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Mercados Financeiros Fichamento

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Mercado Financeiro 
- Apostila1 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 
 
 
 
 
 
Este material foi produzido com o intuito de fornecer melhores subsídios aos alunos dos diversos 
cursos, tomando como base informações contidas em diversos livros, periódicos e sites da Internet, 
preferencialmente àqueles indicados no programa do curso, reunindo várias pesquisas e 
conhecimentos adquiridos ao longo da vida acadêmica. Quero esclarecer que este material não possui 
nenhum vínculo com as Instituições de Ensino onde atuo, nem nenhuma forma de comércio 
autorizada. Peço apenas a gentileza de não fazer nenhum uso comercial ou inserção em livros, 
periódicos, ou quaisquer outras mídias sem minha expressa autorização, garantida pela Lei 9610/98. 
Quaisquer críticas ou sugestões serão muito bem recebidas e podem ser enviadas ao meu e-mail 
(fabio-prof@uol.com.br). Periodicamente faço uma revisão do material de modo a aprimorá-lo, e 
agradeço as colaborações recebidas. 
 
São Paulo – Julho 2011 
Mercado Financeiro Cad. 1 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. OS MERCADOS MONETÁRIO E FINANCEIRO E SUAS RELAÇÕES ................... 3 
Conceito Econômico de Mercado............................................................................ 3 
1.1 MERCADO FINANCEIRO............................................................................................ 3 
1.2 A MOEDA................................................................................................................ 4 
1.2.1 Oferta de moeda (M) ...................................................................................... 5 
1.2.2 Processo de criação de moeda ...................................................................... 6 
1.2.3 Funções do Banco Central ............................................................................. 6 
1.2.4 Criação e destruição de moedas.................................................................... 6 
1.2.5 Instrumentos de controle monetário ............................................................... 7 
1.2.6 A demanda por moeda................................................................................... 7 
2. POLÍTICAS ECONÔMICAS....................................................................................... 9 
2.1 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA................................................................ 9 
3. SISTEMA FINANCEIRO DO BRASIL...................................................................... 10 
3.1 COMPOSIÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO.............................................. 10 
4. MERCADO FINANCEIRO........................................................................................ 11 
4.1 SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO ............................................................ 11 
4.1.1 Mercado Monetário....................................................................................... 12 
4.1.2 – Mercado de Crédito ................................................................................... 13 
4.1.3 – Mercado de Capitais.................................................................................. 15 
4.1.4 Mercado de Câmbio ..................................................................................... 16 
5. JUROS E RISCOS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS....................................... 17 
6. PRODUTOS FINANCEIROS.................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 2 
Mercado Financeiro Cad. 1 
1. OS MERCADOS MONETÁRIO E FINANCEIRO E SUAS RELAÇÕES 
Conceito Econômico de Mercado 
 
Antigamente, mercado referia-se a um lugar determinado onde os agentes 
econômicos realizavam suas operações de troca. Conforme Rossetti (2006, p. 395), 
alguns livros de história econômica revelam como os senhores feudais da alta 
Idade Média organizavam mercados em seus territórios, concedendo o privilégio de 
sua exploração como forma de atender 
às necessidades de suprimentos em 
seus domínios e de facilitar, pela 
centralização das operações, a cobrança 
de tributos. 
Nos dias atuais, pequenas cidades 
do interior seguem a tradição histórica, 
ostentam a igreja, a praça pública, o 
coreto, a prefeitura e o mercado. 
Percebemos que o mercado tem um 
lugar definido, especialmente edificado, 
para o encontro de produtores e 
consumidores. 
Contudo, o conceito de mercado, em seu significado econômico mais amplo, 
está bem distante dessa tradição. O mercado é definido pela existência de forças 
aparentemente contrárias: as da demanda e as da oferta. Quando ambas ocorrem 
simultaneamente, um mercado é definido. 
Quando recursos humanos são ofertados e demandados, pode-se dizer que há 
um mercado de trabalho. Quando recursos financeiros são ofertados e procurados, 
pode-se dizer que há um mercado financeiro. Todos são abstrações, que dizem 
respeito à oferta e à demanda de recursos correspondentes. 
 
1.1 Mercado financeiro 
 
O mercado financeiro representa o ambiente no qual ocorrem as 
intermediações de recursos entre agentes econômicos superavitários e agentes 
econômicos deficitários, ou seja, os recursos fluem de um grupo para o outro 
através do mercado financeiro. 
 Os agentes econômicos superavitários são aqueles que fornecem recursos ao 
sistema por meio da poupança e os agentes deficitários captam recursos. Esses 
últimos são os tomadores de empréstimo. 
A captação de recursos ocorre por meio direto ou indireto. A forma direta é 
caracterizada pela ausência do intermediário financeiro, ou seja, os tomadores 
solicitam empréstimos diretamente aos agentes superavitários por meio da venda 
de títulos (instrumentos financeiros), que representam direitos sobre a receita futura 
ou ativos futuros do tomador. 
Podemos exemplificar com o procedimento de desconto bancário de títulos. 
Esta operação envolve dois agentes, o que concede os recursos (oferta) e o que 
capta os recursos (demanda), não exigindo um terceiro agente para intermediar a 
operação. A forma indireta de captação de recursos exige um intermediário 
financeiro (que pode ser um banco), que fica entre os agentes econômicos 
superavitários e deficitários. Para uma empresa emitir ações no mercado primário, 
é necessário que haja uma instituição que faça essa intermediação, como, por 
exemplo, um banco de investimento. 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 3 
Mercado Financeiro Cad. 1 
 
 
Portanto, o processo de intermediação financeira pode ser entendido como a 
captação de recursos junto às unidades econômicas superavitárias por instituições 
financeiras e o seu subsequente repasse para unidades econômicas deficitárias. É 
a atividade exercida pelos bancos. 
O financiamento indireto é o caminho principal para a movimentação de 
recursos entre poupadores e tomadores. 
 
