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Apostila ateg Módulo 3 (1)

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Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 1
Gerencial II da 
Assistência Técnica 
e Gerencial
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária
Este curso tem 
30 horas
©2017. FATECNA - Faculdade CNA a Distância 
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação 
dos direitos autorais (Lei Nº 9.610).
Informações e Contato
SBN – Quadra 1, Bloco FEdifício Palácio da Agricultura – 1º e 2º andar
Asa Norte - Brasília – CEP 70.040-908
Telefone: 061 - 3878 - 9500
Site: www.faculdadecna.com.br/ead/
Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Júnior
Entidades integrantes do Conselho Deliberativo
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
Ministério da Educação - MEC
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Coordenação de Assistência Técnica e Gerencial
Matheus Ferreira Pinto da Silva
Gerencial II da 
Assistência Técnica 
e Gerencial
Curso da Faculdade de Tecnologia CNA
Sumário
Ponto de Partida! .............................................................................................................. 5
Introdução do módulo ..................................................................................................... 10
Tema 1 | Cálculo de custo de produção I .......................................................................... 13
 Encerramento do tema .................................................................................... 65
 Atividade de aprendizagem ............................................................................. 66
Tema 2 | Cálculo de custo de produção II.......................................................................... 68
 Encerramento do tema .................................................................................. 126
 Atividade de aprendizagem ........................................................................... 127
Tema 3 | Cálculo de Indicadores ..................................................................................... 130 
Encerramento do tema .................................................................................. 169
 Atividade de aprendizagem ........................................................................... 170
Linha de Chegada .......................................................................................................... 172
Gabarito ..................................................................................................................... 174
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 5
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Ponto de Partida! 
Olá! Bem-vindo(a) ao terceiro módulo do curso Assistência Técnica e Gerencial – 
Pecuária, da Faculdade CNA a distância.
Esse curso tem como objetivo principal abordar a dinâmica no campo e o dia a dia 
de um Técnico de Campo, capacitando-o para as diferentes situações que envolvem 
a Assistência Técnica e Gerencial da propriedade rural. 
Vamos relembrar os objetivos de cada um dos módulos que compõem o curso? 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 6
M1 - Metodologia 
de Assistência Técnica 
e Gerencial
Dispor conhecimentos metodológicos para o desem-
penho necessário de ações de Assistência Técnica e 
Gerencial, destacando as competências requeridas 
ao exercício da atividade.
M2 - Gerencial I da 
Assistência Técnica e 
Gerencial
Compreender de forma ampla os conceitos geren-
ciais que envolvem a Assistência Técnica e Gerencial. 
M3 - Gerencial II da 
Assistência Técnica e 
Gerencial
Contextualizar os conceitos gerenciais da Metodolo-
gia de Assistência Técnica e Gerencial.
M4 - Gerencial III da 
Assistência Técnica e 
Gerencial
Contextualizar os conceitos gerenciais da Metodolo-
gia de Assistência Técnica e Gerencial.
M5 – Planejamento de 
propriedade rural
Definir em que consiste o planejamento estratégico 
da propriedade rural assistida pela metodologia de 
ATeG, facilitando sua compreensão e aplicabilidade.
Perceba que os conteúdos a serem trabalhados em cada módulo são interligados e 
complementares entre si. Ao final do curso, sua formação na Assistência Técnica e 
Gerencial será completa.
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 7
Para ter um melhor aproveitamento do curso e utilizar com qualidade todos os re-
cursos disponíveis, confira se as configurações do computador atendem as especi-
ficações mínimas para acesso:
• computador com acesso à internet (é recomendado o uso de banda larga);
• navegador Internet Explorer 9, Firefox versão 45 ou Chrome versão 50 (ou 
superiores);
• cookies liberados no navegador;
• plug-in do Flash 10 (ou superior) instalado;
• JavaScript liberado no navegador;
• caixa de som (para ouvir os vídeos ao longo do conteúdo);
• configuração mínima necessária do monitor: 1024 x 768.
Atividades
A navegação pelo conteúdo de cada módulo será linear, ou seja, você deverá aces-
sar o primeiro tema, conferir todos os tópicos e realizar a atividade de passagem 
para, depois, acessar o tema seguinte. Veja os tipos de atividades que teremos ao 
longo dos módulos:
Atividade de passagem
A atividade de passagem será composta por uma questão com o ob-
jetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento em relação ao 
conteúdo do tema correspondente. É importante responder à ativida-
de para poder acessar o tema seguinte.
Fórum
O fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre você e o 
tutor. Haverá um fórum por módulo, que ficará aberto durante todo o seu 
período de estudos nesse módulo, permitindo que você faça a postagem 
de novas percepções, enquanto trilha seu processo de aprendizagem.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 8
Simulado
Ao finalizar o conteúdo, isto é, quando você tiver passado por todos 
os temas do módulo e respondido à última atividade, deverá se pre-
parar para responder ao simulado, que será composto por 17 ques-
tões de múltipla escolha. Você pode respondê-lo de uma a três vezes, 
para se preparar adequadamente para a avaliação.
Avaliação 
A Avaliação é obrigatória e tem caráter avaliativo, tendo como objeti-
vo verificar o seu desempenho em cada módulo. Ela é composta por 
17 questões objetivas, assim como o simulado. Você poderá respon-
dê-la apenas uma vez, depois da conclusão dos 3 temas de estudo e 
após realizar o simulado. 
Estudo de caso 
É obrigatório, com caráter avaliativo. O estudo de caso consiste em 
uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados. No primei-
ro módulo, como resposta para a questão, você deverá gravar um ví-
deo respondendo oralmente à pergunta lançada no estudo de caso. A 
partir do segundo módulo ela será discursiva.
Outra atividade importante para realizar no Ambiente de Estudos é a pesquisa de 
satisfação. Com essa pesquisa, poderemos analisar a qualidade do curso por meio 
das suas respostas e, assim, melhorá-lo cada vez mais.
Composição da nota de cada módulo
A nota do módulo é composta por uma média simples entre a nota 
da Avaliação e o Estudo de caso. A nota pode variar de 0 a 10, sendo 
que na Avaliação a correção é automática e no Estudo de caso você 
receberá a nota junto com o feedback do tutor. Para ser considerado 
aprovado no curso, você precisa alcançar a média final igual ou su-
perior a 6. Ela é obtida por meio de uma média simples de suas notas 
em cada módulo.
Certificado
Ao final do percurso, com o desempenho esperado, você terá seu certificado de con-
clusão do curso. Para obtê-lo, você deverá:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 9
• percorrer o conteúdo dos módulos e seus temas;
• realizar a atividade de passagem de cada tema;
• realizar o simulado de cada módulo;
• realizar a avaliação de cada módulo;
• responderao estudo de caso em cada módulo;
• alcançar um desempenho de 60% na média final do curso.
Agora que você está bem informado, poderá dar início ao seu curso e realizar o 
acesso ao conteúdo. Conte sempre com a ajuda da tutoria e da monitoria caso tenha 
alguma dúvida quanto ao curso ou Ambiente de Estudos. Aproveite a oportunidade 
para participar das atividades propostas, como os fóruns e enquetes.
Lembre-se de que você terá sucesso garantido na busca por crescimento pessoal e 
profissional se mantiver a organização e a dedicação durante esse processo.
Siga em frente e bons estudos!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 10
Neste módulo, iniciaremos o estudo de cálculo de custo de produção e também 
algumas análises econômicas da empresa rural. O primeiro, por ser um assunto 
bastante extenso, está dividido entre os temas 1 e 2 deste módulo. Os principais 
conceitos que serão explanados nesses temas foram previamente introduzidos no 
Módulo 2, ao tratarmos da “Teoria Geral de Custos”. Iremos nos aprofundar em cada 
uma daquelas estruturas de custos previamente citadas com vários exemplos prá-
ticos e em diversas cadeias produtivas. Fique atento!
Objetivos
O objetivo geral deste terceiro módulo é proporcionar uma ampla 
apresentação e discussão das diversas peculiaridades que envolvem 
a identificação dos custos na agropecuária, permitindo que o aluno 
desenvolva uma visão mais crítica para o momento da aplicação em 
seu trabalho prático, devidamente embasado em critérios técnicos, 
de acordo a Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial. Dese-
ja-se que, ao final, este estudo proporcione uma análise econômica 
mais fidedigna da empresa rural.
Introdução do módulo 
Fonte: Banco de imagens do SENAR
11Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária
Adentrando os custos, o primeiro contato do aluno será com o Custo Operacional 
Efetivo (COE), pois esse é o mais facilmente enxergado pelos empresários rurais de-
vido à necessidade de desembolsos financeiros, conforme será visto. Ao final desse 
tópico, o aluno deverá compreender a correta alocação dessas despesas, dedican-
do-se a investigar o que foi gasto de insumos para a produção de determinado item, 
assim como diferenciar uma simples manutenção de equipamento, maquinário ou 
benfeitoria de uma reforma.
Em seguida, serão abordados itens considerados como custos fixos em nossa me-
todologia. Espera-se que, ao final das duas primeiras etapas deste módulo, o alu-
no seja capaz de estratificar custos operacionais e custo total, alocando apropria-
damente cada elemento de custo, tendo como foco desse trabalho a identificação 
dos fatores de maior impacto e também aqueles limitantes de desenvolvimento da 
atividade, para que possa ser elaborado um planejamento adequado ao final do 
processo. 
Na última etapa deste módulo, espera-se que o aluno defina os conceitos de mar-
gem bruta e lucro, que se fazem muito importantes devido ao fácil entendimento de 
que, via de regra, os produtores têm a margem bruta como sendo o “lucro líquido da 
atividade”. Nesse entremeio, também será vista a conceituação de margem líquida, 
que fornecerá dados essenciais para que o aluno aplique e compreenda a taxa de 
retorno de um investimento. 
Para atingir esses objetivos, o módulo está estruturado em três temas:
• Tema 1: Cálculo de custos de produção I
• Tema 2: Cálculo de custos de produção II 
• Tema 3: Cálculo de indicadores
Mantenha-se focado no estudo deste módulo, que é o cerne da metodologia de cál-
culo de custos de produção, aproveitando ao máximo as explanações. Não deixe de 
realizar e conferir os exercícios propostos. Boa aula! 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 12
Vídeos
Antes de avançar, lembre-se do Marcelo, Técnico de Campo, e do Sr. 
