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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM – DENF Disciplina: Epidemiologia Conteúdo: Apresentação da disciplina e Introdução à Epidemiologia Prof: Me. Mauricio V. G. Oliveira Ementa: Impacto das relações sociais sobre a percepção do processo saúde-doença. Determinação social (nas suas dimensões econômica, política e cultural) do processo saúde- doença; Relação entre o espaço e modo de produção econômica. Conceitos de condição de vida, segundo regiões homogêneas. Diferentes modelos causais em epidemiologia. A investigação em epidemiologia e as etapas de seu método. Objetivos: Compreender os princípios e mecanismos de diversos modelos epidemiológicos e suas aplicabilidades para o entendimento do inter-relacionamento e interdependência entre os fenômenos biológicos, físicos, sociais e culturais; Oferecer conhecimentos básicos do método epidemiológico aplicáveis na prática profissional e no delineamento de estudos observacionais de interesse no campo da saúde humana. Objetivos: Desenvolver o aporte teórico necessário para a prática de vigilância epidemiológica no que se refere aos aspectos do indivíduo, família e comunidade, em termos da epidemiologia humana; Aplicar e analisar conceitos epidemiológicos na operacionalização da prática epidemiológica humana. Procedimentos e Recursos de Ensino: As atividades didáticas serão desenvolvidas em aulas expositivas e participativas, com temas dirigidos, leitura e análise de textos e lista de exercícios. Duas Avaliações teórica (individual); Duas Listas de Exercícios Trabalho Teórico-Prático ``desenvolvimento de uma resenha crítico-reflexiva, na qual o aluno deverá analisar um indicador de saúde pública do município de Porto Velho, a partir dos dados disponibilizados em uma base dados em saúde, tais como o DATASUS``. Procedimentos e Recursos de Ensino: Média Final: 1ª Prova + 2ª Prova + Resenha + Listas de Exercícios 4 O aluno será considerado aprovado com média final igual ou superior a 60 pontos; Horário de aulas da disciplina: das 14 horas às 18 horas Horário das avaliações escritas: 14 horas às 17:00 horas Observação: frequência e assiduidade mínimas para aprovação na disciplina é de 75% da carga horária total da disciplina, de acordo com a Resolução n.251/CONSEPE/1997. Conteúdo Programático: Arquivo Word Raízes Históricas da Epidemiologia Almeida Filho (2003) propõe que a formação histórica da epidemiologia fundamenta-se em 3 pilares: • Um saber clínico, a Clínica; • Uma base metodológica, a Estatística; • Um substrato político-ideológico, a Medicina Social. Epidemiologia no Brasil Almeida-Filho (2003) descreve três tendências principais da Epidemiologia : • Aprofundamento das bases matemáticas; • Consolidação de uma Epidemiologia Clínica; • Reafirmação dos processos saúde-enfermidade- cuidado, assim como a vertente política de seus determinantes. Epidemiologia no Brasil Originou-se a partir da Medicina Tropical e dos naturalistas que, de forma sistemática, descreveram diversas doenças infecciosas, seus vetores e agentes; 1903, presidente Rodrigo Alves nomeou Oswaldo Cruz para Diretor-Geral de Saúde Pública – meta: sanear o Rio de Janeiro; Após a I Guerra Mundial, a fundação Rockefeller passou a exercer fortes influências na formação sanitária no Brasil; Em 1934, o Instituto de Higiene (1924) é transformado em Escola de Higiene e Saúde Pública – formação dos primeiros sanitaristas – e em 1969, torna-se Faculdade de Saúde Pública. Epidemiologia no Brasil 1942, criação do SESP, com o objetivo principal de controle da malária e outras endemias da região Amazônica; As campanhas de erradicação da varíola (1960) e pólio (1970), contribui para a criação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; Década de 1970, criação de diversos núcleos de Saúde Coletiva – em 1979 fundação da ABRASCO; 1990 – primeiro congresso de Epidemiologia. Conceito de Epidemiologia “Epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas e suas aplicações no controle de problemas de saúde.” Last , 1988. Um Dicionário de Epidemiologia. Oxford University Press. “Epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas”. Associação Internacional de Epidemiologia, 1973. Objeto da Epidemiologia Determinantes Epidemiologistas também buscam causas ou fatores que estejam associados com risco aumentado ou probabilidade de doença. Este tipo de epidemiologia movida por perguntas tais como "quem", “o que”, "onde” e "quando" e que tenta responder "como" e "por quê" é chamada epidemiologia analítica; Estados relacionados à saúde Embora doenças infecciosas fossem claramente o enfoque primordial do trabalho epidemiológico, isto já não é mais verdadeiro. A epidemiologia, como é praticada hoje, é aplicada ao amplo espectro de eventos relacionados à saúde que inclui doença crônica, problemas ambientais, problemas comportamentais e injúrias (causas externas), problemas ocupacionais, além de doenças infecciosas. Objeto da Epidemiologia Populações Uma das características distintivas mais importantes de epidemiologia é que trata de grupos de pessoas em lugar de pacientes individuais; Controle Finalmente, embora epidemiologia simplesmente possa ser usada como uma ferramenta analítica para estudar doenças e seus