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Medicina Laboratorial | UC XIII | SP1 Sódio A homeostasia contribui para todas nossas funções fisiológicas; se temos desequilíbrios hidroeletrolíticos, vamos ter problemas. Esses tipos de distúrbios são comuns em sala de emergência, em casos de pacientes com dor/trauma. → Tudo que consumimos, utilizamos e todas nossas perdas; seja por suor, respiração, etc; tudo isso está em homeostasia, e tudo isso ao longo do dia vai ser equilibrado; eu não ganho demais e nem perde demais. → Quem regula essa concentração de líquidos? Urina. Nossos rins são nossos principais controles de volume; ele conserva o volume, mas ele não estabelece nada perdido. Ele não cria água, ou ele absorve ou joga fora. Osmolalidade: no sangue temos várias partículas que se movimentam de um compartimento para outro; são consideradas partículas ativas, são chamadas de osmoticamente ativas Cálculo de osmolalidade: 2 [Na+] + [gli]/18 + [uréia]/6 Sódio é o maior discriminante da osmolalidade. Sódio acompanha a água e a água acompanha; ou seja, quando eu estou perdendo água, eu estou perdendo sódio. Podemos pedir a dosagem de osmolalidade no laboratório, mas na prática, nós determinamos +/- a osmolalidade pela clínica. Osmolalidade plasmática normal: 289-300 mOsm/kg/H2O Essa faixa da normalidade é o que faz o paciente manter a PA correta, perfusão dos tecidos, oxigenação correta para o cérebro e demais tecidos; se temos diminuição da perfusão, podemos entrar em metabolismo anaeróbico, e isso vai levar a produção de ácido lático, etc etc… Quando temos problema de osmolalidade, temos desregulações em diversos níveis. hiponatremia: sódio sérico diminuído hipoosmolalidade osmolalidade urinária: é a quantidade de partículas ativas na urina. distúrbios hidroeletrolíticos graves → ocorrências agudas e crônicas → monitoramento clínico e laboratorial contínuo Se eu tenho esse paciente com algum distúrbio, eu preciso fazer uma monitorização; dosamos os eletrólitos periodicamente no sangue e na urina até que seja corrigido; no sangue é mais rápido, e em alguns casos de emergência, não conseguimos fazer testes com urina. Fazemos dosagens periódicas até que se tenha a correção do distúrbio. Os conteúdos do nosso corpo estão distribuídos nos diferentes compartimentos corporais o principal componente do LEC: SÓDIO, cloro e bicarbonato o principal componente do LIC: POTÁSSIO, fosfato e proteína → Homeostasia → quando esses meios se equilibram → Quem regula osmolalidade? Sódio do LEC!!! pressão osmótica → controle do volume do plasma ● Avaliação laboratorial dos distúrbios eletrolíticos Ionograma: é onde pedimos a dosagem desses íons Gasometria completa: temos incluso a dosagem dos íons. → Cuidados na coleta da amostra O transporte deve ser imediato; primeiro pelo estado do paciente, segundo pelas metodologias. Gabriela de Oliveira- 5º período 1 Medicina Laboratorial | UC XIII | SP1 Não pode ser feito garroteamento e manobras; se houver uma lise, podemos ter extravasamento de conteúdo intracelular; o objetivo do exame é saber justamente a concentração extracelular e não intra → Rejeitar amostras: hemolisadas ou em tubos de citrato de sódio e EDTA! → Pacientes que estão a muito tempo deitados no leito; amostras lipêmicas; processo de coagulação ♦ Distúrbios de Sódio Valor normal: 135- 145 Meu organismo tem a filtração glomerular, o ADH, Aldosterona e peptídeo natriurético para controlar o nível de sódio - dieta pobre em sódio: meu intestino pode aumentar absorção ou diminuir excreção na urina; - ADH - aldosterona - peptídeo natriurético Se comemos algo muito salgado, sentimos sede, isso ajuda a controlar a nossa osmolalidade plasmática; - ADH ou vasopressina: : secretado pela neurohipófise, e age nos rins → estimula a reabsorção de água e consequentemente a minha urina fica mais escura, mais concentrada, com menos água - Hormônio natriurético: quando temos alguma alteração em nível de coração, ele estimula a eliminação de sódio; se elimina sódio, elimina água junto - Sede: aumenta osmolalidade, aumenta sódio, estímulo que pessoa beba água; é um mecanismo externo, centro de vontade. - Aldosterona: também aumenta a reabsorção de sódio e consequentemente de água. Se eu tiver qualquer diminuição de PA, diminuição de sódio nos túbulos distais, que são reconhecidos pelas células da mácula densa, diminuição de volume → isso significa que eu preciso reter mais líquido mais sódio Minha PA diminui, preciso controlar volume a nível renal → acontece ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona; A renina é liberada pelas células justaglomerulares dos rins, que identificaram a queda de pressão; converte angiotensinogênio em angiotensina 1 (que já atua com vasoconstrição, mas bem pouco) Angiotensina 1, precisa da enzima conversora de angiotensina, que é liberada pelas vasos e