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Plano 06 3 ano ARQUICAO DE FALSIDADE E PROVA TESTEMUNHAL (2)

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FACULDADE DE DIREITO DE JAÚ
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PLANO DE AULA Nº 06
3º ANO
Prova Documental
Aspectos Preliminares
- Prova documental: toda e qualquer prova vinda ao processo mediante um documento (público ou privado).
- Documento: toda e qualquer representação material que sirva para demonstrar ou preservar um fato acontecido no passado, podendo ser oriundo de um pensamento, de uma imagem, situação, declaração de vontade e etc.
- Instrumento: forma escrita utilizada para registrar uma declaração de vontade (exemplo: instrumento público obrigatório em contratos solenes).
Requerimento específico / Produção documental Da prova – momento de especificação de provas
Art. 364 – Documento Público e sua eficácia
“O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença.”
- Documento público: é público quando confeccionado por algum agente público ou quem as suas vezes faça de acordo com a lei específica.
- A eficácia probatória do documento público: os documentos públicos lavrados na forma da lei e por agente público, fazem prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o agente declara terem ocorrido em sua presença.
Art. 366 – A Substância do ato documento público (outro documento não pode suprir a falta)
“Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.”
- O sistema brasileiro adota o sistema do livre-convencimento motivado, porém esse artigo apresenta um resquício do sistema tarifado, impondo àquele que pretende provar determinado fato que a lei exija que assim seja feito mediante a apresentação do instrumento público. Tal documento, em tese, não poderá nunca ser suprido pela apresentação de outro ou de outra prova. Exemplo: Certidão de casamento para provar a ocorrência das bodas: apenas a certidão, que é pública, provará a realização do casório. Documentos como este são aqueles considerados como indispensáveis à propositura da demanda, pois na sua ausência, o processo nunca conseguirá atingir seu mérito.
Art. 367 – Documento público e incompetência (feito por incompetente não invalida o documento)
“O documento, feito por oficial público incompetente, ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.”
- A eficácia do documento particular é fundada na existência da vontade de realizar uma declaração, mas a eficácia probatória dos documentos particulares cessa quando não tenha sido produzido de forma livre, isto é, sem liberdade ou consciência (coação, erro, dolo).
- O documento público com eficácia de documento particular é aquele feito por agente público incompetente para tanto ou por agente que não tenha observado as formalidades que a lei exige, passando a ter a mesma eficácia probatória que o documento particular, ou seja, prova a declaração do fato ou da constituição do direito, mas não prova a própria ocorrência do fato.
Art. 368 – Declarações em documento particular (presume como verdadeiro)
“As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.”
- Todo documento particular prova que a declaração nele constante foi prestada, de modo que é presumida como verdadeira em relação àqueles que o assinam.
“§ único: Quando, todavia, contiver declaração de ciência, relativa a determinado fato, o documento particular prova a declaração, mas não o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o ônus de provar o fato.”
- O documento particular, diferentemente do documento público, prova somente a declaração nele contida e não o dato ocorrido nele descrito. Com relação ao fato declarado, cabe ao interessado provar a sua veracidade.
- declaração de ciência – prova a declaração, mas não o fato (ônus é de quem assinou).
Art. 369 – Documento reputado autêntico – tabelião
“Reputa-se autêntico o documento, quando o tabelião reconhecer a firma do signatário, declarando que foi aposta em sua presença.”
- Um documento particular autenticado não se transforma em um documento público. O reconhecimento de firma por oficial apenas permite reputar como autêntico o documento, mas não que o fato nele declarado ocorreu.
Art. 372 – Alegação de falsidade – prazo art. 390 (10 dias – arguição de falsidade)
“Compete à parte, contra quem foi produzido documento particular, alegar no prazo estabelecido no art. 390, se lhe admite ou não a autenticidade da assinatura e a veracidade do contexto; presumindo-se, com o silêncio, que o tem por verdadeiro.”
- Presunção de veracidade do documento juntado: o documento particular, quando juntado aos autos, é presumidamente verdadeiro quanto à sua assinatura ou quanto ao contexto. Porém, a parte contra quem ele foi produzido tem o direito de contestar tal presunção no prazo de 10 dias. Caso não o faça, presumir-se-á o silencio como aceite da veracidade do documento.