1.2 A Moeda 
 
Para iniciarmos o estudo do mercado monetário, temos que entender o papel 
do principal objeto desse mercado: a moeda, que, por sua vez, desempenha três 
funções. São elas: 
 
a. meio de trocas; 
b. unidade de conta ou medida de valor; 
c. reserva de valor (separação temporal de uso). 
 
A moeda, ao longo de sua história, assumiu várias formas, entre elas, temos: 
 
a. moeda-mercadoria: sal, gado, trigo, entre outros; 
b. moeda-papel: certificados bancários com lastro; 
c. papel-moeda: moeda fiduciária sem lastro; 
d. moeda escritural: moeda depositada nos bancos comerciais. 
 
Dessa forma, o sistema de mercado foi se estruturando para poder dar 
condições de se ter uma mercadoria como denominador comum para outras 
mercadorias, sendo essa a moeda, e a condição são os meios de pagamentos 
caracterizados como papel-moedaem poder do público, e os depósitos bancários, 
ou seja, o dinheiro, ou estão no bolso dos agentes – liquidez imediata – ou estão 
depositados nos bancos comerciais e/ou aplicados em outras instituições 
monetárias financeiras. 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 4 
Mercado Financeiro Cad. 1 
Um conceito importante para entendermos o mercado monetário é o de base 
monetária, sendo esta o dinheiro ou toda moeda “física” disponível (papel-moeda e 
moeda metálica, exceto a que ficou retida no caixa das autoridades monetárias, 
leia-se: no Banco Central do Brasil (BCB). Sendo assim, podemos considerar como 
base monetária (B) o total de papel-moeda em poder do público (PMPP) e o total de 
reservas bancárias (R). 
 
Base monetária = PMPP + R 
 
 
1.2.1 Oferta de moeda (M) 
 
Dentro do mercado monetário, temos a oferta de moeda representada pela 
letra M, que representa todos os meios de pagamentos, divididos em moeda 
manual (moeda) e moeda escritural ou depósitos à vista (DV). Sendo assim, temos: 
 
M = meios de pagamentos 
M = moeda manual + escritural 
M = PMPP + DV 
 
Hoje em dia, temos as quase-moedas, fato que levou a oferta monetária (M) a ter 
novos conceitos, conhecidos como agregados monetários. São eles: 
 
M1 = PMPP + DV 
M2 = M1 + títulos em poder do setor privado 
M3 = M2 + depósitos de poupança 
M4 = M3 + depósitos a prazo e outros títulos privados 
 
Um ponto importante aqui é que a inflação exerce influência nos agregados 
monetários, isto é, quando há um aumento da inflação, temos uma queda no grau 
de monetização da economia, ou seja, há uma queda na relação M1/M4. Já quando 
há uma queda da inflação, temos o inverso, isto é, uma elevação da relação M1/M4 
ou remonetização da economia. 
 Uma questão importante nessa altura dos estudos é saber qual a diferença 
entre os sistemas bancário ou monetário e o não monetário, para que saibamos em 
que terreno estamos pisando. 
 Para ficar mais claro, sempre temos que ter em mente que existem agentes 
monetários e não monetários, sendo os primeiros os agentes que têm condições de 
criar moeda, como o BCB e os bancos comerciais (BC). Já os agentes não 
monetários são os bancos de investimentos, entre outros, os quais não possuem 
condições de criar moeda. 
 Antes de falarmos do processo de criação de moeda, temos que ter bem claros 
alguns pontos importantes dentro do sistema monetário, no qual temos o papel-
moeda emitido (PME), o papel-moeda em circulação (PMC), o caixa do Banco 
Central do Brasil (cBCB) e o caixa dos bancos comerciais (cBC). Sendo: 
 
 
Papel-moeda em circulação = PME - cBCB 
Papel-moeda em poder do público = PME – cBC 
 
 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 5 
Mercado Financeiro Cad. 1 
1.2.2 Processo de criação de moeda 
 
O processo de criação de moedas tem duas formas, sendo a primeira a 
emissão de moeda pela própria Casa da Moeda atrelada ao Banco Central, e a 
segunda forma via o efeito multiplicador no sistema bancário com base nos 
depósitos realizados por cada agente econômico que utilize esse mesmo sistema 
por meio dos depósitos à vista (DV) que vão para o caixa dos bancos comerciais 
(cBC). 
 Entretanto, no sistema monetário contemporâneo, temos o chamado depósito 
compulsório, isto é, uma obrigação dos bancos comerciais de manterem uma parte 
do que é depositado diariamente no próprio BCB como forma de garantir a 
solvência do sistema bancário. Temos dois tipos de reservas, são elas: 
 
 
a. reservas compulsórias, isto é, obrigatórias (RC); e 
b. reservas voluntárias (RV). 
 
