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Capítulo 5 Poder Constituinte v2 Superapostila

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Super Apostila – Direito Constitucional 
Cap. 05 – Poder 
Constituinte 
 
Prof. Vítor Cruz e Diego Degrazia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Vítor Cruz e Diego Degrazia 
www.nota11.com.br 2 
 
Sumário 
1. Introdução e objetivos dessa apostila. ............................................. 2 
2. Poder Constituinte. Definição. ......................................................... 2 
2.1 Poder Constituinte. Espécies. .......................................................... 3 
2.2 Poder Constituinte Originário. ......................................................... 4 
2.3 Poder Constituinte Derivado........................................................19 
3 Questões resolvidas......................................................................34 
 
1. Introdução e objetivos dessa apostila. 
Hoje vamos falar sobre Poder Constituinte. Esse assunto é um assunto 
básico para o entendimento da Constituição e cobrado demais em 
concursos. 
Embora seja um assunto leve e fácil, ele dá margem para inúmeras 
pegadinhas, tendo em vista o grande número de classificações que são 
cobradas. 
Mas não há com o que se preocupar! Você está estudando pelo melhor 
material do mercado sobre esse assunto e iremos abordar ponto a ponto 
tudo o que é necessário, sem ser prolixo, nem superficial. E, ainda, 
tentando lhe entregar de uma forma leve e lógica. 
Segure em nossas mãos e vambora. 
 
2. Poder Constituinte. Definição. 
Nível de concurso: Todos! 
Poder Constituinte, nada mais é do que o poder de "constituir", ou seja, de 
criar ou modificar aquilo que está escrito como "Constituição". 
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide basicamente em 
duas espécies: Poder originário e Poder derivado. 
Note, originário vem de “origem” (simples não?!). 
Assim, o poder originário é o que expressa a vontade inicial do Povo, 
constituindo o Estado e dando origem a todo o ordenamento jurídico 
estatal. É dessa concepção que nasce a Constituição. 
Por tudo isso, ele pode também ser chamado de poder constituinte de 
primeiro grau. 
Já o poder derivado é aquele que “deriva” do inicial. É criado pelo poder 
constituinte originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que foram 
Prof. Vítor Cruz e Diego Degrazia 
www.nota11.com.br 3 
 
anteriormente estabelecidas ou estabelecendo coisas que não foram 
inicialmente previstas, é o chamado poder constituinte de segundo 
grau. 
 
Veja como tá fácil: 
1. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES) O poder 
constituinte pode ser classificado em poder constituinte originário e poder 
constituinte derivado, aos quais correspondem, respectivamente, os 
conceitos de poder constituinte de segundo grau e de poder constituinte de 
primeiro grau. 
Certo ou errado? 
É o inverso, o PCO é o de primeiro grau e o PCD o de segundo grau. 
Gabarito: Errado. 
 
2. (CESPE/PM-DF) Uma das características do poder constituinte 
originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura uma nova ordem 
jurídica, rompendo com a anterior. 
Certo ou errado? 
Exatamente, o poder é originário, pois é o primeiro, inicial, um poder 
político inaugurador da ordem jurídica. Gabarito: Correto. 
 
2.1 Poder Constituinte. Espécies. 
Nível de concurso: Todos! 
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes 
(sempre um único originário e o resto derivando dele): 
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um 
poder político (organizador). É o único poder de fato. Todos os outros 
são poderes jurídicos, pois foram instituídos pelo originário, ou seja, já 
estão na ordem jurídica, enquanto o originário é "pré-jurídico". 
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas 
constitucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a 
alteração formal de seu texto. (CF, art. 60). 
3- Derivado Revisor - É um poder que foi instituído apenas para se 
manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se 
extinguir. Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade 
política causada pela nova Constituição (instabilidade esta que não 
ocorreu). O poder, então, manifestou-se em 1994, quando foram 
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www.nota11.com.br 4 
 
elaboradas as 6 emendas constitucionais de revisão, e após isso acabou, 
não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. O 
procedimento de revisão constitucional era um procedimento bem mais 
simples que o de reforma. 
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para a 
elaboração de suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia 
estatal chamada de "auto-organização". 
 
ATENÇÃO: A criação pelos Municípios de suas "leis orgânicas 
municipais" não é considerada como fruto deste poder constituinte 
decorrente, já que a lei orgânica não possui aspecto formal de 
constituição e sim de uma lei ordinária, embora materialmente seja 
equiparada a uma Constituição. No entanto, alguns doutrinadores 
costumam dizer que se trata de um "poder constituinte de terceiro 
grau". 
 
5- Difuso - É o poder que autoriza a mutação constitucional, ou seja, a 
alteração do significado das normas constitucionais sem que seja 
alterado o texto formal. Ele se manifesta através das novas 
interpretações dadas aos dispositivos da Constituição pelo Poder 
Judiciário (STF). Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração 
informal da Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou 
seja, a estrutura do texto, mas somente a sua interpretação. 
 
2.2 Poder Constituinte Originário. 
Nível de concurso: Todos! 
O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido 
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o terceiro 
Estado?” publicada pouco antes da Revolução Francesa. 
Assim, segundo o abade, esse poder decorreria da soberania que a nação 
possui para organizar o Estado. Decorrente do pensamento de Sieyés, 
temos que o povo é o titular da soberania (poder supremo que é exercido 
pelo Estado nos limites de um determinado território, sem que se reconheça 
nenhum outro de igual ou maior força) e por consequência disso, também 
será o titular do poder constituinte originário, que é a expressão desta 
soberania. 
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder 
político, ele é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à ordem 
jurídica. Assim, ele é o poder que organiza o Estado. Quando se faz uso do 
Prof. Vítor Cruz e Diego Degrazia 
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poder constituinte originário está se organizando o Estado e assim criando a 
ordem jurídica. Dentro desta ordem jurídica estará também instituindo-se 
os demais poderes constituintes (revisor, reformador e decorrente). Estes 
poderes, então, serão chamados de poderes jurídicos, já que foram 
instituídos pelo PCO e retiram o seu fundamento diretamente da ordem 
jurídica instituída. Tais poderes não são mais poderes iniciais, mas sim 
derivados. 
 
Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário: 
O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode ser 
considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a 
um novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como 
objetivo instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já 
existente). 
Embora se entenda que o poder constituinte tem o povo como seu titular, e 
é na vontade desse povo que se deve instituir a nova ordem, muitas vezes 
esse poder é usurpado pelo governante. Na história, então, vemosque este 
poder tem sido manifestado das seguintes formas: 
• Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte - Reunião de 
legitimados pelo povo para que se elabore um texto constitucional. 
• Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até então 
vigente, para que se institua uma nova ordem constitucional. 
• Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova 
Constituição (ou Carta Constitucional) de observância obrigatória 
para o povo, sem que este se manifeste. 
• Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a 
Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional 
através de um referendo. Desta forma, não obstante ser uma 
Constituição outorgada, temos a participação popular para que entre 
em vigor. 
 
