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Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 49 AULA 3: Orçamento Público SUMÁRIO PÁGINA Apresentação do tema 1 Conceitos 2 Histórico do Orçamento 3 Características do Orçamento Brasileiro 5 Funções Clássicas do Orçamento 6 Normas Gerais de Direito Financeiro 8 Natureza Jurídica do Orçamento 9 Tipos de Orçamento 12 Espécies de Orçamento 12 Funções de Planejamento, Gerência e Controle 22 Mais Questões de Concursos Anteriores 24 Memento (resumo) 36 Lista das questões comentadas nesta aula 40 Gabarito 49 Olá amigos! Como é bom estar aqui! “Conta-se que um fazendeiro, dono de excelentes cavalos de muita valia nos trabalhos de sua propriedade rural recebeu um dia a notícia de que o preferido dele, um alazão forte e muito bonito, havia caído num poço abandonado. O capataz que lhe trouxe a má notícia estava desolado porque o poço era muito fundo e pouco largo e não havia como tirar o animal de lá, apesar de todos os esforços dos peões da fazenda. O fazendeiro foi até o local, tomou tento da situação e concordou com seu capataz: não havia mais o que fazer, embora o animal não estivesse machucado. Não achou que valia a pena resgatá-lo, ia ser demorado e custaria muito dinheiro. Já que está no buraco - disse ao capataz - você acabe de enterrá-lo, jogando terra em cima dele. Virou as costas, preocupado com seus negócios, e os peões de imediato começaram a cumprir a sua ordem. Cinco homens, sob o comando do capataz, atiravam terra dentro do buraco, em cima do cavalo. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 49 A cada pazada, o alazão se sacudia todo e a terra ia-se depositando no fundo do poço seco. Os homens ficaram admirados com a esperteza do animal: a terra ia enchendo o poço e o cavalo subindo em cima dela! Não demorou muito e o animal já estava com a cabeça aparecendo na saída do poço; mais algumas pazadas de terra e ele saltou fora, sacudindo-se e relinchando, feliz”. Caro estudante, não aceite a terra que os pessimistas possam vir a jogar sobre você! Tenha confiança, estude, se esforce, acredite e aproveite para subir nessa terra cada vez mais! Quando pensarem que você não tem chances, a sua aprovação será ainda mais espetacular! Estudaremos nesta aula os temas atinentes ao Orçamento Público. 1. CONCEITOS Vamos relembrar os conceitos vistos na aula demonstrativa. Segundo Aliomar Baleeiro, o orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei. Consoante Giacomoni, de acordo com o modelo de integração entre planejamento e orçamento, o orçamento anual constitui-se em instrumento, de curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. De acordo com Abrúcio e Loureiro, “o orçamento é um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política. Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma ordem democrática como representação e accountability estão presentes. (...) A Constituição de 1988 trouxe inegável avanço na estrutura institucional que organiza o processo orçamentário brasileiro. Ela não só introduziu o processo de planejamento no ciclo orçamentário, medida tecnicamente importante, mas, sobretudo, reforçou o Poder Legislativo”. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 49 2. HISTÓRICO DO ORÇAMENTO 2.1 Origens Historicamente, a Carta Magna, outorgada no início do século XIII pelo Rei João Sem Terra, é considerada o embrião do orçamento, por meio de seu art. 12: “Nenhum tributo ou auxílio será instituído no Reino senão pelo seu conselho comum, exceto com o fim de resgatar a pessoa do Rei, fazer seu primogênito cavaleiro e casar sua filha mais velha uma vez, e os auxílios serão razoáveis em seu montante”. Veja que esse artigo não trata da despesa pública, mas aparece como a primeira tentativa formal de controle das finanças do Rei, ou trazendo para a atualidade, do Legislativo sobre o Executivo. E olha que interessante: já nasce com exceções! Veja que a ideia permanece a mesma do nosso conceito atual! O orçamento é elaborado pelo Executivo e aprovado previamente pelo Legislativo, sendo que hoje também há exceções. Por exemplo, temos os créditos extraordinários, os quais são destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, tais como em casos de guerra ou calamidade pública, e por isso são abertos pelo executivo antes da autorização do Poder Legislativo. Neste tipo de crédito, a comunicação ao Legislativo deve ser feita imediatamente após a abertura do crédito. No entanto, apenas por volta de 1822, na Inglaterra, o Orçamento Público passa a ser considerado um instrumento formalmente acabado. Nessa época, tem-se o desenvolvimento do liberalismo econômico, o que acarretava em oposição a quaisquer aumentos de carga tributária, necessários para o crescimento das despesas públicas. Nesta visão de orçamento tradicional, típica do liberalismo, as finanças públicas deveriam ser neutras e o equilíbrio financeiro impunha-se naturalmente pelo próprio mercado. Esse posicionamento vem ao encontro do conceito de “mão invisível” de Adam Smith, para descrever que em uma economia de mercado a interação dos indivíduos resulta numa determinada ordem, sem a necessidade de intervenção do Estado (laissez-faire). Assim, o aspecto econômico do orçamento tinha posição secundária, privilegiando o aspecto controle. Antes do final do mesmo século XIX, percebe-se que o orçamento elaborado com base na neutralidade não mais atendia às necessidades do Estado. Desenvolveu-se a tese de um orçamento moderno, o qual deveria ser um instrumento de administração. Já no século XX, a partir da década de 1930, no momento em que o capitalismo vivia uma de suas mais graves crises, o economista britânico John Maynard Keynes revisou as teorias liberais de Adam Smith, principalmente no Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 49 que se refere a não intervenção do Estado na economia. A doutrina keynesiana passou a reconhecer o orçamento público como instrumento a ser utilizado sistematicamente para o alcance da política fiscal, com vistas à estabilização, à expansão ou à retração da atividade econômica. Para Keynes, em momento de retraçãoeconômica, quando as empresas tendem a investir cada vez menos, piorando cada vez mais a crise, o Estado deveria aumentar seus gastos para aquecer a economia, por meio, por exemplo, de aumento dos investimentos e das linhas de concessão de crédito. Nesse caso, o aumento dos gastos acarretaria endividamento público e flexibilização do princípio do equilíbrio, pois o orçamento desequilibrado seria necessário para superar a crise. O orçamento apontaria na promoção de uma expansão da demanda, gerando déficit. Em outros casos, em que fosse necessária uma contração da demanda, teríamos a geração de superávit, por meio da diminuição dos gastos públicos. 2.2 Orçamento nas Constituições brasileiras pretéritas Vamos falar agora resumidamente do Orçamento em nossas Constituições pretéritas. A Constituição Imperial de 1824 foi a pioneira nas exigências para elaboração de orçamentos formais. A competência da proposta era do Executivo e da aprovação do Legislativo (assembleia-geral composta pelos deputados e senadores). Com a República e a Constituição de 1891, a elaboração do orçamento tornou- -se privativa do Congresso Nacional, com iniciativa da Câmara dos Deputados. Na Constituição outorgada de 1934, no governo de Getúlio Vargas, o orçamento passa a ter destaque, com capítulo próprio. Ao Presidente da República cabia a elaboração da proposta orçamentária e, ao Legislativo, a votação. Assim, havia participação conjunta dos poderes, já que a Constituição não trazia limitações ao poder de emendas do Legislativo. Na Constituição de 1937, do Estado Novo, o orçamento passa a ser elaborado por um departamento administrativo ligado à Presidência e votado pela Câmara e pelo Conselho Federal, o qual contava com membros nomeados pelo Presidente. Na prática, era elaborado e decretado pelo Executivo. Com a redemocratização na Constituição de 1946, voltamos à elaboração pelo Executivo e à votação com a possibilidade de emendas pelo Legislativo. Na Constituição de 1967, do Regime Militar, o Executivo elaborava a proposta e cabia ao Legislativo a aprovação, sem a possibilidade de emendas relevantes, enfraquecendo o Legislativo. Constata-se tal fato porque não eram permitidas emendas que causassem aumento de despesa ou que visassem a Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 49 modificar o seu montante, natureza ou objeto. Ainda, o projeto da lei orçamentária anual deveria ser enviado à Câmara dos Deputados até cinco meses antes do início do exercício financeiro (1º de agosto) e se não fosse devolvido para sanção dentro do prazo de quatro meses de seu recebimento (1º de dezembro) seria promulgado como lei. Nesse período surgiu no Brasil a ideia de orçamento-programa, por meio da Lei 4.320/1964 e do Decreto-lei 200/1967. 3. CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO BRASILEIRO Já estudamos exaustivamente os instrumentos de planejamento e orçamento da atual Constituição Federal de 1988. Da mesma forma fizemos com o ciclo orçamentário e com os princípios orçamentários. Já sabemos que a competência para a elaboração do orçamento é do Poder Executivo e, ao Legislativo, cabe a votação e a proposição de emendas. Têm-se, ainda, novidades trazidas pela atual Carta Magna, como a LDO e o PPA. Ressaltam-se, agora, algumas características típicas do orçamento em nosso País: • Não cumprimento de prazos, o que prejudica a execução de forma sistemática e coordenada da LOA. Por exemplo, para o nível federal, já houve ano em que a LOA foi aprovada pelo Congresso no fim do ano subsequente, ou seja, no final do ano em que deveria estar em vigor. A falta de rigor nos prazos também compromete a integração entre PPA e LOA. No entanto, atualmente, os atrasos na sanção da LOA são bem menores. • Grande número de alterações orçamentárias ao longo do exercício, com frequentes aberturas de créditos adicionais. • Os contingenciamentos têm sido decretados com frequência, e como a liberação depende da conveniência da Administração, estimula a negociação política entre o Poder Executivo e os parlamentares que querem ver suas bases eleitorais atendidas na execução orçamentária e financeira. O mecanismo utilizado para limitação dos gastos do Governo Federal é o Decreto de Programação Orçamentária e Financeira, mais conhecido como “Decreto de Contingenciamento”, juntamente com a Portaria Interministerial que detalha os valores autorizados para movimentação e empenho e para pagamentos no decorrer do exercício. Deve haver flexibilidade para a programação financeira a fim de que seja possível efetuar pequenos realinhamentos, porém, devido principalmente a superestimativas de receitas, o mencionado Decreto não se presta apenas a ajustes pontuais e acaba por contingenciar parte considerável das despesas discricionárias aprovadas na LOA. Apesar disso, busca-se evitar a utilização da linearidade, por ser esta incompatível com o estabelecimento de metas e prioridades para a Administração Pública, Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 49 como aconteceria caso houvesse cortes indiscriminados de gastos, com base em um percentual único e predeterminado. • Apesar de a vedação à vinculação de receitas abranger apenas os impostos, os demais tributos são vinculados pela sua própria natureza. Mesmo em relação aos impostos, há várias exceções constitucionais que acarretam em mais vinculações. Há, ainda, as despesas obrigatórias, que também acabam por vincular o orçamento, porque não se pode deixar de executá-las, como acontece com o pagamento de pessoal, por exemplo. Isso tudo diminui a capacidade de discricionariedade do gestor público, engessando o orçamento. 4. FUNÇÕES CLÁSSICAS DO ORÇAMENTO O Governo desenvolve funções com objetivos específicos, porém relacionados, utilizando os instrumentos de intervenção de que dispõe o Estado. A classificação cobrada em concursos é a de Richard Musgrave (1974), a qual se tornou clássica. Ele propôs uma classificação denominada de funções fiscais. Entretanto, considerando o orçamento como principal instrumento de ação do Estado na economia, o próprio autor as considera também como as próprias funções do orçamento: alocativa, distributiva e estabilizadora. Função alocativa: visa à promoção de ajustamentos na alocação de recursos. É o Estado oferecendo determinados bens e serviços necessários e desejados pela sociedade, porém que não são providos pela iniciativa privada. O setor público pode atuar produzindo diretamente os produtos e serviços ou via mecanismos que propiciem condições para que sejam viabilizados pelo setor privado. Tal função é evidenciada quando no setor privado não há a necessária eficiência de infraestrutura econômica ou provisão de bens públicos e bens meritórios. Investimentos na infraestrutura econômica são fundamentais para o desenvolvimento, porém são necessários altos valores com retornos demorados, que muitas vezes desestimulam a iniciativa do setor privado nessa área. Quanto aos bens públicos e meritórios, suas demandas possuem características peculiares que tornam inviável seu fornecimento pelo sistema de mercado. Bens públicos são aqueles usufruídos pela população em geral e de uma forma indivisível, independentemente de o particular querer ou não usufruir desse bem. Já os bens meritórios excluem a parcela da população que não dispõe de recursos parao pagamento. Assim, podem ser explorados pelo setor privado, no entanto, podem e devem também ser produzidos pelo Estado, em virtude de sua importância para a sociedade, como a educação e a saúde. Função distributiva: visa à promoção de ajustamentos na distribuição de renda. Surge em virtude da necessidade de correções das falhas de mercado, inerentes ao sistema capitalista, contrabalanceando equidade e eficiência. Os instrumentos mais usados para o ajustamento são os sistemas de tributos e Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 49 as transferências. Cita-se como exemplo de medida distributiva o imposto de renda progressivo, realocando as receitas para programas de alimentação, transporte e moradia populares. Outro exemplo é a concessão de subsídios aos bens de consumo popular, financiados por tributos incidentes sobre os bens consumidos pelas classes de rendas mais altas. Função estabilizadora: visa manter a estabilidade econômica, diferenciando- -se das outras funções por não ter como objetivo a destinação de recursos. O campo de atuação dessa função é principalmente a manutenção de elevado nível de emprego e a estabilidade nos níveis de preços. Destaca-se, ainda, a busca do equilíbrio no balanço de pagamentos e de razoável taxa de crescimento econômico. O mecanismo básico da estabilização é a atuação sobre a demanda agregada, que representa a quantidade de bens ou serviços que a totalidade dos consumidores deseja e está disposta a adquirir por determinado preço e em determinado período. Assim, a função estabilizadora age na demanda agregada de forma a aumentá-la ou diminuí-la. 1) (FCC – Auditor –TCE/SP - 2013) Segundo a classificação de Richard Musgrave sobre as funções do setor público (Estado), em economias de mercado, é correto afirmar: (A) Faz parte da função distributiva do Estado a produção de bens e serviços de infraestrutura, já que estes beneficiam principalmente a população carente. (B) O Estado desempenha sua função estabilizadora na economia ao diminuir impostos quando a economia está em depressão. (C) O programa bolsa-família é um exemplo da função alocativa do Estado, já que o Estado minimiza a pobreza ao alocar recursos para os mais pobres. (D) Produzir bens públicos é um exemplo da função estabilizadora desempenhada pelo Estado. (E) O Estado desempenha bem sua função distributiva quando cobra impostos progressivos sobre a renda e efetua gastos que beneficiam as pessoas de maior nível de renda. a) Errada. A função distributiva beneficia principalmente a população carente. Entretanto, faz parte da função alocativa do Estado a produção de bens e serviços de infraestrutura. b) Correta. A função estabilizadora age na demanda agregada de forma a aumentá-la ou diminuí-la. O Estado desempenha sua função estabilizadora na economia ao diminuir impostos quando a economia está em depressão, visando aumentar o consumo. