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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS DE EDIFICAÇÕES LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS DE EDIFICAÇÕES Salvador 2013 Área Tecnológica: Construção Civil Elaboração: Elinsmar Mendes da Cunha Revisão Técnica: Revisão Pedagógica: CDM. Leitura e Interpretação de Projetos de Edificações. Salvador, 2012. 63 f.: ilustrada Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana Rua Almirante Barroso nº 344, Rio Vermelho CEP: 41.950 - 350 Salvador-BA Telefax.: (71) 3401 – 0241 Site: www.cdm.org.br E-mail: salvador@cdm.org.br SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.....................................................................................................................4 1.3. NORMAS TÉCNICAS.................................................................................................06 1.3.1. O que é a ABNT? .............................................................................................. 1.3.2. O que é normalização? ..................................................................................... 1.3.3. Quais são os objetivos da normalização? ......................................................... 1.3.4. Quais são os benefícios da normalização?....................................................... 1.4. ESCALA ..................................................................................................................... 1.4.1. Escalas Recomendadas.................................................................................... 1.4.2. Escalas Gráficas ............................................................................................... 1.4.3. Escala Numérica ............................................................................................... 1.5. FORMATOS ............................................................................................................... 1.6. CARIMBO .................................................................................................................. 1.7. LEGENDA .................................................................................................................. 1.8. VOCABULÁRIO TÉCNICO ........................................................................................ 1.9. CONVENÇÕES E SIMBOLOGIAS ............................................................................ 1.9.1. Tipo de Linha ..................................................................................................... 1.9.2. Esquadrias ........................................................................................................ 1.9.3. Referências de Níveis ....................................................................................... 1.9.4. Outros Símbolos................................................................................................ 1.9.5. Hachuras Específicas / Simbologias de Louças e Vegetação .......................... 2. PROJETOS CIVIS ............................................................................................................. 2.1. PROJETO ARQUITETÔNICO.................................................................................... 2.1.1. Planta de Localização....................................................................................... 2.1.2. Planta de Situação............................................................................................ 2.1.3. Plantas Baixas .................................................................................................. 2.1.4. Cortes ............................................................................................................... 2.1.5. Fachadas .......................................................................................................... 2.2. PROJETO DE DETALHAMENTO ARQUITETÔNICO ............................................... 2.3. PROJETO ESTRUTURAL ......................................................................................... 2.3.1. O que é a Engenharia Estrutural? .................................................................... 2.3.2. Qual a importância do Projeto Estrutural? ........................................................ 2.3.3. Planta de Fôrma (Pilares e Vigas) .................................................................... 