Titular do Poder X Exercente do Poder: 
É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, 
achando que por ser a Assembleia Nacional Constituinte a reunião de 
legitimados, ela tomaria para si a titularidade. 
O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, poder para 
organizar o Estado. A Assembleia Nacional Constituinte é apenas o 
exercente deste poder do povo, que é permanente, não se esgotando com a 
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feitura da Constituição. Já que se o povo perceber que aquela ordem 
constitucional não é mais válida para seus anseios, poderá dissolvê-la e 
instituir uma nova. 
 
Poder Constituinte Supranacional: 
Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do poder 
constituinte supranacional, aquele que transcenderia às fronteiras de um 
Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria uma Constituição única 
para ordenar politicamente e juridicamente diversos Estados, como se 
tentou, sem sucesso, na União Europeia. 
 
Características do PCO e suas definições: 
1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os 
outros poderes; 
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico; 
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma 
limitação material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista 
adotada pelo Brasil). Uma parte da doutrina que resgata o pensamento 
"jusnaturalista" diz que o PCO deve ser limitado pelos direitos humanos 
supranacionais. Porém, para fins de concurso esta afirmação não é 
válida, a não ser que se mencione expressamente a doutrina 
jusnaturalista, já que o Brasil adota majoritariamente a corrente 
positivista. 
ATENÇÃO: Apesar dessa inexistência de limitações defendida pela 
corrente positivista, existe historicamente nas Constituições (de países 
democráticos) um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da 
pessoa humana e da justiça. A diferença é que para os jusnaturalistas 
esse respeito seria uma obrigação instransponível, enquanto para os 
positivistas seria apenas um bom senso, um respeito aos direitos 
conquistados, e decorrência lógica dos regimes que se pretendem 
instituir. 
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder. 
5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal pré-
estabelecido para que ele se manifeste. 
6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu exercício. 
 
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ATENÇÃO: Cada característica possui a sua exclusiva definição. Não se 
pode definir a uma certa característica usando a definição de outra. 
Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado, pois 
não se sujeira a nenhum procedimento pré-estabelecido de manifestação". 
É errado pois definiu "ilimitado" com o conceito de "incondicionado". Isso é 
muito comum em concursos. 
 
Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário: 
a) Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior. 
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição 
revoga completamente todas as normas da constituição anterior. Desta 
forma, não é aceito no Brasil a chamada "teoria da desconstitucionalização". 
A teoria da desconstitucionalização defende que as normas constitucionais 
anteriores, que não fossem conflitantes, estariam albergadas pela nova 
Constituição, continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, 
como se fossem leis ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da 
desconstitucionalização" só deverá ser marcada como correta no concurso 
caso se fale em "doutrina minoritária". 
 
b) Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível 
materialmente. 
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora não estamos falando mais de 
normas constitucionais e sim daquelas leis com status inferior à 
Constituição. 
Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem compatíveis em 
seu conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e 
continuarão a viger, independente de sua forma. 
Ou seja, para que ocorra a recepção basta analisar seu conteúdo material, 
pouco importando a forma. 
Por exemplo, o CTN (lei nº 5.172/66) criado como lei ordinária em 1966 sob 
a vigência da CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas com status de lei 
complementar, que é a forma exigida para o tratamento da matéria 
tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste 
caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo contraria o 
disposto na CF/88 e assim está revogado, vigorando apenas a parte que 
não é conflitante com a Constituição de 1988. 
Assim, a recepção parcial é perfeitamente válida. 
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Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o 
fato que só podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor 
no momento do advento da nova constituição, assim, normas 
anteriores já revogadas, anuladas, ou ainda em vacatio legis (período 
normalmente de 45 dias entre a publicação da lei e a sua efetiva entrada 
em vigor) não poderão ser recepcionadas. 
As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. 
Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma 
norma seja considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum 
problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil a tese da 
"inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para ser 
inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não nasceu com o 
vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante sua existência 
se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada. 
 
 
 
Produção de efeitos com retroatividade mínima. 
Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei não possui retroatividade, 
ou seja, será aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data 
posterior à sua entrada em vigor. 
Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são dotadas de 
retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma retroatividade 
mínima, já que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos 
passados. A doutrina divide os efeitos da retroatividade das normas, 
geralmente em 3 modos: 
 
 
 
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• Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já consolidados. 
Ex. As prestações que já venceram e que já foram pagas. 
• Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se estes 
estiverem pendentes de consolidação. Ex: As prestações já vencidas 
mas que não foram pagas. 
• Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas os 
efeitos futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. Essa é a 
teoria adotada no Brasil. Ex.As prestações que ainda irão vencer. 
Atenção: esta é a regra que acontece caso a Constituição não diga 
nada a respeito. Já que, como o PCO é um poder ilimitado, ele poderá 
inclusive retroagir completamente, desde que faça isso de forma 
expressa no texto. 
 
Existem basicamente 2 ideias: retroatividade e irretroatividade. 
Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do passado. É 
irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra frente, e somente 
para o que for acontecer daqui pra frente. 
Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que está 
no passado, ou que veio do passado. 
Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um 
contrato de compra de algo, com pagamento feito parceladamente): 
1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do contrato e as 
parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e acabou!). 
2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que venceram no 
passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se consumaram). 
3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem 
venceram, vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado no 
passado). 
Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o 
caso 2 é média e o 3 é mínima. 
Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um 
contrato firmado, pendente do pagamento de parcelas. 
Se estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de esse 
contrato ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de sofrer qualquer 
modificação, seja no seu teor, ou seja, nas parcelas decorrentes dele. 
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Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de efeitos com 
retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao salário mínimo” – CF, 
art. 7º, IV. 
Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de 
pensões e benefícios em geral a certo número de salários mínimos. Assim, 
no momento da vigência da norma constitucional, era necessário modificar 
a maneira de calculá-las, pois a norma é de aplicação imediata. No entanto, 
essa nova maneira de calcular o benefício não vai retroagir 
alcançando aqueles proventos que já foram pagos, nem aqueles proventos 
que já deviam ter sido pagos, mas não foram. Vai valer somente para os 
próximos proventos. 
Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois estamos 
falando de um benefício que tem o seu início no passado e será atingido 
pela nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os novos 
vencimentos continuariam sendo pagos com a vinculação anterior 
estabelecida em número de salários mínimos e não é isso que ocorre. O fato 
passado foi alcançado, mas somente em seus “efeitos futuros”. 
 