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 49 c) Errada. O programa bolsa-família é um exemplo da função distributiva do Estado, já que o Estado minimiza a pobreza ao alocar recursos para os mais pobres. d) Errada. Produzir bens públicos é um exemplo da função estabilizadora desempenhada pelo Estado. e) Errada. O Estado desempenha bem sua função distributiva quando cobra impostos progressivos sobre a renda e efetua gastos que beneficiam as pessoas de menor nível de renda. Resposta: Letra B 5. NORMAS GERAIS DE DIREITO FINANCEIRO O estudo de AFO/Orçamento Público está relacionado ao estudo do Direito Financeiro. É importante destacar que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre Direito Financeiro. No entanto, compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar à legislação federal e à estadual no que couber. Assim, apesar de não concorrerem com a União e os estados, os municípios legislam naquilo que for de interesse local e suplementam a legislação federal e a estadual, sem contrariá-las. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre Direito Financeiro. Inexistindo lei federal sobre normas gerais de Direito Financeiro, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades; sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual restará suspensa sua eficácia, no que lhe for contrária. Assim, inicialmente, se a União não exercer a sua competência legislativa concorrente em Direito Financeiro e o Estado-Membro exercer a sua, em sobrevindo lei federal que regule a questão, a lei estadual restará suspensa. Não é revogada, o que significa que se a União revogar a sua lei geral, a lei estadual sairá da inércia e entrará em vigor, até que outra lei federal lhe suspenda novamente os efeitos ou outra lei estadual a revogue. Atualmente, ainda é a Lei n.°4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 49 Federal. Embora ela tenha passado pelo rito de elaboração reservado às leis ordinárias, a CF/1967 e a CF/1988 trouxeram a orientação de que as normas gerais de Direito Financeiro seriam disciplinadas por lei complementar. Assim, a Lei 4.320/1964 possui o status de lei complementar, já que trata de normas gerais de Direito Financeiro. Houve a novação de sua natureza normativa pelo art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, o qual lhe conferiu uma posição sui generis no quadro das fontes do Direito: como lei ordinária em sentido formal e lei complementar no sentido material. 6. NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO BRASILEIRO Antes de tratarmos da natureza jurídica do orçamento brasileiro, vamos entender uma importante diferença entre lei em sentido formal e lei em sentido material. Lei em sentido formal representa todo o ato normativo emanado de um órgão com competência legislativa, sendo o conteúdo irrelevante. Todos os Poderes possuem a função legislativa. Por exemplo, o Executivo possui também a função legislativa, apesar de não ser a principal, o que fica claro quando o art. 84 da CF/1988 enumera as competências privativas do Presidente da República, dispondo no inciso III que compete privativamente ao Presidente iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. Ele exerce a função legislativa por meio de medidas provisórias, decretos autônomos, leis delegadas, leis orçamentárias etc. Assim, a lei orçamentária em nosso País é uma lei formal. Já lei em sentido material corresponde a todo o ato normativo, emanado por órgão do Estado, mesmo que não incumbido da função legislativa. O importante agora é o conteúdo, que define qualquer conjunto de normas dotadas de abstração e generalidade, ou seja, com aplicação a um número indeterminado de situações futuras. Desta forma, a partir desses conceitos, nota-se que há leis que são simultaneamente formais e materiais. Por outro lado, há leis somente formais. São estas as denominadasleis de efeitos concretos (ou leis individuais), pois seu conteúdo assemelha-se a atos administrativos individuais ou concretos. Embora existam divergências doutrinárias, o orçamento brasileiro é uma lei formal porque é emanada de um órgão com competência legislativa; entretanto, não é material, pois apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, não tendo a necessária abstração e generalidade que caracteriza as leis materiais. O orçamento não modifica as leis financeiras e tributárias, tampouco cria direitos subjetivos. É uma condição, um pré- requisito para que a despesa seja realizada (ato-condição), já que a arrecadação de receitas e a realização de despesas, na maioria das vezes, decorrem de leis ou contratos anteriores (atos-regra). Assim, judicialmente, não se pode exigir que determinada despesa prevista no orçamento seja Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 49 realizada. O orçamento é concreto, por exemplo, quando diz que com R$ 20 milhões predeterminados o Governo poderá construir um campo da Universidade X. Logo, é apenas uma lei formal, por isso é chamada de lei de efeitos concretos. As características da lei orçamentária brasileira são as seguintes: Características da LOA Lei formal: a lei orçamentária não obriga o administrador público a realizar determinada despesa, apenas autoriza os gastos. Falta coercibilidade, pois nem sempre obriga o Poder Público, que pode, por exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo legislativo. É considerada uma lei de efeitos concretos. Lei temporária: vigência limitada ao período de um ano. Lei ordinária: as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) e os créditos suplementares e especiais são leis ordinárias. Não se exige quorum qualificado para sua aprovação, sendo necessária apenas a maioria simples. Lei especial: possui processo legislativo diferenciado. A iniciativa é do Executivo e trata de matéria específica: previsão de receitas e fixação de despesas. A Lei Orçamentária é ainda denominada de Lei de Meios, porque possibilita os meios para o desenvolvimento das ações relativas aos diversos órgãos e entidades que integram a administração pública. Essa denominação é oriunda do orçamento clássico, que enfatizava os meios sem se preocupar com os fins. Atualmente, com o orçamento-programa, o principal foco da Lei de Meios são os resultados. STF sobre a LOA O STF pode exercer o controle abstrato de constitucionalidade de normas orçamentárias O Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Assim, há a possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle abstrato de constitucionalidade. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 49 Os orçamentos públicos podem ainda ser classificados em orçamentos de natureza impositiva e de natureza autorizativa: • Orçamento impositivo: é aquele em que, uma vez consignada uma despesa no orçamento, ela deve ser necessariamente executada. Nesta visão, o orçamento, por se tratar de uma lei, deve ser rigorosamente cumprido. • Orçamento autorizativo: não existe obrigatoriedade de execução das despesas consignadas no orçamento público, já que o Poder Público tem a discricionariedade para avaliar a conveniência e a oportunidade do que deve ou não ser executado. O STF entende que em nosso País o orçamento não é impositivo, mas sim autorizativo. O fato de ser fixada uma despesa na lei orçamentária anual não gera o direito de exigência de sua realização por via judicial. Orçamento impositivo ≠ autorizativo No orçamento impositivo, uma vez consignada uma despesa no orçamento, ela deve ser necessariamente executada. No orçamento autorizativo, adotado no Brasil, o Poder Público tem a discricionariedade para avaliar a conveniência e oportunidade do que deve ou não ser executado. 2) (FCC - Analista de Controle Externo – TCE/AP - 2012) O instrumento de gestão que se torna em plano de governo expresso em forma de lei, que faz a estimativa de receita a arrecadar e fixa a despesa para um período determinado de tempo, em geral de um ano, chamado exercício financeiro, em que o governante não está obrigado a realizar todas as despesas ali previstas, porém não poderá contrair outras sem a prévia aprovação do poder legislativo, é conhecido como Orçamento: a) Flexível. b) Ordinário. c) Contínuo. d) Público. e) Operacional. É um conceito de Orçamento Público. O que já responde a questão. Explicando um pouco mais, o período "o governante não está obrigado a realizar todas as despesas ali previstas, porém não poderá contrair outras sem a prévia aprovação do poder legislativo" conceitua o orçamento autorizativo. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 49 Os orçamentos públicos podem ser classificados em orçamentos de natureza impositiva e de natureza autorizativa: _ Orçamento impositivo: é aquele em que, uma vez consignada uma despesa no orçamento, ela deve ser necessariamente executada. Nesta visão, o orçamento, por se tratar de uma lei, deve ser rigorosamente cumprido. _ Orçamento autorizativo: não existe obrigatoriedade de execução das despesas consignadas no orçamento público, já que o Poder Público tem a discricionariedade para avaliar a conveniência e a oportunidade do que deve ou não ser executado. O STF entende que em nosso País o orçamento não é impositivo, mas sim autorizativo. O fato de ser fixada uma despesa na lei orçamentária anual não gera o direito de exigência de sua realização por via judicial. Resposta: Letra D 7. TIPOS DE ORÇAMENTO Nesta ótica sobre os tipos de orçamento, tem-se a visão do regime político em que é elaborado o orçamento combinado com a forma de governo. O Brasil vivenciou os três tipos: • Orçamento Legislativo: a elaboração, a votação e o controle do orçamento são competências do Poder Legislativo. Normalmente ocorre em países parlamentaristas. Ao Executivo cabe apenas a execução. Exemplo: Constituição Federal de 1891. • Orçamento Executivo: a elaboração, a votação, o controle e a execução são competências do Poder Executivo. É típico de regimes autoritários. Exemplo: Constituição Federal de 1937. • Orçamento Misto: a elaboração e a execução são de competência do Executivo, cabendo ao Legislativo a votação e o controle. Exemplo: a atual Constituição Federal de 1988. 8. ESPÉCIES DE ORÇAMENTO 8.1 Considerações iniciais Com o passar do tempo, o conceito, as funções e a técnica de elaboração do orçamento público foram alterados. Acabaram por evoluir para que pudessem se aprimorar e racionalizar sua utilização, tornando-se um instrumento da moderna Administração Pública, com uma concepção de orçamento como um ato preventivo e autorizativo das despesas que o Estado deve efetuar para atingir objetivos e metas programadas.Essas alterações foram motivadas por novas teorias e técnicas que se difundiram ao redor do mundo, sendo chamadas de espécies ou, por outros Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 49 autores, de tipos de orçamento. Utilizaremos a denominação espécies por ser mais adequada para se diferenciar dos tipos legislativo, executivo e misto. 8.2 Orçamento tradicional ou clássico A falta de planejamento da ação governamental é uma das principais características do orçamento tradicional. Constitui-se num mero instrumento contábil e baseia-se no orçamento do exercício anterior, ou seja, enfatiza atos passados. Demonstra uma despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da população, pois considera apenas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. Assim, nesta espécie de orçamento não há preocupação com a realização dos programas de trabalho do Governo, importando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas tarefas, sem questionamentos sobre objetivos e metas. Predomina o incrementalismo. É uma peça meramente contábil financeira, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do Governo, onde prevalece o aspecto jurídico do orçamento em detrimento do aspecto econômico, o qual possui função secundária. Almeja-se a neutralidade e a busca pelo equilíbrio financeiro. As funções de alocação, distribuição e estabilização ficam em segundo plano. Portanto, o orçamento tradicional é somente um documento de previsão de receita e de autorização de despesas. 3) (FCC - Analista de Controle Externo – TCE/AP - 2012) Um plano de governo como instrumento de gestão no qual não se adota programa de trabalho, projetos, atividades, nem objetivos a atingir e cujo principal critério de distribuição dos recursos a disposição do governo é o montante de gastos do exercício financeiro anterior, ajustado em algum percentual discricionário, é conhecido como orçamento: a) clássico ou tradicional. b) programa. c) de desempenho. d) base zero. e) variável. A falta de planejamento da ação governamental é uma das principais características do orçamento tradicional. Constitui-se num mero instrumento contábil e baseia-se no orçamento do exercício anterior, ou seja, enfatiza atos passados. Demonstra uma despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da população, pois considera apenas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. Assim, nesta espécie Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 49 de orçamento não há preocupação com a realização dos programas de trabalho do Governo, importando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas tarefas, sem questionamentos sobre objetivos e metas. Predomina o incrementalismo. Resposta: Letra A 8.3 Orçamento de desempenho ou por realizações O orçamento de desempenho ou por realizações enfatiza o resultado dos gastos e não apenas o gasto em si. A ênfase reside no desempenho organizacional. Caracteriza-se pela apresentação de dois quesitos: o objeto de gasto (secundário) e um programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas. Nessa espécie de orçamento, o gestor começa a se preocupar com os benefícios dos diversos gastos e não apenas com seu objeto. Apesar da evolução em relação ao orçamento clássico (tradicional), o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do Governo, ou seja, nesse modelo orçamentário inexiste um instrumento central de planejamento das ações do Governo vinculado à peça orçamentária. Apresenta, assim, uma deficiência, que é a desvinculação entre planejamento e orçamento. Orçamento de desempenho Dois quesitos: O objeto de gasto (secundário) e um programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas. Deficiência: Desvinculação entre planejamento e orçamento. 8.4 Orçamento de base zero ou por estratégia O orçamento de base zero consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Nesse tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. O processo do orçamento de base zero concentra a atenção na análise de objetivos e necessidades, o que requer que cada administrador justifique seu orçamento proposto em detalhe e cada quantia a ser gasta, aumentando a Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 49 participação dos gerentes de todos os níveis no planejamento das atividades e na elaboração dos orçamentos. Esse procedimento requer ainda que todas as atividades e operações sejam identificadas e classificadas em ordem de importância por meio de uma análise sistemática para que os pacotes de decisão sejam preparados. Em regra, a alta gerência, por meio do planejamento estratégico, fixa previamente os critérios do orçamento de base zero, de acordo com cada situação. São confrontados os novos programas pretendidos com os programas em execução, sua continuidade e suas alterações. Isso faz com que os gerentes de todos os níveis avaliem melhor as prioridades, confrontando-se incrementos pela ponderação de custos e benefícios, a fim de que ocorra uma aplicação eficiente das dotações em suas atividades. Por isso, incluem-se entre as desvantagens a dificuldade, a lentidão e o alto o custo da elaboração do orçamento. Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo. Alguns autores consideram que o orçamento de base zero é uma técnica do Orçamento-Programa. Orçamento de Base Zero Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo. 4) (FCC – APOPF/SP – 2010) Se uma entidade pública, para a elaboração do orçamento, baseia-se na preparação de pacotes de decisão e, consequentemente, na escolha do nível de objetivo por meio da definição de prioridades, confrontando-se incrementos pela ponderação de custos e benefícios, ela adota o orçamento (A) base zero. (B) em perspectiva. (C) tradicional. (D) de desempenho. (E) incremental. O Orçamento Base Zero requer que todas as atividades e operações sejam identificadas e classificadas em ordem de importância por meio de uma análise Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 49 sistemática para que os pacotes de decisão sejam preparados. São confrontados os novos programas pretendidos com os programas em execução, sua continuidade e suas alterações. Isso faz com que os gerentes de todos osníveis avaliem melhor as prioridades, confrontando-se incrementos pela ponderação de custos e benefícios, a fim de que ocorra uma aplicação eficiente das dotações em suas atividades. Resposta: Letra A 5) (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro - TCE/RO – 2010) A principal característica do Orçamento de Base Zero é (A) conter a classificação funcional das despesas, para avaliação de quais áreas de ação governamental estão sendo priorizadas. (B) conter a justificativa para a totalidade dos gastos de cada unidade orçamentária, independentemente do gasto realizado no exercício anterior. (C) estabelecer a completa separação das despesas correntes das despesas de capital, com ênfase nessas últimas em detrimento das primeiras. (D) conter critério de alocação de recursos que consiste em estabelecer um quantitativo financeiro fixo com base nas despesas realizadas no exercício anterior. (E) estar completamente dissociado do projeto de planejamento constante do Plano Plurianual, já que este pode ser mudado de um exercício para outro de acordo com a proposta orçamentária. A principal característica do Orçamento de Base Zero é conter a justificativa para a totalidade dos gastos de cada unidade orçamentária, independentemente do gasto realizado no exercício anterior. Nesse tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. Resposta: Letra B 8.5 Orçamento-programa De acordo com Core, “em um processo de planejamento e orçamento integrados, ressalta a imperiosa necessidade de que os fins e os meios orçamentários sejam tratados de uma forma equilibrada. Considerando que, desde o decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, a Administração Pública Federal estabeleceu o orçamento-programa anual como um instrumento de planejamento, a ideia de discriminar a despesa pública por objetivo, ou seja, de acordo com os seus fins, já é bastante familiar a todos quantos atuam nessa área.” Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 49 Ainda de acordo com o autor, “a Constituição Federal de 1988, cumprindo a tradição das anteriores, ocupou-se profusamente de matéria orçamentária, chegando até a definir instrumentos de planejamento e orçamento com elevado grau de detalhe. (...) A atual Constituição optou por um modelo fortemente centralizado, a partir da constatação de que havia uma excessiva fragmentação orçamentária, inclusive com importantes programações e despesas inteiramente (previdência social, por exemplo) fora da lei orçamentária, sem a observância, portanto, do princípio da universalidade.” No entanto, o orçamento-programa tornou-se realidade apenas com o Decreto 2.829/1998, o qual estabeleceu normas para elaboração e execução do plano plurianual e dos orçamentos da União. Ainda, a Portaria 117/1998, substituída, posteriormente, pela Portaria 42, de 14 de abril de 1999, com a preservação dos seus fundamentos, atualizou a discriminação da despesa por funções da Lei 4.320/1964 e revogou a Portaria 9, de 28 de janeiro de 1974 (Classificação Funcional – Programática); e a Portaria 51/1998 instituiu o recadastramento dos projetos e das atividades constantes do orçamento da União. Na verdade, tais modificações, que em razão da Portaria 42/1999 assumiram uma abrangência nacional, com aplicação também para Estados, municípios e Distrito Federal, representam a segunda etapa de uma reforma orçamentária que se delineou pelos idos de 1989, sob a égide da nova ordem constitucional recém-instalada. O orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do Governo, por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão dos custos relacionados. Por meio do orçamento-programa, tem-se o estabelecimento de objetivos e a quantificação de metas, com a consequente formalização de programas visando ao atingimento das metas e alcance dos objetivos. Com esse modelo, passa a existir um elo entre o planejamento e as funções executivas da organização, além da manutenção do aspecto legal, porém não sendo considerado como prioridade. É a espécie de orçamento utilizada no Brasil. A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na Administração Pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos. Tal espécie de orçamento equivale a um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua execução. Como instrumento de programação econômica, o orçamento- programa procura levar os decisores públicos a uma escolha racional, que maximize o dinheiro do contribuinte, destinando os recursos públicos a Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 49 programas e projetos de maior necessidade. As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis. O gasto público no orçamento programa deve estar vinculado a uma finalidade. A definição dos produtos finais de um programa de trabalho é um dos desafios do orçamento-programa, já que algumas atividades também adicionam valores intangíveis, em complemento aos físicos, como uma ação de qualificação do servidor. O número de servidores qualificados é um resultado tangível, porém a capacidade de inovação, a melhora do processo de trabalho, a retenção de talentos no serviço público e a satisfação do cidadão atendido pelo servidor são metas bem mais subjetivas. É difícil para os sistemas contábeis mensurarem esse tipo de valor e, particularmente, na Administração Pública, há dificuldades para a medição, em termos quantitativos. Em algumas situações podem ser utilizadas outras espécies de orçamento como apoio ao orçamento-programa. A elaboração do orçamento de algumas ações pode ocorrer de maneira incremental, por exemplo, nas ações ligadas ao funcionamento do órgão. O valor a ser pago, em condições normais, pelas contas de luz, água e telefone, sofre pequena variação de um ano para outro, normalmente apenas a inflação acumulada. Assim, para o cálculo do valor do orçamento atual, pode ser utilizado o método tradicional, acrescentando a inflação do período sobre o valor do orçamento desta ação no ano anterior. O orçamento tradicional quase sempre aparece em contraponto a outro tipo de orçamento, normalmente o orçamento-programa. No memento há um quadro comparativo Orçamento Tradicional X Orçamento- programa. Consulte-o antes de resolver as questões abaixo. 6) (FCC – Técnico Judiciário - Administrativa – TRT 24ª – 2011) Analise: I. O orçamento-programa é o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização. II. O controle do orçamento-programa visa avaliar a honestidade dos agentes governamentais e a legalidade do seu cumprimento. III. No orçamento-programa, as decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis. Está correto o que consta APENAS em (A) I e II. (B) I e III. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário– Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 49 (C) II e III. (D) I. (E) III. I) Correto. Por meio do orçamento-programa, tem-se o estabelecimento de objetivos e a quantificação de metas, com a consequente formalização de programas visando ao atingimento das metas e alcance dos objetivos. Com esse modelo, passa a existir um elo entre o planejamento e as funções executivas da organização, além da manutenção do aspecto legal, porém não sendo considerado como prioridade. II) Errado. O controle do orçamento tradicional visa avaliar a honestidade dos agentes governamentais e a legalidade do seu cumprimento. No orçamento- programa, o controle visa a eficiência, eficácia e efetividade. III) Correta. No orçamento-programa, as decisões orçamentárias são tomadas considerando-se as avaliações e análises das alternativas disponíveis e todos os custos. Logo, está correto o que consta apenas em I e III. Resposta: Letra B 7) (FCC – APOPF/SP – 2010) Uma das características do orçamento- programa é a utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados. Para isso, é feita uma diferenciação entre os produtos finais dos programas e os produtos intermediários necessários para alcançar os seus objetivos. É produto final de um programa da área de saúde: (A) a redução da mortalidade infantil. (B) o percentual da população atendida pelo programa de vacinação. (C) o número de postos de saúde construídos. (D) o número de medicamentos distribuídos. (E) o