Ariovaldo. Nós os acompanhamos desde o início, construindo jun-
to deles nosso aprendizado. O Marcelo vem trabalhando na Fazenda 
Santa Felicidade, que também já apresentamos a você. O Sr. Ario-
valdo procura aprender ainda mais com a ajuda do Marcelo, fazendo 
diversos questionamentos a ele. 
Ultimamente, o produtor tem se interessado mais em aprofundar 
seus conhecimentos em gestão e gerenciamento rural. E, claro, sem-
pre surgem novas questões, como: “Cálculo de Custos de produção? 
Como fazer? O que é?”; “E esses tais de indicadores?”; Será que Mar-
celo conseguirá responder e auxiliar o Sr. Ariovaldo a ter ainda mais 
sucesso na Fazenda?” 
Saiba mais vendo o vídeo na íntegra, no ambiente de estudos.
Mas antes de prosseguir, pare e reflita por um instante. 
Tome nota
Você chegou ao terceiro módulo do curso de Assistência Técnica e 
Gerencial. Até aqui, aprendeu muitas coisas novas e garantimos que 
irá continuar se aprimorando ainda mais. Porém, também gostaría-
mos de saber sua opinião sobre o curso e quais assuntos você acre-
dita que deverá aprender para auxiliá-lo em seu trabalho.
Escreva aqui: 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 13
Conforme visto no módulo 2, quando foi trabalhado o tópico “Teoria Geral de Cus-
tos”, os custos são divididos em dois grandes grupos, de acordo com sua natureza:
Não apresentam desembolso de capital finan-
ceiro, ou seja, são custos indiretos.Fixos
Tema 1
Cálculo de custo de produção I 
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 14
Apresentam desembolso de capital financeiro, 
ou seja, são custos diretos. Variáveis
Estudando com dedicação, você compreenderá todas as possibilidades de aplica-
ção dos custos variáveis, sua dinâmica e a correta apropriação de acordo com os 
diversos cenários e exemplos. Também serão vistos dois, dos três, componentes 
dos custos fixos: a mão de obra familiar e a depreciação.
Ao final deste tema, você será capaz de aplicar corretamente os conceitos que com-
põem o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT), assim 
como estratificar cada elemento de composição deles, com o objetivo de realizar 
propostas de intervenções tecnológicas ou administrativas.
Para atingir o objetivo, este tema está estruturado em cinco tópicos:
Tópico 1: 
Custo operacional 
efetivo
Neste tópico, você compreenderá melhor o conceito de 
“centro de custos” da metododologia de Assistência 
Técnica e Gerencial, com a devida alocação dos custos 
variáveis sob diversos aspectos e com as peculiarida-
des de diversas cadeias produtivas exemplificadas.
Tópico 2: 
Mão de obra familiar
Neste tópico, você estudará os conceitos que funda-
mentam a determinação dos valores deste que é um 
dos mais subjetivos e controversos componentes dos 
custos de produção.
Tópico 3: 
Depreciação
Neste tópico, você poderá ampliar seus conhecimentos 
acerca da conceituação, da aplicação e da importância 
de se calcular a depreciação como parte relevante dos 
custos de produção.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 15
Tópico 4: 
Custo operacional total
Neste tópico, você estudará a composição do custo 
operacional total, negligenciado em algumas análises 
por não ter grande aplicação em campo, mas que é de 
grande importância na avaliação técnico-econômica da 
propriedade rural.
Tópico 5: 
Aplicação dos conceitos
Neste tópico, que encerra o tema, você verá a aplicação 
prática dos conceitos estudados, de forma detalhada.
Pronto para começar? Então, siga em frente para adquirir todo esse conhecimento. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 16
Tópico 1: Custo operacional efetivo
O Custo Operacional Efetivo (COE) diz respeito a todas as despesas diretas, ou seja, 
desembolsos financeiros, realizadas pelo produtor rural (ou seu administrador) para 
que se possa iniciar, conduzir e concluir o ciclo de produção animal e/ou vegetal. 
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Objetivos
Neste tópico, você compreenderá melhor o conceito de “centro de 
custos” com a devida alocação dos custos variáveis, sob diversos 
aspectos e com as peculiaridades de diversas cadeias produtivas 
exemplificadas.
Assim, o que basicamente determina um item de custo como COE é a geração de 
um desembolsoefetivo (que pode ou não ser financeiro). A duração do COE será 
sempre menor ou igual ao ciclo produtivo. De acordo com sua definição conceitual, 
a fórmula matemática para a obtenção do COE é a seguinte:
COE = somatório de todas as despesas diretas
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 17
Dessa forma, tem-se os seguintes exemplos: o imposto sobre o valor da terra (ITR) pode 
não ser variável, pois é cobrado todo ano, mas gera desembolso, então é COE; o aleita-
mento artificial não gera desembolso financeiro, mas é efetivamente um gasto realizado 
na amamentação dos bezerros, de um produto que poderia ser vendido, então é COE. 
Como exemplos de despesas diretas, é possível citar:
• Aquisição de sementes, fertilizantes 
e corretivos
• Medicamentos 
• Aluguel e/ou manutenção de máquinas 
e equipamentos 
• Materiais de ordenha 
• Rações
• Pagamento de mão de obra avulsa (diaristas) 
• Pagamento de mão de obra contratada (CLT) 
• Pagamento de impostos e taxas 
• Arrendamento de terras 
• Pagamento de energia elétrica
CLT
A Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT) 
é uma norma legislativa 
de regulamentação das 
leis referentes ao Direito 
do Trabalho e ao Direito 
Processual do Trabalho 
no Brasil, aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, 
de 1º de maio de 1943. 
Constitui o principal 
instrumento de regula-
mentação das relações 
individuais e coletivas 
do trabalho. Desde a sua 
criação, sofreu várias 
alterações no sentido de 
criar uma legislação.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 18
Gastos pessoais (dentista, médico, escola etc.) não são itens de despesa da ativi-
dade, portanto não compõem o COE. Quando a energia elétrica, ou qualquer outro 
insumo, for compartilhada entre uso para atividade e pessoal, seu custo deverá ser 
computado separadamente, na proporção das aplicações realizadas. 
Em comum, todos esses elementos listados como exemplos de despesa geram um 
pagamento sistematizado, que irá variar de acordo com o volume e a tecnologia de 
produção que o administrador adotar, estando, portanto, sob o domínio da autono-
mia decisória do produtor, que pode variar suas quantidades usadas. 
Essa afirmação é possível pela seguinte lógica: caso o produtor rural deseje aumen-
tar a área de cultivo, terá de preparar um espaço maior de solo, seja para a implanta-
ção de lavoura, fruticultura, olericultura, ou mesmo de pastagens para seus animais. 
Consequentemente, acarretará necessidade de aquisição de corretivos, sementes, 
fertilizantes, água, defensivos, trabalhadores etc. Isso também é válido para o caso 
de incremento de tecnologias, melhorando a produtividade sem aumentar a área 
destinada à atividade, em um processo chamado de intensificação do cultivo. 
Por outro lado, caso o produtor decida que não irá produzir, ele sequer terá a neces-
sidade de adquirir insumos. Logo, pode-se observar que o COE está diretamente li-
gado à produção desejada, na qual cada acréscimo almejado implicará, geralmente, 
aumentos desse custo ou até poderá ser nulo, caso não haja produção. 
Projeção do COE
Note que o gráfico possui dois eixos: o 
de produção e o de custos, sendo uma 
função direta do outro, cuja resposta é 
traduzida pela linha que representa o 
COE. Observa-se que o COE parte da in-
terseção dos eixos, cujo valor é zero, ou 
seja, caso não haja produção, não ha-
verá despesas diretas, chamadas COE. 
Por outro lado, conforme se aumenta a 
produção, aumenta-se também o custo. 
Anteriormente, foi dito que “geralmente” há uma relação direta entre aumento da 
produção e incremento de custo. Contudo, pode ser que haja ampliação da quanti-
dade produzida sem que haja, necessariamente, um aumento do COE. Tal possibi-
lidade se apoiará no diagnóstico realizado pelo Técnico de Campo na propriedade, 
que poderá identificar algum desperdício de recursos ou má aplicação destes, sendo 
que sua correção/racionalização poderá elevar o patamar produtivo sem alterar as 
estruturas de custos, ou mesmo poderá resultar até mesmo em sua redução.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 19
Ao se analisar a elevação de custos variáveis em função do aumento da produção, é 
fundamental relembrar os conceitos estabelecidos anteriormente no tópico “econo-
mia de escala”. Essa análise é importante para que não se tenha a ideia equivocada 
de que o COE apenas sofrerá aumentos, transmitindo a impressão de que a amplia-
ção do volume produzido - e portanto, do COE - é sinônimo de maiores despesas e 
menores lucros.
Essa elevação de custos é observada somente no COE Total da atividade. Quando se 
analisa o COE por unidade produzida, consegue-se observar sua redução paulatina. 
Isto é possível por meio da obtenção de descontos nos insumos adquiridos devido 
ao volume (compra programada ou coletiva), ou até mesmo à forma de pagamento/
faturamento (faturamento direto na fábrica do insumo em questão) e à diluição dos 
valores de serviços contratados em um maior volume produzido. 
Acompanhe:
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Um produtor que comprar ração ou adubo terá preços diferenciados ao adquirir apenas uma 
unidade do produto comparativamente à aquisição de um volume maior.
Suponha que o custo para uma unidade seja de R$ 70,00/saca, mas que poderá ser reduzido 
para R$ 60,00/saca quando se adquirir maior quantidade. Assim, o custo total estará sempre 
se elevando, pois estarão sendo incrementados mais insumos ao sistema.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 20
Porém, ao se analisarem o valor unitário dos produtos adquiridos e seu reflexo nos custos uni-
tários dos itens produzidos a partir deles, será observada uma redução gradual. 
