historia e evolução da toxicologia

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Profa Janete Eliza de Sá Soares 
História e evolução da 
Toxicologia 
Toxicologia 
Departamento de Farmácia 
FFOE 
UFC 
Profª Janete Eliza de Sá Soares / Toxicologia / 
UFC 
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História e evolução da Toxicologia 
RESENHA HISTÓRICA 
 
 IDADE ANTIGA: do aparecimento da escrita cerca de 4000 a.C. até 476 
(Século V), ano em que Roma, a capital do Império Romano no Ocidente, 
foi conquistada pelos bárbaros germânicos. 
 
 IDADE MÉDIA: prolonga-se de 476 (Século V) até 1453 (Século XV) ano 
em que Constantinopla a capital do Império Romano no Oriente foi 
conquistada pelos turcos. 
 
 IDADE MODERNA: estende-se de 1453 (Século XV) até 1789 (Século 
XVIII) ano em que iniciou-se a Revolução Francesa. 
 
 IDADE CONTEMPORÂNEA: prolonga-se de 1789 (Século XVIII) até os 
dias atuais. 
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 A cultura pré-histórica era familiarizada com 
diversos venenos animais e plantas 
venenosas. 
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 Noções de “substância” útil e 
nociva são conhecidas do 
homem: aprendeu a chamar de 
alimento “as substâncias” que 
lhe eram convenientes e de 
venenosas as que lhe faziam 
mal. 
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 Venenos animais e plantas venenosas: seu 
conhecimento para caçar, para lutar e eliminar 
pessoas indesejáveis dos pequenos grupos da 
sociedade primitiva. 
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 Na Antiguidade: uma 
grande quantidade de 
drogas oriundas de plantas, 
minerais e animais usados 
como venenos ou remédios. 
 
 Destacam-se as culturas 
antigas grega, romana e 
egípcia: muitas referências 
a venenos e antídotos. 
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 Cicuta (Conium maculatum): 
veneno oficial grego. Usado 
na execução de Sócrates 
(470 - 399 a. C.). 
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 No Egito: Cleópatra (veneno de uma áspide, 
Vipera aspis). 
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 Em Roma: o envenenamento de Claudius 
pela mulher Agripina com o cogumelo 
Amanita phalloides. 
 
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 Rei Mitrídates VI (132-163 
a.C.) de Pontus: descobriu 
um antídoto, supostamente, 
para todas as substâncias 
venenosas e, com medo de 
ser morto, ingeria 
regularmente uma mistura 
de cerca de 36 ingredientes 
para proteger-se de 
envenenamentos. 
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Papiro de Ebers 
(1500 AC) 
800 formulações: cicuta, conina, acônito 
(Aconitum napellus [1]), papaver 
(Papaver sominiferum [2]), ópio, 
cânhamo (Cannabis sativa [3]), beladona 
(Atropa belladona [4]), hioscina, 
antimônio, chumbo, cobre, etc. 
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[1] [2] [4] [3] 
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 Antigüidade: 
Salomão 
(972-929 
AC) 
Descreve a 
embriagues alcoólica. 
Vedas 
(incluindo 
Ayurveda) 
(900 AC) 
Citam-se venenos: 
oleandro (Nerium 
oleander [1]), arsênio, 
mercúrio, etc. 
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[1] 
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 Antigüidade: 
Hipocrates 
(400 AC) 
Medicina racional e princípios 
primitivos de toxicologia. 
Dioscórides 
 (50 AC) 
Primeira tentativa de 
classificação dos venenos. 
Uso de eméticos em 
envenenamento e agentes 
cáusticos em picadas de cobras. 
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 Antigüidade: 
Roma 
Antiga 
Morte por envenenamento e os riscos 
ocupacionais da vida pública. 
Características epidêmicas dos casos 
de envenenamento (até séc. IV DC). 
Lex 
Cornelia 
Primeira lei contra envenenamentos. 
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 Idade Média ao Renascimento: 
Na Itália 
Arte de envenenar e uso político. 
Cidades de Florença e Veneza e famílias 
famosas como os Medici e os Borgia 
Água Toffana: cosmético contendo arsênio. 
França, 
Holanda e 
Inglaterra 
Envenenamento: ameaça pública. 
Rudimentos 
da toxicologia 
experimental 
 Rapidez da resposta, noção de potência, 
especificidade e local de ação, sinais 
clínicos e sintomas. 
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 Contribuição da medicina oriental: 
Avicena 
(980-1035) 
Escreve sobre drogas e suas 
prescrições. 
Maimonides 
(1135-1204) 
 
