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APS 1 Penas Restritivas de Direitos - PENAL II

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REDE DE ENSINO DOCTUM
FACULDADE DE DIREITO DA SERRA
ADRIANO CINTRA CORREIA
DIREITO PENAL II
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
SERRA
2016
ADRIANO CINTRA CORREIA
DIREITO PENAL II
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
Trabalho conferido ao docente da disciplina Direito Penal II, da Faculdade de Direito da Serra, como requisito parcial para avaliação acadêmica no curso de Direito e aprovação no 4º período, tendo como orientador de conteúdo o Prof. Luciano Costa Felix.
SERRA
2016�
�
SUMÁRIO�
21. INTRODUÇÃO	�
32. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS	�
32.1. Conceito	�
32.2. Natureza Jurídica	�
33. ESPÉCIES DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO	�
33.1. Pena de Prestação Pecuniária	�
43.2. Pena de Perda de Bens e Valores	�
43.3. Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas	�
43.4. Pena de Interdição Temporária de Direitos	�
53.5. Pena de Limitação de Fim de Semana	�
54. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS	�
54.1. OBJETIVOS	�
54.1.1. Quantidade da Pena Aplicada	�
54.1.2. Natureza do Crime Cometido	�
54.1.3. Modalidade de Execução	�
54.2. SUBJETIVOS	�
54.2.1. Condições pessoais favoráveis	�
65. MOMENTOS PARA A CONVERSÃO	�
66. EXIGENCIAS PARA A CONVERSÃO	�
97. CONCLUSÃO	�
10REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	�
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1. INTRODUÇÃO
As penas restritivas de direitos, a valer, são sanções penais impostas em substituição à pena privativa de liberdade e consistem na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do condenado.
São critérios de aplicação das penas restritivas de direito a condenação igual ou inferior a um ano, substituição por uma pena de multa ou por uma pena restritiva de direitos ou, condenação superior a um ano, substituição por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direito conforme o Código Penal em seu art. 44, § 2º.
Na prática, essas penas servem como substitutas, a teor do artigo 44, I, do Código Penal, quando aplicada pena privativa de liberdade não superior a 04 anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo, além de preenchidos os elementos subjetivos dos incisos II e III, do mesmo artigo.
Com efeito, a mudança preconizada nas penas restritivas de direitos veio em um momento de crise do sistema prisional e teve, por objetivo, oportunizar que determinados infratores eventuais não parassem atrás das grades, misturando-se com delinqüentes contumazes e de difícil ressocialização.
Porém, como o direito não é estanque, modificando-se conforme a necessidade social e o entendimento do judiciário, verifica-se em alguns julgados que a pretensão que fez surgir e depois expandir as penas alternativas está sendo ignorada, fazendo-se valer, antes da vontade da lei, a interpretação de alguns juízes e/ou desembargadores.
Portanto, ao fazer a substituição, deveria o juiz, ter a sensibilidade e a visão de que a pena restritiva de direito não pode ser mais prejudicial que a privativa de liberdade. Se isso ocorrer, como infelizmente observa-se em alguns julgados, deve o Advogado, antes de aceitar passivamente, mobilizar-se a encontrar uma saída mais benéfica ao acoimado.
2. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
2.1. Conceito
São penas alternativas expressamente previstas em lei, tendo por fim evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais consideradas mais leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições e certos direitos. É o que Nilo Batista define como um movimento denominado “fuga da pena”, iniciado a partir dos anos 70, quando se verificou, com maior evidencia, o fracasso do tradicional sistema punitivo no Brasil.
2.2. Natureza Jurídica
A pena restritiva de direitos consiste na inabilitação temporária de um ou mais direitos do condenado, na prestação pecuniária ou na perda de bens ou valores, imposta em substituição à pena privativa de liberdade, e cuja espécie escolhida tem relação direita com o delito cometido.
Apena restritiva de direitos foi instituída para substituir a pena privativa de liberdade, não perdendo o caráter de castigo, porém evitando os malefícios da pena carcerária de curta duração.
3. ESPÉCIES DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
São penas restritivas de direitos: a prestação pecuniária, a perda de bens e valores, a prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, a interdição temporária de direitos e a limitação de fim de semana, conforme preceitua o art. 43 do Código Penal.
3.1. Pena de Prestação Pecuniária
Consiste no pagamento em dinheiro feito a vítima e seus dependentes ou a entidade pública ou privada, com destinação social, de uma importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. Podendo, conforme o caso, transformar-se em prestações de outra natureza.
