Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEQUÊNCIA CLÍNICA PARA REABILITAÇÃO COM PPR Sequência Clínica para a Confecção de PPR: 1- Exame clínico; 2- Moldagem para a obtenção dos modelos de estudo; 3- Análise dos modelos em articulador; 4- Análise dos modelos em delineador; 5- Planejamento; 6- Preparo dos elementos pilares para PPR; 7- Moldagem para obtenção do modelo de trabalho; 8- Prova de estrutura metálica; 9- Registro maxilomandibular e montagem dos modelos no articulador; 10- Prova dos dentes em cera; 11- Instalação, instrução e controle; ❖ Para os casos de prótese dentomucossuportadas, será incluída a moldagem funcional na sequência clínica. Exame Clínico: Composto pela anamnese e por exame físico, sendo o último extra e intrabucal. • Anamnese: o Estado de saúde geral; o Conhecer o paciente, para saber se ele irá se adaptar bem a PPR; ▪ Características psicológicas dos pacientes: • Céticos: desconfiados e já apresentam uma opinião formada sobre o tratamento, relutando em aceitar a do profissional; • Histéricos: paciente de risco e deve ser reconhecido antes que o tratamento seja iniciado, para evitar uma experiência desagradável, tanto para o paciente quanto para o dentista; • Indiferentes: apresentam problemas significativos para a reabilitação com próteses dentárias. Demonstram desinteresse pelo tratamento, não seguindo instruções nem sendo cooperativos. • Exame Físico: o Exame Físico Extrabucal: ▪ Análise das proporções corretas entre os terços faciais; suporte do lábio; linha média facial e linha de sorriso alta; • Durante essa etapa, pode-se realizar fotografias do paciente, tanto de frente quanto de perfil, para futuras comparações. ▪ Avaliar se o paciente apresenta algum grau de DTM; • Realizar a palpação dos músculos da face e cervicais e da articulação temporomandibular. o Exame Físico Intrabucal: cavidade bucal deve ser examinada através de inspeção visual e palpação. ▪ Exame completo dos dentes remanescentes; ▪ Exame periodontal completo; ▪ Testes de vitalidade pulpar em dentes com suspeita de comprometimento endodôntico; ▪ Teste de sensibilidade e percussão em todos os dentes remanescentes; ▪ Observar se nos tecidos orais possuem alguma alteração patológica; ▪ Observar se tem tórus, exostoses, áreas de projeções ósseas, área de retenção em tecidos duros e moles e/ou aumento na região das tuberosidades; ▪ Exame radiográfico (atenção nos dentes pilares e rebordos alveolares); ▪ Determinar a distância do assoalho da boca até as margens gengivais dos dentes inferiores para permitir a seleção correta da conexão maior inferior; ▪ Analisar o grau de higiene bucal do paciente. • Avaliação dos Dentes Pilares: o Condições de Suporte Ósseo e Periodontal: ▪ Relação coroa/raiz favorável ideal: 1:2 (inserção óssea correspondente a 2 vezes o comprimento da coroa); ▪ Periodonto reduzido: aumenta o braço de potência e diminui o braço de resistência, fazendo com que o seu eixo de rotação desloque mais apicalmente, assim, predispõe ainda mais os dentes à ação de forças laterais e verticais. o Mobilidade: não contraindica o uso desse dente como pilar, apenas sugere que cuidados adicionais devam ser tomados na indicação, planejamento e execução da PPR. o Integridade das Superfícies Coronárias dos Dentes Remanescentes: ▪ Dentes hígidos (excelentes p/ serem utilizados); ▪ Caso não haja condições de integridade das superfícies coronárias dos dentes remanescentes, não impede que os mesmos sejam selecionados como pilares; • Devem ser restaurados, ficando em perfeito estado e os preparos contidos nelas e não na interface dentes restauração; ▪ Pacientes com bruxismo ou apertamento dentário: podem apresentar dificuldades adicionais em sua reabilitação (forças exageradas; comprometimento das relações oclusais); o Número e Distribuição dos Dentes Remanescentes: ▪ Puntiforme: existência de apenas um ou dois dentes localizados contiguamente na arcada; • Mais desfavorável (braço de alavanca mais extenso). ▪ Linear unilateral: presença de dois ou mais dentes pilares distribuídos em linha reta e localizados em apenas um lado da arcada; ▪ Linear bilateral: presença de dois ou mais dentes pilares distribuídos em linha reta e localizados em ambos os lados da arcada; ▪ Superficial: presença de três ou mais dentes pilares não distribuídos em linha reta e formando figuras poligonais variadas; o Alterações da Oclusão e Plano Oclusal: arcadas parcialmente edêntulas apresentam muitas vezes alterações de posicionamento