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2012 1 Nelson Ramos As diferentes nuances da violência na televisão o caráter social da violência atividades

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Universidade de São Paulo 
 Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH 
 Departamento de Sociologia 
 Laboratório Didático - USP ensina Sociologia 
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1 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS – FFLCH / USP 
 
 
 
As diferentes nuances da violência na televisão: o caráter social da violência. 
 
Aluno: Nelson Ramos de Oliveira 
2º semestre/2012 
 
 
 
Roteiro de Atividades Didáticas 
 
Introdução 
 
Nesta parte do trabalho o professor desenvolverá junto aos alunos, através de três 
sugestões de atividades didáticas, um trabalho crítico sobre a manifestação da violência na 
televisão em seus múltiplos aspectos. Dentre as muitas formas de abordagem do problema, 
será recomendada, numa primeira atividade, a reflexão sobre uma tirinha de “Calvin e 
Haroldo”, e nela, analisado o potencial de influência que a televisão possui sobre as 
pessoas, sobretudo crianças e jovens. 
Na segunda atividade, a sugestão é analisar o fenômeno UFC (Ultimate Fighting 
Championship), ou MMA (Mixed Martial Arts, em português, Artes Marciais Mistas), 
modalidade de luta na qual a característica principal é o envolvimento simultâneo de 
estratégias de combate ligadas a diferentes artes marciais e muito conhecidas também por 
apresentar cenas fortemente violentas. Aqui o foco é procurar refletir sobre dois principais 
aspectos. Primeiramente evidenciar o papel da audiência – já que audiência pressupõe a 
garantia da atenção de potenciais consumidores, o que gera investimento financeiro de bons 
patrocinadores – como prioridade para que um determinado programa seja mantido na 
grade. 
Em segundo lugar, a violência como produto principal da atividade lucrativa, precisa 
adquirir uma nova roupagem, isto é, passar por um processo de ressignificação através da 
 
 
 
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contextualização das lutas, trazendo o lado humano dos esportistas, participação de 
familiares e superação de vida, para que os telespectadores consigam, de alguma maneira, 
justificar e aceitar sua exposição. 
Por último, a análise junto aos alunos recairá sobre um artigo do jornalista José 
Tadeu Arantes, publicado no jornal Le Monde Diplomatique, em setembro de 2007, no qual 
o autor discorre uma reflexão sobre a indústria do medo. 
 
Atividade 1 - Tirinha sobre a violência na televisão. 
 
Breve descrição: 
 
Criada pelo norte americano Bill Watterson, a tirinha “Calvin e Haroldo”, fala de um 
menino de imaginação fértil, que tem como melhor amigo um tigre, que para os adultos não 
passa de um bichinho de pelúcia, mas que para ele tem vida e é seu companheiro de todas 
as horas. Com apenas seis anos de idade, Calvin é uma criança como muitas outras, que se 
deixa levar pela imaginação. Porém, embora com tirinhas aparentemente infantis, suas 
histórias refletem sobre a problemática que permeia a vida social. Bill Watterson revela que, 
“Calvin é autobiográfico, no sentido que ele pensa nas mesmas 
questões que eu penso, mas nisso, Calvin reflete a minha vida adulta 
mais do que minha infância. Muitas das lutas de Calvin são 
metáforas das minhas. Eu suspeito que a maioria de nós envelhece 
sem crescer, e que dentro de cada adulto (às vezes não muito para 
dentro) há um garoto mimado que quer tudo do seu jeito. Eu uso 
Calvin como uma válvula de escape para a minha imaturidade, como 
uma maneira de comentar a natureza humana. Eu não iria querer 
Calvin na minha casa, mas no papel, ele me ajuda a por ordem na 
minha vida e entende-la.” 
Nessa aula primeira aula, o objetivo é fazer com que os alunos reflitam sobre a 
influência da violência transmitida pela televisão nos nossos comportamentos, assim como 
na constituição de nossas subjetividades. Através da leitura e observação da tirinha de 
“Calvin e Haroldo”, o professor poderá chamar a atenção para a relação entre a violência 
assistida na televisão e o vocabulário utilizado por um dos personagens, como também para 
as atitudes que o mesmo tomaria se porventura fosse contrariado. 
 
