Buscar

Direito Processual Civil 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Processual Civil 2
Processo civil é um ramo do direito público que estuda os meios que a jurisdição percorre para conseguir o seu objetivo, sendo esse objetivo a composição das partes (resolução do conflito).
Existe a autocomposição é a forma mais tradicional de resolução, sendo a estrutura: autor, réu e juiz, onde o juiz beneficia uma das partes com sua decisão.
E os meios alternativos de compor as partes, sendo eles: 
a) Mediação
b) Arbitragem
c) Conciliação
O Processo Civil serve para resolver interesses quais as partes por si só não conseguem se resolver, ou seja, não podendo impor soluções umas às outras, as pessoas dirigem-se ao poder judiciário.
Normas fundamentais no Processo Civil 
 Constitucionais (Ex: art. 5º CF
Características 
 Infraconstitucionais (Ex: art. 1º CPC)
O Processo Civil utiliza de
Normas Processuais
 Princípios Regras Postulados
Alguns Princípios
· Princípio do devido processo legal – art. 5º, LIV, CF
· Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III, CF
· Princípio da legalidade – art. 8º, CPC
· Princípio do contraditório – art. 5º, LV, CF
· Princípio da publicidade – art. 5º, LX, CF
· Princípio da boa-fé processual – art. 5º, CPC e art. 3º, CF
· Princípio da adequação
 Legislativa Jurisdicional Negocial
Visão macro do processo
 1º Petição Inicial 2º Defesa do réu 3º Coleta de Provas 4º Decisão
 Verifica-se os meios idôneos Pode ocorrer incidentes durante esses períodos, O processo pode ser extinto
 Processo e os requisitos (condições da como por exemplo a morte ou perda de capacidade sem a resolução do 
 ação). processual do réu, podendo provocar uma lentidão mérito.
 no curso do processo. 
 O autor provoca a jurisdição 
 
 Citação do réu
Principais razões que fazem com que Art. 485, CPC O juiz não resolverá o mérito quando:
a petição seja indeferida: I - indeferir a petição inicial;
A) Quando não atende aos requisitos II - o processo ficar parado durante mais de 1
legais. ano por negligência das partes;
B) Quando o réu alegar ser parte II - por não promover os atos e as diligências
ilegítima ou não ser o responsável que lhe incumbir, o autor abandonar a causa 
pelo prejuízo invocado, conforme por mais de 30 (trinta) dias;
prevê o artigo 338 do novo CPC. IV - verificar a ausência de pressupostos de
Nesse caso, o juiz concede ao autor constituição e de desenvolvimento válido e
15 dias para alterar a petição inicial regular do processo;
e indicar outra pessoa como réu. V - reconhecer a existência de perempção, de
C) Quando o autor não está interessado litispendência ou de coisa julgada;
no processo que se iniciará em seu 
nome, e o juiz percebe a inexistência 
de interesse pela parte autora
Todo esse processo para no fim chegar ao objetivo, sendo ele a resolução do conflito, sendo ele por 
autocomposição (sentença), mediação, conciliação ou arbitragem.
Estabilização do processo
O que estabiliza o processo é a relação entre as partes, o pedido e a causa de pedir. Acontece após a citação do réu. Porém, a estabilização do processo não é absoluta.
· Até a citação, o autor pode editar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independente do consentimento do réu. Após a citação do réu, o réu deve concordar com a alteração que está sendo pedida.
· Após a fase de saneamento (análise) do processo, a alteração do pedido e da causa de pedir, em nenhuma hipótese, será permitida.
Com essas observações acima acontecendo, o processo pode ser suspenso, tendo como consequência a lentidão para a concluso do processo.
Suspensão do Processo
O ato de suspender o processo não extingue o vínculo entre as partes, portanto não perde a estabilidade processual pois o processo será retomado.
· Durante a suspensão não se pode realizar atos processuais, exceção de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável.
O processo pode sofrer interrupções
 Por vontade das partes Em decorrência de 
 disposição legal. 