Veja como pode ser cobrado. 
3. (FCC/AJAJ-TRT SP) O Poder Constituinte originário caracteriza-se 
por ser: 
a) autônomo e condicionado. 
b) reformador e decorrente. 
c) condicionado e decorrente. 
d) inicial, ilimitado e reformador. 
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
Comentários: 
E aí, pessoal? tá fácil ou não? 
Letra A - Errada. Ele é incondicionado. 
Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD. 
Letra C - Vou nem comentar. 
Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do 
Derivado (PCD). 
Letra E - Agora sim... 
Gabarito: Letra E. 
 
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4. (FCC/Analista - TRT 16) Em tema de Poder Constituinte Originário, 
é INCORRETO afirmar que: 
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional 
vigente, sob pena de inconstitucionalidade. 
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento 
determinado para realizar sua obra de constitucionalização. 
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma 
prefixada para manifestar sua vontade. 
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. 
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição é a base da ordem 
jurídica. 
Comentários: 
Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e 
incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos da 
Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, anterior a 
ela. 
Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao "procedimento 
formal de manifestação", ou seja, a inexistência de forma, ou rito, pré-
estabelecido para se manifestar. 
Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro poder 
anterior a ele. 
Letra D - É ilimitado, pois não possui barreiras materiais, pode tratar de 
qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo, pois não deriva 
nem se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é incondicionado pelo 
fato de que o procedimento para se manifestar é livre, não há qualquer rito 
pré-estabelecido para a sua manifestação. 
Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte originário é 
pelo fato de que ele dá início ao novo ordenamento jurídico e faz isso 
através da Constituição: a base da ordem jurídica. 
Gabarito: Letra A. 
 
5. (FCC/Defensor Público-SP) Em relação ao poder constituinte 
originário, pode-se afirmar: 
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política, 
filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira 
derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e 
garantias fundamentais. 
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b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num 
poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e 
decorrentes da natureza humana e da própria ideia de justiça da 
comunidade. 
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, 
tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que 
alguns meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado 
"A Essência da Constituição". 
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, 
onde o texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos 
contidos na norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen. 
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas 
como, por exemplo, as pressões econômicas, sociais e de grupos 
particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da idéia de 
direito da comunidade e de sua tradição cultural. 
Comentários: 
PARA TUDO!!! 
Mandamento nº1 do concurseiro no dia da prova: Não se desespere!!! 
Você é seu maior inimigo. Se alguém pode fazer com que você não se 
classifique no concurso, esse alguém é você mesmo, ou melhor, o seu 
nervosismo... então CALMA!!! CONCENTRAÇÃO e FRIEZA! 
Quando pegarem a prova, fale para si: eu sei TUDO que está aqui... e pelo 
menos em Constitucional eu sei que saberão, pois estou aqui trabalhando 
para isso, para levá-los ao 11... ops.. ao 10! 
Letra A - Errado. Fala um monte de baboseira, mas na verdade só importa 
uma coisa: não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira “derivada”, 
pois ele é o inicial, originário na ordem jurídica. 
Letra B - Errado. Poder natural = naturalismo, são os "rivais" do 
positivistas. Para os positivistas, que pregam somente a força da norma que 
está instituída, não há o que se falar em fundamentos de direito natural. 
Esse direito natural, de caráter supranacional, que estaria limitando a 
ordem jurídica é pregado pelos jusnaturalistas e ignorado pelos positivistas. 
Letra C - Errado.A questão estava quase perfeita, porém, a obra de Siéyès 
foi “O que é o terceito Estado?”. “A Essência da Constituição” foi a obra de 
Ferdinand Lassale que pregava a Constituição como sendo um fato social, 
sendo definida pelas forças dominantes da sociedade. 
Letra D - Errado. Estas disposições se referem ao Poder Constituinte 
Derivado e não ao originário. 
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Letra E - Correto. Muito cuidado! A assertiva não fala em limitações, mas 
em "implicações", ou seja, influências, e isso realmente ocorre. Mas, 
embora uma Constituição possa sofrer influência e pressões políticas e 
econômicas das forças dominantes da sociedade, é o povo que a legitimará, 
devendo então prever os preceitos que irão reger o convívio em sociedade e 
levar em consideração as tradições e culturas presentes no Estado. Correta 
a questão. 
Gabarito: Letra E. 
 
6. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG) No que diz respeito ao 
Poder constituinte, é correto afirmar que: 
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas 
de expressão desse Poder. 
b) as Assembleias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou 
a nação é seu exercente. 
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome 
do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. 
d) as Assembleias Constituintes confundem-se com o processo de outorga 
que estabelece a Constituição, por declaração bilateral. 
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o 
Executivo, auxiliados pelo Judiciário. 
Comentários: 
Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do PCO. 
Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a assembleia é 
mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome do povo. 
Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram essa...! 
Não foi? 
Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou 
melhor da "Carta"! 
Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa era 
pra todo mundo rabiscar logo de cara. 
Gabarito: Letra C. 
 
7. (FCC/Assistente – MPE-RS/Adaptada) Considerando que o 
Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-
Lei, não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, 
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embora o referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no 
aspecto material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei 
ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização 
(Certo/Errado). 
Comentários: 
Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito 
brasileiro, já que o advento de uma nova Constituição promove a revogação 
de todas as normas de natureza constitucional da Constituição anterior, não 
havendo o que se falar em “rebaixamento de status” de normas anteriores 
através de desconstitucionalização. O que se aproveita são unicamente as 
normas que não possuem status constitucionais que, se compatíveis 
materialmente, continuarão válidas pela chamada teoria da recepção. 
Gabarito: Errado. 
 
8. (CESPE/AJAJ - TRE-MS) A recepção material de normas 
constitucionais pretéritas é admitida pelo direito constitucional brasileiro, 
inclusive de forma tácita. 
Comentários: 
Não se pode falar em recepção de normas “constitucionais”, apenas de 
normas infraconstitucionais, já que, com o advento de uma nova 
Constituição, todas as normas de status constitucional pretéritas ficam 
revogadas. Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/AJAJ - TRE-MS) Com o advento de uma nova Constituição, 
toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se inválida. 
Comentários: 
Isso é o que acontece com a legislação “constitucional”. A legislação 
infraconstitucional só será revogada caso seja materialmente incompatível, 
caso contrário ela não fica revogada, mas é recepcionada pela nova ordem. 
Gabarito: Errado. 
 
10. (CESPE/AJAJ- TRE-MS) O poder constituinte originário é inicial, 
incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem constitucional 
anterior. 
Comentários: 
O PCO é considerado inicial, ilimitado e incondicionado. Gabarito: Errado. 
 
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11. (CESPE/AJAJ-TJAL) O poder constituinte originário é autônomo e 
tem natureza préjurídica. 
Comentários: 
Isso aí, é originário pois dá origem a todos os outros e trata-se de um poder 
político, é préjurídico pois é o próprio instituidor da ordem jurídica. 
Gabarito: Correto. 
 
