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ODONTOLOGIA PREVENTIVA - História Natural da Doença e Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação


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História Natural da Doença 
Urubatan Medeiros 
Doutor (USP) – Professor Titular do Departamento de Odontologia Preventiva e 
Comunitária UERJ/UFRJ 
Coordenador da Disciplina de Odontologia Preventiva – UFRJ 
 
Resumo de Aula 
 
Introdução 
 
1 – Equilíbrio Saúde/Doença 
• A doença resulta de um desequilíbrio entre os agentes patológicos e o 
ser humano; 
• A natureza e extensão do desequilíbrio dependem da natureza e 
características do hospedeiro humano e dos agentes causais; 
• As características do agente e do hospedeiro e sua interação estão 
diretamente relacionadas e dependem, grandemente, do meio-ambiente 
físico, social, econômico e biológico. 
 
2 – O meio-ambiente tem papel importantíssimo na causação das doenças e 
serve para fazer a aproximação entre certos agentes e o hospedeiro e 
influenciar suas características e inter-relações. 
 
3 – Alguns fatores estão diretamente relacionados e influenciam o meio 
ambiente. São fatores físicos, biológicos, mecânicos e químicos. 
 
4 – Fatores físicos: Deficiência ou excesso de luz, ruído, umidade, temperatura, 
eletricidade, radiações, etc... 
 
5 – Fatores Biológicos: vírus, bactérias, protozoários, parasitos, animais 
daninhos, ervas irritantes, ervas venenosas, etc... 
 
6 – Fatores mecânicos: traumatismos, pressão atmosférica (aumentada ou 
diminuída); 
 
7 – Fatores químicos: substâncias orgânicas ou inorgânicas em estado sólido, 
líquido ou gasoso e com efeito irritante ou tóxico; 
 
8 – História Natural da Doença: Toda condição de saúde e doença no ser 
humano tem sua origem em outros processos, antes mesmo que o próprio ser 
humano seja envolvido. 
 
9 – História Natural da Doença: três períodos específicos 
• Período de Pré Patogênese 
• Período de Patogênese 
• Sequelas 
 
10 – Período de Pré Patogênese: 
É a interação preliminar dos fatores relacionados com o agente potencial, o 
hospedeiro e o meio-ambiente na produção da doença. 
 
11 – Fatores hereditários, sociais e econômicos, ou do meio-ambiente podem 
estar criando estímulos patogênicos muito antes que o ser humano e o 
estímulo comecem a interagir para produzir a doença. 
 
12 – Então, o período de pré-patogênese, como o próprio nome indica, ocorre 
antes do ser humano adoecer, pela interação equilibrada entre hospedeiro 
humano, meio-ambiente e agente causal. 
 
Ex: Todos temos s.mutans, meio ambiente bucal e dentes, mas nem todos 
temos a doença cárie, porque equilibramos os fatores através da higienização 
bucal, da utilização de fluoretos, do controle da dieta, etc... 
 
13 – A pré-patogênese pode ser: 
• Específica: quando existe uma coleção de fatores que indicam que se 
houver um desequilíbrio surgirá apenas uma determinada doença. 
• Inespecífica: quando existe uma coleção de fatores que, uma vez em 
desequilíbrio, poderão propiciar o surgimento de diversas doenças. 
 
14 – Período de Patogênese: 
 
É a evolução de um distúrbio no ser humano, desde a primeira interação com 
estímulos que provocam a doença até às mudanças de forma e função que daí 
resultam, antes que o equilíbrio seja alcançado ou restabelecido, ou até que 
seja seguido um defeito, invalidez ou morte. 
 
15 – Pode ser: 
 
Precoce: O organismo responde à agressão com modificações teciduais, 
podendo ser diagnosticada clinicamente. É a fase em que dissemos ter 
encontrado o “horizonte clínico” da doença. 
Ex: 1a. manifestação clínica da cárie dentária: mancha branca não cavitada. 
 
Avançada: A doença segue sua evolução própria, terminando com a morte, 
com a cura completa ou deixando sequelas. A uma mudança nos tecidos ou 
uma reação alterada seguem-se sinais e sintomas e um processo típico da 
enfermidade em questão. 
Ex: Mancha branca cavitada em esmalte → cavitação atingindo a dentina → 
cavitação atingindo a polpa ..... 
 
