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Campus de São José dos Campos 
Faculdade de Odontologia 
 
 
 
 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA RESTAURADORA 
DISCIPLINA DE DENTÍSTICA 
 
 
MANUAL DE DENTÍSTICA I 
 
 
 
Profa. Tit. Maria Amélia Máximo de Araujo 
Prof. Dr. José Roberto Rodrigues 
Prof. Adj. Sérgio Eduardo de Paiva Gonçalves 
Profa. Dra. Maria Filomena Rocha Lima Huhtala 
Prof. Adj. Clóvis Pagani 
Prof. Dr. Carlos Rocha Gomes Torres 
Profa. Dra. Alessandra Bühler Borges 
Prof. Dr. César Rogério Pucci 
 
 
 
 
2011 
 2 
SUMÁRIO 
Apresentação ................................................................................................................................................................... 03 
1 Cronograma 2011 ......................................................................................................................................................... 04 
2 Lista de materiais .......................................................................................................................................................... 07 
3 Preenchimento de odontograma .................................................................................................................................. 10 
4 Instrumental em Dentística ........................................................................................................................................... 13 
5 Afiação dos instrumentos manuais ............................................................................................................................... 23 
6 Posição de trabalho ...................................................................................................................................................... 27 
7 Formas de preensão dos instrumentos manuais e pontos de apoio ............................................................................ 46 
8 Prevenção das lesões por esforço repetitivo ............................................................................................................... 51 
9 Exercícios para a prática clínica odontológica ........................................................................................................ 54 
10 Manutenção das peças de mão de alta e baixa rotação ............................................................................................ 62 
11 Preparos de cavidades para amálgama ..................................................................................................................... 65 
11.1 Preparo de cavidade de classe I no 37 ............................................................................................................. 65 
11.2 Preparo de cavidade de classe I no 34 ............................................................................................................. 72 
11.3 Preparo de cavidade de classe I composta no 26 ............................................................................................ 74 
11.4 Preparo de cavidade de classe I composta no 37 ........................................................................................ 79 
11.5 Preparo de classe II tipo "slot vertical” na mesial do 35 ................................................................................... 80 
11.6 Preparo de classe II tipo "slot horizontal" na distal do dente 35 ....................................................................... 86 
11.7 Preparo de cavidade de classe II (MO) no 36 .................................................................................................. 89 
11.8 Preparos de cavidades de classe II (MOD) no dente 25 ................................................................................. 99 
11.9 Preparo de cavidade de classe V grande na vest. do 36 ................................................................................ 100 
11.10 Preparo MODV com remoção da cúspide DV e orifício para almagapin no 27 ............................................ 105 
12 Restaurações em amálgama .................................................................................................................................... 108 
12.1 Restaurações das cavidades de classe I ...................................................................................................... 109 
12.2 Restaurações das cavidades de classe V ..................................................................................................... 113 
12.3 Restaurações das cavidades de classe II (matriz universal) ......................................................................... 115 
12.4 Restaurações das cavidades de classe I composta ...................................................................................... 126 
12.5 Restaurações das cavidades de classe II (MODV) com matriz rebitada ........................................................ 129 
13 Acabamento e polimento das restaurações de amálgama ....................................................................................... 131 
14 Preparos cavitários para materiais estéticos em dentes anteriores ......................................................................... 134 
14.1 Preparos de classe III .................................................................................................................................... 134 
14.2 Preparos de cavidades de classe V em esmalte ............................................................................................ 139 
14.3 Preparo da cavidade de classe V no limite AC ............................................................................................... 140 
14.4 Preparos de classe IV ..................................................................................................................................... 141 
15 Restaurações com resina composta em dentes anteriores ...................................................................................... 142 
16 Preparos tipo túnel .................................................................................................................................................... 146 
17 Preparo para faceta direta no dente 11 .................................................................................................................... 150 
18 Preparo para resina composta em dente posterior .................................................................................................. 154 
19 Restaurações com resina composta em dentes posteriores ................................................................................... 155 
19.1 Utilização da matriz seccional com anel de afastamento dental ..................................................................... 156 
19.2 Utilização da matriz individual com fixação integrada e uso da esfera pré-polimerizada .............................. 160 
19.3 Restauração com caracterização de sulco .................................................................................................... 162 
19.4 Utilização da matriz universal e espátula para contato proximal ................................................................... 164 
22 Classificação de Mount & Hume ............................................................................................................................... 167 
 3 
APRESENTAÇÃO 
 
Para o exercício da Dentística é necessário que se tenha um conceito bem 
definido de preparo de cavidades e de restaurações, além de habilidade manual 
razoavelmente desenvolvida. Este treinamento preliminar e indispensável é dado pela 
Disciplina de Dentística Operatória, onde os trabalhos são realizados em manequins 
de resina e em blocos de gesso. 
Os exercícios apresentados neste Roteiro de Aulas Práticas procuram 
oferecer situações variadas e próximas darealidade a ser encontrada posteriormente 
na clínica, além de treiná-los o máximo possível para que, no próximo ano, sintam-se 
seguros para atender os primeiros pacientes. O objetivo deste manual não é esgotar 
os assuntos referentes à Dentística, mas apenas orientar os alunos durante as 
atividades práticas diárias. Desta maneira, a complementação da parte teórica deverá 
incluir consultas a livros, revistas e periódicos de circulação recente e de autores 
consagrados no meio odontológico, além da participação efetiva em todas as aulas 
teóricas. 
Com a finalidade de treinamento e desenvolvimento das habilidades 
manuais serão realizados preparos cavitários, executados quase na sua totalidade, 
com equipamentos de baixa rotação e instrumentos manuais. Complementando o 
treinamento, alguns dentes naturais serão preparados com equipamento de alta 
rotação, simulando as condições clínicas e propiciando ao aluno avaliar as diferentes 
possibilidades de corte. Com o treinamento oferecido e a participação efetiva e 
consciente dos alunos, conseguiremos que todos cheguem a uma condição média de 
trabalho, compatível com as necessidades das atividades dos próximos anos. 
Este manual é fruto do esforço dos docentes atuais e já aposentados desta 
faculdade, que com o passar dos anos redigiram os originais e introduziram melhorias, 
resultando no texto apresentado atualmente. Agradecemos aos ex-professores José 
Benedicto de Mello, Délcio Pasin, Newton José Giachetti, Rosehelene Marotta 
Araújo, Regina Célia dos Santos Pinto Silva e João Cândido de Carvalho pela sua 
dedicação ao engrandecimento de nossa Faculdade. 
 
Bom proveito e felicidades, 
 
 
Os docentes da Dentística. 
 4 
1 CRONOGRAMA DA DISCIPLINA 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
2 LISTA DE MATERIAIS 2011 
 
- Afastador bucal modelo Amplus tamanho G (Fabinject) 
- Alicate de bico chato n° 121 (Golgran ou similar) 
- Alicate para rebite n° 141 (Golgran ou similar) 
- Aplicador de cimento de hidróxido de cálcio duplo com cabo oitavado (Golgran, 
Duflex ou similar) 
- Arco de Ostby (de plástico) para isolamento absoluto (não serve o dobrável) 
- Bloco de papel para espatulação de materiais 
- Brunidores para amálgama (29, 33) com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou similar) 
- Cabo para bisturi nº 3 
- Caixa de luvas para procedimentos 
- Caixa de plástico para guardar instrumental (25x15 cm) 
- Cola de cianoacrilato tipo Superbonder (1 tubo) 
- Carbono para testar articulação de pequena espessura (< 10µm) – (Accufilm ou 
Bausch) – não servem os carbonos espessos. 
- Brocas multi-laminadas de 30 lâminas FG (9903FF, 9803FF, 9406FF – KG 
Sorensen) 
- Brunidor de Hollenback nº 6 com cabo oitavado (Duflex) 
- Condensadores de Ward para amálgama (nos: 0, 1, 2, 3 e 4) com cabo oitavado 
(Golgran, Duflex ou similar) (É imprescindível comprar o condensador n 0) 
- Cunhas anatômicas pré-acabadas de madeira de diversas espessuras (TDV ou 
similar) (1 pacote) 
- Discos de carburundum (2 unidades) 
- Discos de óxido de alumínio Diamond Pro (FGM) de 12mm (granulações G, M e F 
com mandril adaptador) 
- Discos de Feltro Diamond Flex (FGM) ou Mini-discos de feltro Super-Snap Buff 
(Shofu, ref. L524) – 1 caixa. 
- Escavadores de dentina em forma de colher “cureta de dentina” (Modelo Black ou 
Darby-Perry) nos 17 e 19 com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou similar) 
- Escovas de Robinson pretas para contra-ângulo com cerdas planas e cônicas (3 de 
cada) 
- Escova para polimento de resina composta com cerdas impregnadas com carbeto de 
silício com ponta cônica mod. ZBS 401 - TDV 
- Esculpidores de Hollenback nos 3 e 3S com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou 
similar) 
- Esculpidor discóide - cleóide para amálgama com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou 
similar) 
- Esculpidores de Frahm n° 2, 6 e 10 
- Espátula antiaderente dourada para resina composta com banho de titânio e 
“bolinha” em uma das pontas (Millenium n°2) 
- Espátula antiaderente dourada para escultura oclusal em resina composta com 
banho de titânio (Modelo SD2 Millenium) 
- Espátula para contato proximal (Contact + – TDV – não serve o similar) 
- Espátula de inserção nº 1 com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou similar) 
 
- Calcador de fio retrator gengival de ponta arredondada (Millennium ou similar) 
- Espátula no 24 “RÍGIDA” com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou similar) (Não 
servem as espátulas flexíveis) 
- Espátula no 22 com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou similar) 
- Espelho clínico plano com reflexão de primeira superfície com cabo nº 5 
- Kit com caneta de alta rotação, micromotor e contra-ângulo (Kavo, Dabi, Gnatus ou 
similar) 
 8 
- Fio dental (1 dispensador) “não serve fita dental nem o fio extra-deslizante” 
- Fio retrator gengival trançado não impregnado n 000 (ProRetrat – FGM ou Retraflex 
- Biodinânica) 
- Foto 3x4 - a ser entregue IMPRETERIVELMENTE no primeiro dia de aula 
- Gel Bloqueador de oxigênio Block ActionForm (Fórmula & Ação) 
- Gel de ácido fosfórico a 35 ou 37% - 1 seringa 
- Grampos cervicais para isolamento absoluto: (S.S.White nos 200, 202, 205, 207 e 
209, 210, 212M, 212 L, 212 R e 14 A) 
- Instrumentos cortantes manuais com cabo oitavado (Duflex – os instrumentos de 
outras marcas geralmente não apresentam a qualidade mínima necessária nesse 
item): 
- Recortadores de margem gengival: 
28 (10-80-7-14) L e R 
29 (10-95-7-14) L e R 
- Machados para esmalte 14 (10-6-14) L / 15 (10-6-14) L 
- Kit de borrachas abrasivas para polimento para amálgama (marrom, verde e azul) 
(Viking – K.G. Sorensen ou similar) 
- Kit de Brocas CARBIDE para alta rotação (FG) - Dentística / UNESP - SJC da KG 
Sorensen (Ref. 8118050 revisada em 2011). 
- Kit de pontas diamantadas para alta rotação (FG) – Dentística / UNESP–SJC da K.G. 
Sorensen (Ref. 8116363 revisada em 2011) 
- Kit de pontas abrasivas de silicone para polimento de resinas compostas (Viking – 
K.G. Sorensen ou similar) 
- Kit de matrizes TDV (Dentística UNESP – SJC, Referência: 6089) 
- Lâmina para bisturi nº 12 e 15 (2 de cada) 
- Lamparina à álcool 
- Lençol de borracha Madeitex ou similar (2 caixas) 
- Lençol plástico para forramento de bancada (60 x 70 cm) 
- Mandril adaptador de brocas de alta rotação para baixa rotação (redução de 
velocidade) (KAVO) (CUIDADO !! Existem marcas genéricas que não encaixam no 
micromotor) (3 peças) 
- Mandril para uso de discos em contra-ângulo (2 unidades) 
- Manequim para Dentística “COM SIMULAÇÃO DE LESÃO CARIOSA” modelo 2011 
da marca Manequins Odontológicos de Marília (MOM). 
- Máscara clínica de amarrar e gorro 
- Matriz de aço tipo Tofflemire no1 (forma de boomerang), 1 pacote (Marca Microdont). 
- Matriz em aço inox de 5 e 7mm - 3 rolos de cada 
- Óculos de proteção (2 unidades). “Os alunos que utilizam óculos de grau não estão 
dispensados do uso de óculos de proteção” 
- Pasta para polimento de resina composta a base de óxido de alumínio ou 
diamantada (1 seringa) 
- Pedra de óxido de alumínio para afiar instrumentos manuais cortantes – semelhante 
às usadas em periodontia (Ref. 186 Golgran ou similar) 
- Perfurador de lençol de borracha Ainsworth (Não serve o perfurador de Ivory) 
- Pinça mosquito de ponta curva 
- Pinça Müller para carbono 
- Pinça porta-grampo de Palmer com ponta serrilhada (Duflex, Ref. 06670 ou Golgran) 
- Pinça clínica 
- Pincelchato modelo 4B – Synthetic, marca Kota (1 unidade) 
- Placa de vidro de espessura média (2 unidades) 
- Pontas aplicadoras tipo microbrush ou similar (não serve a fina) (1 caixa) 
- Ponta de feltro para polimento em forma de cone, modelo Felt Flexipoint, marca 
Cosmedent (Contato 11 3020 9057) (1 unidade) 
- Porta-amálgama (metal) Duflex 10A-PF (ref. 12155) – “não serve o de plástico” 
- Porta-matriz Tofflemire ângulo reto (2 peças) 
 9 
- Potes Dappen – 1 de vidro, 1 de plástico opaco e 1 de silicone 
- Removedor de excesso interproximal IPC1 (Ref. 11362 – Duflex) 
- Roupa branca + Avental branco manga longa com nome do aluno 
- Seringa Centrix (Estojo com seringa e pontas aplicadoras sortidas) 
- Sonda exploradora dupla no 5 com cabo oitavado (Golgran, Duflex ou similar) 
- Taças de borracha para contra-ângulo (6 unidades) 
- Tesoura íris de ponta curva e afilada 
- Tiras de lixa de aço para amálgama (largura de 4mm) – 1 pacote de cada 
- Tiras de lixa para acabamento de resina composta (3M ou Polystrips Super-Snap - 
Shofu) – “não servem os similares” 
- Tiras de matriz em poliester (1 caixa) 
 
 
“TODOS OS MATERIAIS LISTADOS SÃO INDISPENSÁVEIS” 
 
Os alunos que não apresentarem os materiais necessários no dia da respectiva 
aula prática estarão impossibilitados da realização da mesma. 
 
Observação: Em geral as lojas de produtos odontológicos, para tentar vencer a 
concorrência de mercado, tendem a excluir, modificar ou sugerir itens diferentes 
do solicitado, uma prática que prejudica o aluno no momento da realização dos 
procedimentos. Deve-se ter em mente que a lista de materiais foi previamente 
analisada pela disciplina e TODOS os itens solicitados são essenciais. Sendo 
assim é obrigação de cada aluno checar tudo que foi adquirido para verificar se 
não foi fornecido um material com especificações erradas ou de má qualidade. 
No dia da respectiva aula será exigido o material exatamente como foi solicitado, 
não sendo justificativa a compra de material incorreto. Todos os professores da 
disciplina estão à disposição para esclarecer qualquer dúvida. Na apostila da 
Disciplina existe um capítulo com desenhos de praticamente todos os 
instrumentos, o qual deve ser usado pelo aluno como referência para a 
checagem daquilo que adquiriu. 
 