§ único: “Cessa, todavia, a eficácia da admissão expressa ou tácita, se o documento houver sido obtido por erro, dolo ou coação.
- Impossibilidade de presunção de veracidade do documento particular: o documento particular não poderá ser presumido como verdadeiro, mesmo que a parte contrária não se manifeste, quando ele não tiver sido produzido por manifestação livre de vícios da vontade (erro, dolo e coação).
Art. 376 – as cartas e registros domésticos (provas contra ela mesma)
“As cartas, bem como os registros domésticos, provam contra quem os escreveu quando:
I – enunciam o recebimento de um crédito;
II – contém anotação, que visa a suprir a falta de título em favor de quem é apontado como credor;
III – expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija determinada prova.”
- Cartas e registros domésticos também são considerados como documentos particulares. Eles podem fazer prova contra quem os escreveu, muito embora não tenham sido confeccionados com esse intuito. Nesse rol, podem-se incluir as fotografias que eventualmente contenham anotações em seus versos. De qualquer forma, o juiz será livre para valorá-los como bem entender, fundamentando sua decisão.
Art. 377 – notas escritas pelo credor em parte do documento
“A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.”
§ único: “Aplica-se esta regra tanto para o documento, que o credor conservar em seu poder, como para aquele que se achar em poder do devedor.”
- eventuais anotações feitas pelo credor em documento representativo de obrigação favorecem o obrigado, não importando se este documento está em posse do credor ou do devedor.
Art. 378 – os livros comerciais provam...
“Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.” 
- Presunção em desfavor do comerciante e inversão do ônus da prova. Os livros comerciais são presumidamente desfavoráveis ao comerciante que sejam considerados os seus autores. Dessa forma, cabe ao comerciante provar que as anotações não são verdadeiras, em exata hipótese especifica de inversão do ônus da prova.
Art. 379 
“Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes.”
- Presunção em favor do comerciante: ao contrário do art. 378, quando o litigio se der entre comerciantes, o livro comercial poderá ser utilizado como prova favorável ao seu autor.
Art. 380 – Escrituração contábil é indivisível
“A escrituração contábil é indivisível: se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto como unidade.”
- Indivisibilidade da escrituração contábil: assim como qualqueroutro documento particular, a escrituração contábil é indivisível, não podendo considerar apenas parte dos lançamentos que sejam favoráveis ao autor do documento e desconsiderar os contrários. O documento deve ser considerado como um todo.
Art. 382 – O juiz pode, de oficio, ordenar a parte a exibição.
“O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do arquivo: na liquidação de sociedade; na sucessão por morte de sócio; quando e como determinar a lei.”
- Não é só o juiz que é destinatário das provas, pois as partes também são e tem todo o interesse na produção das provas que sejam favoráveis aos seus interesses sob pena de perderem o litigio por não terem provado tal ou qual fato. Desse modo, elas tem o direito de requerer ao juiz que ordene que a parte contrária exiba integralmente os livros comerciais ou documentos de arquivos. Trata-se de norma albergada pelo dever de colaboração dos sujeitos do processo.
“O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.
- O juiz possui poderes instrutórios, ele é o representante do Estado e atua na busca de uma solução justa e efetiva, além de ser um dos destinatários da prova, ele tem poderes para determinar a produção daquelas provas que achar necessárias ao deslinde do feito. Nesse sentido, ele tem o poder de determinar de ofício a exibição parcial dos livros e documentos que repute necessários para o julgamento da causa, extraindo deles aquilo que lhe for útil ao litigio. 
*Art. 386 – O juiz apreciará livremente
“O juiz apreciará livremente a fé que deva merecer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento.”
- Limpidez do documento: Caso o documento contenha emendas, espaços em branco, rasuras ou qualquer tipo de marcação gráfica que comprometa a limpidez do documento, sua eficácia probatória poderá ser comprometida. De qualquer forma, caberá, como sempre, ao juiz a análise da sua força probante, visto não existir hierarquia entre as provas e o juiz poder apreciá-las livremente (principio do livre-convencimento motivado).
Art. 387
“Cessa a fé do documento, público ou particular, sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade.”
§ único: A falsidade consiste em: formar documento não verdadeiro; alterar documento verdadeiro.