dental, como mesialização, distalização, giroversões, vestibuloversões e extrusões, por exemplo. ▪ A perda dos dentes posteriores faz com que os dentes anteriores fiquem sobrecarregados, dado que eles não estão preparados para receber cargas mastigatórias intensas, resultando na migração, desgaste ou fratura da estrutura dental dos dentes anteriores; ▪ Extrusão dos segmentos posteriores normalmente resulta em inversão da curva de Spee. o Análise Radiográfica: ▪ Periapicais: essenciais para determinar a proporção coroa/raiz de dentes remanescentes e condição do tecido ósseo associado, bem como para avaliação de possíveis alterações periapicais (qualidade de obturação endodôntica de dentes pilares, entre outros); ▪ Interproximais: identificação de cárie proximal de dentes remanescentes; ▪ Panorâmica: avaliar condições patológicas e obter visão geral dos dentes de suporte biológicos, bem como das áreas circunvizinhas. Moldagem para a Obtenção do Modelo de Estudo: São divididas em três tipos: moldagem de estudo; moldagem de trabalho; moldagem funcional. • Moldagem de estudo: visa obter um modelo anatômico, que apresente informações anatômicas sobre os dentes e os rebordos residuais, que servirá para a avaliação no delineador, montagem em ASA para a avaliação da oclusão, do espaço para os dentes artificiais, confecção de moldeiras individuais e planejamento da estrutura metálica da prótese; • Moldagem de trabalho: obter o modelo mestre, que será enviado ao laboratório de prótese para a fase de confecção da estrutura metálica; • Moldagem funcional: função de equilibrar a distribuição de forças da fibromucosa, harmonizando-a com as forças dissipadas pelo ligamento periodontal. o Registrar os tecidos moles ( rebordo residual e estruturas musculares associadas) sob função, delineando os limites da sela acrílica, minimizando traumatismo ao paciente, e atuando na distribuição de carga; o Realizado em casos de próteses dentomucossuportadas (Classe I, II e algumas Classes IV de longa extensão; ▪ Moldagem de trabalho e a funcional em um único passo clínicos: • Técnicas utilizando moldeiras individuais; • Técnica do modelo de transferência. ▪ Moldagem de trabalho e funcional em dois passos clínicos: • O modelo de trabalho é confeccionado, e mais posteriormente é realizado um segundo passo de moldagem (técnica do modelo alterado e técnica da moldagem direta). • Material de moldagem: o Alginato (hidrocoloide irreversível): material de escolha para a moldagem de estudo; ▪ Desvantagem: ocorrência de distorções significativas, caso não sejam vazados em pouco tempo. • Sinérese e embebição (mecanismos de distorção). • Técnica de Obtenção do Molde Inicial: o Posição do paciente e do dentista durante o procedimento de moldagem: ▪ Paciente: sentado, com a cabeça posicionada de forma que o plano oclusal esteja paralelo ao solo. A altura ideal do paciente é quando a comissura labial está na altura do cotovelo do profissional; ▪ Dentista: em pé durante os procedimentos. • Moldagem inferior: deve ficar à direita e em frente ao paciente; • Moldagem superior: deve ficar à direita e atrás do paciente, pois permite que seubraço esquerdo e sua mão envolvam a cabeça do paciente, permitindo, assim, a manipulação do lado esquerdo da boca. o Seleção das Moldeiras: ▪ Moldeiras de inox perfuradas são as de escolha para o uso em PPR, pois são rígidas e confinam o alginato adequadamente, dificultando o deslocamento do mesmo da moldeira; ▪ O tamanho é escolhido por tentativas, sempre começando com a de tamanho médio; ▪ A moldeira de estoque deve cobrir a maxila ou mandíbula em toda extensão, deixando um espaço livre em torno de 3mm em todos os sentidos; o Introdução da Moldeira com Alginato: após manipular e preencher a moldeira com alginato, segura-se a moldeira pelo cabo com os dedos indicador e polegar. Com o indicador esquerdo, afasta-se a comissura labial do mesmo lado, e com a moldeira carregada afasta-se a comissura do lado oposto. Com um movimento de rotação na moldeira a mesma é introduzida na boca. Na arcada inferior, o profissional com o dedo indicador afasta a comissura labial direita e, com uma pequena rotação, introduz o conjunto na boca. o Centralização: o cabo da moldeira deve estar na linha média do paciente. o Compressão: para a moldagem da arcada superior, após a centralização, o profissional deve passar para trás do paciente e, em seguida, imprimir uma compressão bilateral e simultânea, com a mesma intensidade em ambos os