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Noções de Direito Processual Penal

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Instituto Tributário de Ensino à Distância 
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL 
PENAL 
 
PROCESSO PENAL 
 
Praticado um fato definido como crime, 
surge para o Estado o direito de punir, que se 
exercita através do Processo Penal. 
O Processo Penal é o conjunto de atos 
praticados em juízo que visam à aplicação do 
Direito Penal. 
O Processo Penal é direito instrumental, pois 
é uma ferramenta de aplicação do Direito 
Penal. 
 
Princípios do Processo Penal 
 
 Princípio do estado de inocência - 
Trata-se de princípio de base 
constitucional, que qualifica qualquer 
pessoa, ainda que respondendo a 
processo criminal, como inocente, 
somente sendo considerado culpado 
após uma sentença penal 
condenatória com trânsito em 
julgado, ou seja, que não caiba mais 
qualquer recurso. 
 
 Princípio do contraditório – 
Assegura ao acusado o direito a uma 
defesa sem quaisquer restrições, 
dando ciência ao acusado de todos os 
atos processuais realizados, através 
da citação, intimação e notificação, 
instrumentos utilizados para 
comunicar as partes e terceiros da 
realização dos atos processuais. 
 
 Princípio da verdade real – 
Significa que a investigação não 
encontra limites na iniciativa das 
partes, podendo o juiz determinar a 
produção de provas que entender 
necessárias para a elucidação do fato 
criminoso. 
 
 Princípio da inadmissibilidade de 
provas ilícitas - Impõe a obrigação 
de repelir do processo aquelas provas 
de forma ilegal, violando direitos 
tutelados em lei. Ex: uma confissão 
obtida através de tortura, etc. 
 
 Princípio da Comunhão da Prova – 
Significa que a prova, ainda que 
produzida por iniciativa de uma das 
partes, pertence ao processo e pode 
ser utilizada por todos os 
participantes da relação processual, 
destinando-se a apurar a verdade dos 
fatos alegados e contribuindo para o 
correto deslinda da causa pelo juiz. 
 
Artigos do Código de Processo Penal 
sobre Inquérito Policial 
 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida 
pelas autoridades policiais no território de 
suas respectivas circunscrições e terá por fim 
a apuração das infrações penais e da sua 
autoria. 
Parágrafo único. A competência definida 
neste artigo não excluirá a de autoridades 
administrativas, a quem por lei seja cometida 
à mesma função. 
 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o 
inquérito policial será iniciado: 
I.De ofício; 
II. Mediante requisição da autoridade 
judiciária ou do Ministério Público, ou a 
requerimento do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
§ 1º O requerimento a que se refere o nº II 
conterá sempre que possível: 
a) a narração do fato, com todas as 
circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus 
sinais característicos e as razões de 
convicção ou de presunção de ser ele o autor 
 
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da infração, ou os motivos de 
impossibilidade de o fazer; 
c) a nomeação das testemunhas, com 
indicação de sua profissão e residência. 
§ 2º Do despacho que indeferir o 
requerimento de abertura de inquérito caberá 
recurso para o chefe de Polícia. 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver 
conhecimento da existência de infração penal 
em que caiba ação pública poderá, 
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à 
autoridade policial, e esta, verificada a 
procedência das informações, mandará 
instaurar inquérito. 
§ 4º O inquérito, nos crimes em que ação 
pública depender de representação, não 
poderá sem ela ser iniciado. 
§ 5º Nos crimes de ação privada, a 
autoridade policial somente poderá proceder 
a inquérito a requerimento de quem tenha 
qualidade para intentá-la. 
 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da 
prática da infração penal, a autoridade 
policial deverá: 
I.Dirigir-se ao local, providenciando para 
que não se alterem o estado e conservação 
das coisas, até a chegada dos peritos 
criminais; 
II. Apreender os objetos que tiverem relação 
com o fato, depois de liberados pelos peritos 
criminais; 
III. Colher todas as provas que servirem para 
o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias; 
IV. Ouvir o ofendido; 
V. Ouvir o indiciado, com observância, no 
que for aplicável, do disposto no Capítulo III 
do Título VII, deste Livro, devendo o 
respectivo termo ser assinado por duas 
testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; 
VI. Proceder a reconhecimento de pessoas e 
coisas e a acareações; 
VII. Determinar se for o caso, que se proceda 
a exame de corpo de delito e a quaisquer 
outras perícias; 
VIII. Ordenar a identificação do indiciado 
pelo processo datiloscópico, se possível, e 
fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes; 
IX. Averiguar a vida pregressa do indiciado, 
sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua atitude e 
estado de ânimo antes e depois do crime e 
durante ele, e quaisquer outros elementos 
que contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter. 
 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver 
a infração sido praticada de determinado 
modo, a autoridade policial poderá proceder 
à reprodução simulada dos fatos, desde que 
esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública. 
 
Art 8º Havendo prisão em flagrante será 
observado o disposto no Capítulo II do 
Título IX deste Livro. 
 
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial 
serão, num só processado, reduzidas a escrito 
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas 
pela autoridade. 
 
Art. 10 O inquérito deverá terminar no prazo 
de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 
flagrante, ou estiver preso preventivamente, 
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do 
dia em que se executar a ordem de prisão, ou 
no prazo de 30 dias, quando estiver solto, 
mediante fiança ou sem ela. 
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do 
que tiver sido apurado e enviará os autos ao 
juiz competente. 
§ 2º No relatório poderá a autoridade indiciar 
testemunhas que não tiverem sido inquiridas, 
mencionando o lugar onde possam ser 
encontradas. 
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, 
e o indiciado estiver solto, a autoridade 
poderá requerer ao juiz a devolução dos 
 
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autos, para ulteriores diligências, que serão 
realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
 
Art. 11 Os instrumentos do crime, bem como 
objetos que interessarem à prova, 
acompanharão os autos do inquérito. 
 
Art. 12 O inquérito policial acompanhará a 
denuncia ou queixa, sempre que servir de 
base a uma ou outra. 
 
Art. 13 Incumbirá ainda a autoridade 
policial: 
I. Fornecer às autoridades judiciárias as 
informações necessárias à instrução e 
julgamento dos processos; 
II. Realizar as diligências requisitas pelo juiz 
ou pelo Ministério Público; 
III. Cumprir os mandados de prisão 
expedidos pelas autoridades judiciárias; 
IV. Representar acerca da prisão preventiva.Art. 14 O ofendido, ou seu representante 
legal, e o indiciado poderão requerer 
qualquer diligência, que será realizada, ou 
não, a juízo da autoridade. 
 
Art. 15 Se o indiciado for menor, ser-lhe-á 
nomeado curador pela autoridade policial. 
 
Art. 16 O Ministério Público não poderá 
requerer a devolução do inquérito á 
autoridade policial, senão para novas 
diligências, imprescindíveis ao oferecimento 
da denúncia. 
 
Art. 17ª autoridade policial não poderá 
mandar arquivar autos de inquérito. 
 
Art. 18 Depois de ordenado o arquivamento 
do inquérito pela autoridade judiciária, por 
falta de base para a denúncia, à autoridade 
policial poderá proceder a novas pesquisas, 
se de outras provas tiver notícia. 
 
Art. 19 Nos crimes em que não couber ação 
pública, os autos do inquérito serão 
remetidos ao juízo competente, onde 
aguardarão a iniciativa do ofendido ou do 
seu representante legal, ou será entregues ao 
requerente, se o pedir, mediante traslado. 
 
Art. 20 A autoridade assegurará no inquérito 
o sigilo necessário à elucidação do fato 
exigido pelo interesse da sociedade. 
Parágrafo único. Nos atestados de 
antecedentes que lhe forem solicitados, a 
autoridade policial não poderá mencionar 
quaisquer anotações referentes à instauração 
de inquérito contra os requerentes, salvo no 
caso de existir condenação anterior. 
 
Art. 21- A incomunicabilidade do indiciado 
dependerá sempre de despacho nos autos e 
somente será permitida quando o interesse da 
sociedade ou a conveniência da investigação 
o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que 
não excederá de três dias, será decretada por 
despacho fundamentado do juiz, a 
requerimento da autoridade policial, ou do 
órgão do Ministério Público, respeitado, em 
qualquer hipótese disposta no art. 89, III, do 
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
(lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963). 
Parágrafo único com redação determinada 
pela lei nº 5.010, de 30 de maio de 1966, que 
organizou a Justiça Federal de primeira 
instância. Este parágrafo faz menção ao 
Estatuto da OAB (lei nº 4.215/63), hoje 
revogado pela lei nº 8.906, de 4 de julho de 
1994 (Estatuto de Advocacia e OAB). 
 