- Declaração de falsidade documental: caso seja declarada judicialmente a falsidade do documento, seja ele público ou privado, mediante processo incidental próprio, cessará sua respectiva fé, não podendo o juiz considera-lo em seu julgamento.
- Falsidade do documento: O documento será falso quando for confeccionado um novo documento que não seja verdadeiro (falsidade ideológica) ou quando for alterado o documento originalmente tido por verdadeiro (falsidade material).
Art. 388
“Cessa a fé do documento particular quando: lhe for contestada a assinatura e enquanto não se lhe comprovar a veracidade; assinado em branco, for abusivamente preenchido.”
§ único: Dar-se-á abuso quando aquele, que recebeu documento assinado, com texto não escrito no todo ou em parte, o formar ou completar, por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário. 
- Falsidade ideológica: o documento particular será falso ideologicamente quando houver uma deturpação dele consistente na introdução de afirmação que não tenham sido feitas pelo seu autor ideológico deturpação (alteração ou omissão) de afirmação feita pelo autor ideológico.
Art. 389
“Incumbe o ônus da prova quando: se tratar de falsidade de documento, à parte que a arguir; se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento.”
- O ônus da prova na arguição de falsidade: o ônus da prova, na arguição de falsidade documental, cabe à parte que assim a arguiu, enquanto na contestação de assinatura o ônus cabe àquele que produziu o documento.
Arguição de Falsidade 
Art. 390 - a arguição de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição processual; prazo que deve suscitá-lo e a quem a produção do documento é incumbida.
“O incidente de arguição de falsidade documental tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição, incumbindo à parte, contra quem foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação ou no prazo de 10 dias, contados da intimação da sua juntada aos autos.”
- Processo incidente de arguição de falsidade documental: A arguição de falsidade documental é um verdadeiro processo incidental, no qual a parte interessada vida a expurgar do processo uma prova falsa. A declaração é dada por sentença e trata-se da única hipótese cabível no ordenamento jurídico brasileiro de declaração de fato.
- Momento da arguição: A arguição de falsidade documental pode se dar em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde que seja feita em até 10 dias da data da ciência da juntada do documento impugnado.
Art. 391 - uma vez que o documento for oferecido antes de encerrada à instrução, a parte o arguirá de falso, em petição dirigida ao juiz da causa, expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.
“Quando o documento for oferecido antes de encerrada a instrução, a parte o arguirá de falso, em petição dirigida ao juiz da causa, expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado”
- Ao alegar a falsidade de um documento, a parte deve fazê-lo mediante petição dirigida ao próprio processo e juízo da causa, expondo de maneira fundamentada as razões de seu inconformismo e indicando os meios de prova que pretende utilizar para provar suas alegações. A arguição será decidida nos mesmos autos, devendo ser suspenso o processo até decisão final do incidente.
O Art. 392 trata a respeito do prazo que terá a parte que produziu o documento para responder ao juiz e a determinação de exame pericial.
“Intimada a parte, que produziu o documento, a responder no prazo de 10 dias, o juiz ordenará o exame pericial.”
§ único – não se procederá o exame pericial, se a parte, que produziu o documento, concordar em retirá-lo e a parte contrária não se opuser ao desentranhamento.
- Apresentado o incidente de falsidade, a parte contrária será intimada a respondê-lo dentro do prazo de 10 dias. Após a defesa, havendo necessidade, o juiz deverá iniciar a fase instrutória, principalmente com a realização da prova pericial.
- Caso a parte contraria que introduziu no processo o suposto documento falso concorde com a sua retirada e aquele que arguiu o incidente de falsidade não se opuser, o documento deve ser desentranhado. Caso não haja concordância quanto ao desentranhamento, mas havendo aquiescência da parte que produziu supostamente o documento falso, assim ele será considerado, pois não haverá presunção de veracidade das alegações da parte contra quem o documento supostamente falso foi produzido.
 Já o Art. 393 dispõe sobre a forma que o processo correrá após o encerramento da instrução.
“Depois de encerrada a instrução, o incidente de falsidade correrá em apenso aos autos principais.”
- Quando o incidente de falsidade for apresentado após o encerramento da instrução, ele será autuado em apenso aos autos do processo principal.
O Art. 394 diz o que ocorre com o processo principal assim que o incidente de falsidade for suscitado.
“Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspenderá o processo principal.”
- Assim que suscitada a arguição de falsidade documental, o processo principal será suspenso até decisão final acerca da veracidade ou falsidade do documento impugnado. 
O Art. 395 menciona a respeito da sentença que resolver o incidente.
“A sentença, que resolver o incidente, declarará a falsidade ou autenticidade do documento.”
- A tutela jurisdicional declaratória visa a eliminar uma crise de certeza com a definição sobre a existência, inexistência ou modo de ser de uma situação jurídica. É admitida no ordenamento jurídicobrasileiro de forma ampla e irrestrita. A única exceção diz respeito à tutela declaratória referente a fatos, a qual somente é admissível caso se trate de verificar a autenticidade ou falsidade de documento. O resultado da sentença declaratória é a certeza – quanto à existente, inexistência ou valor de relações jurídicas, direitos e obrigações.
Da admissibilidade e do valor da prova testemunhal
3.1 O Art. 400 menciona que a prova testemunhal é sempre admissível. O juiz só poderá indeferir a inquirição das testemunhas se os fatos já foram provados por documentos ou por confissão da parte, se apenas puderem ser provados pelo exame pericial ou por documentos, conforme os incisos I e II deste mesmo artigo.
“A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I – já provados por documentos ou confissão da parte;
II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.”
- Prova testemunhal consiste na técnica de extração de relatos sobre fatos relevantes ao julgamento da demanda, mediante a realização de perguntas, as quais por sua vez devem ser respondidas por terceiros alheios ao processo (as testemunhas). A prova testemunhal, como qualquer outro meio de prova, não tem grau de veracidade maior ou menos que as demais, devendo ser apreciada livremente pelo juiz, ou seja, não há hierarquia entre as provas.
- A prova testemunhal não é admissível no processo nas seguintes situações: prova da fiança, prova do estado de casado, prova de seguro e entre outros.
- O juiz possui poderes instrutórios e livre convencimento motivado, ou seja, ele é livre para apreciar as provas dos autos da maneira como entender, desde que sua análise seja fundamentada. Mas a lei estabeleceu alguns parâmetros de conduta do juiz, determinando que o juiz deverá indeferir a prova testemunhal quando o fato já estiver provado via documento ou confissão, ou quando este fato somente puder ser provado por documento ou prova pericial.
3.2 Já o Art. 401 trata da situação em que não é admitida a prova exclusivamente testemunhal.
	“A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior salario mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.”
- A prova testemunhal não será admitida quando a demanda versar sobre contratos cujo valor exceda em 10x o valor do maior salario mínimo no país.
3.3 O Art. 402 e seus incisos dizem a respeito da admissibilidade da prova testemunhal.
	“Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova testemunhal, quando:
	I – houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte contra quem se pretende utilizar o documento como prova;
	II – o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, depósito necessário ou hospedagem em hotel.
- Qualquer que seja o valor do contrato, a prova testemunhal poderá ser admitida desde que em conjunto com o começo de prova escrito ou nos casos em que o credor não poderia obter prova escrita necessária da obrigação.
3.4 O Art. 403 diz que as normas estabelecidas nos artigos antecedentes, aplicam-se ao pagamento e à remissão da dívida.
“As normas estabelecidas nos dois artigos antecedentes aplicam-se ao pagamento e à remissão da dívida.”
- Assim como nos contratos, as normas contidas nos arts. 400 a 402, também são aplicáveis aos casos que discutam pagamento e remissão de dívida.
3.5 O Art. 404 dispõe que só é possível à parte inocente provar com testemunha se os contratos se encaixarem nos incisos I e II deste mesmo artigo.
“´É licito à parte inocente provar com testemunhas:
I – nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada;
II – nos contratos em geral, os vícios do consentimento.”
- É admitida a prova exclusivamente testemunhal nos casos de contratos simulados ou viciados, porém, isso não exime a parte de apresentar a prova documental relativa à prova da existência material do contrato.
3.6 O Art. 405 disponibiliza um rol taxativo das pessoas que podem ou não depor como testemunhas. Os parágrafos 1°, 2° e 3° e seus respectivos incisos, descrevem o que são testemunhas incapazes, impedidas e as suspeitas. O parágrafo 4° descreve se o juiz ouvirá as testemunhas impedidas e as suspeitas e o valor desse tipo de depoimento.
“Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 1º São incapazes: 
I - o interdito por demência; 
II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerní-los; ou ao mesmo tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; 
III - o menor de 16 anos; 
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhe faltam.
§ 2º São impedidos: 
I – o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo de prova, que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
II – o que é parte na causa;
III – o que intervém em nome da parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.
§ 3º São suspeitos:
I – o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença;
II – o que, por seus costumes, não for digno de fé;.
III – o inimigo capital da parte, ou o seu amigo intimo;
IV – o que tiver interesse no litígio.
§ 4º Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas, mas os seus depoimentos serão prestados independemente de compromisso e o juiz atribuirá o valor que possam merecer.
3.7 O Art. 406 e seus incisos informam as ocasiões em que a testemunha não é obrigada a depor.
“A testemunha não é obrigada a depor de fatos:
I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou na colateral em segundo grau;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Da produção de prova testemunhal 
4.1 O Art. 407 diz que incumbe as partes, no prazo em que o juiz fixar, depositar o rol de testemunhas em cartório com todas as informações das testemunhas. Se o juiz não fixar prazo, o rol deve ser depositado em cartório em 10 dias. O parágrafo único trata a respeito da quantidade de testemunhas poderão ser arroladas e quantas o juiz poderá dispensar.
“Incumbe às partes, no prazo que o juiz fixará ao designar a data da audiência, depositar em cartório o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profissão, residência e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol será apresentado até 10 dias antes da audiência.
§ único: é licito a cada parte oferecer, no máximo, 10 testemunhas; quando qualquer das partes oferecer mais de três testemunhas para a prova de cada fato, o juiz poderá dispensar as restantes.
- Após ser designada a data da audiência de instrução e julgamento, o prazo para a apresentação do rol de testemunhas será aquele que o juiz fixar. Caso não seja fixado nenhum prazo, deverá a parte interessada apresentar seu rol de testemunhas em até 10 dias antes da data da audiência.
- O número máximo de testemunhas permitido no total é 10, sendo 3 para prova de cada fato.
4.2 O Art. 408 menciona que a testemunha só poderá ser substituída se a mesma se enquadrar nos incisos desse mesmo artigo.
“Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte só pode substituir a testemunha:
I – que falecer
II – que por enfermidade, não estiver em condições de depor;
III – que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.
4.3 Caso o juiz da causa for arrolado como testemunha, o Art. 409 e seusincisos tratam a respeitos das providências que o juiz deverá tomar.
“Quando for arrolado como testemunha o juiz da causa, este:
I – declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos, que possam influir na decisão; caso em que será defeso à parte, que o incluiu no rol, desistir de seu depoimento;
II – se nada souber, mandará excluir seu nome.”
4.4 O Art. 410 e seus incisos tratam das exceções das testemunhas que não depõe na audiência de instrução.
“As testemunhas depõem, na audiência de instrução, perante o juiz da causa, exceto:
 I – as que prestam depoimento antecipadamente;
II – as que são inquiridas por carta;
III – as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de comparecer em juízo;
IV – as designada no art. seguinte.
- Em regra, a prova testemunhal é produzida durante a audiência de instrução e julgamento, mas há a possibilidade dela ser produzida em momento anterior ou de forma diversa caso a situação se enquadre em uma das hipóteses previstas nos incisos.
4.5 Caso a testemunha se enquadre no rol disposto no Art. 411 e incisos, este será inquiridos em sua residência ou onde exerçam sua função. 
“São inquiridos em sua residência ou onde exercem a sua função:
I – O Presidente e o Vice-Presidente da República;
II – O presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados;
III – Os ministros de Estado;
IV – Os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
V – O procurador-geral da República;
VII – Os governadores dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal;
VIII – Os deputados estaduais;
IX – Os desembargadores dos Tribunais de Justiça, os juízes dos Tribunais de Alçada, os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal;
X – O embaixador do país, que por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa ao agente diplomático do Brasil.
§ único: O juiz solicitará à autoridade que designe dia, hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-se cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela parte, que arrolou como testemunha.