 
Efeito multiplicador bancário 
 
1.2.3 Funções do Banco Central 
 
Como já comentamos, o Banco Central é um agente monetário, porém esse 
agente, o BCB, também tem o papel de regular os sistemas monetário e financeiro 
no sentido de garantir que eles não tenham descasamentos de compensações nem 
quebra. Sendo assim, o Banco Central tem o papel de ser o banco dos bancos, o 
depositário e controlador das reservas internacionais, o banco que financia do 
Tesouro Nacional (TN) e o emissor de papel-moeda via Casa da Moeda. Sendo 
assim, o Banco Central é o principal responsável pela política monetária (emissão 
de moeda e definição da taxa de juros) e da política cambial (definição do sistema 
cambial e do valor do câmbio). 
 Podemos ver essas atribuições do BCB ao olharmos o seu balancete, no qual 
temos, no seu ativo, os empréstimos ao Tesouro Nacional e o Redesconto e, no 
seu passivo, o papel-moeda emitido e os depósitos do próprio Tesouro e as 
reservas bancárias, sendo esta última também descrita no ativo do balancete dos 
bancos comerciais. 
 
 
1.2.4 Criação e destruição de moedas 
 
Uma série de operações interfere no movimento monetário, o que de forma 
técnica descrevemos como criação e destruição de moeda. 
Como criação de moeda, temos, por exemplo, o movimento de entrada de 
reservas internacionais por meio de exportações, investimento estrangeiro direto no 
país, entre outros, em que teremos que dar como contrapartida e com base no 
câmbio uma quantidade de moeda doméstica, isto é, trocar dólares por reais, fato 
que eleva o M1 e o ativo do BCB. 
 Outro exemplo é o resgate de CDB e CDI nos bancos comerciais, fato que 
eleva o M1 e faz cair o passivo não monetário das instituições bancárias, como 
também um déficit nas contas do governo eleva também o M1 e faz cair o passivo 
não monetário das instituições bancárias. 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 6 
Mercado Financeiro Cad. 1 
Já como destruição de moeda, temos a quebra de bancos como um exemplo 
clássico, a venda de Letras do Banco Central, que faz cair a base monetária (B) e 
aumentar o passivo não monetário do próprio Banco Central e ter superávit nas 
contas do governo, em que cai o M1 e com ele a base monetária e aumenta o 
passivo não monetário do BCB. 
Há também os movimentos neutros, como resgate de depósitos de poupança 
para aquisição de CDB e saque de cheques no caixa, o que não altera o saldo de 
M1, representando apenas uma transferência de depósitos à vista para moeda 
manual. 
 
 
1.2.5 Instrumentos de controle monetário 
 
Como vimos, a oferta monetária interfere e muito nos movimentos econômicos 
e financeiros, em que o BCB, da mesma forma que aumenta essa oferta, tem o 
papel de controlá-la. Para isso, ele possui três instrumentos de controle monetários: 
a. reservas compulsórias; b. política de redesconto; c. operações de open market. 
As reservas compulsórias, como vimos, é uma forma de o BCB reduzir a 
capacidade dos bancos comerciais em criar moeda por meio do efeito multiplicador 
bancário. Já a política de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo BCB aos 
bancos comerciais, isto é, se os bancos comerciais emprestarem acima do 
permitido e ficarem com baixa liquidez, poderão apresentar problemas de 
pagamentos aos correntes que tentarem sacar seu dinheiro das contas correntes. 
Quando a taxa de juros do redesconto está acima da taxa de juros do mercado, os 
bancos comerciais não irão emprestar acima do permitido para não incorrerem em 
custos acima da média do setor bancário. 
O open market é a venda e a compra de títulos públicos a uma dada taxa de 
juros, em que, quando o BCB vende títulos do TN, ele está tirando uma parte do M1 
do mercado, pois está trocando títulos por moeda a uma dada taxa de juros a um 
dado prazo determinado. 
 
 
1.2.6 A demanda por moeda 
 
Dentro do mercado monetário, temos a demanda por moeda, e, para poder 
descrever tal curva, é preciso saber quais os principais motivos para tal movimento, 
isto é, para demandar moeda. Sendo assim, temos os motivos: 
a. transação; 
b. precaução; 
c. especulação. 
 
Os dois primeiros motivos para demandar moeda estão em função da renda e 
das necessidades imediatas dos agentes econômicos. Já o terceiro motivo para 
demandar moeda está em função dataxa de juros, isto é, dado um aumento da 
taxa de juros, cai a demanda por moeda, pois a moeda é como qualquer outro bem, 
depende também do preço e da renda, mantendo uma relação inversa com seu 
preço, taxa de juros (i), e direta com o nível de renda (Y). A função demanda por 
moeda tem a seguinte forma: L = kY – hi 
Sendo L a demanda por moeda, k um parâmetro de retenção de moeda em 
relação à renda (Y) – motivos transação e precaução - e h um parâmetro de 
sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros (i) – motivo 
especulação. 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 7 
Mercado Financeiro Cad. 1 
 Na demanda por moeda, temos um ponto interessante, que é considerar a 
demanda por moeda como demanda por encaixes reais, em que os indivíduos não 
se importam com o valor nominal de face dela, mas sim com seu poder de compra, 
ou seja, seu poder aquisitivo. 
Sendo assim, temos a demanda por moeda ou por encaixes reais em função 
do nível geral de preços (inflação), da renda e da taxa de juros. 
 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 8 
Mercado Financeiro Cad. 1 
2. POLÍTICAS ECONÔMICAS 
 
 
A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são 
planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situação 
econômica de um país, uma região ou um conjunto de países. Estas ações são 
executadas pelos agentes de política econômica, a saber: 
 
a) nacionalmente, o Governo, o Banco Central e o Parlamento 
b) internacionalmente por órgãos como, por exemplo, o FMI, o Banco Mundial e 
o Ex-Im Bank (Export-Import Bank of the United States). 
 
Cada vez mais há uma interação com entidades multinacionais, pelo fato de a 
economia da maioria dos países encontrar-se globalizada. 
 