Art. 22 No Distrito Federal e nas comarcas 
em que houver mais de uma circunscrição 
policial, a autoridade com exercício em uma 
delas poderá, nos inquéritos a que esteja 
procedendo, ordenar diligências em 
circunscrição de outra, independentemente 
de precatórias ou requisições, e bem assim 
providenciará, até que compareça a 
 
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autoridade competente, sobre qualquer fato 
que ocorra em sua presença, noutra 
circunscrição. 
 
Art. 23 Ao fazer a remessa dos autos do 
inquérito ao juiz competente, a autoridade 
policial oficiará ao Instituto de Identificação 
e Estatística, ou repartição congênere, 
mencionando o juízo a que tiverem sido 
distribuídos, e os dados relativos à infração 
penal e à pessoa do indiciado. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
 
Introdução 
 
Praticado um fato definido em lei como 
infração penal surge para o estado direito de 
punir o autor de tal fato criminoso. Este 
direito será exercido através de um processo 
penal. Porém, para que seja instaurado tal 
processo, é imprescindível que exista um 
mínimo de provas que indiquem a prática de 
uma infração penal e de quem seja seu autor, 
como também a realização de diversos atos 
investigatórios para colheita de provas. 
Estas provas, geralmente, são obtidas através 
do inquérito policial, que ocorre antes da 
ação penal, tendo por objetivo a apuração de 
fato que configure infração penal e a 
respectiva autoria, não existindo ainda 
“processo”, mas é a fase que antecede a 
instauração deste. 
 
Conceito 
 
É o procedimento realizado pela autoridade 
policial destinado a fornecer os elementos 
necessários, ao órgão acusador, para a 
apuração de uma infração penal e sua 
respectiva autoria. 
Trata-se de mera peça de informação, sendo 
apenas um procedimento administrativo, 
destinado ao titular da ação penal (Ministério 
Público ou o ofendido). 
 
Características 
 
 É um procedimento escrito, dispondo 
expressamente o artigo nove do 
Código de Processo Penal que “todas 
as peças do inquérito policial serão, 
num só processado, reduzidas a 
escrito ou datilografadas e, neste 
caso, rubricadas pela autoridade”. 
 O inquérito é sigiloso, não sendo 
permitida a divulgação de seus atos, 
exceto para o Ministério Público e o 
Poder Judiciário, o que prejudicaria o 
êxito nas diligências realizadas pela 
autoridade policial para elucidar o 
fato criminoso, dispondo 
expressamente a este respeito o artigo 
20 do Código de Processo Penal. 
Todavia, contemporaneamente, o 
sigilo do inquérito tem sido mitigado, 
ao menos para o próprio indiciado e 
para seus defensores, em razão do 
contraditório e da ampla defesa. 
 O inquérito é indisponível, o que 
significa que uma vez instaurado, não 
poderá a autoridade policial dispor de 
seu conteúdo ou andamento, não 
poderá requerer seu arquivamento 
(artigo 17 do CPP), este 
obrigatoriamente deverá prosseguir e, 
após o seu encerramento, deverá a 
autoridade policial encaminhar os 
autos ao juízo competente. 
 O inquérito é inquisitório, ou seja, 
não se aplica ao inquérito o princípio 
constitucional do contraditório, o 
indicado será mero objeto de 
investigação. Mais uma vez, a 
doutrina processual moderna tem 
entendido que há mera mitigação do 
contraditório no inquérito policial, e 
não seu total afastamento. 
 
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Autores e destinatários do inquérito 
 
De acordo com as normas penais e 
constitucionais, apenas o maior de 18 anos 
possui imputabilidade, ou seja, a capacidade 
penal de responder pela prática de uma 
infração. 
Desta forma, é correto afirmar que somente 
os maiores de 18 anos poderão ser indiciados 
em inquérito policial, pois os que possuem 
idade inferior a esta são considerados 
inimputáveis, não se aplicando a estas 
pessoas os Códigos Penal e Processual Penal, 
e sim o Estadual da Criança e do 
Adolescente. 
A função precípua do inquérito é fornecer 
elementos para o início da ação penal. Mas, 
se tais elementos já existirem, já tendo o 
Ministério Público, ou o ofendido, provas 
suficientes para ingressarem com a ação, não 
será necessário que a autoridade policial 
instaure o inquérito, pois já será possível o 
ingresso em juízo. Desta forma, é correto 
afirmar que o inquérito policial é dispensável 
quando já existirem elementos suficientes 
para o início da ação penal. 
 
A Notícia do Crime (notitia criminis) é o 
início do inquérito. 
 
Inicia-se o inquérito com a notícia do crime, 
que leva ao conhecimento da autoridade 
policial a prática de fato aparentemente 
criminoso, por qualquer meio, seja pelo 
encontro do corpo delito, pelo flagrante, 
comunicação de funcionário, informação da 
imprensa ou qualquer do povo, etc. 
Pode ocorrer, no entanto, que o próprio 
ofendido ou seu representante leve a notícia 
à autoridade denominadadelação do crime, 
que pode ser simples, constituindo-se apenas 
na comunicação, ou postulatória, na qual, 
além da comunicação, é pedida a instauração 
do inquérito, como no caso da representação 
para os crimes que a exigem para a 
instauração do inquérito. 
O inquérito tem ainda início mediante 
requisição da autoridade judiciária ou do 
Ministério Público, nos crimes de ação 
pública. 
Há que se fazer aqui uma distinção entre 
requerimento e requisição. 
 
No requerimento pode a autoridade policial 
achar que não deve abrir inquérito e indeferir 
o pedido que é feito pelo ofendido, enquanto 
que na requisição a autoridade policial está 
obrigada a agir, não cabendo discutir o 
mérito da requisição, pois não será ela quem 
promoverá a ação ou quem a julgará. 
Havendo indeferimento de requerimento 
formulado, cabe ao requerente recurso para o 
Chefe de Polícia, ou seja, para a autoridade 
superior. 
Chegando, por quaisquer dessas formas, ao 
conhecimento da Polícia a existência de 
infração penal, ele deverá agir, de acordo 
com o art. 6º do CPP. Não tem o inquérito 
rito estabelecido em lei, mas, de acordo com 
o citado dispositivo, existem diligências que 
devem ser efetuadas ordinariamente. 
Objetiva a que a autoridade possa colher in 
loco os elementos da infração, devendo agir 
antes que se altere o estado das coisas no 
local do crime ou desapareçam armas, 
instrumentos ou objetos do delito, colhendo 
as provas que sejam essências na elucidação 
do fato e suas circunstâncias, ouvindo o 
ofendido que, geralmente, dará as 
informações mais precisas e seguras, bem 
como a identificação e qualificação do 
acusado nos termos previstos em lei, 
ouvindo-o a seguir em forma de 
interrogatório, ao qual não está o indiciado 
obrigado a se submeter. 
É também dever da autoridade proceder ao 
reconhecimento de pessoas, coisas e 
acareações, que obedecerão às normas 
ditadas pelos artigos 226 a 230 do CPP, bem 
como requisitar dos órgãos próprios o exame 
 
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de corpo de delito e as perícias em geral, que 
são realizadas por peritos, os quais farão a 
verificação dos elementos exteriores ou de 
materialidade da infração penal (art. 150 ao 
184 do CPP). 
Para a autoridade policial instaurar o 
inquérito, ela deverá, primeiramente, 
verificar a espécie de ação penal a que 
corresponde o delito praticado pelo 
indiciado. 
No próximo capítulo estudaremos a ação 
penal, seu conceito e suas espécies. Por ora, 
devemos esclarecer que dependendo do tipo 
de ação penal, seja esta pública, de iniciativa 
do Ministério 
Público, ou privada, cuja iniciativa pertence 
ao ofendido, a autoridade policial deverá 
observar o disposto no artigo 5º e seus 
parágrafos do Código de Processo Penal, que 
estabelece as regras para o início do 
procedimento investigatório. 
 
Instauração do inquérito na hipótese de crime 
de ação penal pública incondicionada: 
 
 A autoridade policial deverá instaurá-
lo do ofício, ou seja, sem provocação 
de qualquer pessoa. Assim que 
souber da prática de um delito desta 
natureza deverá, obrigatoriamente, 
instaurar inquérito. 
 Mediante requisição do Juiz ou 
Ministério Público. Tais órgãos, ao 
tomarem conhecimento de um crime 
cuja ação penal seja pública 
incondicionada, determinarão a 
autoridade policial que instaure o 
inquérito. 
 Mediante requerimento da vítima ou 
de seu representante legal. Nesta 
hipótese, a vítima formulará pedido a 
autoridade policial para que seja 
instaurado o inquérito, ficando a 
critério do Delegado acatar ou não tal 
pedido. 
 Também será iniciado através do auto 
de prisão em flagrante. 
 
