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www.cers.com.br OAB XX EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho - Aula 04 Rafael Tonassi 1 JORNADA DE TRABALHO “Art. 7.º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redu- ção da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”. “S. 444/TST. Jornada de trabalho. Norma coleti- va. Lei. Escala de 12 por 36. Validade. É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze ho- ras de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente me- diante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O emprega- do não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.” Quanto aos trabalhadores que laboram em tur- nos ininterruptos de revezamento, a CF/1988, no art. 7.º, XIV, disciplinou que: “XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamen- to, salvo negociação coletiva”. A Súmula 360 do TST esclarece que: “A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o inter- valo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7.º, inciso XIV, da Consti- tuição da República de 1988”. Súmula nº 423 do TST Estabelecida jornada superior a seis horas e li- mitada a oito horas por meio de regular negoci- ação coletiva, os empregados submetidos a tur- nos ininterruptos de revezamento não têm direi- to ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras. OJ N.º 360 – SDI-I/TST – TURNO ININTER- RUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTE- RIZAÇÃO. Faz jus à jornada especial prevista no art. 7.º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternân- cia de turnos, ainda que em dois turnos de tra- balho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se de- senvolva de forma ininterrupta. “S. 376/TST – Horas extras. Limitação. Art. 59 da Clt. Reflexos. I – A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas. II – O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres traba- lhistas, independentemente da limitação previs- ta no caput do art. 59 da CLT.” Súmula nº 291 do TST HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SU- PRESSÃO. INDENIZAÇÃO. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habituali- dade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegu- ra ao empregado o direito à indenização corres- pondente ao valor de 1 (um) mês das horas su- primidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suple- mentares nos últimos 12 (doze) meses anterio- res à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. “S. 85 do TST – Compensação de jornada. I – A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acor- do coletivo ou convenção coletiva. II – O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário. III – O mero não atendimento das exigências le- gais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas ex- cedentes à jornada normal diária, se não dilata- da a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. IV – A prestação de horas extras habituais des- caracteriza o acordo de compensação de jorna- da. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a www.cers.com.br OAB XX EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho - Aula 04 Rafael Tonassi 2 mais apenas o adicional por trabalho extraordi- nário. V – As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modali- dade ‘banco de horas’, que somente pode ser instituído por negociação coletiva” (Res. 174, de 24.05.2011). Em caso de força maior, a prorrogação será sem limite de horas, ou seja, a jornada será es- tendida pelo número de horas necessárias, sempre remunerando o empregador as horas suplementares, com adicional de no mínimo 50% (CLT, art. 61, caput, §§ 1.º e 2.º). “Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previs- to neste Capítulo: I – os empregados que exercem atividade ex- terna incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II – os gerentes, assim considerados os exer- centes de cargos de gestão, aos quais se equi- param, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. Parágrafo único. O regime previsto neste Capí- tulo será aplicável aos empregados menciona- dos no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratifica- ção de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento)”. INTERVALOS INTER E INTRAJORNADA Intervalo interjornada Intervalo interjornada é a pausa concedida ao obreiro entre o final de uma jornada diária de trabalho e o início de nova jornada no dia se- guinte, para descanso do trabalhador. O art. 66 da CLT assegura um intervalo interjor- nada de, no mínimo, 11 horas consecutivas. Ao trabalhador rural também foi assegurado o in- tervalo interjornada mínimo de 11 horas conse- cutivas (Lei 5.889/1973, art. 5.