2.1 Instrumentos de Política Econômica 
 
Política fiscal - Conjunto de decisões e ações relacionadas com as despesas 
e receitas dos governos federal, estadual e municipal. 
 
Política externa - Conjunto de medidas que tem por finalidade manter o 
equilíbrio do Balanço de Pagamentos, proteger determinados setores e desenvolver 
relações comerciais externas. Por sua vez subdivide-se em Política Cambial e 
Política Comercial. 
 
Política de rendas - Conjunto de medidas visando a redistribuição de renda e 
justiça social. 
 
Política monetária - Conjunto de medidas objetivando controlar o volume de 
liquidez (quantidade de dinheiro circulante) à disposição dos agentes econômicos. 
 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 9 
Mercado Financeiro Cad. 1 
3. SISTEMA FINANCEIRO DO BRASIL 
 
O sistema financeiro nacional é formado por um conjunto de instituições, 
financeiras ou não, voltadas para a gestão da política monetária do governo federal. 
É composto por entidades supervisoras e por operadores que atuam no mercado 
nacional e orientado por três órgãos normativos: 
• o Conselho Monetário Nacional (CMN), 
• o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e 
• o Conselho Nacional da Previdência Complementar (CNPC). 
 
De acordo com o art. 192 da Constituição Federal: "O sistema financeiro 
nacional é estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País 
e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, 
abrangendo as cooperativas de crédito, regulado por leis complementares que 
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que 
o integram." A Constituição de 1988, que busca estruturar o Sistema Financeiro 
Nacional de forma a promover o desenvolvimento e equilíbrio do país e a servir aos 
interesses da coletividade, e a estabilidade econômica, dão nova cara ao SFN. 
Mercados, como o de previdência privada, passam a ganhar musculatura e exigir 
maior atenção. 
Em 1996, no Governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) é criado o Copom, 
ligado ao Bacen, que estabelece as diretrizes da política monetária, como a Taxa 
SELIC. 
3.1 Composição do Sistema Financeiro Brasileiro 
 
Sistema Financeiro do Brasil 
Órgãos normativos Conselho Monetário Nacional · Conselho Nacional de Seguros Privados · Conselho Nacional de Previdência Complementar 
Órgãos de recursos 
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional · 
Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros 
Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização · 
Câmara de Recursos da Previdência Complementar
Órgãos fiscalizadores 
Banco Central do Brasil · Comissão de Valores Mobiliários · 
Superintendência de Seguros Privados · Superintendência 
Nacional de Previdência Complementar 
Agências de fomento · Associações de poupança e 
empréstimo · Bancos comerciais · Bancos cooperativos · 
Bancos de desenvolvimento · Bancos de investimento · Bancos 
Instituições fiscalizadas pelo BaCen múltiplos · Cooperativas de crédito · Sociedades de 
arrendamento mercantil · Sociedades de corretoras de câmbio · 
Sociedades de crédito, financiamento e investimento · 
Sociedades de crédito imobiliário 
Instituições fiscalizadas pela CVM 
BM&FBOVESPA · · Corretoras de títulos · Corretoras de BVRJ
valores mobiliários · Distribuidoras de títulos · Distribuidoras de 
valores mobiliários 
Sociedades seguradoras · Sociedades capilizadoras · 
Instituições fiscalizadas pelo SUSEP Entidades abertas de previdências complementar · Sociedades 
resseguradoras
Instituições fiscalizadas pelo Previc Entidades fechadas de previdência complementar 
Caixa Econômica Federal · Banco do Brasil · Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social · Banco do Nordeste Instituições especiais do Brasil · Banco da Amazônia · Banco Regional de 
Desenvolvimento do Extremo Sul 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 10 
Mercado Financeiro Cad. 1 
4. MERCADO FINANCEIRO 
 
Em economia, um mercado financeiro é um mecanismo que permite a compra e 
venda (comércio) de valores mobiliários (por exemplo ações e obrigações), 
mercadorias (como pedras preciosas ou produtos agrícolas) e outros bens fungíveis 
com baixo custo de transação e preços que refletem a hipótese do mercado 
eficiente. 
Existem mercados gerais (onde muitos produtos são comercializados) e 
mercados especializados (onde apenas uma mercadoria é negociada). Os 
mercados funcionam colocando muitos compradores e vendedores interessados 
num "lugar", tornando assim mais fácil para eles se encontrarem uns aos outros. 
Uma economia que depende principalmente de interações entre compradores e 
vendedores para alocar recursos é conhecida como uma economia de mercado, em 
contraste a economia de comando ou com a economia de não-mercado, como por 
exemplo de uma economia de doação. 
 
Em finanças, os mercados financeiros permitem: 
 
A angariação de capital (no mercado de capitais) 
A transferência de risco (no mercado de derivados) 
O comércio internacional (no mercado de divisas) 
– e são usados para corresponder os que querem capital com o que o têm. 
 
Normalmente que se quer financiar emite um recibo para que empresa 
prometendo pagar de volta o capital. Essas receitas são títulos que podem ser 
comprados ou vendidos livremente. Em troca do empréstimo de dinheiro, quem o 
concede espera uma compensação sob a forma de juro ou dividendos. 
 