16 – Sequelas: 
 
As sequelas ou consequências da doença podem ser reparadas com mais ou 
menos eficiência, permitindo a reabilitação do indivíduo, ou levando-o à 
invalidez (total ou parcial), a um estado crônico ou à morte. 
Ex: uma restauração é a recuperação da sequela (cavidade) produzida pela 
cárie. 
Níveis de Prevenção e Níveis de Aplicação 
Urubatan Medeiros 
Doutor (USP) – Professor Titular do Departamento de Odontologia Preventiva e 
Comunitária UERJ/UFRJ 
Coordenador da Disciplina de Odontologia Preventiva – UFRJ 
 
Resumo de Aula 
 
1 – Níveis de Prevenção: 
 
Promover saúde ou utilizar medidas preventivas significa prevenir a ocorrência 
ou a evolução da doença, a partir do entendimento de sua História Natural. 
Logo, níveis de prevenção são as barreiras que interpomos nas diversas 
etapas do ciclo evolutivo de uma determinada doença. 
 
2 – Níveis de Prevenção (propostos por Leavell & Clark): 
Primeiro nível – Promoção da saúde 
Segundo nível – Proteção específica 
Terceiro nível – Diagnóstico precoce e Tratamento imediato 
Quarto nível – Limitação do dano 
Quinto nível – Reabilitação 
 
3 – Promoção da Saúde 
 
Consiste na criação de condições favoráveis para que o ser humano possa 
resistir ao ataque de qualquer doença. Relaciona-se com a qualidade de vida 
das populações. Por isso, a atuação é inespecífica, no sentido de capacitar o 
ser humano a resistir ao ataque de qualquer doença. 
Relaciona-se com a pré-patogênese inespecífica. 
 
4 – Proteção específica 
 
Neste nível já estamos protegendo o ser humano especificamente contra uma 
determinada doença. 
Relaciona-se com a pré-patogênese específica. 
Ex: iodo no sal para proteger contra o bócio endêmico; flúor na água para 
proteger contra a cárie dental. 
 
5 – Diagnóstico Precoce e Tratamento Imediato 
 
Nas doenças que não foram evitadas, seja porque não existem medidas para 
atuação em nível anterior, seja porque as medidas não foram aplicadas, a 
atuação deve ser orientada para identificar e tratar o mais cedo possível. 
Relaciona-se com o Horizonte Clínico/Patogênese precoce. 
Ex: mancha branca não cavitada → tratamento remineralizador 
 
 
 
 
6 – Limitação do Dano 
 
Quando existe falha na aplicação dos níveis anteriores, devemos intervir em 
qualquer fase da doença na intenção de impedir que ocorra um mal maior. 
Relaciona-se com a patogênese avançada. 
Ex: cavidade em esmalte → restauração com preparo ultra conservativo para 
evitar que a lesão atinja a dentina. E se já atingiu a dentina? Restauração para 
evitar que atinja a polpa. E se já atingiu a polpa? Realização de tratamento 
endodôntico. Ou seja, a atuação neste nível sempre procura evitar que ocorra 
algo pior. 
 
7 – Reabilitação 
 
É o último nível de prevenção. A doença evoluiu até a sua fase final , deixando 
o ser humano com as suas sequelas. Necessidade de reabilitar as 
incapacidades parciais ou totais. 
Relaciona-se, na Hist. Nat. da doença com a fase de Sequelas. 
Ex: paciente perdeu, ao longo da vida, todos os elementos dentários e será 
colocada uma prótese total superior e inferior para reabilitá-lo estética e 
funcionalmente. Isso é prevenção? É, tendo em vista que se este procedimento 
não for adotado o paciente perderá a dimensão vertical, ocorrerá flacidez da 
musculatura facial, dores articulares na ATM, além da dificuldade de 
mastigação e fonação. 
 