O processo pode ser suspenso de modo:
· Convencional: Pela convenção das partes
· Legal/Necessário: 
1. Pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador; 
2. Pela arguição de impedimento ou de suspeição; 
3. Pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
4. Quando a sentença de mérito: depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente, tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; 
5. Por motivo de força maior; 
6. Quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;
7. Pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa (após os trinta dias caso ela não se ache em condições, poderá substabelecer a procuração para outro advogado dar continuidade ao processo);
8. Quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se pai. 
Processo de conhecimento (cognição)
O Juiz tem por obrigação conhecer os direitos das partes, para analisar as questões de fato e de direito para que aconteça a composição das partes.
 Procedimento comum: 
Via de regra, todos os processos vão para o processo comum, exceto aqueles com características diferentes.
1º Fase Postulatória
O autor provoca a jurisdição a partir da petição inicial. 
Art. 319, CPC. A petição inicial indicará:
I- O juízo a que é dirigida;
II- Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III- O fato (relato do acontecimento) e os fundamentos jurídicos do pedido (artigos);
IV- O pedido com as suas especificações;
V- O valor da causa;VI- As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII- A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação (deve ser realizada, se possível, antes da contestação do réu).
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias à sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Posturas do juiz em face do ajuizamento da ação:
· Declarar impedimento ou suspeição
· Pedir emenda da petição inicial: Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
· Deferimento da inicial, citando o réu para que faça a contestação
· Indeferimento da inicial. Se no prazo de 15 dias após o pedido da emenda o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Extingue o processo sem a resolução do mérito.
Petição inicial inepta? 
É considerada inepta quando o pedido ou causa de pedir não são claros ou inexiste.
 Quando a petição inicial é confusa, utiliza argumentos contraditórios, logo, soa como absurda ou incoerente, e não apresenta nada do que é solicitado no artigo 319, muito menos se fundamenta no direito expresso ou usa um fundamento inaplicável à questão, trata-se de uma peça inepta.
Em uma petição inicial inepta, em hipótese alguma, há como ser feita uma solicitação de emenda a inicial ou complementação.
Cabe recurso quando ocorre o indeferimento da petição inicial?
Sim, se indeferimento total por meio de sentença, caberá apelação, pois da sentença cabe apelação. Já se houver o indeferimento parcial, caberá agravo de instrumento.
Audiência conciliatória
· Marca-se antes da contestação do réu.
Na audiência, as partes envolvidas (autor e réu), vão dialogar e tentar chegar a um consenso, sob a orientação do conciliador. Caso consigam fazer um acordo, a demanda é solucionada de forma mais célere e amigável, se não tiver acordo, uma nova audiência será marcada
· A única hipótese de não acontecer a audiência de conciliação é de quando ambas as partes expressam sua vontade contra. 
Existindo o não comparecimento do autor na audiência de conciliação, será dado um prazo pelo juiz para justificação da ausência. Se o motivo for realmente expressivo, será marcada outra audiência. Caso contrário, o processo será arquivado sem julgamento do mérito e o autor poderá ajuizar nova ação.
Nas situações em que o réu não comparecer e não justificar a ausência com fundamentos relevantes, será aplicado pelo juiz a revelia e confissão, ou seja, será considerado que ele declarou como verdadeiro os fatos alegados pelo autor da ação.
Mediação
Na mediação é possível resolver um conflito sem que seja necessária a interferência da Justiça. Prevê a participação de uma terceira figura, o mediador, neutro e imparcial, que auxilia as partes no diálogo rumo ao acordo.
Envolve a cooperação voluntária dos participantes, através de um procedimento organizado, ainda que oral e informal, otimizado e auxiliado pelo mediador. O mediador, é imparcial, não dá conselhos, nem toma decisões. Em vez disso, ele facilita um diálogo positivo e cria uma atmosfera propícia à identificação dos reais interesses e necessidades de ambas as partes.
