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17 03 2014 Direito Previdenciario Resumo Aula 07

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Direito Previdenciário 
Aula 07 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
Sumário ........................................................................................................................... 1 
1. Benefícios destinados aos dependentes ................................................................ 2 
1.1 Pensão por morte ............................................................................................. 2 
1.2 Auxílio-reclusão ................................................................................................. 7 
2. Regras finais sobre os benefícios.......................................................................... 12 
2.1 Decadência ...................................................................................................... 12 
2.2 Prescrição ........................................................................................................ 13 
2.3 Recebimento de parcelas não auferidas em vida ........................................... 15 
3. Custeio da Seguridade Social ................................................................................ 15 
3.1 Contribuições da União ................................................................................... 16 
3.2 Outras receitas ................................................................................................ 17 
3.3 Contribuições para a seguridade social .......................................................... 18 
3.3.1 Limitações constitucionais ao poder de tributar ....................................... 19 
3.3.2 Contribuições ordinárias ou nominadas .................................................... 21 
3.3.3 Contribuições residuais ............................................................................. 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Previdenciário 
Aula 07 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1. Benefícios destinados aos dependentes 
1.1 Pensão por morte 
Fundamento de validade constitucional no artigo 201, inciso V, da CRFB. 
CRFB, Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de 
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º. 
 
Na Lei 8.213/91, o tema é tratado a partir do artigo 74: 
Lei 8.213/91, Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do 
segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: 
I – do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; 
II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; 
III – da decisão judicial, no caso de morte presumida [com ou sem declaração de 
ausência]. 
 
1º. Necessidade social 
Consiste na morte comprovada e na morte presumida. 
Exemplo: aventou-se em alguns veículos de comunicação a história de um pescador 
que permaneceu doze meses à deriva, em seu pequeno barco, em alto-mar. Imagine-se que 
o mesmo não tivesse retornado ao convívio familiar. Trata-se de hipótese de morte 
presumida com declaração de ausência. Nada obstante, caso seu sumiço houvesse 
acontecido após seu barco ter sido destruído por uma tormenta, uma catástrofe qualquer, 
estar-se-ia perante o fenômeno da morte presumida sem declaração de ausência. 
 
2º. Exigências pessoais 
Como regra padrão, está a qualidade de segurado. Isto é, no momento do evento 
morte, o indivíduo deve ostentar essa qualidade perante o Regime Geral de Previdência 
Social. 
Sem embargo, tal exigência é flexibilizada, na medida em que existe a possibilidade 
de indivíduo não mais detentor de qualidade de segurado deixe em prol de seus 
dependentes uma pensão por morte. Dá-se quando, à época de seu falecimento, ele faz jus 
(goza de direito adquirido) ao beneplácito de aposentadoria. 
Direito Previdenciário 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
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Exemplo1: segurado, inválido, requereu benefício de aposentadoria por invalidez ao 
INSS. A autarquia, fundada em uma perícia mal elaborada, denega administrativa a 
concessão. O indivíduo, então, sem forças para o trabalho, permanece em sua residência e, 
com o passar do tempo, perde a qualidade de segurado. Posteriormente, vem a óbito, cuja 
causa pode, ou não, ser o fator incapacitante. Nesse cenário, seus dependentes poderão 
manejar ação judicial, porquanto esse indivíduo possuía direito adquirido à pensão por 
morte. 
Exemplo2: indivíduo laborou dos 20 aos 35 anos de idade. Durante os 15 anos de 
atividade laborativa, verteu 180 contribuições mensais ao RGPS. Cumpriu, então, a carência 
necessária para a aposentadoria por idade. Morreu aos 67 anos. Seus dependentes, apesar 
de o indivíduo ter parado de contribuir há mais de 30 anos, farão jus à pensão por morte. 
Isso porque possuía ele, quando de seu falecimento, direito adquirido à aposentadoria. 
Fundamenta-se tal lógica de raciocínio no artigo 102, §2º, da Lei de Benefícios: 
Lei 8.213/91, Art. 102. [...] 
§ 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja 
concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à 
época em que estes requisitos foram atendidos. 
§ 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer 
após a perda desta qualidade, nos termos do artigo 15 desta Lei, salvo se preenchidos os 
requisitos para obtenção da aposentadoria na forma do parágrafo anterior. 
 
Após alguns embates sobre a melhor interpretação do dispositivo supra, prevaleceu 
entendimento estampado no verbete nº 416 do Superior Tribunal de Justiça: 
Enunciado nº 416 – Súmula do STJ 
É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido 
essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a 
data do seu óbito. 
 
