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Histórico da toxicologia

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Raquel Diniz|FARMÁCIA – 8º P 
Referências: Livro – Fundamentos De Toxicologia (Oga Seizi) 
HISTÓRICO 
 toxicologia 
 
 
• Desde a época mais remota, o homem possuía 
conhecimento sobre os efeitos tóxicos de venenos de 
animais e de uma variedade de plantas tóxicas - a 
Toxicologia é uma das ciências práticas mais antigas. 
→ O Poder aniquilador de venenos era frequentemente 
utilizado como instrumento de caça ou arma contra os 
inimigos. 
• Papiro de Ebers (1500 a.C.) - origem egípcia, registra uma 
lista de 800 ingredientes ativos, incluindo metais do tipo 
chumbo e cobre, venenos de animais e vegetais tóxicos. 
• Hippocrates (460-364 a.C.), Theophrastus (370-287 a.C.), 
Dioscorides (40 – 90 A.c.) contribuíram para a identificação 
de novos agentes tóxicos e terapêuticos 
• Na Antiguidade, o veneno foi muito utilizado com fins 
políticos (execuções do estado) – um caso famoso é o de 
Sócrates, condenado à morte pela ingestão de extrato de 
cicuta. 
• Dioscorides foi responsável pela primeira classificação de 
venenos: 
→ Origem animal – veneno de víboras, sapos e 
salamandras. 
→ Origem vegetal – ópio, cicuta, acônito e digitalis. 
→ Origem mineral – arsênio, chumbo, cobre e antimônio. 
• Mitridates (120-63 a. C.), um rei do Ponto no século II a. C., 
provavelmente, foi o primeiro a realizar experiências 
toxicológicas. Temendo ser envenenado, ele testava vários 
tipos de venenos em seus escravos na tentativa de 
encontrar seus antídotos. 
→ De seus experimentos resultou o Mithridaticum, uma 
mistura que continha basicamente gordura de víbora e 
enxofre e utilizada como tônico e poderoso antídoto. 
→ Essa mistura passou por algumas alterações e, ainda na 
Idade Média, era utilizada com o nome de Theriacum. 
 
• Nicadro (204 – 135 a.C.) descreveu a toxicidade e o 
antidotismo de muitos venenos em seus dois poemas 
intitulados Theric e Alexipharmaca: a raiz do helébo foi 
citada como agente terapêutico no tratamento da loucura 
e como veneno de flechas, por exemplo; plantas como o 
estramônio e a beladona foram designadas mandrágoras. 
• Em Roma, o uso indiscriminado de venenos ganhou 
proporções epidêmicas durante o século IV a.C., 
prosseguindo até cerca de 82 a.C. quando Sulla elaborou a 
Lex Cornelia, que parece ter sido a primeira lei para punir 
envenenadores. 
• Avicena contribuiu com discussões sobre mecanismos de 
ação de venenos, incluindo neurotoxicidade e efeitos 
metabólicos. Ele recomendava a pedra de bezoar como 
antídoto e preventivo de doenças. 
• As pedras preciosas eram tidas como excelentes antídotos 
– quanto maior o valor maior era o efeito atribuído a elas. 
• Até os primórdios do Renascimento, os envenenamentos 
eram aceitos pela sociedade europeia como “risco normal” 
da vida cotidiana. 
• A medicina árabe desenvolveu métodos químicos – 
destilação, sublimação e cristalização – para a preparação 
de extratos medicamentosos, aplicados também aos 
venenos. 
→ Um médico expoente desta época foi Maimonides que 
escreveu um tratado, Poisons and their Antidotes, 
sobre o tratamento de envenenamento por cobras, 
insetos e cachorros loucos - efeito protetor do leite, 
manteiga e gorduras, ao retardar a absorção intestinal 
de venenos. 
• Renascimento - uso do veneno com finalidade criminal na 
Itália. 
• Luis XIV (França) estabeleceu a Chambre Ardente para 
punir envenenadores, o que levou a diminuição do uso de 
veneno com finalidade criminal. 
• Paracelsus (1493-1541) – desenvolveu estudos e ideias 
envolvendo a farmacologia, a toxicologia e a terapêutica, 
sendo que vários princípios permanecem válidos ainda 
hoje. 
“Todas as substâncias são venenos; não há nenhuma 
que não seja um veneno. A dose correta diferencia o 
veneno do remédio.” 
 