Instauração do inquérito na hipótese de crime 
de ação penal pública condicionada à 
representação: 
Nesta hipótese, somente poderá ser 
instaurado inquérito com a representação da 
vítima ou de seu representante legal, nos 
termos do artigo 5º, §4º, do Código de 
Processo Penal. Esta representação consiste, 
basicamente, em um pedido – autorização do 
ofendido, cuja ausência inviabiliza o 
inquérito como a ação penal. 
Instauração do inquérito na hipótese de ação 
penal privada: 
 
Tratando-se de crimes desta natureza, será 
imprescindível o requerimento da vítima ou 
de seu representante legal, não podendo a 
autoridade policial agir de ofício. 
 
Conclusão e prazos de encerramento 
 
Realizadas pela autoridade policial as 
diligências indicadas no artigo 6º, como 
também outras que entender necessárias à 
elucidação do crime, deverá o inquérito ser 
encerrado com um minucioso relatório do 
que foi apurado. Não deve a autoridade 
policial emitir qualquer juízo de valor, ou 
seja, expor opiniões ou julgamentos. Deverá 
apenas prestar todas as informações colhidas 
durante as investigações e as diligências 
realizadas, registrando eventual 
impossibilidade de realizar alguma delas. 
Após a apresentação do relatório, os autos 
serão remetidos ao Ministério Público ou 
ficarão à disposição do ofendido. 
Estando o indiciado preso, seja em flagrante 
ou preventivamente, o inquérito deverá ser 
concluído em 10 dias, sob pena de esta 
prisão ser relaxada por excesso de prazo. Se 
o indiciado estiver solto, o prazo de 
encerramento será de 30 dias, não havendo 
problemas se o período for ultrapassado, 
 
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posto que o indiciado encontra-se solto, e o 
próprio Código de Processo Penal prevê a 
hipótese de devolução dos autos do inquérito 
imprescindíveis para a propositura da ação 
penal (art. 16 do CPP). 
Se o delito investigado for de competência 
da Justiça Federal, a lei 5.010/66 estabelece 
que o prazo para concluir o inquérito, 
estando o indiciado preso, será de 15 dias, 
prorrogável por mais 15 dias. 
Tratando-se de inquérito relativo ao tráfico 
de entorpecentes, infração cujo 
processamento é disciplinado pela Lei 
11.434/2006, o prazo de conclusão do 
inquérito é de 30 dias. 
 
Arquivamento 
 
Ainda que fique demonstrado que não 
ocorreu qualquer delito, ou que não foi 
possível caracterizar quem foi o autor do 
crime, NÃO poderá a autoridade policial 
mandar arquivar o inquérito, conforme 
dispõe expressamente o artigo 17 do CPP. 
Tal providência cabe ao juiz, a pedido do 
Ministério Público. Como este órgão será o 
destinatário dos autos do inquérito, caberá ao 
Promotor de Justiça manifestar-se sobre a 
existência de elementos suficientes ou não 
para iniciar a ação. 
Se o Juiz discordar do pedido de 
arquivamento, não poderá ele próprio iniciar 
a ação. Deverá o Magistrado proceder da 
maneira estabelecida no artigo 28 do CPP, 
ou seja, remeterá os autos do inquérito ao 
Procurador Geral de Justiça. 
Uma vez arquivado o inquérito, nada impede 
que a autoridade policial investigue sobre o 
mesmo fato, desde que surjam novas provas, 
conforme prevê o artigo 18 do CPP. Neste 
caso, o Ministério Público poderá pedir que 
o inquérito seja desarquivado, instaurando-
se, posteriormente, a ação penal. 
 
Artigos do Código de Processo Penal que 
tratam da Ação Penal: 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, estaserá promovida por denúncia do Ministério 
Público, mas dependerá, quando a lei o 
exigir, de requisição do Ministério da 
Justiça, ou de representação do ofendido ou 
de quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1º No caso de morte do ofendido ou 
quando declarado ausente por decisão 
judicial, o direito de representação passará ao 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado 
em detrimento do patrimônio ou interesse da 
União, Estado e Município, a ação penal será 
pública. 
 
Art. 25. A representação será irretratável, 
depois de oferecida a denúncia. 
 
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, 
será iniciada com auto de prisão em flagrante 
ou por meio de portaria expedida pela 
autoridade judiciária ou policial. 
 
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá 
provocar a iniciativa do Ministério Público, 
nos casos em que caiba a ação pública, 
fornecendo-lhe, por escrito, informações 
sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, 
o lugar e os elementos de convicção. 
 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao 
invés de apresentar a denúncia, requerer o 
arquivamento do inquérito policial ou de 
quaisquer peças de informação, o juiz, no 
caso de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito ou 
peças de informação ao procurador – geral, e 
este oferecerá a denúncia, designará outro 
órgão do Ministério 
Público para oferecê-la, ou insistirá no 
pedido de arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender. 
 
Art.29. Será admitida ação privada nos 
crimes de ação pública, se essa não for 
 
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intentada no prazo legal, cabendo ao 
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la 
e oferecer denúncia substitutiva, intervir em 
todos os termos do processo, fornecer 
elementos de prova, interpor recurso e, a 
todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte 
principal. 
 
Art.30. Ao ofendido ou a quem tenha 
qualidade para representá-lo caberá intentar a 
ação privada. 
 
Art.31. No caso de morte do ofendido ou 
quando declarado ausente por decisão 
judicial, o direito de oferecer queixa ou 
prosseguir na ação passará ao cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
 
Art.32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a 
requerimento da parte que comprovar a sua 
pobreza, nomeará advogado para promover a 
ação penal. 
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não 
puder prover às despesas do processo, sem 
privar-se dos recursos indispensáveis ao 
próprio sustento ou da família. 
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o 
atestado da autoridade policial em cuja 
circunscrição residir o ofendido. 
 
Art.33. Se o ofendido for menor de 18 anos, 
ou mentalmente enfermo, ou retardado 
mental, e não tiver representante legal, ou 
colidirem os interesses deste com os daquele, 
o direito de queixa poderá ser exercido por 
curador especial, nomeado, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, pelo 
juiz competente para o processo penal. 
 
Art.34. Se o ofendido for menor de 21 anos e 
maior de 18 anos, o direito de queixa poderá 
ser exercido por ele ou por seu representante 
legal. 
 
Art.35. Revogado pela lei 9.250 de 27/11/97. 
 
Art.36. Se comparecer mais de uma pessoa 
com direito de queixa, terá preferência o 
cônjuge, e, em seguida, o parente mais 
próximo na ordem de enumeração constante 
do art. 31, podendo, entretanto, qualquer 
delas prosseguir na ação, caso o querelante 
desista da instância ou abandone. 
 
Art.37. As funções, associações ou 
sociedades legalmente construídas poderão 
exercer a ação penal, devendo ser 
representados por quem os respectivos 
contratos ou estatutos designaram ou, no 
silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios 
– gerentes. 
 
Art.38. Salvo disposição em contrário, o 
ofendido, ou seu representante legal, decairá 
no direito de queixa ou de representação, se 
não o exercer dentro do prazo de seis meses, 
contado do dia em que vier saber quem é o 
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia 
em que se esgotar o prazo para o 
oferecimento da denúncia. 
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência 
do direito de queixa ou representação, dentro 
do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24. 
Parágrafo único, e 31. 
 
Art.39. O direito de representação poderá ser 
exercido, pessoalmente ou por procurados 
com poderes especiais, mediante declaração, 
escritas ou orais, feitas ao juiz, ao órgão do 
Ministério Público, ou à autoridade policial. 
§ 1º A representação feita oralmente ou por 
escrito, sem assinatura devidamente 
autenticada do ofendido, de seu representante 
legal ou procurador, será reduzida a termo, 
perante o juiz ou autoridade policial, 
presente o órgão do Ministério Público, 
quando a este houver sido dirigida. 
§ 2º A representação conterá todas as 
informações que possam servir à apuração de 
fato e da autoria. 
 
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§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a 
representação, a autoridade policial 
procederá a inquérito, ou, não sendo 
competente, remetê-lo-á à autoridade que o 
for. 
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou 
perante este reduzida a termo, será remetida 
a autoridade policial para que esta proceda a 
inquérito. 
§ 5º O órgão do Ministério Dispensará o 
inquérito, se com a representação forem 
oferecidos elementos que o habilitem a 
promover a ação penal, e, neste caso, 
oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias. 
 
Art.40. Quando, em autos ou papeis de que 
conhecerem, os juízes ou tribunais, 
verificarem a existência de crime de ação 
pública, remeterão ao Ministério Público as 
cópias e os documentos necessários ao 
oferecimento da denúncia. 
Art.41. A denúncia ou queixa conterá a 
exposição do fato criminoso, com todas as 
suas circunstâncias, a qualificação do 
acusado ou esclarecimentos pelos quais se 
possa identificá-lo, a classificação do crime 
e, quando necessário, o rol de testemunhas. 
 
Art.42. O Ministério Público não poderá 
desistir da ação penal. 
 