 
 
 
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Objetivo: 
 
O objetivo desta aula é fazer com que os alunos reflitam sobre a influência que a 
violência difundida pela televisão tem sobre crianças e jovens. 
 
Previsão de desenvolvimento: Uma aula de 45 minutos. 
 
Recursos Necessários: 
Recomenda-se o uso do retroprojetor ou a impressão e distribuição das imagens 
para os alunos. Abaixo, a tirinha a ser apresenta aos alunos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dinâmica utilizada: 
O professor apresentará aos alunos a tirinha de Calvin e Haroldo, através do 
retroprojetor ou por meio da distribuição de cópias impressas. Em seguida disponibilizará 
alguns minutos para que os alunos interpretem a tirinha e reflitam sobre a atividade 
proposta, que pode ser realizada em dupla ou em grupo. 
Após a análise da tirinha pelos alunos, o professor poderá promover uma discussão 
sobre a influência da televisão em nossos comportamentos. Como a violência por ela 
transmitida pode contribuir para nos tornarmos mais violentos? É importante o professor ter 
em mente os índices de violência do bairro/cidade onde está localizada a escola. Conhecer 
o cotidiano de seus alunos para que suas intervenções sejam contundentes. 
 
Algumas questões que podem ser trabalhadas em sala de aula para nortear o debate: 
 
1) O que a interpretação da tirinha nos leva a concluir? 
2) Na fala de Calvin em que o mesmo diz “são pessoas como eu que tornam estes 
programas lucrativos”, o que podemos depreender? Que relação existe entre telespectador, 
audiência e lucratividade? 
3) A sensação de insegurança que temos quando saímos às ruas é parecida com aquela 
que acompanhamos nos noticiários policiais? 
4) A violência que acompanhamos na televisão pode nos deixar menos sensíveis diante de 
atitudes violentas? 
 
Atividade 2: MMA e UFC: Lucro e audiência: a ressignificação da violência 
 
Breve descrição: 
Em outubro de 2011, a Rede Globo de Televisão comprou os direitos de transmissão 
do UFC (Ultimate Fighting Championship), torneio de MMA (Mixed Martial Arts, em 
português, Artes Marciais Mistas) que é febre nos Estados Unidos e virou moda no Brasil. A 
partir de então, ganhou novo capítulo a velha discussão sobre o controle de programas que 
divulgam cenas de violência na televisão. O debate concentra argumentos pró e contra a 
influência que estas cenas teriam sobre as pessoas, sobretudo crianças e adolescentes. 
 
 
 
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Objetivo: 
O objetivo das aulas seria, em primeiro lugar, o de levantar uma discussão sobre a 
ressignificação pela qual pode passar a violência quando abordada pela televisão. Refletir 
sobre as estratégias abordadas pela televisão quando quer fazer com que uma cena que 
supostamente nos causaria revolta, espanto ou alguma reação desaprovadora, nos pareça 
trivial, aceitável ou comumente presente em nosso cotidiano. 
Em segundo lugar, atrelar a estratégia usada pela televisão aos interesses 
econômicos e ao aumento de patrocinadores que investem seus capitais na medida em que 
programação garante audiência elevada e, consequentemente retorno financeiro. 
O objetivo geral do conjunto de aulas será o de pensar sobre de que forma os 
interesses financeiros, expressos na incessante busca pela audiência, contribui numa 
abordagem mais eufemística do “esporte”, caracterizado por ser violento, e como 
paulatinamente aceitamos a exposição de cenas de violência que negaríamos num outro 
contexto. 
 
Previsão de desenvolvimento: 
 A atividade pode ser desenvolvida em uma ou duas aulas de 45 minutos cada, 
levando-se em conta a disponibilidade de recursos materiais de cada escola, e a dinâmica 
que as aulas tomarão. 
 