3º. Carência 
Não há. 
Lei 8.213/91, Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 
I – pensão por morte, auxílio‑reclusão, salário‑família e auxílio‑acidente; 
 
4º. Valor 
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Atualmente, a pensão por morte corresponde a 100% da aposentadoria do segurado. 
Na hipótese de o segurado ter morrido em pleno exercício das atividades laborativas, o valor 
da pensão por morte corresponderá a 100% da aposentadoria por invalidez. 
Registre-se que o fator previdenciário somente repercutirá na pensão por morte se a 
aposentadoria do falecido houver sofrido sua aplicação. 
Com base nisso, e fazendo raciocínio análogo ao da desaposentação, tem-se 
confeccionado tese em favor de uma ‘despensão’. 
Exemplo: indivíduo aposentou-sepor tempo de contribuição com incidência do fator 
previdenciário num percentual muito baixo. Continuou, porém, a trabalhar por mais dez 
anos, quando, então, veio a falecer. Caso o mesmo estivesse vivo, poderia discutir sua 
desaposentação. Os defensores da tese da despensão transportam esse direito para os 
dependentes, os quais poderiam, então, pedir a desaposentação do morto para que seja 
calculada uma nova aposentadoria, na qual se incluiria o tempo de contribuição mais 
recente, para, assim, influenciar o valor da pensão por morte. 
Nota: pode-se dizer que despensão é a desaposentação aplicada aos dependentes. 
Essa sistemática de um valor de 100% da aposentadoria ingressou na Lei de 
Benefícios com a Lei 9.528/97. Com a Lei 9.032/95, o quantum era de 100% do salário de 
benefício, situação que se apresentava mais benéfica ao dependente, eis que, em caso de 
aposentadoria proporcional, o valor da pensão seria de 100%, maior, portanto, que o 
benefício recebido pelo próprio segurado. 
Antes da Lei 9.032/95, a pensão por morte era proporcional ao número de 
dependentes. O percentual variava de 60% até 100% e benefícios foram concedidos nesse 
período. Os dependentes, então, requereram, com o advento da Lei 9.032/95, a aplicação 
imediata do novel diploma para a regulação dos efeitos futuros do ato concessivo do 
beneplácito. Todavia, tal como ocorrido com o auxílio-acidente, o Supremo Tribunal Federal 
e o Superior Tribunal de Justiça decidiram pela inexistência de direito à aplicação imediata 
da lei previdenciária, ainda que seja mais benéfica. 
Dessa forma, conclui-se que a pensão por morte deve ser regida pela lei vigente na 
data da morte. É o enunciado nº 340 da Súmula do STJ: 
Enunciado nº 340 – Súmula do STJ 
A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data 
do óbito do segurado. 
 
5º. Data de início do benefício (DIB) 
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Vide o artigo 74 da Lei 8.213/91: 
Lei 8.213/91, Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do 
segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: 
I – do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; 
II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; 
III – da decisão judicial, no caso de morte presumida [com ou sem declaração de 
ausência]. 
 
Como regra geral, tem-se que a pensão será devida desde a morte. Passados mais de 
30 desde o evento morte, a data de início do benefício será aquela do requerimento. 
A redação original do dispositivo em comento apontava que a DIB seria a data da 
morte. Nesse bojo, se o óbito ocorreu antes da Lei 9.528/97, por força do brocardo tempus 
regit actum, vaticina-se que não havia um prazo para o requerimento da pensão por morte, 
de maneira que, se o dependente o fizesse quatro anos depois do óbito, a DIB seria a data 
do próprio óbito; não, do requerimento como é hodiernamente. 
Imagine-se que o indivíduo morre hoje e deixa um dependente com 10 anos de 
idade, cujo representante legal, por leniência, só requeira a pensão por morte 5 anos mais 
tarde, aos 15 anos de idade. 
A natureza jurídica do prazo de 30 dias é prescricional, haja vista estar-se a discutir a 
pretensão ao recebimento das parcelas havidas entre o óbito e o requerimento. A criança de 
10 anos é absolutamente incapaz, contra a qual os prazos, quer prescricionais, quer 
decadenciais, não corre. Daí, ainda que o requerimento tenha sido feito 5 anos depois da 
morte, a DIB será a data do óbito; não, o requerimento. 
Quando esse filho completar 16 anos, o prazo prescricional de 30 dias volta a fluir. 
Assim, se fizer o requerimento com 16 anos e 31 dias, a DIB será a data do requerimento. 
Celeuma surge no tocante ao dependente habilitado tardiamente. 
Imagine-se que o segurado vem a falecer e deixa filhos em famílias diferentes. O filho 
de uma das famílias fez o requerimento e já percebe o benefício. O filho da outra família, 
então com 17 anos, somente dois anos após o falecimento do pai pleiteia a pensão por 
morte. Aponta a lei que a habilitação tardia produz efeitos só a partir de sua realização. Isso 
porque a concessão da pensão não fica suspensa à espera da habilitação dos eventuais 
dependentes. 
Sem embargo, o habilitado tardiamente começará a perceber o beneplácito a partir 
do ato de habilitação, não havendo que se falar em direito a parcelas atrasadas. 
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No ponto, vide o artigo 76 da Lei 8.213/91: 
Lei 8.213/91, Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de 
habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior 
que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data 
da inscrição ou habilitação. 
 