Conciliação - cabe ao conciliador apresentar solução para o problema, há participação mais efetiva do conciliador que pode sugerir soluções.
Mediação - Deixa que as partes se conciliem por conta própria, o mediador facilita o diálogo entre as partes, mas são elas que apresentam as soluções.
Contestação
Resposta do réu, é a resistência ao pedido formulado pelo autor.
· Tem natureza de ônus processual, caso o réu não apresente sua defesa poderá sofrer os efeitos da revelia.
· Aplica-se o princípio do contraditório e da ampla defesa.
O réu deve impugnar (combater) precisamente todos os fatos apontados pelo autor na contestação, pois presumirá as não impugnadas como verdadeiras. Exceto quando:
I - Não for admissível, a seu respeito a confissão;
II - A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
III - Estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
IV – For feita por defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial, pois o ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica a eles.
· Toda a matéria de defesa, ainda que contraditória, deve ser deduzida na contestação, cabe ao réu formular toda sua defesa na contestação. 
Existem exceções ao princípio da eventualidade, que são as defesas que podem ser alegadas após a contestação, quando: forem relativas a direito ou a fato superveniente, ou competir ao juiz conhecer delas de ofício, ou puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição em virtude de autorização legal expressa (art. 342 do CPC).
Prazo para contestar
Art. 335, CPC: O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 dias, cujo termo inicial será:
I – Contados a partir da audiência de conciliação ou mediação; 
II – Contados a partir do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu;
Terão prazo em dobro Ministério Público (art. 180, CPC)
 Advocacia Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público (art. 183. CPC)
 Defensoria Pública (art. 186, CPC)
 Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. (art. 229, CPC)
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - Inexistência ou nulidade da citação;
II - Incompetência absoluta e relativa;
III - Incorreção do valor da causa;
IV - Inépcia da petição inicial;
V - Perempção;
VI - Litispendência;
VII - Coisa julgada;
VIII - Conexão;
IX - Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - Convenção de arbitragem;
XI - Ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Reconvenção
Reconvenção é a ação do réu contra o autor no mesmo processo em que aquele é demandado. Não é defesa, é demanda, ataque. Esta ação amplia objetivamente o processo, isso significa que o processo passa a ter novo pedido.
Diferença da contestação:
Na contestação o réu rebate, se defende, é baseada na inicial. 
Na reconvenção o réu também possui pretensões e não só defesa e combate.
É regida pelo princípio da economia processual, a fim de evitar que não se entre com dois processos.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§ 5º Se o autorfor substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
Revelia
Revelia é ausência da contestação por parte do réu e, como consequência, gera presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor.
· A lei garante ao réu o direito de se defender, mas não obriga que ele o faça, sendo uma faculdade.
A revelia possui efeitos, sendo eles:
1. A presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor (efeito material)
Art. 344 do CPC. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Porém, é importante dizer que essa presunção é relativa e pode ser afastada pelas hipóteses elencadas no art. 345 do Código de Processo Civil: 
 A revelia não produz o efeito mencionado n art. 344 se:
 I – Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
 II – O litígio versar sobre direitos indisponíveis;
 III – A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
 IV – As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
2. A divulgação de todos os Atos Decisórios por meio do Órgão Oficial (efeito processual)
Art. 346 do CPC. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Contudo, de acordo com o parágrafo único do art. 346 do CPC, mesmo que o réu seja revel, este fato não o impedirá de comparecer ao processo em qualquer fase, mas receberá o mesmo no estado que se encontrar.
2° Fase Saneadora
Parte 1
O juiz tem de tomar providencias para regularizar o procedimento, para sanar eventuais irregularidades.
· A fase saneadora é permanente.
O saneamento, feito pelo despacho saneador, que na verdade não é despacho, mas sim decisão interlocutória, consiste num juízo positivo de admissibilidade relativamente à ação e a um juízo positivo no que tange à validade do processo.