 
 Raquel Diniz|FARMÁCIA – 8º P 
Referências: Livro – Fundamentos De Toxicologia (Oga Seizi) 
• Além disso, Paracelsus publicou em 1567 o On the 
miner‘s sickness and other diseases of miners, o estudo 
mais completo até então realizado em toxicologia 
ocupacional. 
• Ramazzini, em 1700, publicou o livro Discouse on the 
diseases of worker, que marca o início do 
desenvolvimento da Medicina e Toxicologia Ocupacional. 
• Fontana é considerado o fundador da Toxicologia 
Moderna por conta de seus estudos realizados com 
venenos de serpentes. 
• Magendie demonstrou o funcionamento de nervos 
espinhais, estudou o fluxo sanguíneo e os fenômenos de 
deglutição e vômito. Introduziu a estricnina, o iodeto, o 
brometo e o ópio na medicina. 
• Bernard, discípulo de Magendie, contribuiu com a 
introdução do conceito de toxicidade de substâncias em 
órgãos-alvo; seu estudo do curare permitiu o 
esclarecimento de seu mecanismo de ação sobre a placa 
terminal de músculos estriados e sua aplicação em 
pacientes durante a anestesia cirúrgica. 
• Rognetta, discípulo de Bernard, descreveu mecanismos 
de ação de vários agentes tóxicos, especialmente do 
arsênio. 
• Ehrlich dedicou-se ao estudo da toxicodinâmica e da 
farmacodinâmica; propôs a teoria de que as substâncias 
ativas teriam pontos específicos de ataque no organismo 
(interações químico-biológicas); fundou a teoria dos 
receptores. 
• Plenck introduziu técnicas analíticas na toxicologia para 
identificar e quantificar os agentes tóxicos em tecidos. 
Daí surge a Toxicologia Forense. 
• Orfila escreveu o Traité de Toxicologie e o foi o primeiro 
toxicologista a usar, sistematicamente, material de 
autópsia e análise química como prova legal de 
envenenamento; concluiu que os agentes tóxicos são 
absorvidos pelo trato gastrintestinal. 
• Accum foi o pioneiro na aplicação da Química Analítica 
para a detecção de contaminantes em alimentos e 
preparações farmacêuticas. 
• Século XX – avanço tecnológico na síntese química e 
introdução de milhares de novos compostos para fins 
farmacêuticos, alimentares e agrícolas. 
→ PROBLEMA: Muitos casos de intoxicação. 
Exemplos: 
→ Em 1937, houve centenas de mortes de pacientes 
tratados com sulfanilamida (intoxicação foi causada 
pelo solvente dietilenoglicol). 
→ No final da década de 1950, várias crianças foram 
vítimas de grave acidente provocado pela utilização de 
talidomida por mulheres grávidas (a talidomida é 
potencialmente teratogênica aos fetos). 
• Após a Segunda Guerra Mundial, a Toxicologia 
experimentou notável desenvolvimento, principalmente 
a partir da década de 1960, deixando de ser a ciência 
envolvida apenas com o aspecto forense. 
 
E HOJE, COMO ANDA A TOXICOLOGIA?! 
→ Ênfase voltada à avaliação da segurança e risco na 
utilização de substâncias químicas e à aplicação de 
dados gerados em estudos toxicológicos como base 
para o controle regulatório. 
→ Estudos de carcinogenicidade, mutagenicidade, 
teratogenicidade, assim como aspectos preditivos e 
comportamentais de substâncias químicas são alguns 
tópicos da toxicologia contemporânea. 
→ Autoridades de vários países decidiram como 
obrigatórios os testes de toxicidade de todos os 
medicamentos, previamente ao seu registro junto 
aos órgãos competentes. 
→ NO BRASIL, a Resolução 1/88 do Conselho Nacional 
de Saúde estabeleceu normas a serem seguidas para 
os ensaios pré-clínicos e clínicos. 
→ A OBRIGATORIEDADE de ensaios toxicológicos 
também é válida para substâncias como praguicidas, 
domissanitários e aditivos alimentares. 
→ A regulamentação é feita principalmente pelo 
ministério da Saúde, Ministérios da Agricultura e pelo 
Ibama. 
→ A Toxicologia visa propor maneiras seguras de se 
expor às substâncias químicas.

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