Exemplo: segurado morre e deixa filho e mãe que dele dependa economicamente. A 
mãe realizou o requerimento e, apesar de ser de segunda categoria, uma vez que 
comprovou a dependência econômica, começou a auferir a pensão por morte. Mais tarde, o 
filho se habilita, hipótese na qual passa a receber o benefício a que faz jus, implicando a 
cessação do direito da mãe. No entanto, não terá ele direito ao percebimento de parcelas 
anteriores à sua habilitação. 
Considere-se a seguinte situação, na qual habita uma sensível problemática: 
 Segurado morre e deixa dois filhos, um de 10 e outro de 5 anos, um com cada 
mulher. A mãe do filho de 10 anos faz o requerimento, e o menino de imediato recebe a 
pensão. Em contrapartida, o representante legal da criança de 5 anos confecciona o pedido 
administrativo, apenas, dois anos após a morte. Se se aplicar a regra do artigo 76, o filho de 
5 anos recebe apenas a partir do requerimento. Valendo-se do Código Civil, chega-se à 
conclusão de que o prazo de 30 dias não tem a contagem iniciada, cenário no qual a DIB será 
a data de óbito. Que regra aplicar? 
R. Há numerosas decisões judiciais, notadamente do Superior Tribunal de 
Justiça, assentando que, quanto ao absolutamente incapaz, incide o regramento previsto no 
Código Civil. Entretanto, de uns tempos para cá, aquela Corte tem modificado seu 
entendimento, propalando a necessidade de aplicação da regra do artigo 76 da Lei 8.213/91, 
o que, também, é encampada pelo INSS. O tema, pois, está notoriamente controvertido. 
Ventila-se que o artigo 76 em nada se relaciona com o prazo prescricional. Ademais, não se 
pode prejudicar o direito de quem fez requerimento antes, em prol de quem se habilitou 
posteriormente. 
Observação: o professor Fábio Souza discorda desse último posicionamento (mais 
prejudicial ao incapaz). 
 
6º. Outras observações 
(i) Em ocorrendo pluralidade de dependentes, imperiosa a observância de duas 
regras: [1ª] a existência de dependente de uma classe exclui o direito do dependente de outra; 
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[2ª] havendo mais de um dependente damesma categoria, fracionar-se-á em partes iguais o 
beneplácito. 
Lei 8.213/91, Art. 16, § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste 
artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. 
Lei 8.213/91, Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será 
rateada entre todos em parte iguais. 
 
Exemplo: segurado com dois filhos menores de 21 anos, um enteado, menor de 21 
anos, um irmão, menor de 21 anos, e um pai, os quais dele dependam economicamente. 
Esse segurado morre (já era viúvo). Os filhos e o enteado são de primeira categoria e, por 
isso, excluem o pai (2ª categoria) e o irmão de 21 anos (3ª categoria). Receberão a pensão 
por morte no quinhão de 1/3 para cada um. Conforme o benefício for cessando em relação a 
cada um, seu quinhão divide-se entre os demais. Registre-se que, quando cessar o benefício 
para o último dependente da primeira categoria (ou segunda, conforme o caso), inexiste 
falar em transmissão de sua cota ao dependente de segunda categoria. 
 
(ii) O filho com deficiência, intelectual ou mental, que esteja a perceber pensão 
por morte e passe a exercer atividade remunerada não perderá o benefício. Na verdade, 
sofrerá uma redução de 30% em seu quantum, a qual cessará em face da extinção referida 
atividade remunerada. 
Lei 8.213/91, Art. 77, § 4º A parte individual da pensão do dependente com deficiência 
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado 
judicialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30% (trinta por 
cento), devendo ser integralmente restabelecida em face da extinção da relação de 
trabalho ou da atividade empreendedora. 
 
Observação: até o momento, a pensão por morte para a pessoa com deficiência não 
está regulamentada, de maneira que, à consecução de tal benefício, deve o individual 
socorrer-se às vias judiciais. 
 
1.2 Auxílio-reclusão 
Aprioristicamente, alerta-se que esse benefício não foi criação de qualquer governo. 
Ao revés, foi o próprio povo, por meio da Assembleia Nacional Constituinte, quem o 
estabeleceu no artigo 201, inciso IV, da CRFB, donde se extrai seu fundamento de validade. 
Ainda, diz-se que o constituinte originário não inovou no cenário jurídico mundial ao estatuir 
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um benefício destinado aos dependentes do segurado preso. É que há tratados 
internacionais prevendo tal possibilidade. 
De plano, então, sepultam-se as informações mentirosas que, vez por outra, circulam 
na internet acerca do auxílio-reclusão. 
CRFB, Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de 
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
IV – salário‑família e auxílio‑reclusão para os dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
 
Na Lei 8.213/91, o tema é tratado no artigo 80: 
Art. 80. O auxílio‑reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos 
dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa 
nem estiver em gozo de auxílio‑doença, de aposentadoria ou de abono de permanência 
em serviço. 
Parágrafo único. O requerimento do auxílio‑reclusão deverá ser instruído com certidão 
do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a 
apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário.. 
 
Também merece destaque o artigo 2º da Lei 10.666/2003: 
Lei 10.666/2003, Art. 2º O exercício de atividade remunerada do segurado recluso em 
cumprimento de pena em regime fechado ou semiaberto que contribuir na condição de 
contribuinte individual ou facultativo não acarreta a perda do direito ao recebimento do 
auxílio-reclusão para seus dependentes. 
§ 1º O segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença e de 
aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, ainda que, 
nessa condição, contribua como contribuinte individual ou facultativo, permitida a 
opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, ao benefício mais 
vantajoso. 
§ 2º Em caso de morte do segurado recluso que contribuir na forma do § 1o, o valor da 
pensão por morte devida a seus dependentes será obtido mediante a realização de 
cálculo, com base nos novos tempo de contribuição e salários-de-contribuição 
correspondentes, neles incluídas as contribuições recolhidas enquanto recluso, facultada 
a opção pelo valor do auxílio-reclusão. 
 
