Buscar

SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA, Claudia Albagli, Resumo, Prova I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA
SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA JURÍDICA – Apesar da sociedade já ser observada, o estudo da sociedade só se tornou uma ciência no século XIX , devido a nomes como Durkheim , Weber e Marx , originando e dando base ao conceito e consolidação das Ciências Humanas.
A SOCIOLOGIA JURÍDICA – É um campo da ciência social que surgiu no começo do século XX , pelas obras de Carlos Nardi-Greco (“Sociologia do Direito” 1907) e de Eugen Ehrlich (“Direito como relações vivas na sociedade), onde Ehrlich se opôs ao Positivismo Jurídico, discordando do fato de que o Direito é tratado como uma norma , inaugurando a ideia de que o social determina o Direito, enquanto o Positivismo cria que era o Direito que determinava a sociedade.
OBS: A visão atual é de uma relação cíclica entre Sociedade e Direito , pois o Direito determina a sociedade , e a sociedade determina o Direito.
	
DOGMÁTICA JURÍDICA X PARADIGMA SÓCIO-JURÍDICO
MONISMO X PLURALISMO – Enquanto os monistas creem que as normas são produzidas apenas pelo Estado, os pluralistas acreditam que não só o Estado , mas também a sociedade pode produzir normas , contanto que tenham validade (Ex: Estatuto de condomínios) , apesar de existirem algumas normas fora do controle do Estado , como as regras do MST.
PRÁTICA TÉCNICO-FORMAL X PRÁTICA EMPIRICAMENTE INSERIDO – Tradicionalmente , o Direito usa da prática técnico-formal, usando da formalidade tanto na forma de se comportar e agir , quanto na de falar, escrever, uso do vocabulário jurídico e até mesmo na forma de elaborar uma petição. Já a prática empiricamente inserido consiste na ideia de que o jurista deve se inserir na sociedade , para poder ter melhor noção da sociedade que o circunda, tornando o Direito mais eficaz ao fazer parte da realidade social.
COMPLETUDE LÓGICO-FORMA/SEGURANÇA JURÍDICA X CONTRIBUIÇÃO AO SIGNIFICADO DE JUSTIÇA – A dogmática jurídica acredita que ordenamento jurídico é completo, não havendo a existência de lacunas jurídicas e , por consequência , a completude do Direito dá uma maior sensação de segurança jurídica. Tal ideia pode gerar uma insegurança jurídica no ordenamento quando houver uma eventual lacuna,
 Já a sociologia jurídica crê que o ordenamento é incompleto, porém completável , agindo com uma abertura zetética , buscando pela realização da justiça de fato (desconstrução dos dogmas para fazer o mais justo).
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA X SOCIOLÓGICA – A dogmática jurídica se utiliza da interpretação sistemática , não analisando a norma isoladamente, mas sim como parte do Ordenamento Jurídico. Já a sociologia jurídica tente interpretar a norma de uma forma mais aberta e seguindo o pensamento da sociedade.
EMILE DURKHEIM – Influenciado pelo positivismo de Conte e por momentos históricos que aconteceram na França como: A Revolução Francesa , pois foi quando houve o nascimento do Estado Moderno e mudanças nos âmbitos sociais e econômicos com a criação de novas classes; A Revolução Industrial , devido ao surgimento das indústrias , dos operários e de novos meios de produção; e a Lei do Progresso, onde na Europa Pós-Revolução existia uma ideia de que o destino da sociedade era o progresso, a sociedade estava fadada a se desenvolver, servindo de justificativa para as navegações , explorações e colonizações.
 Durkheim cria regras e fundamenta o estudo das Ciências Sociais (Métodos), tendo como objetivo de estudo o fato social.
FATO SOCIAL – É a síntese de comportamentos da sociedade, não momentos individualizados. São suas características:
-Exterioridade: Não depende da individualidade , exterior ao indivíduo.
-Coercitividade: Indivíduo é forçado a se adaptar ao fato social.
-Generalidade: Alcança todo e qualquer indivíduo.
 Durkheim divide os fatos sociais entre maneiras de ser e maneiras de agir. As maneiras de ser são fatos sociais mais consolidados como a língua portuguesa e o Direito. Já as maneiras de agir são fatos sociais menos consolidados como a moda , pois sua essência se altera com maior facilidade.
REPRESENTAÇÃO COLETIVA – É a forma da sociedade de ver a si própria, mantendo assim aspectos culturais de certa sociedade, criando a tradição , como por exemplo: festas populares, folclore, danças, comidas típicas, símbolos. É tudo aquilo que é o acúmulo de conhecimentos transmitidos de geração à geração.