Atualizada em 01/12/2010 
 10 
3 Preenchimento de odontograma 
 
Este capítulo destina-se ao treinamento do preenchimento do 
Odontograma, que é um item fundamental de uma ficha clínica odontológica. 
Ele funciona como um tipo de mapa, no qual devemos descrever todas as 
alterações que houver nos dentes do paciente, assim como a ausência de 
algum dente. Uma ficha clínica corretamente preenchida é necessária para o 
planejamento do tratamento odontológico e também serve para a identificação 
legal do paciente em caso de morte. Neste exercício iremos anotar no 
Odontograma da Figura 3.1 todas as lesões de cárie simuladas que podem ser 
observadas no manequim, seguindo as legendas apresentadas na Figura 3.2. 
 
 
 
Figura 3.1 - ODONTOGRAMA ANATÔMICO 
 
 
Devem ser contornadas a lápis exatamente as superfícies dentais 
comprometidas pelas lesões. Na Figura 3.2 temos alguns exemplos de como 
fazer este preenchimento. 
 11 
LEGENDAS 
Lesão de cárie 
Apenas desenhe o contorno 
da lesão, englobando as faces 
envolvidas. 
 
 
Restauração 
deficiente que 
necessita de troca 
Desenhe o contorno e faça um 
hachurado. 
 
Restauração em 
bom estado 
Desenhe o contorno e pinte de 
preto. 
 
Ausência dental Marque um X. 
 
Figura 3.2 Orientações para o preenchimento do Odontograma 
 
Tendo em mãos o Odontograma preenchido, o próximo passo é planejar 
o tratamento. Deve-se anotar na Tabela 3.1 o tipo de tratamento a ser realizado 
em cada dente e a seqüência de execução. Numa situação real, os primeiros 
procedimentos envolvem a adequação do meio bucal do paciente e orientação 
sobre higiene oral, para só então passarmos ao tratamento restaurador 
propriamente dito. As primeiras restaurações a serem realizadas devem ser 
aquelas mais emergenciais. São elas as que envolvem sintomatologia 
 12 
dolorosa, implicam em perda de função ou comprometem, de forma inaceitável, 
a estética e o convívio social do paciente. Estando o tratamento planejado 
vamos simular seu custo para o paciente, baseado na sua tabela de honorários 
profissionais, assim como as condições de pagamento. 
 
Tabela 3.1 – Plano de tratamento. 
Dente 
n° de faces 
envolvidas 
Material restaurador Custo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Total 
 
Condições de pagamento 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 13 
4 INSTRUMENTAL EM DENTÍSTICA. 
 
 
Este capítulo tem por objetivo ajudar o aluno a reconhecer os 
instrumentos solicitados na lista de materiais, facilitando, desta forma, a sua 
aquisição e manipulação. 
 
4.1 Instrumentos manuais diversos 
 
 
 
Espelho Clínico 
 
 
 
Pinça Clínica 
 
 
 
Sonda exploradora dupla 
 
 
 
Espátula de inserção n°1 
 
 14 
 
 Escavadores de dentina ou curetas 
Vista da ponta ativa 
 
 
Pinça Müller para carbono 
 
 
 
Aplicador de Cimento de Hidróxido de Cálcio Duplo 
 
 
4.2 Instrumentos para restaurações em amálgama 
 
 
Condensadores de Ward 
 15 
 
Esculpidores de Hollenback 
 
 
Esculpidor discóide e cleóide 
 
 
 
Esculpidores de Frahn 
 
 
Brunidores para amálgama 29 e 33 
 
 
Brunidor de Hollenback n°6 
3S 
 16 
4.3 Instrumentos cortantes manuais 
 
 
 
 
Machado bi-angulado para esmalte 14/15 
 
 
 
 
 
Recortadores de margem gengival 28 e 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
4.4 Instrumentais acessórios 
 
Perfurador de Ainsworth 
 
 
Pinça de Palmer 
 
 
 
Porta Amálgama 
 
 
Pinça hemostática tipo mosquito de ponta curva 
 18 
 
 
Tesoura íris reta de ponta afilada 
 
 
 
Porta matriz tipo Tofflemire (A fenda apontada pela seta e o longo eixo do 
instrumento devem formar um ângulo de 90°) 
 
 
Espátulas número 22 e 24 (RÍGIDA) 
 
 
Alicate de bico chato e alicate para rebite 
 
 
Cabo para bisturi n°3 
22 
24 A 
 19 
 
Arco de Ostby Pote Dappen 
 
4.5 Grampos cervicais para isolamento 
 
Os grampos apresentados a seguir permitem a resolução da grande 
maioria das situações clínicas diárias. O grampo 200 foi idealizado para 
molares inferiores. O 202 também é recomendado para molares inferiores, 
sobretudo os volumosos. O grampo 205 é recomendado para molares 
superiores. O grampo 14A foi idealizado para molares não completamente 
irrompidos, nos quais o equador do elemento dental se encontra recoberto pelo 
tecido gengival, ou para dentes severamente destruídos. O grampo 207 é 
recomendado para pré-molares superiores e inferiores, enquanto o 209 é 
indicado principalmente para pré-molares inferiores. O grampo 210 é indicado 
para incisivos, caninos e, em alguns casos, também para pré-molares. O 
grampo 212M é utilizado para o tratamento de lesões localizadas na região 
cervical vestibular de pré-molares, caninos e incisivos, agindocomo um retrator 
do tecido gengival. 
Grampos cervicais para isolamento absoluto 
 
 
 
 20 
4.6 Instrumentos rotatórios 
 
A seguir estão apresentadas as brocas e pontas diamantadas que serão 
utilizadas nos procedimentos de preparo cavitário. 
Kit de brocas carbide para alta rotação 
 
 
1/2 2 4 6 33 1/2 245 
 
 
 
329 330 
 
Kit de pontas diamantadas para alta rotação 
 
 
 
1090 A 1092 A 1061 1063 2135 
 
 
1011 1012 1013 1148 1150 
 
 
1031 2137 
 21 
Pontas diamantadas douradas para acabamento de resina composta 
 
Brocas Multilaminadas (12 lâminas) para acabamento de amálgama 
 
 
Instrumentos diversos 
 
 
Adaptador p/ baixa 
rotação 
Mandril para contra 
ângulo 
Escova de Robinson 
plana 
 
 
 
 
Escova de Robinson 
cônica 
Taça de borracha Cone de Borracha 
 
 22 
 
Kit de borrachas abrasivas para polimento de resina composta 
 
Kit de borrachas abrasivas para polimento de amálgama (marrom, verde e azul) 
 
 
 
 
4.7 Peças de mão 
 
Caneta de alta rotação Contra-ângulo Micro-Motor 
 23 
5 AFIAÇÃO DOS INSTRUMENTOS MANUAIS. 
 
É comum que os instrumentos cortantes venham a apresentar uma 
queda em sua eficiência com o passar do tempo. Isso ocorre devido à perda de 
sua afiação em virtude do atrito da lâmina com os tecidos duros. Portanto, para 
que possamos tirar o máximo de desempenho destes instrumentos é 
fundamental que façamos uma afiação em tempos regulares ou sempre que 
necessário. A afiação pode ser mecânica ou manual. A afiação manual é 
realizada utilizando uma pedra abrasiva de óxido de alumínio plana de 
granulação extra fina, com dimensões aproximadas de 2,5cm X 12,5cm, 
lubrificada com uma fina camada de um óleo bem fluido. Inicialmente deve-se 
posicionar o bisel do instrumento sobre a pedra na angulação correta, evitando 
alterá-lo, como se observa na Figura 5.1. 
 
 
Figura 5.1 – Preservação do bisel durante a afiação. 
 
O instrumento deve ser segurado firmemente e, em seguida, deve-se 
movimentar a pedra mantendo o instrumento parado, conforme pode ser 
visualizado na Figura 5.2. A movimentação da pedra permite que o ângulo de 
desgaste seja mantido com mais exatidão. Para que a movimentação da pedra 
se torne mais fácil é conveniente colar em sua porção inferior uma lâmina de 
madeira com as mesmas dimensões. 
 
 
Figura 5.2 – Movimentação da pedra 
 24 
Por outro lado, pode-se optar também em manter a pedra parada e 
movimentar o instrumento, conforme mostrado na Figura 5.3. 
 
Figura 5.3 – Movimentação do instrumento. 
 
Deve-se posicionar o instrumento de forma que o seu bisel toque 
firmemente a pedra. O movimento deve ocorrer no sentido da borda cortante, 
como evidenciado na Figura 5.4. Durante o movimento de retorno, nenhuma 
pressão deve ser exercida, de forma a otimizar o grau de afiação a ser 
conseguido. 
 
Figura 5.4 – Movimentação no sentido da borda cortante 
 
Durante esse procedimento, é importante que a angulação do bisel do 
instrumento seja verificada e seja mantida correta. Os biséis devem ser 
mantidos em cerca de 45° com a face da lâmina, conforme observado na 
Figura 5.5. 
 
Figura 5.5 - A - o ângulo é muito grande, o que resulta em pequena eficiência de corte. B - o 
ângulo está correto. C – o ângulo é muito agudo, o que pode resultar num 
embotamento prematuro pelo amassamento do fio de corte da lâmina. 
 25 
Os instrumentos que apresentam lâminas curvas, como os esculpidores 
de Hollenback ou o cleóide devem ser afiados girando-se a mão em arco, de 
forma a rodar a lâmina sobre a pedra, ao mesmo tempo em que se faz o 
movimento do instrumento sobre ela, conforme mostrado na Figura 5.6 
 
 
Figura 5.6 – Afiação de instrumentos com lâminas curvas. 
 
Para a afiação mecânica pode-se utilizar discos abrasivos como os de 
carborundum ou pedras montadas. É importante lembrar que a angulação do 
bisel deve sempre ser mantida (Figura 5.7) 
 
 
Figura 5.7 – Afiação mecânica. 
 26 
Os instrumentos que possuem um dos lados convexo e o outro plano, 
como as curetas de dentina e o esculpidor cleóide, podem ser afiados 
utilizando pedras montadas, como mostrado na Figura 5.8, realizando o 
desgaste na parte plana. 
 
 
Figura 5.8 – Afiação com pedras montadas. 
 
A qualidade da afiação conseguida pode ser testada raspando o 
instrumento sobre a unha. Se raspas forem removidas é sinal que a afiação foi 
satisfatória (Figura 5.9). 
 
 
Figura 5.9 – Teste da qualidade da afiação. 
 27 
6 POSIÇÃO DE TRABALHO 
 
A aplicação dos princípios de ergonomia no consultório odontológico 
permite racionalizar o trabalho, possibilitando ao profissional a eliminação de 
manobras não produtivas, permitindo-lhe produzir mais e melhor dentro da 
menor unidade de tempo, com menos estafa, maior produtividade e maiores 
rendimentos, ao mesmo tempo em que dá maior conforto e segurança ao 
paciente (Barros, 1999). Para tal, é fundamental evitar ou corrigir os hábitos 
defeituosos de trabalho, os quais trazem sérios danos ao profissional. A má 
postura de trabalho acarreta prejuízos como a disfunção muscular, dores 
agudas e queimantes, espasmos musculares, zonas desencadeantes, além de 
problemas de coluna como cifose, escoliose, lordose, problemas de varizes e 
outros ainda mais graves, como a hérnia discal. Setenta e dois por cento dos 
dentistas examinados por Rundcrantz et al. (1980) relataram alguma dor ou 
desconforto no pescoço, ombros ou cabeça. Resultados similares foram 
relatados por Keresuo et al. (2000) que observaram que 70% dos CDs clínicos 
gerais apresentaram sintomas musculoesqueletais. Eles observaram ainda que 
estes sintomas foram mais frequentes em mulheres. Áreas específicas do 
corpo estão associadas com injúrias quando trabalhando em um tratamento 
dental, como descrito a seguir: 
 Síndrome do túnel do carpo – Problema associado com a flexão contínua e 
extensão do pulso; 
 Dor nos ombros e pescoço – Tensão ou flexão dos ombros por mais de 1 
hora por dia; 
 Dores nas costas e pescoço – Extensão ou elevação dos braços por um 
longo período de tempo; 
 Dores na porção inferior das costas – Torção do corpo por um longo 
período de tempo. 
Segundo Wagner, 1985, de todas as doenças ocupacionais do CD, 
aquelas decorrentes dos distúrbios posturais são as de prevenção mais 
negligenciada pelos profissionais, pois seus efeitos são sentidos somente com 
o passar dos anos e é bastante difícil conscientizar os jovens recém-egressos 
das faculdades para as medidas profiláticas em relação aos males da coluna. 
Se por um lado a tecnologia ergonômica vem em socorro da profissão, por 
 28 
outro, há exagero nas horas de trabalho despendidas no consultório. 
Acrescenta-se a isso a predisposição idiopática de cada um a certos tipos de 
degenerações esqueléticas, como as espondiloses e flacidez dos anéis 
intervertebrais, que inexoravelmente comprometem a coluna de todos os 
indivíduos, para uns mais cedo, para outros mais tarde e para outros poucos 
favorecidos nunca chegam a se manifestar, pelo menos durante o período 
produtivo do exercício de sua profissão. Segundo Mendes & Gomez-Conesa 
(2001), a informação adequada sobre o arranjo adequado do equipamento e 
adequada postura no trabalho, bem como a prática clínica usando estas 
posturas, podem reduzir o risco de desenvolvimento dos sintomas 
musculoesqueletais. Para Melis et al. (2004), existe uma necessidade crítica de 
inserir os tópicos de ergonomia no sistema educacional e mudara forma como 
a odontologia é praticada para prevenir os riscos aos profissionais. 
É importante adaptar o meio de trabalho do operador, ao invés do 
operador ter que se adaptar ao meio fixo. Este conceito requer que o dentista 
assuma uma condição favorável sentada e então arranje o paciente, assistente 
e equipamento em relação àquela posição. Esta condição de trabalho é 
chamada “postura balanceada” (Chasteen, 1989). Ela não visa fazer com que o 
operador sente-se semelhante a uma estátua, mas estabelecer uma série de 
regras que o ajudem a obter conforto enquanto trabalha. Os especialistas 
concordam quando se afirma que a mudança frequente de posição, para 
aqueles que trabalham sentados, é a chave para se evitar ou prevenir 
distúrbios da coluna. 
Os movimentos executados pelo cirurgião-dentista podem ser divididos 
em cinco classes: 
 Movimento 1 – Movimento de dedos. Ex.: Preparo de canal; 
 Movimento 2 – Movimento de punhos. Ex.: Preparo cavitário; 
 Movimento 3 – Movimento de dedos, punhos e cotovelos (antebraço). É 
importante que ele ocorra dentro do espaço ideal de pega. Ex.: Pegar a 
caneta de alta rotação no equipo. 
 Movimento 4 – Movimentos de todo o braço. Espaço máximo de pega. Ex.: 
Abrir a gaveta de um armário auxiliar quando ela está ligeiramente além do 
círculo funcional de trabalho. 
 29 
 Movimento 5 – Torções do corpo e deslocamento. Ex: Pegar o sugador por 
cima do paciente, do lado da assistente. 
Na Figura 6.1 temos uma representação das áreas de trabalho e linhas 
de pega. 
 