Art.43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 
2008). 
 
Art.44. A queixa poderá ser dada por 
procurador com poderes especiais, devendo 
constar do instrumento do mandato o nome 
do querelante e a menção do fato do 
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos 
dependerem de diligências que devem ser 
previamente requeridas no juízo criminal. 
Onde se lê querelante, leia-se querelado. 
 
Art.45. A queixa, ainda quando a ação penal 
for privativa do ofendido, poderá ser aditada 
pelo Ministério Público, a quem caberá 
intervir em todos os termos subseqüentes do 
processo. 
 
Art.46. O prazo para oferecimento da 
denúncia, estando o réu preso, será de cinco 
dias, contando da data em que o órgão do 
Ministério Público receber os autos do 
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu 
estiver solto ou afiançado. No último caso, se 
houver devolução do inquérito à autoridade 
policial (art.16), contar-se-á o prazo da data 
em que o órgão do Ministério Público 
receber novamente os autos. 
§ 1º Quandoo Ministério Público dispensar 
o inquérito policial, o prazo para o 
oferecimento da denúncia contar-se-á da data 
em que tiver recebido as peças de 
informações ou a representação. 
§ 2º O prazo para o atendimento da queixa 
será de três dias, contados da data em que o 
órgão do Ministério Público receber os autos, 
e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, 
entender-se-á que não tem o que aditar, 
prosseguindo-se nos demais termos do 
processo. 
Art.47. Se o Ministério Público julgar 
necessário maior esclarecimentos e 
documentos complementares ou novos 
elementos de convicção, deverá requisitá-los, 
diretamente, de quaisquer autoridades ou 
funcionários que devam ou possam fornecê-
los. 
 
Art.48. A queixa contra a qualquer dos 
autores do crime obrigará ao processo de 
todos, e o Ministério Público velará pela sua 
indivisibilidade. 
 
Art.49. A renúncia ao exercício do direito de 
queixa, em relação a um dos autores do 
crime, a todos se estenderá. 
 
Art.50. A renúncia expressa constará de 
declaração assinada pelo ofendido, por seu 
representante legal ou procurador com 
poderes especiais. 
 
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Parágrafo único. A renúncia do representante 
legal do menor que houver completado 18 
anos não privará este do direito de queixa, 
nem a renúncia do último excluirá o direito 
do primeiro. 
 
Art.51. O perdão concedido a um dos 
querelados aproveitará a todos, sem que 
produza, todavia, efeito em relação ao que o 
recusar. 
 
Art.52. Se o querelante for menor de 21 anos 
e meios de 18 anos, o direito de perdão 
poderá ser exercido por ele ou por seu 
representante legal, mas o perdão concedido 
por um, havendo oposição do outro não 
produzirá efeito. 
 
Art.53. Se o querelado for mentalmente 
enfermo ou retardado mental e não tiver 
representante legal, ou colidirem os 
interesses deste com os do querelado, a 
aceitação do perdão caberá ao curador que o 
juiz lhe nomear. 
 
Art.54. Se o querelado for menor de 21 anos, 
observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, 
o disposto no art. 52. 
 
Art.55. O perdão poderá ser aceito por 
procurador com poderes especiais. 
 
Art.56. Aplicar-se-á o perdão extraprocessual 
expresso no disposto art. 50. 
 
Art.57. A renúncia tácita e o perdão tácito 
admitirão todos os meios de prova. 
 
Art.58. Concedido o perdão, mediante 
declaração expressa nos autos, o querelado 
será intimado a dizer, dentro de três dias, se 
o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser 
cientificado de que o seu silêncio importará 
aceitação. 
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz 
julgará extinta a punibilidade. 
 
Art.59. A aceitação do perdão fora do 
processo constará de declaração assinada 
pelo querelado, por seu representante legal 
ou procurador com poderes especiais. 
 
Art.60. Nos casos em que somente se 
procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal: 
I. Quando, iniciada esta, o querelante deixar 
de promover o andamento do processo 
durante 30 dias seguidos; 
II. Quando, falecendo o querelante, ou 
sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no 
processo, dentro do prazo de 60 dias, 
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, 
ressalvado o disposto no art. 36; 
III. Quando o querelante deixar de 
comparecer, sem motivo justificado, a 
qualquer ato do processo a que deva estar 
presente, ou deixar de formular o pedido de 
condenação nas alegações finais; 
IV. Quando, sendo a querelante pessoa 
jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
 
Art.61. Em qualquer fase do processo, o juiz, 
pode se reconhecer extinta a punibilidade 
deverá declará-lo de ofício. 
Parágrafo único. No caso de requerimento do 
Ministério Público, do querelando ou do réu, 
o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá 
a parte contrária e, se o julgar conveniente, 
concederá o prazo de cinco dias ou 
reservando-se para apreciar a matéria na 
sentença final. 
 
Art.62. No caso de morte do acusado, o juiz 
somente à vista da certidão de óbito, e depois 
de ouvido o Ministério Público, declarará 
extinta a punibilidade. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
AÇÃO PENAL DIREITO DE AÇÃO 
 
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O direito de ação é, em abstrato, o direito 
público que têm todos os indivíduos de pedir 
o exercício da jurisdição para decidir 
determinado conflito, consoante as normas 
processuais. 
A ação é um direito público subjetivo; é, 
pois, o direito que têm todo indivíduo de 
pedir a tutela jurisdicional do Estado. 
De forma simples podemos conceituar ação 
como o meio pelo qual o interessado pede ao 
Juiz, competente que lhe preste tutela 
jurisdicional, submetendo-se à sentença que 
for proferida. 
A ação pode ser vista em dois sentidos: no 
objetivo e no subjetivo. 
No sentido objetivo, concretamente, a ação 
nada mais é do que o pedido que o particular 
dirige ao órgão jurisdicional para que este 
lhe conceda um bem da vida, materializado 
em uma petição dirigida ao Estado, 
denunciando a existência de um conflito e, 
como não pode fazer justiça pelas próprias 
mãos, pede uma providência ao Poder 
Público, sendo neste sentido entendido como 
a demanda. 
Quanto ao sentido subjetivo é um direito 
público (nascido da Constituição) abstrato, 
pois preexiste a lesão; subjetivo, porque seu 
exercício pertence a todos, e instrumental, 
pois visa fazer atuar a jurisdição, para que 
solucione um conflito de interesses, podendo 
extrair-se deste conceito à natureza jurídica 
da ação direito público, abstrato, subjetivo e 
instrumental. 
 
DA AÇÃO PENAL (art. 62 do CPP) 
 
Ação penal é o direito que cabe ao Estado-
administração ou, excepcionalmente, ao 
ofendido de provocar o exercício da 
jurisdição penal, para a aplicação adequada 
do direito material (direito penal). 
Cometido um crime, apuradas a autoria e 
materialidade, impõe-se a ação penal, como 
meio de reequilíbrio social, visando a dar a 
pena àquele que, de fato, tenha sido o autor 
da infração penal. 
A ação penal, como direito, encontra sua 
sede própria no Código Penal (arts. 100 a 
106 do Código Penal). O Código de Processo 
Penal regula o exercício desse direito. 
 
Início da ação penal Duas correntes: 
 
Primeira corrente – Majoritária – o seu início 
será contado a partir do oferecimento da 
denúncia ou queixa. 
 
Segunda corrente – Minoritária – o seu início 
será contado a partir do recebimento da 
denúncia ou queixa pelo juiz. 
 
Condições da Ação 
 
Para que ação penal possa ser exercida, deve 
satisfazer determinadas condições, 
denominadas de condições de ação ou 
requisitos necessários para que o órgão 
jurisdicional possa atuar diante de um 
pedido, decidindo o mérito da pretensão que 
lhe é oferecida. 
 
Três são as condições para que o autor possa 
agir: 
 
 Possibilidade jurídica do pedido – a 
pretensão da demanda tem que 
encontrar apoio no direito objetivo, 
ou seja, a conduta descrita deve estar 
amparada a ser punível no 
ordenamento jurídico. Não é objeto 
de ação a pretensão não punível portal direito, como, por exemplo, o 
suicídio, porque é um fato não 
tipificado em nosso Direito Penal. 
 Interesse de agir - o pedido pode se 
afirmar em um fato típico, mas, além 
deste, deve existir a adequação entre 
a situação concreta e o tipo. Há 
interesse de agir quando se pode, de 
 
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fato, obtiver o que se pretende com a 
decisão. Assim, faltaria tal interesse, 
por exemplo, na propositura de ação 
penal por fato em que o único autor 
da infração tivesse sido morto, pois 
extinta estaria sua punibilidade pela 
morte. 
 Titularidade - o autor da ação é a 
pessoa a quem o Estado entrega, 
objetivamente, a ação penal e só ele 
pode propô-la. 
 