º). Súmula nº 110 do TST No regime de revezamento, as horas trabalha- das em seguida ao repouso semanal de 24 ho- ras, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 ho- ras consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional. OJ n.º 355 DA SDI-I/TST – O desrespeito ao in- tervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efei- tos previstos no § 4.º do art. 71 da CLT e na Súmula n.º 110 do TST, devendo-se pagar a in- tegralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. Empregados que possuem intervalo interjor- nada regulamentado de forma especial na CLT: Jornalista: “Art. 308 - Em seguida a cada perío- do diário de trabalho haverá um intervalo míni- mo de 10 (dez) horas, destinado ao repouso.” Telefonista: “Art. 229 - Para os empregados su- jeitos a horários variáveis, fica estabelecida a duração máxima de 7 (sete) horas diárias de trabalho e 17 (dezessete) horas de folga, dedu- zindo-se deste tempo 20 (vinte) minutos para descanso, de cada um dos empregados, sem- pre que se verificar um esforço contínuo de mais de 3 (três) horas.” Operador cinematográfico: “Art. 235 - Nos esta- belecimentos cujo funcionamento normal seja noturno, será facultado aos operadores cinema- tográficos e seus ajudantes, mediante acordo ou contrato coletivo de trabalho e com um acrésci- mo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o sa- lário da hora normal, executar o trabalho em sessões diurnas extraordinárias e, cumulativa- mente, nas noturnas, desde que isso se verifi- que até 3 (três)vezes por semana e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o intervalo de 1 (uma) hora, no mínimo, de descanso. (...) § 2º - Em seguida a cada período de trabalho haverá um intervalo de repouso no mínimo de 12 (doze) horas.” Cabineiro: “Art. 245 - O horário normal de trabalho dos ca- bineiros nas estações de tráfego intenso não excederá de 8 (oito) horas e deverá ser dividido em 2 (dois) turnos com intervalo não inferior a 1 (uma) hora de repouso, não podendo nenhum turno ter duração superior a 5 (cinco) horas, com um período de descanso entre 2 (duas) jornadas de trabalho de 14 (quatorze) horas consecutivas.” Intervalo intrajornada www.cers.com.br OAB XX EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho - Aula 04 Rafael Tonassi 3 Intervalo intrajornada são as pausas que ocor- rem dentro da jornada diária de trabalho, objeti- vando o repouso e a alimentação do trabalha- dor. Podemos citar os seguintes intervalos intrajor- nada: Quando a jornada diária exceder de 6 horas: é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso e alimentação de, no mínimo, uma ho- ra e, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho, não poderá exceder de 2 horas (CLT, art. 71), não sendo computado o intervalo na duração da jornada. Quando a jornada diária exceder de 4 horas: mas não ultrapassar 6 horas, o intervalo intra- jornada será de 15 minutos (CLT, art. 71, § 1.º), não sendo computado o intervalo na duração da jornada. Súmula nº 437 do TST INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOU- SO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Juris- prudenciais nº s 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não- concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimenta- ção, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remunera- ção da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pú- blica (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzi- da pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empre- gador o intervalo mínimo intrajornada para re- pouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do inter- valo intrajornada mínimo de uma hora, obrigan- do o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como ex- tra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT. DIGITADOR - A cada 90 minutos de trabalho consecutivos, deve-se conceder intervalo de 10 minutos para repouso ao digitador / trabalhador em mecanografia - datilografia, escrituração ou cálculo, lapso este que deve ser considerado como tempo laborado. Art. 72 CLT - Nos serviços permanentes de me- canografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de tra- balho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho. SUM-346 TST- - (...) Os digitadores, por aplica- ção analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo. Art. 253 CLT - Para os empregados que traba- lham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, de- pois de 01 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um perí- odo de 20 (vinte) minutos de repouso, computa- do esse intervalo como de trabalho efetivo. Súmula nº 438 do TST. O empregado submeti- do a trabalho contínuo em ambiente artificial- mente frio, nos termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câ- mara frigorífica, tem