12. (ESAF/PFN) Considerando o Direito Brasileiro, assinale a opção 
correta, no que diz respeito às consequências da ação do poder constituinte 
originário. 
a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à 
competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada com o 
advento da nova Carta. 
b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição sob cuja 
regência foi editada, mas que, até o advento da nova Constituição, nunca 
fora objeto de controle de constitucionalidade, não é considerada recebida 
por esta, mesmo que com ela guarde plena compatibilidade material e 
esteja de acordo com o novo processo legislativo. 
c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto 
Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista da 
forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos. 
d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas, 
ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade superveniente. 
e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
convergem para afirmar que normas da Constituição anterior ao novo 
diploma constitucional, que com este não sejam materialmente 
incompatíveis, são recebidas como normas infraconstitucionais. 
Comentários: 
Letra A - Errada. Se uma lei federal anterior trata de assunto que agora 
pertence aos Municípios, essa lei federal, se compatível materialmente, 
passará a viger no novo ordenamento jurídico como se fosse uma lei 
municipal, não sendo assim revogada. O inverso, porém, não é verdadeiro, 
pois não podemos vislumbrar a recepção como lei federal de normas 
municipais, pois haveria um conflito sobre qual norma dos milhares de 
municípios brasileiros é que seria a aproveitada, o que não acontece no 
caso do aproveitamento da norma federal pelos municípios. 
Letra B - Correta. Não existe recepção de normas inconstitucionais. Ainda 
que a nova Constituição permita a matéria tratada, não há convalidação do 
vício. 
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Letra C - Errada. Para que haja recepção, basta analisar a matéria 
(conteúdo). Não importa o aspecto formal. 
Letra D - Errada. Nós vimos que as normas que não forem recepcionadas 
serão consideradas REVOGADAS, não há o que se falar em 
inconstitucionalidade superveniente no Brasil. Para uma lei ser considerada 
inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, nunca poderá se tornar 
inconstitucional ao longo do tempo. 
Letra E - Errada. Essa seria a teoria da "desconstitucionalização", tal teoria 
não é aceita no Brasil que considera como revogadas todas as normas 
constitucionais anteriores, não havendo qualquer aproveitamento de 
normas constitucionais, apenas das normas infraconstitucionais. 
Gabarito: Letra B. 
 
13. (ESAF/AFPS) Normas legais anteriores à Constituição nova, que com 
ela sejam incompatíveis no seu conteúdo, devem ser tidas como revogadaspela nova Constituição. 
Comentários: 
Segundo a jurisprudência, a não recepção da norma implica a sua 
revogação. Lembramos que a análise da recepção ou revogação da norma é 
feita tão somente de acordo com seu conteúdo, não sendo considerada a 
forma em que se reveste a lei. Gabarito: Correto. 
 
14. (ESAF/AFPS/2002) Uma vez que a Constituição de 1988 não 
previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados antes dela 
ficaram revogados com o advento da Constituição em vigor. 
Comentários: 
Segundo a jurisprudência, os materialmente compatíveis com o novo texto 
constitucional serão recepcionados pela nova Constituição, já que a 
recepção decorre exclusivamente do conteúdo da norma e não da sua 
forma. Gabarito: Errado. 
 
15. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à 
Constituição e com esta incompatível: 
a) ineficaz. 
b) revogada. 
c) inconstitucional. 
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d) constitucional. 
e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura 
Comentários: 
Vimos que o exercício do poder constituinte originário traz consigo duas 
consequências básicas: a revogação de todo o ordenamento constitucional 
anterior e a recepção do ordenamento infraconstitucional compatível 
materialmente. 
Vimos que as normas que não forem recepcionadas serão consideradas 
revogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para 
que uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve nascer com 
algum problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil a tese da 
"inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para ser 
inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não nasceu com o 
vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante sua existência 
se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada. Gabarito: 
Letra B 
 
16. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende) Como formas de expressão 
do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além do método da 
Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte, os métodos: 
A) da revolução e da outorga da integração constitucional 
B) da revolução, da outorga e bonapartista 
C) da outorga, analógico e bonapartista 
D) da revolução, difuso e dedutivo 
E) do golpe e do plebiscito 
Comentários: 
Com vimos, o Poder Constituinte Originário se manifesta basicamente de 4 
formas: Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte, Revolução, 
Outorga, Método Bonapartista ou Cesarista. Gabarito: Letra B. 
 
17. (PGE-PA/Procurador - PGE-PA) Analise as proposições abaixo e 
assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A afirmação de que a eficácia de uma Constituição importa criação de 
uma nova base para a ordem jurídica positiva gera a conclusão de que se o 
ato normativo anterior se exprimir por instrumento diferente daquele que a 
nova Constituição exige para a regulação de determinada matéria, deixará 
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de permanecer em vigor e válido, mesmo que haja concordância material 
de seu conteúdo com a nova Carta. 
b) Pela doutrina da DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO a perda de validade da 
Constituição anterior, causada pela vigência de uma nova, não significa a 
perda de validade de todas as normas contidas na Constituição anterior. 
c) A teoria da DUPLA REVISÃO visa possibilitar que os conteúdos protegidos 
pelas "cláusulas pétreas" sejam modificados por intermédio de Emenda 
Constitucional. 
d) A questão de saber se o ato normativo anterior à nova Constituição, que 
com ela não guarde compatibilidade, padecerá de inconstitucionalidade 
superveniente ou estará revogado, possui relevância prática. Afinal, se for o 
caso de revogação os tribunais não precisarão de quórum especial para 
afastar a incidência do ato normativo no caso concreto. 
Comentários: 
Letra A - Errado. A questão, em outras palavras, está dizendo que um ato 
normativo que seja formalmente incompatível com o novo texto 
constitucional deverá ser revogado. Isso não é verdade já que a forma, ou 
como a questão diz: "o instrumento que a nova Constituição exige para 
regulamentar o tema", pouco importa para fins de recepção ou revogação. 
Estamos de olho tão somente no conteúdo do ato normativo, não 
importando a forma exigida. 
Letra B - Correto. Não adotamos tal doutrina no Brasil, mas realmente o 
que esta teoria diz é que poderia ocorrer o aproveitamento das normas 
constitucionais não conflitantes com o novo texto. 
Letra C - Exatamente. A dupla revisão é fazer uma emenda constitucional 
para desproteger as cláusulas pétreas, e depois outra emenda para alterá-
las. A dupla revisão não é aceita no Brasil. 
Letra D - Correto. A questão busca um tema que será estudado em 
"controle de constitucionalidade". Só para não deixar o comentário "solto", 
existe uma cláusula no art. 97 da Constituição, chamada de "reserva de 
plenário". A cláusula diz: somente pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os 
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder 
Público. 
Como a não recepção importa em revogação e não em 
inconstitucionalidade, os tribunais não precisam observar esta cláusula na 
apreciação da matéria. 
Gabarito: Letra A. 
 