Figura 6.1 – Área ótima de trabalho e linhas máxima e mínima de pega 
 
De todos estes movimentos, os da classe 4 e 5 são os que mais cansam 
e os que mais tempo consomem, porque requerem maior atividade muscular, 
nova acomodação da visão e novo enfoque no campo operatório. O movimento 
5 é eliminado pelo trabalho com auxiliar. Se a auxiliar for eficiente, pode-se 
eliminar até o 4, ficando ao CD só o 1, o 2 e o 3. Deve-se portanto evitar ao 
máximo os movimentos 4 e 5, sendo esta regra aplicável tanto ao CD quanto à 
assistente (Barros, 1999). De acordo com Silva (2000), durante a maioria dos 
procedimentos, o operador deve realizar apenas movimentos de dedos e 
punho, e quase nenhum movimento de cotovelos, ombros e coluna vertebral. 
Deve manter sua visão e suas mãos no campo operatório e utilizar da 
mobilidade da cabeça do paciente (para trás, frente, direita e esquerda) para 
alcançar com visão direta, sempre que possível, quase todas as superfícies 
dentárias e gengivais. A postura correta pode ser facilmente mantida, se o 
operador lembrar que a superfície operatória deve ser acomodada em sua 
direção. 
O equipamento simulado em nosso Laboratório de Pré-Clínica segue o 
Conceito Básico 1, no qual o equipo é posicionado à direita da cadeira 
odontológica e à direita do cirurgião-dentista (Figura 6.2). 
 30 
 
Figura 6.2 – Conceito Básico 1 para equipo e da cadeira 
 
Para análise do equipamento segundo a sua localização no consultório, 
a ISO/FDI convencionou dividir a sala em áreas. Para demarcá-las, devemos 
idealizar um mostrador de relógio, cujo centro corresponde ao eixo dos 
ponteiros, tomados a partir da boca do paciente na cadeira odontológica, 
deitada na posição horizontal. Isto porque, obviamente, o ponto mais 
importante no consultório é a boca do paciente (Figura 6.3). 
 
Figura 6.3 – Referências a partir da cabeça do paciente 
 
Ao redor do centro são traçados três círculos concêntricos, A, B e C, de 
raios 0,5, 1 e 1,5m respectivamente (Figura 6.4). 
 
 
Figura 6.4 – Círculos funcionais de trabalho do consultório 
 31 
A posição de 12 horas é sempre indicada pela cabeça do paciente, ou 
seja, atrás da cadeira. Desta forma, o eixo 6-12 divide a sala em duas áreas: à 
direita da cadeira, área do operador, e à esquerda da cadeira, área da auxiliar. 
O uso do conceito de zonas operatórias de atividades é a melhor maneira de 
identificar a posição de trabalho da equipe odontológica (Figura 6.5). 
 
 
Figura 6.5 – Zonas de trabalho. Em cima – CD Destro; Embaixo – CD Canhoto 
 
A zona ou área do operador é onde se localiza o CD, ao lado direito do 
paciente, indo de 7 a 12 horas no caso dos destros e de 5 a 12 horas no caso 
dos canhotos. Quase sempre o profissional se posiciona às 9 horas. O 
operador é capaz de se mover dentro desta zona para melhorar sua 
visibilidade. A posição de 12 horas pode permitir ao operador trabalhar na 
superfície vestibular dos dentes anteriores da maxila e usar visão direta. O 
operador pode usar visão direta ainda se movendo para a posição de 8 horas 
quando trabalhando na superfície oclusal dos dentes inferiores posteriores do 
lado direito. 
A área da assistente é a área de atividades auxiliares, ao lado 
esquerdo do paciente. Aí ficam os armários, aparelhos auxiliares e todos os 
equipamentos usados por elas, tais como o sugador e a seringa tríplice. A 
 32 
posição da auxiliar varia de 2 a 4 horas para os destros, geralmente estando a 
3 horas, e de 8 a 10 horas para os canhotos. Nada nesta área deveria interferir 
no acesso da assistente aos instrumentos e peças de mão. 
A área estática é a delimitação entre a área do operador e da auxiliar na 
região atrás da cadeira, estando de 12 a 2 horas para os destros e de 10 a 12 
horas para os canhotos. Trata-se de uma zona de menor atividade, geralmente 
usada para colocar materiais de emergência do CD e equipamento auxiliar, 
como amalgamador, ultra-som, fotopolimerizador, etc. 
A área ou zona de transferência se localiza de 4 a 7 horas para o 
profissional destro e de 5 a 8 horas para o canhoto. Quando delimitada pelo 
círculo A com 0,5m de raio (Figura 6.4), deve estar tudo que se transfere à 
boca do paciente, como instrumentos e as pontas do equipo. O operador deve 
ser capaz de manter as mãos e olhos no campo de trabalho sem preocupar-se 
de que direção o próximo instrumento virá. 
Cuidado deve ser tomado para que os membros da equipe evitem 
interferir com as atividades da outra pessoa dentro das zonas designadas. 
Caso isso aconteça, movimentos desnecessários ocorrerão, interferindo com o 
procedimento. 
Levando em consideração as zonas de trabalho e os círculos funcionais, 
os dois membros da equipe sentados corretamente devem ter todos os 
materiais e instrumentais a um alcance mínimo, de preferência até o 
movimento 3, no raio do círculo do tamanho do antebraço (Figura 6.6). 
Logicamente, quanto menor o movimento, menor o desgaste de energia e 
maior a produtividade. 
 
Figura 6.6 – Curtas vias de alcance dentro do círculo funcional de trabalho 
 33 
As superfícies de trabalho para colocação dos instrumentos devem estar 
à frente e acima do paciente, mais ou menos a 20 cm de seu mento, na zona 
frontal de transferência. O importante é que estejam próximas da área de 
trabalho, de preferência até o movimento 3. Na posição de supina, a iluminação 
deve vir de cima. 
O equipamento do CD, o equipamento da auxiliar, os armários auxiliares 
do CD e da assistente, bem como a bandeja de ambos devem ser cortados por 
um plano horizontal hipotético que passa pelo cotovelo ou até 15cm acima do 
cotovelo do CD sentado corretamente (Figura 6.7). Devemos lembrar que os 
antebraços do dentista devem estar paralelos ao solo ou levemente elevados 
quando em posição de trabalho. Esta é uma posição fisiológica normal de 
trabalho do ser humano, na qual uma menor quantidade de energia é 
consumida. A assistente deve estar sentada em frente ao CD para melhor 
visão do campo operatório. 
 
 
Figura 6.7 – Ajuste dos aparelhos à mesma altura 
 
No que diz respeito à movimentação do CD e auxiliardurante o 
atendimento, há certas condições indispensáveis para se trabalhar 
corretamente. Deve-se estar atento para os seguintes pontos: 
1. Evitar exagerar as torções, inclinações laterais e para frente da coluna 
vertebral; 
2. Trabalhar com todos os membros descontraídos; 
3. Manter os braços junto ao tronco; 
4. Manter os antebraços aproximadamente na horizontal, apoiados o melhor 
possível. 
 
 34 
O paciente deve sempre que possível ser colocado em posição supina 
para que o CD e assistente possam ter visão direta do campo operatório. 
Dentre outras vantagens, na posição supina, a língua do paciente cai para trás, 
fechando a faringe, podendo a boca estar completamente cheia de água, sem 
que o paciente sinta o desejo de engolir. Se algum material ou instrumento 
escapar das mãos do profissional, as chances de ser engolido são mínimas, 
pois sua deglutição é mais difícil nesta posição (Figura 6.8). 
 
 
Figura 6.8 – Relação entre a inclinação da cabeça e a abertura das vias digestiva e 
respiratória. A – sentado – Vias abertas; B – Deitado – Vias fechadas. 
 
Na posição de supina os joelhos e as pernas do paciente deveriam estar 
no mesmo nível da cabeça (Figura 6.9). Isto reproduz a posição que a maioria 
das pessoas assume enquanto está dormindo por várias horas sem bloquear a 
circulação. Um paciente cujas pernas estejam numa posição mais alta que a 
cabeça não está em supina, e tal posicionamento por longos períodos não é 
recomendado. 
 
 
Figura 6.9 – Adequado posicionamento do paciente na posição supina 
A B 
 35 
Uma vez que o paciente está na posição supina, o operador pode 
abaixar a cadeira até que a cabeça do paciente esteja centrada no colo do 
operador. O operador não deve ter que levantar os braços ou inclinar-se para 
trabalhar na boca do paciente. 
Tanto o CD quanto a auxiliar devem permanecer sentados, mantendo o 
ângulo formado pela coxa e a perna a 90°, podendo chegar mesmo a 115° sem 
provocar fadiga muscular (Figura 6.10 A). Para tanto, a altura do mocho deve 
estar ajustada para que as coxas do operador fiquem paralelas ao solo. Quanto 
maior o ângulo, maior será a compressão da circulação venosa de retorno com 
consequente aparecimento de varizes, ocorrendo maior apoio nas pernas e 
menor na região coccígea (Figura 6.10 B). Além disso, a resultante de forças 
do tripé pernas-mocho pode empurrar o mocho para trás. A posição incorreta 
do mocho pode afetar seriamente a saúde profissional, levando a 
consequências de deformação irreversível da coluna vertebral. A postura 
sentada, ergonomicamente correta, para o trabalho em odontologia é também 
chamada de “postura de controle de dedos” ou “postura de pianista”. 
 
 
Figura 6.10 – Posição sentada Correta (A) e Incorreta (B) 
 
Silva (2000), estudando as relações de espaço entre o operador e o seu 
plano de trabalho, concluiu que o trabalho odontológico é melhor realizado no 
plano sagital mediano no nível do tórax ou coração, em harmonia miocêntrica 
(Figura 6.11). 
 
A 
B 
 36 
 
Figura 6.11 – Plano sagital mediano no nível do tórax ou coração, em harmonia miocêntrica 
 
É indispensável que o CD sente-se de forma que os pés estejam 
totalmente apoiados no chão. Seguindo esta recomendação, teremos uma 
posição de equilíbrio e um fator fisiológico positivo na condição física, pois 
quanto maior a área sobre a qual atua uma força, menor é a pressão, pois esta 
é mais bem distribuída, sendo portanto mais favorável à saúde dos pés. 
Entretanto não devemos nos sentar sobre as pernas, e sim sobre a região 
glútea. O apoio mais importante para que estejamos bem sentados são os 
ísquios, que fazem parte dos ossos da bacia. Toda superfície do assento deve 
ser usada para suportar o peso do operador. O paciente deve ser posicionado 
de forma que os antebraços do operador fiquem paralelos ao solo ou 
levemente inclinados para cima quando as mãos estão em posição de 
operação. Os cotovelos devem estar próximos ao corpo. O campo operatório 
deve estar localizado na linha média do operador para maximizar a visibilidade. 
As costas e o pescoço do operador devem estar retos, com o topo dos ombros 
paralelos ao solo. Com relação ao ângulo de abertura das pernas, ele pode ser 
maior ou menor. 
Quanto à inclinação, o ideal é manter o posicionamento sentado com a 
postura média no sentido ântero-posterior (Figura 6.12 B). Nesta posição, o 
tronco deve estar apoiado contra um suporte traseiro, o que alivia a cavidade 
abdominal, uma região importante para a circulação e a digestão. Uma leve 
inclinação no sentido anterior, numa posição relaxada, diminui a atividade 
elétrica dos músculos. Se o CD estiver inclinado para trás, posição posterior, 
há o deslocamento do ponto de equilíbrio com suas nefastas consequências 
(Figura 6.12 C). 
 37 
 
Figura 6.12 – Classificação das posições sentadas. A – anterior, B – média, C – posterior 
 
Se a inclinação for acentuadamente para frente, há a compressão da 
cavidade abdominal (Figura 6.12 A e 6.13). Nesta posição anterior a grande 
veia safena pode ser comprimida, podendo ocorrer a obstrução das veias da 
perna e indesejáveis efeitos nos órgãos internos, os quais podem refletir no 
tórax ou na virilha. 
 
 
Figura 6.13 – Posição sentada para frente. Compressão da cavidade abdominal 
 
Um estudo de seguradoras americanas comprovou que a posição 
sentada, num determinado trabalho, prolonga a vida do operador em 17 anos. 
Segundo Ferreira (1998), existe um consenso entre os pesquisadores de que o 
trabalho sentado permite uma condição mais confortável para o profissional. 
Por outro lado, é fundamental salientar que, a má postura no trabalho sentado 
constitui uma carga potencialmente mais danosa ao indivíduo que o trabalho 
em pé. Em outras palavras, o profissional que trabalha em pé sofre 
consequências menos danosas do que o que trabalha sentado de forma 
inadequada. 
A maioria dos autores considera a posição de 9 horas como a básica de 
trabalho do CD. Nesta posição, uma das melhores localizações do 
 38 
equipamento é à sua direita, o que lhe permite apanhar os motores de alta e 
baixa rotação e seringa tríplice com um só movimento de antebraço, com o 
cotovelo cômodo e confortavelmente junto ao corpo, sem girar a cabeça. O 
profissional trabalha com as costas relativamente retas e apoiadas no encosto 
do mocho, a cabeça ligeiramente inclinada para baixo. Normalmente, trabalha 
com o cotovelo direito junto ao corpo, sendo que o esquerdo pode permanecer 
apoiado no encosto do mocho, esteja ou não usando a mão esquerda. 
Ninguém, em nenhuma profissão, trabalha em posição perfeita. Isto por 
que no trabalho temos que atingir dois pontos básicos quase que conflitantes: a 
postura perfeita do trabalho e o trabalho executado perfeitamente. Isto ainda é 
bastante difícil em qualquer profissão, pois muitas vezes a posição perfeita é 
sacrificada em benefício de um trabalho de melhor qualidade, ou no mínimo, 
mais rápido. Existem profissões, como a de pedreiro, por exemplo, em que é 
impossível trabalhar em uma posição ergonômica. Na odontologia já é bastante 
diferente. No trabalho do CD em posição de 9 horas e visão direta, somente em 
alguns momentos sacrificamos alguma coisa, quase nada da postura fisiológica 
normal. Segundo Fritz Schön, a posição ideal de trabalho do CD é sentada, em 
9 horas, com as pernas abertas como se estivesse montando a cavalo, 
formando um triângulo fisiológico de sustentação, cujo vértice é o cóccix, e a 
base uma linha que passa pela parte anterior das rótulas, devendo a boca do 
paciente estar no centro deste triângulo (Figura 6.14). 
 
 
Figura 6.14– Típica postura sentada, de pernas abertas como se estivesse montando a cavalo 
 
As dobras dos joelhos devem estar em 90°, estando a perna esquerda 
por baixo do espaldar da cadeira mais ou menos ao nível da cabeça, enquanto 
a direita deverá estar paralela ao braço direito da cadeira, com o paciente na 
posição supina. A nuca do paciente deverá estar mais ou menos à altura do 
 39 
colo do CD, de forma que os seus antebraços estejam razoavelmente paralelos 
ao solo quando suas mãos estiverem na posição de trabalho. Os ajustes finais 
de visibilidade e acesso a todos os quadrantes da boca podem ser obtidos 
girando a cabeça do paciente no sentido do CD ou no sentido oposto. O tronco 
do CD deve estar o mais próximo do espaldar da cadeira, consequentemente, 
com a cabeça do paciente reclinada sobre seu colo, a uma distância de 30 a 40 
cm abaixo dos seus olhos, sendo uma distância de conforto para a visão 
(Figura 6.15). Esta distância entre o nariz do operador e a cavidade oral do 
paciente deve ser mantida também para que o operador não invada o espaço 
de respiração do paciente. Isto ajuda a controlar infecções, bem como mostra 
consideração pelo conforto do paciente durante o tratamento. A cavidade oral 
do paciente é centralizada no colo do CD, na altura dos cotovelos do operador. 
A distância média do refletor ao campo operatório (boca do paciente) deve ser 
de 80 cm aproximadamente. 
 