total de consultas médicas realizadas. É produto final de um programa da área de saúde a redução da mortalidade infantil. É a visada efetividade, a transformação de uma realidade existente. Todos os outros itens são fundamentais para se chegar a um resultado efetivo e devem também ser mensurados como produtos intermediários, porém o único que pode ser considerado como uma transformação de uma realidade é a redução da mortalidade infantil. Basta verificar que o número de vacinados, de postos de saúde, de medicamentos e de consultas por si só não definem um produto final. Por exemplo, não adianta apenas vacinar 100% das crianças se elas continuam morrendo de outras causas; não adianta apenas aumentar o número de consultas se as crianças mais necessitadas não tem acesso a elas, etc. Resposta: Letra A Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 49 8) (FCC - Analista Judiciário – Ciências Contábeis – TJ/PA – 2009) Os movimentos de transformação do Estado e, mais especificamente, da administração pública, inevitavelmente, foram acompanhados por mudanças significativas na concepção do orçamento público, cuja trajetória evolutiva evidencia que em cada momento histórico foi enfatizada uma de suas funções ou instrumentalidades: controle, gerência ou planejamento. O orçamento-programa reflete a concepção moderna do orçamento público e se caracteriza (A) pela utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados. (B) por sua estrutura dar ênfase aos aspectos contábeis de gestão. (C) por usar como principais critérios de classificação das despesas unidades administrativas e elementos. (D) por estar dissociado dos processos de planejamento e programação das ações públicas. (E) pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades das unidades organizacionais. O orçamento-programa reflete a concepção moderna do orçamento público e se caracteriza pela utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados. As demais alternativas são características do orçamento tradicional: dar ênfase aos aspectos contábeis de gestão; usar como principais critérios de classificação das despesas unidades administrativas e elementos; estar dissociado dos processos de planejamento e programação das ações públicas; a alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades das unidades organizacionais. Resposta: Letra A 9) (FCC – Analista Judiciário - Administrativa – TRT 24ª – 2011) A maior precisão na elaboração dos orçamentos e, consequentemente, melhores condições para obtenção de redução dos custos em razão de facilidade para a identificação de duplicação de funções, é uma vantagem da técnica orçamentária denominada Orçamento (A) de Desempenho. (B) de Planejamento e Gestão. (C) Programa. (D) Base Zero. (E) por Estratégia. No orçamento-programa, a organização das ações do Governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na Administração Pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 49 recursos públicos. Isso torna o orçamento mais preciso e evita desperdício de recursos, como no caso de duplicação de funções. Resposta: Letra C 8.6 Orçamento participativo O orçamento participativo não se opõe ao orçamento-programa. Na verdade, trata-se de um instrumento que busca romper com a visão política tradicional e colocar o cidadão como protagonista ativo da gestão pública. Objetiva a participação real da população no processo de elaboração e a alocação dos recursos públicos de forma eficiente e eficaz segundo as demandas sociais. Dessa forma, democratiza-se a relação Estado e sociedade e são considerados os diversos canais de participação, por meio de lideranças e audiências públicas. O processo de orçamento participativo tem a necessidade de um contínuo ajuste crítico, baseado em um princípio de autorregulação, com o intuito de aperfeiçoar os seus conteúdos democráticos e de planejamento, e assegurar a sua não estagnação. Assim, não possui uma metodologia única. Além disso, os problemas são diferentes de acordo com o tamanho dos municípios, principais implementadores do processo. Ressalta-se que, apesar de algumas experiências na esfera estadual, na experiência brasileira o orçamento participativo foi concebido e praticado inicialmente como uma forma de gerir os recursos públicos municipais. No nosso País, destaca-se a experiência da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não há perda da participação do Legislativo e nem diretamente de legitimidade. Há um aperfeiçoamento da etapa que se desenvolveria apenas no Executivo. No orçamento participativo, a comunidade é considerada parceira do Executivo no processo orçamentário. O que ocorre é que muitas vezes desigualdades socioeconômicas tendem a criar obstáculos à participação dos grupos sociais desfavorecidos. Quando a decisão está nas mãos de poucos, torna-se mais rápida a mudança de direção ou de opiniões. Em um orçamento como o participativo, são feitas várias reuniões em diversas regiões para se chegar a uma conclusão. Em caso de necessidade de mudanças, é muito trabalhoso efetuá-las. Por isso, no orçamento participativo considera-se que há uma perda da flexibilidade. Ocorre uma maior rigidez na programação dos investimentos, pois se tem uma decisão compartilhada com a comunidade, ao contrário da decisão monopolizada pelo Executivo no processo tradicional. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analistae Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 49 Segundo a LRF, deve ser incentivada a participação popular e a realização de audiências públicas durante os processos de elaboração das leis orçamentárias. No entanto, segundo a CF/1988, a iniciativa das leis orçamentárias é privativa do Poder Executivo. Assim, o Poder Executivo não é obrigado a seguir as sugestões da população, no entanto, deve ouvi-las. 8.7 Outras Técnicas O Glossário do Tesouro Nacional apresenta ainda mais duas técnicas, denominadas “teto fixo” e “teto móvel”. Orçamento com teto fixo: critério de alocação de recursos que consiste em estabelecer um quantitativo financeiro fixo, geralmente obtido mediante a aplicação de percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período, com base no qual os órgãos/unidades deverão elaborar suas propostas orçamentárias parciais. Também conhecido, na gíria orçamentária, como “teto burro”. Orçamento com teto móvel: critério de alocação de recursos que representa uma variação do chamado “teto fixo”, pois trabalha com percentuais diferenciados, procurando refletir um escalonamento de prioridades entre programações, órgãos e unidades. Em gíria orçamentária, conhecido como “teto inteligente”. 9. FUNÇÕES DE PLANEJAMENTO, GERÊNCIA E CONTROLE Segundo Allen Schick (1966 apud Core, 2001), todo sistema orçamentário, mesmo o mais rudimentar, compreende as funções de planejamento, gerência e controle: “Na operação dos sistemas orçamentários, raramente o planejamento, a gerência e o controle recebem igual atenção. Na prática, planejamento, gerência e controle tenderam até a ser processos competitivos no orçamento, sem haver uma clara divisão de funções entre os diversos participantes. (...) o mais importante talvez sejam as diferenças nas exigências de informação dos processos de planejamento, controle e administração. As necessidades informativas diferem em termos de períodos de tempo, níveis de agregação, ligações com as unidades organizacionais e operacionais e no enfoque insumo- produto (...) tem havido uma forte tendência a homogeneizar as estruturas de informação e a contar com um único esquema de classificação, para servir a todas as necessidades do orçamento. Em sua maior parte o sistema informativo foi estruturado para atender aos objetivos de controle.” Ainda, “toda reforma altera o equilíbrio entre planejamento, gerência e controle, mediante a atribuição de maior ênfase a alguma dessas funções. A Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 49 predominância da função controle, por exemplo, acarreta um deslocamento para o segundo plano das funções de planejamento e gerência, que, no entanto, continuam presentes. A questão-chave é o balanceamento entre essas três orientações ou funções com a atribuição de pesos para cada uma delas. Assim, todo o sistema orçamentário contém características de