4.1 Segmentação do Mercado Financeiro 
 
O mercado financeiro se divide em quatro grandes mercados, a saber: 
• mercado monetário; 
• mercado de crédito; 
• mercado de capitais; 
• mercado de câmbio. 
 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 11 
Mercado Financeiro Cad. 1 
4.1.1 Mercado Monetário 
 
O mercado monetário visa ao controle da liquidez monetária da economia e é 
criado por uma relação intangível entre fornecedores e tomadores de fundos a curto 
e curtíssimo prazos. 
O governo usa um conjunto de medidas que visa, fundamentalmente, a 
adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades do sistema 
econômico como um todo, por meio deuma ação reguladora sobre os recursos 
monetários existentes para sua plena e eficiente utilização. Essas medidas são 
administradas pelo Banco Central. 
No mercado monetário os papéis são negociados tendo como referência a taxa 
de juros, que se constitui em sua mais importante moeda de operação. Os papéis 
que lastreiam as transações se caracterizam pelos curtos e curtíssimos prazos de 
resgate e liquidez alta. Nesse mercado são financiadas as necessidades 
momentâneas de caixa dos bancos e dos governos, sendo os títulos públicos os 
papéis mais negociados. 
Conforme Assaf Neto (2009, p. 65), a maior parte dos títulos públicos e 
privados negociados no mercado monetário é escritural, ou seja, não há emissão 
física, exigindo maior organização e controle em sua liquidez e transferência. Assim 
sendo, as negociações são custodiadas e controladas por dois sistemas: o Selic e a 
Cetip. 
 
 
 
 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 12 
Mercado Financeiro Cad. 1 
O Tesouro Nacional emite títulos no mercado monetário visando a financiar o 
orçamento público. Além disso, estados e municípios emitem diversos títulos 
públicos nesse mercado. Os títulos municipais e estaduais têm baixa liquidez; já os 
títulos públicos federais, ao contrário, têm maior aceitação e liquidez. 
Os títulos da dívida pública do governo federal são classificados pela natureza 
de suas emissões. Os principais títulos do Tesouro Nacional são: 
• Letras Financeiras do Tesouro, 
• Letras do Tesouro Nacional e 
• Notas do Tesouro Nacional 
 
 
 
Os principais títulos do Banco Central são: 
• Bônus do Banco Central, 
• Letras do Banco Central e 
• Notas do Banco Central. 
 
 
 
 
 
 
4.1.2 – Mercado de Crédito 
 
O mercado de crédito inclui as operações de financiamento de curto e médio 
prazo, direcionadas aos empréstimos e financiamentos às empresas, assim como 
concessão de crédito às pessoas físicas. Esse mercado é constituído basicamente 
por bancos comerciais, bancos múltiplos e sociedades financeiras. Muitas vezes 
são incluídas no âmbito do mercado de crédito as operações de financiamento de 
bens de consumo duráveis praticadas pelas sociedades financeiras. As instituições 
realizam diversas modalidades de crédito no mercado. Conforme Assaf Neto (2009, 
p. 70-73), as que mais se destacam são: 
Prof. Fabio Uchôas de Lima 13 
Mercado Financeiro Cad. 1 
Desconto bancário 
de títulos 
É concedido um empréstimo mediante a garantia de um 
título de crédito futuro, geralmente uma duplicata. A 
instituição adianta para a empresa comercial parte do valor 
da duplicata, e caso o cliente (da duplicata) não pague, a 
empresa restitui ao banco o valor devido. 
Contas garantidas Equivale à abertura de uma conta com um limite de crédito 
garantido pelo banco. O mutuário da transação pode sacar 
recursos até o limite contratado. Os encargos financeiros 
são calculados sobre o saldo que permanecer a descoberto 
e cobrado dos clientes, na maioria dos bancos, ao final do 
mês. 
Créditos rotativos São linhas de crédito abertas pelas instituições bancárias 
com o propósito de financiamento das necessidades de 
capital de giro das empresas e são, quase sempre, 
movimentadas por meio de cheques. São diferentes das 
contas garantidas por serem normalmente operadas por 
meio de garantia de duplicatas. 
Operações São operações de curto e curtíssimo prazo, procuradas para 
cobrir as necessidades fixas de caixa das organizações. As 
taxas do hot money são constituídas com base nas taxas do 
mercado interfinanceiro (CDI – Certificado de Depósito 
Interfinanceiro). 
hot money 
Empréstimos para 
capital de giro e 
pagamento de 
tributos 
São oferecidos pelas instituições bancárias por meio de 
contrato que determina as condições de operação. Os 
empréstimos para pagamento de tributos representam o 
adiantamento de recursos às organizações para liquidação 
de impostos e tarifas públicas. 
Operações de 
vendor 
Operação de crédito em que um banco paga à vista a uma 
empresa comercial os direitos referentes às vendas a prazo, 
em troca de uma taxa de juros de intermediação. 
Repasse de 
recursos externos 
(Resolução 63) 
A operação de empréstimo regulamentada pelo Bacen se 
constitui num repasse de recursos captados no exterior, seja 
por meio de empréstimos ou pela venda de títulos. Esses 
recursos são repassados às empresas nacionais visando ao 
financiamento de capital de giro e fixo. 
Crédito Direto ao 
Consumidor (CDC) 
É uma operação destinada a financiar a compra de bens e 
servi-ços por consumidores finais. A concessão de crédito é 
realizada por uma instituição financeira e garantida, 
normalmente, pelo próprio bem objeto do financiamento. 
Assunção de dívidas É uma operação voltada para organizações com recursos em 
caixa para quitação de uma dívida futura. A instituição bancária 
negocia a liberação de recursos equivalentes ao valor de 
liquidação da dívida, garantindo uma aplicação financeira a 
taxas superiores às usualmente praticadas no contrato da 
dívida. Com isso a empresa consegue baratear sua dívida. 
Adiantamento de 
Contrato de Câmbio 
(ACC) 
É uma transação desenvolvida com o fim de dinamizar as 
exportações e gerar maior competitividade nesse mercado. As 
instituições autorizadas a operar com o câmbio adiantam aos 
exportadores recursos lastreados nos contratos de câmbio 
fixados nas vendas para o exterior. 
 