lados na região de pré-molares. Na arcada inferior, o profissional deve posicionar-se em frente ao paciente e após a compressão bilateral e simultânea, o paciente deve ser orientado para levantar a língua. o Tracionamento da Musculatura: enquanto uma das mãos mantém a compressão bilateral, com a outra mão os lábios e as bochechas são tracionados com a finalidade de levar o material de moldagem à periferia da área chapeável. ▪ Manter a moldeira na posição até que o material geleifique totalmente. ▪ Deve-se obter a cópia de todos os dentes e estruturas associadas, bem como do rebordo residual, especialmente em casos dentomucossuportados. • Avaliação do Molde e Obtenção do Modelo: o Caso tenha bolhas em áreas críticas, extensão limitada ou deslocamento do molde da moldeira, será preciso repetir o procedimento; o Molde deve ser lavado com água corrente para remover saliva e/ou possíveis traços de sangue; ▪ Depois ser ser borrifado com hipoclorito de sódio a 1% ou gluraraldeído a 2% e acondicionado em recipiente fechado por 10 min. o Em modelos inferiores, recomenda-se preencher a região correspondente à língua, antes do vazamento; o Gesso: comumente é indicado o gesso tipo III (pedra), seria mais conveniente realizar o vazamento da porção dentária do modelo com gesso tipo IV (especial), e completar a base com gesso pedra. ▪ Vazamento com o gesso tipo IV reduz o risco de fratura após a remoção do modelo. o Vazamento: deve ser feito sob vibração, colocando-se pequenas porções de gesso, de preferencia com vibrador de gesso de uso odontológico. ▪ O modelo será removido do molde após a presa final do gesso. (45 a 60 min). • Se o alginato ficar em contado com o gesso por período prolongado, este sofrerá sinérese, tornando-o rígido, o que dificulta a separação do modelo de gesso e ainda torna a superfície porosa e frágil. o Acabamento em recortador de gesso. Análise dos Modelos em Articulador: permitem ao profissional melhor acesso visual em todas as direções e análise detalhada da oclusão do paciente. • Possíveis problemas: espaço interarcadas insuficiente, plano oclusal irregular, dentes mal posicionados ou extruídos e relação maxilomandibular desfavorável; • Avaliar movimentos excursivos com precisão razoável, além de avaliar os modelos nas posições de RC e em MIH, como também as discrepâncias vertical e horizontal entre as duas posições, a presença de contatos prematuros e interferências, além de outras considerações oclusais; • Plano oclusal irregular, com ou sem DVO alterada: indicada reabilitação oral prévia com PPRs mucossuportadas, que servirão como diagnóstico, possibilitando a identificação das alterações oclusais necessárias. Análise dos Modelos em Delineador: identificar o paralelismo relativo entre duas ou mais superfícies dentais ou de estruturas remanescentes. • Obter informações a respeito da forma e do contorno dos dentes pilares e tecidos adjacentes; o Possibilitam o planejamento dos preparos dos dentes pilares da PPR (planos-guia, área retentiva, adequação do equador protético e nichos). Planejamento: após a trajetória de inserção e remoção ser selecionada, planeja o apoio. • O planejamento completo funcionará como um anteprojeto para a confecção da PPR. As características mecânicas da PPR devem ser consideradas. Preparo dos Dentes Pilares: procedimentos que vão reparar, alterar ou proteger os dentes remanescentes, executando com o objetivo de impedir ou redirecionar as forças adversas que possam incidir sobre os dentes de suporte, sobre o periodonto de sustentação do osso alveolar e da crista óssea alveolar residual, obtendo retenção e suporte para uma PPR. Moldagem para a Confecção do Modelo de Trabalho: deve ser feito após o preparo de boca estar completo. • Moldagem com Alginato (Hidrocoloide Irreversível): o Cuidado especial em copiar os preparos dos nichos realizados nos dentes pilares; ▪ Colocar um pouco de alginato no dente com nicho, antes de inserir a moldeira na boca, para evitar bolhas em negativo. o Remoção do molde é da mesma maneira que da moldagem de estudo, assim como as fases de desinfecção e vazamento; o Não é bom para moldar extremidades livres, pois não tem consistência para afastar adequadamente os tecidos moles e inserções musculares; o Moldagem mista: o Moldeiras individuais: ▪ Vantagens: garantir uma camada uniforme de alginato, em torno de 3mm, independentemente da área moldada, além de não necessitarem de modificações para realizar a moldagem. • Moldagem com Silicona