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Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 1 Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais 1.6.1 - Limites 1.6.3 - Significado geome´trico da derivada 1.6.2 - Derivadas 1.6.4 - Regras de derivac¸a˜o Utilizaremos agora o ferramental aprendido no curso de Ca´lculo 1 para definir limites e derivadas para func¸o˜es vetoriais de uma varia´vel real. 1.6.1 - Limites A noc¸a˜o de limite para uma func¸a˜o F (t) = (x(t), y(t), z(t)) e´ semelhante a` de func¸o˜es de uma varia´vel real simples. Por isso, vamos primeiro nos lembrar da noc¸a˜o aprendida de limites para uma func¸a˜o f : R → R. Um limite lim x→a f(x) = L significa que, conforme a varia´vel x se aproxima de a, na˜o importa se pela esquerda ou pela direita, a func¸a˜o f(x) se aproxima cada vez mais de L. Isto e´ ilustrado no exemplo a seguir. Exemplo 1: calcule lim x→1 x2. Soluc¸a˜o: queremos calcular o limite da func¸a˜o f(x) = x2 quando x → 1. Para isso, consideremos nu´meros bem pro´ximos de 1, dados nas tabelas a seguir. Conforme vamos nos aproximando de x = 1, seja pela esquerda (nu´meros menores que 1), seja pela direita (nu´meros maiores que 1), o valor de f(x) vai se aproximando de f(x) = 1. x f(x) 0 0 0, 5 0, 25 0, 75 0, 5625 0, 9 0, 81 0, 99 0, 9801 0, 999 0, 998001 x f(x) 2 4 1, 5 2, 25 1, 25 1, 5625 1, 1 1, 21 1, 01 1, 0201 1, 001 1, 002001 Se pude´ssemos fazer uma aproximac¸a˜o infinita, ter´ıamos o resultado f(x) = 1. Portanto, podemos escrever lim x→1 x2 = 1. As duas figuras a seguir mostram duas formas diferentes de visualizarmos o processo do limite deste exemplo. x y −2 −1 0 1 2 1 2 3 4 x y −2 −1 0 1 2 1 2 3 4 Exemplo 2: dada a func¸a˜o f(x) = { 2 + x , x < 4 2− x , x > 4 , calcule limx→4 f(x), se este existir. Soluc¸a˜o: por aproximac¸o˜es sucessivas, temos x 3, 9 3, 99 3, 999 3, 9999 f(x) 5, 9 5, 99 5, 999 5, 9999 e x 4, 1 4, 01 4, 001 4, 001 f(x) −2, 1 −2, 01 −2, 001 −2, 0001 , de modo que na˜o existe o limite lim x→4 f(x). Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 2 Para func¸o˜es vetoriais, a regra do limite e´ bastante simples: como uma func¸a˜o vetorial F (t) = (x1(t), x2(t), · · · , xn(t)) pode ser vista como uma n-upla ordenada de func¸o˜es escalares, o limite de uma func¸a˜o vetorial quando t tende a um valor t = t0 sera´ o limite das func¸o˜es que a compo˜e, isto e´, lim t→t0 F (t) = ( lim t→t0 x1(t), lim t→t0 x2(t), · · · , lim t→t0 xn(t) ) . Exemplo 3: calcule lim t→1 (t2 − 5, 2t). Soluc¸a˜o: lim t→1 (t2 − 5, 2t) = (−4, 2). Exemplo 4: calcule lim t→∞ (t− 4t2, t, 1/t). Soluc¸a˜o: lim t→∞ (t− 4t2, t, 