Recursos Necessários: 
Para a execução da atividade será necessário o uso de equipamentos que permitam a 
transmissão de um vídeo retirado da internet. 
- a utilização de um retroprojetor; 
- ou um aparelho de Tv e de DVD; 
 
Dinâmica utilizada: 
 
A atividade começa a ser aplicada com a exibição aos alunos de uma reportagem 
veiculada pelo “Fantástico” (programa da Rede Globo de Televisão, de bastante audiência, 
 
 
 
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que vai ao ar todos os domingos à noite, desde 1973), no dia 13/02/2011. A reportagem de 
pouco mais de sete minutos conta a história de Anderson Silva (conhecido pelo apelido 
heroico de “Spider Men”) um o garoto negro, de origem simples, nascido na periferia de São 
Paulo e que, depois de tentar sem êxito progredir em algumas profissões, encontrou no UFC 
a oportunidade que lhe faltava para ter acesso a uma vida mais confortável. 
No desenrolar da reportagem, a emissora que recentemente adquiriu os direitos de 
transmissão do esporte, procura a todo tempo descontruir a imagem agressiva característica 
do esporte em questão. Para tanto, procura dar ênfase aos exemplos de “humanidade” e 
superação que estão por trás do principal ídolo do esporte no Brasil. 
O objetivo de dar uma nova roupagem ao esporte passa por um processo de 
ressignificação da violência que, no decorrer da reportagem procura ser contextualizada e 
estar atrelada a um vocabulário eufemístico, sendo contada paralelamente a história de 
perseverança e brio de Anderson Silva. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=MIhlOoIWdDM 
 
 
 
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Aplicação das aulas: 
Antes de começar a apresentar o vídeo o professor (a) pode dar uma breve 
introdução contextualizando a história do esporte e seu recente sucesso no Brasil. 
Como o vídeo possui apenas sete minutos e doze segundos, seria conveniente, se 
possível, o professor passá-lo, num primeiro momento, sem interrupções. Em seguida, 
passaria novamente fazendo pausas, na medida em que as mesmas fossem necessárias, 
promovendo a discussão junto com os alunos. 
No final da atividade, que pode durar mais de uma aula, o professor pode orientar o 
debate seguindo as sugestões de perguntas. 
 
Sugestões de intervenção do professor: 
1. Logo na abertura da reportagem, nos dez primeiros segundos, os 
apresentadores Zeca Camargo e Patrícia Poeta referem-se de maneira 
sarcástica e com bastante humor, a um golpe (um chute extremamente violento) 
dado por Anderson Silva em Vitor Belfort, em uma das lutas mais esperadas pelo 
público brasileiro. Na luta, após o golpe, Belfort simplesmente fica desacordado 
e Anderson Silva permanece com o título de campeão mundial. 
 
2. A apresentadora, preocupada em desconstruir a imagem violenta associada à 
prática do esporte, enfatiza e atribui ao lutador algumas características bastante 
interessantes: Segundo ela, Anderson Silva além de ter origem humilde, possui 
“jeito manso” e é “boa praça”. Estratégia parecida foi adotada nos 2m56s, no 
entrevistador faz referência à voz do lutador, supostamente não condizente com 
o estereótipo de uma pessoa que demonstre brutalidade. 
 
3. Nos 4m55s, a reportagem justifica a violência exercida no octógono (espaço 
físico de oito lados, semelhante ao ring, no qual são realizadas as lutas) ao 
diferenciá-la daquela em outro contexto. Depreende-se que, na realidade, o 
enfrentamento que acontece nas lutas chama-se técnica e é executado por 
pessoas muito bem preparadas. Em outro contexto, é pura e simplesmente um 
 
 
 
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ato de violência, consequência de atitudes de pessoas que não conseguem 
dialogar. 
 