8 – Claro está que quanto mais precoce for a nossa atuação, melhor será para 
a saúde do paciente. Logo a atuação nos três primeiros níveis é muito melhor 
do que nos dois últimos quando levamos em consideração a saúde do paciente 
e a filosofia de promoção de saúde. 
 
9 – Ainda de acordo com Leavell & Clark, podemos dividir os níveis da seguinte 
forma: 
• Prevenção primária : 1o. e 2o. níveis de prevenção 
• Prevenção secundária: 3o. e 4o. níveis de prevenção 
• Prevenção terciária: 5o. nível de prevenção 
 
10 – Níveis de Aplicação 
 
Em diversas doenças dispomos de váriosmétodos situados em um único nível 
de prevenção (p. Ex: Flúor na água de abastecimento; dentifrício fluoretado; 
verniz fluoretado; bochechos com solução fluoretada são todas medidas de 
segundo nível de prevenção.) 
Como, onde e em quem vamos aplicar as medidas preventivas???? 
Logo, níveis de aplicação são níveis onde determinamos o tipo de ação exigida 
para a utilização dos níveis de prevenção. 
 
11 – Níveis de Aplicação 
• 1o. nível: Ação Governamental Ampla 
• 2o. nível: Ação governamental restrita 
• 3o. nível: Ação paciente/profissional de nível superior 
• 4o. nível: Ação paciente/profissional auxiliar 
• 5o. nível: Ação individual 
 
12 – Ação Governamental Ampla 
 
Exige a ação coordenada de todas as unidades governamentais no sentido do 
desenvolvimento socioeconômico. 
Problemas de saúde coletiva que exigem programas de grande envergadura 
estão neste nível. 
Tenciona-se a melhoria do nível de vida das populações. 
Relaciona-se com o primeiro nível de prevenção. 
 
 
13 – Ação governamental Restrita 
 
Exige uma ação do governo restrita apenas a algumas unidades 
governamentais. 
Tenciona-se combater apenas um ou dois problemas de saúde. 
Não há melhoria na qualidade de vida das populações. 
Ex: dia de vacinação contra a paralisia infantil. A criança que vive em péssimas 
condições continuará a viver do mesmo jeito, apenas não terá paralisia. 
Relaciona-se com o segundo nível de prevenção. 
 
14 – Ação Paciente-Profissional de nível superior 
 
Ação bilateral que envolve o paciente e o profissional de nível superior. 
Consiste em ações educativas e clínicas realizadas por especialista e/ou clínico 
geral em consultórios particulares ou de saúde coletiva. 
Relaciona-se com o terceiro, quarto e quinto níveis de prevenção. 
 
15 – Ação Paciente-profissional auxiliar 
 
Na Odontologia temos quatro tipos de profissional auxiliar: Atendente de 
Consultório Dentário (ACD), Técnico em Higiene Dental (THD), Técnico em 
Prótese Dentária (TPD) e Auxiliar de Prótese Dentária (APD). Destes quatro, 
de acordo com a lei em vigor, somente o ACD e o THD podem ter contato 
direto com o paciente, com a supervisão do CD. 
Neste nível, esses profissionais aplicarão os métodos definidos pela legislação 
e que são de sua competência. 
Ex: ensinar técnica de escovação; aplicar substâncias preventivas à cárie, etc... 
Os métodos pressupõe uma relação bilateral, desenvolvida por profissional 
técnico ou auxiliar. Pode ser utilizado em clínica privada ou em saúde coletiva. 
Relaciona-se com o segundo nível de prevenção. 
 
16 – Ação individual 
 
Envolve decisões individuais sobre a prática de atos favoráveis à saúde. 
Está relacionado à motivação e educação do paciente. 
Estabelecimento de hábitos e atitudes favoráveis à saúde. 
Relaciona-se com o primeiro e o segundo níveis de prevenção. 
 
17 – Tipos de ação exigida: 
• Coletiva: 1o. e 2o. níveis 
• Bipessoal: 3o. e 4o. níveis 
• Individual: 5o. nível 
 
 Grau de dificuldade relativa para a aplicação dos níveis: 
• Maior: 1o. e 5o. níveis 
• Média: 3o. e 4o. níveis 
• Menor: 2o. nível.