Todavia, muito se discute acerca da eficácia, na prática, dessa pena alternativa, em face da precária condição econômica dos brasileiros, em especial dos condenados pela prática dos delitos. Essa afirmação é parcialmente verdadeira, ao menos no âmbito dos apenados da Justiça Federal por exemplo.
Importante sobrelevar que, conforme consta do artigo 17 da Lei Maria da Penha é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, vedação à cesta básica e prestação pecuniária, mas é possível que possa haver, por exemplo, a prestação de serviços comunitários.
3.2. Pena de Perda de Bens e Valores
Consiste na transferência, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, de bens e valores adquiridos licitamente pelo condenado, integrantes do seu patrimônio, tendo como teto o montante do prejuízo causado ou o proveito obtido pelo agente ou terceiro com a prática do crime, o que for maior. Consiste na diminuição do patrimônio do agente dissuadindo a sua reiteração. Conseqüentemente, a atividade criminosa não ocasionará lucro, além de enfraquecer o poder econômico, servindo inclusive para desconstituir uma eventual estrutura já existente para o cometimento de ilícitos.
3.3. Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas
É a atribuição de tarefas gratuitas ao condenado junto às entidades assistenciais, hospitais, orfanatos e outros estabelecimentos similares, em programas comunitários ou estatais. Trata-se em nosso entender, da melhor sanção penal substitutivas da pena privativa de liberdade, pois obriga o autor do crime a reparar o dano causado através do seu trabalho, reeducando-se, enquanto cumpre pena. Ao ser condenado, o agente deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões
3.4. Pena de Interdição Temporária de Direitos
É a mais autentica pena restritivas de direitos, pois tem por finalidade impedir o exercício de determinada função ou atividade por um período determinado, como forma de punir o agente de crime relacionado a referida função ou atividade proibida, ou frequentar determinados lugares.
3.5. Pena de Limitação de Fim de Semana
Consiste na obrigação do condenado de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em Casa do Albergado ou lugar adequado, a fim de participar de cursos e ouvir palestras, bem como desenvolver atividades educativas.
4. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
São três requisitos objetivos e um subjetivo, decomposto em vários itens (CP, art. 44): 
4.1. OBJETIVOS
4.1.1. Quantidade da Pena Aplicada
Aplicação da pena privativa de liberdade não superior a quatro anos, quando se tratar de crime doloso;
4.1.2. Natureza do Crime Cometido
Crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa;
4.1.3. Modalidade de Execução
Réu não reincidente em delito doloso; 
4.2. SUBJETIVOS4.2.1. Condições pessoais favoráveis
4.2.1.1. Culpabilidade; 4.2.1.2. Antecedentes; 4.2.1.3. Conduta Social; 4.2.1.4. Personalidade; 4.1.2.5. Motivos; 4.1.2.6. Circunstâncias. 
Quanto à duração da pena aplicada, a restrição a um montante de quatro anos somente se dá no tocante de crime doloso. Os culposos não possuem limites.
Não cabe ao juiz estabelecer exceção não criada pela lei, de forma que estão excluídos todos os delitos violentos ou com grave ameaça, ainda que comportem apenas de pouca duração. No caso da lesão corporal dolosa - leve, grave ou gravíssima (pouco importando se de “menor potencial ofensivo” ou não) -, para efeito de aplicação da substituição da pena, não mais tem cabimento a restritiva de direitos. 
5. MOMENTOS PARA A CONVERSÃO
O mais comum é a conversão na sentença condenatória, seguindo os parâmetros do art. 44 do Código Penal.
Entretanto, ainda existe esta possibilidade durante a execução da pena, respeitando o disposto no art. 180 da Lei de Execução Penal:
Pena privativa de liberdade não superior a 2 anos;
Cumprimento da pena em regime aberto;
Ter cumprido pelo menos ¼ da pena;
Antecedentes e personalidade do condenado indicarem ser conveniente a conversão.
6. EXIGENCIAS PARA A CONVERSÃO
Preceitua o art. 44, § 2º, do Código Penal, que a condenação a pena privativa de liberdade igual ou inferior a um ano pode ser substituída por uma restritiva de direitos ou multa; se a condenação for superior a um ano, a substituição será por duas penas restritivas de direitos ou uma restritiva e uma multa. Essa norma não se aplica aos delitos contra o meio ambiente, previstos na Lei 9.605/98, podendo-se substituir penas superiores a um ano por apenas uma restritiva de direitos, desde que respeitando o teto de quatro anos para crimes dolosos (art. 7º).