- Local de produção de prova testemunhal: Caso a testemunha arrolada para o processo enquadre-se em um dos incisos, terá o privilégio de escolher a data, hora e local para ter seu depoimento colhido, podendo ele se realizar em sua residência ou onde exerce sua função. Além das autoridades citadas, de acordo com as Leis Orgânicas, os juízes e membros do MP também gozam de tal prerrogativa.
4.6 O Art. 412 explana a respeito dos documentos que a testemunha deve portar no dia da audiência. O parágrafo 1° diz que a parte pode comporte-se a levar a testemunha na audiência, independente de intimação; presumindo-se, caso não compareça, desistiu de ouvi-la. O parágrafo 2° trata dos casos que tratam de funcionários públicos ou militares. O parágrafo 3° dispõe a respeito das formas que a intimação pode ser feita.
“A testemunha é intimada a comparecer à audiência, constando do mandado dia, hora e local, bem como os nomes das partes e a natureza da causa. Se a testemunha deixar de comparecer, sem motivo justificado, será conduzida, respondendo pelas despesas do adiamento.”
§ 1º A parte pode comprometer-se a levar à audiência a testemunha, independentemente de intimação; presumindo-se, caso não compareça, que desistiu de ouvi-la.
§ 2º Quando figurar no rol de testemunhas funcionário público ou militar, o juiz requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir;
§ 3º A intimação poderá ser feita pelo correio, sob registro ou com entrega em mão própria, quando a testemunha tiver residência certa.
- A testemunha, em regra, deve ser intimada a comparecer à audiência de instrução e julgamento. Caso a testemunha seja intimada e descumpra a ordem judicial, deixando de comparecer sem motivo justificado, ela será conduzida pela força policial, respondendo pelas despesas e podendo incorrer no crime de desobediência.
- A parte que tenha arrolado determinada testemunha pode se comprometer a trazê-la independentemente de intimação. Mas se a testemunha não comparecer, presumir-se-á que a parte desistiu de ouvi-la.
4.7 O Art. 413 “O juiz inquirirá as testemunhas separadas e sucessivamente”. O artigo dita a ordem em que deve ser feita.
“O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e depois as do réu, providenciando de modo que uma não ouça o depoimento das outras.”
- Há uma ordem da inquirição, pois as testemunhas serão inquiridas iniciando com as do autor e depois com as do réu.
4.8 O Art. 414 e seus parágrafos acercam a respeito da qualificação da testemunha, se a parte pode ou não contraditar a testemunha arguindo-lhe a incapacidade, impedimento ou suspeição. 
“Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome por inteiro, a profissão, a residência e o estado civil, bem como se tem relações de parentesco com a parte, ou se interesse no objeto do processo.
	§ 1º É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição. Se a testemunha negar os fatos que lhe são imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até três, apresentada no ato e inquiridas em separado. Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou lhe tomará o depoimento, observando o disposto no art. 405, § 4º.
	§ 2º A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando motivos de que trata o 406; ouvidas as partes o juiz decidirá de plano.”
4.9 O Art. 415 diz respeito ao compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado. O parágrafo único dita a respeito da sanção penal a qual será imputada caso esta fizer afirmação falsa, calar ou ocultar a verdade.
“Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado.”
§ único – O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.
- A testemunha possui um compromisso com a verdade, sob pena de não o fazendo incorrer no crime de falso testemunho.
4.10 O Art. 416 e seus incisos tratam a respeito do interrogatório da testemunha.
“O juiz interrogará a testemunha sobre os fatos articulados, cabendo, primeiro à parte, que a arrolou, e depois à parte contrária, formular perguntas tendentes a esclarecer ou completar o depoimento.”
§ 1º As partes devem tratar as testemunhas com urbanidade, não lhes fazendo perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias.
§ 2º As perguntas que o juiz indeferir serão obrigatoriamente transcritas no termo, se a parte o requerer.
- O procedimento para o colhimento da prova testemunhal é que as perguntas devem ser inicialmente feitas pelo juiz, depois pela parte que a arrolou e por último a parte contrária. De qualquer forma, todas as perguntas devem ser pertinentes à causa, devendo os sujeitos do processo tratar a testemunha com a devida urbanidade. 
4.11 O Art. 417 e seus parágrafos informam a forma correta na qual o depoimento deverá ser registrado.
“O depoimento, datilografado ou registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo de documentação, será assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores, facultando-se às partes a sua gravação.”