2.4. PROJETO ELÉTRICO ............................................................................................... 2.4.1. O que é um Projeto Elétrico? ............................................................................ 2.5. PROJETO HIDRO-SANITÁRIO ................................................................................. 2.5.1. Aspectos Gerais ................................................................................................ 2.5.2. Instalações de Água Fria .................................................................................. 2.5.3. Alturas de pontos de utilização ......................................................................... 2.5.4. Instalações de Água Quente ............................................................................. 2.5.5. Instalações de Esgoto Sanitário........................................................................ 2.5.6. Instalações de Águas Pluviais .......................................................................... REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... APRESENTAÇÃO Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta do Curso de Leitura e Interpretação de Projetos. Possui informações que são aplicáveis de forma prática ao dia-a-dia do profissional da Construção Civil, e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. São apresentados os conceitos e modelos essenciais à leitura e compreensão dos projetos civis, em especial, dos projetos arquitetônico, estrutural e de instalações elétricas e hidráulicas. Portanto leiam, analisem, interpretem e tenham como objetivo compartilharem conhecimentos e serem bons profissionais. Lembrando sempre: “A aprendizagem é um processo contínuo”. INTRODUÇÃO Para construir, o pedreiro precisa ler e interpretar projetos que envolvem uma edificação. Estes projetos são concebidos antes de qualquer atividade de campo, de forma que todos os detalhes construtivos possam ser visualizados e planejados durante a obra, daí a necessidade dos profissionais envolvidos terem o conhecimento sobre noções básicas de leitura e interpretação de projetos, a partir dos conceitos básicos a seguir: Planta baixa! Corte! Fachada! O que significa??? 1.3. NORMAS TÉCNICAS 1.3.1. O que é a ABNT? Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. 1.3.2. O que é normalização? Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva, comvistas à obtenção do grau ótimo de ordem, em um dado contexto. 1.3.3. Quais são os objetivos da normalização? Comunicação: Proporciona os meios necessários para a troca adequada de informações entre clientes e fornecedores, com vista a assegurar a confiança e um entendimento comum nas relações comerciais; Simplificação: Reduz as variedades de produtos e de procedimentos, de modo a simplificar o relacionamento entre produtor e consumidor; Proteção ao Consumidor: Define os requisitos que permitam aferir a qualidade dos produtos e serviços; Segurança: Estabelece requisitos técnicos destinados a assegurar a proteção da vida humana, da saúde e do meio ambiente; Economia: Diminui o custo de produtos e serviços mediante a sistematização, racionalização e ordenação dos processos e das atividades produtivas, com a conseqüente economia para fornecedores e clientes; Eliminação de barreiras: Evita a existência de regulamentos conflitantes, sobre produtos e serviços, em diferentes países, de forma a facilitar o intermédio comercial. 1.4. ESCALA A escala é muito empregada na vida prática, porque nem sempre é possível desenhar objetos em seu tamanho natural. Assim é necessário reduzir ou ampliar para que se possa representá-los graficamente no papel. Por este motivo utiliza-se a escala. A escala é a relação que existe entre as dimensões dos objetos reais e as de sua representação. O instrumento para desenho é o triplodecímetro conhecido como escalímetro, ele facilita a leitura direta das cotas do desenho por possuir as diversas escalas utilizadas no desenho de construção civil. Porém na prática, às vezes, necessita-se fazer uma leitura de uma cota esquecida no desenho apenas com uma régua simples ou mesmo com uma trena que possui apenas o sistema decimal. 