 
Figura 6.15 – Distância da cabeça do operador à boca do paciente 
 
A grande vantagem da posição de 9 horas, além da visão direta de 
quase todas as faces dos dentes do cliente, é a de que a inclinação da coluna, 
quando necessária, será sempre para frente e não para o lado, como nas 
outras posições, o que é mais natural e normal em relação às vértebras. A 
assistente deve assumir a tarefa de acomodar a cabeça do paciente e abrir sua 
boca, afastando a língua e bochechas, suctando sangue e saliva, colocando o 
quadrante desejado sempre em visão direta para o CD. Tudo que foi dito para 
o CD é válido para a assistente. Ela deve ocupar a posição que varia de 1 a 3 
horas (Figura 6.16). 
 40 
 
Figura 6.16 – Posições ideais do CD (A) e auxiliar (B) 
 
A auxiliar deverá sentar-se com as pernas abertas, embaixo da cadeira. 
A sua perna esquerda pode ficar ao lado do braço esquerdo da cadeira e a 
direita sob o encosto da mesma. Nesta posição ela evitará também a torção da 
coluna para a esquerda, bem como o levantamento do braço durante os atos 
operatórios e ficará melhor posicionada em relação à unidade auxiliar para 
pegar com a mão esquerda os seus elementos e melhor ajudar o CD. As suas 
costas deverão ficar apoiadas no encosto do mocho e ligeiramente inclinadas 
para frente. Sua cabeça deverá estar inclinada para baixo, visualizando o 
campo de trabalho (Figura 6.17). 
 
 
Figura 6.17 – Posicionamento da assistente 
 
As suas pernas deverão estar sincronizadas com as do CD, para que 
não haja problemas de movimentação (Figura 6.18). 
 
 
Figura 6.18 – Sincronização de pernas entre o CD e a auxiliar 
 41 
Tanto o CD como a assistente deverão ter todos os instrumentais e 
materiais ao alcance de suas mãos. A assistente deve também executar, de 
preferência, até o movimento 3, e para tanto seria aconselhável que se 
dispusesse de uma auxiliar preparadora. 
Para a posição de trabalho preconizada atualmente, a inclinação da 
cadeira depende do local de trabalho na cavidade bucal do paciente. A 
inclinação do encosto articulável da cabeça deve variar de acordo com a 
arcada que estamos trabalhando. Para trabalho na maxila, o paciente deve 
estar na posição supina e o encosto de cabeça deve estar inclinado para trás 
(Figura 6.19). 
 
 
Figura 6.19 – Inclinação do encosto articulável da cabeça para trabalho na maxila 
 
A posição de supina é considerada uma posição universal para trabalhar 
em quase todas as áreas da boca. Contudo, visto que os pacientes variam na 
anatomia oral e no procedimento a ser feito, algumas variações na posição 
supina são necessárias. O caso mais evidente é aquele para ganhar acesso à 
porção mais distal do quadrante mandibular direito. Algumas vezes o melhor 
acesso a esta área da boca é obtida abaixando-se a base da cadeira à sua 
posição mais baixa. O encosto é então levantado até os antebraços do 
operador estarem paralelos ao solo quando as mãos estão em posição de 
trabalho (Finkbeiner & Johnson, 1995; Chasteen, 1989). Segundo Marquart 
(1980) a inclinação do espaldar da cadeira deve ser em torno de 20° nos 
preparos em dentes mandibulares. O operador é posicionado de 7 a 9 horas 
(Figura 6.20). O acesso é melhorado ainda mais quando a cabeça do paciente 
é levemente girada no sentido do operador e o queixo é abaixado. 
 
 42 
 
 
Figura 6.20 – A - Posição para o trabalho na mandíbula. B – Encosto de cabeça reto em relação 
ao espaldar da cadeira 
 
O CD deve estar mentalmente pronto para seguir a seguinte Lista de 
Checagem: 
 Pés apoiados no chão; 
 Coxas paralelas ao solo ou levemente anguladas de forma que os joelhos 
estejam levemente abaixo do nível do quadril; 
 Antebraços paralelos ao solo; 
 Cotovelos próximos ao corpo; 
 Ombros relaxados e paralelos ao solo; 
 O pescoço não deve estar dobrado ou puxado; 
 Costas retas; 
 Cavidade oral do paciente na altura dos cotovelos do CD; 
 Distância de 30 a 40 cm entre o nariz do operador e a face do paciente; 
 Campo operatório na linha média do Dentista. 
 
Ajustes na posição do paciente devem ser feitos até estas relações 
serem estabelecidas. A assistente pode ajudar o Dentista observando estas 
relações. Ao constatar estes desvios de postura ela pode comunicar 
polidamente o profissional perguntando: “Você está confortável?”. Isto é um 
sinal que talvez um rearranjo na posição seja necessário. 
A assistente precisa ser capaz de ver e ter acesso favorável à cavidade 
oral. Embora não seja absolutamente necessário que ela veja todos os 
detalhes que o operador possa ver, ela precisa ser capaz de no mínimo ver o 
dente ou a área que está sendo tratada. Para tal algumas recomendações de 
posicionamento devem ser seguidas. A assistente deve estar em posição de 3 
A B 
 43 
horas para trabalho em todos os quadrantes. Para aumentar a visibilidade, a 
altura do mocho deve ser elevada para que o topo da cabeça da assistente 
esteja 10 a 15 cm mais alto que do Dentista (Figura 6.21). Para que isso seja 
possível, é necessário que o mocho da assistente tenha apoio para os pés. 
Contudo, quando este mocho especial não estiver disponível, ele deve ser 
ajustado para que a cabeça da assistente esteja na mesma altura do operador. 
O corpo da assistente deve ser posicionado no sentido da cabeça do paciente, 
com nível dos quadris e coxas paralelo ao solo e na mesma altura dos ombros 
do paciente. 
 
 
Figura 6.21 – Adequada relação vertical entre o CD e a assistente para melhorar a visibilidade 
 
O operador pode usar duas formas de visão, a direta e a indireta. A 
visão direta ocorre quando o operador olha diretamente para o preparo 
cavitário ou local de tratamento. A visão indireta requer que o operador olhe 
para o espelho para observar a área. O uso da visão indireta elimina a 
necessidade do operador inclinar-se para ver o campo operatório. Para tratar a 
superfície oclusal do segundo molar superior direito, mesmo com o paciente na 
posição supina, pode ser necessário que o profissional se incline. O uso do 
espelho permite que o operador fique sentado em postura balanceada e 
observe o campo de trabalho satisfatoriamente no espelho. Na Tabela 6.1 
temos sugestões quanto ao posicionamento da cadeirapara o uso de visão 
direta ou indireta em muitas áreas da boca. 
 
 
 
 44 
Tabela 6.1 – Guias gerais para o trabalho efetivo a quatro mãos*. 
Área de 
Operação 
Visão 
Posição do 
operador 
Posição da cadeira do 
paciente 
Posição da cabeça Retração dos tecidos moles Ponto de apoio do operador SAV paralelo a sup. dental 
REGIÃO POSTERIOR DIREITA DA MAXILA 
Vestibular Direta 9:00 Encosto na horizontal Reta, queixo levemente elevado. Dedo indicador esquerdo 
Cabeça da peça de mão sobre o dedo indicador 
esquerdo 
Lingual 
Oclusal Direta 9:00 Encosto na horizontal Queixo elevado ao máximo, cabeça reta. Dedo indicador esquerdo Dedo indicador esquerdo Lingual 
Oclusal Indireta 11:00 Encosto na horizontal Reta, queixo levemente elevado. Dedo anular da mão direita Superfície vestibular dos dentes posteriores direitos Lingual 
Lingual Direta 9:00 Encosto na horizontal Virado para o operador, queixo elevado. Dedo indicador esquerdo Dedo indicador esquerdo 
Lingual (distal ao dente a ser 
tratado) 
REGIÃO ANTERIOR DA MAXILA 
Vestibular Direta 11:00 Encosto na horizontal Reta, queixo levemente elevado. Dedo indicador esquerdo 
Superfície oclusal dos premolares do lado direito, ou 
superfícies incisais dos dentes anteriores 
Lingual (ângulo incisal) 
Lingual Indireta 11:00 Encosto na horizontal Reta, queixo levemente elevado. 
A assistente retrai com o dedo indicador 
esquerdo. 
Superfície oclusal dos pré-molares direitos. Lingual (ângulo incisal) 
REGIÃO MANDIBULAR ANTERIOR 
Vestibular Direta 11:00 Encosto na horizontal 
Reto ou girado levemente para o operador ou 
assistente 
O operador retrai o lábio com o polegar e dedo 
indicador 
Superfície vestibular dos pré-molares inferiores 
direitos. 
Lingual 
Lingual 
Direta / 
Indireta 
11:00 
Assento abaixado ao 
máximo, encosto elevado. 
Reto ou girado levemente para o operador ou 
assistente 
O operador retrai a língua com o verso do 
espelho 
Superfície vestibular dos pré-molares inferiores 
direitos. 
Vestibular 
REGIÃO MANDIBULAR POSTERIOR DIREITA 
Vestibular Direta 10:00 
Assento abaixado e encosto 
levemente elevado 
Reto ou girado levemente para o assistente Dedo indicador esquerdo. Superfície vestibular dos dentes anteriores inferiores Lingual 
Oclusal Direta 9:00 
Assento abaixado e encosto 
levemente elevado 
Girado levemente para o operador, queixo 
abaixado levemente 
Dedo indicador esquerdo da assistente retrai a 
língua com o espelho. 
Superfícies vestibulares e ângulos incisais dos dentes 
anteriores inferiores. 
Lingual 
Lingual Direta 11:00 Encosto na horizontal 
Girado ao máximo para o operador, queixo 
elevado levemente 
Operador retrai a língua com o espelho. 
Superfícies vestibulares dos dentes anteriores 
inferiores 
Lingual (distal ao dente a ser 
tratado) 
REGIÃO MAXILAR POSTERIOR ESQUERDA 
Vestibular Direta 9:00 Encosto na horizontal 
Girado para o operador, queixo elevado 
levemente. 
Dedo indicador esquerdo. Ângulos incisais dos anteriores. 
Vestibular (distal ao dente a 
ser tratado) 
Oclusal Direta 9:00 Encosto na horizontal 
Queixo elevado ao máximo, cabeça girada 
levemente para o operador. 
Dedo indicador esquerdo. Superfície oclusal dos pré-molares direitos Vestibular 
Oclusal Indireta 11:00 Encosto na horizontal Girado para o operador 
A assistente retrai com o dedo indicador 
esquerdo 
Superfície oclusal dos pré-molares direitos Vestibular 
Lingual Direta 9:00 Encosto na horizontal 
Girado para o assistente, queixo elevado 
levemente. 
A assistente retrai com o dedo indicador 
esquerdo 
Superfície vestibular dos dentes anteriores inferiores. 
Indicador esquerdo estabiliza a cabeça da peça de 
mão. 
Vestibular 
MANDIBULAR POSTERIOR ESQUERDO 
Vestibular Direta 11:00 Encosto na horizontal Girado para o operador. Dedo indicador esquerdo ou espelho Superfície vestibular dos dentes anteriores inferiores. 
Vestibular (distal ao dente a 
ser tratado) 
Oclusal Direta 10:00 Encosto na horizontal Reto, queixo elevado. 
Operador retrai a língua com o espelho. A 
assistente retrai os tecidos bucais. 
Superfície vestibular dos dentes anteriores inferiores. Vestibular 
Lingual Direta 9:00 
Assento abaixado e encosto 
levemente elevado 
Girado levemente para o assistente. 
Operador retrai a língua com o espelho. A 
assistente retrai os tecidos bucais. 
Superfície vestibular dos dentes anteriores inferiores. Vestibular 
* A posição da assistente permanece entre 2 e 4 horas em todas as situações. Adaptado da Universidade do Alabama, Faculdade de Odontologia. SAV – Ponta de sucção de alto vácuo.
 45 
Referências 
 
1. Barbosa MBC et al., Odontologia em debate: Ergonomia e as doenças 
ocupacionais. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de 
Santana. 2003. 
2. Barros OB. Ergonomia. São Paulo: Pancast. 2.ed., 1999. 
3. Chasteen JE. Essentials of clinical dental assisting. St. Louis: Mosby. 4 ed., 
1989. 422p. 
4. Finkbeiner BL, Johnson CS. Comprehensive dental assisting. St. 
Louis:Mosbi, 1995. 1186. 
5. Kerosuo E, Kerosuo H, Kanerva L. Self-reported health complaints mong 
general dental practioners, ortodontists and office employers. Acta Odontol 
Scand 2000; 58(5): 207-12. 
6. Marquart E. Odontologia Ergonômica à 4 mãos. Rio de Janeiro: 
Quintessência, 1980.260p. 
7. Melis M, Abou-Atme YS, Cottogno L, Pittau R. Upper body musculoskeletal 
symptoms in Sardinian dental students. J Can Dent Assoc 2004; 70 (5): 
306-10. 
8. Mendez FJ, Gomez-Conesa A. Postural hygiene program to prevent low 
back pain. Spine 2001; 26(11): 1280-6. 
9. Naressi WG. Ergonomia em odontologia: o consultório. 3. ed, Ribeirão 
Preto: Gnatus, 2004. 
10. Robinson DS, Bird DL. Ehrlich and Torres: Essential of dental assisteing. 
Philadelphia: Saunders. 3.ed., 2001.664p. 
11. Robinson GE et al. Four-handed dentistry manual. University of Alabama: 
School of Dentistry. 6.ed, 1990. 
12. Rundcrantz BL, Johnsson B, Moriz U. Cervical pain and disconfort among 
dentists. A prospective study. Swed Dent J 1990; 14(2):71-80. 
 46 
7 FORMAS DE PREENSÃO DOS INSTRUMENTOS MANUAIS E PONTOS 
DE APOIO. 
 
7.1 FORMA DE PREENSÃO 
 
A - Dentes inferiores - forma de caneta modificada (Figura 7.1). 
 
Figura 7.1 – Forma de caneta modificada 
 
 
B - Dentes superiores do lado esquerdo - caneta modificada e invertida 
(Figura 7.2). 
 
Figura 7.2 – Forma de caneta modificada e invertida 
 47 
C - Dentes superiores do lado direito - dígito palmar (Figura 7.3). 
 
Figura 7.3 – Preensão dígito palmar 
 
7.2 POSIÇÕES DE APOIO E VISÃO DOS DENTES A SEREM TRATADOS 
 
A obtenção de um correto ponto de apoio é fundamental para a precisão 
dos trabalhos. Os apoios extra-bucais e na arcada oposta devem a princípio 
ser evitados, devido à possibilidade de movimentação por parte do paciente. 
Sempre que possível devemos optar por um apoio nos dentes próximos ao 
local no qual estamos realizando a intervenção. Nos dentes anteriores, temos a 
possibilidade de visualizar diretamente as superfícies a serem tratadas. 
Contudo, em algumas regiões, isso se torna bastante difícil, senão impossível, 
razão pela qual lançamos mão da visão indireta, através da imagem refletida 
em um espelho bucal (Figura 7.4) 
 
Figura 7.4 – Utilização da visão direta e indireta 
 48 
A) ARCADA INFERIOR 
 
Nesta arcada utiliza-se a preensão do instrumento manual em forma de 
caneta modificada com apoio nos dentes do mesmo arco, próximos ao preparo 
(Figura 7.5). 
 