§ 1º O depoimento será passado para a versão datilográfica quando houver recurso da sentença ou noutros casos, quando o juiz o determinar, de ofício ou a requerimento da parte.
§ 2º Tratando-se de processo eletrônico, observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o do art. 169 desta Lei.
- Transcrição do depoimento: após a colheita do depoimento da testemunha, este deverá ser transcrito de alguma forma idônea a algum documento e, ao final, assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos advogados das partes. O depoimento poderá ser gravado pelaspartes (ou até mesmo pelo juiz, em caso de conveniência).
4.12 Os incisos do Art. 418 dispõe sobre quando o juiz poderá ordenar de ofício ou a requerimento da parte.
“O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:
I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas;
II - a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando, sobre fato determinado, que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações.”
- O juiz possui poderes instrutórios, pois caso ele deseje inquirir, por ofício, testemunhas referidas pelas partes ou por outras testemunhas, ele poderá intimá-las independentemente de requerimento da parte. Ainda de ofício, ele poderá proceder com a acareação delas com a parte caso haja alguma divergência quanto a fatos determinantes para o julgamento da causa.
4.13 Se houve alguma despesa para testemunha, poderá ela requerer ao juiz o pagamento, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de 03 (três) dias, conforme o Art. 419. O parágrafo único diz que o depoimento prestado em juízo é considerado serviço público, logo, quando sujeito ao regime da legislação trabalhista, não sofre nenhum tipo de prejuízo por comparecer a audiência.
“A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada, ou depositá-la em cartório dentro de 3 (três) dias.”
Parágrafo único. O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço.
- Cobertura de despesas da testemunha. Caso a testemunha incorra em despesas em razão de seu deslocamento, poderá ela requerer ao juízo que ordene a parte que as pague.
- A prestação de depoimento testemunhal configura como serviço público. Dessa forma, a testemunha que estiver sujeita à legislação trabalhista não poderá sofrer qualquer decréscimo salarial ou desconto no tempo de serviço em razão do seu comparecimento à audiência.
Da Prova Pericial
5.1 Características: perito (laudo); assistente de perito (parecer).
5.2 Art. 420 – prova pericial exame, vistoria, avaliação
“A prova pericial consiste em um exame, vistoria ou avaliação.”
§ único – O juiz indeferirá a perícia quando:
I – a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III – a verificação for impraticável.
- Prova Pericial: a prova pericial é o exame, vistoria ou avaliação feita em pessoas ou coisas, por profissional dotado de habilidade técnica específica, com a finalidade de obter informações capazes de esclarecer dúvidas quanto aos fatos. Em regra, relaciona-se com assuntos de complexidade razoável, não tendo o magistrado a expertise necessária para o entendimento ideal, dada sua formação jurídica.
- Admissibilidade da prova pericial: a prova pericial será adequada quando o entendimento dos fatos discutidos na causa esteja fora do alcance do homem dotado de cultura comum, não especializado em temas técnicos ou científicos (partes, advogados e juiz). Os principais critérios de admissibilidade da pericia estão dispostos nos arts. 145 e 335 do CPC, os quais, em síntese, dispõe ser necessária a prova pericial quando o entendimento dos fatos dependa de conhecimento técnico ou cientifico. Onde termina o campo acessível ao homem de cultura comum ou propício às presunções judiciais, ali começa os das perícias.
5.2 Art. 421 – nomeação de perito
“O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.”
§ 1º Incumbe ás partes, dentro de 5 dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I – indicar assistente técnico;
II – apresentar quesitos.
§ 2º Quando a natureza do fato permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.
- Nomeação do perito: A nomeação do perito é de foro íntimo do magistrado, o qual nomeará o expert de acordo com a confiança que possui nele.
- Assistente técnico: é aquele dotado de conhecimento técnico, tal qual o perito, mas que é parcial e auxilia a parte durante a realização dos trabalhos que dependam de conhecimento de áreas específicas que não o direito. Ele deve ser indicado dentro do prazo de 5 dias, contados da intimação do despacho que nomear o perito do juízo. Neste mesmo prazo, a parte deverá apresentar eventuais quesitos, os quais deverão ser respondidos pelo perito quando da elaboração de seu laudo.