de Condensação: elastômeros que apresentam excelente capacidade de cópia, baixo custo e facilidade de manipulação. o Duas pastas (densa e leve); o Indicação: Áreas retentivas exageradas; o Moldagem em passo único (dupla mistura): ▪ O operador irá manipular o material leve com a pasta catalisadora, em placa de vidro, enquanto o auxiliar manipulará a massa densa com catalisador e carregará a moldeira. O material leve é injetado nos nichos com seringa para a moldagem e também é aplicado sobre a massa densa. A moldeira é inserida e aguarda-se a polimerização total do material. o Moldagem em dois passos (dupla moldagem ou reembasamento): ▪ É feita inicialmente uma moldagem com silicona de consistência densa. Após a polimerização, o molde é removido, aliviado, e uma segunda moldagem, dessa vez com o material de consistência leve, é feita, injetando-o nos nichos com seringa e também carrega-se a moldeira com o material leve, levando-a à boca do paciente. Aguarda-se a polimerização total do material, remove-se a moldeira e analisa-se o molde obtido. o Vazamento: também deve ser feito com gesso tipo IV. ▪ Vazadas entre 30 min e 1 horas, pois a silicona de condensação tem subprodutos de sua reação (álcool etílico). • Moldagem com Moldeiras Individuais (Moldagem de Trabalho e Funcional Simultaneamente): indicada quando poucos dentes remanescentes estão presentes, seja na arcada superior como na inferior, pois nessas situações normalmente outras técnicas de moldagem funcional (como a confecção de modelo alterado) são bem mais difíceis tecnicamente de serem executadas; o Moldeiras não perfuradas; o Polissulfeto e poliéter são mais indicados para essa moldagem; ▪ A adesão à moldeira depende do uso de um adesivo, específico para cada um deles. o Iniciando-se pela determinaçãoda extensão das bordas da moldeira, através da moldagem periférica com godiva em bastão. Após todo o selado estar completo, aplica-se o adesivo de moldeira, aguarda-se sua secagem (em média 5 min). A seguir, é feita a manipulação do elastômero, que será carregado na moldeira, e a mesma será inserida, centralizada e aprofundada, mantendo-se em posição enquanto o material polimeriza (polissulfeto: média de 8 a 12 minutos, poliéter: média de 4 a 5 minutos). Após a remoção, deve-se observar a qualidade do molde obtido. Um encaixamento com cera utilidade deve ser feito para ajudar a proteger o selado obtido na moldagem, antes que o vazamento seja realizado. Para remover o modelo, é necessária a imersão da moldeira e modelo em água quente, para que haja a plastificação da godiva e seja possível separar o modelo do molde. • Avaliação do Modelo, Planejamento e Encaminhamento ao Laboratório: o Cuidado especial deve ser dado às áreas onde serão adaptados os componentes da PPR; o Os modelos obtidos devem ser analisados novamente no delineador, para conferir se os preparos de boca foram adequadamente realizados, e também para possibilitar a cimentação do pino-guia, que irá transferir a trajetória de inserção e remoção para o laboratório de prótese; o Análise: planos-guia; áreas retentivas; interferências e estética; o Caso seja constatado que todo o preparo está correto, o pino- guia pode ser cimentado; o Desenho da estrutura metálica; Prova da Estrutura Metálica: O assentamento inadequado da estrutura metálica pode contribuir para a movimentação dos dentes adjacentes e resultar em desconforto e complicações periodontais, além de ser também a principal razão pela qual muitas PPRs são inutilizadas. • Análise da estrutura no modelo: primeiro passo deve ser a conferência do desenho da estrutura no modelo, que deve estar em harmonia com o planejamento encaminhando ao técnico no modelo de estudo. o Avaliar o acabamento e polimento e a adaptação da estrutura; o Ao remover a estrutura do modelo, observar se há áreas de gesso desgastadas que podem indicar que estruturas rígidas estão em áreas retentivas. • Análise da estrutura na boca do paciente: o Inicia-se o posicionamento da estrutura sobre o dente de suporte, com as pontas dos dedos sobre os apoios, aplicando- se leve pressão na direção de inserção; o Identificar se há áreas de interferência e pressão (usa-se carbono líquido, corretivos brancos à base de água e pastas indicadoras de pressão); o A estrutura nunca deve ser forçada ao local se encontrar resistência significativa; o Em caso de estrutura metálica com extremidade livre, nenhuma pressão deve ser aplicada nessa área da estrutura, pois ao pressioná-la, a