1.4.1. Escalas recomendadas: · Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral; · Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos; · Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos; · Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra – maior dificuldade de proporção. · Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50; plantas de situação e paisagismo; também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes; · Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra; · Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; · Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia; · Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e zoneamento. As escalas são classificadas em dois tipos: 1.4.2. Escalas Gráficas: Escalas Gráficas Numéricas De redução De ampliação É a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. É utilizada quando for necessário reduzir ou ampliar o desenho por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplicá-la sobre a figura. Ex.: A escala gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos -1 0 1 2 metros 3 1.4.3. Escala Numérica: A escala numérica pode ser de redução ou de ampliação. É chamada de ampliação quando a representação gráfica é maior do que o tamanho real do objeto. Exemplo: 3:1, 5:1, 10:1 A escala de redução é mais utilizada em arquitetura. Quando o desenho é sempre realizado em tamanho inferior ao que o objeto real. Exemplo: 1:25, 1:50, 1:100 Ex. Escala 1:5 – cada 1 cm do desenho representa 5cm da peça. Para desenhar nesta escala divide-se por 5 a verdadeira grandeza das medidas. D . Uma medida no desenho R A mesma medida feita no desenho (Medida real) DESENHO : PEÇA NATURAL – esc. 1:1 REDUÇÃO – esc. 1:10 AMPLIAÇÃO – esc. 5:1 Cálculo da escala: (de redução) d = 1 R E Onde: d = medida no desenho R = medida real 1 = escala de redução E IMPORTANTE !!!!!!!! Cada folha de desenho ou prancha deve ter indicada em seu título às escalas utilizadas nos desenhos ficando em destaque a escala principal. Além disto, cada desenho terá sua respectiva escala indicada junto dele. Exercícios de Aprendizagem: 10 - Uma rua está desenhada com 12 mm de largura e mede 24 m. Qual a escala do desenho? 11 - Num projeto desenhado na escala 1:50 a altura de um prédio mede 18 cm. Qual a verdadeira grandeza dessa altura? 12 - Uma sala mede 6.20 x 3.80 m. Num desenho feito na escala de 1:50 quais serão as medidas? 13 - Complete as lacunas com os valores correspondentes: DIMENSÃO DO DESENHO ESCALA DIMENS ÃO D A PEÇA 1 : 1 42 18 1 : 2 5 : 1 6 16 2 : 1 10 100 12 60 1.5. FORMATOS Os desenhos geralmente são apresentados em pranchas que tem suas dimensões padronizadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Os formatos são apresentados com linha de corte, linha de formato e linha de margem que delimita o espaço para apresentação do desenho. Referência X (mm) Y (mm) a (mm) A0 841 1189 10 A1 594 841 10 A2 420 594 7 A3 297 420 7 A4 210 297 7 O formato mais comumente utilizado no desenho de construção civil é o formato A-1. Porém a depender da necessidade de espaço ou adequação do desenho, esses formatos podem ser alterados, considerando-se sempre o acréscimo na largura de um ou múltiplos de formatos A4. 1.6. CARIMBO O carimbo é o local onde identifica-se a prancha observada. O local recomendado para desenho é o canto inferior direito das pranchas, onde sua largura não deve exceder 175mm e sua altura é livre. No carimbo deve constar informações como o nome da prancha, tipo de projeto, escala do desenho, título do desenho, endereço da obra, tipo de intervenção, proprietário, projetista, número da prancha e demais informações julgadas importantes para identificação do desenho e/ou projeto. 1.7. LEGENDA São informações adicionais contidas nas pranchas para melhor compreensão dos desenhos produzidos. Geralmente são dispostas no lado direito das pranchas, ou então no rodapé. Trata-se de elementos que identificam os símbolos, apresentação de diagramas e quadros informativos de dados do projeto. 1.8. VOCABULÁRIO TÉCNICO No desenho de Construção Civil prevalecem os seguintes conceitos e definições: Afastamento – distancia entre as divisas do terreno e o paramento vertical externo mais avançado, medida perpendicularmente à testada ou lado do mesmo terreno. Alvará de Licença – documento expedido pela Prefeitura, assegurando a concessão de direito de construir. Ampliação – obra que resulta no aumento da área construída total de uma edificação existente. 