planejamento, gerência e controle.” Vamos dividir as três funções, de acordo com o eminente autor Fabiano Core: Controle: “no orçamento tradicional, que caracteriza os primeiros estágios evolutivos da técnica orçamentária, a orientação predominante é a do controle. Prevalece a preocupação com o cumprimento dos tetos orçamentários e o estabelecimento de limites para as unidades orçamentárias no que se refere a tipos de despesas (pessoal, serviços de terceiros, equipamentos etc.) e as classificações de despesas são estruturadas com base em itens pormenorizados de objeto de gastos.” Gerência: “a predominância da orientação gerencial no processo orçamentário traduz uma preocupação maior com o trabalho a ser feito e as realizações a serem alcançadas. As informações são estruturadas segundo funções, projetos e atividades, evidenciando-se o trabalho ou serviço a ser cumprido, com os respectivos custos. As categorias orçamentárias são classificadas em termos funcionais, com mensurações que possibilitem a avaliação do desempenho das atividades previstas. Essas características identificam o orçamento funcional ou de desempenho.” Planejamento: “a orientação para o planejamento marca o advento do orçamento-programa, que tem como característica dominante a racionalização do processo de fixação de políticas, mediante o manuseio de dados sobre custos e benefícios das formas alternativas de se atingir os objetivos propostos e a mensuração dos produtos para propiciar eficácia no atingimento desses objetivos.” 10) (CESPE – Auditor de Controle Externo – TCE/ES – 2012) A principal função do orçamento, na sua forma tradicional, e o controle político; em sua forma moderna, o orçamento foca o planejamento. No orçamento tradicional, que caracteriza os primeiros estágios evolutivos da técnica orçamentária, a orientação predominante é a do controle. Já a orientação para o planejamento marca o advento do orçamento-programa, que tem como característica dominante a racionalização do processo de fixação de políticas. Resposta: Certa Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 49 MAIS QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 11) (FCC - Analista Judiciário – Economia – TJ/PA – 2009) Analise as informações abaixo em relação ao orçamento público. I. No orçamento tradicional, a decisão da alocação dos recursos toma por base as necessidades financeiras das unidades organizacionais. II. O principal objetivo do orçamento-programa é permitir que o Poder Legislativo autorize e controle adequadamente a receita e o gasto público. III. No orçamento base zero, os gestores das unidades orçamentárias somente precisam justificar os acréscimos e os decréscimos dos gastos realizados no exercício anterior. IV. Uma das características do orçamento-programa é a ênfase dada aos objetivos do planejamento governamental e as metas que se pretende alcançar com a alocação dos recursos públicos. É correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I e IV. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. I) Correto. As necessidades financeiras das unidades organizacionais são critérios para a decisão da alocação dos recursos, no orçamento tradicional. II) Errado. O orçamento-programa não tem como principal objetivo o controle de receitas e despesas, ainda que seja uma atividade importante. O controle visa eficiência, eficácia e efetividade. III) Errado. No orçamento base zero, os gestores das unidades orçamentárias precisam justificar todos os gastos. IV) Correto. O orçamento-programa visa a objetivos e metas e a ênfase é dada nos aspectos administrativos e de planejamento. Logo, é correto o que se afirma apenas em I e IV. Resposta: Letra B 12) (FCC – Analista Judiciário - Administrativa – TRF 1ª – 2011) Com relação aos tipos de orçamentos, considere as afirmativas abaixo: I. No orçamento de tipo tradicional há grande preocupação com a clareza dos objetivos econômicos e sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br25 de 49 II. O orçamento base-zero exige a reavaliação de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. III. O orçamento-programa considera os objetivos que o Governo pretende atingir, num prazo pré-determinado. IV. O orçamento de desempenho não pode ser considerado um orçamento-programa, pois não incorpora o controle contábil do gasto e o detalhamento da despesa. V. No orçamento-programa a alocação dos recursos para unidades orçamentárias se dá com base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores. Está correto o que se afirma SOMENTE em: (A) I e IV. (B) I, III e IV. (C) II, III e V. (D) I, III, IV e V. (E) II e III. I) Errado. No orçamento de tipo tradicional há uma despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da população, pois considera apenas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. II) Correto. O orçamento base-zero exige a reavaliação de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. A principal característica do Orçamento de Base Zero é conter a justificativa para a totalidade dos gastos de cada unidade orçamentária, independentemente do gasto realizado no exercício anterior. III) Correto. O orçamento-programa visa a objetivos e metas. IV) Errado. O orçamento de desempenho não pode ser considerado um orçamento-programa, pois há desvinculação entre planejamento e orçamento. V) Errado. No orçamento-programa as decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis. O incrementalismo, que é a alocação dos recursos para unidades orçamentárias com base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores, é característico do orçamento tradicional. Logo, está correto o que se afirma somente em II e III. Resposta: Letra E 13) (FCC – Técnico Judiciário - Administrativa – TRT 4ª – 2011) Em relação a conceito de Orçamento Público, considere as afirmativas abaixo: I. O Orçamento Público é uma lei formal, isto é, ela obriga o Poder Público a realizar uma despesa autorizada pelo Legislativo. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 49 II. O Orçamento Público é uma lei temporária, pois tem vigência limitada a quatro anos. III. O conceito tradicional ou clássico de Orçamento Público compreende apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo. IV. O Orçamento Público é uma lei especial que possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica. V. O orçamento-programa é um plano de trabalho que estabelece objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos a ele relacionados. Estão corretas, SOMENTE: (A) II e IV. (B) I, II e IV. (C) III, IV e V. (D) I, II, III e IV. (E) II, III, IV e V. I) Errado. O Orçamento Público é uma lei formal. Entretanto, ela não obriga o Poder Público a realizar uma despesa autorizada pelo Legislativo. A LOA apenas autoriza os gastos. II) Errado. O Orçamento Público é uma lei temporária, pois tem vigência limitada a um ano. III) Correto. A falta de planejamento da ação governamental é uma das principais características do orçamento tradicional. IV) Correto. O Orçamento Público é uma lei especial que possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica: previsão de receitas e fixação de despesas. V) Correto. O orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do Governo, por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão dos custos relacionados. Logo, estão corretas somente III, IV e V. Resposta: Letra C 14) (FCC - Analista – Administrativo - MPU – 2007) É característica do orçamento base-zero: a) ênfase no acréscimo de gastos em relação ao orçamento anterior. b) decisões considerando as necessidades financeiras das unidades operacionais. c) justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas. d) dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos. e) inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 49 A alternativa “C” está correta, pois o orçamento de base zero consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Nesse tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. O processo do orçamento de base zero concentra a atenção na análise de objetivos e necessidades, o que requer que cada administrador justifique seu orçamento proposto em detalhe e cada quantia a ser gasta, aumentando a participação dos gerentes de todos os níveis no planejamento