Como pano de fundo ao auxílio-reclusão erige-se o princípio da intranscendência da 
pena, segundo o qual a pena não poderá ultrapassar a pessoa do condenado. Idealiza-se a 
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redução do impacto da prisão do segurado na vida dos dependentes (uma vez que o próprio 
Estado foi o autor do ergástulo, ainda que justamente), mediante a substituição da renda 
lícita do segurado encarcerado no sustento desses últimos. 
1º. Necessidade social 
Não é a condenação, mas, sim, a prisão. Prescinde-se, pois, da necessidade de uma 
sentença penal condenatória transitada em julgado. É dizer, o fato gerador do beneplácito 
consubstancia-se já nas prisões cautelares (temporária ou preventiva). 
Existe, por parte do INSS, resistência em conceder auxílio-reclusão aos dependentes 
do segurado preso civilmente por dívida de pensão alimentícia. A jurisprudência não trata do 
assunto, ao passo que a doutrina encontra-se fracionada. A lei, em si mesma, não positiva a 
obrigatoriedade de ser uma prisão penal, motivo por que, em princípio, inexistiria óbice à 
concessão. Todavia, assevere-se que, em provas, revela-se, no mais das vezes, seguir o 
entendimento administrativo. 
Com o advento da Lei 10.666/2003, sepultaram-se as discussões sobre se o 
cumprimento de pena em regime semiaberto ensejaria a concessão de auxílio-reclusão, haja 
vista o artigo 2º do diploma ter previsto expressamente essa possibilidade. Quanto ao 
regime aberto, porque o indivíduo cumpre a pena fora do cárcere, a seus dependentes não 
será concedido o benefício em tela. Por fim, saliente-se que as prisões cautelares, dado o 
seu modo de cumprimento, equiparam-se ao regime fechado. 
 
2º. Exigências pessoais 
De pronto, a qualidade de segurado, exigência que elimina um percentual gigantesco 
da população carcerária. 
Exemplo: indivíduo que, durante o dia, exerce a atividade de porteiro e, à noite, 
assume a função de integrante de uma quadrilha de roubo de cargas, cuja descoberta enseja 
sua prisão. A concessão do auxílio-reclusão aos seus dependentes visará a substituir a renda 
proveniente de seu trabalho como porteiro; não a decorrente do roubo de cargas. 
Note-se a obrigatoriedade de o indivíduo ser segurado no momento da prisão. 
Ademais, deverá ser de baixa renda; atualmente, R$ 1.025,81. 
CRFB, Art. 201. [...] 
IV – salário‑família e auxílio‑reclusão para os dependentes dos segurados de baixa 
renda; 
 
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No ponto, cumpre mencionar que a defensoria pública formulou uma tese, que 
chegou até o Supremo Tribunal Federal, na qual argumentava que a baixa renda tinha de ser 
aferida em relação aos dependentes; não, ao segurado. A Suprema Corte, todavia, rejeitou 
tal tese. 
 O que fazer para delimitar se desempregado que é preso, ainda no período de 
graça, é de baixa renda? 
R. A TNU, por jurisprudência não sumulada, em consonância com o 
entendimento do INSS, afirma que a baixa renda será aferida de acordo com o último salário 
de contribuição. 
Observação: o professor Fábio Souza discorda desse entendimento. 
Ainda como exigência pessoal, agora de cunho negativo, tem-se a necessidade de o 
segurado preso não estar recebendo auxílio-doença, aposentadoria ou remuneração da 
empresa. Isso porque, nessas hipóteses, a prisão não estará a impedir a produção de renda 
lícita por parte do indivíduo, que continuará a realizar o sustento de sua família. Aclare-se 
que a efetiva destinação desse dinheiro ao sustento dos dependentes pelo segurado não é 
uma questão afeta ao INSS. 
 
3º. Carência 
Não há. 
Lei 8.213/91, Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 
I – pensão por morte, auxílio‑reclusão, salário‑família e auxílio‑acidente; 
 
4º. Valor 
A lei é silente. Nada obstante, o próprio artigo 80 ressalva a aplicação subsidiária das 
regras atinentes à pensão por morte ao auxílio-reclusão. 
Como visto, a pensão por morte corresponde a 100% da aposentadoria do segurado. 
Contudo, como ao segurado preso, para fins de concessão do benefício a seus dependentes, 
veda-se a fruição de aposentadoria, utiliza-se como parâmetro o valor correspondente a 
100% da aposentadoria por invalidez. In casu, 100% do salário de benefício pago conforme 
as regras de pluralidade de dependentes (categoria, quantidade, etc.). 
 
5º. Data de Início do Benefício (DIB) 
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Aplicam-se todas as regras da pensão por morte. Requerimento feito em até 30 dias 
da segregação, haverá retroação. Passado esse prazo, a DIB será a data do requerimento. 
Incidem, também, aqui as regras atinentes à (não) fluência do prazo prescricional contra 
incapazes e as demais já faladas. 
 