Figura 7.5 – Apoio nos dentes do mesmo arco 
 
O uso do espelho para o afastamento da musculatura jugal facilita o 
preparo na face vestibular. Oponto de apoio é feito nos dentes adjacentes 
(Figura 7.6). 
 
Figura 7.6 – Afastamento da musculatura jugal 
 49 
O uso do espelho para o afastamento da musculatura da língua facilita o 
preparo na face lingual. O ponto de apoio é feito nos dentes adjacentes (Figura 
7.7). 
 
Figura 7.7 – Afastamento da língua 
 
B) ARCADA SUPERIOR 
 
Nesta arcada utiliza-se a preensão em forma de caneta modificada 
invertida. No lado direito do paciente, o uso do espelho clínico melhora a 
iluminação do local de trabalho e possibilita a visão indireta. O ponto de apoio é 
realizado nos dentes adjacentes da mesma arcada (Figura 7.8). 
 
 
Figura 7.8 – Apoio nos dentes adjacentes da mesma arcada do lado direito 
 50 
No lado esquerdo, uso do espelho clínico melhora a iluminação do local 
de trabalho e possibilita a visão indireta, além de propiciar o afastamento da 
musculatura jugal. O ponto de apoio é realizado na mesma arcada, no lado 
oposto (Figura 7.9). 
 
Figura 7.9 – Trabalho no lado esquerdo do paciente 
 51 
8 PREVENÇÃO DAS LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVO. 
 
Segundo Kangasmiemi (1999), cedo ou tarde, um em cada três dentistas 
acaba sofrendo de algum tipo de patologia das mãos que os obrigam a deixar 
de trabalhar, por pouco ou muito tempo, algumas vezes na vida. Estas 
patologias, também denominadas transtornos acumulativos por sobrecarga ou 
lesões por esforço repetitivo, podem afetar os membros superiores. São de 
origem ocupacional e causadas por má postura, métodos incorretos de trabalho 
e instrumentos não ergonômicos. Os dentistas que realizam uma 
instrumentação inadequada exercem uma força constante e repetida, com 
movimento de pinça dos dedos, em combinação com movimentos extremos 
das mãos (Figura 8.1). 
 
Figura 8.1 – Força constante com movimentos de pinça dos dedos 
 
A lesão mais comumente encontrada nos profissionais da Odontologia é 
a denominada Síndrome do Túnel do Carpo. O túnel do carpo está limitado 
pelos arcos côncavos formados pelos ossos carpianos da mão, e pelo 
ligamento transverso anular do carpo, alojando o nervo carpiano, nove tendões 
flexores e vasos sanguíneos, conforme se observa na Figura 8.2. 
 
 
Figura 8.2 – Cortes da mão em diferentes níveis. A)Ossos do carpo; B)Músculo Tenário; 
C)Ligamento tranverso anular do carpo; D)Nervo Mediano; E)Arco côncavo dos 
osso do carpo; F, H e I) Tendões flexores; G)Nervo cubital 
 52 
Quando a mão se flexiona, se estende ou se desvia da posição central, 
o volume do túnel diminui e a pressão interna aumenta (Figura 8.3). 
 
 
 
Figura 8.3 – Esquerda) Mão em posição correta de trabalho; Direita) Mão flexionada, 
resultando na diminuição do volume do túnel; A)Metacarpo; B)Ossos da mão; 
C)Radio; D)Ligamento transverso anular do carpo; E)Nervo mediano; 
F)Tendões transversos 
 
Os tendões, estando comprimidos, pressionam o nervo, o qual, com a 
repetição crônica do movimento, se inflama e se danifica. Isto produz 
alterações sensitivas, motoras e funcionais, dor, inchaço e rigidez da mão. Se 
esta situação permanecer por um período de, por exemplo, um ou dois anos, 
ocorre em primeiro lugar uma sensação de parestesia no nível do punho, dor e 
inchaço dos dedos. Posteriormente, se a situação continuar, entre dois e oito 
anos aparece uma debilidade na força de pinçamento e atrofia dos músculos 
da mão, com consequente incapacidade de segurar o instrumento. Uma vez 
instalado o dano, o tratamento consiste em imobilização da mão, injeções de 
hidrocortisona e, em último caso, cirurgia, dependendo do grau de 
comprometimento do nervo. 
Por outro lado, o dano pode ser evitado completamente com a 
eliminação preventiva dos fatores causais, os quais devem ser reconhecidos e 
identificados de forma precoce. Sabemos que a força constante mantida 
durante o movimento de pinça dos dedos e os movimentos extremos da mão, 
empregados simultaneamente, podem produzir esta síndrome. Para tanto, 
visando prevenir estas lesões, algumas medidas podem ser tomadas. 
 53 
A primeira seria dar preferência a instrumentos com cabos mais 
espessos, o que diminui a necessidade de forte pinçamento para segurá-lo 
com firmeza. O hábito de apertar fortemente o instrumento, de forma constante, 
também deve ser evitado, pois resulta numa fadiga desnecessária e incorreto 
controle das mãos. A atitude correta é segurar os instrumentos com suavidade, 
apertando-os somente quando for necessário para realizar um movimento 
ativo, diminuindo a força em seguida para relaxar os músculos. 
Os movimentos extremos das mãos também devem ser evitados, pois o 
deslocamento dos tendões que ficam comprimidos durante estes movimentos 
pode pressionar o nervo mediano e causar danos. Deve-se rodar o braço ao 
redor de seu fulcro, tomando como apoio a superfície a instrumentar e evitando 
o excesso de trabalho digital ou o giro da mão. 
 
Bibliografia 
MOONEY, B. Operatória Dental. Buenos Aires: Panamericana, 3.ed., 1999. 
1176p. 
 54 
9 EXERCÍCIOS PARA A PRÁTICA DA CLÍNICA ODONTOLÓGICA. 
 
A prevenção das doenças degenerativas consiste basicamente em evitar 
excessos no trabalho e no dia- a-dia, praticar exercícios físicos apropriados, 
organizar melhor a sua agenda de trabalho, evitando esforço contínuo, sentar-
se regularmente e usar calçados apropriados. É importante que o CD tenha 
períodos de descanso acompanhados de leves exercícios de braços e pernas. 
Ele deve ter um período obrigatório de descanso diário para evitar o acúmulo 
de esforços físicos, pois estes são cotidianos e fatalmente acarretarão 
enfermidades futuras (Barros, 1999). Porém, o que não pode ser esquecido é a 
ginástica diária. Isto é fundamental para a profilaxia do aparecimento de 
doenças profissionais no CD. As mais comuns são as da coluna e, dentre elas 
as dores lombares. Oitenta e cinco por cento das pessoas que sofrem sua 
primeira dor lombar voltam a ter pelo menos uma recaída. Por outro lado, com 
a prática de ginástica ela jamais voltará, ou chegará a aparecer (Barros, 1999). 
Esses exercícios de alongamento podem ser realizados no consultório, 
no intervalo entre as sessões, obtendo flexibilidade das articulações, 
melhorando a circulação e soltando as áreas tensas, preservando a saúde e 
otimizando a qualidade de vida de seus praticantes. São indicados para a 
prevenção de tenossinovites, tendinites, sinovites, miosites, fascites, 
epicondilites, paralisia dos membros superiores, dormências nas mãos. 
Durante o alongamento, o CD deve estar atento para não ultrapassar o limite 
da expansividade do músculo, sustentar o exercício por 10s e evitar 
compensações posturais e mau posicionamento durante a execução. Cada 
alongamento deve ser repetido por 3 vezes, alternando os lados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 55 
9.1 Alongamento para as costas, ombros, peito, braços e pescoço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 
 
 
 
 
 
 
 
Gire lentamente o pescoço e, caso sinta 
tensão maior em alguma posição, 
mantenha-a por 10s. 
 58 
9.2 Alongamento para as mãos e punhos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inicie este exercício com a palma da mão voltada para baixo, 
estendendo o antebraço esquerdo. Coloque o polegar direito 
sobre as bases dorsais dos dedos, e os outros quatro sobre as 
bases palmares, para darem apoio; alongue o grupo do 
músculo flexor virando os dedos para trás (dorsoflexão). 
Permaneça nessa posição por 10 segundos e depois solte. 
Alongue a face externa do antebraço, deixe o braço na mesma 
posição, com a palma voltada para baixo; coloqueos quatro 
dedos da mão direita sobre a superfície dorsal do punho 
esquerdo e o polegar direito contra a superfície palmar, para 
dar apoio; dobre a mão inteiramente para dentro. Sustente a 
posição fletida por 10 segundos. 
Para exercitar essas áreas, entrelace os dedos das 
duas mãos, estendendo os dois braços adiante. Gire 
as mãos entrelaçadas para a esquerda, tendo os 
punhos como fulcro do movimento. Depois, gire-as 
para a direita. Cada rotação deve durar 5 
segundos. Gire primeiro para esquerda e depois 
para direita, repetindo toda a série três vezes. 
 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abra as mãos e encoste-as em posição de 
“rezar”. Com os dedos juntos, comprima uma 
mão contra a outra de modo que a força se 
concentre nos punhos. 
Aperte dedo contra dedo, alongado-os um por 
um. Pode ser feito com todos os dedos ao 
mesmo tempo. 
Abra bem os dedos afastando-os ao máximo 
possível. Feche os dedos apertando-os com a 
mão estirada. 
Incline a palma da mão em direção ao braço. 
Repita para o outro lado. 
 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aperte o polegar contra os outros 
dedos da mão, um de cada vez. 
Cruze dedo com dedo, polegar 
com polegar e assim por diante, 
com todos os dedos em forma de 
gancho. 
Feche bem as mãos como se estivesse 
segurando algo com força. A seguir 
abra as mãos e estique bem os dedos. 
Coloque os braços para baixo e 
balance-os, girando para os lados. 
 61 
Referências 
1. Barbosa MBCB et al., Odontologia em debate: Ergonomia e as doenças 
ocupacionais. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de 
Santana. 2003. 
2. Caldeira-Silva A, Fernando H, Barboza G, Frazão P. Lesões por esforço 
repetitivo / Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho na prática 
odontológica. In: Feller C, Gorab R. Atualização na clínicaodontológica. Vol 
1, p.512-33, 2000. 
3. Genovese WJ, Lopes A. Doenças profissionais do Cirurgião-dentista. São 
Paulo: Pancast. 1991.111p. 
4. Poi WR, Reis LAS, Poi ICL. Cuide bem dos seus punhos e dedos. 
Revista APCD, v.53, n.2, p.117-121, mar./abr., 1999. 
 62 
10 MANUTENÇÃO DAS PEÇAS DE MÃO DE ALTA E BAIXA ROTAÇÃO. 
 
As turbinas são aparelhos mecânicos que usamos na Odontologia 
com a finalidade de movimentar os instrumentos de corte ou abrasão para o 
preparo de cavidades. Elas podem ser impulsionadas com ar comprimido, água 
e gás. As movidas a ar comprimido utilizam como fonte um compressor, ou 
atualmente, o ar comprimido em cilindros, com uma grande pressão. 
 
10.1 Cuidados a serem dispensados 
 
10.1.1 Quanto ao equipamento 
 
 Não bater com a sua ponta ativa em equipos, armários ou no chão. 
 Lubrificá-lo pelo menos duas ou três vezes ao dia, dependendo da sua 
utilização. 
 A lubrificação deverá ser feita com óleo mineral leve de baixa viscosidade 
para não travar o sistema de rolamentos. As turbinas de colchão de ar não 
requerem lubrificação, pois o sistema não se movimenta com atrito metal x 
metal e sim com uma câmara de ar entre as peças. 
 Idealmente estes aparelhos devem ser autoclavados de um paciente para 
outro, ou pelo menos receber uma antissepsia com um produto indicado. 
 Uma turbina deverá estar envolvida com um plástico especial de 
autoclavagem. Este plástico tem uma propriedade especial que, ao 
aquecer, abre os poros permitindo passagem de vapor ativado sobre as 
bactérias. Com o resfriamento estes vapores saem e os poros se fecham 
impedindo o retorno das mesmas para dentro, tornando assim as turbinas 
estéreis. 
 Não se deve esterilizar turbinas na estufa, pois elas possuem vedantes de 
borracha que se danificariam, além do que este método de esterilização 
eliminaria a lubrificação por volatização do óleo lubrificante. 
 
 
 
 
 63 
10.1.2 Quanto à colocação das brocas ou pontas. 
 
 O saca-brocas deverá ser usado com muito cuidado para não danificar a 
broca ou pedra montada, bem como a pinça do rotor. 
 Não devemos usar brocas ou pedras longas descentralizadas, pois além de 
causar desconforto ao paciente pode-se prejudicar o balanceamento da 
turbina. 
 Os saca-brocas deve ser esterilizável. 
 As peças de alta rotação que apresentam o sistema “push button” 
dispensam o uso de saca-brocas, facilitando o processo de inserção e 
remoção das pontas ou brocas, no entanto é um sitema mais sensível e 
deve-se ter cuidado no manuseio, para não danificar o sistema. Além disso, 
deve-se certificar da correta apreensão das pontas ou brocas no momento 
do uso, para evitar que possam se soltar durante a execução do 
procedimento. 
 
10.1.3 Quanto ao paciente 
 
 A turbina deverá ser a mais silenciosa possível para não prejudicar o 
paciente e o profissional, produzindo surdez ou perda da acuidade auditiva. 
 A turbina deverá ser a mais balanceada possível para não provocar 
desconforto ao paciente (vibração). 
 Não utilizar brocas ou pedras já em condições precárias, pois danificam o 
aparelho (sobrecarga) e produzem aquecimento da estrutura cortada. 
 Não confundir turbinas de alta rotação com micro-motores, que são 
também turbinas. As de alta rotação deverão ser utilizadas com grande 
refrigeração água/ar, enquanto as de baixa são usadas sob refrigeração de 
água ou mesmo sem refrigeração. 
 Não devemos deixar as pontas ativas destes instrumentos embotados com 
saliva, resíduos de corte dentário ou a mistura dos dois, pois danificam os 
rolamentos do rotor, bem como quebra da cadeia asséptica de 
esterilização. 
 
 64 
Tudo isto é válido para estes instrumentos atuais. No entanto, num 
futuro bem próximo poderemos ter o uso mais frequente das novas tecnologias, 
como a irradiação laser e a abrasão a ar na remoção de tecido cariado e 
preparo cavitário. Quanto ao problema de esterilização, provavelmente também 
num futuro próximo estaremos utilizando produtos totalmente descartáveis, 
como já o fazemos com os contra ângulos de profilaxia. 
 65 
11 PREPAROS DE CAVIDADES PARA AMÁLGAMA. 
 
Para todas as aulas práticas de preparo cavitário será necessário 
que o aluno traga o seguinte material básico: 
 
 plástico para bancada 
 avental de manga longa 
 luvas de procedimento 
 óculos de proteção 
 máscara e gorro 
 manequim 
 micro-motor, contra-ângulo e caneta de alta rotação 
 pinça clínica, espelho plano e explorador n° 5 
 Kit de brocas e pontas diamantadas de alta e baixa rotação 
 Adaptador para contra-ângulo 
 machado para esmalte 14/15 
 recortadores de margem gengival 28 e 29 
 Curetas de dentina 
 Pinça Müller para carbono 
 Carbono para articulação 
 Tiras de aço para matriz de 5 e 7mm 
 Porta matriz tipo Tofflemire 
 Cunhas de madeira 
 Condensador de Ward no.00. 
 