Este tópico ainda não se refere à redução de custos totais por meio da diluição dos 
custos fixos, obtidos com o aumento da escala de produção. Esse assunto será tra-
tado mais adiante. 
É comum o Técnico de Campo observar que nem sempre quem possui a maior renda 
bruta é quem possui o maior lucro proporcional, da mesma forma que não é válido 
dizer que um COE elevado é sinônimo de prejuízo. 
Em relação ao pagamento de impostos e taxas, ao arrendamento de terras e ao gas-
to com energia elétrica, citados anteriormente como exemplos de despesas diretas, 
consideramos que tais itens estão estreitamente ligados ao ciclo produtivo e que, 
portanto, sua duração será sempre menor ou igual ao ciclo produtivo. Mesmo que 
essas despesas sejam esperadas em intervalos, e até mesmo em valores regulares, 
elas não se configuram como um elemento de custo fixo, mas sim como parte do 
COE. 
Veja o exemplo: 
Em determinada proprie-
dade rural arrendada, o 
produtor possui um fun-
cionário contratado e um 
diarista eventual, ambos 
exclusivos para a pro-
dução. Então, ele resolve 
iniciar um projeto de ir-
rigação com a finalidade 
de melhorar sua produ-
tividade. Isso acarretará 
maior gasto de energia 
elétrica e água, ou seja, 
os custos serão elevados.
Por outro lado, caso o 
produtor deseje encerrar 
por completo a ativida-
de, não haverá motivação 
para despesas elétricas, 
com água e com pessoal, 
podendo dispensá-los no 
momento de sua tomada 
de decisão.
Já no caso do arrenda-
mento, mesmo que este 
seja regido por um con-
trato com prazos estabe-
lecidos, o administrador 
também realiza um de-
sembolso físico de recur-
sos financeiros e detém 
controle absoluto e ime-
diato sobre essa despe-
sa, podendo extingui-la a 
qualquer tempo, mesmo 
que para isso suporte o 
pagamento de eventuais 
multas rescisórias, algo 
também observado na si-
tuação laboral legalmen-
te estabelecida.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 21
Planejado versus realizado
É fundamental para os Técnicos de Campo e administradores rurais o entendimento 
da conceituação exata do COE, conforme foi tratado. O COE é tão somente um cus-
to de produção. Logo, apenas podem-se considerar como custo de produção itens 
que foram efetivamente utilizados para a confecção de determinado produto em 
um ciclo produtivo específico, independentemente do volume de insumos queforam 
adquiridos inicialmente. É o que se chama de relação “planejado versus realizado”. 
Veja na tabela a seguir a exemplificação disso:
Item Unidade Quantidade adquirida
Valor 
unitário Valor Total
Quantidade
utilizada no 
ciclo
COE da 
atividade
Fertilizante 
ureia agrícola
Saco 50 kg 20 R$ 120,00 R$ 2.400,00 16 R$ 1.920,00
Em culturas de produção permanente, como as de leite e de leguminosas, essa de-
finição de ciclo de produção por período determinado geralmente não é aplicável. 
Nesse caso, adota-se um período de referência igual a um ano para poder realizar 
a análise dos indicadores dessas atividades e ter seus comparativos em relação a 
seus próprios exercícios anteriores, ano a ano, assim como compará-las a outras 
propriedades que utilizam a mesma metodologia de cálculo de custos de produção. 
No caso descrito na tabela, é possível observar que o produtor, 
de fato, desembolsou a quantia de R$ 2.400,00 para a aquisição 
do insumo. Porém, esse desembolso é anotado em nossa meto-
dologia como fluxo de caixa, e não como custo de produção — 
afinal, nem todo insumo adquirido foi utilizado. 
Outra separação importante para se fazer em relação aos desembolsos e ao COE é 
se ater ao conceito de que os itens inseridos no COE possuem duração menor ou 
igual ao ciclo produtivo da cultura. Caso o produtor adquira um item que irá perdurar 
mais do que um ciclo produtivo, esse desembolso será classificado como investi-
mento, pois seu uso se dará por tanto tempo quanto sua vida útil permitir.
Exemplos de investimentos:
Aquisição de um macacão para apicultura, um balde para bovinocultura de leite ou um 
regador para olericultura. Esses itens possuem um custo relativamente barato, o que 
leva alguns administradores à tendência de o classificarem como COE. No entanto, 
se durarem mais de um ciclo produtivo, devem ser classificados como investimento. 
Veja mais uma diferença entre COE e investimento: arraste o cursor sobre a imagem 
para a esquerda e para a direita para descobrir essas diferenças.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 22
COE Investimento
Deve ser reembolsado ao 
pagador (produtor rural) ao 
final de cada ciclo, para que 
ele volte a ter capacidade de 
comprar novamente os 
insumos. Deve-se iniciar a 
cada ciclo. 
Não deve ser reembolsado 
logo no primeiro ciclo de sua 
utilização. O retorno será 
dado com a utilização do bem 
adquirido ao longo do tempo.
Para o caso de investimento, a metodologia utilizada pela ATeG dá outro tratamento, 
conforme será visto mais adiante. 
Manutenção versus investimento
A manutenção de máquinas, equipamentos, ferramentas e benfeitorias que são utili-
zadas para a atividade que analisada, seja ela preventiva ou corretiva, é considerada 
COE. É caracterizada como uma despesa que gera desembolso direto e tem sua 
existência atrelada ao ciclo produtivo. 
Entretanto, com o passar do tempo, esses itens tendem a se aproximar do suca-
teamento, necessitando de manutenções mais complexas (caso o proprietário de-
seje permanecer com o bem em pleno estado de utilização), que são chamadas de 
“reforma”.
Na metodologia de ATeG, manutenções serão classificadas como investimento 
sempre que atingirem a representatividade de 30% do valor de mercado atualizado 
do bem que está sendo reformado.
Veja o exemplo a seguir:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 23
Quando novo, um trator custou R$ 180 mil ao 
produtor, mas atualmente está com 12 anos 
de uso, e seu valor atual de mercado é de R$ 
70 mil. Infortunadamente, o trator quebrou. Se 
o produtor resolver realizar uma manutenção, 
que custa R$ 23 mil, ela deverá ser classifica-
da como reforma, portanto um investimento, já 
que R$ 23 mil representa 32,88% do valor de 
mercado do trator.
Fonte: Shutterstock
Aplicando o cálculo para entender se é uma manutenção ou reforma, tem-se o seguinte: 
Representatividade do valor da manutenção = (valor da manutenção ÷ valor de 
mercado) x 100%
= (R$ 23.000,00 ÷ R$70.000,00) x 100% = 32,86%
Assim, pode-se concluir que houve um investimento, pois o valor da reforma (R$ 23 
mil) superou o percentual de 30% do valor de mercado atualizado do bem em ques-
tão (R$ 70 mil), devendo a despesa ser alocada no fluxo de caixa e integrar o total de 
capital imobilizado (empatado) para a atividade, não no COE.
Observe que o exemplo apresenta uma decisão puramente administrativa, pois o 
proprietário optou por reformar um bem já existente em detrimento de adquirir um 
novo. Com um investimento tão vultoso quanto esse, é justo reavaliar esse bem sob 
dois pontos de vista:
Financeiro
Seu valor é atualizado. Para 
isso, basta somar o valor inves-
tido na reforma àquele pelo qual 
o bem foi previamente avaliado 
para se obter sua nova cotação. 
É realizada a soma porque o 
administrador já tem a oportu-
nidade de capital imobilizado 
ou empatado no equipamento 
antes da reforma e, mesmo 
assim, decide empatar mais 
essa quantia financeira. Mesmo 
que a máquina ou equipamento 
não valha esse mesmo valor 
atualizado no mercado, o admi-
nistrador possui esse montante 
imobilizado no bem.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 24
Vida útil
Devido a esse investimento, 
o bem avaliado poderá ser 
utilizado por mais tempo. Re-
comenda-se bastante critério 
no momento de realizar essa 
avaliação, pois irá influen-
ciar diretamente nos custos 
de produção. Como exemplo, 
pode-se supor que o trator do 
caso terá um adicional de 5 
anos de trabalho, ou seja, a vida 
útil residual será alterada de 3 
para 8 anos (5 + 3), distribuindo 
ou diluindo o custo fixo do bem 
(depreciação) por um período 
mais prolongado.
Este é o final do primeiro tópico. No seguinte, você verá o custo de oportunidade e a 
mão de obra familiar. Até lá! 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 25
Tópico 2: Mão de obra familiar
O custo da mão de obra familiar é fixo e indireto, diferentemente de quando ocorre o 
pagamento de funcionários contratados, que representam um custo direto. Confor-
me visto anteriormente, o custo com a mão de obra familiar nada mais é do que a 
análise de custo de oportunidade. 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Objetivos
O objetivo deste tópico é compreender os conceitos que fundamen-
tam a determinação dos valores de custo com mão de obra familiar.
É importante que o Técnico de Campo faça uma avaliação muito cuidadosa desse 
item, uma vez que é um elemento de custo fixo e bastante subjetivo, ou seja, não 
irá se alterar no curto prazo. Além disso, a mão de obra familiar tem participação 
importante no custo de produção das atividades agropecuárias, especialmente em 
pequenas propriedades rurais. 
O procedimento usual para valorar essa mão de obra é considerar o salário de mer-
cado como referência de custo de oportunidade. Sendo assim, é preciso avaliar a ati-
vidade exercida pelos membros da família na propriedade, assim como a disponibili-
dade e as especialidades. Diante disso, as perguntas que devem ser realizadas são:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 26
Quanto receberiam em outra propriedade para 
exercer as mesmas atividades?
Quanto pagariam para que alguém exercesse 
as atividades em seu lugar?
Ambos os questionamentos são importantes para chegar a um balizamento mais 
justo de valores, pois sempre haverá uma tendência de supervalorização de sua 
própria mão de obra. Em geral, isso não é correto e superestima o custo da atividade, 
que indica o uso alternativo do fator de produção — ele poderia ganhar mais ven-
dendo sua capacidade de trabalho para terceiros do que produzindo para si mesmo. 