6º. Outras observações 
(i) O trabalho exercido durante a prisão não prejudica o recebimento do auxílio-
reclusão pelos dependentes. 
Lei 10.666/2003, Art. 2º O exercício de atividade remunerada do segurado recluso em 
cumprimento de pena em regime fechado ou semiaberto que contribuir na condição de 
contribuinte individual ou facultativo não acarreta a perda do direito ao recebimento do 
auxílio-reclusão para seus dependentes. 
 
Avive-se que, se o preso exercer atividades laborativas durante sua prisão, haverá 
recolhimento de contribuições previdenciárias pela empresa (transferência de 
responsabilidade tributária), o que servirá à contagem como tempo de contribuição. Tal 
raciocínio aplica-se, igualmente, ao preso que contribua na qualidade de segurado individual 
(o que é de visualização prática mais difícil). 
Observação: a contribuição realizada durante a segregação não terá direito à 
percepção de qualquer benefício (auxílio-doença, aposentadoria, etc.), enquanto seus 
dependentes estiverem na fruição do auxílio-reclusão. Sem embargo, caso nesse período 
prisional ele preencha os requisitos para a consecução de um benefício mais vantajoso, v.g., 
aposentadoria por idade, ser-lhe-á permitida a escolha pelo mais vantajoso, contanto que se 
materialize a anuência dos dependentes. Isso por um motivo muito claro: passando o preso 
a receber uma aposentadoria, opera-se, de imediato, a cessação do auxílio-reclusão aos seus 
dependentes. 
 
(ii) O auxílio-reclusão será pago enquanto o segurado estiver preso. Em caso de 
liberdade ou fuga1, será suspenso. 
O egresso do sistema penitenciário tem um período de graça de 12 meses, a contar, 
também, da sua soltura ou da fuga. Sendo ele recapturado dentro desse período, 
 
1
 Existem vozes a manifestar-se pela continuidade do pagamento mesmo no caso de fuga, porquanto, 
por estar foragido, o indivíduo não terá como trabalhar e, logo, não poderá sustentar sua família. Cuida-se de 
raciocínio isolado e que não deve ser adotado. 
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restabelece-se o beneplácito; se após, terá perdido qualidade de segurado, e seus 
dependentes não terão direito ao benefício. 
Lei 8.213/91, Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de 
contribuições: 
IV – até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; 
 
(iii) Pertence aos dependentes o ônus de comprovar a continuidade de 
necessidade social (prisão do segurado). Trimestralmente, deverão apresentar uma certidão 
da unidade prisional à autarquia previdenciária. 
Observação: apresentada a certidão, cuja validade é de 03 meses, ao INSS, mas 
tendo o segurado sido posto em liberdade no dia seguinte, seus dependentes não mais farão 
jus ao auxílio-reclusão, haja vista o fato gerador (prisão) ter desaparecido. Nesse contexto, 
se, por um erro da autarquia o benefício continuar a ser pago, os dependentes não poderão 
recebê-lo, sob pena de terem sua conduta enquadrada como estelionato previdenciário. 
 
2. Regras finais sobre os benefícios 
No artigo 103 da Lei 8.213/91, preveem-se dois prazos. No caput, decadencial de 10 
anos; no §1º, prescricional de 5 anos. 
 
2.1 Decadência 
Esse prazo destina-se ao tempo que segurado ou beneficiário têm para pleitear a 
revisão do ato de concessão do benefício. Tal prazo inicia-se a partir do instante em que se 
tem a ciência do equívoco no cálculo do benefício, ou seja, a primeira prestação. A lei estatui 
como termo inicial o primeiro dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação. 
Exemplo: primeira parcela recebida em fevereiro/2014. Prazo inicia-se em 01 de 
março de 2014. 
Lei 8.213/91, Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou 
ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a 
contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, 
quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva 
no âmbito administrativo. 
 
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Ocorrendo o requerimento administrativo a revisão, o prazo passa a fluir a partir da 
ciência da decisão administrativa de indeferimento. Vide o enunciado nº 74 da TNU, no qual 
se plasma a melhor interpretação, para fins de prova, do artigo 103 da Lei 8.213/91: 
Verbete nº 74 – Súmula da TNU 
O prazo de prescrição fica suspenso pela formulação de requerimento administrativo e 
volta a correr pelo saldo remanescente após a ciência da decisão administrativafinal. 
 
Estampa o artigo 103, caput, que o prazo a que se refere diz respeito à “revisão do 
ato de concessão”. Nada obstante, a TNU, conferindo-lhe interpretação elástica, assenta que 
tal prazo concerne, também, ao ato de indeferimento. 
Verbete nº 64 – Súmula da TNU 
O direito à revisão do ato de indeferimento de benefício previdenciário ou assistencial 
sujeita-se ao prazo decadencial de dez anos. 
 
