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Apostila salinização - Professor Nildo dias
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de práticas de recuperação adequadas a tais solos. Prevenção, Manejo e Recuperação dos Solos Afetados por Sais 20 4.2 Identificação por análise de laboratório e suas determinações Diversas medidas de laboratório são usadas para se identificar os solos afetados por sais, sendo as mais importantes o pH da pasta de saturação do solo (pHps), condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes) e a porcentagem de sódio trocável (PST) (Raij, 1991). Para se avaliar o perigo de sodificação do solo, utiliza-se uma outra medida, conhecida por relação de adsorsão de sódio (RAS); no entanto, para recuperação e recomendação de práticas adequadas de manejo desses solos, deve-se realizar uma análise mais completa das propriedades físicas (textura, densidade, constantes hídricas, infiltração e condutividade hidráulica) e químicas (cátions trocáveis, tipo de sais solúveis, teor de carbonato de cálcio, gesso e matéria orgânica). 4.2.1 pH da pasta de saturação do solo O pH de uma solução aquosa é o logaritmo negativo da atividade do íon hidrogênio, podendo ser expresso pela equação: [ ]+−= HpH log (1) em que: =pH Potencial de hidrogênio = +H Produto entre a concentração de íons hidrogênio e o coeficiente de atividade. Assim, quanto menor for a concentração dos íons hidrogênio, maior será o pH; sua determinação também pode ser feita a partir de uma solução aquosa usando-se um potenciômetro, ou colorimetricamente, mediante o uso de indicadores ou fitas de papéis especiais que mudam de cor conforme a atividade do íon hidrogênio. O pH da pasta de saturação do solo é determinado quando o solo se encontra em forma saturada, ou seja, todos os espaços porosos disponíveis são ocupados pela água destilada; na análise de rotina, sua determinação é feita na suspensão 1:2,5 e, normalmente, esses valores são ligeiramente maiores que os da pasta saturada, quando o solo apresenta caráter salino. Prevenção, Manejo e Recuperação dos Solos Afetados por Sais 21 O pH do solo é influenciado pela composição e natureza dos cátions trocáveis, composição e concentração de sais solúveis e a presença ou ausência do gesso e carbonato de cálcio e magnésio. Ele serve para indicar a possibilidade de ocorrência de íons tóxicos de alumínio, ferro e manganês no solo, como também o aumento ou a diminuição da disponibilidade de nutrientes para as plantas. 4.2.2 Condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes) do solo A condutividade elétrica do extrato de saturação (CEes) do solo expressa a concentração total de sais solúveis no solo, pelo fato de estar intimamente relacionada com a concentração total de eletrólitos dissolvidos na solução. A CEes é afetada pela temperatura da amostra, mobilidade, valência e concentração relativa dos íons contidos na solução (Rhoades, 1994). A temperatura padrão para medição da CEes é 25º C e sua unidade de medida é dada em milimho por centímetro (mmho cm-1) ou em deciSiemens por metro (dS m-1) ambas numericamente equivalentes. A concentração total de sais solúveis no solo também pode ser expressa em total de sólidos dissolvidos (TSD), porém o uso da CEes é preferível, pois a concentração de sais varia inversamente com o teor de umidade do solo. Por exemplo, 0,1 % de sais solúveis para um solo de textura argilosa, com capacidade de campo igual a 30 %, corresponde a uma concentração efetiva na solução do solo de 0,33 %, enquanto para um solo de textura arenosa, com capacidade de campo igual a 10 %, esta concentração será 3 vezes maior (1 %). Essa diferença devido à textura do solo desaparece quando se expressa a concentração total de sais em termos de CEes. A Figura 6 ilustra a relação entre a condutividade elétrica e a concentração de diferentes tipos de sais encontrados em solos salinos, observa-se que, para uma concentração de 100 mmolc L-1, se na solução prevalecer o sulfato de magnésio, a CE será aproximadamente 6 dS m-1 e, se na solução predominarem íons de cloretos, a CE se aproximará de 10 dS m-1. A concentração de sais em função da condutividade elétrica do extrato de saturação de várias amostras de solos afetados por sais do Oeste dos Estados Unidos, é apresentada na Figura 7. Algumas relações para se estimar os totais de sais dissolvidos, baseados nas funções apresentadas nessas figuras, são descritas a seguir: Prevenção, Manejo e Recuperação dos Solos Afetados por Sais 22 - Para a CE < 5 dS m-1 ; ( ) ×= −1640 mdSCEppmTSD (2) ( ) ×= −− 111 10 mdSCELmmolTSD c * (3) - Para a CE > 5 dS m-1; ( ) ×= −1800 mdSCEppmTSD (4) Figura 6 Relação entre a concentração de sais e a condutividade elétrica de alguns sais (Richards, 1954) * mmolc L-1 = meq L-1 Condutividade Elétrica – dS m-1 Co n ce n tr aç ão – m m o l c L- 1 Prevenção, Manejo e Recuperação dos Solos Afetados por Sais 23 Figura 7 Relação entre a concentração de sais e a condutividade elétrica do extrato de saturação do solo (Richards, 1954) A CE de um solo pode ser determinada no extrato de saturação de solo ou em uma suspensão mais diluída. O preparo da pasta de saturação consiste na agitação, com uma espátula, da amostra de solo durante a adição gradual de água destilada, até que a mesma apresente as características desejadas, como superfície brilhosa, movimento lento em posição inclinada e fácil deslizamento sobre a espátula. Após o preparo da pasta de saturação deixar a amostra em repouso por 8-10 horas, retira-se o extrato por sucção ou, aplicando-se pressão, determina-se a CEes por meio de um medidor de condutividade; em seguida, anota-se a temperatura do extrato e, caso seja necessário, o valor da CE será Co n ce n tr aç ão – m eq L- 1 Condutividade Elétrica – dS m-1 Prevenção, Manejo e Recuperação dos Solos Afetados por Sais 24 convertido para a temperatura padrão de 25 ºC, multiplicando-o por um fator de correção encontrado em tabelas, gráficos ou por extrapolação. O fator de correção em função da temperatura observada é fornecido na Figura 8. A conversão da CEes é dada pela seguinte expressão: )()º25( tCEftCCE eses ×= (5) em que: =)º25( CCEes CEes convertido para temperatura padrão (25 ºC) =ft Fator de correção da temperatura =)(tCEes Temperatura em que se mediu a CEes Figura 8 Fator de correção para obtenção da CE a 25º C, em função da temperatura observada (Adaptado a partir dos dados originais de Richards, 1954) Caso o volume de extrato coletado seja pequeno, o mesmo poderá ser diluído em água destilada e a leitura da CE obtida deverá ser multiplicada pelo fator de diluição. A CE também poderá ser estimada