estrutura rotacionará, desadaptando- se na região anterior; o Áreas com interferências devem ser cuidadosamente desgastadas, usando pontas multilaminadas e, em seguida, pontas especiais para desgaste de ligas de Co-Cr (discos e pontas impregnadas com carborundum); o Arcada inferior: a conexão maior não deve estar em contato com a fibromucosa. Dessa forma, para verificar se o alívio dessa região foi feito adequadamente, usa-se uma camada de silicona de condensação leve sobre a conexão maior e a assenta completamente, pressionando bilateralmente nos apoios oclusais. Quando removida a estrutura, ao se observar uma fina camada de silicona em toda a sua extensão, quer dizer que o alívio foi suficiente; o Ajuste oclusal da estrutura metálica (não pode alterar os contatos oclusais dos dentes naturais durante o fechamento cêntrico e excêntrico – protusão e lateralidade): a intercuspidação deve ser mantida ainda que ambas as estruturas, superior e inferior, sejam colocadas simultaneamente; o As estruturas ajustadas devem receber acabamento e polimento, realizados com auxílio de pedras abrasivas, discos e pontas impregnadas com carborundum. Registro das Relações Maxilomandibulares: registar as referências estéticas do paciente e determinar o padrão oclusal da futura prótese, permitindo a montagem precisa dos modelos no articulador. • Confecção dos Planos de Orientação: o Desenha-se a área chapeável; o Alivia-se com cera 7 liquefeita as áreas retentivas; o Posiciona-se a armação metálica no modelo; o Procede-se o isolamento de toda a superfície de gesso circunjacente à área chapeável, com isolante para gesso; o Constrói-se a base de prova com resina acrílica quimicamente ativada, deixando-a firme sobre a estrutura metálica e dá-se o acabamento e polimento da mesma. o Depois de confeccionado a base de prova, sobre esta posiciona-se o plano de cera, que é confeccionado aquecendo-se uma lâmina de cera sobre a lamparina, formando o rolete de cera 7 com tamanho e forma compatíveis com o tamanho do espaço protético; o Ajustes dos planos de orientação: ▪ Arcadas parcialmente edêntulas: referências utilizadas para o ajuste dos planos de orientação podem ser dentárias, quando os dentes presentes estão bem posicionados, ou faciais, em regiões em que os dentes estão ausentes ou encontram-se mal posicionados e/ou desgastados. • Dimensão Vertical de Oclusão (DVO): distância vertical entre a maxila e a mandíbula quando os dentes estão em oclusão. (posição em que a prótese será construída) o Dimensão vertical de repouso (DVR): distância vertical entre a maxila e a mandíbula quando os lábios se tocam normalmente e os músculos levantadores e abaixadores da mandíbula estão em equilíbrio de contração (posição de repouso fisiológica); o Espaço funcional livre (EFL): a diferença existente entre a DVR e a DVO; o DVO diminuída: paciente poderá ter queilite angular, projeção do mento, intrusão dos lábios, aprofundamento dos sulcos nasogenianos, retenção de saliva na comissura labial e dificuldade na fonética, além do aspecto estético prejudicado; o DVO aumentada: redução ou eliminação da EFL, causando estiramento muscular e contração reflexa desses músculos na tentativa de retornar à sua tonicidade normal, gerando forças traumatogênicas sobre o rebordo e ATM, além de gerarem contatos oclusais desagradáveis durante a mastigação e fonação; o A dimensão vertical pode ser influenciada por diversos fatores, tais como: ▪ Hipertonicidade muscular; ▪ Temperatura; ▪ Ansiedade; ▪ Fadiga; ▪ Posição do corpo e cabeça; ▪ Sono; ▪ Idade; ▪ Dor; ▪ DTM; ▪ Drogas. o Métodos para determinar a dimensão vertical: ▪ Métrico: determina a altura do terço inferior da face do paciente a partir da posição fisiológica de repouso: • A cabeça do paciente deve estar desencostada da cadeira, em posição de perfeito equilíbrio no sentido anteroposterior e lateralidade; • Os músculos abaixadores e levantadores da mandíbula devem estar relaxados; • Pede-se ao paciente para deglutir a própria saliva várias vezes, observando se a mandíbula retorna para a mesma posição; • Marcam-se dois pontos na face do paciente, um acima e outro abaixo da boca. Normalmente se utilizam ponta do nariz e mento; • Mede-se a distância entre esses dois pontos com auxílio de um compasso de ponta seca e uma régua, subtraindo-se 3mm da medida obtida. O valor achado corresponde à DVO; • Ajusta-se o plano de cera de forma que a DVO determinada seja alcançada com o paciente em oclusão. ▪ Estético e