Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* Adulto, homem, policial, apresentava septicemia estafilocócica e estreptocócica com multiplos abscessos e ostemiomielite com drenagem de pus. Esse policial tinha muitas dores e encontrava-se desesperadamente enfermo. O tratamento com sulfonamida não tinha efeito algum sobre o pus. Penicilina foi administrada com injeções intravenosa a cada três horas. Toda urina do paciente foi coletada; a cada dia, a penicilina excretada foi extraída e reutilizada. Depois de cinco dias, o estado do paciente havia melhorado sensivelmente; sua temperatura já estava normal, já alimentava-se bem, e houve resolução óbvia dos abscessos. Quando o suprimento de penicilina esgotou-se, o quadro deteriorou-se gradualmente, e o homem morreu um mês mais tarde. Perguntas: Descreva o mecanismo de ação antibacteriana dos antibióticos beta-lactâmicos. Descreva os mecanismos de resistência bacteriana para com os antibióticos beta-lactâmicos. Baseado no caso clínico como você caracteriza a farmacocinética das penicilinas? Que sugestão terapêutica atual você adotaria para salvar este paciente? Caso Clínico * Penicilinas, Cefalosporinas e Outros -Lactâmicos Penicilinas Cefalosporinas Carbapenemas Monobactâmicos Inibidores de -Lactamases Anel -Lactâmico CH CH O=C N * Penicilinas, Cefalosporinas e Outros -Lactâmicos Definir os seguintes termos: Anel beta-lactâmico Proteínas de ligação com penilicinas Cadeias de peptidioglicanos Beta-lactamase Transpeptidase Reações de hipersensibilidade * Objetivos I Descrever o mecanismo de ação antibacteriana dos beta-lactâmicos; Caracterizar os mecanismos de resistência bacteriana; Identificar os principais beta-lactâmicos, atividade antibacteriana e usos clínicos; Penicilinas, Cefalosporinas e Outros -Lactâmicos * Objetivos II Identificar as subclasses de penicilinas e cefalosporinas; Listar os principais efeitos colaterais das penicilinas e cefalosporinas; Identificar as características importantes do aztreonam e imipenem. Penicilinas, Cefalosporinas e Outros -Lactâmicos * Estrutura química Penicilinas R-C-NH-CH CH O=C N C CH2 -COOH S B A CH3 CH3 A = Anel tiazolidina B = Anel -lactâmico Penicillium notatum Penicillium chrysogenum 1 6 * Estrutura química Penicilinas R-C-NH-CH CH O=C N C CH2 -COOH S B A CH3 CH3 Amidase Penicilinase Ác. 6-aminopenicilâmico Ác. penicilóico Penicillium chrysogenum 6 6 1 * Modificações na estrutura química: Aumentar a penetração; Diminuir a suscetibilidade à penicilinase; Aumentar a afinidade com proteínas bacterianas (receptores). Penicilinas * Modificações na estrutura química: Penicilinas R-C-NH-CH CH O=C N C CH2 -COOH S B A CH3 CH3 Amidase Ác. 6-aminopenicilâmico Penicillium chrysogenum * R-C-NH-CH CH O=C N C CH2 -COOH S B A CH3 CH3 CH2 Penicilina G CH NH2 Ampicilina CH COOH Carbenicilina Novas Penicilinas (a) (b) (c) * CH NH Ureídopenicilinas Azlocilina Mezlocilina Piperacilina CH COOH Ticarcilina Novas Penicilinas (e) (d) S R-C-NH-CH CH O=C N C CH2 -COOH S B A CH3 CH3 C = O N R * Gram-Positiva Gram-Negativa PBP -lactamase Membrana citoplasmática Peptidio- glicano Ác. Teicóico Porin beta-lactamase O-polissacarídeo Lipídio A Lipoproteína * Penicilinas Bactericida Mecanismos de ações: Inibe a síntese da parede celular bacteriana; Proteínas de ligações com as penicilinas: Penicillin-binding proteins (PBPs) Transpeptidases, carboxipeptidases, endopeptidases e outras. * Penicilinas Mecanismo de Ação