VALORES – São a consequência de Fatos Sociais mais consolidados e mais difíceis de serem superados , que geram valores positivos/negativos, sendo fontes na sociedade. Exemplos são os valores religiosos e da família, que apesar de serem bastante consolidados são passíveis de superação.
CONSCIÊNCIA COMUM/COLETIVA – É chamado por Durkheim de solidariedade mecânica , é a repetição de comportamentos semelhantes , sendo um fenômeno típico de sociedades primitivas ou bastante homogeneizadas (Ex Amish , tribos indígenas isoladas). É o conjunto de crenças e comportamentos comuns aos indivíduos de dada sociedade. A solidariedade mecânica não admite comportamentos distintos e se relaciona ao Direito Penal (Efeito repressivo/punitivo)
CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL – Chamada por Durkheim de solidariedade orgânica, é a diferença de comportamentos e pensamentos , um precisa do outro , por exercerem diferentes funções sociais/especializações (“cada órgão tem a sua função no corpo humano”). Tal fenômeno é característico de sociedades complexas e gera o surgimento da personalidade. A solidariedade orgânica se relaciona ao Direito Contratual (Efeito reparatório) , tem a capacidade de congregar diferenças.
OBS: Ambas consciências são separadas pela divisão social do trabalho.
Sociedade complexas = sociedade organizada = divisão de tarefas = individualismo em excesso = ANOMIA.
ANOMIA – Ausência de normas/leis. Possui 3 aplicações atuais:
-Ineficácia da norma: Quando a norma não produz o efeito necessário, causando um desregramento social.
-A ausência do Estado: (Ex: Favelas) Maior crime organizado, tomando o lugar do Estado, causando uma desordem social (greve da polícia gera o caos).
-Multiculturalismo: É a anomia com efeito positivo, fruto do encontro de culturas , que contemplam diferenças , sendo o caminho para a convivência de diferenças , simbolizando o rompimento com a estrutura jurídica rígida vigente.
MAX WEBER - Foi um sociólogo alemão , formado em Direito, que se interessava em diversos campos de conhecimento, praticando a inter-relação das áreas como economia, direito, história e a ciência social.
 Investiga fenômenos sociológicos a partir de uma perspectiva histórica, acreditando que o fato social é interior ao indivíduo , diferentemente de Durkheim. Se distinguiu de Durkheim também pelo fato de que Weber não acreditava em regras (métodos) para estudar o processo sociológico (a sociologia não será aplicada à todo e qualquer fato social), ou seja o cientista não conseguia alcançar a totalidade do fato social, apenas uma fração do mesmo.
 Weber vê a sociedade moderna como uma sociedade que tende a racionalizar processos, pois para ele a sociedade tinha a necessidade de dar aos processos sociais um contorno mais objetivo, racionalizado.
REFERENCIAIS TEÓRICOS – Se inspirou em nomes como Dilthey , que se aprofundava mais na área da hermenêutica com o método compreensivo , onde o modo de interpretação do mundo era através de um esforço interpretativo do passado até o presente. Weber se utilizou desse método para explicar os fatos sociais existentes na sociedade, passando a dar muito valor à tradição. Outro ator foi o francês Rickert , que falava sobre a sociologia da realidade, ou seja , o sociólogo sempre busca estudar e compreender o que é próximo de sua realidade, embalsando a ideia do pensamento weberiano que o cientista social estudava apenas um fragmento do fato social , admitindo também que através da sociologia da realidade havia uma valoração do objeto de estudo.
TIPO IDEAL – É uma definição para essa percepção de Weber de que o cientista social não alcança a totalidade da sociedade. Um exemplo de tipos ideais são a economia,a religião e o direito, pois apesar de diferirem em diversos aspectos dependendo das sociedades (Catolicismo x Judaísmo, Economia Inglesa x Brasileira , Direito Romano x Direito Americano), elas tem alguns fatores em comuns(rituais, forma de adoração, símbolos, moedas, circulação de riquezas , ordenamento social, etc.) que permitem induzir elementos que servem para a caracterização de um tipo ideal, para assim poder se aprofundar de forma mais específica do fato social próximo a si (indução-realidade).
 O tipo ideal pode ser caracterizado como:
-Utópico: Não se caracteriza em nenhuma sociedade específica.
-Unilateralidade: Pois para elaborarmos o tipo ideal , recortamos diversos aspectos e elementos em comum de diferentes sociedades e realidades específicas
-Racionalidade: É um recurso para estudar o fato social e diferentes realidades , ao relacionar elementos tão distintos, tornando possível a objetivação de estudo.