fonético: são mais utilizados para se confirmar a funcionalidade da DVO determinado no método anterior; • Estético: baseia-se na reconstrução facial, tendo como ponto básico de referência a harmonia do terço inferior da face com as demais partes da face, tais como profundidade dos sulcos e posicionamento dos lábios; • Fonético: solicitar ao paciente que pronuncie palavras com sons sibilantes (“Mississipi”, “sessenta e seis”), enquanto se observa o movimentoda mandíbula, formando o espaço funcional de pronúncia; o Sons sibilantes são usados por proporcionam o menor espaço fonético. Assim, se durante a fonação não houver toque entre os planos de cera, não haverá também nos demais sons. o Método mais adequado para determinar a EFL. • Ajuste do Plano Superior: obedecem, em sua maioria, aos parâmetros estéticos. o Objetivo principal: recuperar, com o contorno do plano de orientação, a sustentação dos tecidos do terço inferior da face, perdida com a remoção dos dentes naturais. • Suporte do Lábio: depende da posição do lábio sobre o plano de orientação. o Guia útil: lábio superior suportado adequadamente sobre o plano de orientação formando um ângulo nasolabial de aproximadamente 90°; o Outra referência: prótese antiga do paciente, pois permite a participação do paciente de forma objetiva. • Altura Anterior no Sentido Vertical do Plano Oclusal: corresponde à determinação da porção visível dos dentes com lábio em repouso. o Pacientes dentados: a localização do tubérculo do lábio superior pode variar dependendo da idade, gênero e o tipo do lábio; o O plano oclusal de 1 a 2mm abaixo da linha do lábio em repouso é esteticamente agradável, mas essa característica pode variar com a idade. • Plano Oclusal: ajustado através da régua Fox, que é composta por duas partes, sendo uma intrabucal e outra extrabucal. o Parte extrabucal: posicionada sobre a linha bipupilar e plano de Camper (linha que vai da borda superior do nariz à borda superior do trágus) para guiar o paralelismo a ser obtido; o Parte intrabucal: posicionada sobre a superfície oclusal do plano de orientação, observando-se através da sua porção extrabucal o paralelismo com a linha bipupilar, na região anterior e com o plano de Camper, na região posterior. • Corredor Bucal: espaço existente entre a superfície vestibular dos dentes posteriores e a mucosa interna da bochecha, sendo de grande importância funcional e estética. o Corredor invadido: comprometimento da zona neutra com consequentes traumatismos à bochecha pelo paciente, além de proporcionar aparência desagradável de muitos dentes na boca; o Finalizado o ajuste do plano superior: deve ser transferido para o articulador semiajustável com auxílio do arco facial para montagem do modelo superior. • Registro da Relação Horizontal: o Máxima Intercuspidação Habitual (MIH): indicada quando se tem estabilidade oclusal e a DVO mantida; ▪ Modelos justapostos e montados no articulador sem o uso de registro, apenas fixando-os com godiva para que não se movimentem durante a montagem; o Relação cêntrica (RC): quando não tem estabilidade oclusal e a DVO perdida; ▪ Determinação da RC de maneira manipulada: tentativa de levar a mandíbula para a posição mais retruída com auxílio de uma ou das duas mãos do operador; ▪ Determinação da RC de maneira fisiológica: deglutição; contração dos músculos temporais; levantamento da língua seguido do fechamento da boca; ▪ Determinação da RC de maneira mecânica: utilização de dispositivos como o JIG de Lucia ou as tiras de Long, que funcionam como um ponto de apoio na região da mandíbula, impedindo os contatos dentários posteriores e levando-a para a posição mais retruída; ▪ Determinação da RC de maneira gráfica: mais complexos, pois exigem dispositivos especiais para determinar as trajetórias dos movimentos mandibulares; • Limitações: necessidade de mais coordenação motora do paciente e necessidade de equipamento adicional. ▪ Método sugerido para determinar a RC: associação entre os métodos de manipulação e fisiológico, guiando-se a mandíbula do paciente para a posição mais posteriorizada, ao mesmo tempo que se pede para ele colocar a ponta da língua no palato, podendo- se confirmar a posição solicitando-o para deglutir a própria saliva. • Seleção dos Dentes Artificiais: o A seleção ora referencia-se nos dentes naturais remanescentes, ora em referencias faciais, empregada para a reabilitação de desdentados totais; o Quatro aspectos são considerados para que os dentes artificiais