Observação: há corrente doutrinária que diz 
que a justa causa é mais uma condição da 
ação penal, conforme se percebe pela leitura 
do art. 395 do CPP: 
 
Art. 395. A denúncia ou queixa será 
rejeitada quando: 
 
I - for manifestamente inepta; 
 
II - faltar pressuposto processual ou condição 
para o exercício da ação penal; ou 
 
III - faltar justa causa para o exercício da 
ação penal. 
 
A definição de justa causa é algo muito 
difícil de encontrar. Por outro lado, entende-
se como indicativo do conteúdo desse 
comando a relação entre o suporte fático da 
conduta ser típica, ilícita e culpável. 
 
Dessa forma, a denúncia, na ação penal 
pública, só o Estado pode oferecê-la. Nesse 
sentido, são os comandos que fala em 
ilegitimidade da parte. 
 
Classificação da ação penal 
 
Segundo o titular do direito de agir, a ação 
penal dividi-se em pública e privada, sendo 
que cada espécie apresenta suas respectivas 
subdivisões. 
Quem determina a natureza da ação penal é o 
Código Penal. 
Se após definir uma conduta como infração 
penal, ele fizer referência à queixa, este 
delito será de ação penal privada. 
Ex: Fraude à execução: 
 
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, 
desviando, destruindo ou danificando bens, 
ou simulando dívidas: 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, 
ou multa. 
 
Logo a seguir, no parágrafo único desse 
mesmo dispositivo, o legislador determina 
que somente se procede mediante queixa, o 
que significa afirmar que ação penal no 
crime de fraude à execução é de iniciativa 
privada. 
 
Se o Código Penal fizer referência a 
representação, a ação penal será pública 
condicionada a representação: 
 
Ex: art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, 
escrito ou gesto, ou qualquer outro meio 
simbólico, de causar-lhe mal injusto ou 
grave: 
Pena - Detenção de um a seis meses ou 
multa. 
Parágrafo único. Somente se procede 
mediante representação. 
Se o legislador não fizer alusão à queixa ou 
representação, simplesmente silenciar, 
significa que ação penal é pública 
incondicionada, iniciando-se através de 
denúncia oferecida pelo Ministério Público. 
 
Subdivisões das ações penais: 
 
Pública: 
 
Incondicionada 
Condicionada 
 
 
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Privada: 
 
Propriamente dita 
Personalíssima 
Subsidiária da ação penal pública 
 
Tipos de ação 
 
Ação Penal Pública Incondicionada 
Em primeiro lugar, cumpre destacar que a 
ação penal pública incondicionada tem 
origem na centralização do jus puniendi na 
figura no Estado. Com efeito, isto se deu 
com a evolução do direito penal e a 
passagem da fase da vingança, em que os 
próprios ofendidos exerciam as punições, 
para o período humanitário. 
A ação penal é pública quando promovida e 
movimentada pelo Ministério Público. Nesse 
contexto, a ação pública é incondicionada 
quando, para promovê-la, o Ministério 
Público independe de qualquer manifestação 
de vontade. 
A regra é esta: a ação penal é pública é 
incondicionada. Em se tratando de ação 
pública condicionada, haverá menção 
expressa na Parte Especial. 
Constituem princípios informadores da ação 
pública: 
1) Oficialidade - O Ministério Público é o 
órgão incumbido de promover a ação penal, 
devendo fazê-lo de ofício, ou seja por 
iniciativa própria. 
2) Indisponibilidade - O Ministério Público, 
como titular da ação penal, poderá intentá-la 
e acompanhá-la em todos os seus trâmites 
legais. Não poderá, entretanto, dela dispor, 
declinando do seu exercício, transigindo, 
desistindo e acordando. Princípio que vem 
expresso no art. 42 do CPP. 
3) Obrigatoriedade ou legalidade - O 
Ministério Público, presentes os elementos 
que autorizam a propositura da ação penal, 
deverá fazê-lo obrigatoriamente, sem receber 
pressões políticas, atuando de forma 
totalmente independente, sem sofrer 
qualquer ingerência do Poder Executivo, do 
magistrado, do próprio procurador geral. 
Tanto que este, quando dele divergir, 
entendo de acordo com o juiz que é caso de 
denúncia, não pode ordenar daquele mesmo 
prometer que ofereça a denúncia, designando 
para tanto um outro promotor. 
4) Indivisibilidade - Como corolário do 
princípio anterior deriva este princípio, 
segundo o qual o Ministério Público haverá 
de proceder contra todos os autores e 
partícipes da infração criminal. 
5) Instranscendência - A pena não pode 
passar da pessoa do condenado. O princípio 
da instranscendência é decorrente do 
princípio da individualização da pena. Sendo 
assim, a pena não passa para os sucessores. 
Só que o que se transfere, é a obrigação de 
reparar os danos, no limite da herança. 
 
Ação Penal Pública Condicionada 
 
O caráter condicional da Ação Penal Pública 
Condicionada se dá pelo fato do Ministério 
Público só poder oferecer a denúncia se 
determinada ação acontecer, procedibilidade. 
No caso, são duas possibilidades: 
representação do ofendido ou a requisição do 
Ministro da Justiça. 
Apesar de ficar condicionada, a iniciativa 
para interposição da Ação Penal, continua 
sob titularidade do Ministério Público, não 
podendo nos casos, o ofendido ou o Ministro 
da Justiça apresentarem a denúncia para 
Ação Penal. 
Se o ofendido estiver ausente ou tiver 
morrido, o artigo 24 do CPP determina que o 
direito de representação passará ao cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão. 
De acordo com o mestre Adilson Mehmeri, a 
condicionalidade da ação se dá, pois são 
delitos “em que o interesse público fica em 
segundo plano, dado que a lesão atinge 
primacialmente o interesse privado”. Nestes 
 
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casos, a instauração de um processo penal 
poderia gerar mais dano ao ofendido, 
cabendo à ele mesmo, definir se quer que 
este processo se inicie, ou se prefere 
resguardar-se. 
Deste modo, o nome da autorização dada ao 
Ministério Público pelo ofendido é: 
representação. Trata-se de uma autorização e 
de um pedido. 
O prazo para representação do ofendido é de 
seis meses, a contar do conhecimento da 
autoria, contando o dia do começo, 
aplicando-se o instituto do prazo legal. Não 
se admite interrupção do prazopor 
suspensões ou interrupções, uma vez que se 
trata de prazo decadencial. 
Quanto à forma da representação, não há 
forma prevista em lei, podendo esta ser feita 
oralmente ou de forma escrita, bastando a 
manifestação da vontade, como já 
consagrado na doutrina, e apresentando todos 
os requisitos necessários e conhecidos para 
que o Ministério Público possa fazer a 
denúncia. Ademais, a representação pode ser 
exercida tanto pela vítima, quanto por seu 
representante legal ou procurador, que não 
precisam ser necessariamente, profissionais 
com capacidade postulatória, são apenas 
representantes. Em caso de morte da vítima, 
o direito de representação passa para o 
cônjuge, ascendente, descendente e irmão, 
nesta ordem, de acordo com o Art. 24, 
parágrafo primeiro. 
A regra da representação é a 
irretratabilidade, entretanto, isto só se dá a 
partir do momento que a denuncia é 
oferecida, sendo assim a representação pode 
ser retratada até o oferecimento da denúncia, 
de acordo com o Art. 25 do Código de 
processo Penal. Existe exceção na lei Maria 
da Penha, no qual a retração só pode ser feita 
perante juízo, antes do recebimento da 
denúncia. Tal condição se dá para proteger a 
mulher que era ameaçada ou violentada para 
retirar o pedido de representação. 
Quanto à natureza jurídica da representação, 
a posição majoritária entende que se trata de 
direito de natureza processual, não podendo 
ser considerado um direito material. 
São exemplos de crimes dos quais se requer 
Ação Penal Pública Condicionada por 
representação: 
a) Perigo de contágio venéreo 
(art. 130, CP), 
b) Ameaça (art. 147, CP), 
c) Violação de correspondência 
comercial (art. 152, CP), 
d) Divulgação de segredo (art.153, CP), 
e) Furto de coisa comum (art. 156, CP). 
 
A requisição do Ministro da Justiça é o 
segundo tipo de condicionalidade. Ela existe 
devido à complexidade do tema e a 
conveniência política de se levar o caso à 
apreciação do Poder Judiciário. Também é 
uma exigência legal. Não dialoga 
diretamente com a figura da vítima, do 
ofendido, mas a do Ministro, sendo um 
exemplo de política criminal. 
Diferente da representação, a requisição é 
um ato formal, devendo ser endereçado ao 
Ministério Público, na figura do Procurador 
Geral da República. 
Não possui prazo para a requisição, pode ser 
feita até a prescrição do crime. O texto legal 
não expressa sobre a retratação da requisição 
do Ministro da Justiça, mas a doutrina 
entende que não há retratação válida. 
É exemplo de crime do qual se requer Ação 
Penal Pública Condicionada por requisição 
do Ministro da Justiça o crime contra honra 
do (a) Presidente (a) da República 
(art. 145, CP). 
É importante encerrar, lembrando que a falta 
de representação ou requisição é causa de 
nulidade absoluta, de acordo com o Art. 564, 
III, a, do CPP. 
 