DOMINAÇÃO LEGÍTIMA – É toda forma de dominação em que o dominado não se percebe em relação de domínio , ou seja, o dominado assume tal relação de domínio como se fosse sua forma de comportamento, que se torna espontânea. A dominação não é necessariamente maléfica , já que faz parte do processo de formação social . É legítima pois embora uma forma de dominação , o dominado absorve um comportamento sem ver o mesmo como uma forma de domínio.
-Tradicional: Típica das relações familiares, pois você age, se comporta e/ou pensa de forma similar à seus ascendentes (pai, mãe, avôs), sendo algo passado de geração à geração , sem que isso seja percebido.
-Carismática: Forma de dominação onde o indivíduo segue um líder político , religioso , por admirá-lo ou se identificar com seus ideais, seguindo-o sem perceber a influência que tal líder exerce sobre os indivíduos (Ex: O Papa , Getúlio Vargas). Gera um sentimento de valoração e uma relação de adoração.
-Racional-Legal: É a forma de dominação típica do Estado, pois é o exercício do domínio através das leis, que ditam comportamentos e normas que são acatados pelos indivíduos sem que seja observada a relação de dominação. Weber considera a Dominação Racional-Legal como a forma de dominação da sociedade moderna, pois racionaliza e objetiva a sociedade.
 O PAPEL DA BUROCRACIA - Weber vê a burocracia como um instrumento necessário ao Estado. Burocracia no sentido weberiano é uma forma de sepultar o sistema de benefícios que o Estado dava aos mais poderosos nos regimes antigos, (Weber veio de um período logo após o fim das monarquias, onde havia no Estado uma forte pessoalidade, tendo assim a necessidade de dar ao Estado Moderno uma feição racional) ou seja, a burocracia assegurava a impessoalidade do Estado , o estabelecimento de uma nova estrutura ao Estado; as regras, o que deixava bem claro os direitos e deveres do cidadão, como se dirigir; e as competências funcionais, que determinavam funções específicas para os setores do Estado, dando ao indivíduo instruções à quem se dirigir.
ORDENS ECONÔMICAS E ORDENS JURÍDICAS – Weber buscava entender quais as questões que originaram a economia capitalista. Assim ele percebeu que havia uma relação entre a economia e o Estado (relação de causa e efeito) , ou seja , quanto mais o Estado usou a forma de dominação racional-legal , mais ele propiciou e consolidou a forma de consolidação do sistema capitalista na economia. Weber percebe que a economia necessita para seu funcionamento a existência de mecanismos que assegurem as relações econômicas ( O Direito , instrumentos jurídicos como o contrato). Direito , Economia e Estado estão numa relação de interferência recíproca (Direito-Economia , Economia-Estado , Estado-Direito).
 Podemos concluir então que o Direito é um instrumento necessário para a Economia assim como a Economia é um instrumento necessário para o Direito.
KARL MARX (1818-1883) - Alemão , formado em Direito, entra para o Doutorado em Filosofia e, em consequência tenta , sem sucesso, se tornar professor da universidade de sua cidade, por fazer parte de um grupo que seguia os ideais críticos de Hegel, a “Esquerda Hegeliana”. Ao começar a trabalhar em um jornal, conhece Engels , que se torna seu grande e maior parceiro nas suas obras, onde devido ao tom crítico de suas obras de análise econômica e crítica ao sistema capitalista durante a Revolução Industrial ,foi expulso de vários países , se estabelecendo por fim na Inglaterra.
 Seu pensamento fundamentou a atual esquerda política, servindo de inspiração para diversos regimes e ideologias de esquerda que aconteceram no Século XX.
MÉTODO DO MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO – É o método marxista para a sociologia, se inspirando bastante em Hegel e Feuerbach. Hegel era a principal tendência filosófica quando Marx estava na faculdade, porém manteve alguma de suas ideias e opiniões. Hegel estudava bastante o processo do conhecimento , fundamentado através da relação entre consciência e experiência, onde a frase “tudo que é real é racional e tudo que é racional é real” define o seu pensamento.
 Marx se utilizou desse processo , substituindo consciência e experiência por homem e natureza, sendo o trabalho a atividade de produção responsável por modificar a sociedade, onde o homem ao entrar em contato com a natureza, se utilizaria do trabalho para modificá-la ou transformá-la.
 O Materialismo Marxista é Dialético uma vez que considera os fenômenos materiais processos possíveis de mudança. A consciência, não é conseqüência passiva da ação da matéria, por isso pode reagir sobre aquilo que a determina. O conhecimento liberta o homem por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária de mudança.