direito ao intervalo intrajor- nada previsto no caput do art. 253 da CLT. Art. 298 CLT - Em cada período de 3 (três) ho- ras consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para repou- so, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo. SUM-118 TST - JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS - Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposi- ção da empresa, remunerados como serviço ex- traordinário, se acrescidos ao final da jornada. www.cers.com.br OAB XX EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho - Aula 04 Rafael Tonassi 4 HORAS IN ITINERE E VARIAÇÕES DE HO- RÁRIO Logo, dois requisitos são levados em considera- ção para que o tempo de deslocamento ca- sa/trabalho/casa integre a jornada diária do obreiro: “Súmula 90/TST – Horas in itinere. Tempo de serviço. I – O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o lo- cal de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu re- torno, é computável na jornada de trabalho. II – A incompatibilidade entre os horários de iní- cio e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas in itinere. III – A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere. IV – Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da em- presa, as horas in itinere remuneradas limitam- se ao trecho não alcançado pelo transporte pú- blico. V – Considerando que as horas in itinere são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo”. “S. 366/TST – Cartão de ponto. Registro. Horas extras. Minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez mi- nutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal”. “S. 429. Tempo à disposição do empregador. Art. 4.º da CLT. Período de deslocamento entre a portaria e o local de trabalho. Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4.º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 minutos diários”. SOBREAVISO, PRONTIDÃO E USO DE ins- trumentos telemáticos ou informatizados Versa o art. 244 da CLT que as estradas de fer- ro poderão ter empregados extranumerários, de sobreaviso e de prontidão, para executarem serviços imprevistos, ou para substituições de outros empregados que faltem à escala organi- zada. Nesse contexto, considera o § 2.º do art. 244 consolidado de sobreaviso o ferroviário que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço, sendo a escala feita pelo prazo máximo de 24horas, sendo remuneradas as horas de sobrea- viso à razão de 1/3 (um terço) do salário-hora normal. Em relação aos trabalhadores que laboram nas atividades relacionadas na exploração de petró- leo, a Lei. 5.811/1972, em seu art. 5.º, discipli- nou o sistema de sobreaviso, o mesmo proce- dimento ocorrendo em relação ao aeronauta (Lei 7.183/1984, art. 25). “S. 428/TST. Sobreaviso. Aplicação analógica do art. 244, § 2º da CLT I - O uso de instrumentos telemáticos ou infor- matizados fornecidos pela empresa ao empre- gado, por si só, não caracteriza o regime de so- breaviso. II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalen- te, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.” TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCI- AL “Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 25 (vinte e cinco) horas semanais. § 1.º O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. § 2.º Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante op- ção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negocia- ção coletiva”. www.cers.com.br OAB XX EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho - Aula 04 Rafael Tonassi 5 7.7 TRABALHO NOTURNO Trabalho noturno é aquele executado no perío- do da noite, fazendo o obreiro jus ao adicional respectivo, conforme imposto pelo art. 7.º, IX, da CF/1988. O art. 73 da CLT estabelece o horário noturno dos trabalhadores urbanos por ela regidos como aquele compreendido entre 22h e 5h, fixando o adicional noturno em 20% sobre a hora diurna. Estabelece também o § 1.º do mesmo artigo que a hora de trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. É o que a doutrina chama de hora noturna reduzida, na qual cada hora trabalhada no horário noturno será computada como de 52 minutos e 30 se- gundos, e não como 1 hora, constituindo-se num benefício para o obreiro. A Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia) fixa no art. 20, § 3.º, o horário noturno do advogado como o compreendido entre 20h e 5h do dia se- guinte, sendo o adicional noturno estipulado em 25%. O vigia noturno tem direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos (S. 65 do TST). A hora reduzida não se aplica aos empregados que laboram nas atividades de exploração, per- furação, produção e refinação de petróleo etc., pois são regidos pela Lei 5.811/1972, não lhes sendo aplicado o § 1.