 
 
 
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4.1.3 – Mercado de Capitais 
 
O mercado de capitais surgiu para cobrir uma lacuna deixada pelo mercado de 
crédito. Ele existe para atender às necessidades de financiamento de longo prazo 
das organizações por meio da emissão de títulos. 
O mercado de capitais assume uma função fundamental no processo de 
desenvolvimento econômico do país, atua como propulsor de capitais para os 
investimentos de organizações e estimula a formação de poupança privada. Ele 
inclui um conjunto de operações para transferências de recursos financeiros entre 
agentes poupadores e investidores, com prazo médio, longo ou indefinido. É uma 
relação financeira constituída por instituições e contratos que permite que 
poupadores e organizações demandantes de capital de longo prazo realizem suas 
transações. Tem como função básica promover a riqueza nacional por meio da 
participação da poupança de cada agente econômico. 
As principais modalidades de financiamentos e instrumentos financeiros são: 
 
Financiamento de 
Capital de Giro 
São linhas de crédito abertas pelas instituições bancárias com o 
propósito de financiamento das necessidades de capital de giro das 
empresas. 
Operações de 
Repasse 
Constitui-se em empréstimos contratados por instituições do mercado 
de capitais e repassados a organizações deficitárias de recursos para 
investimentos de longo prazo. 
Arrendamento 
Mercantil 
Também conhecido como leasing, é um contrato através do qual a 
arrendadora ou locadora adquire um bem escolhido por seu cliente (o 
arrendatário, ou locatário) para, em seguida, alugá-lo por um prazo 
determinado. Ao término do contrato o arrendatário pode optar por 
renová-lo por mais um período, por devolver o bem arrendado à 
arrendadora ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um 
valor residual previamente definido no contrato. 
Oferta Pública de 
Ações e 
Debêntures 
Uma empresa tem seu capital social dividido em pequenas parcelas 
chamadas ações, que seria uma unidade de títulos emitidos por 
sociedades anônimas. Quando as ações são emitidas por companhias 
abertas ou assemelhadas, são negociados em bolsa de valores ou no 
mercado de balcão. Debênture é um título de crédito representativo de 
empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros e que assegura a 
seus detentores direito contra a emissora,nas condições constantes 
da escritura de emissão. 
Securitização de 
Recebíveis 
É realizada normalmente por organizações que apresentam carteira de 
valores a receber pulverizada, em que nenhum recebível tenha 
representatividade relevante em relação ao total. A empresa tomadora 
negocia sua carteira com uma organização criada especialmente para 
esse fim, a qual levanta recursos no mercado mediante emissão de 
títulos lastreados nesses valores adquiridos. 
Operações de 
VENDOR 
Operação de crédito em que um banco paga à vista a uma empresa 
comercial os direitos referentes às vendas a prazo, em troca de uma taxa 
de juros de intermediação. 
Warrants e Títulos 
Conversíveis 
Título que concede ao seu titular o direito de compra de outros papéis de 
emissão da própria organização. 
Título de crédito e contratos representativos de exportações realizadas 
por empresas brasileiras. É uma modalidade de financiamento ágil 
destinada a reforçar o capital de giro das organizações exportadoras, 
beneficiárias dos títulos de crédito.. 
Forfaiting 
Caderneta de 
Poupança 
Existe confusão entre poupança e poupança financeira, que é um tipo de 
investimento financeiro, em conta poupança, com baixo risco e baixo 
rendimento, geralmente garantido pelo governo até um determinado valor, 
através do Fundo Garantidor de Crédito, independentemente de qual casa 
bancária é a sua depositária. 
 
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Fundo 
Garantidor de 
Crédito 
No início de 2009, com o objetivo de criar melhores condições para que as 
instituições financeiras médias e pequenas voltassem a realizar operações de 
crédito, o Conselho Monetário Nacional –CMN aprovou a Resolução n° 3.692, 
de 26 de março de 2009, alterada pelas Resoluções n°s 3.717, de 23 de abril 
de 2009 e 3.793, de 28 de setembro de 2009, que autorizou os bancos 
comerciais, os bancos múltiplos, os bancos de desenvolvimento, os bancos de 
investimentos, as sociedades de crédito, financiamento e investimento e as 
caixas econômicas a captar, a partir de 01 de abril de 2009, depósitos a prazo, 
sem emissão de certificado, com garantia especial (Depósito a prazo com 
Garantia Especial – DPGE) a ser proporcionada pelo FGC no valor de até R$ 
20 milhões por depositante. 
 