1/t) = (−∞,∞, 0). Observe que o limite de uma func¸a˜o vetorial F (t) = (x(t), y(t)) sera´ um elemento do R2. Podemos ainda pensar nesse tipo de li- mite como sendo um processo segundo o qual estabelecemos inter- valos cada vez menores em torno de t = t0 e, como consequeˆncia, temos intervalos cada vez menores em torno do limite, o que e´ re- presentado na figura ao lado. Isto significa que, se t estiver dentro de um intervalo aberto ]t0 − δ, t0 + δ[, enta˜o F (t) estara´ dentro de um c´ırculo (sem a borda), que chamaremos bola aberta, em torno de L = (x0, y0). Esta e´ a noc¸a˜o mais pro´xima do verdadeiro conceito de limite, que sera´ estudado mais tarde no contexto de func¸o˜es de diversas varia´veis. b x y x0 y0 z L f bc bc Exemplo 5: calcule lim t→0 ( sen t t , t, t2 − t t− 1 ) . Soluc¸a˜o: esta e´ uma situac¸a˜o em que podemos aplicar o teorema de L’Hoˆpital no limite do primeiro elemento da terna ordenada (mas na˜o aos outros dois): lim t→0 ( sen t t , t, t2 − t t− 1 ) = lim t→0 ( cos t 1 , t, t2 − t t− 1 ) = ( cos 0, 0, 0 −1 ) = (1, 0, 0) . 1.6.2 - Derivadas Lembremo-nos da definic¸a˜o de derivada para func¸o˜es de uma varia´vel real a uma varia´vel real, f : R → R, como sendo o limite da taxa de variac¸a˜o de uma func¸a˜o quando a variac¸a˜o da varia´vel independente tende a zero: f ′(x) = df dx = lim ∆x→0 ∆f ∆x = lim ∆x→0 f(x+∆x)− f(x) ∆x . Graficamente, ela coorresponde ao coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (x, f(x)) e (x+∆x, f(x+∆x)) quando ∆x tende a zero, como e´ mostrado nas figuras a seguir. y x b bf(x+∆x) f(x) x x+∆x y x b bf(x+∆x) f(x) x x+∆x y x b bf(x+∆x) f(x) x x+∆x Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 3 Vimos durante o curso de Ca´lculo 1 que existem diversas fo´rmulas e te´cnicas que tornam poss´ıvel derivar func¸o˜es sem a necessidade de utilizar a definic¸a˜o de derivada. Veremos agora como adaptar essa definic¸a˜o a func¸o˜es vetoriais. Comec¸amos escrevendo a variac¸a˜o de uma func¸a˜o vetorial com relac¸a˜o ao seu paraˆmetro t quando este varia em ∆t = h: ∆F = F (t+ h)− F (t) = (x(t+ h), y(t+ h)) − (x(t), y(t)) = (x(t+ h)− x(t), y(t+ h)− y(t)) . A taxa de variac¸a˜o fica ∆F ∆t = (x(t+ h)− x(t), y(t + h)− y(t)) h . Pela definic¸a˜o de derivada como o limite de h→ 0, ficamos, enta˜o, com F ′(t) = dF dt = lim h→0 ∆F ∆t = lim h→0 (x(t+ h)− x(t), y(t+ h)− y(t)) h = lim h→0 ( x(t+ h)− x(t) h , y(t+ h)− y(t) h ) . De acordo com a definic¸a˜o de limites de func¸o˜es vetoriais vista na sec¸a˜o anterior e com a definic¸a˜o de derivada de uma func¸a˜o escalar, ficamos com F ′(t) = ( lim h→0 x(t+ h)− x(t) h , lim h→0 y(t+ h)− y(t) h ) = ( x′(t), y′(t) ) . Portanto, a derivada de uma func¸a˜o vetorial F (x(t), y(t)) e´ simplesmente o par ordenado formado pelas derivadas de suas func¸o˜es componentes. A generalizac¸a˜o para uma func¸a˜o de R em Rn, F (t) = (x1(t), x2(t), · · · , xn(t)) , e´ bastante imediata: F ′(t) = ( x′1(t), x ′ 2(t), · · · , x′n(t) ) . Exemplo 1: calcule a derivada de F (t) = (t2 − 1, sen t). Soluc¸a˜o: F ′(t) = (2t, cos t). Exemplo 2: calcule a derivada de F (t) = ( et, 2t, ln t). Soluc¸a˜o: F ′(t) = ( et, 2t ln 2, 1 t ) . O pro´ximo exemplo utiliza a regra da derivada do produto de duas func¸o˜es, (uv)′ = u′v + uv′. Exemplo 3: calcule a derivada de F (t) = (t cos t, t2 ln t, et sen t). Soluc¸a˜o: utilizando a derivada do produto, F ′(t) = ( 1 · cos t+ t(− sen t), 2t ln t+ t2 1 t , et sen t+ et cos t ) = ( cos t− t sen t, 2t ln t+ t, et sen t+ et cos t) . A regra da cadeia, df dx = df dg dg dx , e´ utilizada nos pro´ximos dois exemplos. Exemplo 4: calcule a derivada de F (t) = ( cos (2t), e−t 2 , t ) . Soluc¸a˜o: F ′(t) = ( − sen (2t) · 2, e−t2 · (−2t), 1 ) = ( −2 sen (2t),−2t e−t2, 1 ) . Exemplo 5: calcule a derivada de F (t) = ( t sen (2t), √ t2 − 1, ln sen (2t− 1) ) . Soluc¸a˜o: comec¸amos escrevendo F (t) = ( t sen (2t), (t2 − 1)1/2, ln sen (2t− 1)). A derivada dessa func¸a˜o fica F ′(t) = ( 1 · sen (2t) + t cos (2t) · 2, 1 2 (t2 − 1)−1/2 · 2t, 1 sen (2t− 1) · cos (2t− 1) · 2 ) = = ( sen (2t) + 2t cos (2t), t(t2 − 1)−1/2, 2 cos (2t− 1) sen (2t− 1) ) . Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 4 Um u´ltimo exemplo utiliza a regra da derivada do quociente de duas func¸o˜es, (u v ) ′ = u′v − uv′ v2 . Exemplo 5: calcule a derivada de F (t) = ( t2 1− t , tg t ) . Soluc¸a˜o: comec¸amos escrevendo F (t) = ( t2 1− t , sen t cos t ) . A derivada dessa func¸a˜o fica F ′(t) = ( 2t(1− t)− 2(−1) (1− t)2 , cos t · cos t− sen t(− sen t) cos 2t ) = ( 2t(1− t) + 2 (1− t)2 , cos 2t+ sen 2t cos 2t ) = = ( 2t(1− t) + 2 (1− t)2 , 1 cos 2t) = ( 2t(1− t) + 2 (1 − t)2 , sec 2 t ) , onde utilizamos a relac¸a˜o trigonome´trica fundamental sen 2t+ cos 2t = 1 e a definic¸a˜o da secante. 1.6.3 - Significado geome´trico da derivada Veremos agora qual e´ a interpretac¸a˜o geome´trica da derivada de uma func¸a˜o vetorial. Consideremos a primeira figura abaixo, que ilustra a imagem de uma func¸a˜o F (t) = (x(t), y(t), z(t)). Nessa figura esta˜o destacados dois pontos, F (t0) e F (t0 + h), representados em forma vetorial. x y z b F (t0) b F (t0 + h) x y z b F (t0) b F (t0 + h) ∆F A diferenc¸a entre os dois vetores e´ dada por ∆F = F (t0+h)−F (t0), de modo que