Às vezes, o produtor só sabe fazer o que está fazendo; nesse caso, seu custo de 
oportunidade é muito baixo.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 27
Veja o exemplo:
Fonte: Banco de imagens do Senar
Em uma propriedade que desenvolve as atividades de fruticultura e piscicultura, o produtor 
rural possui formação superior com doutorado, mas trabalha em sua propriedade com ativida-
des básicas, que não necessitam de suaformação acadêmica.
Assim, sua mão de obra deverá ser valorada pelo trabalho que realiza, e não por sua formação 
ou capacidade intelectual. O que deve ser avaliado é a atividade exercida.
Na contabilização do impacto que a mão de obra familiar tem no custo de produção, 
o técnico deverá sempre ter em mente que o produtor rural é um empresário, um 
empreendedor, e não um funcionário.
Nessa condição de empreendedor, seus recebimentos não englobam custos labo-
rais legais, como contribuições compulsórias, pagamento de férias e 13º salário. 
Dessa forma, deve-se calcular apenas a estimativa de renda pelo período analisado, 
sem acréscimos, ou seja, os 12 meses do ano, ciclo produtivo, ou ainda com base no 
valor da diária paga na região para a atividade exercida. 
Caso o produtor conte com a colaboração de mais algum membro da família, o 
técnico deverá contabilizar como mão de obra familiar apenas os que não pos-
suírem retirada de valores sistemáticos da atividade, seja em capital financeiro 
ou em produtos. Caso contrário, deverá ser contabilizado como um funcionário.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 28
Na prática
O Sr. Manoel, produtor de leite, paga a seu filho, Zezinho, a quantia de 
R$ 100,00 por semana para que ele vá à cidade se divertir aos domin-
gos, pois ele o ajuda diariamente na atividade e merece uma folga.
Nesse caso, há uma grande tendência de elencarmos “Zezinho” como 
mão de obra familiar, pois ele é filho do proprietário, além de também 
anotarmos na saída de fluxo de caixa e nos custos de produção o 
pagamento semanal de R$ 100,00. 
Na verdade, o correto é contabilizar Zezinho apenas com o custo se-
manal igual a R$ 100,00 e retirá-lo da caracterização de mão de obra 
familiar, pois ele recebe pagamentos financeiros por seus serviços, 
ou seja, Zezinho possui características de um funcionário comum, 
contratado e pago por semana, mesmo que sua mão de obra esteja 
sendo avaliada de forma modesta pelo Sr. Manoel. 
Caso não haja essa observância no momento de lançamento de dados, 
Zezinho poderá ser contabilizado de forma duplicada nos custos de 
produção: uma como pagamento a terceiros (R$ 400,00/mês) e outra 
como familiar (considerando um salário-mínimo de R$ 880,00/mês). 
Assim, o custo no sistema será praticamente triplicado em relação ao 
custo real que deveria ser contabilizado, passando de R$ 400,00 para 
um superestimado de R$ 1.280,00 (400 + 880). Esse tipo de avalia-
ção errônea pode comprometer a viabilidade do negócio analisado. 
Fica nítido, a partir de agora, que o termo “mão de obra familiar” não deve ser atre-
lado exclusivamente ao fator parentesco, mas assimilado juntamente ao contex-
to de desembolsos, pois também é conhecido como pró-labore do administrador 
(pagamento realizado aos sócios pelos serviços prestados à empresa). Assim, é 
necessário ser um administrador da empresa rural para justificar o recebimento de 
pró-labore, apresentando grau de parentesco ou não, desde que não seja sistemati-
camente remunerado, causando desembolso físico de capital ou produtos. Sempre 
que houver essa situação de pagamentos regulares de familiares ou administra-
dores, eles deverão ser desqualificados dos custos fixos e alocados no COE, pois 
passaram a ser uma despesa direta. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 29
Tome nota
É muito importante destacar que a mão de obra familiar, em alguns 
casos, dedica um esforço maior que a mão de obra contratada, além 
de trabalhar por um período superior à jornada legal de um funcio-
nário. Logo, para dimensionar o valor do trabalho da mão de obra 
familiar, não se deve apenas contar o número de pessoas envolvidas, 
mas sim qual seria o custo para substituí-las, dadas as atividades 
executadas por elas.
Para complementar esse raciocínio, veja mais dois exemplos:
Pai e filho
Um pai e seu filho trabalham sozinhos na propriedade 
rural. Acordam diariamente às 5 h da manhã e encer-
ram sua jornada de trabalho às 19 h, perfazendo 11 
horas de trabalho, descontando-se 3 horas de almo-
ço e descanso. Muito dedicados e concentrados nas 
atividades, são eficientes nas operações que exercem. 
Certa vez, resolveram tirar uma semana de férias com 
toda a família e, para isso, contrataram duas pessoas 
para substituí-los. Porém, já no primeiro dia, notaram 
que os dois contratados, em suas 8 horas de trabalho 
diário, não executaram sequer 50% das tarefas que pai 
e filho realizavam. Dessa forma, tiveram de contratar 
mais duas pessoas para executar o serviço, perfazen-
do quatro contratados. Assim, qual seria a atribuição 
correta de custo dessa mão de obra familiar: o salário 
de mercado de duas ou quatro pessoas? A resposta, 
nesse caso, é a alocação de quatro salários para pai e 
filho como custo fixo de mão de obra familiar, pois eles 
realizam atividades que somente a contratação dessa 
quantidade de funcionários atenderia à demanda.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 30
Caso de família
Um pai, a esposa e seus cinco filhos trabalham na 
propriedade rural. De todos os filhos, o mais velho 
já encerrou os estudos e os restantes fazem cursos 
técnicos no período da manhã. Ao chegarem dos 
cursos, o pai fala sobre a importância da lida do sítio, 
porém a cada dia eles estão menos interessados nas 
atividades rurais, pois acreditam que pequenas pro-
priedades não apresentam perspectivas de melhoria, 
fato corroborado por seus pais ao não deixarem seus 
filhos participarem da administração da propriedade, 
ocultando os resultados alcançados pela família. 
Dessa forma, a participação desses filhos no traba-
lho da propriedade existe, mas está cada vez menor. 
Assim, qual o custo da mão de obra familiar nesse 
caso? Um salário de mercado para cada filho, esposa 
e marido, ou seja, sete pessoas? Não. Nesse caso, o 
custo da mão de obra familiar deveria ser dimensio-
nado com o mesmo critério do exemplo anterior: para 
substituir o trabalho dessa família, quantas pessoas 
seriam necessárias no salário de mercado? Ao avaliar 
o trabalho, concluiu-se que as atividades realiza-
das por essa família seriam substituídas por quatro 
pessoas, por exemplo. Logo, o custo da mão de obra 
familiar seria o valor de quatro salários de mercado 
para essa função, e não de sete.
Remuneração do empreendedor
Caso se tenha em mente que a única fonte de renda para a mão de obra familiar, ou 
administrador/empreendedor, seja seus custos de oportunidade, ou seja, o produtor 
tem acesso somente aos valores discutidos no tópico acima, realiza-se uma análise 
errada e pouquíssimo atrativa ao produtor. 
Deve-se ter em mente que a remuneração do empreendedor acontece em três 
momentos:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 31
Custo de mão de 
obra familiar
Conforme visto no tópico anterior, relembre o conteú-
do do tópico “Custo Operacional”, caso haja dúvidas. 
Custo de oportunidade 
do capital
O custo de oportunidade será tratado de manei-
ra mais aprofundada quando forem discutidos os 
custos totais, no Tópico 1 do Tema 2. De uma forma 
geral, esse item é um componente dos custos fixos, 
pois não há desembolso, e representa também um 
custo de oportunidade de investimento. Nesse caso, 
será avaliado, por exemplo, se compensaria mais o 
empreendedor ter investido R$ 1 milhão de capital 
médio na infraestrutura da atividade ou se teria uma 
melhor remuneração investindo esse mesmo capi-
tal na poupança, um investimento tradicional e com 
rendimento histórico médio de 6% ao ano, e que é 
adotado na Metodologia de Assistência Técnica e 
Gerencial como parâmetro de comparação. Assim, 
esse R$ 1 milhão renderia, na poupança a 6%a.a., a 
quantia de R$ 60 mil/ano. Obrigatoriamente, para ser 
minimamente atrativa, a atividade deveria render a 
partir desse valor. 
Lucro que a atividade 
proporciona ao 
empreendedor
Será tratado de maneira mais aprofundada no Tópico 
1 do Tema 2. De forma conceitual, para entender sua 
alocação nessa etapa de cálculos, basta compre-
ender que o lucro, na verdade, não é diretamentedo 
empreendedor, mas sim do negócio — os custos com 
seu trabalho já foram remunerados. Em muitas em-
presas, o lucro é destinado a diversas finalidades, de 
acordo com o planejamento estratégico da empresa. 
Por exemplo: 10% do lucro destinado para ações de 
marketing; 2% para doações; 20% para investimentos 
em pesquisa; 50% para aquisição de novos negó-
cios e 18% para distribuição de dividendos entre os 
sócios do negócio. Assim, caso não haja destinação 
para investimentos em novas áreas ou destinação 
de recursos para outros setores, o lucro deverá ser 
destinado do negócio ao empreendedor.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 32
Assim, a fórmula para cálculo dessa remuneração do produtor rural/empreendedor será:
CO
custo de oportunidade
Veja o exemplo: 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Ao final da apuração anual dos resultados obtidos por uma propriedade rural, o Técnico de 
Campo do empreendimento encontrou os seguintes valores:
- remuneração mensal do empreendedor igual a R$ 1 mil; 
- custos de oportunidade do capital iguais a R$ 60 mil; 
- lucro anual igual a R$ 20 mil.
Dessa maneira, qual foi a remuneração total do empreendedor no ano analisado pela consultoria?
Aplicando a fórmula, tem-se: 
 
REMUNERAÇÃO = MDOF + CO + LUCRO 
 
REMUNERAÇÃO = (R$ 1.000,00/mês x 12 meses) + R$ 60.000,00 + R$ 20.000,00 
 
REMUNERAÇÃO = R$ 92.000,00
Portanto, a remuneração total do empreendedor será igual a R$ 92 mil ao ano.