Este dispositivo provocou um conflito aparente de normas, pois teria entrado em confronto com o dispositivo disposto no art. 60, § 2º, do CP, que autoriza a substituição de pena privativa de liberdade por multa, desde que o montante não supere seis meses.
Pensamos que há solução, sem predomínio de uma norma sobre a outra. Há duas posições:
Os que entendem ter o art. 44, § 2º por ser o mais recente (lei posterior afasta a aplicação da lei anterior - aplicação do critério da sucessividade), revogado o disposto no art. 60, § 2º; razão pela qual a substituição é possível;
Aqueles que sustentam ser compatível a aplicação dos dois, dispositivos, reservando-se a pena igual ou inferior a seis meses a possibilidade de substituição por multa (aplicando- se no art. 60, § 2º) ou por restritiva de direitos (aplicando-se no art. 44, § 2º), conforme o caso, bem como a pena superior a seis meses, igual ou inferior a um ano somente uma pena restritiva de direitos.
Por tanto, é preferível a última opção, pois a possibilidade de harmonia é evidente: penas menos elevadas (seis meses ou inferiores) podem ser convertidas em multa ou restritivas de direitos, enquanto penas mais elevadas (mais de seis meses até um ano) podem ser substituídas por uma única pena restritiva, já que para a penalidade acima de um ano é indispensável fixar duas restritivas de direito ou uma restritiva acompanhada de uma multa.
Essa interpretação, compondo as duas normas, é mais indicada, também por outros fatores. Deve-se salientar que o art. 60 é especial em relação ao art. 44. Este último cuida da aplicação de penas restritivas de direitos, substancialmente, somente tangenciando a questão relativa a multa. Por outro lado, o título do art. 60 bem demonstra a sua inserção no capitulo relativo à aplicação da pena: “critérios especiais da pena de multa”. Ora, se para a fixação da pena pecuniária deve o magistrado levar em consideração principalmente a situação econômica do réu e não os demais requisitos comuns as penas privativas de liberdade, é natural supor que o § 2º do art. 60, tratando da multa substitutiva, dava ser considerado, em igualdade de condições, especifico para essa possibilidade de substituição.
Ademais, seria ilógico, por exemplo, uma pena de multa para um furto simples, cuja pena não ultrapasse um ano, podendo o juiz aplicar igualmente, apenas uma pena de multa para o furto privilegiado (art. 155, §2º, CP), quando considerar de pequeno valor a coisa subtraída e primário o autor do crime. Estar-se-ia equiparando, indevidamente, situações francamente desiguais. Portanto, se a aplicação exclusiva da pena de multa foi reservada para a melhor das hipóteses de furto privilegiado, tudo leva a crer que a pena pecuniária não é compatível com delitos de sanção superior a seis meses. Parece-nos a melhor exegese a ser extraída do confronto entre os arts. 44, § 2º, e 60, § 2º, do Código Penal.
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7. CONCLUSÃO
A execução das penas alternativas desempenha relevante papel social, seja para o apenado, o qual, a par de não se ver privado de sua liberdade, muitas vezes engaja-se nos projetos desenvolvidos pelas entidades assistenciais, persistindo na prestação de serviços, de forma voluntária, após o cumprimento da pena, seja para as instituições filantrópicas, que se beneficiam do serviço prestado por apenados, muitas vezes com formação de nível superior e com perfil não violento, bem como dos recursos que lhes são alcançados.
Propugna-se por uma maior reflexão da Justiça Federal acerca da importância dessa competência, inclusive para fins de reestruturação das varas de execução, no intuito de que sejam dotadas de assistente social, psicólogo, agentes de segurança e servidores habilitados, com o propósito de agregar maior eficácia às penas impostas, já que o fim último das varas criminais não é a prolação das sentenças. Isso contribuiria para o resgate da imagem do Poder Judiciário.
Importante existir diálogo entre a Justiça Federal e a sociedade, a fim de que esta conheça o papel daquela, bem como haver divulgação ampla de iniciativas positivas.
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte geral. v. 1. 16. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal. v. 7. Parte geral. 16. ed. formulada. São Paulo: Saraiva, 2010.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 15 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2013.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v. 1. Parte geral. 5. ed. revista. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
SANTOS, Vivian Ribeiro. Boletim jurídico. Classificação dos crimes. 752. ed. 2011. Disponível em: <http://www.boletimjuridico.com.br/m/texto.asp?id=2362>. Acesso em: 10 set. 2016.
SILVA, Thiago Mota Fontenele e. Nietzsche e a genealogia do castigo. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1340, 3 mar. 2007. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/9540>. Acesso em: 11 set. 2016.

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