11.1 PREPARO DE CAVIDADE DE CLASSE I SIMPLES NO 37. 
 
A. Introdução 
 
As cavidades de classe I são localizadas em sulcos, fóssulas e 
defeitos estruturais que se localizam nas faces oclusais de pré-molares e 
molares; nos 2/3 oclusais das faces vestibulares de molares inferiores e 2/3 
oclusais das faces linguais de molares superiores; na região do tubérculo de 
Carabelli no 1° molar superior permanente; nos 2/3 incisais das faces 
 66 
vestibulares dos dentes anteriores; e na região do cíngulo nas faces linguais 
dos dentes anteriores superiores. 
São cavidades de classe I simples quando se localizam em apenas 
uma face do dente e composta quando englobam duas faces do dente, por 
exemplo, cavidade de classe I ocluso-lingual (OL) nos molares superiores. 
 
B. Posição manequim Operador 
 
Inferior esquerdo 
 
C. Visão 
 
Direta: Emborao exercício seja feito sob visão direta, o aluno 
deverá segurar o espelho na mão esquerda para melhorar a iluminação e 
também acostumar-se ao uso desse instrumento. Esta observação é válida 
para os demais exercícios. 
 
D. Manobras Prévias 
 
D1. Checagem dos contatos oclusais 
 
Antes de iniciar o preparo cavitário, um pedaço de carbono para 
articulação deve ser adaptado na pinça de Müller. Este deve ser posicionado 
entre as arcadas com o lado vermelho voltado para o dente que será 
preparado. Fazer os movimentos de lateralidade direita, esquerda e protrusão. 
Virar o carbono de forma que o lado preto fique voltado para o dente 
a ser preparado, devendo o aluno fazer com que o manequim oclua sobre ele, 
deslocando o arco inferior com a mão num movimento de fechamento, o qual 
deve ser repetido algumas vezes, até que as marcações dos contatos sejam 
observadas. 
 
 
 
 67 
E. Tempos Operatórios 
 
1° tempo operatório: abertura da cavidade 
 
A abertura é realizada com a ponta diamantada 1011 ou 1012 ou 
broca esférica n° 2, montada em contra-ângulo com uso de adaptador de com 
odo que sua haste fique perpendicular ao plano oclusal, ou com a ponta 
diamantada 1148 ou broca 245 também montada em contra-ângulo com uso de 
adaptador, posicionando-se ligeiramente inclinada em relação ao plano oclusal, 
de modo que a aresta formada entre a base e a porção lateral da broca inicie a 
abertura (Figura 11.1.1). Executa-se uma perfuração na fóssula mesial ou na 
central acometida pela lesão. 
 
 
Figura 11.1.1 – Pontas utilizadas para realização da abertura da cavidade 
 
2° tempo operatório: contorno 
 
Devemos lembrar que não poderão existir contatos oclusais na 
interface dente-restauração, sob risco da ocorrência de fratura das margens da 
restauração quando o dente entrar em função mastigatória. Desta forma, o 
contorno deve ser tal que os contatos oclusais ocorram ou na estrutura dental 
sadia, ou sobre o material restaurador a ser colocado. Na Figura 11.1.2 
podemos observar um exemplo de contorno que geralmente apresentado em 
preparo de molar inferior. Deve-se lembrar porém, que o contorno do preparo 
vai depender exclusivamente da extensão da lesão, preservando ao máximo a 
estrutura dental sadia. 
 
 68 
 
Figura 11.1.2 – Exemplo de contorno do preparo de classe I no 36. Seta – cauda de andorinha 
 
Com a ponta diamantada 1148 ou com a broca 245, 
perpendicularmente à superfície oclusal, faz-se o contorno da cavidade até 
atingir tecido hígido. A profundidade da cavidade será de mais ou menos 
metade da parte ativa da ponta ou broca, o que corresponde a 
aproximadamente 1,5mm, independentemente se restar ou não alguma porção 
de tecido cariado na parede pulpar. A cavidade não deve ser aprofundada 
nesse momento para remover o tecido cariado remanescente. O contorno da 
cavidade será o mais conservador possível. 
 
3° tempo operatório: forma de resistência 
 
Durante o contorno da cavidade é preciso assegurar superfícies 
adequadas de suporte para que tanto a estrutura dentária quanto o material 
restaurador resistam aos esforços mastigatórios. 
A forma de resistência caracteriza-se pelo preparo de paredes 
regulares e lisas, preparando-se paredes vestibulares e linguais planas e 
convergentes para oclusal (Fig 11.1.3 A). Em cavidades extensas pode-se 
optar pela realização de paredes V e L perpendiculares à parede pulpar, e 
paralelas entre si. A parede pulpar deverá ser plana e paralela ao plano oclusal 
(Figura 11.1.3). As paredes mesial e distal devem ser preferencialmente 
convergentes para oclusal, para aumentar a resistência da margem da 
restauração. Contudo, se a crista marginal estiver muito debilitada pela lesão 
de cárie, essas paredes devem ser ligeiramente expulsivas para oclusal, 
preservando sua resistência (Figura 11.1.3 B). 
 
 69 
 
Figura 11.1.3 – A – amplitude do preparo e conformação das paredes vestibular, lingual e 
pulpar. B – conformação das paredes mesial e distal no caso de cristas 
marginais enfraquecidas 
 
4° tempo operatório: forma de retenção 
 
É a forma dada ao preparo para impedir o deslocamento da 
restauração pela ação das forças que atuam sobre o dente, o que é obtido pela 
convergência das paredes. Quando forem preparadas paredes paralelas e a 
profundidade do preparo for maior do que a largura, isso já confere retenção ao 
material restaurador por atrito. Quando não se consegue um preparo mais 
profundo do que largo, há necessidade de realizar as retenções adicionais, que 
são pequenas reentrâncias realizadas sob as cúspides, ao nível dos diedros 
VP e LP, com a ponta diamantada 1131 ou broca tronco-cônica invertida no 33 
½ ou esférica ½ (Figura 11.1.4). 
 
 
Figura 11.1.4 - Preparo mais largo do que profundo, necessitando retenções adicionais 
 
A 
B 
 70 
Outras medidas para se obter retenção são: paredes planas e 
regulares, extensão do preparo nos sulcos transversais evitando o 
deslocamento da restauração no sentido MD e a execução das "caudas de 
andorinha", contorno cavitário realizado nas fóssulas mesial e distal (Figura 
11.1.2 – Seta). Deve-se lembrar que a cauda de andorinha somente deve ser 
preparada quando a lesão acometer as fossas proximais e, após a remoção do 
tecido cariado, surgir essa conformação específica. Não se deve desgastar a 
estrutura dental hígida somente para se obter uma cauda de andorinha. 
 
5° tempo operatório: remoção do tecido cariado 
 
Deve ser realizada com brocas esféricas lisas de maior diâmetro 
compatível com a cavidade, em baixa rotação ou escavadores em forma de 
colher (curetas de dentina), somente nas regiões onde, após a realização do 
contorno, restou tecido cariado. O restante da parede pulpar não deve ser 
aprofundada. 
 
6° tempo operatório: acabamento das paredes de esmalte 
 
Com o preparo da cavidade com pontas diamantadas nesse tipo de 
cavidade não deverão restar prismas de esmalte sem suporte, não sendo 
necessário nenhum tipo de acabamento das paredes de esmalte. 
 
7° tempo operatório: limpeza da cavidade 
 
Todos os resíduos deverão ser removidos através de jatos de ar. 
 
 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
 paredes planas, regulares e lisas; 
 ângulos diedros do 1° grupo arredondados; 
 ângulos diedros do 2° grupo arredondados; 
 parede pulpar plana e paralela ao plano oclusal; 
 71 
 paredes V e L ligeiramente convergentes para oclusal, ou 
perpendiculares à parede pulpar; 
 paredes M e D convergentes para oclusal ou ligeiramente 
expulsivas para oclusal; 
 presença de "cauda de andorinha" nas fossas mesial e distal 
quando a lesão de cárie atingir essas áreas; 
 retenções adicionais sob as cúspides, às custas das paredes V e 
L, ao nível dos diedros VP e LP, se as paredes vestibular e 
lingual forem paralelas e a cavidade for mais larga do que 
profunda. 
 72 
11.2 PREPARO DE CAVIDADE DE CLASSE I NO 34. 
 
Devido à presença da ponte de esmalte na face oclusal do primeiro 
pré-molar inferior, este preparo consta de duas pequenas cavidades, uma na 
fossa mesial e outra na fossa distal, realizando-se a abertura da mesma forma 
que no exercício anterior (Figura 11.2.1 A). 
Quanto à forma de contorno, essa deverá restringir-se às fossas 
mesial e distal, conservando-se íntegra a ponte de esmalte (Figura 11.2.1 B). A 
abertura deve ser tal que permita a penetração do instrumento condensador de 
Ward n°00. 
 
 
Figura 11.2.1 – A – Abertura da cavidade; B – Contorno preservando a ponte de esmalte 
 
A parede pulpar é inclinada em função da anatomia da câmara 
pulpar, que acompanha aanatomia da superfície oclusal. Para tal, o longo eixo 
da ponta diamantada ou broca deve estar perpendicular ao plano que passa 
pelos vértices das cúspides V e L (Figura 11.2.2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11.2.2 – Inclinação da parede pulpar no primeiro pré-molar inferior 
A B 
 73 
Todas as paredes devem ser preparadas convergentes para oclusal 
com a ponta diamantada 1148 ou broca 245. Se a crista marginal estiver muito 
debilitada pela lesão de cárie, pode-se optar por deixá-las ligeiramente 
expulsivas para oclusal para preservar sua resistência. 
 
 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
 paredes planas, regulares e lisas; 
 ângulos diedros do 1° grupo arredondados 
 ângulos diedros do segundo grupo arredondados; 
 parede pulpar ligeiramente inclinada, acompanhando a inclinação 
da face oclusal; 
 paredes circundantes convergentes para oclusal 
 paredes mesial da caixa mesial e distal da caixa distal, em 
contato com as cristas marginais, convergentes para oclusal ou 
ligeiramente expulsivas para oclusal se a lesão fragilizou a crista 
marginal; 
 74 
11.3 PREPARO DE CAVIDADE DE CLASSE I COMPOSTA NO 26. 
 
Neste dente faremos dois tipos de preparos cavitários. O preparo de 
classe I simples na fossa mesial e classe I composta na fossa distal e sulco 
lingual. Numa situação clínica, a ponte de esmalte deverá ser incluída no 
preparo somente quando estiver solapada por cárie ou quando, após o preparo 
da cavidade, restar uma espessura menor que 1mm de estrutura separando as 
duas cavidades. 
 
A. Manobras Prévias 
 
A1. Checagem dos contatos oclusais. 
 
Posicionar o carbono entre as arcadas e fazer com que o manequim 
oclua sobre ele, deslocando o arco inferior com a mão num movimento de 
lateralidade e protrusão (lado vermelho do carbono), os quais devem ser 
repetidos algumas vezes, até que as marcações dos contatos em desoclusão 
sejam observadas. A seguir faz-se o fechamento com o lado preto do carbono 
voltado para o dente a ser preparado de forma a se analisar os contatos em 
OC. 
 
B. Tempos operatórios 
 
1 ° tempo operatório: abertura 
 
Feita com ponta diamantada 1011 perpendicular ao longo eixo do 
dente, ou com ponta diamantada 1148 ou broca 245, sendo que a haste deverá 
estar inclinada para que a aresta inicie a abertura, tanto na fossa mesial quanto 
na distal. 
 
2° tempo operatório: contorno 
 
Devemos lembrar que não poderão existir contatos oclusais na 
interface dente-restauração, sob risco de ocorrência de fratura das margens da 
restauração quando o dente entrar em função mastigatória. Na Figura 11.3.1 
 75 
podemos observar um exemplo do contorno aproximado que deverá possuir o 
preparo cavitário a ser realizado. Deve-se lembrar que o contorno do preparo 
deve ser exatamente o mínimo necessário para se atingir tecido dental hígido 
nas paredes circundantes, não devendo ser adotado nenhum contorno 
exteriotipado. 
 
Figura 11.3.1 – Contorno aproximado do preparo 
 
O contorno deve ser realizado com a ponta diamantada 1148 ou 
broca 245, com a haste paralela ao longo eixo do dente, até atingir o esmalte 
íntegro, tanto na porção mesial quanto na distal. Na porção distal, o preparo 
estende-se para o sulco lingual, formando um degrau entre a face oclusal e a 
lingual. Deve-se posicionar o instrumento rotatório paralelo à face lingual, 
penetrando no sulco cariado. 
A profundidade das caixas oclusais é de 1/2 da parte ativa da ponta 
diamantada ou broca e a caixa lingual estende-se até o limite do sulco, 
geralmente no terço médio da face lingual. 
O contorno será o mais conservador possível e as cristas marginais 
mesial e distal deverão ser preservadas. 
 
3° tempo operatório: forma de resistência 
 
Caracteriza-se pelo formato de caixa na cavidade simples (porção 
mesial da face oclusal) e pelo formato de degrau na cavidade composta (na 
porção disto-lingual). 
Cavidade simples: Todas as paredes devem ser planas e 
convergentes para oclusal. A parede pulpar é plana e paralela ao plano oclusal. 
 76 
A parede mesial pode ser ligeiramente expulsiva para oclusal se a lesão tiver 
enfraquecido a crista marginal, de forma a preservar sua resistência. 
Cavidade composta: A parede axial é levemente expulsiva para 
oclusal, o que é obtido inclinando-se a broca em relação ao longo eixo do dente 
(Figura 11.3.2), e as paredes M e D da caixa lingual são convergentes para 
oclusal. Parede gengival paralela à parede pulpar. A broca deve ser então 
posicionada perpendicular à face lingual para definir melhor os ângulos MA e 
DA. 
 
Figura 11.3.2 - Inclinação da parede axial 
 
O acabamento das paredes é realizado diretamente com o 
instrumento rotatório. Deve-se realizar o arredondamento do ângulo axio-pulpar 
com o recortador de margem gengival. 
 
4° tempo operatório: forma de retenção 
 
Paredes planas, regulares e lisas, ângulos diedros do 2° grupo e 
triedros arredondados, profundidade maior que a largura, presença de "cauda 
de andorinha" nas fóssulas mesial e distal, dependendo da extensão da lesão, 
e, se necessário, retenções adicionais nos diedros VP e LP sob as cúspides, 
quando a cavidade for mais larga do que profunda, realizadas com a ponta 
diamantada 1031 ou a broca n° 33 ½ (Figura 11.3.3 B). Podem ser realizadas 
ainda retenções no nível dos diedros mésio-gengival e disto-gengival, na caixa 
lingual, utilizando a ponta diamantada 1061 ou broca cônica 169, como 
mostrado na Figura 11.3.3 (A e B). 
 
 
 77 
 
 
Figura 11.3.3 – Localização das retenções adicionais 
 
5° tempo operatório: remoção do tecido cariado 
 
Broca esférica em baixa rotação de tamanho compatível com a 
cavidade. 
 
6° tempo operatório: acabamento das paredes de esmalte 
 
Da forma como foram realizados os preparos, não deverão restar 
prismas de esmalte sem suporte. O aplainamento do cavo-superficial gengival 
da parede gengival deve ser realizado com o recortador de margem gengival. 
 
7° tempo operatório: limpeza da cavidade 
 
Feita com jato de ar. 
 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
Cavidade simples (na fossa mesial): 
 paredes planas, regulares e lisas; 
 ângulos diedros do 1° grupo arredondados; 
 ângulos diedros do 2° grupo arredondados; 
 parede pulpar plana e paralela ao plano oclusal; 
 paredes circundantes convergentes para oclusal; 
A B 
 78 
 parede mesial ligeiramente expulsiva para oclusal caso a crista 
marginal esteja muito debilitada. 
 