 
 
 
 
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Ação penal privada 
 
É a ação cuja iniciativa e proposituras cabem 
ao ofendido ou seu representante legal. Nesta 
espécie de ação o Ministério Público atua 
fiscalizando a correta aplicação da lei, mas a 
instauração e prosseguimento cabem as 
pessoas indicadas no art. 30 do CPP. 
Se o ofendido for menor de 18 anos, ou 
mentalmente enfermo, ou retardado mental, e 
não tiver representante legal, ou seus 
interesses colidirem com os deste último, o 
direito de queixa poderá ser exercido por 
curador especial, nomeado para o ato 
(art.33 do CPP). 
Aqui há de se ressaltar dois prazos 
decadenciais: um para o ofendido, a partir 
dos 18 anos, e outro para o representante 
legal, a contar do conhecimento da autoria, 
nos termos da Súmula 594 do STF. 
Completando 18 anos, cessa imediatamente 
o direito de o representante legal ofertar a 
queixa, ainda que não decorrido seu prazo 
decadencial. 
No caso de morte do ofendido, ou de 
declaração de ausência, o direito de queixa, 
ou de dar prosseguimento à acusação, passa a 
seu cônjuge, ascendente, descendente ou 
irmão (CPP, art. 31). A doutrina, seguida 
pela jurisprudência, tem considerado o rol 
como taxativo e preferencial, de modo que 
não pode ser ampliado (como, por exemplo, 
para incluir o curador do ausente). 
No tocante aos companheiros reunidos pelo 
laço da união estável, tem-se que 
a Constituição Federal, em seu art. 226, § 3o, 
reconhece expressamente a união estável 
entre o homem e a mulher como entidade 
familiar. Assim, no conceito de cônjuge, 
devem ser incluídos os companheiros. 
Mencione-se que, recentemente, o Plenário 
do STF reconheceu a união de pessoas do 
mesmo sexo como entidade familiar. 
Exercida a queixa pela primeira das pessoas 
constantes do rol do art. 31, as demais se 
acham impedidas de fazê-lo, só podendo 
assumir a ação no caso de abandono pelo 
querelante, desde que o façam no prazo de 
sessenta dias, observada a preferência do 
art. 36 do Código de Processo Penal, sob 
pena de perempção (CPP, art. 60, II). 
As fundações, associações e sociedades 
legalmente constituídas podem promover a 
ação penal privada, devendo, entretanto, ser 
representadas por seus diretores, ou pessoas 
indicadas em seus estatutos (CPP, art. 37). 
 
 
Princípios aplicáveis a ação penal privada 
 
 Oportunidade (ou conveniência) - 
Caberá ao ofendido ou seu 
representante legal a decisão de 
propor ou não a ação. Ao contrário da 
ação pública, onde o Ministério 
Público, presentes requisitos legais, 
obrigatoriamente deverá oferecer 
denúncia, na ação privada ficará a 
critério do seu titular oferecer ou não 
a queixa – crime, iniciando a ação. 
 Disponibilidade – Uma vez proposta 
a cão, nada impede que o titular da 
ação desista desta, seja perdoando o 
autor (artigo 51), ou negligenciando 
no andamento do processo (artigo 60 
do CPP). 
 Indivisibilidade – Proposta a ação 
contra um dos autores do delito, 
obrigará o processo a todos, nos 
termos do artigo 48 do CPP, devendo 
o Ministério Público, fiscalizando a 
correta aplicação da lei, velar pela 
sua indivisibilidade, aditando a 
queixa para incluir algum criminoso 
não mencionado na queixa. 
 Intranscendência – Princípio comum 
a qualquer ação penal, que consiste 
na limitação da ação penal à pessoa 
ou pessoas responsáveis pela 
infração. 
 
 
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Espécies de ação penal privada 
 
 Ação penal privada propriamente dita 
ou exclusiva – é aquela ação penal 
que somente poderá ser proposta pelo 
ofendido ou por seu representante 
legal. Exemplos: Crimes contra a 
honra, artigo 145 do Código Penal; 
crimes contra os costumes, art. 225 
do Código Penal, etc. 
 Ação penal privada personalíssima – 
é aquela ação cujo exercício compete 
única e exclusivamente ao ofendido. 
Se este estiver ausente ou morto, a 
ação penal não poderá ser proposta 
por outra pessoa, ou se esta já tiver 
sido iniciada, não poderá mais 
prosseguir. Ocorre em duas 
hipóteses: artigo 236 do Código 
Penal (induzimento a erro essencial e 
ocultação de impedimento e adultério 
respectivamente). 
 Açãopenal privada subsidiária da 
pública – a ação penal privada poderá 
ser intentada nos crimes de ação 
penal pública se o Ministério Público 
não oferecer denúncia prazo legal, 
conforme dispõe o artigo 29 do CPP. 
Essa ação subsidiária da pública 
passou a constituir garantia aos 
cidadãos na hipótese de inércia do 
Ministério Público. 
 
Qualquer que seja o delito que se apure 
mediante ação penal pública, se o Ministério 
Público não oferecer denúncia no prazo lega, 
(cinco ou quinze dias, estando o acusado 
preso ou solto), poderá ser instaurada a ação 
penal mediante queixa do ofendido ou de 
quem tenha qualidade para representá-lo. 
 
DENÚNCIA E QUEIXA 
 
A denúncia e a queixa são as peças que 
inauguram as ações penais públicas e 
privadas respectivamente. Não deve ser 
confundida com a comunicação de um delito 
a autoridade policial feita na Delegacia pela 
vítima ou por qualquer pessoa. Conforme já 
estudado, a denúncia é privada do Ministério 
Público, exceto quando este órgão ficar 
inerte permitindo o ajuizamento da ação 
privada subsidiária da pública. Já a queixa, 
cuja iniciativa pertence ao ofendido ou seu 
representante legal, é peça técnica que 
instaura a ação privada. 
A denúncia deverá ser oferecida no prazo de 
cinco dias, se o acusado estiver preso, seja 
preventivamente ou em flagrante delito, ou 
quinze se o acusado estiver solto. 
Há prazos diferentes para o oferecimento da 
denúncia em leis especiais: será de dez dias 
na hipótese de crime eleitoral (art. 357 do 
Código Eleitoral); três dias no caso de crime 
previsto na lei 6.368 (Entorpecentes), etc. 
Desobedecidos estes prazos não estará 
caracterizada qualquer nulidade processual, 
apenas na hipótese do acusado estar preso, 
sua prisão deverá ser relaxada por 
caracterizar-se constrangimento ilegal 
manter o acusado preso sem que tenha sido 
oferecida a denúncia. 
O oferecimento da queixa também se 
submete a prazo, porém, tal prazo possui 
natureza decadencial, ou seja, se não 
exercido o direito no prazo de seis meses 
contados a partir da data em que a vítima 
descobrir quem foi o autor do delito, ocorrerá 
à extinção da punibilidade, não podendo 
mais em hipótese alguma ser ajuizada a ação 
penal. 
 
Requisitos da denúncia e da queixa 
 
Os requisitos da denúncia e da queixa são os 
mesmos, e estão previstos no artigo 41 do 
CPP. Se não existirem ou forem 
insuficientes, a denúncia ou a queixa será 
rejeitada. 
 
 
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 Exposição do fato criminoso – A 
denúncia ou a queixa deverá narrar de 
forma precisa toda a conduta 
criminosa, indicando o local, a hora, 
e a forma como foi desenvolvida a 
conduta criminosa, sob risco de não 
ser recebida pela autoridade judicial. 
 Qualificação do acusado – Deverá 
conter a qualificação do acusado ou 
indicar meios pelos quais o acusado 
poderá ser identificado, ou seja, o 
nome, pseudônimo, estado civil, 
sexo, cidadania, filiação, etc. 
 Qualificação do delito – Além de 
descrever de forma precisa a conduta 
do acusado, deverá indicar qual 
dispositivo legal foi violado pela 
conduta criminosa do réu. 
 Rol de testemunhas – É no momento 
de oferecimento da denúncia ou da 
queixa que deverão ser arroladas as 
testemunhas de acusação. Se 
Ministério Público ou o ofendido não 
indicarem testemunhas, não o 
recebimento da denúncia ou da 
queixa. Porém, não poderão arrolar 
testemunhas em outra fase 
processual. 
 