das atividades e na elaboração dos orçamentos. As demais alternativas estão erradas porque se referem ao orçamento clássico ou tradicional. A falta de planejamento da ação governamental é uma das principais características dessa espécie de orçamento. Constitui-se num mero instrumento contábil e baseia-se no orçamento do exercício anterior, ou seja, enfatiza atos passados. Demonstra uma despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da população, pois considera apenas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. Assim, nesta espécie de orçamento, não há preocupação com a realização dos programas de trabalho do governo, importando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas tarefas, sem questionamentos sobre objetivos e metas e inexistindo mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas. Predomina o incrementalismo. Resposta: Letra C 15) (FCC - Analista – Orçamento - MPU – 2007) É característica da técnica de elaboração orçamentária denominada orçamento base zero: a) dissociação dos processos de planejamento e programação. b) revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária. c) ênfase aos aspectos contábeis da gestão e controle externo dos gastos. d) avaliação da integridade dos agentes governamentais e legalidade no cumprimento do orçamento. e) direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas. Na alternativa “B”, o orçamento de base zero consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Nesse tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 49 As demais alternativas versam sobre o orçamento tradicional. Resposta: Letra B 16) (FCC - Técnico – Controle Interno - MPU – 2007) O tipo de orçamento cujasprincipais características são a decisão de alocações de recursos baseada no volume de necessidades financeiras das unidades administrativas e o controle da legalidade do cumprimento do disposto na lei orçamentária anual é o orçamento a) tradicional. b) base zero. c) programa. d) de desempenho. e) pragmático. O orçamento tradicional baseia suas alocações de recursos no volume de necessidades financeiras das unidades administrativas e privilegia o controle da legalidade na execução orçamentária. Resposta: Letra A 17) (FCC - Técnico – Controle Interno - MPU – 2007) Em relação ao orçamento-programa, é correto afirmar que: a) seu único critério de classificação de despesas são as unidades administrativas. b) é totalmente dissociado do processo de planejamento. c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão. d) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades orçamentárias. e) constitui um dos instrumentos do planejamento governamental. Na alternativa "E", o orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação do governo, por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão dos custos relacionados. As demais alternativas tratam do orçamento tradicional. Resposta: Letra E 18) (FCC – Analista Judiciário – Administrativa –TRT/9ª- 2013) Em relação ao orçamento público, é correto afirmar que (A) a Lei Orçamentária Anual poderá conter dispositivo que autorize a abertura de créditos adicionais especiais e a contratação de operações de crédito. (B) a Lei Orçamentária Anual é uma lei de iniciativa, em conjunto, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 49 (C) os sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, assim como dos resultados, são inexistentes no orçamentoprograma. (D) a Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha qualquer parcela do capital social com direito a voto. (E) o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual é, constitucionalmente, proibido. Questão que mistura diversos tópicos da matéria: a) Errada. A Lei Orçamentária Anual poderá conter dispositivo que autorize a abertura de créditos adicionais suplementares e a contratação de operações de crédito. São exceções ao princípio da exclusividade. b) Errada. A Lei Orçamentária Anual é uma lei de iniciativa do Poder Executivo. c) Errada. Os sistemas de acompanhamento e medição do trabalho, assim como dos resultados, são praticamente inexistentes no orçamento clássico. d) Errada. A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. e) Correta. De acordo com a CF/1988, é vedado o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual. Resposta: Letra E 19) (CEPERJ - Analista de Planejamento e Orçamento – SEPLAG/RJ – 2012) O orçamento base zero terá por característica: A) ênfase nos aspectos contábeis e de controle externo da gestão B) revisão dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária de forma crítica C) legalidade na execução do orçamento D) avaliação periódica da integridade dos gestores públicos E) desvinculação dos processos de planejamento e de programação financeira-orçamentária O orçamento de base zero consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Nesse tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação. Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 49 Os órgãos governamentais deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo. Resposta: Letra B 20) (CEPERJ - Analista de Planejamento e Orçamento – SEPLAG/RJ – 2012) No orçamento tradicional ou clássico, as decisões orçamentárias serão tomadas: A) a partir da consecução de objetivos, metas, diretrizes e prioridades B) em função dos recursos existentes e das necessidades dos dirigentes das unidades orçamentárias C) com base em análises das alternativas possíveis e das necessidades dos dirigentes das unidades orçamentárias D) com base em critérios técnicos e de objetivos, metas, diretrizes e prioridades E) a partir das necessidades ou do poder político dos dirigentes das unidades orçamentárias O orçamento tradicional ou clássico demonstra uma despreocupação do gestor público com o atendimento das necessidades da população, pois considera apenas as necessidades financeiras ou o poder político das unidades organizacionais. As demais alternativas se referem ao orçamento programa. Resposta: Letra E 21) (Consulplan – Técnico Superior de Orçamento – Pref. de Pedro Leopoldo/MG - 2006) Com o surgimento da Lei 4.320/64 e do Decreto- lei nº 200/67, após experiência positiva no âmbito estadual, foi implementada a mais nova técnica de orçamentação utilizada até os dias de hoje. Podemos denominá-la de: A) orçamento social B) orçamento-programa C) orçamento participativo D) orçamento inteligente E) N.R.A. Com o surgimento da Lei 4.320/1964 e do Decreto-lei 200/1967 foi criado o orçamento-programa. Resposta: Letra B 22) (Consulplan – Técnico Superior de Orçamento – Pref. de Pedro Leopoldo/MG - 2006) Com base no enunciado, responda: “O orçamento-programa representa uma técnica de bastante sucesso, sendo utilizada nos dias atuais tendo em vista seus enormes benefícios ao processo de orçamento, entre os quais destacamos”: Noções de Orçamento Público p/ TRT/SC Analista e Técnico Judiciário – Área Administrativa Teoria e Questões Comentadas da FCC Prof. Sérgio Mendes – Aula 03 Prof. Sérgio Mendes www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 49 (1) Melhor planejamento das ações que o governo pretende realizar. (2) Maior precisão na elaboração dos orçamentos e, consequentemente, mais condições para obtenção de redução dos custos em razão de facilidade para identificação de duplicação de funções. (3) Melhor controle da execução dos programas pela facilidade de identificação dos gastos por programa. A) Todos os benefícios estão corretos. B) Apenas dois benefícios estão corretos. C) Apenas um benefício está correto. D) Todos estão errados. E) N.R.A. Todos os itens trazem benefícios do orçamento-programa. Resposta: Letra A 23) (Consulplan – Administrador – Pref. de Porto Alegre/RS - 2011) Segundo o Tesouro Nacional (2011), o Orçamento Programa foi introduzido nos Estados Unidos, no final da década de 50, sob a denominação de PPBS (Planning Programming Budgeting System). Tendo sido implantado no Brasil pelo Decreto nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, o Orçamento Programa A) aloca os recursos públicos através do estabelecimento de um percentual único sobre as despesas realizadas em determinado período. B) apresenta, física e financeiramente, os programas
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