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Diabetes Insipidus - É uma forma de diabetes mais rara e que nada tem a ver com falta de insulina ou aumento de glicose no sangue. - Para entendermos o que é diabetes insipidus, é necessário antes entender como o rim controla a quantidade de água excretada pela urina. - O eixo hipotálamo/hipófise, duas glândulas do nosso sistema nervoso central, produzem um hormônio chamado vasopressina ou hormônio antidiurético (ADH). Este hormônio é liberado na corrente sanguínea e age principalmente nos túbulos renais, impedindo que os rins percam água através da urina. - Para facilitar nossa compreensão imaginemos um individuo em um dia quente de verão, trabalhando ao sol. Essa pessoa sua muito e como tem pouco acesso à água, começa a se desidratar. O nosso organismo por ser muito sensível a qualquer sinal de desidratação e pequenas perdas de água ativam de imediato a liberação do ADH para o sangue. - O ADH vai agir de duas maneiras: uma estimulando a sede e fazendo com que a pessoa procure por água antes que a desidratação passe a ser mais grave e outra é fazendo com que os rins diminuam a quantidade de água que sairá pela urina, retardando assim o processo de desidratação. Quando há muito ADH circulante, a urina fica bem concentrada, com coloração e odor forte devido a pouca quantidade de água para diluir as substancias presentes. - Imaginemos ao contrário agora, uma pessoa bem hidratada, que se encontra em uma festa, de ambiente fechado com ar condicionado e várias bebidas. Essa pessoa começa a ingerir líquidos e o organismo nota que há mais água no corpo do que o necessário, assim neste momento a hipófise suspende a liberação do ADH e os rins sem a presença deste hormônio, começa a excretar o excesso de água pela urina. Agora a urina de cor clara, quase transparente. - Então através do ADH o organismo tem um controle muito fino da quantidade de água corporal. Pequenas alterações para mais ou menos são suficientes para estimular ou inibir a liberação de ADH, concentrando ou diluindo a urina. - O que é Diabetes Insipidus? Consiste em um distúrbio na síntese, secreção ou ação do ADH que pode resultar em síndromes poliúricas com excreção aumentada de urina hipotônica. Ocorre basicamente por 2 motivos: um problema no sistema nervoso central que impede a produção e liberação de ADH, mesmo em estados de desidratação, que chamamos de diabetes insipidus central; ou um problema nos rins que passam a não responder a presença do hormônio, que chamamos de diabetes insipidus nefrogênico. Em ambos os casos, o resultado é o excesso de perda de água pela urina, chamada de poliúria. Diabetes Insipidus Central (Hipofisária / Neurogênica) - Ocorre por agressões ao eixo hipotálamo-hipófise que para de produzir o ADH necessário para evitar perdas de água excessiva na urina. As principais causas são: > Cirurgia do SNC com lesão acidental do hipotálamo ou hipófise. > Traumas. > Tumores do SNC. > Autoimune com produção de anti anticorpos contra as células produtoras de ADH. > Genética. > Encefalopatia Hipóxica. Lesão cerebral por hipoxemia (falta de oxigênio), normalmente secundária a períodos de parada cardíaca. - Tratamento No diabetes insipidus central como há falta de produção do ADH, o tratamento se baseia na reposição de ADH sintético conhecido como desmopressina ou dDAVP via oral ou intra-nasal. Devido ao diabetes insipidus central estar associado também a carência de outros hormônios de origem hipofisária, às vezes tratamentos para essas anormalidades também são requisitados. Diabetes Insipidus Nefrogênica - Ocorre por uma incapacidade do ADH em agir no rim, normalmente por defeitos nos receptores dos túbulos renais. As principais causas são: > Alterações genéticas nos receptores dos túbulos renais. > Uso crônico de lítio. > Hipercalcemia (cálcio sanguíneo elevado). > Hipocalemia (potássio sanguíneo baixo). > Amiloidose. > Síndrome de Sjögren. - Tratamento No caso da diabetes insipidus nefrogênico, o tratamento é feito com a suspensão do lítio ou correção dos distúrbios do cálcio e do potássio. Nos casos genéticos o tratamento é feito com dieta pobre em sal, diuréticos da família dos tiazídicos e anti-inflamatórios e dependendo da causa, pode não ser curado. Existe uma terceira forma de diabetes insipidus que ocorre durante a gravidez. A placenta de algumas mulheres produz uma enzima que inativa o ADH circulante, levando a um DI transiente ou gestacional, que desaparece após o parto. - Tratamento A diabetes insipidus transiente também é tratado com dDAVP, no qual o tratamento é suspenso entre a 4 e 6 semana após o parto. Ainda existe outra forma da diabetes insipidus, quando o efeito da vasopressina é inibido pela ingestão abundante de líquidos. É denominada polidipsia primária, e, na maioria das vezes é causada por uma anormalidade no centro regulador da sede, localizada no hipotálamo. Este subtipo é conhecido como diabetes insipidus dipsógeno ou psicógeno e muito difícil diferencia-la da diabetes insipidus central, dado que ambas podem se originar dos mesmos transtornos cerebrais.
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