Artigos do CPP relativos à competência 
jurisdicional: 
 
Art.69. Derteminará a competência 
jurisdicional: 
I.O lugar da infração; 
II. O domicílio ou residência do réu; 
III. A natureza da infração; 
IV. A distribuição; 
V. A conexão ou continência; 
VI. A prevenção; 
VII. A prerrogativa de função. 
 
Art.70. A competência será, de regra, 
determinada pelo lugar em que se consumar 
a infração, ou, no caso de tentativa, pelo 
lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
§ 1º Se, iniciada a execução no território 
nacional, a infração se consumar fora dele, a 
competência será determinada pelo lugar em 
que tiver sido praticado, no Brasil, o último 
ato de execução. 
§2º Quando o último ato de execução for 
praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, 
embora parcialmente, tenha produzido ou 
devia produzir seu resultado. 
§3º Quando incerto o limite entre duas 
jurisdições ou mais, ou quando incerta a 
jurisdição por ter sido a infração consumada 
ou tentada nas divisas de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pela 
prevenção. 
 
Art.71. Tratando-se de infração continuada 
ou permanente, praticado em território de 
duas ou mais jurisdições, a competência 
firmar-se-á pela prevenção. 
 
Art.72. Não sendo conhecido o lugar da 
infração, a competência regular-se-á pelo 
domicílio ou residência do réu. 
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a 
competência firmar-se-á pela prevenção. 
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for 
ignorado o seu paradeiro, será competente o 
juiz que primeiro tomar conhecimento dos 
fatos. 
 
Art.73. Nos casos de exclusiva ação privada, 
o querelante poderá preferir o foro de 
domicílio ou da residência do réu, ainda 
quando conhecido o lugar da infração. 
 
Art.74. A competência pela natureza da 
infração será regulada pelas leis de 
organização judiciária, salvo a competência 
privativa do Tribunal de Júri. 
§1º Compete ao Tribunal de Júri o 
julgamento dos crimes previstos nos art. 121, 
§§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 
 
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125, 126 e 127 do Código Penal, 
consumados ou tentados. 
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, 
houver desclassificação para infração da 
competência de outro, a este será remetido o 
processo, salvo se mais graduada for à 
jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá 
sua competência prorrogada. 
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a 
infração para outra atribuída à competência 
de juiz singular observar-se-á o disposto no 
art. 410; mas, se a desclassificação for feita 
pelo próprio tribunal de júri, a seu presidente 
caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º). 
 
Art.75. A precedência da distribuição fixará 
a competência quando, na mesma 
circunscrição judiciária, houver mais de um 
juiz igualmente competente. 
Parágrafo único. A distribuição realizada 
para o efeito da concessão de fiança ou da 
decretação de prisão preventiva ou de 
qualquer diligência anterior à denúncia ou 
queixa prevenirá a da ação penal. 
 
Art.76. A competência será determinada pela 
conexão: 
I. Se, ocorrendo duas ou mais infrações, 
houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, 
por várias pessoas reunidas, ou por varias 
pessoas em concurso, embora diverso o 
tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas 
contra as outras; 
II. Se, no mesmo caso, houverem sido umas 
praticadas para facilitar ou ocultar outras, ou 
para conseguir impunidade ou vantagem em 
relação a qualquer delas; 
III. Quando a prova de uma infração ou de 
qualquer de suas circunstânciaselementares 
influir na prova de outra infração. 
 
Art.77. A competência será determinada pela 
continência quando: 
I. Duas ou mais pessoas forem mais acusadas 
pela mesma infração; 
II. No caso de infração cometida nas 
condições previstas nos art. 51, § 1º, 53, 
segunda parte, e 54 do Código Penal. 
 
A referência aqui é feita a dispositivos 
originais do Código Penal. Vide arts, 70, 73 
e 74 da nova Parte Geral do mesmo Código. 
Art.78. Na determinação da competência por 
conexão ou continência, serão observadas as 
seguintes regras: 
I. No concurso entre a competência do júri e 
a de outro órgão da jurisdição comum, 
prevalecerá à competência do júri; 
II. No concurso de jurisdições da mesma 
categoria: 
a) Prepondera a do lugar da infração, à qual 
for cominada a pena mais grave; 
b) Prevalecerá a do lugar em que houver 
ocorrido o maior número de infrações, se as 
respectivas penas forem de igual gravidade; 
c) Firmar-se-á a competência pela prevenção, 
nos outros casos; 
III. No concurso de jurisdição de diversas 
categorias, predominará a de maior 
graduação; 
IV. No concurso entre a jurisdição comum e 
a especial, prevalecerá esta. 
 
Art.79. A conexão e a continência 
importarão unidade de processo e 
julgamento, salvo: 
I.No concurso entre a jurisdição comum e a 
militar; 
II. No concurso entre a jurisdição comum e a 
do juízo de menores; 
§1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do 
processo, se, em relação a algum co-réu, 
sobreviver o caso previsto no art. 152. 
§2º A unidade do processo não importará a 
do julgamento, se houver co-réu foragido 
que não possa ser julgado à revelia, ou 
ocorrer à hipótese do art. 461. 
 
Art.80. Será facultativa a separação dos 
processos quando as infrações tiverem sido 
praticadas em circunstâncias de tempo ou de 
 
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lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo 
número de acusados e para não lhes 
prolongar a prisão provisória, ou por outro 
motivo relevante, o juiz reputar conveniente 
à separação. 
 
Art.81. Verificada a reunião dos processos 
por conexão ou continência, ainda que no 
processo da sua competência própria venha o 
juiz ou tribunal a proferir sentença 
absolutória ou que desclassifique a infração 
para outra que não se inclua na sua 
competência, continuara competente em 
relação aos demais processos. 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente 
ao júri à competência por conexão ou 
competência, o juiz, se, vier a desclassificar a 
infração ou impronunciar ou absorver o 
acusado, de maneira que exclua a 
competência do júri, remeterá o processo ao 
juízo competente. 
 
Art.82. Se, não obstante a conexão ou 
continência for instaurados processos 
diferentes, a autoridade de jurisdição 
prevalente deverá avocar os processos que 
corram perante os outros juízes, salvo se já 
estiverem com sentença definitiva. Neste 
caso, a unidade dos processos só se dará, 
ulteriormente, para o efeito de soma ou de 
unificação das penas. 
 
Art.83. Verificar-se-á a competência por 
prevenção toda vez que, concorrendo dois ou 
mais juízes igualmente competentes ou com 
jurisdição cumulativa, um deles tiver 
antecipado aos outros na prática de algum 
ato do processo ou de medida a este relativa, 
ainda que anterior ao oferecimento da 
denúncia ou da queixa (arts. 70, §3º, 71, 72, 
§2º, e 78, II, c). 
 
Art.84. A competência pela prerrogativa de 
função é do Supremo Tribunal e dos 
Tribunais de Apelação, relativamente às 
pessoas que devam responder perante eles 
por crimes comuns ou de responsabilidade. 
 
Art.85. Nos processos por crime a honra, em 
que forem querelantes as pessoas que a 
Constituição sujeita à jurisdição do Supremo 
Tribunal Federal e dos Tribunais de 
Apelação, àquele ou estes caberá o 
julgamento, quando oposta e admitida à 
exceção da verdade. 
 
Art.86. Ao Supremo Tribunal Federal 
competirá, privativamente, processar e 
julgar: 
I. Os seus ministros, nos crimes comuns; 
II. Os ministros de Estado, salvo nos crimes 
conexos com os do Presidente da República; 
III. O procurador-geral da República, os 
desembargadores dos Tribunais de Apelação, 
os ministros do Tribunal de Contas e os 
ministros e embaixadores diplomáticos, nos 
crimes comuns e de responsabilidade. 
 
Art.87. Competirá, originariamente, aos 
Tribunais de Apelação o julgamento dos 
governadores ou interventores nos Estados 
ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, 
seus respectivos secretários e chefes de 
Polícia, juízes de instância inferior e órgãos 
do Ministério Público. 
 
Art.88. No processo por crimes praticados 
fora do território brasileiro, será competente 
o juízo da Capital do Estado onde houver por 
último residido o acusado. Se este nunca 
tiver residido no Brasil, será competente o 
juízo da Capital da Republica. 
 
Art.89. Os crimes cometidos em qualquer 
embarcação nas águas territoriais da 
Republica, ou nos rios e lagos fronteiriços, 
bem como a bordo de embarcações 
nacionais, em alto-mar, serão processados e 
julgados pela justiça do primeiro porto 
brasileiro em que tocar a embarcação, após o 
 
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crime, ou, quando se afastar do País, pela do 
último em que houver tocado. 
 
Art.90. Os crimes praticados a bordo da 
aeronave nacional, dentro do espaço aéreo 
correspondente ao território brasileiro, ou ao 
alto-mar, ou a bordo da aeronave estrangeira, 
dentro do espaço aéreo correspondente ao 
território nacional, serão processados e 
julgados pela justiça da comarca em cujo 
território se verificar o pouso após o crime, 
ou pela da comarca de onde houver partido a 
aeronave. 
 