determinantes, tem um papel mais ativo. Dados epidemiológicos orientam decisões de saúde pública e contribuem para o desenvolvimento e avaliação de intervenções para o controle e prevenção de problemas de saúde. Esta é a função primária de aplicação ou campo da epidemiologia. Objeto da Epidemiologia Característica da Epidemiologia Todos os achados devem se referir à população; As doenças ou problemas de saúde não ocorrem ao acaso: a distribuição destes problemas é produto dos fatores causais, ou determinantes que se distribuem desigualmente na população – a comparação de subgrupos populacionais é essencial para a identificação de determinantes das doenças; Fatores causais estão associados, ao nível populacionais, com a ocorrência de doenças; Fator de risco: é qualquer fator associado à ocorrência de uma doença ou problema, isto é, mais freqüente entre os doentes do que não doentes; O conhecimento epidemiológico é essencial para a prevenção de doenças. Principais usos da Epidemiologia • Diagnóstico de saúde comunitária; • Monitoramento das condições de saúde; • Identificação dos determinantes de doenças ou agravos; • Validação de métodos diagnósticos; • Estudo da história natural das doenças; • Avaliação epidemiológica de serviços de saúde. Objetivo da Epidemiologia Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações Onde ocorrem os problemas? Quais pessoas/populações são atingidas? Quando ocorrem os problemas? Objetivo da Epidemiologia Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades/patologias/agravos O que causa esse problema? Existe medidade controle? Objetivo da Epidemiologia Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças/patologias/agravos, bem como estabelecer prioridades Quais características existem nesse local que favorecem o aparecimento desse problema? Essas características são passíveis de intervenção? Que tipo de intervenção? Propósitos Estudos Epidemiológicos Descrição Populacional - identificar populações alvo, monitoramento (onde, quando, quem); Predição ou projeção de ocorrência de eventos - onde, quando, quem; Explicar - descobrir relações de produção entre eventos: como, porque... Propósitos Estudos Epidemiológicos Características Epidemiológicas relativas à: Tempo; Pessoa; Espaço Quanto ao Tempo A ocorrência das doenças varia no tempo. Essa variação pode apresentar-se basicamente de duas formas: Regular e, portanto, previsível, como é o caso da tendência secular, variação sazonal e variação cíclica; Irregular, característica das epidemias. Quanto ao Tempo Sazonalidade - É a propriedade de um fenômeno considerado periódico (cíclico) de repetir-se sempre na mesma estação (sazão) do ano. As doenças são sujeitas à variação sazonal com aumentos periódicos em determinadas épocas do ano, geralmente relacionados ao seu modo de transmissão; Tendência secular são as variações observadas em longo período de tempo, geralmente 10 anos ou mais; Variação cíclica – são variações no comportamento (incidência e prevalência, mortalidade, letalidade, etc) das doenças em ciclos periódicos e regulares (que se repetem em períodos anuais, mensais, semanais ou até em certas horas do dia). Quanto ao Tempo – variações regulares Quanto ao Tempo – variações sazonais Quanto ao Tempo – variação ou flutuação cíclica Quanto ao Tempo – variações irregulares: endemias, epidemias, pandemias e surtos Quanto ao Tempo – epidemias por fonte comum Endemias, Epidemias, Pandemias e Surtos Uma determinada doença, em relação a uma população, que afete ou possa vir a afetar, pode se caracterizar como: presente em nível endêmico presente em nível epidêmico presente com casos esporádicos inexistente “elevado número de doenças em um lugar não necessariamente indica epidemia” “um único caso autóctone poderá ser tido como epidêmico” Limite Epidêmico Limite Epidêmico Quanto à Pessoa Quando analisamos dados segundo características das pessoas, podemos utilizar diversas categorias. Algumas delas lhes são inerentes (sexo, idade, etnia), outras, adquiridas (situação conjugal, estado imune); temos, ainda, algumas que são derivadas de suas atividades (lazer, profissão) ou de sua condição (situação sócio-econômica, acesso a serviços de saúde), etc; De um modo geral, essas categorias determinam, em amplo número de situações, quem está submetido ao risco mais elevado de ser atingido por eventos adversos à saúde. Quanto à Pessoa – Idade Quanto à Pessoa: Idade Quanto à Pessoa – Idade Quanto à Pessoa – Gênero Quanto à Pessoa – Grupo Vulnerável Quanto ao Espaço A descrição da ocorrência de uma determinada doença ou evento adverso à saúde segundo a distribuição espacial dos casos nos oferece uma visão da dispersão do problema em determinado território, assim como a localização de áreas de maior incidência; Para a localização dos casos no mapa podemos utilizar como ponto de referência o local de residência, local de trabalho, escola, unidade hospitalar, sempre com o objetivo de identificar locais ou grupos populacionais de maior risco para a ocorrência da doença. Da mesma forma, podemos usar unidades geográficas, tais como países, Estados, municípios, setores censitários ou ainda áreas rurais ou urbanas, etc. Quanto ao Espaço Quanto ao Espaço Quanto ao Espaço
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