 
Filósofo judeu da Idade Média. 
Descreve como evitar intoxicações e 
prescreve o uso de antídotos. 
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Parte da estrutura atual da 
toxicologia. 
 
Foco no agente tóxico. 
 
Todas as substâncias são 
venenos. Não existe 
nenhuma que não o seja. É 
a dose que diferencia o 
veneno do remédio. 
Paracelso (1493-1541) 
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Corolário de Paracelso: 
1. Experimentação é essencial na exame das respostas de 
um agente químico. 
2. Distinção entre propriedades terapêuticas e tóxicas da 
substância. 
3. Estas propriedades são algumas vezes, mas não sempre, 
indistinguíveis, exceto pela dose. 
4. Determinação do grau de especificidade da substância e 
seu efeito terapêutico ou tóxico. 
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 Toxicologia Moderna: 
Orfila 
(1787-1853) 
 
Pai da Toxicologia Moderna. 
Primeiro a fazer uma correlação 
sistemática entre agente químico e 
informações biológicas dos venenos 
conhecidos. 
Demonstrou os efeitos dos venenos em 
órgãos específicos através da análise dos 
venenos e do dano tecidual associado em 
material para autopsiar. 
Desenvolvimento de técnicas analíticas 
para detecção de venenos. 
Base da toxicologia forense. 
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 Toxicologia Moderna: 
Claude Bernard 
(1813-1878) 
Estudo do curare. 
Louis Lewin 
(1854-1929) 
Toxicologia do metanol, etanol e 
álcoois superiores, do clorofórmio, 
do uso crônico de ópio e de 
alucinógenos em plantas. 
Rudolf Peters 
Dimercaprol (BAL= British Anti-
Lewisite) – antídoto para gases de 
guerra contendo arsênio. 
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 Toxicologia Moderna: 
Rachel Carson – 
com o livro Silent 
Spring (1962) 
Exposição dos danos ao ambiente 
causados pelo uso indiscriminado de 
pesticidas (DDT). 
Uma tecnologia que parece inócua 
pode ter efeitos sérios a longo prazo 
no ambiente. 
As ações dos humanos tornaram-se 
a influência ambiental dominante na 
saúde e bem estar do ambiente. 
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Papiro de Ebers (1500 AC) 
Medicina egípcia 
Vedas (900 AC) 
Medicina hindu 
Hipócrates (400 AC) 
Medicina grega 
Aristóteles (384-322AC) 
Medicina grega 
Teofrasto (307-256 AC) 
Medicina grega 
Avicena (980-1037 DC) 
Galeno (131-200 DC) Dioscórides (50 DC) 
Maimonides (1135-1204 DC) 
Paracelso (1493-1541 DC) 
Orfila 
 (1787-1853 DC) 
Christison 
 (1797-1882 DC) 
Kobert 
 (1854-1918 DC) 
Lewin 
 (1854-1929 DC) 
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 Desastres tóxicos: 
EUA (1929-31) 
Intoxicação coletiva (+ de 20.000 
pessoas) – paralisia. 
Tricresil-o-fosfato utilizado na 
preparação de extrato de gengibre. 
EUA (1937) 
Elixir de sulfanilamida a 10% em 
dietilenoglicol para tratamento de 
faringite estreptocócica. 107 mortes. 
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 Desastres tóxicos: 
Japão (1953) 
Paralisia sensorial e motora letal. 
Metilmercúrio oriundo de resíduos 
industriais. 
Metilmercúrio em peixes  tiometil-
mercúrio  metilmercúrio-cisteína 
nos músculos do peixe. 
Iraque (1956) 
Intoxicação maciça por farinha de 
trigo: grãos tratados com o fungicida 
etilmercúrio-p-toluenossulfanilida. 
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 Desastres tóxicos: 