L-Alanina D-Glutamina L-Lisina Glicina D-Alanina Nac Mur = ác. n-acetil- murâmico Polímero de glicopeptídio Nac Mur Polímero de glicopeptídio Nac Mur Polímero de glicopeptídio Nac Mur Polímero de glicopeptídio Nac Mur Transpeptidase * Proteínas de Ligações com as Penicilinas Gram-negativo 1 (A, Bs),2 e 3 4, 5 e 6 Gram-positivo 1, 2 (As) e 3 4 Efeito Morte celular Altera forma Morte celular Altera forma Peso Mol. (kDa) 90 - 60 * 49 - 40 + 80 - 60 46 * Transpeptidases e outras + Carboxipeptidases * Mecanismo de Resistência Bacteriana Antibióticos Beta-lactâmicos Penicilinas Cefalosporinas Monobactâmicos Carbapenemas Base genética Cromossomo Cromossomo Plasmídio * e cromossomo Mecanismos Altera ligação com PBPs (PBP-2a) Reduz permeabilidade Beta-lactamase Neu HC Science 257:1064, 1992 * Também no transposon * Classificação das Penicilinas Classificação (a) Penicilinas naturais * Penicilina G benzatina Penicilina G (K+ ou Na+) Penicilina G procaína Penicilina V Atividade Cocos G + Streptococcus spp. Staphylococcus spp. Via de Administração IM IM, IV IM VO * Penicilina G e outras associadas com probenicida. * Classificação das Penicilinas Classificação (b) Penicilinas penicilinase resistente Meticilina Nafcilina Isoxazolil penicilinas Cloxacilina Dicloxacilina Oxacilina (Staficilin: VO e IM) Atividade Cocos G + S. aureus (Penicilinase) Via de Administração IM, IV IM, IV VO * Classificação das Penicilinas Classificação (c) Penicilinas de amplo espectro Ampicilina Amoxicilina Atividade Organismos S. aureus Streptococcus spp. Hemophilus influenzae Proteus mirabilis Via de Administração VO, IM, IV VO * Classificação das Penicilinas Classificação (d) Penicilinas de amplo espectro melhorado Carbenicilina (Ps) Indanilcarbenicilina Ticarcilina (2-4x Ps) Ureídopenicilinas *: Azlocilina (~piperac.; <G -) Mezlocilina (~ticarc.; >Klebs.) Piperacilina (> ticarc. Ps) Atividade Organismos Pseudomonas Enterobacter Proteus spp. Klebsiella e outros G - Via de Admin. IV VO IM, IV IM, IV * Atividade contra anaeróbicos (B. fragilis e Clostridium spp.) * Classificação das Penicilinas Classificação (e) Penicilinas associadas com inibidores de beta-lactamases Amoxicilina + ác. clavulônico Ticarcilina + ác. clavulônico Ampicilina + sulbactam * Piperacilina + Tazobactam Atividade Organismos Staphylococcus aureus e G - Via de Admin. VO IV IV IV * Também cefoperazona + sulbactam : Sulperazom * Farmacocinética das Penicilinas de Amplo Espectro Melhorado * Pico de conc. (mcg/ml) Meia-vida (h) Exc. renal (%) Exc. hepática (%) Sódio (mmol/g) Piperacilina 240 0,9 70 20 - 30 1,85 Mezlocilina 263 0,8 55 20 - 30 1,85 * Posologia: 4 g de 4/4 h. Azlocilina 214 0,8 50 - 70 20 - 30 2,17 Donowitz GR & Mandell GL NEJM 318:490, 1988 * Efeitos Colaterais, Problemas Clínicos e Toxicidade * Tipos de reações Alergia Anticorpo IgE Anafilaxia Urticária (<72 h) Dermatite de contato Gastrintestinal Diarréia Enterocolite Penicilinas Penicilina G Ampicilina Ampicilina Frequência (%) 0,004 - 0,4 4 - 8 2 - 5 < 1 * Todas as reações podem ocorrer com as penicilinas * Formação de antígenos: Penicilinas Penicilinases Antígenos R-C-NH-CH CH O=C N C CH2 -COOH S B A CH3 CH3 OH Proteínas H * Efeitos Colaterais, Problemas Clínicos e Toxicidade * Tipos de reações Hematológica Neutropenia Disfunção plaquetária Hepática Elevação de TGO Renal Nefrite intersticial Penicilinas Penicilina G Carbenicilina e Ticarcilina Oxacilina Nafcilina Carbenicilina