4.1.4 Mercado de Câmbio 
 
O mercado de câmbio é aquele que envolve a negociação de moedas 
estrangeiras e pessoas interessadas em movimentar essas moedas. Esse mercado 
reúne os agentes econômicos que tenham necessidade ou interesse em realizar 
operações com o exterior. É um mercado bastante utilizado por investidores 
internacionais, exportadores, importadores, empresas multinacionais e devedores 
que tenham compromissos a pagar no exterior. As principais moedas negociadas 
no mercado de câmbio são: o dólar americano, o euro, o franco da Suíça, o iene do 
Japão, a libra esterlina da Grã-Bretanha e o ouro. 
As operações de câmbio não podem ser praticadas livremente e devem ser 
conduzidas por intermédio de um estabelecimento autorizado a operar com câmbio, 
conforme observado no disposto no Regulamento do Mercado de Câmbio e 
Capitais Internacionais – RMCCI. Todo operador de câmbio deve obter licença no 
Banco Central do Brasil como corretor de câmbio. 
Conforme o site do Banco Central, não há limitação de valor para as 
operações, devendo ser observada a legalidade da transação, inclusive de ordem 
tributária, tendo como base a fundamentação econômica das transações e as 
responsabilidades definidas na respectiva documentação. O Bacen não determina 
quais documentos devem ser exigidos nas operações, determina somente que a 
documentação deve ser satisfatória para respaldar a operação de câmbio, 
podendo, inclusive, variar de instituição para instituição. 
A taxa de câmbio é livremente contratada entre as partes. O Banco Central 
divulga a taxa média (ponderada pelos volumes) das operações no mercado 
interbancário de câmbio, conhecida por “TAXA PTAX”, que serve como referência, 
e não como uma taxa fixa. 
Aqui no Brasil é adotado o regime de câmbio flutuante administrado, que 
permite variações livres da taxa de câmbio. Quando o governo julga algum risco ao 
equilíbrio de mercado, ele intervém, normalmente, comprando ou vendendo divisas. 
Vários fatores são determinantes para a formação das paridades monetárias no 
mercado de câmbio. Dentre eles destacam-se: nível de reservas monetárias, 
liquidez da economia, taxa de inflação doméstica e a do resto do mundo, política 
interna de juros. 
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5. JUROS E RISCOS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
 
No que se relaciona a taxa de juros, a preocupação da sociedade é constante, 
havendo em noticiários, jornais e telejornais de todo o país, notícias quase que 
diárias de temas correlacionados ao assunto, podendo-se citar mesmo de grande 
euforia econômica o período em que o Copom decide fixar a taxa de juros básica 
da Economia. 
É de grande relevância e influência na sociedade em tantos pontos diferentes o 
estabelecimento das taxas de juros, sendo cada vez mais necessário compreender 
os meandros de formação dos juros e do “porquê” que assumem relevância tão 
grande em nosso meio, especialmente no que tange aos juros praticados pelas 
instituições financeiras, que nesse âmbito assumem a nomenclatura de spread 
bancário. 
Faz-se necessário entender o spread bancário, portanto, e isto porque não raro 
se apresenta a necessidade de utilização de bancos para a efetivação de variados 
atos, como pagamento de contas de água, luz, telefone etc., seja para receber 
salários e firmar empréstimos, formar poupança, fazer investimentos, ou até mesmo 
se valer das diversas modalidades de empréstimos cedidas por estas instituições, 
sempre aparecendo a figura da taxa de juros e do spread bancário. 
 Comecemos pelo básico conceito de juros. Juro é o preço do uso do capital. 
Juros, no sentido atual, são tecnicamente os frutos do capital, ou seja, os justos 
proventos ou recompensas que deles se tiram, consoante permissão e 
determinação da própria lei, sejam resultantes de uma convenção ou exigíveis por 
faculdade inscrita em lei. 
 Em recentes entrevistas e noticiários, o ex-presidente Lula manifestou séria 
preocupação quanto ao assunto, exigindo das instituições financeiras que 
reduzissem o spread bancário, uma vez que este se encontrava entre as maiores 
taxas do mundo. 
 Spread bancário é a diferença entre a taxa de captação que os bancos 
empregam e a taxa que aplicam no empréstimo. Ou seja, se o banco capta dinheiro 
dos investidores a uma taxa de 10% ao ano, por exemplo, e empresta esse mesmo 
dinheiro a uma taxa de 30% ao ano, seu Spread será de 20% (30% – 10%). Para 
reduzi-lo, portanto, se o problema fosse tão-somente aritmético, bastaria que o 
banco emprestasse dinheiro a uma taxa de juros inferior, reduzindo-a para que 
assim, o Spread também fosse reduzido. 
Contudo, não é tão simples assim. Com esse spread (diferença da taxa de 
empréstimo e da taxa de captação), o banco tem de arcar com diversos custos e 
suportar riscos, como pagamento de impostos, pagamentos de custos 
administrativos, custos com a inadimplência, sendo que apenas com as sobras 
eventuais após o pagamento dessas diversas despesas é que o banco retirará seu 
lucro. 
O Spread bancário se decompõe em diversas parcelas. Segundo estudo da 
Febraban, o percentual das parcelas é o que segue: impostos diretos (20,6%); 
impostos indiretos e contribuições ao Fundo Garantidor de Créditos (7,9%); 
despesas administrativas (14,1%); despesas com inadimplência (17%); e margem 
líquida (40,1%). 
Em outro estudo do Banco Central, revelou-se que o spread brasileiro é 
composto por vários itens: custo administrativo (13,5% do total), inadimplência 
(37,35%), compulsório (3,59%), tributos (8,09%), outros impostos(10,53%) e 
margem líquida dos bancos (26,93%). Em outubro de 2009, a título de exemplo, 
portanto, dos 28,4 % do spread a margem (lucro) das instituições foi de 7,65 %. 
 Assim, quanto maior for a insegurança inspirada pela inadimplência de um país 
tanto maior será o Spread bancário. Isto porque, segundo explicação do Banco 
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Mercado Financeiro Cad. 1 
central, a insegurança jurídica em relação aos contratos de crédito, ao colocar em 
risco o recebimento dos valores pactuados, retrai a oferta de crédito e aumenta o 
spread, por um lado, pressionando os custos administrativos das instituições 
financeiras, inchando em especial as áreas de avaliação de risco de crédito e a 
área jurídica; por outro lado, reduz a certeza de recebimento da instituição 
financeira, mesmo numa situação de contratação de garantias, pressionando o 
prêmio de risco embutido no spread, tudo isso fazendo com que o Spread aumente 
significativamente. 
 Em termos numéricos, atualmente o Brasil se encontra em 2º lugar no que 
tange à taxa média do Spread, apontando 35,4 %, apenas perdendo para o 
Zimbábue, primeiro colocado no ranking, com 75 %, sendo certo que a Holanda que 
menor taxa de Spread possui, -0,6 %, consoante recente dado divulgado pelo site 
InfoMoney, que apresenta a tabela abaixo com as maiores e menores taxas de 
Spread. 
 