satisfaçam à estética e função necessária: ▪ Material utilizado; ▪ Tamanho; ▪ Forma; ▪ Cor dos dentes. o Foto do paciente de quando ele era dentado, pois ajudará na escolha da forma e tamanho dos dentes, como também no arranjo dentário, para que ele seja o mais natural possível. • Material Utilizado: resina acrílica ou porcelana. o Resina acrílica: ▪ Vantagens: • Facilidade nos trabalhos de laboratório e clínica; • Ausência de ruídos durante a fala; • Facilidade na caracterização; • Melhor união entre estes e a base da prótese; • Melhor absorção das forças mastigatórias. ▪ Desvantagens: • Fácil abrasão; • Instabilidade de cor. o Porcelana: ▪ Vantagens: • Resistência à abrasão; • Estabilidade de cor. ▪ Desvantagens: • Produzem ruídos característicos durante a fonação; • Apresentam certa dificuldade na montagem quando requerem desgastes; • São mais pesados que os de resina, podendo interferir na retenção dos superiores; • Mais friáveis, trincando e fraturando com certa facilidade; • Não se aderem quimicamente à base das próteses. • Tamanho: considerar a altura e a largura dos seus dentes anteriores superiores. o Determina-se: ▪ Linha média dos dentes anteriores: deve coincidir com a linha média da face do paciente; ▪ Linha alta do sorriso: posição do lábio superior quando o paciente realiza um sorriso forçado, marcando no plano de cera a posição do lábio neste momento; ▪ Linhas dos caninos: demarca-se, no plano de cera, a região correspondente às comissuras labiais quando o paciente está em repouso. o A distância entre as duas linhas dos caninos, medida em curva com uma régua flexível, determina a largura dos seis dentes anteriores superiores, de distal a distal dos caninos; o A distância da superfície oclusal do plano de cera superior à linha alta do sorriso corresponde à altura da face vestibular do incisivo central superior que o paciente necessita para ter uma aparência agradável; o Paciente dentado na região anterior e área edêntula é em outra região: utilizar as medidas originais do paciente (distância canino-canino e tamanho dos incisivos centrais) para selecionar os demais dentes com o auxílio da cartela de seleção dos dentes artificiais. • Forma: o Forma dos incisivos centrais depende do formato do rosto do paciente: ▪ Para obter a forma do rosto do paciente, deve-se analisar, no plano frontal, a largura de 3 linhas: a linha do couro cabeludo, a das ATM e a dos ângulos da mandíbula. • Linha do couro cabeludo mais longa: rosto triangular; • ATM mais longa: rosto ovóide; • As três linhas sejam equivalentes: rosto quadrado. o Teoria dentogênica: ▪ Mulher: forma mais suaves e arredondadas; ▪ Homem: forma mais vigorosa e retas. • Cor: cor deve ser feita pelos dentes remanescentes; o Cuidados que devem ser tomados no momento da escolha da cor: ▪ Procurar, sempre que possível, ver a escala com a luz natural indireta; ▪ Evitar interferência da luz direta ou refletida; ▪ Desviar-se da possível interferência da cor dos objetos que estiverem próximos no momento; ▪ Umedecer os dentes da escala no ato da comparação; ▪ Não olhar muito tempo sobre a cor. Prova dos Dentes em Cera: analisar todos os aspectos obtidos durante as fases anteriores e, caso haja algo errado, este é o momento para corrigi-lo. • Aspectos que devem ser observados durante a prova clínica dos dentes em cera: o Coincidência da linha média dentária com a linha média facial; o Linha do sorriso alto; o Suporte do lábio, formando um ângulo de aproximadamente 90° entre a base do nariz e a superfície do lábio superior; o Posição dos caninos,na linha comissural; o Altura das bordas incisais, de acordo com a idade do paciente; o Plano de Camper; o Corredor bucal sem invasão da zona neutra; o Cor dos dentes; o Relação maxilomandibulares. o Seleção da gengiva artificial: deve apresentar a cor mais próxima possível do natural, com arquitetura gengival e proeminências radiculares devidamente esculpidas para não alterar a forma dos dentes e comprometer a estética. Instalação, Instrução e Controle: etapas anteriores estarão sujeitas à revisão e avaliação, tanto pelo dentista como pelo paciente. • Exame da Prótese: exame cuidadoso da superfície da prótese, com intuito de remover arestas cortantes, cristas agudas, nódulos de acrílico e resíduos de gesso que possam ferir a mucosa. o Averiguar a presença de resina acrílica na superfície interna da estrutura metálica que, se presente, deve ser removida cuidadosamente para não interferir na adaptação da estrutura