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2.3 Poder Constituinte Derivado 
Nível de concurso: Todos! 
Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da 
Constituição. Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO nos 
limites do texto constitucional. Na CF brasileira, os encontramos nos 
seguintes dispositivos: 
Reformador - CF, art. 60; 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa 
de seus membros. 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na 
vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou 
de estado de sítio. 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa 
do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos 
votos dos respectivos membros. 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas 
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
com o respectivo número de ordem. 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda 
rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser 
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
 
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Revisor - CF, ADCT, art. 3º; 
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após 
cinco anos, contados da promulgação da Constituição, 
pelo voto da maioria absoluta dos membros do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
 
Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11. 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição. 
Art. 11. Cada Assembleia Legislativa, com poderes 
constituintes, elaborará a Constituição do Estado, 
no prazo de um ano, contado da promulgaçãoda 
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. 
 
Difuso – Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente dela, 
reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder que os órgãos 
políticos possuem de direcionar o Estado, interpretando a Constituição. 
 
Reforma Constitucional – Poder Constituinte Derivado reformador: 
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está 
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver quais 
são as condições e limitações ao seu exercício: 
 
Iniciativa da Emenda 
Constitucional de Reforma (CF, 
art. 60) 
A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
1. De pelo menos 1/3 dos 
Deputados ou Senadores; 
2. Do Presidente da 
República; 
3. De mais da metade das 
Assembleias Legislativas das 
unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
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Obs. Maioria relativa = maioria 
simples (mais da metade dos votos 
dos presentes); 
Limitação circunstancial 
(CF, art. 60 §1º) 
 
A Constituição não poderá ser 
emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
Limitação Procedimental 
(CF, art. 60 §2º) 
 
A proposta será discutida e votada 
em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se 
obtiver, em ambos, 3/5 do votos 
dos respectivos membros. 
Promulgação 
(CF, art. 60 §3º) 
 
A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, 
com o respectivo número de ordem. 
Limitação Material Expressa 
(Cláusulas Pétreas Expressas) 
(CF, art. 60 §4º) 
 
Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a 
abolir: 
1. a forma federativa de 
Estado; 
2. o voto direto, secreto, 
universal e periódico; 
3. a separação dos Poderes; 
4. os direitos e garantias 
individuais. 
Obs. Entende-se que não se pode 
sequer reduzir o alcance destas 
matérias, mas observe que elas não 
são imutáveis, pois poderá ser 
mexido no caso de aumentar o 
poder de alcance delas. 
Obs2. Voto obrigatório não é 
cláusula pétrea, apenas o fato de ser 
direto, secreto, universal e 
periódico. 
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Limitação Material Implícita 
(Cláusulas Pétreas Implícitas) 
(Reconhecidas pela doutrina e 
jurisprudência) 
 
1. o povo como titular do 
poder constituinte; 
2. o poder igualitário do voto. 
3. o próprio art. 60 (que 
estabelece os procedimentos de 
reforma); 
Princípio da irrepetibilidade 
(Limitação Formal) 
(CF, art. 60 §5º) 
 
A matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão 
legislativa. 
Obs2. Não confunda sessão 
legislativa (anual) com legislatura 
(período de 4 anos). 
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre quando 
somente depois de decorrido certo 
lapso temporal a Constituição pode-
rá ser reformada. 
A CF/88 não estabeleceu nenhuma 
limitação temporal, mas, tal 
limitação pode ser encontrada em 
Constituições de outros países. 
 
Demais considerações: 
• Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de 
1988 como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas um 
princípio sensível, aquele que se não for respeitado ensejará uma 
“intervenção federal”. O entendimento sobre isso não é unânime, 
algumas doutrinas reconhecem a forma republicana como cláusula 
pétrea implícita, devido à proteção dada ao “voto periódico”, típico dos 
governos republicanos. Em concursos, se não houver abertura na 
questão para os pensamentos doutrinários, deve-se indicar que a 
república não é uma cláusula pétrea. 
• Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e 
garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da CF, 
estando espalhados ao longo dela. 
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• Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é o que 
chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o 
legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as 
matérias gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda 
extinguindo as cláusulas. Alguns entendem que essa vedação de 
modificação do art. 60 seria absoluta, não podendo o legislador alterar 
este rito, nem facilitando, nem dificultando o processo. 
 
Revisão Constitucional – Poder Constituinte Derivado Revisor: 
CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada após 5 
anos, contados da data de promulgação da CF, pelo voto da 
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão 
unicameral. 
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, 
percebe-se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria 
absoluta em sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 
turnos, nas duas Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, ele 
se extinguiu não podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar 
outro similar. 
 
Mutação Constitucional – Poder Constituinte Derivado Difuso. 
É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do 
significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. 
Ela se faz através das novas interpretações emanadas principalmente pelo 
Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal 
da Constituição. É fruto do Poder Constituinte Derivado Difuso. 
Diz-se que a alteração é "informal", pois não altera a "forma" como a norma 
está escrita. O dispositivo constitucional continua lá, igualzinho, o que se 
muda é apenas a forma de interpretá-lo. Exemplo: 
CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade(...). 
Veja que o dispositivo acima diz o termo “residente”, assim, em uma leitura 
"seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro que decidisse 
fixar o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às inviolabilidades ali 
previstas. Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve ser entendido como 
"todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis 
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brasileiras, mesmo que em trânsito". Assim o estrangeiro em trânsito 
também estará amparado pelos direitos individuais. 
Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o 
dispositivo continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma 
interpretação expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles 
direitos. 
 
Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte Derivado 
Decorrente: 
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo da auto-
organização estadual. Este poder como sabemos não é ilimitado, precisa 
observar certos princípios (que será visto em pormenores posteriormente). 
São eles: 
� Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da 
Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a 
intervenção federal. 
� Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles 
princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos 
demais entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo 
legislativo, dos orçamentos e das investidurasnos cargos eletivos. 
São também chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a 
todos os entes da federação, de forma comum. 
� Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão 
expressamente ou implicitamente no texto da Constituição Federal 
limitando o poder constituinte do Estado-membro. 
 
Note como isso pode ser cobrado: 
18. (FCC/AJEM-TRT 7ª) O poder constituinte derivado é subdivido em: 
a) inicial e incondicionado. 
b) inicial e ilimitado. 
c) autônomo e incondicionado. 
d) reformador e decorrente. 
e) autônomo e ilimitado. 
Comentários: 
Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado pede 
"subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra D, traz 
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espécies de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem 
características... daí ser muito importante atentar ao enunciado. 
Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, todas as 
letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do PCO e não do 
PCD. 
Gabarito: Letra D. 
 
19. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI) No Brasil, o Poder Constituinte 
Reformador: 
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas 
Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do 
Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos 
respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente da 
República. 
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras 
Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades 
federativas, desde que respeitada a Constituição Federal. 
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a 
exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso 
Nacional, em sessão unicameral. 
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição 
expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de 
referendo. 
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição 
Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e 
estado de defesa. 
Comentários: 
Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda 
constitucional. Após a sua aprovação ela será promulgada pelas Mesas das 
Casas Legislativas do Congresso Nacional. 
Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o 
"Decorrente" e não o "Reformador". 
Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" e não 
da "reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a revisão 
constitucional era feita em turno único e não em "dupla votação". 
Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso. 
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Letra E - Correta. As limitações circunstanciais estão no §1º do art. 60, 
quando diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
Gabarito: Letra E. 
20. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI) O poder constituinte 
derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e 
incondicionado juridicamente. 
Comentários: 
Errado. O PCD se caracteriza por ser jurídico, e não político; derivado, 
porque não é originário; condicionado juridicamente, pois sua 
manifestação se condiciona ao rito estabelecido na Constituição e limitado, 
pois deve observar os limites estabelecidos na Constituição. Gabarito: 
Errado. 
 
21. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI) O poder constituinte 
decorrente é aquele encarregado da alteração do texto constitucional. 
Comentários: 
Errado, o poder constituinte decorrente tem a função de estruturar as 
constituições dos estados membros. As características da questão se 
referem ao PCD reformador. Gabarito: Errado. 
 
22. (CESPE/AJAJ-TJAL) O poder constituinte derivado revisor não está 
vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder 
condicionado. 
Comentários: 
O Poder Constituinte Originário é o instituidor de todos os demais poderes 
da ordem jurídica, inclusive o revisor que, por este motivo, tem em seu 
nome a palavra "derivado", pois deriva do originário, sendo a ele 
condicionado, devendo respeitar todos os procedimentos estabelecidos. 
Gabarito: Errado. 
 
23. (CESPE/AJAJ-TJAL) A CF atribui expressamente às assembleias 
legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte 
derivado decorrente. 
Comentários: 
Expressamente, a Constituição atribuiu somente às Assembleias Legislativas 
Estaduais tal poder, fez isso, principalmente no ADCT, art. 11, quando 
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dispôs: "Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará 
a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da 
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta". 
Já as Câmaras Municipais não foram mencionadas pela CF ao falar de Poder 
Constituinte Decorrente, sendo que alguns doutrinadores sequer 
consideram os municípios possuidores de Poder Constituinte, já que não 
possuem constituições formais. Gabarito: Errado. 
 
24. (CESPE/AGU) O sistema constitucional brasileiro não admite a 
denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao 
poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF. 
Comentários: 
Existem limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão implícitas, a par 
daquelas dispostas na CF. Como exemplo: 
• o povo como titular do poder constituinte; 
• o poder igualitário do voto. 
• o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma); 
Gabarito: Errado. 
 
25. (CESPE/DPE-Bahia) O denominado poder constituinte 
supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições 
nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico 
positivo interno assim como do direito internacional. 
Comentários: 
Fruto de entendimentos recentes, o Poder Constituinte Supranacional, 
também chamado de transnacional, ou global, se trata de um poder capaz 
de transcender aos limites de um Estado, impondo-se sobre diversos 
Estados. É o que, sem sucesso, se tentou realizar na União Europeia com a 
“constituição comum”. Gabarito: Correto. 
 
26. (CESPE/Procurador-TCE-ES) A CF pode ser alterada, a qualquer 
momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado 
reformador e também pelo derivado revisor. 
Comentários: 
O Poder Constituinte Derivado Revisor é o responsável pela revisão 
constitucional, procedimento mais simples de alteração do texto 
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constitucional que existiu somente em 1993 e após isso se extinguiu. Outro 
erro é o fato de que existem algumas circunstâncias que impedem o uso, 
inclusive, do poder reformador, é o caso de estarmos em uma intervenção 
federal, estado de sítio ou estado de defesa. Desta forma, não pode-se falar 
de forma alguma em "a qualquer tempo". Gabarito: Errado. 
 
27. (CESPE/Analista - TCE-TO) O fenômeno de reforma da 
Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado 
mutação constitucional. 
Comentários: 
A mutação constitucional é a alteração "informal" do teor da Constituição, 
ou seja, altera-se a interpretação das normas para que a Constituição possa 
acompanhar os anseios da Sociedade, sem que para isto se altere o texto 
escrito da Lei Maior. Gabarito: Errado. 
 
28. (CESPE/ANATEL) Denomina-se mutação constitucional o processo 
informal de revisão,atualização ou transição da Constituição sem que haja 
mudança do texto constitucional. 
Comentários: 
Novamente, agora está correto. Gabarito: Correto. 
 
29. (ESAF/PFN) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que: 
a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado. 
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado. 
c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é 
limitado, porém incondicionado. 
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais 
ou materiais. 
e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário. 
Comentários: 
Letra A - Correto. O PCO realmente é inicial, por ser a base da nova ordem 
jurídica, ilimitado por não possuir conteúdos que não possa tratar e 
incondicionado, por não se sujeitar a nenhum procedimento pré-
estabelecido. 
Letra B - Correto. O PCD possui limitações de conteúdo, por isso é limitado 
e também limitações procedimentais, por isso é incondicionado. 
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Letra C - Errado. Poder Derivado Decorrente é típico de Federações e não 
de Estados Unitários, já que se trata do Poder dos Estados membros em 
editar suas próprias constituições. Por ser derivado, também é limitado e 
condicionado. 
Letra D - Correto. Trata-se de assertiva doutrinária. No Brasil, não há 
limitações temporais ao Poder de Reforma, mas doutrinariamente elas 
existem. Assim, as limitações temporais seriam aquele lapso temporal, 
antes do qual o Poder Derivado não poderia ser exercido, por expressa 
previsão do Poder Originário. As circunstanciais seriam impedimentos para 
o exercício do Poder Derivado quando fossem observadas certas 
circunstâncias (no Brasil: intervenção federal, estado de sítio e estado de 
defesa) e as materiais seriam as limitações de conteúdo a serem tratadas, 
as famosas "cláusulas pétreas". 
Letra E - Correto. O Poder Constituinte Originário é Soberano, pois é um 
Poder Político que expressa a vontade do Povo em organizar o Estado, 
através da elaboração de sua Constituição. 
Gabarito: Letra C. 
 
30. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário e o 
poder constituinte derivado, assinale a única alternativa correta. 
a) A revisão constitucional prevista por uma Assembleia Nacional 
Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto 
constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e 
implícitas originalmente definidas no texto constitucional. 
b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a 
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembleia Nacional 
Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado. 
c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos 
parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas 
leis, observadas as limitações formais e materiais impostas pela 
Constituição. 
d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na 
possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle 
de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal. 
e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove 
a instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração. 
Comentários: 
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Letra A - Errada. O erro da questão está em dizer que não respeitaria as 
limitações. Segundo o STF a revisão constitucional deve sofrer as limitações 
materiais da reforma constitucional (ADI 981-MC, Rel. Min. Néri da Silveira, 
julgamento em 17-3-93, DJ de 5-8-94). 
Letra B - Correta. Não existe procedimento pré-fixado para o PCO se 
manifestar. Ele é incondicionado. 
Letra C - Errada. Processo legiferante (elaboração de leis) não é Poder 
Constituinte, já que este se resume a elaboração e modificação de 
"Constituições" e não de leis. O PCD Decorrente é o poder de os Estados-
membros elaborarem as Constituições Estaduais. 
Letra D - Errada. É pacífico o entendimento de que cabe controle 
jurisdicional sobre o procedimento de reforma elaborado fora dos termos 
estabelecidos pela Constituição. 
Letra E - Errado. O titular do PC é o próprio povo. 
Gabarito: Letra B 
 
Principais Pontos. 
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de criar ou 
modificar aquilo que está escrito como "Constituição". 
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide basicamente em 
duas espécies: Poder originário e Poder derivado. 
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes 
(sempre um único originário e o resto derivando dele): 
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um poder 
político (organizador). É o único poder de fato. Todos os outros são 
poderes jurídicos, pois foram instituídos pelo originário, ou seja, já estão na 
ordem jurídica, enquanto o originário é "pré-jurídico". 
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas constitucionais. 
Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de seu 
texto. (CF, art. 60). 
3- Derivado Revisor - É um poder que foi instituído apenas para se 
manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se 
extinguir. Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade política 
causada pela nova Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O 
poder, então, manifestou-se em 1994, quando foram elaboradas as 6 
emendas constitucionais de revisão, e após isso acabou, não podendo ser 
novamente criado, segundo a doutrina. O procedimento de revisão 
constitucional era um procedimento bem mais simples que o de reforma. 
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4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para a 
elaboração de suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia estatal 
chamada de "auto-organização". 
5- Difuso - É o poder que autoriza a mutação constitucional, ou seja, a 
alteração do significado das normas constitucionais sem que seja alterado o 
texto formal. Ele se manifesta através das novas interpretações dadas aos 
dispositivos da Constituição pelo Poder Judiciário (STF). Assim, diz-se que a 
mutação provoca a alteração informal da Constituição. Informal porque 
não altera a “forma”, ou seja, a estrutura do texto, mas somente a sua 
interpretação. 
 
Características do PCO e suas definições: 
1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os 
outros poderes; 
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico; 
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação 
material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista adotada pelo 
Brasil). Uma parte da doutrina que resgata o pensamento "jusnaturalista" 
diz que o PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais. 
Porém, para fins de concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se 
mencione expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota 
majoritariamente a corrente positivista. 
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder. 
5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal pré-
estabelecido para que ele se manifeste. 
6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu exercício. 
 
Peculiaridades do Poder Reformador: 
Iniciativa da Emenda 
Constitucional de Reforma (CF, 
art. 60) 
A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
1. De pelo menos 1/3 dos 
Deputados ou Senadores; 
2. Do Presidente da 
República; 
3. Demais da metade das 
Assembleias Legislativas das 
unidades da Federação, 
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manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
Obs. Maioria relativa = maioria 
simples (mais da metade dos votos 
dos presentes); 
Limitação circunstancial 
(CF, art. 60 §1º) 
 
A Constituição não poderá ser 
emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
Limitação Procedimental 
(CF, art. 60 §2º) 
 
A proposta será discutida e votada 
em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se 
obtiver, em ambos, 3/5 do votos 
dos respectivos membros. 
Promulgação 
(CF, art. 60 §3º) 
 
A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, 
com o respectivo número de ordem. 
Limitação Material Expressa 
(Cláusulas Pétreas Expressas) 
(CF, art. 60 §4º) 
 
Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a 
abolir: 
1. a forma federativa de 
Estado; 
2. o voto direto, secreto, 
universal e periódico; 
3. a separação dos Poderes; 
4. os direitos e garantias 
individuais. 
Obs. Entende-se que não se pode 
sequer reduzir o alcance destas 
matérias, mas observe que elas não 
são imutáveis, pois poderá ser 
mexido no caso de aumentar o 
poder de alcance delas. 
Obs2. Voto obrigatório não é 
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cláusula pétrea, apenas o fato de ser 
direto, secreto, universal e 
periódico. 
Limitação Material Implícita 
(Cláusulas Pétreas Implícitas) 
(Reconhecidas pela doutrina e 
jurisprudência) 
 
1. o povo como titular do 
poder constituinte; 
2. o poder igualitário do voto. 
3. o próprio art. 60 (que 
estabelece os procedimentos de 
reforma); 
Princípio da irrepetibilidade 
(Limitação Formal) 
(CF, art. 60 §5º) 
 
A matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão 
legislativa. 
Obs2. Não confunda sessão 
legislativa (anual) com legislatura 
(período de 4 anos). 
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre quando 
somente depois de decorrido certo 
lapso temporal a Constituição pode-
rá ser reformada. 
A CF/88 não estabeleceu nenhuma 
limitação temporal, mas, tal 
limitação pode ser encontrada em 
Constituições de outros países. 
 
Revisão Constitucional – Poder Constituinte Derivado Revisor: 
CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada após 5 
anos, contados da data de promulgação da CF, pelo voto da 
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão 
unicameral. 
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, 
percebe-se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria 
absoluta em sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 
turnos, nas duas Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, 
ele se extinguiu não podendo mais ser utilizado e nem se pode 
por EC criar outro similar. 
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Mutação Constitucional – Poder Constituinte Derivado Difuso. 
Trata-se da alteração do significado das normas constitucionais sem que 
seja alterado o texto formal. Ela se faz através das novas interpretações 
emanadas principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a 
mutação provoca a alteração informal da Constituição. É fruto do Poder 
Constituinte Derivado Difuso. 
 