 O Materialismo Histórico é a explicação da História por fatores Materiais, ou seja, Econômicos, Sociais e Técnicos. Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar das idéias, estão os fatos materiais. No lugar dos heróis está a luta de classes. 
 A inspiração em Feuerbach se deu através da obra “A Essência do Cristianismo” , onde o mesmo afirmava que a religião era nada mais do que uma grande invenção/criação do homem (Deus é uma fuga do homem das realidades ao seu entorno , sendo uma forma de alienação), criticando assim a filosofia idealista, posteriormente utilizada por Hegel , dando como solução a contemplação à natureza.
 Marx critica bastante a religião (“A religião é o ópio do povo”) , assim como Feuerbach, porém expande o termo de alienação para as relações sociais e de trabalho, afirmando que o mercado é uma forma de alienação, pois ele destorce a nossa realidade e passamos ser explorados nas relações de trabalho. Ao desenvolver o conceito de Alienação, Marx rejeita as explicações comuns que aparecem em toda a história da Filosofia, ora com contornos Religiosos, ora Metafísicos ou Morais. 
 A elas opõe a análise das condições reais do trabalho humano e descobre que a Alienação tem origem na vida econômica: quando o operário vende no mercado a força de trabalho, o produto que resulta do seu esforço não mais lhe pertence e adquire existência independente dele. Com o aceleramento da produção, provocado pela crescente mecanização do trabalho (linha de montagem), o operário executa cada vez mais apenas uma parte do produto (trabalho parcelado) e o ritmo do trabalho é dado exteriormente e não obedece ao próprio ritmo natural do seu corpo. 
 Se o produto do trabalho não é fruto de sua vontade, do seu controle, o produtor não se reconhece no que produz. O produto surge como um poder separado do produtor, como realidade soberana e tirânica que o domina e ameaça.
 CRÍTICAS AO DIREITO BURGUÊS – Marx , apesar de nunca ter dedicado uma de suas obras exclusivamente ao Direito, criticou em diversas ocasiões o chamado “Direito Burguês” ,pois o mesmo era um instrumento criado pelas elites, de manutenção das classes dominantes , ou seja, o Direito é feito pelo burguês, para o burguês, sendo uma crítica debatida até hoje.O segundo ponto de crítica de Marx ao Direito, é relacionado à propriedade privada, objeto que é negado por Marx na sua linha de pensamento (Fim da propriedade privada, dando lugar a estatização das propriedades, onde as mesmas passariam a pertencer ao Estado, sendo um caminho para o fim da propriedade privada, dando início ao comunismo). 
 A terceira crítica de Marx sobre o Direito é em relação à Declaração Francesa dos direitos do Homem e do Cidadão de 1793, que é um documento que enuncia os lemas da Revolução Francesa e serviu de base para o mundo inteiro em diversas áreas do Direito. Marx critica o próprio título da Declaração , pois mostrava o quanto a sociedade francesa era dividida (Homem diferente de Cidadão) , onde para Marx o Direito dos Homens eram os direitos particularizados , de usufruto individual, sendo bastante extensa e específica, de acordo com Marx, uma parte destinada exclusivamente à burgeusia (liberdade individual, propriedade privada, segurança), enquanto os Direitos do Cidadão, que tratam da comunidade em si, tem menor extensão e especificidade. 
 Outra área criticada por Marx foi o lema “Liberdade, Fraternidade e Igualdade” , pois a liberdade era protegida de forma “ilimitada”, interferindo na liberdade do outro; a igualdade garante apenas a igualdade formal , perante a lei e a fraternidade só garantiria a resolução de conflitos e segurança a apenas uma parcela da sociedade. 
 Para Marx a saída para romper com o Direito que produz essa lógica social é através da emancipação humana, com lutas, protestos, tendo uma diferença pequena da emancipação política (autonomia do homem na dimensão política), pois a emancipação humana é uma luta para que o indivíduo consiga alcançar plena autonomia e liberdade de escolha, sem ter sua vida determinada pelo sistema capitalista (escolha de emprego, amizades, vida pessoal, consumo , etc).
MARXISMO ANALÍTICO – O Marxismo serviu de inspiração para vários regimes socialistas e líderes ao redor do mundo , como Lênin e Trotski , que duraram por mais da metade do Século XX, mas tiveram um caráter ditatorial , pois apesar de ter havido uma revolução do proletário através da força/violência (Revolução Bolchevique de 1917), o Estado acabou se tornando autoritário demais , principalmente na União Soviética, levemente deturpando o ideal de Marx.