Cavidade composta (OL na porção distal): 
 paredes planas, regulares e lisas; 
 ângulos diedros do 1° grupo arredondados; 
 ângulos diedros do 2° grupo e triedros arredondados; 
 parede pulpar plana e paralela ao plano oclusal; 
 paredes circundantes da caixa oclusal convergentes para oclusal; 
 parede D da caixa oclusal ligeiramente expulsiva para oclusal 
caso a crista marginal esteja fragilizada; 
 paredes M e D da caixa lingual convergentes para oclusal e para 
lingual; 
 parede axial ligeiramente expulsiva para oclusal; 
 parede gengival plana e paralela à parede pulpar; 
 retenções adicionais, se necessário, sob a cúspide 
vestíbulo-distal na caixa oclusal, no diedro VP, e ao nível dos 
diedros mésio-axial e disto-axial, na caixa lingual; 
 aplainamento do cavo superficial gengival; 
 arredondamento do ângulo diedro do 3° grupo, áxio-pulpar. 
 79 
11.4 PREPARO DE CAVIDADE DE CLASSE I COMPOSTA NO 37. 
 
Este preparo é semelhante ao preparo de cavidade de classe I para 
amálgama no dente 26. No entanto, não há ponte de esmalte no elemento 37 e 
a extensão serárealizada para vestibular a partir da fossa central (OV) (Figura 
11.4.1). 
 
 
 
Figura 11.4.1 – Contorno e forma do preparo 
 80 
11.5 CAVIDADE DE CLASSE II TIPO "SLOT VERTICAL" NA MESIAL NO 35. 
 
A. Introdução 
 
São preparos designados para a restauração de cáries 
interproximais dos dentes posteriores. A detecção precoce destas lesões 
proximais se dá, na maioria das vezes, através de radiografias interproximais. 
Essas lesões normalmente se localizam abaixo do ponto de contato 
entre dentes contíguos, devido à impactação alimentar ou à retenção de placa 
nessa área. A extensão destes preparos para a face oclusal deve ser 
estritamente necessária ou requerida para o acesso à lesão de cárie presente, 
para a remoção de esmalte desmineralizado e/ou para a remoção de esmalte 
sem suporte de dentina sadia. Este acesso à superfície proximal proporciona 
um preparo conservador, simples e auto-retentivo. 
 
B. Instrumental 
 
Todo material clínico requerido para os preparos cavitários 
anteriormente citados. 
 
C. Posição manequim Operador 
 
Inferior esquerdo 
 
D. Visão 
 
Direta 
 
E. Manobras Prévias 
 
E1. Checagem dos contatos oclusais 
 
Da mesma forma como já descrito para os preparos de classe I. 
 
F. Tempos Operatórios 
 
1° tempo operatório: Abertura 
 
 81 
Com a ponta diamantada 1011, em baixa velocidade realizamos um 
pequeno sulco (slot) no centro da crista marginal distal (Figura 11.5.1). Para a 
execução deste preparo, o dente vizinho deverá ser protegido com uma tira 
matriz de aço inoxidável montada em porta matriz e estabilizada com cunha de 
madeira. 
 
 
Figura 11.5.1 – Abertura da cavidade 
 
2° tempo operatório: Contorno 
 
Devemos lembrar que não poderão existir contatos oclusais na 
interface dente-restauração, sob risco de ocorrência de fratura das margens da 
restauração quando o dente entrar em função mastigatória. Desta forma, o 
contorno deve ser tal que os contatos oclusais ocorram ou na estrutura dental 
sadia ou sobre o material restaurador a ser colocado. Na Figura 11.5.2 
podemos observar o contorno aproximado que deverá possuir o preparo a ser 
realizado. 
 
 
Figura 11.5.2 – Contorno do preparo tipo Slot vertical 
 82 
 
O "slot" é aprofundado em direção à parede gengival com a ponta 
diamantada 1148 ou broca 245, colocada paralela ao eixo longitudinal da coroa 
do dente até que se ultrapasse o ponto de contato. Com movimentos 
pendulares de vestibular para lingual, procedemos à penetração no sentido 
gengival até que atinja a lesão de cárie simulada. Com a confecção deste 
canal, esboçam-se as paredes: axial, gengival, vestibular e lingual (Figura 
11.5.3). 
 
 
Figura 11.5.3 – Delimitação do contorno do preparo com a ponta diamantada 1148 
 
O contato com o dente vizinho pode ou não ser rompido, porém nos 
casos em que este procedimento demandar em remoção de grande quantidade 
de tecido dental sadio, devemos considerar a possibilidade de não removê-lo. 
A decisão deve se basear no risco de cárie que o indivíduo apresenta. 
 
3° a 4° tempos operatórios: Forma de resistência e retenção 
 
A forma de resistência do preparo é representada por paredes V e L 
planas e pela parede gengival plana e perpendicular ao longo eixo do dente. 
A parede axial deve ficar plana vestíbulo-lingualmente para 
proporcionar resistência, e ligeiramente expulsiva no sentido gêngivo-oclusal 
como forma de conveniência, de forma que possamos preparar 
adequadamente a parede gengival (Figura 11.5.4). 
 
 83 
 
Figura 11.5.4 – Inclinação correta da parede axial 
 
As paredes vestibular e lingual devem convergir levemente para 
oclusal, para proporcionar assim a forma de retenção da restauração, evitando 
o seu deslocamento para oclusal e também preservando a crista marginal 
(Figura 11.5.5). 
 
 
Figura 11.5.5 – Convergência das paredes V e L 
 
Dependendo do contorno da superfície proximal, pode ser 
conveniente preparar a curva reversa de Hollenback na parede vestibular da 
caixa proximal, de forma a aumentar a espessura do material restaurador na 
margem da restauração. 
Para evitar o deslocamento da restauração proximalmente (ou seja, 
em direção ao dente adjacente), retenções na forma de sulcos ou canaletas 
devem ser feitas nas paredes vestibular e lingual da caixa proximal. Com uma 
ponta diamantada 1061 ou broca carbide 169, em baixa rotação, um sulco é 
 84 
feito ao longo dos ângulos áxio-vestibular e áxio-lingual, se estendendo da 
parede gengival até o limite amelo-dentinário (Figura 11.5.6 A). Esses sulcos 
devem ter posições opostas e ser bem distintos (Figura 11.5.6 B - setas). 
 
 
Figura 11.5.6 – Retenções adicionais. A – Broca cônica 169. B – Broca esférica 
 
A regularização das paredes vestibular e lingual deve ser feita com 
machado para esmalte com movimentos ocluso-gengivais. O acabamento da 
parede gengival é dado com o machado 14-15, com movimentos vestíbulo-
linguais. 
 
5° tempo operatório: Remoção do tecido cariado. 
 
Broca esférica em baixa rotação. 
 
6° tempo operatório: Acabamento das paredes de esmalte. 
 
O cavo-superficial gengival deve ser aplainado com os recortadores 
de margem gengival. O cavo-superficial gengival vestibular e lingual da caixa 
proximal deve ser regularizado com o machado 14-15. 
 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
 Paredes vestibular e lingual ligeiramente convergentes para 
oclusal e expulsivas para proximal; 
 Parede axial ligeiramente expulsiva para oclusal; 
 Parede gengival plana e perpendicular ao longo eixo do dente; 
 Curva reversa de Hollenback na parede vestibular 
A 
B 
 85 
 Sulcos ao longo dos ângulos diedros áxio-vestibular e áxio-
lingual, se estendendo da parede gengival até o limite amelo-
dentinário; 
 Aplainamento do ângulo cavo-superficial gengival. 
 
 
 
Figura 11.5.7 – Características finais do preparo 
 86 
11.6 PREPARO DE CLASSE II TIPO "SLOT HORIZONTAL" NA DISTAL DO 
DENTE 35. 
 
A. Introdução 
 
O acesso para uma lesão de cárie estritamente proximal pode 
também ser feito pelas superfícies vestibular ou lingual, preservando a 
superfície oclusal e a crista marginal. 
A escolha deste tipo de preparo é para lesões incipientes de cárie e 
está na dependência da localização destas lesões abaixo do ponto de contato 
e deslocadas vestibular ou lingualmente. 
Estas restaurações têm como vantagens a preservação de estrutura 
dental, um menor tempo de preparo e o fato de não estarem sujeitas a esforços 
diretos. 
 
B. Tempos Operatórios 
 
1 ° tempo operatório: Abertura 
 
Com a broca ou ponta diamantada esférica em baixa velocidade, 
iniciamos o acesso por vestibular (cárie deslocada vestibularmente), de 
maneira que as futuras paredes oclusal e gengival fiquem ligeiramente abaixo 
do ponto de contato e a aproximadamente 1 mm acima da gengiva marginal 
livre. Esta broca deve ser posicionada formando um ângulo agudo com a 
superfície proximal do dente. 
O dente vizinho deve ser protegido com uma tira de matriz de aço 
inoxidável em porta matriz, estabilizada com cunha de madeira. 
 
2° tempo operatório: Contorno 
 
Após a penetração inicial, com a ponta diamantada 1090A 
posicionada paralelamente à superfície proximal do dente, procede-se a 
extensão da cavidade para lingual até atingir o extremo lingual da lesão. A sua 
 87 
profundidade no sentido mésio-distal deve ser de 1 e ½ vez do diâmetro da 
mesma (Figura 11.6.1). 
 
 
 
Figura 11.6.1 – Contorno do preparo. A – Vista vestibular. B – Vista proximal.C- Corte 
horizontal 
 
Movimentando-se a broca no sentido ocluso-gengival, delimitam-se 
as paredes oclusal, gengival e axial com a porção lateral da broca e a parede 
lingual com sua extremidade. 
As paredes gengival e oclusal ficam paralelas entre si e 
perpendiculares à parede axial, que segue a inclinação da face proximal do 
dente. As paredes gengival e oclusal deverão formar um ângulo de 90° com a 
superfície externa do dente. 
 
3° a 4° tempos operatórios: Forma de resistência e retenção 
 
A própria preservação da crista marginal constitui uma forma de 
resistência da estrutura dentária. 
As paredes circundantes da cavidade deverão formar um ângulo reto 
com a superfície externa do dente. 
Com a ponta diamantada cônica 1061 ou com a broca esférica ½ ou 
¼ em baixa rotação, podem ser confeccionados sulcos ou canaletas nas 
paredes oclusal e gengival, junto aos diedros (Figura 11.6.2). 
 
A B C 
 88 
 
 
Figura 11.6.2 – Realização das retenções adicionais 
 
5° tempo operatório: Remoção do tecido cariado 
 
Broca esférica em baixa rotação. 
 
6° tempo operatório: Acabamento das paredes de esmalte. 
 
As paredes gengival, oclusal, lingual e axial são acabadas com o 
machado 14 e 15 de margem gengival, tracionando-se a face cortante do 
instrumento de uma extremidade a outra da parede (Figura 11.6.3). 
 
 
Figura 11.6.3 – Acabamento das paredes de esmalte 
 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
 Paredes oclusal, gengival e lingual formando um ângulo reto com 
a superfície proximal do dente. 
 Parede axial paralela à superfície proximal. 
 Sulcos ou canaletas nos ângulos axio-oclusal e axio-gengival. 
 Paredes oclusal e gengival paralelas entre si e perpendiculares a 
axial 
 Parede lingual perpendicular às paredes gengival e oclusal 
 89 
11.7 PREPARO DE CAVIDADE DE CLASSE II (MO) NO 36. 
 
A. Introdução 
Os preparos cavitários de classe II para amálgama correspondem 
àqueles localizados nas faces proximais de pré-molares e molares. 
Devido à maior difusão das medidas preventivas nas comunidades, 
ao maior empenho dos cirurgiões dentistas no diagnóstico precoce das lesões 
de cárie, e ao desenvolvimento de instrumentais mais eficientes e materiais 
com melhores propriedades, atualmente temos condições de realizar preparos 
cavitários conservadores preservando ao máximo as estruturas dentárias, sem 
contudo, negligenciar os aspectos mecânicos necessários para a realização 
dos preparos cavitários para amálgama. 
 
B. Posição manequim Operador 
 
Inferior esquerdo 
 
C. Visão 
 
Direta 
 
D. Manobras Prévias 
 
D1. Checagem dos contatos oclusais. 
 
Da mesma forma como já descrito para os preparos anteriores. 
 
E. Tempos Operatórios 
 
1 ° tempo operatório: abertura 
 
Com uma ponta diamantada esférica 1011 ou ponta diamantada 
1148 ou broca 245, em baixa velocidade, realizamos uma perfuração na fossa 
mesial ou central da face oclusal. 
 90 
 
2° tempo operatório: contorno 
 
Para a execução de uma cavidade de classe II, o dente vizinho ao 
preparo deverá ser protegido de um possível desgaste com um pedaço de tira 
de aço inoxidável utilizada para confecção de matrizes, presa em porta matriz 
tipo Tofflemire e estabilizada empregando uma cunha de madeira. 
Realizamos o contorno da caixa oclusal com a ponta diamantada 
1148 ou broca 245, seguindo os mesmos procedimentos utilizados para o 
preparo de classe I. Após o contorno da caixa oclusal, tracionar a broca em 
direção ao ponto de contato do dente 36 com o 35, diminuindo a crista marginal 
mesial até aproximadamente 1mm de espessura. Em seguida, com 
movimentos pendulares de vestibular para lingual, pressionamos a broca no 
sentido gengival até atingir a lesão de cárie, ao mesmo tempo em que vamos 
diminuindo mais a espessura da parede mesial até que ela se rompa (Figura 
11.7.1). 
 
 
 
Figura 11.7.1 – Confecção da caixa proximal 
 
As paredes V e L serão convergentes para oclusal de forma a 
proporcionar uma forma auto-retentiva da caixa proximal e preservar a maior 
quantidade de tecido da crista marginal. Elas devem ser também ligeiramente 
expulsivas para proximal, para acompanhar a direção dos prismas de esmalte. 
Os contatos com o dente vizinho podem ser mantidos ou rompidos, 
dependendo da extensão da lesão. Embora a remoção do contato possa 
 91 
facilitar o acabamento das margens da restauração e a higiene da interface, 
essa separação não é necessária para os pacientes que fazem uso de fio 
dental. A separação pode ser checada por meio de uma sonda exploradora 
(Figura 11.7.2). 
 
Figura 11.7.2 – Expulsividade no sentido proximal. Rompimento eventual do contato 
 
Sabemos que os longos eixos dos prismas de esmalte formam um 
ângulo de 90° com as tangentes que tocam a superfície dental na região do 
topo de cada prisma. Tendo isso em mente, é importante que após o preparo 
cavitário não restem prismas de esmalte sem suporte na região dos ângulos 
cavo-superficiais. A confecção das paredes vestibular e lingual da caixa 
proximal paralelas entre si permitiria que prismas sem suporte 
permanecessem, os quais, com o passar do tempo, fatalmente sofreriam um 
processo de fratura e levariam à formação de valamento marginal (Figura 
11.7.3 A). A confecção destas paredes expulsivas no sentido proximal resolve 
este problema. Por outro lado, a margem vestibular da futura restauração em 
amálgama ficará muito fina, em virtude da conformação anatômica do dente, 
podendo ocorrer fratura do amálgama (Figura 11.7.3 B). 
 