13 Área Construída – superfície definida pela área dos compartimentos projetados, considerando as áreas das paredes de formação desses compartimentos. Área Livre – superfície não edificada do lote ou terreno. Área Ocupada – superfície definida pela projeção horizontal da edificação sobre o terreno.Área Permeável – superfície definida pela área livre onde são definidas vegetação ou pavimentação que permita a percolação da água recebida pelo terreno. Área Útil – aquela definida pelo somatório das áreas dos compartimentos projetados. Balanço – É o avanço de parte da construção, em relação à prumada da edificação. Elemento com apoio e contrapeso numa extremidade e com a outra livre. Baldrame – É uma viga de concreto armado, que sustenta as paredes em contato com o solo. Parte do embasamento entre o alicerce e a parede. Soco. Basculante – Janela ou peça móvel em torno de eixo horizontal. Beiral – Parte saliente da coberta. Boneca – Saliência de alvenaria onde é fixado o marco das portas e janelas. Caixa de Escada – espaço onde se desenvolve a escada. Compartimento ou Cômodo – parte de uma edificação ou de uma unidade imobiliária. Cota – medida em linha reta que define a distancia real entre dois pontos. Edificação – empreendimento ou intervenção projetada para fins específicos. Elemento vazado – É qualquer material ou recurso em vidro, concreto, cerâmica, ou madeira, que possibilita a passagem de ar constantemente. Esconso – Torto, não paralelo. Fundação – Conjunto de obras sobre as quais se apóia uma construção. Base. Alicerce. Implantação – É o ato de demarcar no terreno local exato onde serão erguidas as paredes e estruturas da construção. Iluminação Zenital – aquela natural feita através de abertura localizada na parte superior do compartimento, guarnecida ou não com dispositivos adequados. Índice de Ocupação – relação existente entre a área ocupada e a área do terreno onde está inserida a edificação. Se for considerada percentagem o nome do parâmetro é Taxa de Ocupação. Índice de Utilização – relação existente entre a área construída total e a área do terreno onde está inserida a edificação. Índice de Permeabilidade – relação existente entre a área permeável e a área do terreno onde está inserida a edificação. Levantar – Medir ou desenhar terreno em construção. 14 Linha de Gradil – limite do lote ou da gleba com o logradouro público existente ou projetado. Logradouro público – É toda parte da superfície da cidade destinada ao trânsito público. Lote – É a porção de terreno situada ao lado de um logradouro público, descrita e assegurada pelo título de propriedade. Obra – conjunto de procedimentos técnicos relativos à execução de empreendimentos e serviços, implantação de equipamentos e instalações definidos em projetos e memoriais descritivos. Pano – Extensão da parede. Pavimento – Espaço da edificação compreendido entre dois pisos sucessivos ou entre um piso e a cobertura. Pavimento Tipo – aquele cuja configuração é predominante na edificação. Pé Direito – altura vertical livre entre o piso e o teto ou forro de um compartimento. Peitoril – Elemento de meia altura que protege os vãos, muretas, parapeito. Pilar – Elemento de sustentação vertical. Planta – É a seção que se obtém fazendo passar um plano horizontal paralelo ao plano do piso a uma altura tal que o mesmo venha cortar as portas, janelas, paredes, etc., normalmente a 1,50m do piso, e assim ficam bem assinaladas todas as particularidades da construção. Programa – É a reunião de todas as necessidades sociais e funcionais que servirão de base para efetuar o projeto. Projeto – São todos os planos de uma construção, em detalhes. Trata - se das plantas dos pavimentos, coberturas, cortes, detalhamento hidráulico, elétrico, etc. Recuo – É a incorporação ao logradouro público de uma área de terreno pertencente a propriedade particular e adjacente ao mesmo logradouro, para o fim de executar um projeto de alinhamento ou modificação de alinhamento aprovado pela prefeitura. Seteira – Abertura estreita e vertical. Terraço – Cobertura horizontal como apêndice de um edifício. Área descoberta anexa a uma construção. Varanda – Construção protegida contra o prolongamento da cobertura. Vão – Abertura. Distância entre os apoios. Verga – Viga que fecha a parte superior de uma abertura. Vistoria – diligência efetuada pela Prefeitura tendo por fim verificar as condições de uma obra ou de uma edificação habitada ou não. 15 1.9. CONVENÇÕES E SIMBOLOGIAS Na representação do desenho de construção civil as linhas são elementos básicos. Combinando-se linhas de diferentes tipos e diversas espessuras é possível descrever graficamente qualquer peça ou elemento com riqueza de detalhes. 