4. Na sequência do vídeo, é mostrada a história das dificuldades pelas quais 
passou Anderson Silva, marcada por uma origem simples e diferentes 
decepções na busca pelo sucesso profissional. De maneira cronológica, o vídeo 
mostra os obstáculos que o protagonista teve de transcender até tornar-se ídolo 
do esporte. Aos 5m36s, a reportagem volta a mostrar o lado “humano” que 
esconde o praticante deste esporte: 
“Por trás deste homem feroz, tem um cara como outro qualquer, pai de família, 
marido, trabalhador”, que por sua vez revela que, como qualquer pessoa, sente 
medo, alegria, se frustra, chora. Afinal, é um super-herói que tem conta para 
pagar. 
 
Sugestões de perguntas: 
 
a) Por que os jornalistas usam de humor para se referir a um golpe violento? 
b) A violência contextualizada pode ser justificada? 
c) Qual a diferença da violência cometida, por exemplo, por um lutador de MMA, 
por um policial, por um membro de torcida organizada ou por um bandido? 
d) Por que os jornalistas fazem questão em comparar o praticante deste esporte 
a um super-herói? 
e) O que leva uma emissora de televisão a exibir uma reportagem na qual existe 
o interesse em revelar que o grande ídolo de MMA é um homem comum 
preocupado com a educação de seus filhos e com a boa relação com seus 
familiares, e que no dia-a-dia manifesta exemplos de dignidade e superação? 
f) Com a exposição na TV, e consequentemente, em todas as outras mídias – 
jornais, revistas, rádio, outdoor – os lutadores de MMA tornam-se, da noite 
para o dia, celebridades. No Brasil, tornam-se ídolos, principalmente de 
 
 
 
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crianças e adolescentes. Lutar dá prestígio, reconhecimento, poder, sucesso. 
Até que ponto isso pode influenciar em nossos comportamentos? 
g) As cenas de lutas na TV, associadas ao glamour midiático das transmissões, 
podem ratificar a banalização da violência dos dias de hoje, influenciando o 
comportamento de crianças e dos adolescentes? 
h) A extraordinária audiência promovida por estes programas vem 
acompanhada de uma milionária receita publicitária e uma crescente venda 
de produtos ligados a este “esporte”. Que relação isto tem com a maneira 
caricata com a qual a violência existente no esporte é abordada pela 
emissora? 
 
Atividade 3: Indústria do Medo 
 
Breve descrição: 
 
 Embora verifiquemos muita violência na televisão brasileira, pouco se debate neste 
veículo, sobre seus excessos e limites. Com o argumento de que o Estado quer silenciar e 
interferir na liberdade de imprensa as emissoras de televisão utilizam todos os recursos para 
garantir a audiência de seus programas. Deparamo-nos constantemente com programas de 
auditório que promovem brigas, com reportagens que mostram assassinatos ainda no cair 
da tarde, com ofensas, tiroteios, espancamentos. À medida que aumenta o “banho de 
sangue”, aumenta na mesma proporção a indústria ligada a segurança. 
 A atividade seguinte se desenvolveria em torno da apresentação de um texto do 
jornalista José Tadeu Arantes no qual o autor faz uma breve reflexão sobre a indústria do 
medo. 
 
Objetivo: 
 
 Fazer com os alunos reflitam sobre o papel exercido pelos meios de comunicação de 
massas no tocante à exposição da violência. Da mesma maneira, pensar o papel 
 
 
 
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desempenhado por setores sociais detentores de poder político e econômico e a relação 
existente entre seus interesses financeiros e a promoção da sociedade do medo. 
 
Previsão de desenvolvimento: Uma aula de 45 minutos. 
 
Recursos necessários: 
 
Cópia do texto, “A Indústria do medo” de José Tadeu Arantes, publicada no jornal Le Monde 
Diplomatique, Setembro de 2007. 
(Disponível em, http://www.diplomatique.org.br/editorial.php?edicao=3). 
 
Dinâmica utilizada: 
 
Primeiramente o professor faz uma breve apresentação do autor do texto, o jornalista 
José Tadeu Arantes. 
 