metálica. • Verificação de áreas de compressão: para analisar a precisão do contato com a mucosa e possíveis áreas de compressão, são usadas as pastas evidenciadoras. o Áreas que devem ser desgastadas serão aquelas onde a pasta evidenciadora foi removida. • Verificação da Oclusão: tem como objetivo avaliar se teve a manutenção dos contatos entre dentes naturais existentes e o estabelecimento da harmonia oclusal em todas as posições cêntricas e excêntricas. o Realiza através do uso de papel-carbono para detectar os contatos oclusais. ▪ Ajuste: broca multilaminada esférica n° 6 ou 8 e uma peça de mão de baixa rotação. Instruções de uso e conservação da PPR: os profissionais devem educar e motivar seus pacientes, tanto para a manutenção da higiene como para retornos periódicos ao consultório, pois um tratamento protético cuidadosamente planejado e executado resultará em pouco ou nenhum dano aos dentes remanescentes e tecidos periodontais. • Higienização da prótese: deve ser de maneira mecânica, química ou associando-se os dois métodos. o Método mecânico: ▪ Uso da escovação com escova convencional ou elétrica, combinada com alguns agentes auxiliares; ▪ Vantagem: limpeza rápida e a facilidade de realização; ▪ Desvantagem: perda do polimento pelo desgaste abrasivo das resinas acrílicas, incapacidade de alcance de áreas retentivas e possibilidade de queda ou dano ao aparelho durante a escovação. o Método químico: ▪ Peróxidos alcalinos são os agentes mais comercializados para a higienização de prótese; ▪ Hipocloritos alcalinos (água sanitária): ação bactericida e fungicida, eliminando microrganismos, tanto em superfície como em profundidade. • Pode provocar clareamento da resina acrílica, ou corrosão. ▪ Clorexidina 0,2%. o Método mecânico-químico: consiste na associação do uso de escova e dentifrício específicos para prótese e, concomitantemente, a imersão em soluções químicas. • Higienização da cavidade bucal: orientar o paciente a higienizar os dentes remanescentes sem a prótese em boca, com escova de cerdas macias e dentrifício. Orientar também o uso do fio dental. • Inserção e remoção da prótese: Para a inserção da prótese, o paciente deve exercer pressão no sentido de assentamento com os indicadores sobre os apoios oclusais bilateralmente. Para a remoção, deve exercer pressão em sentido inverso com os indicadores e polegares posicionados nos grampos de retenção bilateralmente. • Mastigação: o paciente não protruir a mandíbula, principalmente para os casos extensos que foram montados em relação cêntrica. o Comer alimentos macios, em pequenos pedaços, mastigando lentamente. Evitar alimentos pegajosos, duros ou fibrosos, até que tenha aprendido a mastigar confortavelmente. • Fonética: solicitar que o paciente realize em seu domicílio leitura em voz alta. • Uso da prótese: orientar a utilizarem suas próteses pelo maior tempo possível, para facilitar o processo de adaptação. o Paciente de alto risco: informa-lo passará por uma fase de adaptação emocional e física, e que a força de vontade e colaboração do paciente poderão ser postos à prova, bem como poderão ser necessárias várias sessões de retorno para realizar os ajustes necessários. • Controle: conscientizar os profissionais e usuários de que o tratamento reabilitador protético não está completado com a instalação das próteses, mas exige visitas periódicas ao consultório para a manutenção das próteses e dos elementos biológicos de suporte. • Retorno com 24 horas: examinar o paciente nas primeiras 24hrs, para saber se houve algum traumatismo. • Complicações que podem ocorrer após a instalação: o Irritação do tecido mole: áreas sobre-extensão das bordas da prótese ou áreas de supercompressão; o Sensibilidade dolorosa nos dentes pilares: indica que a estrutura metálica não foi devidamente ajustada e, portanto, deve ser ajustada novamente; ▪ Contatos prematuros entre a estrutura metálica e um dente natural. o Náusea: pode estar relacionada com à sobre-extensão posterior; o Mordida na bochecha ou língua: pode ser causada pelo trespasse horizontal insuficiente dos dentes posteriores; posicionamento vestibularizado do corredor bucal; posição lingualizada dos dentes posteriores. • Retornos periódicos: intervalos de 4 meses ou, dependendo das condições de higiene do paciente, com intervalos menores ou maiores. o Importante para: o diagnóstico precoce, manutenção da saúde periodontal, controle e prevenção da cárie dentária e para o reforço da motivação.
Compartilhar