1.9.1. TIPO DE LINHA REPRESENTAÇÃO EMPREGO LINHA CONTÍNUA GROSSA Contorno de superfícies de elementos seccionados . LINHA CONTÍNUA MÉDIA Arestas e contornos visíveis. LINHA CONTÍNUA FINA Linha de cota, hachurias, pisos e outros. LINHA TRACEJADA FINA Arestas e contornos não visíveis. LINHA TRAÇO-PONTO GROSSA Linha de corte indicação. LINHA TRAÇO-PONTO MÉDIA Linha de corte em desvio. LINHA TRAÇO-PONTO FINA Centro ou eixo de simetria. LINHA TRACEJADA TRIPLO GROSSA Linha de corte. LINHA PONTILHADA Representação secundária. LINHA SINUOSA MÉDIA Ruptura curta. LINHA ZIG-ZAG FINA Ruptura longa. Essas convenções são padronizadas. Às vezes, a depender da quantidade de informações necessárias numa planta, elas podem sobrecarregar o desenho. Faz-se então algumas adaptações desde que não venha comprometer a leitura do desenho. 1.9.2. Esquadrias Esquadrias são as construções que usamos na vedação de aberturas dos edifícios; que podem ser internas ou externas; geralmente de madeira, ferro, alumínio, vidro, mista, etc.,e são divididas em portas, janelas, gradis, etc. 16 · Portas Existem vários tipos de portas, tais como: Porta Abrir Porta Correr DETALHE Porta Sanfonada Vai Vem Pivotante Porta Basculante Porta Enrolar 17 · Janelas Existem vários tipos de janela, tais como: Janela de abrir Janela de Correr Janela Pivotante Janela tipo Basculante Guilhotina 18 Representação de janelas acima ou abaixo do plano de corte (h=1,50m) 1.9.3. Referências de Níveis Nas plantas baixas adotam-se o símbolo ao lado para informar a cota de altura em determinados pontos do projeto (neste exemplo, cota de 0,10m). Não é necessário representar a cota de cada peça, mas sim cada vez que existir uma região de projeto em uma cota de nível diferente. Nos cortes, adota-se usualmente o símbolo ao lado para representar as cotas de cada região do projeto (neste exemplo, cota de 12,12m). A NBR 6492/94, em seu item A-10.3 permite também que o mesmo símbolo referido no parágrafo anterior para uso em plantas baixas seja utilizado para referência de nível de cortes. 1.9.4. Outros Símbolos A seguir são apresentados outros símbolos frequentementeutilizados na representação de edificações. 19 1.9.5. Hachuras Específicas / Simbologias de Louças e Vegetação São hachuras que têm como finalidade acrescentar graficamente a informação sobre os materiais que compõem os elementos representados. Duas normas editadas pela ABNT tratam sobre hachuras especificas: NBR 6492/94 item A-20 e NBR 12298/95 5.12.1. A seguir são reproduzidos os tipos de hachura recomendados pela norma NBR 6492/94, a qual trata mais especificamente do desenho arquitetônico. PILAR CONCRETO PEDRAS TERRA AREIA GRAMA PISO CERÂMICO/AZULEJO TIJOLO APARENTE ÁGUA TALUDE MÁRMORE GESSO CONVENCIONAL C/ CAIXA ACOPLADA BACIA SANITÁRIA PIA DE COZINHA LAVATÓRIO MICTÓRIO TANQUE VEGETAÇÃO EM PLANTA ÁRVORE VEGETAÇÃO EM VISTA 20 2. PROJETOS CIVIS Os projetos para execução de uma obra de construção civil são basicamente os seguintes: 2.1. Projeto de Arquitetura 2.2. Projeto de Detalhamento Arquitetônico 2.3. Projeto Estrutural 2.4. Projeto de Instalações Elétricas 2.5. Projeto de Instalações Hidro-Sanitárias 2.1. PROJETO ARQUITETÔNICO O projeto arquitetônico é composto das seguintes peças gráficas, de acordo com a ordem apresentada: 2.1.1. Planta de Localização: é a prancha inicial de um projeto de arquitetura onde o objetivo é localizar o lote no contexto urbano o qual está inserido o terreno em relação ao quarteirão, quadra do loteamento, rua do bairro, ou área da comunidade. A escala de desenho geralmente é de 1/2.000 ou superior. 