Meticilina Frequência (%) 1 - 4 3 1 - 4 1 - 2 * Todas as reações podem ocorrer com as penicilinas * Usos Clínicos das Penicilinas Microorganismo Streptococcus pneumoniae * Streptococcus spp * (grupo B e viridans) Streptococcus pyogenes Stapylococcus aureus * Penicilinas Penicilina Amoxicilina Penicilina G + Aminoglicosídeo Penicilina Amoxilina Nafcilina Oxacilina Doenças Pneumonia Otite, sinusite Endocardite Bacteremia Piodermite Otite, faringite Pneumonia Abscesso, celulite Endocardite Pneumonia * Todas as cepas devem ser examinadas no TSA. * Usos Clínicos das Penicilinas Microorganismo Neisseria meningitidis Treponema pallidum Escherichia coli e outros G - * Penicilinas Penicilina G Penicilina G Ampicilina Ampicilina + Aminoglicosídeo Doenças Meningite Sífilis Infecção urinária outras infecções * Todas as cepas devem ser examinadas no TSA. * Usos Profiláticos das Penicilinas Piodermites recorrentes Febre reumática Sífilis Endocardites em pacientes de risco * Estrutura química Cefalosporinas -C-NH-CH CH O=C N CH2 C S B A A = Anel dihidrotiazina B = Anel -lactâmico Cephalosporium acremonium (Brotzu, 1948) 1 7 COO - R2 R1 * Cefalosporinas Bactericida Mecanismo de ação: Inibe a síntese da parede celular bacteriana; Proteínas de ligações com as penicilinas: Penicillin-binding proteins (PBPs) Transpeptidases, carboxipeptidases, endopeptidases e outras. * Cefalosporinas Mecanismo de Ação L-Alanina D-Glutamina L-Lisina Glicina D-Alanina Nac Mur = ác. n-acetil- murâmico Polímero de glicopeptídio Nac Mur Polímero de glicopeptídio Nac Mur Polímero de glicopeptídio Nac Mur Polímero de glicopeptídio Nac Mur Transpeptidase * Mecanismo de Resistência Bacteriana Antibióticos Beta-lactâmicos Penicilinas Cefalosporinas Monobactâmicos Carbapenemas Base genética Cromossomo Cromossomo Plasmídio * e cromossomo Mecanismos Altera ligação com PBPs (PBP-2a) Reduz permeabilidade Beta-lactamase Neu HC Science 257:1064, 1992 * Também no transposon * Classificação das Cefalosporinas Classificação (1) Primeira geração Cefazolina (Kefazol) Cefalotina (Keflin) Cefalexina (Keflex) Atividade Cocos G + Streptococcus spp. * Staphylococcus spp. ** Via de Administração IM, IV IV VO * Exceto cepas resistentes a penicilina. ** Exceto MRSA * Classificação (2) Segunda geração Cefuroxima (Zinacef) Cefaclor (Ceclor) Cefoxitina (Mefoxin) Cefotetan (Cefotan) Atividade Gram-negativos E. coli, Proteus, H. influenzae, Moraxella catarrhalis B. fragilis Via de Adm. IM, IV VO IM, IV IM, IV Classificação das Cefalosporinas * Classificação (3) Terçeira geração Cefotaxima (Claforan) Ceftriaxona (Rocefin) Ceftazidima (Fortaz) Atividade G - e G + Enterobacteriaceae * ; Serratia; Staph. e Streptococcus P. aeruginosa Via de Adm. IM, IV IM, IV IM, IV * Induz da transcrição cromossomial de beta-lactamases. Classificação das Cefalosporinas * Classificação (4) Quarta geração * Cefepime (Maxcef) Cefpiroma (Cefron) Atividade G - e G + Enterobacteriaceae; Serratia; Staph. e Strep **. P. aeruginosa Via de Adm. IM, IV IV * Mais resistentes as beta-lactamases. ** Exceto cepas resistentes a penicilina e MRSA. Classificação das Cefalosporinas * Farmacocinética das Cefalosporinas de Terçeira Geração Dosagem Pico de conc. (mcg/ml) Meia-vida (h) Conc. no LCF (mc/ml) * Exc. renal (%) Exc. hepática (%) Ceftazidima 2 g, 8/8 h 160 1,8 40 80 0 Ceftriaxona 2 g, 12/12 h 250 8 10 50 40 * Meninges inflamadas. Cefotaxima 2 g, 4/4 h 130 1 44 60 8 Donowitz GR & Mandell GL NEJM 318:490, 1988 * Efeitos Colaterais, Problemas Clínicos e Toxicidade * Tipos de reações Alergia Manchas mácula-papular Gastrintestinal Diarréia (cefoperazona) Enterocolite (C. difficile) Alterações na coagulação Hipoprotrombinemia (grupo MTT +) Frequência (%) 1 -3 1 - 7 raro * Todas as reações podem ocorrer com as cefalosporinas. + MTT = metiltiotetrazole (cefoperazona e cefamandole). Kelkar OS, Li JT.