Avance para o próximo tópico!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 33
Tópico 3: Depreciação
A depreciação é uma reserva monetária destinada a gerar fundos necessários para 
a substituição de bens ao final de sua vida útil — com o intuito de o produtor rual/
empreendedor se preparar para o momento da troca de bens de produção - equi-
pamentos, máquinas, benfeitorias, forrageiras não anuais (capineira, canavial etc.), 
reprodutores e animais de serviço — quando necessário para manter a capacidade 
produtiva da empresa. A depreciação é um custo fixo que não representa desembol-
so, sendo, portanto, um custo indireto. 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Objetivos
O objetivo a ser alcançado neste tópico será reconhecer a importância 
de calcular a depreciação como parte relevante dos custos de produção.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 34
Na metodologia de cálculo de custo de depreciação de ATeG, consideram-se o mé-
todo linear e o valor de sucata dos bens sempre iguais a zero. Esse método tem por 
finalidade minimizar a subjetividade do cálculo de custo da agropecuária. Ao optar 
pelo método linear, também ocorre uma estabilização da depreciação ao longo de 
toda a vida útil do bem, necessitando que se realize seu cálculo apenas uma única 
vez, até que ela se encerre. Assim, depreciação é igual a:
Será necessário que o Técnico de Campo resgate o valor de novo do bem (mesmo 
valor da nota fiscal de compra), independentemente de quantos anos de uso possua 
ou seu estado de conservação, desde que esteja dentro de seu prazo de vida útil. 
Na prática
Veja o exemplo: 
Para um trator no valor de novo de R$ 150 mil, com vida útil de 15 
anos, qual será sua depreciação?
d = VN – S
VU
R$ 150.000,00 – 0 = R$ 10.000,00/ano
15 anos
Nesse caso, o custo anual de depreciação do trator é igual a R$ 10 
mil/ano.
Sempre que o bem for adquirido novo e estiver dentro de seu prazo de vida útil, 
a fórmula para calcular a depreciação será igual à do exemplo. Para os casos 
em que o produtor não for o primeiro dono do bem, será visto adiante como 
deve ser realizado o cálculo.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 35
A vida útil se refere ao tempo que o bem pode ser usado para desempenhar sua 
função tendo utilidade econômica na empresa rural. Na metodologia utilizada pela 
ATeG, ela é contabilizada em anos, podendo ser subdividida pelo intervalo de tempo 
que o administrador desejar para suas análises pessoais, até mesmo em horas.
Devido ao Brasil ser um país de dimensões continentais, apresentando um grande 
mix de produtos agropecuários, com características edafoclimáticas diversas, e os 
bens sofrerem intensidades de uso e desgaste diferentes, não é possível tabelar 
essa informação de modo que seja aplicável em todo o território nacional. Porém, os 
valores de vida útil podem ser encontrados em tabelas disponíveis em obras espe-
cializadas para agropecuária, que servem de base para o Técnico de Campo realizar 
sua avaliação, de acordo com a realidade local (exemplos: zona litorânea; trabalho 
em solos arenosos em oposição ao trabalho em solos argilosos; regime de chuvas 
na região etc.). É preciso ter muito critério ao realizar tal avaliação, pois os custos 
com depreciação geralmente são “mascarados” ou não “enxergados” pelo produtor 
rural, uma vez que não se realizam desembolsos para seu pagamento.
Itens que sofrem depreciação: 
Benfeitorias (casas do proprietário e dos funcioná-
rios, aprisco, galpão, depósito, caixa de abelha, cer-
cas etc.)
Máquinas e equipamentos (veículos, tratores, balan-
ça, roçadeira, misturador de ração, ferramentas etc.)
edafoclimáticas
Edafoclimáticas são 
características definidas 
por fatores do meio, tais 
como o clima, o relevo, 
a litologia, a temperatu-
ra, a humidade do ar, a 
radiação, o tipo de solo, 
o vento, a composição 
atmosférica e a precipi-
tação pluvial.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 36
Semoventes (animais de serviço, rebanhos não es-
tabilizados etc.)
Forrageiras não anuais
Quando o produtor não realiza cálculo de custos de produção, há a tendência de se 
considerar a depreciação como parte de seus lucros, uma vez que a “reserva” finan-
ceira é algo raro no hábito dos brasileiros. Uma opção viável é realizá-la em investi-
mentos de longo prazo, chamados no mercado financeiro de “renda fixa”.
Sempre que a vida útil do bem for esgotada, o 
cálculo da depreciação não será mais neces-
sário, pois ela será sempre igual a zero, uma 
vez que toda a depreciação já foi paga.
Casos especiais
A) Bens adquiridos usados
Na aquisição de bens já utilizados, porém dentro do prazo de vida útil, o Técnico de 
Campo deverá utilizar como base de cálculo o valor desembolsado pelo produtor 
para adquiri-lo, independentemente de seu valor de mercado. O que está sendo ava-
liado é o custo real, e não a oportunidade, conforme a fórmula a seguir:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 37
A vida útil residual é obtida a partir da subtração da vida útil total estipulada para o 
bem pelo tempo efetivo de seu uso. 
Na prática
Veja o exemplo: 
Uma bomba d’água elétrica, com valor de nova igual a R$ 18 mil e 15 
anos de vida útil. O produtor a comprou por R$ 8 mil e com 11 anos 
de uso. Qual será a depreciação desse bem? 
d =
VC – S
VR
d =
R$ 8.000,00 - 0
(15 - 11) anos
d =
R$ 8.000,00 = R$ 2.000,00
4 anos
Nesse caso, o custo anual de depreciação é igual a R$ 2 mil/ano.
B) Animais de rebanho e animais de serviço
Animais de rebanho e animais de serviço também podem sofrer depreciação. Quan-
do, no cálculo do custo, considera-se todo o rebanho e ele está estabilizado, não é 
feita a depreciação das matrizes, uma vez que as fêmeas mais jovens substituem as 
mais velhas, mantendo-se a mesma idade média da categoria matrizes. 
O custo dessa recria corresponde à depreciação dessas matrizes. Essa situação de 
estabilidade é bem comum em rebanhos de corte de qualquer espécie. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 38
Conheça muito mais
Em um rebanho estável, não há mais modificações numéricas nas 
diversas categorias animais do sistema de produção, embora esse 
rebanho não esteja estático, e sim passando por uma renovação 
anual — reposição.
Entretanto, existem propriedades de produção leiteira que não realizam recria de fê-
meas para reposição, logo serão obrigadas a adquirir novas matrizes. Nesses casos, 
considerando os animais de produção como um bem, o produtor deverá reservar a 
depreciação para que possa substituí-los, de acordo com os índices de descarte 
adotados peloprodutor. 
A mesma analogia deverá ser feita para 
a depreciação de animais de serviço 
(equinos, muares, asininos, cães de 
pastoreio, rufiões, reprodutores ou do-
adoras e fêmeas receptoras). Quando 
não houver um semovente de igual ca-
tegoria apreciado para substituí-lo, 
será preciso realizar a reserva monetá-
ria para tal. 
Em rebanhos de caprinos e ovinos, é bastante comum que o produtor possua em 
seu inventário os reprodutores mais jovens, justamente para realizar essa substitui-
ção dos reprodutores adultos, seja por questões de idade (depreciação física), seja 
por questões de consanguinidade genética. Nesses casos, o técnico deverá realizar 
a estabilização da categoria sob a mesma justificativa da realizada na estabilização 
de matrizes.
Depreciação da lavoura
Toda cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação. Com o de-
correr dos anos, a lavoura vai perdendo seu potencial produtivo, sofrendo então de-
preciação, sendo preciso receber, em determinados momentos, intervenções, como 
a poda drástica ou, até mesmo, o novo plantio.
A metodologia utilizada para a formação dos custos de depreciação de lavouras 
consiste em dividir o investimento realizado para sua formação pelo número de 
anos de vida útil média de produção, com algumas particularidades a serem descri-
tas a seguir. Conheça a fórmula:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 39
A fórmula é aplicável devido à expectativa de vida útil produtiva que o produtor esti-
ma para sua lavoura, cuja duração deverá ser avaliada caso a caso pelo Técnico de 
Campo, fornecendo a ele a quantificação exata da reserva contábil que deverá reali-
zar em sua propriedade, por hectare, por talhão e até mesmo por planta, para que se 
proceda às intervenções naturalmente necessárias. 
Também é possível encontrar casos em que as intervenções irão ocorrer antes mes-
mo do encerramento da vida útil produtiva esperada para a lavoura em questão. 
Estes serão tratados pela metodologia da seguinte maneira:
A depreciação incide sobre a cultura formada, ou seja, as lavouras em formação e 
em renovação são consideradas investimentos, e, portanto, a depreciação será zero 
durante esse período de análise.
Fonte: Banco de imagens do Senar
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 40
Na prática
Um talhão de 1 ha foi implantado e apresentou gastos com o plantio 
de R$ 5 mil/ha no primeiro ano e R$ 6 mil/ha no segundo ano de for-
mação, com expectativa de 10 anos de vida útil produtiva. Porém, o 
produtor optou por realizar uma intervenção/reforma em sua lavoura 
na oitava safra, com um custo de renovação de R$ 6 mil. Com a inter-
venção/reforma, qual será a depreciação dessa lavoura ao longo do 
período analisado?
Para chegar à resposta, é necessário dividir essa análise em dois mo-
mentos — antes e após a poda.
Análise até o momento da reforma:
d =
VI
VU
d =
R$ 5.000,00 + R$ 6.000,00
= R$ 1.375,00
8
Análise após a reforma:
d =
VR
VU
d =
R$ 6.000,00
= R$ 600,00/ano
10
Do primeiro ao oitavo ano produtivo, o valor de depreciação que de-
verá ser reservado será de R$ 1.375,00 por ano. No entanto, a partir 
da retomada da produção após a reforma, e considerando que não 
mais sofrerá intervenções antecipadas pelo período de 10 anos, a 
nova reserva de depreciação deverá ser de R$ 600,00 por ano.