- O § 2º possibilita que o juiz dispense o perito da apresentação do laudo, devendo ser inquirido sobre aquilo que eventualmente tenha examinado ou avaliado de maneira informal, desde que a situação permita ele agir assim.
5.3 Art. 422 – cumprimento de encargo por parte do perito
“O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspensão.”
- O perito é auxiliar do juízo, e como tal, deve pautar-se por preceitos éticos assim como o magistrado se pauta. Apesar de ser indicado em razão de confiança que o juiz deposita nele, o perito deve sempre assumir o compromisso com a verdade, mas isso não significa que ele deva assinar termo neste sentido.
5.4 Art. 423 – Escusa do perito ou é recusado
“O perito pode escusar-se, ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito.”
- Escusa do perito: ele não é obrigado a aceitar ao encargo que foi incumbido desde que alegue motivo legítimo para tanto, tal como excesso de trabalho ou até mesmo impedimento ou suspeição.
- Impedimento ou suspeição do perito: assim como o juiz, o perito deve funcionar no processo apenas e tão somente caso não tenha algum tipo de relação com a parte que gere impedimento ou suspeição, sob pena de quebra da imparcialidade do próprio juiz, vez que o perito é longa manus do juiz.
- Impugnação à nomeação: a parte pode impugnar a nomeação do perito sempre que lhe for imputado algum tipo de suspeição ou impedimento. Caso tal impugnação seja decidida de maneira favorável ao impugnante, o juiz deverá nomear novo perito.
5.5 Art. 424 – Substituição do perito
“O perito pode ser substituído quando:
I – carecer de conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado;
§ único – No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à incorporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tenho em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.
5.6 Art. 425 – Apresentação de quesitos suplementares
“Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária.”
- Em determinadas hipóteses, em razão de novas descobertas ou de novas discussões, é necessária a apresentação de novos quesitos a serem respondidos pelo perito. Tratam-se dos quesitos suplementares, os quais são amplamente aceitos no direito brasileiro. De qualquer maneira, sobrevindo quesitos suplementares, necessária a abertura de vista para a parte contrária tomar ciência deles, sempre em homenagem ao princípio do contraditório.
5.7 Art. 426 – Atribuições do juiz quanto aos quesitos
“Compete ao juiz:
I – indeferir quesitos impertinentes;
II – formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.”
5.8 Art. 427 – A dispensa da prova pericial
“O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerarsuficientes.”
- Livre convencimento motivado e desnecessidade de produção de prova pericial
5.9 Art. 428 – A pericia por carta
“Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a perícia.”
- Nomeação de perito em comarca diversa. Quando a prova pericial tiver que ser realizada em local diverso da comarca na qual é competente o juiz que requereu a produção de tal prova pericial, poderá nomear tanto perito daquela comarca onde os trabalhos ocorrerão como perito de sua própria comarca. Assim, a norma em comento não reputa um dever ao juiz, mas apenas uma sugestão. Além disso, ainda que a prova pericial deva ser realizada em outra comarca, nada impede que o juiz simplesmente desconsidere a necessidade do envio da carta para este fim, determinando que os peritos se locomovam a fim de realizar a produção de prova técnica.
5.10 Art. 429 – Meios para a realização da pericia 
“Para o desempenho de sua função, pode o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com a planta, desenhos, fotografias ou quaisquer peças.”
- Poderes do perito e do assistente técnico: O perito e os assistentes técnicos, poderão requisitar todo e qualquer tipo de documento que estejam em poder das partes ou de terceiros (devendo haver decisão judicial nesse sentido, pois o perito não tem coercitividade para tanto). Além de requisitar documentos, eles podem entrevistar e ouvir testemunhas e obter toda e qualquer informação que repute necessária para a conclusão de seus trabalhos
5.11 Art. 431-A – Ciência as partes da data e local designado pelo juiz para inicio dos trabalhos.
“As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter inicio a produção de provas.”
- Necessidade de intimação das partes sobre a pericia. As partes devem ser sempre intimadas da data e local da pericia, sob pena de cerceamento de suas garantias constitucionais do devido processo legal, ampla defesa e contraditório.
5.12 Art. 431-B – Pericia complexa e a nomeação de mais um perito
“Tratando-se de pericia complexa, que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente técnico.”
- Pericias multiplas
5.13 Art. 432 -

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