Figura 11.7.3 – Conformação das paredes vestibular e lingual da caixa proximal de um preparo 
de classe II. A – Paredes paralelas no sentido áxio-proximal deixam prismas de 
esmalte sem suporte e condicionam a falhas devido à sua fratura. B – Paredes 
expulsivas deixam bordas de amálgama muito finas e frágeis, principamente na 
parede vestibular. C – Confecção da Curva Reversa na parede vestibular para 
permitir uma margem mais espessa para a restauração 
 
 92 
A conformação anatômica dos molares inferiores, que têm as 
cúspides vestibulares maiores do que as linguais, faz com que o contorno da 
face proximal favoreça a ocorrência de bordas finas de restauração, 
principalmente na parede vestibular e não na lingual. Este problema é resolvido 
confeccionando-se na parede vestibular a chamada “Curva Reversa de 
Hollenback”, idealizada por George M Hollenback. Ela é realizada fazendo 
com que a parede vestibular da caixa proximal tenha um contorno côncavo no 
sentido da superfície vestibular do dente (Figura 11.7.3 C). Esta curva é feita 
somente o suficiente para permitir uma margem de amálgama em 90° em 
relação à superfície externa proximal. Do lado lingual, ela é frequentemente 
desnecessária (Figura 11.7.4). 
 
Figura 11.7.4 – Importância da curva reversa na região proximal. A – Borda fina da restauração 
sujeita a fratura. B – Borda espessa proprociona resistência à restauração 
 
A caixa proximal é sempre executada na direção do contato 
interproximal, independentemente do posicionamento dentário na arcada, isto 
é, se um dente estiver girovertido e fizer contato com seu vizinho à custa da 
face vestibular, nesta região é que será realizada a caixa proximal. 
A parede axial da caixa mesial deve ser ligeiramente expulsiva para 
oclusal, sendo esta expulsividade realizada pela inclinação da ponta 
diamantada 1148 ou da broca 245 (Figura 11.7.5). 
 
Curva reversa 
 93 
 
Figura 11.7.5 – Inclinação das paredes axial e distal 
 
3° tempo operatório: resistência 
 
Durante a realização do contorno já se realizaa forma de resistência 
cavitária representada por paredes V e L da caixa oclusal convergentes para 
oclusal. As paredes pulpar e gengival são planas e paralelas entre si. A parede 
axial também é plana e ligeiramente expulsivas para oclusal. A parede distal 
deve ser preferencialmente convergente para oclusal. Contudo, caso a crista 
marginal esteja muito fragilizada, é melhor optar por uma parede ligeiramente 
expulsiva para preservar sua resistência. 
O ângulo áxio-pulpar deve ser arredondado para evitar a 
concentração de esforços e aumentar a resistência final da restauração. Este 
arredondamento será executado com o recortador de margem gengival n° 29 
raspando de vestibular para lingual e vice-versa (Figura 11.7.6). 
 
 
Figura 11.7.6 – Arredondamento do ângulo áxio-pulpar com o recortador de margem gengival 29 
 
Ao final do preparo é importante que não restem prismas de esmalte 
sem suporte, os quais poderiam se fraturar com o passar do tempo e resultar 
RMG 29 
 94 
em valamento nas margens. Para tal é importante a atuação dos instrumentos 
cortantes manuais (Figura 11.7.7). 
 
 
Figura 11.7.7 – A utilização apenas de instrumentos rotatórios favorece a permanência de 
prismas de esmalte sem suporte que se fraturarão com o passar do tempo 
 
O aplainamento dos prismas de esmalte das paredes V e L da caixa 
proximal é feito com o machado 14-15 com seu bisel sempre voltado para o 
interior da cavidade. O machado 14 faz o aplainamento da parede lingual e o 
15 trabalha na parede vestibular (Figura 11.7.8). 
 
 
Figura 11.7.8 – Alisamento das paredes laterais da cavidade 
 
O alisamento da parede gengival pode ser realizado com o machado 
15 movimentado de L para V, ou o 14 movimentado de V para L, conforme 
mostrado na Figura 11.7.9. 
 
M 15 M 14 
 95 
 
 
Figura 11.7.9 – Alisamento da parede gengival com o machado 14-15 
 
O aplainamento das paredes distal e pulpar será realizado com a 
enxada monoangulada 26S, com movimentos de mesial para distal. 
 
4° tempo operatório: retenção 
 
São responsáveis pela retenção a presença de paredes V e L 
convergentes para oclusal, da "cauda de andorinha" na região correspondente 
à fossa distal, além das retenções adicionais, feitas sob as cúspides 
vestibulares e linguais, na caixa oclusal, realizadas com a ponta diamantada 
1031 ou broca no 33 ½ em baixa velocidade (Figura 11.7.10 - setas). 
 
Figura 11.7.10 – Localização das retenções adicionais na caixa oclusal 
 
Na caixa proximal podemos executar um sulco com a ponta 
diamantada 1061 ou com a broca cônica no 169, nos diedros vestíbulo-axial e 
línguo-axial, às custas das paredes V e L. Esse sulco será realizado pelo terço 
inferior da ponta ativa da broca até o ângulo axio-pulpar (Figura 11.7.11). 
M 15 
15 14 
M M 
 96 
 
 
Figura 11.7.11 – Realização de retenções adicionais na caixa proximal 
 
Na Figura 11.7.12 temos os locais que podem receber retenções 
adicionais, conforme as dimensões finais da cavidade. 
 
 
Figura 11.7.12 – Localização das retenções adicionais na caixa proximal e na caixa oclusal 
 
 
5° tempo operatório: remoção do tecido cariado 
 
Caso reste algum tecido cariado remanescente, a sua remoção será 
feita com brocas esféricas de diâmetro compatível com a lesão de cárie ou 
através dos escavadores em forma de colher (curetas de dentina). 
 
6° tempo operatório: acabamento das paredes de esmalte 
 
Na região do ângulo cavo-superficial da parede gengival (na caixa 
mesial), poderão permanecer prismas de esmalte sem suporte que, nessa fase 
A B 
 97 
do preparo, serão removidos com o recortador de margem gengival n° 29, 
trabalhando de vestibular para lingual e vice-versa (Figura 11.7.13). 
 
 
Figura 11.7.13 – Aplainamento do ângulo cavo-superficial gengival 
 
7º tempo operatório: limpeza da cavidade 
 
Realizada com jato de ar. 
 
 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
Caixa oclusal: 
 
 paredes planas, regulares e lisas; 
 paredes V e L convergentes para oclusal; 
 parede pulpar plana; 
 parede distal convergente para oclusal ou expulsiva caso a crista 
marginal esteja muito fragilizada (Figura 11.7.5); 
 ângulos internos arredondados. 
 
 
Caixa proximal: 
 
 paredes planas, regulares e lisas; 
 paredes V e L convergentes para oclusal (Figura 11.7.1) e 
ligeiramente expulsivas no sentido áxio-proximal (Figura 11.7.2); 
RMG 29 
 98 
 curva reversa de Hollenback na parede vestibular (Figuras 11.7.3 
C e 11.7.4 B - seta); 
 parede axial ligeiramente expulsiva para oclusal (Figura 11.7.5); 
 parede gengival plana e paralela ao plano horizontal 
 ângulos diedros de primeiro grupo vestíbulo-gengival (VG) e 
línguo-gengival (LG) arredondados; 
 ângulos diedros de segundo grupo arredondados; 
 ângulos triedros vestíbulo-áxio-gengival (VAG) e línguo–áxio–
gengival (LAG) arredondados; 
 ângulo diedro de terceiro grupo áxio-pulpar (AP) arredondado 
(Figura 11.7.6); 
 Cavo-superficial gengival aplainado (Figura 11.7.13). 
 
 
Figura 11.7.14 – Características finais do preparo 
A B 
 99 
11.8 PREPARO DE CAVIDADE DA CLASSE II MOD NO 25. 
 
Os procedimentos laboratoriais serão os mesmos do preparo 
anterior de cavidade de classe II, porém realizando-se uma caixa proximal 
também na distal. Na Figura 11.8.1 temos o contorno da cavidade. 
 
 
 
 
Figura 11.8.1 – Contorno do preparo 
 100 
11.9 PREPARO DE CAVIDADE DE CLASSE V GRANDE NA VEST. DO 36. 
 
A. Introdução 
 
Esse preparo está indicado quando houver cárie nas faces livres do 
dente, no terço cervical vestibular ou lingual, quando a estética não for um fator 
imperioso. 
Considerações clínicas: este tipo de preparo é frequente em 
pacientes que não possuem uma boa higiene oral. A placa bacteriana formada 
na região cervical irá causar problemas periodontais e/ou cárie, portanto, além 
de restaurar, é conveniente educar o paciente quanto aos hábitos de higiene 
oral. Com o objetivo de treinamento, o preparo de cavidade de classe V no 36 
deverá ser extenso. 
 
B. Tempos Operatórios 
 
1 ° tempo operatório: abertura 
 
Em geral esse tipo de cavidade já se encontra aberta. Caso não 
exista cavitação visível, deve-se optar pela implementação de medidas 
preventivas ao invés de realizar uma restauração. 
 
2° tempo operatório: contorno 
 
É realizado com a ponta diamantada 1061 ou 1063 ou com a broca 
169, onde suas laterais executam as paredes circundantes do preparo e a sua 
base faz a parede axial. As margens gengival e oclusal acompanham a 
curvatura da gengiva marginal, quando esta se apresenta normal. As margens 
mesial e distal podem ser estendidas até os ângulos axiais vestíbulo-mesial e 
vestíbulo-distal, dependendo da extensão da cárie. 
 
 
 101 
 
Figura 11.9.1 – Contorno da cavidade extensa 
 
3° tempo operatório: resistência 
 
A parede axial deverá acompanhar o contorno da face vestibular do 
dente no sentido M-D e G-O. Caso a face vestibular do dente seja convexa, a 
parede axial do preparo também será convexa (Figura 11.9.2). 
As paredes oclusal e gengival devem ser perpendiculares à parede 
axial e formar um ângulo de 90º com a superfície externa do dente, o que 
significa que elas devem ser expulsivas para vestibular. 
As paredes mesial e distal devem ser ligeiramente divergentes para 
vestibular, de forma a acompanhar a inclinação dos prismas e formar um 
ângulo reto com a superfície externa do dente (Figura 11.9.2). 
 
 
Figura 11.9.2 – Conformação das paredes mesial e distal 
 
 
 1024° tempo operatório: retenção 
 
Normalmente, esse tipo de cavidade é mais larga do que profunda, 
além de ser expulsiva, sendo necessária a realização de retenções adicionais. 
Executa-se um sulco ao longo dos diedros ocluso-axial e gêngivo-axial, às 
custas da parede oclusal e da gengival, com a ponta diamantada 1031 ou a 
broca tronco-cônica invertida n° 33 ½ (Figura 11.9.3). 
 
 
Figura 11.9.3 – Confecção das retenções adicionais 
 
5° tempo operatório: remoção de tecido cariado 
 
Realizado com broca esférica em baixa rotação de tamanho 
compatível com a cavidade. 
 
6° tempo operatório: acabamento das paredes de esmalte 
 
Já é obtido ao se realizar o contorno da cavidade. 
 103 
 
Figura 11.9.4 – Aplainamento do cavo-superficial gengival 
 
7° tempo operatório: limpeza da cavidade 
 
É feita com jatos de ar. 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
 paredes planas, regulares e lisas; 
 ângulos diedros de primeiro grupo arredondados; 
 ângulos diedros de segundo grupo nítidos; 
 parede axial convexa, acompanhando o contorno da face 
vestibular do dente; 
 paredes oclusal e gengival expulsivas para vestibular; 
 paredes mesial e distal ligeiramente expulsivas no sentido 
línguo-vestibular; 
 ângulo cavo superficial gengival aplainado; 
 retenções adicionais nos diedros AO e AG, às custas das 
paredes oclusal e gengival. 
 
 
 
 104 
 
Figura 11.9.5 – Características finais do preparo 
 105 
11.10 PREPARO MODV com remoção da cúspide DV e orifício para 
almagapin no 27. 
 
Para este exercício será inicialmente realizado um preparo 
convencional de classe II MO. A parede pulpar deve ser então prolongada na 
mesma profunidade até o contato com o dente vizinho, removendo também a 
ponta da cúspide DV (Figura 11.10.1). 
 
 
Figura 11.10.1 – Preparo da caixa mesial e remoção da cúspide DV e crista marginal 
 
 
A seguir prepara-se a parede gengival distal, a qual é prolongada 
para vestibular, na região onde a cúspide foi removida, formando assim o 
ângulo áxio-axial (Figura 11.10.2). 
 
 
Figura 11.10.2 – Preparo da parede gengival distal e vestibular 
 
Quanto ao orifício para amalgapin, o primeiro passo consiste em 
demarcar o local com uma ponta diamantada esférica de pequeno diâmetro, 
como a 1011, na parede gengival vestibular, próximo ao ângulo axial. 
 106 
Para a realização do orifício é fundamental que a broca esteja na 
inclinação correta, caso contrário ocorrerá uma perfuração do periodonto ou da 
câmara pulpar. Será utilizada a broca 329 em baixa rotação. Para acertar a sua 
inclinação inicialmente devemos inseri-la no sulco gengival, de forma que toque 
apenas no ângulo cavo-superficial gengival (Figura 11.10.3 A). A seguir gira-se 
a broca de forma que ela deixe de tocar no cavo-superficial e comece a tocar 
apenas a sua ponta (Figura 11.10.3 B). Volta-se lentamente a broca no sentido 
oposto até que toque novamente no cavo-superficial (Figura 11.10.3 C). Esta 
posição deve ser memorizada e a broca deslocada para o local final da 
perfuração, já demarcado, mantendo a inclinação correta (Figura 11.10.3 D e 
E). Faz-se então o orifício com a profundidade da ponta ativa da broca (Figura 
11.10.3 E). Para concluir o orifício devemos realizar o chanfrado em sua 
embocadura empregando uma ponta diamantada esférica 1012 ou 1013 ou 
uma broca esférica n°2 (Figura 11.10 3 F). 
 
 
 
Figura 11.10.3 – Alinhamento da broca para confecção do orifício para amalgapin 
 
Deve-se realizar retenções adicionais na forma de sulcos nos diedros 
MA e LA, às custas das paredes M e L, realizadas com ponta diamantada 
1061 ou broca 169. Deve-se também realizar retenções adicionais sob as 
cúspides DL e MV com uma ponta diamantada cônica invertida curta 1031 ou 
broca 33 ½. 
A B C 
D E F 
 107 
CARACTERÍSTICAS FINAIS DO PREPARO 
 
Caixa proximal mesial 
 Idêntica ao preparo convencional de classe II; 
 
Caixa oclusal 
 Idêntica ao preparo convencional de classe II; 
 
Caixa disto-vestibular 
 Parede L convergente para oclusal e expulsiva para proximal, 
rompendo o contato com o dente vizinho; 
 Parede Mesial da extensão vestibular convergente para oclusal; 
 Parede gengival paralela à parede pulpar; 
 Parede axial expulsiva para oclusal; 
 Ângulos diedros do 3° grupo áxio-pulpar e axio-axial 
arredondados; 
 Ângulos diedros do 1° grupo LG e MG arredondados; 
 Ângulo diedro de 1° grupo VM arredondado 
 Ângulos diedros do 2° grupo e triedros arredondados; 
 Aplainamento do ângulo cavo-superficial gengival; 
 Retenção adicional na forma de orifício para amalgapin na 
parede gengival vestibular; 
 Sulcos retentivos nos diedros MA e LA; 
 Retenções adicionais sob as cúspides. 
 
 
Figura 17.10.4 – Características finais do preparo

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