21 2.1.2. Planta de Situação: é a prancha que tem como objetivo situar a construção no lote a ser edificado, apresentando os parâmetros urbanísticos do projeto, informando os limites confrontantes e as dimensões do terreno, bem como a indicação do norte magnético. Geralmente é apresentado em formato A4 ou A3, e a escala de 1/100 ou 1/200. Área útil - E a área efetivamente utilizadas, área da construção menos as áreas que as paredes ocupam. A somatória das dimensões internas de todos os cômodos de uma casa. Área comum - E a área que é de uso comum de todos os proprietários de um prédio. Acessos externos, pátios corredores que não se encontram dentro do apartamento ou que não são direcionados ao uso de apenas uma pessoa. ÁREA DO TERRENO=420,00m2 ÁREA OCUPADA =77,05m2 ÁREA CONSTRUÍDA TÉRREO=62,68m2 ÁREA CONSTRUÍDA SUPERIOR=62,68m2 ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL=125,36m2 ÁREA PERMEÁVEL=329,84m2 Io= 0,18 Iu= 0,30 Ip= 0,78 22 2.1.3. Plantas Baixas: é a representação horizontal da edificação projetada. Para cada pavimento temos uma planta baixa. Considerando a perspectiva da edificação, imagina-se um plano horizontal cortando a construção a 1,20m acima do piso. Admite-se a retirada da parte superior do plano de corte e olha-se de cima para baixo. A altura do plano de corte horizontal pode variar de 1,00m a 1,50m. O essencial é que as janelas sejam cortadas por esse plano. A planta de cobertura é a vista superior, como se o plano horizontal estivesse acima do nível do telhado. Geralmente essa vista é representada na planta de situação, o que torna essa prancha desnecessária em caso de telhados simplificados. Normalmente a escala de desenho das plantas é de 1/50. Pav. Superior 23 2.1.4. Cortes: é a representação vertical da edificação projetada. Considera-se um plano vertical cortando a edificação. Toma-se um lado para observação e despreza-se o restante da edificação que encontra-se atrás do plano. O corte representa os espaços internos visíveis em vista. Os cortes podem ser transversais ou Longitudinais, conforme o plano vertical de corte for respectivamente transversal ou longitudinal à edificação. A A Corte 2.1.5. Fachadas: são representações verticais das vistas externas da edificação. Sua nomenclatura segue geralmente o lado da vista observada. Ex. Fachada Lateral, Fachada Frontal, Fachada Posterior. 27 1 0 0 2 .5 8 3 1 4 1 0 2 .5 5 8 2 3 2 4 1 5 .5 2.2. PROJETO DE DETALHAMENTO ARQUITETÔNICO As peças gráficas produzidas não são obrigatórias, porém são necessárias para a boa execução da obra. Geralmente são desenhadas em escalas menores para identificação dos detalhes construtivos e sistemas de funcionamentos. Realiza-se detalhes para diagramação de pisos, esquadrias, telhados, fachadas, móveis, etc. DETALHE DO TELHADO Tesoura de Madeira CUBA DECA - SEMI-ENCAIXE 410x410mm L830 PORCELLANATO GYOTOKU METRÓPOLE WHITE RETIFICADO - 30x60cm REFERÊNCIA: 32007014 DETALHE DA PIA 32 LA JES L DIAGONAIS D VIGA S V SAPA TA S S PILA RES P B LOCOS B TIRANTES T P ARE DE S P AR 2.3. PROJETO ESTRUTURAL 2.3.1. O que é a Engenharia Estrutural? A Engenharia Estrutural é a responsável pela elaboração do projeto estrutural de novas obras, análise de obras existentes que venham a apresentar problemas, verificação da capacidade resistente em ampliações ou novas utilizações a que uma determinada obra civil venha a ser submetida. A estrutura de uma obra civil. São os elementos da construção responsáveis por garantir a estabilidade e a permanência da obra ao longo da sua vida útil para a qual foi projetada. 2.3.2. Qual a importância do Projeto Estrutural? O que garante a qualidade e a sobrevivência de uma obra civil é exatamente a harmonia entre as soluções adotadas, o que significa uma coerência e compatibilidade entre os vários projetos que foram elaborados. Assim, a administração das interferências entre os vários projetos de uma obra civil, é tão importante quanto cada um dos projetos isoladamente. Os projetos estruturais são dimensionados de acordo com as necessidades do cliente. Evidenciando a: · Segurança, Economia e Funcionabilidade; · Otimização da Estrutura; · Memoriais de Cálculo; 2.3.3. Planta de Fôrma (Pilares e Vigas) De acordo coma NBR 7191:1982 a designação dos elementos estruturais é feita com os seguintes símbolos: Exemplo 1 Planta de Forma – Pilares, Vigas e Lajes Marcação de Pilares 33 Exemplo 2 34 2.4. PROJETO ELÉTRICO 2.4.1. O que é um Projeto Elétrico? Um Projeto Elétrico é a previsão escrita da instalação, com todos os seus detalhes, localização dos pontos de utilização da energia elétrica, comandos, trajeto dos condutores, divisão em circuitos, seção dos condutores, dispositivos de manobra, carga de cada circuito, carga total, etc. Para que possamos representar estes dados, somos obrigados a utilizar a planta baixa da edificação em questão. Nesta