Observe que, no exemplo, o fato de a intervenção/reforma ter sido realizada antes 
do período previamente programado não alivia os custos com a depreciação; pelo 
contrário, os pressiona, causando uma elevação em sua análise anual. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 41
D) Exaustão da floresta
O conceito de depreciação é aceitável 
contabilmente para a análise de flores-
tas plantadas. Porém, gramaticalmen-
te, na língua portuguesa, utilizar tal ter-
minologia para essa cadeia produtiva 
não faz o menor sentido, uma vez que 
um bem depreciado é aquele que foi 
perdendo sua capacidade produtiva 
(tornou-se obsoleto) ao longo dos 
anos. Nas florestas, o que ocorre é jus-
tamente o contrário. 
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Com o passar dos anos, a floresta vai se tornando cada vez mais valiosa, ganhando 
mais e mais metros cúbicos para extração. A essa extração dá-se o nome de exaus-
tão da floresta, que é como deve-se chamar a depreciação nesse caso. 
A exaustão é o custo de cada período do valor 
referente à parcela consumida da floresta, ou 
seja, representa a porcentagem que foi remo-
vida da floresta para que se possa calcular 
proporcionalmente o investimento realizado 
na implantação e na condução da floresta.
Para isso, primeiramente aplica-se esta fórmula:
% de árvores extraídas: (árvores extraídas ÷ total de árvores) x 100%
Após encontrar essa porcentagem representativa, aplica-se esta outra fórmula para 
realizar a proporcionalização da exaustão:
Exaustão: investimentos x % de árvores extraídas
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 42
Veja o exemplo a seguir:
Na prática
Em um florestamento que envolve 10 mil pés de eucaliptos, cujo cus-
to de formação foi de R$ 56.300,00, foram cortadas 4.800 árvores. 
Calcule sua exaustão. 
Para o cálculo do valor da exaustão, será observado o seguinte cri-
tério: descobrir o percentual de árvores exauridas e aplicá-lo sobre o 
valor investido na formação. 
Cálculo percentual das árvores extraídas:
Assim, o custo com a exaustão da floresta será 48% de R$ 56.300,00 
investidos, ou seja, R$ 27.024,00. Isso significa que, do valor da venda 
das árvores extraídas, R$ 27.024,00 deve ser direcionado para cobrir 
o investimento realizado na formação da floresta.
A depreciação é um fator que precisa ser levado em consideração na administração 
do negócio rural, e as únicas formas de amenizar os impactos desse custo são o uso 
adequado e a conservação pelo devido tempo de qualquer bem ou infraestrutura.
Chegou ao final mais um tópico deste módulo. Siga em frente!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 43
Tópico 4: Custo operacional total 
O Custo Operacional Total (COT) é uma forma de avaliar se uma atividade é susten-
tável no médio prazo. 
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Objetivos
Ao final deste tópico você será capaz de entender a composição do 
custo operacional total, que é de grande importância na avaliação 
técnico-econômica da propriedade rural.
O COT inclui o Custo Operacional Efetivo (COE), o pagamento da mão de obra fami-
liar (pró-labore) e, também, as depreciações de benfeitorias, máquinas, animais de 
serviço e forrageiras perenes. Dessa forma, o COT é calculado da seguinte maneira:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 44
No caso de análise de florestas plantadas, o fator depreciação deve ser trocado pela 
exaustão da floresta, de maneira que a fórmula aplicada fica um pouco diferente, 
como você pode ver a seguir:
exaustão da floresta
No cálculo do COT, também se deve considerar apenas a atividade analisada, e, por-
tanto, todos os demais custos envolvidos em seu cálculo deverão ser rateados pro-
porcionalmente caso haja necessidade. 
Tome nota
Esse conceito de rateio dos custos também se aplica à mão de 
obra familiar e à depreciação, porém estas devem ser rateadas 
proporcionalmente, de acordo com a relação de uso, ou o tempo 
empregado para a atividade, ou ainda com a relação de composi-
ção da renda quando couber.
Veja o exemplo a seguir:
Fonte: Banco de imagens do Senar
Um produtor divide seu tempo entre a apicultura (30%) e a criação de caprinos (70%), sendo 
justo que o técnico atribua o pagamento do de custo da mão de obra familiar proporcionalmen-
te à cada cadeia produtiva analisada.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 45
Portanto, não é tão simples quanto parece identificar corretamente o COT, pois se devem consi-
derar diversas variáveis dentro de cada item de sua composição.
Devido à grande diversidade de cadeias produtivas atendidas pela metodologia de 
ATeG, à flexibilidade de sistemas de produção e às especificidades de cada uma de-
las, é natural que se tenha que ajustar algunsconceitos para que se possa atender 
de forma satisfatória a todas elas e, assim, se aproximar do custo real das ativida-
des agropecuárias. 
Tome nota
Essa tentativa de “aproximação” com o custo real se dá pela impos-
sibilidade de se controlar totalmente, fora do ambiente experimental 
e laboratorial, as transformações e as inter-relações biológicas ocor-
ridas no campo, que por si sós comprometem a análise econômica 
fidedigna, diferentemente do que acontece em um ambiente indus-
trial, por exemplo. 
Como visto, além do COE existem dois outros custos da propriedade rural que 
são importantes para a identificação do custo operacional total de produção: a 
mão de obra familiar e a depreciação. Avance em seus estudos e conheça cada 
um deles com mais detalhes.
Para iniciar essa discussão, além das características já elencadas sobre o COE, veja 
agora alguns casos especiais para esse item que impactam diretamente o COT. 
Particularidades do cálculo do COE para ativida-
des pecuárias 
A complexidade do cálculo do custo de 
produção da atividade pecuária recomen-
da forte interação do técnico, que está de-
terminando o custo, e o produtor, na bus-
ca de uma interpretação dos resultados 
que mais se aproximem da realidade. 
Muitas das atividades pecuárias pos-
suem produção conjunta, gerando um 
produto principal e outros que podem, ou 
não, ser considerados como subprodutos 
ou atividades secundárias, conforme es-
tudado no tema “composição da renda”.
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 46
Saber operacionalizar corretamente as ferramentas de controle é 
muito importante, porém ainda esbarra-se em subjetividades. Por 
isso, o mais importante em um diagnóstico é ter um critério de jul-
gamento justo com as atividades analisadas. 
Vamos ver um exemplo onde a propriedade tem como foco a bovinocultura leiteira, 
e é somente essa a atividade a ser analisada nessa propriedade:
Na prática
Se, por exemplo, o técnico resgatar a nota fiscal de rações que o pro-
dutor adquiriu e observar apenas o valor total do documento, sem 
verificar que no meio do faturamento estavam elencadas rações para 
seu cão doméstico e também para os porcos cevados, a análise es-
tará errada, pois estariam sendo elencadas despesas que não são de 
competência da atividade leiteira.
O critério é simples: utilizo cães e suínos para produção de leite? Em 
geral, não, a não ser que seja um cão treinado para o pastoreio do 
gado, que então irá compor o rebanho da propriedade na categoria 
“animais de serviço”. Salvo essa exceção, esses animais não têm ab-
solutamente nada a ver com a atividade estudada. Portanto, as des-
pesas relativas a eles não devem ser consideradas no custo do leite.
Agora que o conceito está mais claro, transporte-o para a prática da atividade leitei-
ra, que é uma operação complexa. 
Dentro da atividade leiteira, há um subproduto intrínseco e inevitável, que é a produ-
ção de bezerros e bezerras. Considerando que o rebanho estudado está estabiliza-
do, esse produtor terá de fazer retenções para a reposição de matrizes, ou mesmo 
aumento do rebanho, mas apenas uma parte desses animais nascidos na proprie-
dade de fato permanecerão para compor o estoque de rebanho, e todo o restante 
será comercializado. Essa peculiaridade de venda de animais já foi explicada no 
tópico “variação do inventário animal”.
Você sabia?
A reposição de matrizes consiste na substituição de fêmeas em final 
de fase reprodutiva ou que apresentaram problemas, como infertili-
dade, más-formações congênitas, danos sanitários — a exemplo da 
mastite —, ou mesmo que vieram a óbito. Essa seleção de animais 
que irão repor o estoque de fêmeas é baseada em genótipo, fenóti-
po, idade e condição corporal. Geralmente, ocorre de forma anual em 
uma taxa entre 5% a 20%, a depender dos objetivos da empresa rural.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 47
A venda de animais descartados muitas vezes representa um volume considerável 
de entrada de recursos na propriedade, mas é considerada uma subatividade da 
produção leiteira. Assim, é justo que ela também seja onerada com os custos de sua 
produção. Então, é necessário fazer o rateio proporcional do COE no que compete 
exclusivamente à atividade leiteira, assim como de todos os demais custos de uso 
em comum, seguindo a mesma proporção encontrada na relação renda do leite/
renda da atividade.
A análise a ser realizada é: a atividade necessita da cria para que seja iniciada a 
produção do leite, porém, após o parto, este animal é totalmente desnecessário para 
a produção desse mesmo leite. Portanto, o item “aleitamento artificial” é um custo 
totalmente referente à criação desses animais, e não um custo para a atividade lei-
teira arcar sozinha. Da mesma forma que, para produzir animais para venda, não é 
necessário que esta atividade seja onerada com materiais para ordenha, hormônios 
ou transporte do leite. 
A aplicação de uma fórmula matemática 
específica nos permite descobrir o COE 
do leite de forma bem detalhada, diferen-
temente de outras metodologias que não 
trabalham com centro de custos, nas 
quais o custo é total e a atividade leiteira 
tem de arcar com todas as despesas. 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Inicialmente, removem-se os elementos que não são de uso comum para ambas as 
atividades (material de ordenha, hormônios, transporte do leite e aleitamento arti-
ficial), pois as três primeiras são exclusivas do leite, e a última, da venda das crias. 