José Tadeu Arantes nasceu em São Paulo, em 11 de 
fevereiro de 1951. Estudou no Liceu Pasteur, na Escola 
Politécnica da USP e no Departamento de História da 
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da 
USP. Desde o início dos anos 1980, vem pesquisando 
intensamente temas relacionados a tradições espirituais, 
filosofia, psicologia e história. Como jornalista, exerceu o 
cargo de editor nos periódicos, Movimento, Leia, Retrato 
do Brasil, Saúde, Corpo a Corpo, Ágora, Globo Ciência, 
Galileu, Scientific American Brasil, História Viva e Le Monde Diplomatique Brasil. Participou 
na condição de colaborador, em quase duas dezenas de veículos de comunicação. Trabalha 
atualmente na Gerência de Comunicação da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do 
 
 
 
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Estado de São Paulo), e dá aulas no curso de Extensão em Jornalismo da PUC de São 
Paulo. 
Aplicação da Atividade: 
Após fazer uma breve apresentação do autor, o professor (a) distribuirá os textos aos 
alunos pedindo para que os mesmos façam a leitura. 
Em seguida, faria uma leitura juntamente com os alunos intercalando pausas para 
melhor interpretação e reflexão do texto, e estimulando o debate. 
Sugestão de trechos a serem debatidos com os alunos: 
1) “O time de George W. Bush beneficiou-se com a reeleição e os polpudos 
negócios proporcionados pela Guerra do Iraque graças a uma habilidosa 
orquestração do medo. Com o decisivo apoio das grandes corporações da mídia 
e do entretenimento, não foi difícil amestrar vontades previamente amaciadas 
pelo fast-food e a televisão”. 
2) “invente um inimigo e bata reiteradas vezes na mesma tecla. Com os adequados 
meios de amplificação e propagação, em pouco tempo, muitos estarão 
convencidos de que todos os gatos são pardos. A receita foi testada pela 
Inquisição, por Hitler e pelo obscuro senador de Wisconsin Joseph McCarthy. 
Funciona.” 
3) “No âmbito doméstico, o medo faz de todo pobre o potencial inimigo e confina os 
ricos (ou os que gostariam de sê-lo) em um mundo exclusivo de condomínios 
fortificados, carros blindados, câmeras de televisão, rastreamentos por GPS e 
escoltas particulares.” 
4) “O traficante é o nosso terrorista e qualquer pivete parado no semáforo pode ser 
uma ponta do crime organizado. Seria interesse identificar quem se beneficia, 
 
 
 
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direta ou indiretamente, com a paranóia e contabilizar os lucros da proveitosa 
indústria do medo.” 
 
 Sugestão de questões: 
a) No começo do texto, o autor diz que o “time de George W. Bush” se 
beneficiou de uma relação existente entre o que ele chamou de “negócios 
polpudos” e uma “habilidosa orquestração do medo”. Quais seriam essas 
vantagens? 
b) Segundo pesquisa1, quanto maior a intensidade do medo, maior à propensão 
dos indivíduos em realizar investimentos em segurança. Qual o papel da 
televisão no aumento da indústria da segurança? 
c) Num dado momento do texto o autor diz, “O traficante é o nosso terrorista e 
qualquer pivete parado no semáforo pode ser uma ponta do crime 
organizado”. Em que medida os estereótipos criados pela televisão contribui 
para anteciparmos nossos julgamentos sobre as atitudes de pessoas ligadas 
a determinados setores da sociedade? 
d) A violência verificada na televisão é condizente com aquela verificada em 
seus cotidianos? Qual a sensação que temos depois de ver uma cena 
violenta? 
 
 
 
 
1
 (ZANETIC, 2005, p.37-38). 
 
 
 
 
 
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 Bibliografia: 
 
http://depositodocalvin.blogspot.com.br/2008/06/perfil-calvin.html 
 
http://www.revistapontocom.org.br/materias/lutas-na-tv-aberta-para-que 
 
http://www.efdeportes.com/efd169/ufc-os-gladiadores-do-espetaculo-esportivo.htm 
 
http://josetadeuarantes.wordpress.com/category/autor/).

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