F (t0)+∆F = F (t0+h). Como F (t0 + h) e´ a soma dos vetores F (t0) e ∆F , podemos representar o vetor ∆F como sendo o vetor que vai de F (t0) a F (t0 + h), como ilustrado na segunda figura acima. Como a derivada e´ o limite de uma taxa de variac¸a˜o ∆F h , ela tera´ a mesma direc¸a˜o de ∆F quando h tende a zero. O pro´ximo exemplo calcula va´rias aproximac¸o˜es da derivada de uma func¸a˜o vetorial e ilustra o que acontece graficamente. Exemplo 1: calcule aproximac¸o˜es sucessivas da derivada da func¸a˜o F (t) = (2 cos (3t), 2 sen (3t), t+ 1). Soluc¸a˜o: a tabela a seguir mostra os valores da func¸a˜o para t = 1, t = 1, 01, t = 1, 1 e t = 1, 5 usando quatro casas decimais de precisa˜o. t x(t) y(t) z(t) 1 −1, 9800 0, 2822 2 1, 01 −1.9876 0, 2227 2, 01 1, 1 −1, 9750 −0, 3155 2, 1 1, 5 −0, 4216 −1, 9551 2, 5 Esses valores sa˜o utilizados para calcular as taxas de variac¸a˜o a seguir. As respectivas taxas de variac¸a˜o, expressas como vetores partindo de F (1), sa˜o representadas graficamente ao lado de cada ca´lculo. Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 5 • Entre t = 1 e t = 1, 5: ∆F ∆h = F (1, 5)− F (1) 1, 5− 1 ≈ ≈ (−0, 4216,−1, 9551, 2, 5)− (−1, 9800, 0, 2822, 2) 0, 5 = = (1, 5584,−2, 2373, 0, 5) 0, 5 ≈ (3, 1168,−4, 4746, 1) . x y z b F (1) b F (1, 5) ∆F • Entre t = 1 e t = 1, 1: ∆F ∆h = F (1, 1)− F (1) 1, 1− 1 ≈ ≈ (−1, 9750,−0, 3155, 2, 1)− (−1, 9800, 0, 2822, 2) 0, 1 = = (0, 0050,−0, 5977, 0, 1) 0, 1 ≈ (0, 0502,−5, 9773, 1) . x y z b F (1)b F (1, 1) ∆F • Entre t = 1 e t = 1, 01: ∆F ∆h = F (1, 01)− F (1) 1, 01− 1 ≈ ≈ (−1, 9876, 0, 2227, 2, 01)− (−1, 9800, 0, 2822, 2) 0, 01 = = (−0, 0076,−0, 0595, 0, 01) 0, 01 ≈ (−0, 7575,−5, 9518, 1) . x y z b F (1)b F (1, 01) ∆F Dos nu´meros e das figuras, deve-se observar que, primeiro, ao contra´rio do vetor diferenc¸a, ∆F , o mo´dulo do vetor derivada na˜o diminui necessariamente conforme h diminui. Em segundo lugar, pode-se observar das figuras que o vetor derivada F ′(t0) e´ tangente ao vetor F (t0). 1.6.4 - Regras de derivac¸a˜o Como vimos no cap´ıtulo anterior, podemos somar duas func¸o˜es vetoriais, multiplicar uma func¸a˜o vetorial por um escalar e calcular o produto interno entre duas func¸o˜es vetoriais. Veremos agora como funcionam as regras de derivac¸a˜o para essas operac¸o˜es. a) Derivada da soma Considerando que, dadas F (t) = (x1(t), x2(t), · · · , xn(t)) e G(t) = (y1(t), y2(t), · · · , yn(t)), a sua soma fica F (t) +G(t) = (x1(t) + y1(t), x2(t) + y2(t), · · · , xn(t) + yn(t)) , a derivada dessa soma fica [F (t) +G(t)]′ = ( x′1(t) + y ′ 1(t), x ′ 2(t) + y ′ 2(t), · · · , x′n(t) + y′n(t) ) = = ( x′1(t), x ′ 2(t), · · · , x′n(t) ) + ( y′1(t), y ′ 2(t), · · · , y′n(t) ) = F ′(t) +G′(t) . Portanto, temos a seguinte regra para a derivada da soma de duas func¸o˜es vetoriais: [F (t) +G(t)]′ = F ′(t) +G′(t) , ou seja, a derivada da soma e´ a soma das derivadas. Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 6 Exemplo 1: calcule [F (t) +G(t)]′, onde F (t) = (5,−t, t3) e G(t) = (t, 2− t, t2). Soluc¸a˜o: [F (t) +G(t)]′ = F ′(t) +G′(t) = (0,−1, 3t2) + (1,−1, 2t) = (1,−2, 3t2 + 2t). b) Derivada do produto por um escalar Dada uma func¸a˜o vetorial F (t) = (x1(t), x2(t), · · · , xn(t)), o seu produto por um escalar α ∈ R fica αF (t) = (αx1(t), αx2(t), · · · , αxn(t)) . A derivada dessa operac¸a˜o fica [αF (t)]′ = ( αx′1(t), αx ′ 2(t), · · · , αx′n(t) ) = α ( x′1(t), x ′ 2(t), · · · , x′n(t) ) = αF ′(t) . Portanto, temos a seguinte regra para a derivada do produto de uma func¸a˜o vetorial por um escalar: [αF (t)]′ = αF ′(t) . Exemplo 1: calcule [3F (t)]′, onde F (t) = ( sen t, et, t). Soluc¸a˜o: [3F (t)] ′ = 3F ′(t) = 3( cos t, et, 1) = (3 cos t, 3 et, 3). c) Derivada do produto interno Dadas F (t) = (x1(t), x2(t), · · · , xn(t)) e G(t) = (y1(t), y2(t), · · · , yn(t)), o produto interno entre elas fica 〈F (t), G(t)〉 = x1(t)y1(t) + x2(t)y2(t) + · · · + xn(t)yn(t) , de modo que a derivada fica 〈F (t), G(t)〉′ = x′1(t)y1(t) + x1(t)y′1(t) + x′2(t)y2(t) + x2(t)y′2(t) + · · · + x′n(t)yn(t) + xn(t)y′n(t) = = x′1(t)y1(t) + x ′ 2(t)y2(t) + · · ·+ x′n(t)yn(t) + x1(t)y′1(t) + x2(t)y′2(t) + · · ·+ xn(t)y′n(t) = = 〈 F ′(t), G(t) 〉 + 〈 F (t), G′(t) 〉 . Portanto, temos a seguinte regra para a derivada do produto interno entre duas func¸o˜es vetoriais: 〈F (t), G(t)〉′ = 〈F ′(t), G(t)〉 + 〈F (t), G′(t)〉 . Exemplo 1: calcule 〈F (t), G(t)〉′, onde F (t) = (1, t,−t) e G(t) = (t, 1 + t, 1− t). Soluc¸a˜o: 〈F (t) +G(t)〉′ = 〈F ′(t), G(t)〉 + 〈F (t), G′(t)〉 = 〈(0, 1,−1), (t, 1 + t, 1− t)〉+ 〈(1, t,−t), (1, 1,−1)〉 = = 1 + t− 1 + t+ 1 + t+ t = 1 + 4t. Observac¸a˜o: geralmente, e´ mais fa´cil fazer primeiro o produto interno entre duas func¸o˜es vetoriais e depois derivas o resultado em vez de utilizar a fo´rmula aqui deduzida. Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 7 Resumo • Limite de uma func¸a˜o vetorial. lim t→t0 F (t) = ( lim t→t0 x1(t), lim t→t0 x2(t), · · · , lim t→t0 xn(t) ) . • Derivada de uma func¸a˜o vetorial. F ′(t) = (x′1(t), x′2(t), · · · , x′n(t)). • Significado geome´trico da derivada. O vetor derivada de uma func¸a˜o para um valor t = t0, F ′(t0), e´ perpendicular ao vetor F (t0). • Derivada da soma. [F (t) +G(t)]′ = F ′(t) +G′(t). • Derivada do produto por um escalar. [αF (t)]′ = αF ′(t), α ∈ R. • Derivada do produto interno. 