Então, todo o resto de despesas comuns é rateado proporcionalmente de acordo 
com a relação entre a renda da atividade e a renda total. Ao final, serão integralmen-
te somados os valores que pertencem ao leite, pois o que se pretende descobrir é 
apenas o COE do leite. Assim, tem-se a seguinte fórmula para balizar esses custos:
Clique nos itens para ver o significado das siglas.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 48
Onde:
COE do leite: custo operacional efetivo do leite
COE da 
atividade:
custo operacional efetivo da atividade leiteira
MTO: material de ordenha
HORM:
hormônios (somente aqueles ligados diretamente à produção de 
leite. Exemplo: ocitocina e BST)
TRANSP: transporte do leite (quando houver)
AL: aleitamento artificial
RL renda do 
leite/renda da 
atividade:
proporção da renda bruta do leite sobre a renda bruta da ativi-
dade leiteira
Em outras cadeias da pecuária, geralmente o raciocínio é menos complexo. Nas 
cadeias produtivas de aquicultura, avicultura, ovinocaprinocultura, suinocultura e 
bovinocultura de corte para confinamento (ou terminação), encontra-se a seme-
lhança de que todos os animais pertencem ao COE, uma vez que são tratados como 
insumos. Eles são assim considerados pois se faz necessária sua aquisição sempre 
que um ciclo se encerra e para que se possa iniciar o subsequente.
Tome nota
Nesses casos, os animais criados serão ao mesmo tempo itens que 
necessitam ser adquiridos no início da criação, como também o pró-
prio produto a ser comercializado. Como geram desembolso direto e 
se encerram ao final do ciclo produtivo, compõem o COE. O critério 
é válido mesmo para aqueles animais que apresentam ciclos com 
duração maior que um ano, como a compra de bezerros de desmama 
para engorda ou a criação de pirarucu (Arapaima gigas) em cativeiro, 
uma vez que o termo “ciclo” não é específico ao tempo fixo de um 
ano, mas sim ao período para o desenvolvimento da criação.
Em todos os exemplos de cadeias citadas neste tópico, não será raro o Técnico de 
Campo encontrar situações em que os insumos sejam produzidos no próprio local. 
A metodologia de ATeG considera sempre o centro de custos, ou seja, a 
separação total dos itens para cada seguimento da criação. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 49
No caso de a propriedade ter mais de uma atividade, será sempre como se 
o produtor estivesse vendendo o insumo para ele mesmo pelo preço de 
mercado. Isso se chama “custo de oportunidade”, que representa o que o 
produtorreceberia caso decidisse vender seu produto no mercado, ao invés de usá-lo 
em outra atividade na propriedade. Tal balizamento serve para o administrador avaliar 
qual decisão será financeiramente mais vantajosa para sua empresa. 
Já os rebanhos de matrizes, reprodutores e animais de serviço utilizados 
para a obtenção desses insumos continuarão alocados em outro centro 
de custo, sempre rateando proporcionalmente os custos que eventual-
mente sejam de uso comum a ambas as atividades. 
Este é o final do tópico 4. Siga em frente para aplicar os conceitos aprendidos até aqui. 
Avance!
Tópico 5: Aplicando os conceitos
Chegou a hora de conhecer a aplicação prática dos conceitos estudados de for-
ma detalhada! 
Fonte: Banco de Imagens do Senar
Objetivos
Neste tópico, serão aplicados os conceitos aprendidos, a fim de 
melhorar o entendimento sobre os indicadores de custos e a forma 
como podem ser calculados.
Para começar, pense no custo operacional efetivo.Nele, contabilizam-se apenas as 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 50
despesas de custeio, que envolvem desembolsos inerentes à atividade. Ele está re-
lacionado aos desembolsos do produtor, tais como mão de obra contratada, con-
centrados, fertilizantes, sementes, medicamentos, sais minerais, reparos de benfei-
torias, consertos de máquinas, impostos e taxas, energia elétrica, combustível, 
inseminação artificial e outros dessa natureza. 
No estudo de caso, será analisada a atividade leiteira. Veja, a seguir, a planilha de 
despesas apresentada pelo produtor. 
Despesas de custeio Valor anual
Mão de obra temporária R$ 3.000,00
Manutenção de pastagens R$ 5.750,00
Manutenção de canavial R$ 2.000,00
Manutenção de capineira R$ 200,00
Silagem R$ 14.000,00
Concentrado R$ 42.705,00
Gastos com alimentação da família R$ 11.543,00
Aleitamento artificial R$ 6.086,90
Minerais R$ 3.950,00
Despesas com vestuário da família R$ 500,00
Medicamentos R$ 6.000,00
Hormônios (ocitocina + BST) R$ 800,00
Aquisição de conjunto de ordenha R$ 27.000,00
Material de ordenha R$ 2.300,00
Energia e combustível R$ 2.400,00
Inseminação artificial R$ 2.115,00
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 51
INSS + Impostos + Contribuição Sindical R$ 4.350,00
Reparos de benfeitorias R$ 1.870,00
Reparos de máquinas e equipamentos R$ 2.350,00
Outros gastos de custeio R$ 1.535,00
Total R$ 139.654,90
Tome nota
O item Aquisição de conjunto de ordenha nada mais é que um con-
junto de equipamentos destinados a realizar a ordenha mecanizada, 
cada vez mais comum na bovinocultura leiteira. Essa aquisição é tra-
tada como um investimento e, portanto, não é um item a ser incluído 
na somatória do COE, assim como o item Despesas com vestuário 
da família.
Apenas os gastos com atividades inerentes à atividade serão utilizados para uma 
avaliação econômica.
COE de um produto da atividade
O COE permite ao administrador avaliar, em separado, cada um dos produtos de uma 
atividade e, com isso, tomar as decisões adequadas na gestão de cada produto ou 
subproduto. Nas atividades agropecuárias, alguns itens de custo são difíceis de ratear 
para cada produto da atividade. Por exemplo: quanto do mineral utilizado na atividade 
foi para as vacas gerarem um novo bezerro e quanto foi para produzir leite? 
Ao mesmo tempo, alguns itens de custos são específicos de um produto. Por exem-
plo: para produzir animais para venda, não é necessário material para ordenha. Com 
essas informações, veja como vamos calcular o COE do leite no estudo de caso.
O primeiro passo é definir quais itens não serão rateados.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 52
Itens que são COE 
apenas do leite
• Material de ordenha:
• pré e pós-dipping;
• produtos de limpeza;
• papel toalha;
• outros itens vinculados à ordenha.
• Transporte do leite.
• Hormônios (ocitocina + BST).
Itens que não participam 
do COE do leite
• Aleitamento das crias.
Os demais itens são rateados em proporção da renda obtida pelo produto do qual 
se deseja separar o custo, ou seja, assume-se que o custo do produto dividido pelo 
custo da atividade é igual à renda do produto dividida pela renda da atividade.
Considera-se a correspondência a seguir:
L
A
=
Logo, para se definir o COE do leite, parte-se do princípio de que:
Para corrigir essa conta, é necessário subtrair do COE da atividade aqueles itens que 
não são proporcionais e adicionar ao final apenas os que são 100% do leite. Veja 
como fica a conta considerando os seguintes valores:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 53
Na prática
Material de ordenha = MO = R$ 2.300,00
Aleitamento = A = R$ 6.086,90
Transporte do leite = TL = 0
Hormônios (ocitocina + BST) = H = 800,00
Renda do leite: R$ 148.807,23
Renda da atividade: R$ 170.807,23
COE da atividade: R$ 101.411,90 (COEA)
Assim, tem-se:
Renda do leite
=
R$ 148.807,23
= 87,11%
Renda da atividade R$ 170.807,23
COEL = { ( COEA – MO – AA – TL- H x ) RL } + MO + TL + HRA
COEL =((R$ 101.411,90 - R$ 2.300,00 - R$ 6.086,90 - 800,000) x 
87,11%) + R$ 2.300,00 + 0 + R$ 800,00
COEL = R$ 80.337,20
Com base nos resultados, observe a grande diferença encontrada (R$ 21.074,70) 
entre o COE total da atividade e o COE específico do leite. Viu como não é justo que 
uma atividade arque sozinha com as despesas de outras? Tal erro poderá compro-
meter a análise de viabilidade da atividade. 
O mesmo raciocínio pode ser adotado em qualquer atividade. Por exemplo: a emba-
lagem do mel é custo só do mel, logo não deve ser rateado com o do própolis. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 54
COEL / litro
Para obter esse indicador, basta dividir o COEL pela produção obtida nos últimos 12 
meses. Veja:
COE do leite (COEL) = R$ 80.337,20
Produção = 114.545 litros
Logo:
COEL / litro =
R$ 80.337,20
= 0,70 reais
114.545 litros
Assim, para a produção total de leite, foi dispendido R$ 0,70 para cada litro de leite.
COEL / preço médio 
A renda do leite representa a receita 
obtida com a venda de leite ao longo do 
período analisado. Sabendo que a ati-
vidade leiteira, quando executada de 
forma racional, é ininterrupta e também 
que, ao longo do ano, devido a diferen-
tes fatores mercadológicos (disponibi-
lidade do produto, demanda, região 
analisada, época do ano etc.), os pre-
ços sofrem diversas alterações, é ne-
cessário investigar o valor médio rece-
bido ao longo do período analisado, 
que será chamado de preço médio.
A forma correta de encontrar esse indicador será demonstrada a seguir, na qual se 
divide o valor total obtido com a venda de leite (exclusivamente) pelo volume to-
tal produzido durante o período compreendido pela análise, independentemente de 
quantas alterações o preço tenha sofrido. Veja: 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 55
Preço médio =
Renda do leite
Produção
Preço médio =
R$ 148.807,23
= R$ 1,30/litro
114.545 litros
Assim, pode-se assumir que o produtor, ao longo do período analisado, recebeu em 
média o valor de R$ 1,30 por cada um dos 114.545 litros que comercializou. Note 
que o destacado é o valor e as quantidades comercializadas, não o produzido (outra 
parte pode ter sido destinada para consumo interno da propriedade ou mesmo ou-
tras atividades, como produção de queijos, iogurtes etc.). 
Tendo o COE do leite por litro, é interessante descobrir, também, quanto representa o 
COE em relação à renda (pode-se assumir que a renda bruta unitária é igual ao preço 
unitário) obtida na comercialização. 
COEL/Preço médio = 0,70/1,30 = 53,85%
De acordo com o resultado obtido, sabe-se que 53,85% do que o produtor recebe (R$ 
1,30) já está comprometido com o pagamento do COE (R$ 0,70/litro). 