planta baixa, devemos representar de acordo com a norma NB-3 da ABNT, o seguinte: · A localização dos pontos de consumo de energia elétrica, seus comandos e indicações dos circuitos a que estão ligados; · A localização dos quadros e centros de distribuição; · O trajeto dos condutores e sua projeção mecânica (inclusive dimensões dos condutores e caixas); · Um diagrama unifilar discriminando os circuitos, seção dos condutores, dispositivos de manobra e proteção; · As características do material a empregar, suficientes para indicar a adequabilidade de seu emprego tanto nos casos comuns; como em condições especiais. Como a planta baixa se encontra reduzida numa proporção 50 a 100 vezes menor, seria impossível representarmos os componentes de uma instalação tais como eles se apresentam abaixo. 45 2.5. PROJETO HIDRO-SANITÁRIO 2.5.1. Aspectos Gerais Pode-se entender por instalações hidráulico-sanitárias prediais o conjunto de canalizações, aparelhos, conexões, peças especiais e acessórios destinados ao suprimento de água ou ao afastamento de águas servidas ou pluviais dos prédios, desde a ligação à rede pública de água até o retorno ao coletor público de esgotos ou o sistema individual de tratamento, e também o encaminhamento das águas pluviais a rede pluvial da rua ou demais sistemas que utilizem a água da chuva (reutilização, infiltração no solo, etc). 2.5.2. Instalações de Água Fria As instalações hidráulicas prediais de água fria são contempladas pela norma técnica da NBR 5626/1982, da ABNT. O objetivo desta norma é “fixar as condições exigíveis quanto à maneira e os critérios pelos quais devem ser projetadas as instalações prediais de água fria, para atender às exigências técnicas mínimas de higiene, segurança, economia e conforto dos usuários.” O projeto das instalações hidráulicas prediais de água fria deve ser desenvolvido em três etapas distintas e igualmente importantes: concepção do projeto, determinação das vazões e dimensionamentos. 2.5.1. Instalações de Água Quente As instalações hidráulicas prediais de água quente são contempladas pela norma técnica da NBR 7198/1982, da ABNT. O objetivo desta norma é “fixar as exigências técnicas mínimas quanto à higiene, à segurança, à economia e ao conforto a que devem obedecer as instalações prediais de abastecimento de água quente”. 2.5.5. Instalações de Esgoto Sanitário As instalações prediais de esgoto sanitário visam atender às exigências mínimas de habitação no que se relaciona à higiene, segurança, economia e conforto dos usuários. Projetos inadequados dessas instalações resultam em desconfortáveis efeitos, entre os quais podem ser destacados: refluxo do esgoto, surgimento de espumas em ralos, mau cheiro nas instalações sanitárias. A norma técnica da ABNT que regulamenta os procedimentos para instalações prediais de esgoto sanitário é a NBR 8160, sendo também referentes ao tema que interferem direta ou indiretamente: 2.5.6. Instalações de Águas Pluviais No Brasil é adotado o sistema separador absoluto, no qual as águas pluviais precipitadas sobre as edificações devem ter destinos diferentes dos esgotos sanitários, pois a rede pública coletora de esgotos sanitários é dimensionada levando-se em conta apenas às vazões correspondentes aos esgotos. Sendo assim as águas pluviais devem ser encaminhadas ao sistema público de águas pluviais, que é dimensionado para permitir o adequado escoamento das vazões correspondentes, que são bastante superiores às dos esgotos sanitários. 2.5.3. Alturas de pontos de utilização REFERÊNCIAS ABNT. Coletânea de normas técnicas para desenho. BRASIL. Lei n.º 3.903 de 1988. Estabelece o Código de Obras e dá Outras Providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 13 maio 2012. GRAZIANO, Francisco Paulo. Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Armado. SãoPaulo, 2005. CREDER, Hélio, Instalações elétricas, 12ª ed., Científicos editora, Rio de Janeiro- RJ, 1991. CREDER, Hélio, Instalações hidráulicas e sanitárias. Ed. Livros Técnicos e Científicos. 1990. Leia mais: http://www.ebah.com.br/content/apostila-instalcao-predial-agua-fria Apostilas técnicas do SENAI Apostila técnica do projeto Educar para Construir Apostila técnica do programa Doutores da Construção TUBOS E CONEXÕES TIGRE SA. Manual técnico de instalações hidráulicas e sanitárias.
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