Esse prazo decenal foi criado em 1997. Em 1998, foi reduzido para 5 anos. Em 
seguida, em 2003, por uma medida provisória convertida em lei em 2004, volta a ser de 10 
anos. 
Surgiram duas correntes acerca da revisão dos benefícios. Para a primeira, estava-se 
diante de uma situação de direito material (tempus regit actum); logo, não haveria qualquer 
prazo para se pleitear a revisão dos benefícios concedidos antes de 1997, de maneira que tal 
revisão poderia ocorrer hoje, em 2014. Contudo, o Supremo Tribunal Federal encampou o 
entendimento que sustentava a aplicação imediata do prazo decadencial. A Corte afirmou 
não haver direito adquirido à inexistência de prazo decadencial; entretanto, esse prazo 
conta-se a partir do advento do diploma que o estabeleceu. Daí, os benefícios concedidos 
antes de 1997 têm sua contagem de prazo iniciada nesse mesmo ano; decaindo, pois, em 
2007. 
 
2.2 Prescrição 
O prazo a que se refere o §1º do artigo 103 da Lei de Benefícios correlaciona-se à 
busca pela percepção de parcelas. Sua contagem dá-se mês a mês. 
Lei 8.213/91, Art. 103. [...] 
Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido 
pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quais quer restituições 
ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e 
ausentes, na forma do Código Civil. 
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Nas ações em que se pleiteia a revisão do benefício, cumulam-se dois pedidos: uma 
obrigação de fazer (rever o benefício) e uma obrigação de pagar (parcelas atrasadas). Assim 
sendo, aquela é de natureza decadencial (prazo decenal), e esta, prescricional (prazo 
quinquenal). 
Exemplo: segurado ajuíza ação requerendo a revisão de benefício concedido em 
2005. Como se pode perceber, não decaiu de seu direito, eis que se encontra albergado pelo 
prazo de 10 anos. Todavia, em sendo julgada sua pugna procedente, fará direito somente às 
parcelas dos últimos 5 anos, porquanto as parcelas anteriores a esse período foram 
fulminadas pelo prazo prescricional. 
Tais prazos têm incidência sobre as pretensões/direitos do segurado. Para o INSS 
rever seus atos, há prazo de 10 anos, consoante artigo 103-A da Lei 8.213/91. Excetua-se a 
má-fé, que, se comprovada, resultará na ausência de qualquer prazo para o INSS rever o ato 
concessivo. 
Avente-se ser viável a caracterização da má-fé sem a demonstração de fraude. 
Exemplifica-se com o segurado que, durante toda sua vida, contribuiu com base no salário 
mínimo e recebe uma aposentadoria no valor-teto. Transcorridos 10 anos ou mais do ato 
concessivo da aposentadoria, terá o INSS, a qualquer tempo, o direito de revê-lo. 
Lei 8.213/91, Art. 103‑A. O direito da Previdência Social de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em 
dez anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má‑fé. 
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar‑se‑á da 
percepção do primeiro pagamento. 
§ 2º Considera‑se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade 
administrativa que importe impugnação à validade do ato. 
 
Revela-se imperiosa instauração de processo administrativo por parte do INSS, a fim 
de que se instalem contraditório e ampla defesa, antes de a autarquia proceder ao corte ou 
revisão do benefício. O artigo 11 da Lei 10.666/2003 estabelece o procedimento a ser 
adotado nesse caso. 
Observação: é defesa a suspensão cautelar do benefício pelo INSS. 
Lei 10.666/2003, Art. 11. O Ministério da Previdência Social e o INSS manterão programa 
permanente de revisão da concessão e da manutenção dos benefícios da Previdência 
Social, a fim de apurar irregularidades e falhas existentes. 
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§ 1º Havendo indício de irregularidade na concessão ou na manutenção de benefício, a 
Previdência Social notificará o beneficiário para apresentar defesa, provas ou 
documentos de que dispuser, no prazo de dez dias. 
§ 2º A notificação a que se refere o § 1º far-se-á por via postal com aviso de recebimento 
e, não comparecendo o beneficiário nem apresentando defesa, será suspenso o 
benefício, com notificação ao beneficiário. 
§ 3º Decorrido o prazo concedido pela notificação postal, sem que tenha havido 
resposta, ou caso seja considerada pela Previdência Social como insuficiente ou 
improcedente a defesa apresentada, o benefício será cancelado, dando-se conhecimento 
da decisão ao beneficiário. 
 
2.3 Recebimento de parcelas não auferidas em vida 
Cuida-se de regra especial de sucessão para parcelas previdenciárias prevista no 
artigo 112 da Lei 8.213/91. 
Lei 8.213/91, Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus 
dependentes habilitados à pensão por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na 
forma da lei civil, independentemente de inventário ou arrolamento. 
 
Diversos segurados vêm a óbito no curso do processo. Conjeture-se que um segurado 
houvesse direito ao recebimento de valores atrasado e morre. Deixou um filho de 19 anos e 
outro de 23 anos. In casu, o filho de 19 anos tem direito à pensão por morte e, por 
conseguinte, faz jus ao pagamento dessas verbas atrasadas. Caso não exista nenhum 
dependente habilitado à pensão, parte-se para a análise dos sucessores da lei civil, sem a 
obrigatoriedade de abertura de inventário. 
 