 O Marxismo Analítico surge no final dos anos 70 , com a crise desse modelo original do socialismo , já que o governo soviético tinha estatizado todas as propriedades , ficando hipertrofiado e sobrecarregado , devido aos ganhos territoriais durante esse período, deixando o povo escravo do trabalho , passando por uma crise social e econômica, onde vários pensadores marxistas formaram a Escola do Marxismo Analítico (O Grupo de Setembro) alegando que o sistema soviético fracassou , pois utilizaram a ideologia de Marx do Século XIX em meados do Século XX, tendo como solução adequar o pensamento de Marx ao mundo atual e trazer soluções práticas para o regime soviético a partir do pensamento Marxista.
 Uma das críticas que os indivíduos fora do regime faziam , era de que não havia em Marx uma noção de justiça, ou seja, o regime da União Soviética conseguia ser pior do que os regimes totalitários. Os pensadores do Marxismo Analítico defendiam que Marx tinha como ideia de justiça a autorregulação e autorrealização , ou seja, para Marx, submeter o sujeito a certas atividades para que sua sobrevivência seja garantida é algo injusto, e deve ser o Estado que precisa dar insistência ao indivíduo para que o mesmo alcance suas potencialidades.
-Soluções Propostas: A Renda Mínima Universal , é uma renda cedida pelo governo para que o mesmo possa garantir a subsistência (alimentação, medicamentos, saúde , etc) das camadas mais pobres da sociedade russa, camadas que compunham mais de 70% da população da URSS.
O Socialismo de Mercado , foi uma tentativa de saída intermediária da crise, não abandonando o socialismo, nem abraçando a lógica capitalista, ao abrir o mercado soviético para algumas empresas do mercado externo, para esquentar a economia soviética, atenuando a crise. A primeira alternativa , que foi falha, faria com que o Estado fosse detentor e produtor de toda a matéria-prima enquanto a iniciativa privada teria a função de comprar a matéria-prima do Estado e produzir e vender o produto final, falhando pois as empresas não conseguiram lucrar devido a insuficiência do Estado de produzir o número necessário de matéria-prima.
 A segunda alternativa foi delegar todo o sistema de produção às empresas privadas, porém o Estado determinaria quais cooperativas iriam trabalhar e controlava quais trabalhadores iriam atuar. Tal alternativa teve sucesso , fez a economia esquentar e melhorou o quadro econômico e social da URSS.
CONTROLE SOCIAL E DIREITO – É todo e qualquer mecanismo tendente a trabalhar e/ou modificar o comportamento e ações dos indivíduos para viver em sociedade, sendo o Direito um desses mecanismos de controle social, trabalhando juntamente com outros mecanismos.
CONTROLE SOCIAL PRIMÁRIO - São os primeiros mecanismos que afetam a vida do indivíduo. Ocorrem nas primeiras instâncias de controle social, que é a Família , onde modelamos nosso comportamento e moldamos nossas ações e pensamentos para passarmos a viver em sociedade.
OBS: O Estado não tem a função de exercer o controle social primário. Ele apenas encaminha a criança (órfã) para um Conselho Tutelar ou órgão similar para que a mesma seja adotada e reinserida no ambiente familiar, ou seja, o Estado apenas pratica um processo de transição.
CONTROLE SOCIAL SECUNDÁRIO – É o controle social exercido por instituições sociais , como as Escolas , a Igreja e alguns Clubes, socialização secundária, esta também é um processo de aprendizagem mas, tal como o nome indica, é secundária. Isto significa que sofremos este processo quando nos deparamos com novas e diversas situações ao longo da vida e temos de nos adaptar a essas situações.
CONTROLE SOCIAL PELO DIREITO – Também chamado de Controle Social Terciário, é o mecanismo de controle que atua majoritariamente após o processo completo de formação do indivíduo. O Direito é uma forma de controle social pelo fato do mesmo ser institucionalizado, ou seja , Direito é o processo de institucionalização, sendo o filtro estatal , onde a emissão do Estado de uma norma, acaba a tornando norma jurídica; ser interpretado e aplicado pelo Estado, que detém o monopólio da violência legitimada; gozar do uso e aplicação da sanção, ou seja , tanto a função funciona como ameaça (para fazer com que o indivíduo atue de acordo com a norma jurídica) como um instrumento real , que acaba constrangendo o indivíduo.
OBS: A Família não substitui o papel da Escola, e a Escola não substitui o papel da família na formação do indivíduo.

Outros materiais