Marrocos 
(1959) 
2.000 pessoas com “paralisia do azeite”: 
consumo de azeite adulterado com 
lubrificante usado em aviões, que contem 
a mistura de 2,3 e 4-tricresilfosfatos. 
Holanda 
(1960) 
16.250 intoxicados com a “enfermidade da 
margarina” alérgica: uso de emulsificante 
de um éster do ácido maléico e glicerina. 
EUA: intoxicação paralítica da margarina 
por papel plastifica que cedeu o-
cresilfosfato à margarina. 
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 Desastres tóxicos: 
Alemanha 
(1961) 
10.000 crianças nascem com focomelias: 
uso da talidomida como tranqüilizante 
pelas mães gestantes no 3º a 6º mês. 
EUA 
(1971) 
Mulheres jovens de 14-22 anos com 
adenoma vaginal, cujas mães no 3º mês 
de gravidez tomaram dietilestilbestrol. 
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 Desastres tóxicos: 
Costa-Rica 
(1970-80) 
1.500 trabalhadores de plantações de 
bananas afetados com infertilidade 
permanente: uso do nematocida DBCP 
(1,2-dibromo-3-cloro-propano). 
Correlação dos efeitos com o tempo de 
exposição. 
Afeganistão 
(1975) 
35.000 pessoas intoxicados por alimento 
contaminado com Heliotropium popovi, 
que contem alcalóides pirrolizidínicos 
causando a síndrome veno-oclusiva. 
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 Desastres tóxicos: 
Itália 
(1976) 
Escape de tetraclorodibenzo-p-dioxina de 
uma fábrica de produtos farmacêuticos. 
Mais de 5000 intoxicados. Autorização de 
aborto. 
Índia 
 (1977) 
268.000 neuro-intoxicações e porfirinas: 
consumo de farinha de grãos tratados com 
o fungicida hexaclorobenzeno. 
1956 na Turquia: crianças intoxicadas por 
causa do pó de talco. 
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 Desastres tóxicos: 
Espanha 
(1978) 
200 intoxicações com mortes: arsenato 
de sódio no lugar do citrato de sódio 
em vinho. 
Argentina 
(1980) 
Crianças com acrodinia (parestesia, 
sensibilidade nas extremidades, 
avermelhamento, erupção e esfoliação 
da pele e afecção renal): roupas de 
uma lavanderia tratadas com 
fenilmercúrio como antifungo. 
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 Desastres tóxicos: 
Espanha 
(1981) 
24.396 pessoas com “síndrome do 
azeite tóxico”: azeite de colza 
desnaturalizado com anilina. Afecção 
pulmonar e cutânea e atrofia muscular 
e neuropatia periférica. 
Índia (1984) 
Tragédia de Bhopal: 200.000 pessoas 
afetadas e 8.000 mortos. Escape de 
metil-isocianato em uma fábrica de 
agroquímicos (Union Carbide 
Corporation). 
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 Desastres tóxicos: 
Argentina 
(1987) 
Contaminação de carne com 
praguicida arsenical. 
Uruguai 
(1992) 
118 intoxicações por bromato de 
potássio em padaria e pastelaria. 
Transtornos gastrointestinais, auditivos 
e renais). 
Espanha 
(1992) 
Intoxicação de trabalhadores de uma 
industria textil: produto da reação de 
ácido adípico e dietilenotriamina. 
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 O que é a Toxicologia? 
 
 Definição da Sociedade de Toxicologia Americana: 
 
 Toxicologia é a disciplina que integra toda a 
informação científica de modo a preservar e 
proteger a saúde e o ambiente da periculosidade 
apresentada por agentes químicos e físicos. 
 
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