3. Custeio da Seguridade Social 
O orçamento da seguridade social é destacado do orçamento fiscal. Isso porque 
existem, além de despesas específicas, fontes peculiares de receitas da seguridade social. 
Vide o artigo 165, §5º, da Carta da República. 
CRFB, Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela 
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações 
instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 
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Dentro das atividades estatais, saúde, previdência e assistência mereceram, por parte 
do constituinte, o estabelecimento de um orçamento destacado. O dispositivo constitucional 
que trata sobre o tema é o 195: 
CRFB, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta 
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - doempregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer 
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
 
No plano infraconstitucional, esse preceptivo, dentre outros diplomas, regulamenta-
se na Lei 8.212/91. Analisando-se ambas as normas, veem-se três grandes grupos de fontes 
custeio: (i) contribuição da União (dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios); (ii) 
contribuições da seguridade social; (iii) outras receitas. 
 
3.1 Contribuições da União 
Regulamenta-se tal contribuição no artigo 16 da Lei 8.212/91: 
Lei 8.212/91, Art. 16. A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do 
Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente na lei orçamentária anual. 
Parágrafo único. A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências 
financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de 
prestação continuada da Previdência Social, na forma da Lei Orçamentária Anual. 
 
Essas contribuições materializam-se por meio de uma destinação do orçamento fiscal 
para o da seguridade. Trata-se de recursos oriundos de tributos não vinculados. 
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Avive-se, ainda, a responsabilidade subsidiária da União por eventuais déficits no 
custeio de benefícios previdenciários, consoante o parágrafo único do mencionado artigo 
16.2 
 
3.2 Outras receitas 
Plasmam-se, em rol exemplificativo3, no artigo 27 da Lei 8.212/91: 
Lei 8.212/91, Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade Social: 
I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; 
II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança 
prestados a terceiros [exemplo: comissão recebida pela Receita Federal do Brasil pelos 
serviços de cobrança prestados a terceiros]; 
III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou 
arrendamento de bens; 
IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; 
V - as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; 
VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo 
único do art. 243 da Constituição Federal; 
VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo 
Departamento da Receita Federal; 
VIII - outras receitas previstas em legislação específica. 
Parágrafo único. As companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório de 
danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei 
nº 6.194, de dezembro de 1974, deverão repassar à Seguridade Social 50% (cinqüenta 
por cento) do valor total do prêmio recolhido e destinado ao Sistema Único de Saúde-
SUS, para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em 
acidentes de trânsito. 
 
Lei 8.213/91, Art. 120. Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança 
e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência 
Social proporá ação regressiva contra os responsáveis4. 
 
2
 Nota do professor: apesar de, constantemente, a imprensa propalar, a plenos pulmões, sobre o 
déficit da Previdência, o que implicaria a realização de reformas, recentemente, publicou-se por meio de nota 
oficial que a Previdência urbana é superavitária, ou seja, ganha mais do que gasta. 
3
 Exemplo: rendas provenientes de alugueis de imóveis, doações, dinheiro proveniente das ações 
regressivas ajuizadas pelo INSS contra os causadores de dano (empresas, entre outros) que ensejaram 
incapacidades, mortes, etc., de terceiros que, em consequência, passaram a perceber benefícios, etc. Vide o 
artigo 120 da Lei 8.213/91. 
4
 Cita-se, como exemplo, ação regressiva em face do marido que agrediu a esposa, a qual, em 
decorrência, ficou em gozo de auxílio-doença. 
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3.3 Contribuições para a seguridade social 
Consoante aventam a doutrina e, bem ainda, a jurisprudência pacífica, no Brasil, 
encampou-se a teoria quinquipartite dos tributos, fracionando-se os tais em cinco espécies: 
impostos, taxas, empréstimos compulsórios, contribuições de melhoria e contribuições. 
Por sua vez, as contribuições cindem-se em: sociais, de intervenção no domínio 
econômico; de interesse de categorias profissionais/econômicas e para iluminação pública 
(vide artigos 149 e 149-A, CRFB). 
Como cediço, a classificação de um tributo como contribuição é a destinação legal da 
receita. No ponto, vale lembrar que o Código Tributário Nacional, ao falar em fato gerador, 
mostra-se anacrônico, próprio de uma época em que se utilizava a classificação tripartite dos 
tributos. 
A seu turno, as contribuições sociais dividem-se em: gerais e para a seguridade social 
(saúde, assistência e previdência). Para fins didáticos, essas últimas fracionam-se em: 
contribuições para a previdência dos servidores públicos (artigos 40 e 149, §1º, CRFB); 
residuais (artigo 195, §4º, CRFB, c/c artigo 154, inciso I, CRFB) e nominadas/ordinárias. 
Vejamos pequeno quadro demonstrativo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
QUINQUIPARTITE 
DOS TRIBUTOS 
1. Impostos 
2. Taxas 
3. 
Empréstimos 
compulsórios 
4. 
Contribuições 
de melhoria 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.1. Sociais 
5.1.1. Gerais --/-- 
5.1.2. Para a 
seguridade 
social 
(saúde, 
assistência e 
a. Previdência dos 
Servidores Público 
b. Residuais 
c. 
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5. 
Contribuições 
previdência) Nominadas/ordinárias 
5.2. De Intervenção no 
Domínio Econômico 
 
 
 5.3. De interesse de 
categorias 
profissionais/econômicas 
5.4. Para iluminação 
pública 
 
As contribuições para a seguridade social caracterizam-se como uma subespécie 
tributária. Por conseguinte, as limitações constitucionais ao poder de tributar a elas são 
aplicadas. Debrucemo-nos sobre as tais. 
3.3.1 Limitações constitucionais ao poder de tributar 
Neste tópico, ver-se-ão os princípios incidentes no campo tributário que se aplicam 
as contribuições sociais para a seguridade social. 
CRFB, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
II - instituirtratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função 
por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos 
ou direitos; 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
 
1º. Legalidade tributária 
Incide perfeitamente na seara previdenciária. 
 