principalmente pelas células pulmonares A Angiotensina 1 e transformada em Angiotensina 2 pela ECA e essa Angiotensina 2 faz as modificações que eu preciso: vasoconstrição → para aumentar PA aumenta reabsorção de sódio e água → para aumentar volume diminui reabsorção de K+ A aldosterona é mineralocorticóide (que regula pressão também) secretado pela suprarrenal e é estimulado também → aumenta reabsorção de Na+ e diminui a reabsorção de K+ → se o sódio vai junto com a água, o potássio é o inverso na maioria das vezes. → se eu reabsorver sódio eu jogo potássio para fora e o inverso também é real. ADH: também estimula a reabsorção de água, e junto com a água, vem o sódio. O ADH fica armazenado na neurohipófise e quando precisa ele vai para os túbulos fazer a ação dele; o ADH faz a inserção de aquaporinas → faço então reabsorção de água, que estava indo embora pelo túbulo coletor ● hiponatremia acontece mais, é um distúrbio comum; 155% das admissões hospitalares e está relacionada à alta morbimortalidade hiponatremia pode ser de grau leve a severa; quanto menor o sódio, pior para o paciente; além do grau, também classificamos como aguda ou crônica meu corpo consegue fazer mecanismos de ajustes caso essa hiponatremia seja implantada de maneira devagar (crônica); se for implantada rapidamente, eu tenho sintomas cerebrais → menos de 48 horas → Anamnese: vou me preocupar com sintomas, se o paciente toma algum remédio, ingestão e perda hídrica. → Exame Físico: status volêmico (PA, congestão pulmonar, pulsos, temperatura das extremidades, tempo de perfusão capilar). Gabriela de Oliveira- 5º período 2 Medicina Laboratorial | UC XIII | SP1 → Laboratório: eletrólitos, função renal, osmolaridade e Na+ urinário, função da tireóide e adrenal. - Classificação hiponatremia: penso em paciente que está com osmolalidade baixa, diminuída hiponatremia verdadeira → hipoosmolar Mas, existem casos em que o paciente apresenta hiponatremia aumentada ou normal; ou o paciente está com aumento de proteína e lipídio, que faz a osmolalidade ficar normal; ou tenho muita glicose, contraste, manitol e a osmolalidade está aumentada. → o que importa é a hiponatremia verdadeira. na verdadeira, ela é classificada como (volêmica = líquido): hipovolêmica euvolêmica hipervolêmica - hipovolêmica: normalmente tenho síndromes perdedoras; o paciente está perdendo líquidos - hipervolêmica: algum estado que está acumulando líquido; tenho edema - euvolêmica: tenho o volume mantido, mas tenho hiponatremia neste caso; possíveis causas: SIAD; pototomia: caso que acontece quando a pessoa bebe, por exemplo, muita cerveja, e não sente fome, devido a glicose da cerveja; polidipsia: tenho uma hiponatremia dilucional 1º caso: Primeira pergunta: paciente tem edema? Acúmulo de líquido? Sim; não é hipo nem eu, é hipervolêmica Paciente desidratado ou não. hiponatremia hipervolêmica tenho a secreção de ADH, começo a reter água (não é só ADH), mas eu tenho acúmulo de líquido intersticial principalmente sódio baixo → hiponatremia osmolalidade baixa → hipotônica edema→ hipervolêmica pode ser: insuficiência, cirrose, insuficiência renal 2º caso: Não tem edema → normovolêmica Tem desidratação?Não; então não tenho problema de volemia Sim; então ela é hipovolêmica; paciente desidratado: pulso fraco, pressão baixa, sinais de hipóxia, etc. sódio baixo → hiponatremia osmolalidade baixa→ hipotônica paciente desidratado → hipovolêmica posso ter algum problema relacionada com a medicação que esse paciente está tomando; hipoaldosteronismo; síndromes perdedoras de sal; sódio urinário > 40 em uso de diuréticos é comum Gabriela de Oliveira- 5º período 3 Medicina Laboratorial | UC XIII | SP1 3º caso: Tem edema? Não! → hiponatremia Tem desidratação? Não! → hipovolêmica → aqui consideramos a urina desse paciente; como está a osmolalidade urinária desse paciente; se tenho uma diurese hipertônica com sódio > 40 → insuficiência renal, hipotireoidismo; se a diurese….. paciente toma muita água, acaba diluindo o sódio da urina - Síndrome inapropriada do ADH- SIADH ocorre em casos de dor no pós operatório, neoplasia, distúrbios pulmonares, medicamentos, etc. sempre que tiver uma osmolalidade aumentada o ADH é liberado pelo hipotálamo (para reter água e tentar conter essa osmolalidade) temos que fazer o diagnóstico diferencial; não é várias coisas, aí sobra isso primeiro dosamos hormônios tireoidianos, e também de função renal; ai vejo o restante não temos como dosar o ADH → Com o que nos preocupamos? Temos algum distúrbio do SNC que começam a secretar muito ADH Temos que nos preocupar com o edema; o quadro do paciente, é neurológico - temos uma homeostasia nas células do SNC; quando tenho hiponatremia, temos menos sódio circulante no sangue; tenho pouco sódio no sangue; mas no SNC eu tenho um pouco mais de sódio; para tentar compensar, começa a entrar água no