3 Questões que foram resolvidas. 
 
1. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES) O poder 
constituinte pode ser classificado em poder constituinte originário e poder 
constituinte derivado, aos quais correspondem, respectivamente, os 
conceitos de poder constituinte de segundo grau e de poder constituinte de 
primeiro grau. 
2. (CESPE/PM-DF) Uma das características do poder constituinte 
originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura uma nova ordem 
jurídica, rompendo com a anterior. 
3. (FCC/AJAJ-TRT SP) O Poder Constituinte originário caracteriza-se 
por ser: 
a) autônomo e condicionado. 
b) reformador e decorrente. 
c) condicionado e decorrente. 
d) inicial, ilimitado e reformador. 
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
4. (FCC/Analista - TRT 16) Em tema de Poder Constituinte 
Originário, é INCORRETO afirmar que 
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional 
vigente, sob pena de inconstitucionalidade. 
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento 
determinado para realizar sua obra de constitucionalização. 
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma 
prefixada para manifestar sua vontade. 
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. 
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição é a base da ordem 
jurídica. 
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5. (FCC/Defensor Público-SP) Em relação ao poder constituinte 
originário, pode-se afirmar: 
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política, 
filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira 
derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e 
garantias fundamentais. 
b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num 
poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e 
decorrentes da natureza humana e da própria idéia de justiça da 
comunidade. 
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, 
tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que 
alguns meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado 
"A Essência da Constituição". 
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, 
onde o texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos 
contidos na norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen. 
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas 
como, por exemplo, as pressões econômicas, sociais e de grupos 
particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da idéia de 
direito da comunidade e de sua tradição cultural. 
6. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG) No que diz respeito 
ao Poder constituinte, é correto afirmar que: 
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas 
de expressão desse Poder. 
b) as Assembleias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou 
a nação é seu exercente. 
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome 
do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. 
d) as Assembleias Constituintes confundem-se com o processo de outorga 
que estabelece a Constituição, por declaração bilateral. 
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o 
Executivo, auxiliados pelo Judiciário. 
7. (FCC/Assistente – MPE-RS/Adaptada) Considerando que o 
Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-
Lei, não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, 
embora o referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no 
aspecto material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei 
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ordinária",ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização 
(Certo/Errado). 
8. (CESPE/AJAJ - TRE-MS) A recepção material de normas 
constitucionais pretéritas é admitida pelo direito constitucional brasileiro, 
inclusive de forma tácita. 
9. (CESPE/AJAJ - TRE-MS) Com o advento de uma nova 
Constituição, toda a legislação infraconstitucional anterior torna-se inválida. 
10. (CESPE/AJAJ- TRE-MS) O poder constituinte originário é inicial, 
incondicionado, mas limitado aos princípios da ordem constitucional 
anterior. 
11. (CESPE/AJAJ-TJAL) O poder constituinte originário é autônomo e 
tem natureza préjurídica. 
12. (ESAF/PFN) Considerando o Direito Brasileiro, assinale a opção 
correta, no que diz respeito às consequências da ação do poder constituinte 
originário. 
a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à 
competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada com o 
advento da nova Carta. 
b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição sob cuja 
regência foi editada, mas que, até o advento da nova Constituição, nunca 
fora objeto de controle de constitucionalidade, não é considerada recebida 
por esta, mesmo que com ela guarde plena compatibilidade material e 
esteja de acordo com o novo processo legislativo. 
c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto 
Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista da 
forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos. 
d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas, 
ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade superveniente. 
e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal 
convergem para afirmar que normas da Constituição anterior ao novo 
diploma constitucional, que com este não sejam materialmente 
incompatíveis, são recebidas como normas infraconstitucionais. 
13. (ESAF/AFPS) Normas legais anteriores à Constituição nova, que com 
ela sejam incompatíveis no seu conteúdo, devem ser tidas como revogadas 
pela nova Constituição. 
14. (ESAF/AFPS/2002) Uma vez que a Constituição de 1988 não 
previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados antes dela 
ficaram revogados com o advento da Constituição em vigor. 
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15. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à 
Constituição e com esta incompatível: 
a) ineficaz. 
b) revogada. 
c) inconstitucional. 
d) constitucional. 
e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura 
16. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende) Como formas de 
expressão do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além do método 
da Convenção ou Assembleia Nacional Constituinte, os métodos: 
A) da revolução e da outorga da integração constitucional 
B) da revolução, da outorga e bonapartista 
C) da outorga, analógico e bonapartista 
D) da revolução, difuso e dedutivo 
E) do golpe e do plebiscito 
17. (PGE-PA/Procurador - PGE-PA) Analise as proposições abaixo e 
assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A afirmação de que a eficácia de uma Constituição importa criação de 
uma nova base para a ordem jurídica positiva gera a conclusão de que se o 
ato normativo anterior se exprimir por instrumento diferente daquele que a 
nova Constituição exige para a regulação de determinada matéria, deixará 
de permanecer em vigor e válido, mesmo que haja concordância material 
de seu conteúdo com a nova Carta. 
b) Pela doutrina da DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO a perda de validade da 
Constituição anterior, causada pela vigência de uma nova, não significa a 
perda de validade de todas as normas contidas na Constituição anterior. 
c) A teoria da DUPLA REVISÃO visa possibilitar que os conteúdos protegidos 
pelas "cláusulas pétreas" sejam modificados por intermédio de Emenda 
Constitucional. 
d) A questão de saber se o ato normativo anterior à nova Constituição, que 
com ela não guarde compatibilidade, padecerá de inconstitucionalidade 
superveniente ou estará revogado, possui relevância prática. Afinal, se for o 
caso de revogação os tribunais não precisarão de quórum especial para 
afastar a incidência do ato normativo no caso concreto. 
18. (FCC/AJEM-TRT 7ª) O poder constituinte derivado é subdivido em: 
a) inicial e incondicionado. 
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b) inicial e ilimitado. 
c) autônomo e incondicionado. 
d) reformador e decorrente. 
e) autônomo e ilimitado. 
19. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI) No Brasil, o Poder Constituinte 
Reformador: 
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas 
Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do 
Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos 
respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente da 
República. 
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras 
Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades 
federativas, desde que respeitada a Constituição Federal. 
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a 
exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso 
Nacional, em sessão unicameral. 
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição 
expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de 
referendo. 
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição 
Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e 
estado de defesa. 
20. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI) O poder constituinte 
derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e 
incondicionado juridicamente. 
21. (CESPE/ Out. e Del. de Notas- TJ-PI) O poder constituinte 
decorrente é aquele encarregado da alteração do texto constitucional. 
22. (CESPE/AJAJ-TJAL) O poder constituinte derivado revisor não está 
vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder 
condicionado. 
23. (CESPE/AJAJ-TJAL) A CF atribui expressamente às assembleias 
legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte 
derivado decorrente. 
24. (CESPE/AGU) O sistema constitucional brasileiro não admite a 
denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao 
poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF. 
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25. (CESPE/DPE-Bahia) O denominado poder constituinte 
supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições 
nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico 
positivo interno assim como do direito internacional. 
26. (CESPE/Procurador-TCE-ES) A CF pode ser alterada, a qualquer 
momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado 
reformador e também pelo derivado revisor. 
27. (CESPE/Analista - TCE-TO) O fenômeno de reforma da 
Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado 
mutação constitucional. 
28. (CESPE/ANATEL) Denomina-se mutação constitucional o processo 
informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que haja 
mudança do texto constitucional. 
29. (ESAF/PFN) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que: 
a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado. 
b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado. 
c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é 
limitado, porém incondicionado. 
d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais

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