-C. NEJM 345:804, 2001 * Usos Clínicos das Cefalosporinas Microorganismo Streptococcus pneumoniae * (Resistente Pen. G) N. gonorrhoeae * (Produtor de penicilinase) Klebsiella pneumoniae * Cefalosporinas Cefotaxima + Rifampicina Ceftriaxona Cefalosporinas Doenças Endocardite Meningite Gonorréia Pneumonia Infecção urinária * Todas as cepas devem ser examinadas no TSA. * Usos Clínicos das Cefalosporinas Microorganismo Proteus spp. * Salmonella spp. * Serratia * Haemophilus influenzae * Cefalosporinas Cefalosporinas (G3) Ceftriaxona Cefalosporinas (G3) Cefalosporinas (G3) Doenças Infecção urinária e outras Febre tifóide Infecção hospitalar Pneumonia, otite e sinusite * Todas as cepas devem ser examinadas no TSA. * Estrutura química Carbapenemas C CH O=C N C CH2 B A COOH SCH2CH2NHCH=NH HO A = Núcleo com cinco atomos B = Anel beta-lactâmico Streptomyces cattleya H CH3 Imipenema H * Carbapenemas Bactericida Mecanismo de ação Inibe a síntese da parede celular bacteriana Proteínas de ligações com as penicilinas Penicillin-binding proteins (PBP-1 e PBP-2) * Atividade Antibacteriana das Carbapenemas Carbapenemas * Imipenema (Tienam) Meropenema (Meronem) Atividade Gram G + e G - Streptococcus spp. Staphylococcus spp. Neisseria spp. Enterobactereaceae Pseudomonas spp. Acinetobacter Anaeróbios Via de Administração IV IV * Resistente a maioria das beta-lactamases (exceto MRSA e X. maltophilia). * Características e Toxicidade do Imipenema Tipos de reações Alergia Manchas mácula-papular Gastrintestinal Nâuseas e diarréia Enterocolite (C. difficile) Sistema nervoso central Convulsões (Imipenema) Frequência (%) 1 -3 1 - 4 1,5 * Imipenema é sensível a dipeptidase (inib.: cilastatina) renal. * Usos Clínicos das Carbapenemas Microorganismo Gram G + e G - Anaeróbios Carbapenemas * Imipenema Meropenema Imipenema + cilastatina Doenças Infecção urinária Pneumonia Infecções intra-abdominais e ginecológicas Infecções de pele e osso * Especialmente em infecções mistas intra-hospitalares. * Estrutura química Monobactâmicos NH C=O H- C N B SO3H B = Anel beta-lactâmico Chromobacterium violaceum (Syke et al., 1981) R CH3 Aztreonam H * Monobactâmicos Bactericida Mecanismo de ação Inibe a síntese da parede celular bacteriana Proteínas de ligações com as penicilinas Penicillin-binding proteins (PBP-3) * Atividade Antibacteriana dos Monobactâmicos Monobactâmicos * Aztreonam (Azactam) Atividade Gram G - Enterobactereaceae Pseudomonas spp. H. influenzae Gonococci Via de Administração IM, IV * Resistente a maioria das beta-lactamases. * Tipos de reações Hepática Elevação de TGO Monobactâmicos Aztreonam Frequência (%) 2 - 4 * Não apresenta reação de hipersensibilidade cruzada com as penicilinas. Não apresenta alterações hematológicas, renais, gastrintestinais e neurotóxicas. Características e Toxicidade do Aztreonam * * Usos Clínicos do Aztreonam Microorganismo Gram-negativo Monobactâmicos Aztreonam (Azactam) Doenças Infecção urinária Pneumonia Infecções intra-abdominais, ginecológicas, e infecções de pele
Compartilhar