivelamento etc.
O prazo de amortização, segundo o Imposto de Renda, não poderá ser inferior a cinco anos, enquanto que a Lei das Sociedades por Ações limita o prazo máximo que é de dez anos. Dessa forma a empresa rural fará a opção entre 10% a 20% ao ano.
Exercícios resolvidos:
Uma plantação de cana-de-açúcar com valor de R$ 200.000,00. Estima-se uma produção de 20.000 toneladas e 4 cortes. Qual seria a exaustão se no primeiro ano tiver uma colheita de 8.000 toneladas?
( ) R$ 15.000,00
( ) R$ 25.000,00
( ) R$ 18.000,00
( ) R$ 80.000,00
Resolução:
 Taxa de exaustão ( 8.000 = 0,4 ou 40% x 200.000,00 ( E = 80.000,00
 20.000
A empresa Andradas Agropecuária S/A possui no Ativo Imobilizado um imóvel adquirido por R$ 65.000,00. e Móveis e Utensílios adquiridos por R$ 20.000,00. O desgaste desses bens é contabilizado anualmente, calculado pelo método linear (ou da linha reta).
No encerramento do exercício, em 31/12/2011, o imóvel completou exatos oito anos de uso e os móveis apenas quatro anos. A vida útil do imóvel (edificação) foi estimada em 25 anos e a dos móveis e utensílios em dez anos. Os saldos não sofreram baixas, reavaliação, nem correção monetária. O custo do terreno equivale a 60% do imóvel.
Com as informações supra alinhadas, feitos os cálculos corretos, podemos dizer que no balançode 31/13/2011, a depreciação acumulada de imóveis e de móveis e utensílios estará com saldo credor de:
( ) R$ 4.600,00
( ) R$ 14.720,00
( ) R$ 16.320,00
( ) R$ 18.400,00
( ) R$ 28.800,00
Resolução:
Inicialmente, vamos nos lembrar que Terrenos não se depreciam. Desta forma, temos que separar o valor do Terreno do valor da Edificação, do imóvel adquirido. 
O Imóvel foi adquirido por R$ 65.000,00. O terreno representa 60% deste valor. Consequentemente, a parte edificada equivale a 40%, ou seja R$ 26.000,00 (40% x R$ 65.000,00). Quando calcularmos a depreciação do imóvel, devemos considerar apenas o valor de R$ 26.000,00. Os Imóveis são depreciados em 25 anos, ou seja, 4% ao ano. Em 31.12.2011 este ativo completou oito anos na empresa. Portanto, a sua Depreciação Acumulada será de R$ 8.320,00 (8 anos x 4% ao ano x R$ 26.000,00). 
Os Móveis e Utensílios completaram quatro anos na empresa, em 31.12.2011. Como eles se depreciam em 10 anos, ou seja, 10% ao ano, a depreciação acumulada deste ativo será de R$ 8.000,00 (4 anos x 10% ao ano x R$ 20.000,00). 
Como a questão pede a Depreciação Acumulada dos Imóveis e dos Móveis e Utensílios, a resposta é a letra “c”, R$ 16.320,00 (R$ 8.320,00 + R$ 8.000,00).
A Cia. de Mineração Pajeú S/A adquiriu em 1991 uma mina de carvão pelo valor de R$ 70.000,00. Nessa ocasião, estimou-se uma reserva de 350.000 toneladas desse material. No início de 1994, um novo veio de carvão foi descoberto, e sua reserva foi estimada em 75.000 toneladas.
Em 1991 foram extraídas 40.000 toneladas.
Em 1992 foram extraídas 57.000 toneladas.
Em 1993 foram extraídas 78.000 toneladas.
Em 1994 foram extraídas 80.000 toneladas.
 
As despesas de exaustão nos exercícios de 1991, 1992 e 1993 foram, respectivamente:
Resolução:
E= R$ 70.000,00 = 0,2 R$/t ( Exaustão = valor do bem/vida útil (reserva)
 350.000 t
1991 ( 40.000 x 0,2 = 8.000,00
1992 ( 57.000 x 0,2 = 11.400,00
1993 ( 78.000 x 0,2 = 15.600,00
Com base na questão anterior, a provisão para exaustão (exaustão acumulada), no encerramento do exercício 1994, apresentou o saldo de:
Início = 350.000 t
Extração até o final de 1993 = 175.000 t, no valor de R$ 35.000,00
Novo veio no início de 1994 = 75.000 t
Estoque no início de 1994 = 250.000, no valor de R$ 35.000,00 (R$ 70.000,00 - R$ 35.000,00 = R$ 35.000,00).
Assim, E = R$ 35.000,00 ( E = 0,14 R$/t
 250.000 t
1994 ( Extração = 80.000 x 0,14 = R$ 11.200,00
Então: R$ 11.200,00 + R$ 35.000,00 (até final de 1993) = R$ 46.200,00

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