Art.91. Quando incerta e não se determinar 
de acordo com as normas estabelecidas nos 
arts. 89 e 90, a competência se firmará pela 
prevenção. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
JURISDIÇÃO 
 
Em sentido amplo, significa o poder que 
autoridade judicial possui de conhecer e 
decidir os incidentes que ocorrem nas 
relações sociais. Em sentido restrito significa 
a faculdade que possui o poder judiciário de 
pronunciar concretamente a aplicação do 
direito objetivo, aplicando as normas 
jurídicas para solucionar conflitos de 
interesses. 
A jurisdição penal é o poder de decidir o 
conflito entre a pretensão punitiva estatal e o 
direito de liberdade do individuo. 
Em princípio, a jurisdição só pode ser 
exercida por quem tenho sido regularmente 
investido no cargo de juiz e esteja exercendo 
este cargo, sob pena de praticar o crime 
previsto no artigo 328 do código penal 
(usurpação de função pública). 
A jurisdição pode ser inferior ou superior. 
Fala-se em jurisdição inferior àquela que 
corresponde à primeira instância, os juízes de 
primeiro grau de jurisdição. Superior seria 
aquela jurisdição integrada pelos tribunais 
para apreciar os recursos das decisões da 
jurisdição inferir. 
Quanto à matéria, a jurisdição pode ser civil, 
militar, penal, e eleitoral, exercida pelos 
órgãos estaduais e federais. 
 
COMPETÊNCIA 
 
Entendendo-se por jurisdição o poder de 
aplicar o direito ao casoconcreto, resta 
estabelecer regras para o exercício desta 
atividade jurisdicional. 
Desta forma, o poder de julgar é distribuído 
por diversos órgãos do poder judiciário e, 
chamando-se esta distribuição de jurisdição 
de competência. 
Competência é o medido e o limite da 
jurisdição, é a delimitação do poder 
jurisdicional e. 
O artigo 61 do CPP determina critérios 
básicos para o restabelecimento da 
competência em matéria criminal: 
 
 O lugar da infração - O código de 
processo penal adotou como regra 
local onde se consumou a infração 
como aqueles competentes para 
apreciar e julgar a ação penal. 
 
Adotou o CPP a teoria do resultado, que 
determina ser o local da consumação do 
delito o competente. No caso de tentativa, 
prevalecerá o local onde foi praticado o 
último ato de execução. 
Se for incerto o local onde foi consumado o 
delito, ou for incerto o limite territorial entre 
duas ou mais jurisdições (comarca), a 
competência será firmada pela prevenção. 
Prevenção significa anterioridade de 
conhecimento. Assim, por exemplo, se um 
delito ocorreu na divisa entre o Rio de 
Janeiro e a cidade de Petrópolis, não havendo 
meios de precisar qual cidade ocorreu o 
delito, àquela que praticar o primeiro ato 
processual (o pedido de prisão preventiva, 
oferecimento de denúncia, etc.), será a 
 
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comarca competente para apreciar e julgar o 
delito. 
O mesmo ocorre nas hipóteses de crime 
continuado ou crime permanente. A 
competência nestas hipóteses será 
determinada pela prevenção, pois nestes 
delitos será impossível, devido à natureza 
destes crimes, aplicarem a regra do local da 
consumação. 
 
 Competência pelo domicílio ou 
residência do réu-Não sendo possível 
indicar o local onde foi consumada a 
infração, a competência será 
determinada pelo domicílio ou 
residência do réu. Domicílio é o local 
onde a pessoa exerce suas ocupações 
habituais e, o ponto central de seus 
negócios com a intenção definitiva de 
residir. Já residência não existe esta 
estabilidade, podendo ser transitória, 
como uma casa de campo, etc. 
 
Este poderá ser o critério adotado para 
determinar a competência se, tratando-se de 
ação penal privada e, ainda que conhecido 
local da infração, o ofendido ou seu 
representante legal preferir propor a ação no 
foro do domicílio ou residência do réu. Tal 
opção é denominada de foro de eleição, 
muito comum em direito privado, sendo esta 
a única hipótese de escolha de competência 
no processo penal. 
 
 Competência pela natureza da 
infração - Existem leis que 
determinam antecipadamente a 
competência de determinados órgãos 
para julgar determinadas ações. 
Podendo citar como exemplo a lei 
9.099/95 que determinou que são 
competentes para apreciar e julgar as 
infrações de menor potencial 
ofensivo aos juizados especiais 
criminais, ou ainda a constituição 
federal que atribuem ao tribunal do 
júri a competência para julgar os 
crimes determinadas ações. Podendo 
citar como exemplo a lei 9.099/95 
que determinou que são competentes 
para apreciar e julgar as infrações de 
menor potencial ofensivo os juizados 
especiais criminais; ou ainda a 
Constituição Federal, que atribui ao 
tribunal do júri a competência para 
julgar os crimes dolosos contra a 
vida. 
 Competência por distribuição – 
Ocorrerá sempre que na mesma 
comarca ou vierem mais de um juiz 
igualmente competente alto 
suponhamos que em uma 
determinada cidade existam dez varas 
criminais competentes para apreciar 
um determinado delito. Será 
necessária a realização de um sorteio 
para que possa ser definido qual o 
juízo a apreciará a ação penal e. 
 
 Competência por conexão ou 
continência - Nos artigos 76 a 82, o 
CPP prevê normas sobre conexão e 
continência. Estas, porém, não são 
causas que determinam a 
competência, como é o local onde foi 
consumada a infração penal, mas 
motivos que determinam a sua 
alteração, atraindo para o juízo crime 
que seria atribuição de outro 
 
Muitas vezes, apesar de terem sido 
praticados vários crimes, é aconselhável que 
haja um só processo que aprecie todos os 
crimes em conjunto. É o que ocorre na 
conexão. 
Imagine a hipótese de várias pessoas que 
ocasionalmente reunidas depredam um 
estádio de futebol. Cada pessoa cometeu o 
seu crime de dano (art. 163 do código penal). 
Porém, para uma melhor visão das provas, é 
 
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aconselhável a existência de um só processo, 
nos termos do art. 76, I do CPP. 
Já na continência existe um vínculo que 
impossibilita a existências de processos 
distintos. As hipóteses estão previstas no art. 
77 do CPP, o concurso de pessoas e o 
concurso de crimes. 
Quando duas pessoas ou mais forem 
acusadas pela prática de uma infração penal, 
a competência jurisdicional será definida 
pela continência. Ex: João e Pedro invadem 
uma lanchonete e mediante o emprego de 
arma de fogo subtraem o dinheiro do caixa, 
tendo ambos os agentes cometidos o crime 
de roubo, previsto no art. 157, I e II do 
Código Penal. 
Nesta hipótese é obrigatória a existência de 
um só processo para apreciação e julgamento 
de João e Pedro, pois o delito foi cometido 
com concurso de agentes, hipótese de 
continência. 
A outra hipótese de continência é o concurso 
de crimes, quando o agente com uma só ação 
comete dois ou mais delitos. 
 
Ex.: João entra em um ônibus e mediante o 
emprego de grave ameaça exercida com 
arma de fogo, subtrai os pertences de todos 
os passageiros do coletivo. Neste caso João 
cometeu diversos crimes de roubo em 
concurso formal, havendo um só processo 
para apreciar sua conduta criminosa. 
 
 Competência por prevenção – 
Conforme já estudado, prevenção 
significa anterioridade de 
conhecimento. Estará prevenida a 
competência de um juiz quando ele se 
antecipa aos demais, também 
competentes, por ter praticado ou 
ordenado algum ato processual. 
 
O Código de Processo Penal estabelece a 
prevenção como forma de fixar competência 
nas seguintes hipóteses: Crime continuado; 
crime permanente; crime consumado em 
local incerto; e conexão. 
 
 Competência por prerrogativa de 
função – Trata-se do último critério 
determinante de competência, tendo o 
CPP considerado a função que o 
autor do delito exerce. Há pessoas 
que exercem cargos e funções de 
especial relevância para o Estado, 
devendo ser julgadas por órgão 
superiores da justiça, como medida 
de utilidade pública. 
 
A constituição federal estabelece nos artigos 
102, I b e c e 105, I, a, hipóteses de 
competência pela prerrogativa da função 
referente ao Supremo Tribunal Federal e 
Supremo Tribunal de Justiça. Prevê ainda a 
competência dos Tribunais Regionais 
Federais (art. 108, I, a). 
Vale ressaltar que a competência 
determinada pelo foro por prerrogativa de 
função exclui a regra do foro local da 
infração. 
 
Artigos do CPP referentes à prisão: 
 
Art.301. Qualquer do povo poderá e as 
autoridades policiais e seus agentes deverão 
prender quem quer que seja encontrado em

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