Taxa média de Spread 
País Maiores taxas País Menores taxas 
Zimbábue 75 % Holanda -0,6 % 
Brasil 35,4 % Reino Unido 0,2 % 
Madagascar 33,2 % Irã 0,3 % 
Paraguai 27,2 % França 0,7 % 
Malauí 21,8 % Eslováquia 0,8 % 
Fonte: Fórum Econômico Mundial 
 
 
É importante não confundir Spread bancário com a taxa Selic. 
 A taxa Selic é um índice, obtido por meio de uma média ponderada, sendo este 
índice uma referência para a Economia, ou seja, com a fixação deste índice temos 
a taxa referencial para a política monetária, que serve de base para as demais 
taxas de juros da economia. 
 De modo simples, a taxa Selic serve de taxa de juros de pagamento da dívida 
do Governo representada pelos títulos públicos, que são adquiridas diariamente 
especialmente pelas instituições financeiras (overnight), ou seja, com a emissão de 
títulos públicos, o Governo se compromete a pagar, a título de juros, aos 
adquirentes destes, a taxa diária do Sistema Especial de Liquidação e Custódia. 
Sendo assim, a taxa Selic tem lastro nos títulos públicos e é modificada 
diariamente, por meio dessas operações de financiamento. 
A taxa Selic é usada para operações de curtíssimo prazo entre os bancos, que 
ao tomarem recursos emprestados de outros bancos por um dia, oferecem títulos 
públicos como garantia, a fim de reduzir risco e juros na transação. 
Assim, como o risco final da transação é do Governo, pois seus títulos servem 
de lastro para a operação e o prazo é o de apenas um dia (prazo mais curto 
possível), esta taxa acaba servindo de referência para todas as demais taxas de 
juros da economia. No entanto, ressalta-se que muito embora a taxa Selic modifica-
se diariamente de acordo com a overnigth, deve a mesma permear a meta Selic, 
que é estabelecida mensalmente pelo Comitê de Política Monetária do Banco 
Central, dela não se distanciando substancialmente. 
A taxa Selic é a taxa de financiamento no mercado interbancário para 
operações de um dia, ou overnight, que possuem lastro em títulos públicos federais, 
títulos estes que são listados e negociados no Sistema Especial de Liquidação e 
Custódia, ou Selic. 
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6. PRODUTOS FINANCEIROS 
 
São bens de caráter puramente financeiro oferecidos por instituições 
financeiras a pessoas físicas e jurídicas. 
 São exemplos: 
 
• Depósitos a vista e a prazo (CDB e RDB) 
• Letras de câmbio 
• Cobrança e pagamentos de títulos e carnês 
• Desconto de títulos 
• Transferência automática de fundos 
• Commercial Papers 
• Arrecadação de tributos e tarifas públicas 
• Home/Office banking, remote banking, banco virtual 
• Cartão múltiplo (dinheiro de plástico), cartão de crédito, cartão de débito 
• Corporate finance 
• Fundos mútuos de investimento 
• Hot Money 
• Contas garantidas 
• Crédito rotativo 
• Financiamento de capital de giro 
• Vendor finance / compror finance 
• Leasing 
• Financiamento de capital fixo 
• Crédito direto ao consumidor – CDC 
• Crédito rural 
• Caderneta de poupança 
• Financiamento à importação/exportação 
• Repasses de recursos do BNDES – Finame 
• Operações de Factoring 
• Títulos de capitalização 
• Planos de aposentadoria e pensão privados 
• Plano de seguros 
 
 
 
 
 
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Mercado Financeiro Cad. 1 
 
Referências 
 
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 8ª edição. São Paulo: Atlas, 2009. 
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 17ª edição. São 
Paulo: Qualitymark, 2008. 
MELLAGI FILHO, Armando & ISHIKAWA, S. Mercado Financeiro e de Capitais. 2ª 
ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
MERCADOS FINANCEIROS – Apostila 4. Disponível em http://xa.yimg.com/kq 
/groups/18315139/270627642/name/Aula+4.pdf. Acessado em 11/07/2011. 
OLIVEIRA, Marcos Paulo. Curso de Dp-Online. Unip, 2011. 
 
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	Sumário
	1. Os mercados Monetário e Financeiro e suas Relações
	Conceito Econômico de Mercado
	1.1 Mercado financeiro
	1.2 A Moeda
	1.2.1 Oferta de moeda (M)
	1.2.2 Processo de criação de moeda
	1.2.3 Funções do Banco Central
	1.2.4 Criação e destruição de moedas 
	1.2.5 Instrumentos de controle monetário
	1.2.6 A demanda por moeda
	 2. Políticas Econômicas
	2.1 Instrumentos de Política Econômica
	 3. Sistema Financeiro do Brasil
	3.1 Composição do Sistema Financeiro Brasileiro
	4. Mercado Financeiro
	4.1 Segmentação do Mercado Financeiro
	4.1.1 Mercado Monetário
	4.1.2 – Mercado de Crédito
	4.1.3 – Mercado de Capitais
	4.1.4 Mercado de Câmbio
	 5. Juros e Riscos das Instituições Financeiras
	6. Produtos Financeiros
	Referências

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