〈F (t), G(t)〉 = 〈F ′(t), G(t)〉 + 〈F (t), G′(t)〉. Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 8 Exerc´ıcios - Cap´ıtulo 1.6 Nı´vel 1 Limite de uma func¸a˜o vetorial Exemplo 1: calcule lim t→1 t2 − 1 t− 1 . Soluc¸a˜o: lim t→1 t2 − 1 t− 1 = limt→1 (t+ 1)(t− 1) t− 1 = limt→1(t+ 1) = 2, E1) Calcule os seguintes limites: a) lim t→0 ( 2t+ 1 t− 4 , t2 − 1 2t− 1 ) . b) lim t→∞ ( t2 + 4 2t2 − 1 , 1 t , t− t2 ) . c) lim t→0 ( cos t− 1 t , t2 − 1 t2 , sen t t ) . d) lim t→1 ( 1 t− 1 , 1 t ) . Derivadas de func¸o˜es vetoriais Exemplo 2: calcule a derivada de F (t) = ( t cos t, ln(3t), √ t ) . Soluc¸a˜o: F ′(t) = ( cos t− t sen t, 1 3t · 3, 1 2 t−1/2 ) = ( cos t− t sen t, 1 t , 1 2 √ t ) . E2) Calcule as derivadas das seguintes func¸o˜es: a) F (t) = (1 + t2, t, 1− 2t). b) F (t) = (2 sen t, et, 2 ln t). c) F (t) = (3 cos t, 3t, log2 t, 3). d) F (t) = (ln(5t), cos t2). e) F (t) = ( √ 4− t2, 1 2t− 4 , e −2t3). f) F (t) = ( sen ( ln(1− t3)) , 3t− 8√ 1− t3 ) . g) F (t) = ( t cos t, t2 ln t, t− t3 sen t). h) F (t) = ( t2 √ t2 − 4, t ln(1− t2), t et sen t ) . i) F (t) = ( 1− t 2 + t2 , ln t 2 + sen t ) . Derivadas de operac¸o˜es com func¸o˜es vetoriais Exemplo 3: dadas F (t) = (1 + t, 2− t) e G(t) = (t2, 1− 2t), calcule [F (t)−G(t)]′ e [〈F (t), G(t)〉]′. Soluc¸a˜o: [F (t)−G(t)]′ = F ′(t) − G′(t) = (1,−1) − (2t,−2)= (1 − 2t, 1) e [〈F (t), G(t)〉]′ = 〈F ′(t), G(t)〉+ + 〈F (t), G′(t)〉 = 〈(1,−1), (t2, 1− 2t)〉+ 〈(1 + t, 1− t), (2t,−2)〉 = t2 − 1 + 2t+ 2t+ 2t2 − 2 + 2t = 3t2 + 6t− 3. E3) Dadas as func¸o˜es F (t) = (t, t− 1, 2), G(t) = (1 + t, t2,−t) e H(t) = (0,−1, t), calcule: a) [F (t) +G(t)]′. b) [3G(t)]′. c) [2F (t) +G(t)−H(t)]′. d) [〈F (t),H(t)〉]′. Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 9 Nı´vel 2 E1) Verifique se F (t) { tg t t , t 6= 0 1 , t = 0 e´ cont´ınua em t = 0. E2) Dada a func¸a˜o F (t) = ( cos t, sen t), mostre que F ′(t) e´ ortogonal a F (t) para todo t ∈ R. E3) Calcule um vetor tangente a F (t) = (t, 1 + t2, 2− t2) em t = 1 que tenha mo´dulo 1. E4) Definindo F ′′(t) como a derivada segunda de F (t), ou seja, F ′′(t) = [F ′(t)]′, calcule a derivada segunda de F (t) = ( cos (wt+ ϕ), sen (wt+ ϕ)), onde w e ϕ sa˜o constantes, e mostre que F ′′(t) = −w2F (t). E5) Mostre que as curvas dadas pelas imagens de F (t) = ( et, 2− et, 2 e3t) e G(t) = ( sen t, 1 + cos t, 3− sen t) se cruzam no ponto (1, 1, 2). Nı´vel 3 E1) Dada uma func¸a˜o F (t) deriva´vel ate´ pelo menos a primeira ordem: a) prove que G(t) = F (t) ||F (t)|| tem norma 1. b) prove que G′(t) e´ ortogonal a G(t) para todo t ∈ D(G). c) prove que F ′(t) = 1 2||F (t)||G(t) + ||F (t)||G ′(t). E2) Calcule o aˆngulo entre os vetores tangentes a F (t) = ( 1− t2, 2 + t, t3) e G(t) = ( cos t, 2− sen t, 2 sen t) no ponto onde as imagens dessas curvas se cruzam. E3) Mostre que a norma da projec¸a˜o da derivada da func¸a˜o F (t) = ( sen (rt), cos (rt), sen 2(rt) ) sobre a func¸a˜o G(t) = ( cos (rt),− sen (rt), 0) e´ constante. Respostas Nı´vel 1 E1) a) ( −1 4 , 1 ) . b) ( 1 2 , 0,−∞ ) . c) (0,−∞, 1). d) Na˜o existe o limite. E2) a) F ′(t) = (2t, 1,−2). b) F ′(t) = ( 2 cos t, et, 2 t ) . c) F ′(t) = ( −3 sen t, 3t ln 3, 1 t ln 2 , 0 ) . d) F ′(t) = ( 1 t ,−2t sen t2 ) . e) F ′(t) = ( −t√ 4− t2 , −2 (2t− 4)2 ,−6t 2 e−t 3 ) . f) F ′(t) = ( −3t2 1− t3 cos ( ln(1− t3)) , 3− 12t2 (1− t3)3/2 ) . g) F ′(t) = ( cos t− t sen t, 2t ln t+ t, 1− 3t2 sen t− t3 cos t). h) F ′(t) = ( 2t √ t2 − 4 + t 3 √ t2 − 4 , ln(1− t 2)− 2t 2 1− t2 , e t sen t+ t et sen t+ t et cos t ) . i) F ′(t) = ( t2 − 2t− 2 (2 + t)2 , (1/t)(2 + sen t)− ln t cos t (2 + sen t)2 ) . E3) a) (2, 2t+ 1,−1). b) (3, 6t,−3). c) (3, 2t+ 2,−2). d) 1. Ca´lculo 2 - Cap´ıtulo 1.6 - Ca´lculo com func¸o˜es vetoriais - versa˜o 02/2009 10 Nı´vel 2 E1) Ela e´ cont´ınua em t = 0. E2) F ′(t) = (− sen t, cos t), de modo que 〈F (t), F ′(t)〉 = 〈( cos t, sen t), (− sen t, cos t)〉 = − sen t cos t+ sen t cos t = 0, de modo que F (t) e F ′(t) sa˜o ortogonais. E3) F ′(1) ||F ′(1)|| = ( 1 3 , 2 3 ,−2 3 ) . Outra soluc¸a˜o seria o vetor inverso a este: − F ′(1) ||F ′(1)|| = ( −1 3 ,−2 3 , 2 3 ) . E4) F ′′(t) = (−w2 cos (wt+ ϕ),−w2 sen (wt+ ϕ)) = −w2F (t). E5) F (0) = G(pi/2). Nı´vel 3 E1) a) ||G(t)|| = ∣∣∣∣ ∣∣∣∣ F (t)||F (t)|| ∣∣∣∣ ∣∣∣∣ = ∣∣∣∣ 1||F (t)|| ∣∣∣∣ ||F (t)|| = 1||F (t)|| ||F (t)|| = 1. b) Como a norma de G(t) e´ 1, enta˜o sua derivada e´ nula, o que significa que d||G(t)|| dt = 0⇔ d dt √ 〈G(t), G(t)〉 = 0⇔ 1 2 (〈G(t), G(t)〉)−1/2 [〈G(t), G(t)〉]′ = 0⇔ ⇔ 1 2 √ 〈G(t), G(t)〉 [〈G ′(t), G(t)〉 + 〈G(t), G′(t)〉] = 0⇔ 2 〈G(t), G′(t)〉 = 0⇔ 〈G(t), G′(t)〉 = 0 . c) Dado que G(t) = F (t) ||F (t)|| , enta˜o F (t) = ||F (t)||G(t). Derivando essa expressa˜o, temos F ′(t) = [||F (t)||]′G(t) + ||F (t)||G′(t) = [√ 〈F (t), F (t)〉 ] ′ G(t) + ||F (t)||G′(t) = = 1 2 [〈F (t), F (t)〉]−1/2 G(t) + ||F (t)||G′(t) = 1 2||F (t)||G(t) + ||F (t)||G ′(t) . E2) As curvas se cruzam em (1, 2, 0) e o aˆngulo pedido e´ θ = arccos (−1√ 5 ) ≈ 116o. E3) A derivada de F (t) e´ F ′(t) = (r cos (rt),−r sen (rt), 2r sen (rt) cos (rt)) e a sua projec¸a˜o sobre a curva G(t) fica PGF = (r cos (t),−r sen (rt), 0), de modo que ||PGF || = r, que e´ constante.
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