cérebro → EDEMA CEREBRAL, para tentar compensar esse distúrbio. - o paciente começa a ter cefaleia, náusea, cãimbra, ataxia, crise convulsiva, coma e morte - é necessário fazer reposição de sódio nesses pacientes (para corrigir hiponatremia); mas se a reposição for rápida, pode causar desmielinização osmótica (mielinose pontínea); o líquido sai do cérebro e vai para a corrente sanguínea (o sódio não atravessa a barreira hematoencefálica) → É IRREVERSÍVEL! Paciente fica em estado vegetativo; paciente tem um quadro de letargia, fraqueza, irritabilidade, convulsão e quanto mais rápido isso se instalar → pior! → tanto hiper quanto hipo quando são crônicos, que podem se desenvolver de maneira mais devagar e aí não temos tanto esses casos neurológicos; → osmóis idiogênicos no cérebro começam ser produzidos, para padronizar a osmolalidade do sangue com o cérebro → ajuste da natremia; mas em casos agudos e rápidos, a paciente tem o quadro clínico neurológico Gabriela de Oliveira- 5º período 4 Medicina Laboratorial | UC XIII | SP1 ● Hipernatremia O problema neurológico é o mesmo; mas as causas são diferentes Sódio sérico > 145 mEq/L; tenho principalmente algum distúrbio na sede, no adh → é um déficit de água em relação ao sódio → associado a um quadro de hipovolemia; normalmente está associado a perda renal ou extrarenal, e tenho um aumento de mortalidade muito grande, principalmente em pacientes queimados; ele não morre pela queimadura, mas por desidratação, perde líquidos por muitas vias. → temos perda fisiológica de água pela urina, fezes, suor; quando tenho essa perda associada a uma hipovolemia, tenho uma hipernatremia. → principais causas: perda de água livre, déficit de ingestão de água e excesso de Na+, suor excessivo, déficit do mecanismo da sede; os dois primeiros são os mais comuns valores normais: 135 - 145 hiper: > 145 Se eu tenho uma hipernatremia, vou ter bastante sódio na corrente sanguínea, tenho perigo de perder água do sistema nervoso, então pensamos em desmielinização pontínea; aqui não pensamos tanto em edema, pensamos mais em desmielinização; se o quadro de hipernatremia é lento, meu corpo consegue adaptar; ele aumenta a concentração de osmóis intracelulares, que evitam a desidratação celular nos dois casos (hipo e hiper), a desmielinização é super grave, caso ocorra, se não for tratado, é grave → sintomas normalmente são aparentes em valores séricos acima de 160/170: convulsões danos neurológicos → casos mais comum: pacientes queimados diabetes insipidus - diabetes insipidus: é um distúrbio no metabolismo de sal, que é marcado pela perda de líquido pela vontade excessiva de urinar; ♦ tipo central: porque o problema está no centro de liberação do ADH- não tenho ADH; se não tenho ADH eu faço xixi toda hora; eu não posso nem ingerir bebida e já estou urinando; se não faz reposição entra no quadro de hipovolêmia muito rápido ♦ tipo nefrogênico: ADH é produzido na neurohipófise é liberado, age nos túbulos coletores para reabsorver água de volta; o ADH é produzido, mas ele não age direito no tubo coletor; ele não consegue induzir a colocação da aquaporinas nos túbulos quando o ADH chega no rim ele não consegue agir, mas ele é produzido na neurohipófise] → Principal diferença entre as duas: quando é central, normalmente é um problema autoimune; o nefrogênico pode ser induzida, também por medicações- lítio, anfotericina B, aciclovir; → O que fazemos para identificar? teste com desmopressina- teste com DDAVP: desmopressina é um análogo de ADH; é como se eu estivesse dando ADH para o paciente; se não produz ADH ele urina toda hora; se eu dou desmopressina, o paciente não vai urinar; paciente nefrogênico, tem ADH, se eu der mais para ele, não vai acontecer nada, porque o ADH não age como deveria. Em paciente com origem central, tenho a osmolalidade ajustada, o paciente consegue reter a urina, tenho redução da poliúria; já o de origem neurogênica, vai manter poliúria e osmolalidade urinária, vai manter o quadro dele, já que ele tem ADH, e eles só não agem da maneira correta. Gabriela de Oliveira- 5º período 5 Medicina Laboratorial | UC XIII | SP1 Caso 1: 6,5L é muita urina; PA baixa: porque não tem volume; hipernatremia; osmolalidade urinária baixa (obviamente, já que ele está perdendo muito líquido na urina); Nesse caso é um paciente com diabetes insipidus de origem central, não tinha secreção de ADH; porque ele tinha um tumor onde deveria secretar o ADH; por isso no teste com desmopressina, conseguimos que a função do ADH fosse feita; houve reabsorção de água; se ele fosse um paciente de origem nefrogênica, não teria acontecido nada! Desconfiança de que é de origem central: tumor de pineal e idade do paciente. Normalmente, em casos centrais, ou é problema genético ou massa tumoral. Gabriela de Oliveira- 5º período 6
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