Depreciações
Conforme visto, a depreciação consiste em uma reserva monetária contábil, anual, 
para a substituição de um bem ao final de sua vida útil. 
Ela é calculada de forma linear dividindo o valor de novo pela vida útil, conforme a 
fórmula a seguir:
Sendo que o valor de sucata recomendado pela metodologia de ATeG é igual a R$ 
0,00. Issovisa minimizar subjetividades.
Ao final da vida útil do bem, ele é considerado sucata, logo não serão mais contabi-
lizadas depreciações, mesmo que ele ainda possua utilidade.
Você se lembra do inventário de recursos do estudo de caso da Fazenda Santa Fe-
licidade, visto no Módulo 2? Agora é a hora de estudá-lo para compreender melhor 
os conceitos.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 56
As tabelas a seguir mostram uma série de inventários:
Inventário de benfeitorias
Conforme já visto no módulo anterior, a tabela a seguir mostra o inventário 
das benfeitorias:
Item Quant. utilização no leite 
Valor unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos) Idade
Pista de alimentação 1 100% R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 40 10
Curral de manejo 1 50% R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 40 15
Sala de ordenha 1 100% R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 40 43
Cercas perimetrais 1.000 50% R$ 12,00 R$ 6.000,00 15 20
Cercas internas 1.000 100% R$ 0,00 R$ 10.000,00 10 8
Bebedouros 4 100% R$ 500,00 R$ 2.000,00 20 5
Bezerreiro 1 100% R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 20 21
Depósito de ração 1 80% R$ 80.000,00 R$ 64.000,00 40 15
Cochos de sal mineral 12 100% R$ 500,00 R$ 6.000,00 15 10
TOTAL       R$ 154.000,00    
Inventário de máquinas e equipamentos
Item Quant. Utilização no Leite
Valor 
unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil
(anos) Idade
Ordenhadeira mecânica 1 100% R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 15 5
Irrigação 1 100% R$ 23.000,00 R$ 23.000,00 15 3
Aparelho de cerca 
elétrica
1 100% R$ 200,00 R$ 200,00 5 4
Carroça 1 80% R$ 2.300,00 R$ 1.840,00 10 12
Picadeira 1 80% R$ 2.500,00 R$ 2.000,00 15 16
Bomba de água 1 100% R$ 500,00 R$ 500,00 10 11
Roçadeira costal 2 100% R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 5 4
Latões 3 100% R$ 200,00 R$ 600,00 15 20
Tanque de resfriamento 1 100% R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 15 8
TOTAL       R$ 52.140,00    
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 57
Inventário de forrageiras
Especificação Área (ha) Custo de formação (R$/ha) Valor total (R$)
Vida útil
(anos) Idade
Canavial 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 5 6
Pasto intensivo de mumbaca 2,3 R$ 3.000,00 R$ 6.900,00 20 5
Área de milho silagem 4   -
Pasto extensivo de 
braquiária
6 R$ 2.500,00 R$ 15.000,00 15 20
Construções e estradas 1,2   -    
Reservas e APP 5,5   -    
TOTAL 20   R$ 26.900,00    
Considerando que o rebanho da Fazenda Santa Felicidade se encontra estabilizado, 
e conforme os conceitos trabalhados anteriormente, não haverá cálculo de depre-
ciação para os animais que compõem o rebanho, conforme a tabela a seguir. 
Inventário de animal
Categoria Un. Valor médio Valor total
Vida 
útil
(anos)
Tempo 
de 
serviço
Vacas em lactação 20 R$ 3.200,00 R$ 64.000,00    
Vacas secas 4 R$ 2.500,00 R$ 10.000,00    
Bezerras em aleitamento 3 R$ 800,00 R$ 2.400,00    
Novilhas em recria 10 R$ 1.500,00 R$ 15.000,00    
Novilhas em reprodução 12 R$ 2.500,00 R$ 30.000,00    
Reprodutor 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 4 3
Animais de serviço 1 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 10 15
TOTAL 49   R$ 128.900,00    
Agora, identifique nas tabelas anteriores os itens que possuem idade superior à vida útil.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 58
Informação extra
 Agora, vamos descobrir quais os itens que, nas tabelas anteriores, 
possuem idade superior à vida útil:
• Inventário de Benfeitorias
• Sala de ordenha
• Cercas perimetrais
• Bezerreiro 
• Inventário de máquinas e equipamentos
• Carroça
• Bomba de água
• Picadeira
• Latões
• Inventário de forrageiras
• Canavial 
• Pasto extensivo de braquiária
• Inventário animal
• Animal de serviço
Mesmo que bens tenham funcionalidade devido às manutenções realizadas, ao 
final da vida útil eles são considerados sucata, ou seja, vida útil é igual a zero. Ma-
tematicamente, a depreciação passa a não existir, pois qualquer valor atribuído ao 
bem, dividido por zero, possui resultado matemático zero.
Quanto às benfeitorias, é difícil atribuir um valor comercial, logo, para efeito de 
cálculos, deve-se manter o valor de novo, para calcular a depreciação.
Confira:
Depreciação da sala de ordenha =
30.000,00
= 0
0
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 59
Calculando a depreciação 
Antes de partir para os cálculos, veja os valores de depreciação de acordo com os 
inventários da Fazenda Santa Felicidade: 
Inventário de benfeitorias
Item Un. Utilização no leite 
Valor 
unitário 
novo
Valor total
Vida 
útil
(anos)
Idade Depreciação
Pista de 
alimentação
1 100%
R$ 
30.000,00
R$ 30.000,00 40 10 R$ 750,00
Curral de manejo 1 50% R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 40 15 R$ 100,00
Sala de ordenha 1 100%
R$ 
30.000,00
R$ 30.000,00 40 43 Não existe
Cercas 
perimetrais
1.000 50% R$ 12,00 R$ 6.000,00 15 20 Não existe
Cercas internas 1.000 100% R$ 10,00 R$ 10.000,00 10 8 R$ 1.000,00
Bebedouros 4 100% R$ 500,00 R$ 2.000,00 20 5 R$ 100,00
Bezerreiro 1 100% R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 20 21 Não existe
Depósito de 
ração
1 80%
R$ 
80.000,00
R$ 64.000,00 40 15 R$ 1.600,00
Cochos de sal 
mineral
12 100% R$ 500,00 R$ 6.000,00 15 10 R$ 400,00
TOTAL       R$ 154.000,00     R$ 3.950,00
Inventário de máquinas e equipamentos
Item Un. Utilização no leite
Valor 
unitário 
novo
Valor total 
Vida 
útil 
(anos)
Idade Depreciação 
Ordenhadeira 
mecânica
1 100% R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 15 5 R$ 533,33
Irrigação 1 100%
R$ 
23.000,00
R$ 23.000,00 15 3 R$ 1.533,33
Aparelho de cerca 
elétrica
1 100% R$ 200,00 R$ 200,00 5 4 R$ 40,00
Carroça 1 80% R$ 2.300,00 R$ 1.840,00 10 12 Não existe
Picadeira 1 80% R$ 2.500,00 R$ 2.000,00 15 16 Não existe
Bomba de água 1 100% R$ 500,00 R$ 500,00 10 11 Não existe
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 60
Roçadeira costal 2 100% R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 5 4 R$ 800,00
Latões 3 100% R$ 200,00 R$ 600,00 15 20 Não existe
Tanque de 
resfriamento
1 100%
R$ 
12.000,00
R$ 12.000,00 15 8 R$ 800,00
TOTAL       R$ 52.140,00     R$ 3.706,67
Inventário de forrageiras
Especificação Área (ha)
Custo de 
formação (R$/
ha)
Valor total
Vida 
útil
(anos)
Idade Depreciação
Canavial 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 5 6 Não existe
Pasto intensivo 
de mumbaca
2,3 R$ 3.000,00 R$ 6.900,00 20 5 R$ 345,00
Área de milho 
silagem
4   R$ -     Não se aplica
Pasto extensivo 
de braquiária
6 R$ 2.500,00 R$ 15.000,00 15 20 Não existe
Construções e 
estradas
1,2   R$ -     Não se aplica
Reservas e APP 5,5   R$ -     Não se aplica
TOTAL 20   R$ 26.900,00      
Inventário de animal
Categoria Un. Preço médio Valor total
Vida 
útil
(anos)
Tempo de 
serviço Depreciação
Vacas em 
lactação
20 R$ 3.200,00 R$ 64.000,00     Não se aplica
Vacas secas 4 R$ 2.500,00 R$ 10.000,00     Não se aplica
Bezerras em 
aleitamento
3 R$ 800,00 R$ 2.400,00     Não se aplica
Novilhas em recria 10 R$ 1.500,00 R$ 15.000,00     Não se aplica
Novilhas em 
reprodução
12 R$ 2.500,00 R$ 30.000,00     Não se aplica
Reprodutor 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 4 3 R$ 1.500,00
Animais de 
serviço
1 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 10 15 Não existe
TOTAL 50   R$ 128.900,00      R$ 1.500,00
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 61
Tome nota
Veja como foram realizados alguns dos cálculos da depreciação:
1) Para começar, aplicamos a fórmula:
Depreciação =
valor de compra - valor de sucata
vida útil
2) Assim, partimos para o cálculo da depreciação do inventário de 
benfeitorias:
Depreciação 
da pista de 
alimentação
=
R$ 30.000,00 - 0
= R$ 750,00
40
Depreciação 
da pista de 
alimentação
=
R$ 8.000,00 - 0
= R$ 533,33
15
3) No inventário de forrageiras, vamos calcular apenas a depreciação 
do pasto intensivo de mumbaca:
Depreciação do 
mumbaca
=
$ 6.900,00 - 0 
= R$ 345,00
20
4) Quando falamos de inventário animal, é importante lembrar que 
atividades que fazem a recria do reprodutor também não depreciam. 
Essa é uma situação pouco comum na bovinocultura de leite mais 
especializada, visando evitar consanguinidade.
Considerando que essa propriedade compra o touro, a deprecia-
ção seria:
Depreciação do 
mumbaca
=
R$ 6.000,00 - 0
= R$ 345,00

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