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2º. Isonomia tributária 
De sorte a se promover uma distribuição tributária justa, afigura-se viável realizar 
tratamentos díspares. Vide o artigo 195, §9º. 
CRFB, Art. 195, § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo 
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade 
econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição 
estrutural do mercado de trabalho. 
Exemplifica-se a materialização desse princípio com a alíquota adicional paga pelas 
instituições financeiras. Tal alíquota foi declarada constitucional pelo STF5. 
Lei 8.212/91, Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, 
além do disposto no art. 23, é de: 
§ 1º No caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e 
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de 
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de 
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros 
privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas, além das 
contribuições referidas neste artigo e no art. 23, é devida a contribuição adicional de dois 
vírgula cinco por cento sobre a base de cálculo definida nos incisos I e III deste artigo. 
 
3º. Irretroatividade da lei tributária 
Aplicável na seara das contribuições para a seguridade social. 
 
4º. Anterioridade 
Não aplicável às contribuições para a seguridade social. Entretanto, incide nas 
contribuições de forma geral. Vide artigo 195, §6º, CRFB. 
CRFB, Art. 195, § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser 
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver 
instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no artigo 150, III, b. 
 
5º. Anterioridade nonagesimal 
Aplicável. 
 
5
 Exemplo extraído de outra aula ministrada pelo próprio professor. 
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Observação: em decisão recentíssima do Supremo Tribunal Federal entendeu-se que 
a contribuição para o PIS é contribuição para a seguridade e submete-se ao princípio da 
anterioridade nonagesimal. 
 
6º. Liberdade de locomoção 
Aplicável. 
 
7º. Proibição da utilização de tributo como forma de confisco 
Aplicável. 
 
8º. Imunidade recíproca e imunidades 
Não aplicáveis, pois exclusivos dos impostos. 
Exemplo: incide contribuição no pagamento vertido ao pastor de uma igreja 
evangélica. 
Nota: existem limitações específicas ao poder de tributar para as contribuições da 
seguridade social. Para as contribuições de forma geral, veda-se a cobrança sobre a 
exportação. No tocante às contribuições para a seguridade social, existem duas vedações 
peculiares: (i) artigo 195, inciso II, parte final, CRFB; (ii) artigo 195, §7º, CRFB. 
CRFB, Art. 195. [...] 
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social de que trata o artigo 201; 
 
CRFB, Art. 195. [...] 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
 
3.3.2 Contribuições ordinárias ou nominadas 
Preveem-se no artigo 195 da Lei Maior e compreendem: (i) as contribuições da 
empresa (sobre folha de pagamento (conceito mais amplo do que ‘salário’), sobre 
faturamento ou receita (COFINS – contribuição para o financiamento da seguridade) e sobre 
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lucro (CSLL – contribuição social sobre o lucro líquido); (ii) do segurado, (iii) sobre o concurso 
de prognósticos e (iv) do importador. 
CRFB, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta 
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer 
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
 
Observação1: apenas as contribuições sobre folha de pagamento e do segurado são 
contribuições previdenciárias (financiarão exclusivamente a Previdência Social). As demais 
são para a seguridade. 
Observação2: as contribuições sobre a receita do concurso de prognósticos (loteria) 
são conhecidas como “tributo dos pobres”. A bem da verdade, não se constituiriam como 
um tributo, eis que lhes falta um elemento essencial dos tributos, qual seja: 
compulsoriedade. 
 
3.3.3 Contribuições residuais 
Criou o Constituinte a possibilidade de se estabelecerem outras contribuições 
(alcunhadas de residuais) para o caso de as previstas no seio da Lex Mater revelarem-se 
insuficientes. 
CRFB, Art. 195. [...] 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou 
expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
Tal expediente, conquanto viável, tem de obedecer aos requisitos insertos no artigo 
154, inciso I, da CRFB, quais sejam, instituição por lei complementar, não-cumulatividade, 
fato gerador ou base de cálculo próprios, isto é, diferentes de outra contribuição; nada 
obstante, pode haver o mesmo fato gerador e a mesma base de cálculo de impostos. 
Direito Previdenciário 
Aula 07 
 
O presente material constituiresumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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CRFB, Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que 
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados nesta Constituição; 
 
Observação: revolvendo o dispositivo em questão, o STF chegou à conclusão de que 
os três requisitos resumem-se em um, qual seja, a lei complementar, porquanto não existe 
vedação ao bis in idem entre contribuição e imposto.

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