º do art. 73 consolidado. A Súmula 60 do TST firmou o entendimento que, cumprida integralmente a jornada no perí- odo noturno e uma vez prorrogada, devido é também o adicional noturno quanto às horas prorrogadas no período noturno, aplicando-se o § 5.º do art. 73 (o qual dispõe que às prorroga- ções do horário noturno se aplica o capítulo de jornada de trabalho da CLT). OJ 388 – SDI-I/TST. JORNADA 12X36. JOR- NADA MISTA QUE COMPREENDA A TOTALI- DADE DO PERÍODO NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO. DEVIDO. O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda a totalidade do pe- ríodo noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após as 5 horas da manhã. RURAL RURAL ADICIONAL NOTURNO 25% HORA NOTURNA 60’ A jornada francesa, mesmo se acordada via Negociação Coletiva, é ilegal, devendo o Em- pregador pagar a dobra do Repouso Semanal Remunerado na forma do Art. 67 da CLT c/c Art. 7°, XV, da CR/88 como dispõe a OJ 410 do TST que aponta a impossibilidade de concessão de descanso semanal após o 7° dia consecutivo de labor. OJ 410 – SDI-I/TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉ- TIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7.º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO (DEJT divul- gado em 22, 25 e 26.10.2010). Viola o art. 7.º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em do- bro. JORNADAS ESPECIAIS Algumas categorias possuem jornadas diárias e semanais diferenciadas da regra geral imposta na CF/1988 (8 horas diárias e 44 horas sema- nais). O advogado empregado que trabalha sem dedi- cação exclusiva terá uma jornada máxima de 4 horas diárias e 20 horas semanais (Lei 8.906/1994, Art. 20 caput, Estatuto da Advoca- cia e a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB). A hora extra deste profissional será remunerada com adicional de mínimo 100% sobre valor da hora normal, e o adicional noturno será de 25% sobre valor da hora normal no horário compre- endido entre 20h de um dia às 05h do dia se- guinte. Já a jornada do jornalista será em regra de 05 horas, excetuado os casos de Cargo de Confi- ança (ex.: editores), que figuram no rol das ex- ceções ao regime previsto nos Arts. 303 a 305 da Consolidação das Leis do Trabalho. www.cers.com.br OAB XX EXAME DE ORDEM Direito do Trabalho - Aula 04 Rafael Tonassi 6 Art. 303 CLT - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta Seção não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite. Art. 304 CLT - Poderá a duração normal do tra- balho ser elevada a 7 (sete) horas, mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado, correspondente ao excesso do tempo de trabalho, em que se fixe um intervalo desti- nado a repouso ou a refeição. Art. 306 CLT - Os dispositivos dos arts. 303, 304 e 305 não se aplicam àqueles que exercem as funções de redator-chefe, secretário, subsecre- tário, chefe e subchefe de revisão, chefe de ofi- cina, de ilustração e chefe de portaria. Parágrafo único - Não se aplicam, do mesmo modo, os artigos acima referidos aos que se ocuparem unicamente em serviços externos. O Jornalista atuando em empresa não jornalísti- ca tem direto à manutenção da jornada reduzida de 05 horas como assim determina o entendi- mento dominante do TST, pois, o que define as obrigações trabalhistas é a atividade realizada pelo profissional, sendo irrelevante a natureza da atividade empresarial; logo, se a empresa embora não jornalística realiza a publicação de informativos e periódicos, será equiparada à empresa jornalística. Art. 318 CLT - Num mesmo estabelecimento de ensino não poderá o professor dar, por dia, mais de 4 (quatro) aulas consecutivas, nem mais de 6 (seis), intercaladas. Art. 319 CLT - Aos professores é vedado, aos domingos, a regência de aulas e o trabalho em exames. Vale destacar a Lei 12.619, de 30.04.2012, que passou a regulamentar a profissão do motorista empregado que realiza o transporte rodoviário de passageiros e de cargas. Os bancários possuem jornada diária de 6 ho- ras, perfazendo 30 horas semanais, sendo o sábado considerado dia útil não trabalhado (art. 224 consolidado). No entanto, se o bancário exercer a função de confiança, direção, gerência, fiscalização, chefia etc., e perceber uma gratificação não inferior a 1/3 (um terço) do salário efetivo, será submetido à jornada de 8 horas diárias, somente sendo considerada extra a hora laborada acima da oi- tava (CLT, art. 224, § 2.º). SUM-287 TST - JORNADA DE TRABALHO. GERENTE BANCÁRIO - A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida pelo art. 224, § 2°, da CLT. Quanto ao gerente-geral de agência bancária, presume-se o exercício de encargo de gestão, aplicando-se- lhe o art. 62 da CLT.
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