O que ocorre na fase denominada saneadora é o julgamento conforme o estado do processo (art. 354, CPC), que pode consistir na extinção do processo, com ou sem resolução do mérito; no julgamento antecipado do mérito; no julgamento antecipado parcial do mérito; ou no saneamento.
Modalidades de julgamento conforme o estado do processo:
1. Extinção do processo
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - Indeferir a petição inicial;
II - O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - Por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - Verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - Reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - Acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - Homologar a desistência da ação;
IX - Em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - Nos demais casos prescritos neste Código.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - Acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - Decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - Homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
Ocorrendo as hipóteses dos arts. 485 e 487, II e III, CPC/2015, o juiz julgará extinto o processo, com ou sem resolução do mérito, dependendo do caso. 
Trata-se de uma modalidade de julgamento conforme o estado do processo. A extinção do processo, na maioria desses casos, será possível depois das providências preliminares, ou seja, depois de se implementar o contraditório. Entretanto, se o réu reconheceu a procedência do pedido, se houve transação, ou se o autor renunciou ao direito sobre o qual se funda a ação, não há necessidade da oitiva da parte contrária (no caso, do autor), podendo o processo ser extinto independentemente das providências preliminares.
A extinção pode dizer respeito a apenas parcela do processo Isso pode ocorrer quando houver cumulação de pedidos ou quando o pedido for, por sua natureza, passível de decomposição. 
Exemplo: se em ação de divórcio o casal concorda com a extinção do vínculo, mas pretende discutir sobre a fixação de alimentos ou guarda dos filhos menores, nada impede que o juiz profira decisão que diga respeito a apenas parcela do processo. Nesse caso, a decisão, apesar de ter característica de sentença, será impugnável por agravo de instrumento (art. 354, parágrafo único, CPC/2015).
2. Julgamento antecipado do mérito
O julgamento antecipado da lide, outra modalidade de julgamento conforme o estado do processo, sucede em duas hipóteses: 
· quando não houver necessidade de produção de outras provas
· quando ocorrer o efeito material da revelia e o réu não tiver comparecido em tempo oportuno para produção de provas (art. 355, I e II, CPC/2015).
A verificação acerca da necessidade de produção ou não de outras provas recai exclusivamente sobre o juiz, que tem poder instrutório para determinar a realização de provas mesmo quando não requerida pelas partes. 
Observação: se o réu, mesmo revel, comparecer ao processo a tempo de requerer a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, o juiz não julgará antecipadamente o mérito. Isso ocorre porque as partes têm assegurada a garantia constitucional à produção probatória (art. 5º, LVI, da CF).
A sentença proferida no julgamento antecipado da lide põe fim ao processo, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor. Trata-se, portanto, de sentença de mérito ou definitiva, contra a qual caberá recurso de apelação.
3. Julgamento antecipado parcial do mérito
Assim como pode ocorrer a extinção parcial do processo, poderá o juiz julgar antecipadamente o mérito de forma não integral, cabendo recurso na parte que o juiz não julgou. 
Isso pode ocorrer em duas hipóteses: 
· quando houver vários pedidos cumulados e um ou parte deles se mostrar incontroverso
· quando o (s) pedido (s) estiver (em) maduro (s) o suficiente para apreciação judicial (art. 356, I e II, CPC/2015).
A incontrovérsia consiste na ausência do confronto de afirmações em torno de um fato alegado pelo autor, seja porque o réu não se desincumbiu do ônus da defesa especificada, seja pelo fato de ter reconhecido a procedência do pedido com a sua respectiva fundamentação, ou mesmo em decorrência de eventual transação acerca de determinado pedido, ainda que anteriormente tenha sido impugnado pelo réu.
Quando a demanda contiver pedidos cumulados e um ou parte deles se mostrar incontroverso, pode o juiz decidir parcela da lide, prosseguindo o processo quanto ao remanescente. Nesse caso, a decisão tem feição de sentença, porém, como não põe fim ao processo ou a alguma de suas fases. Em outras palavras, é como se no processo existissem duas “sentenças”, sendo a primeira referente à parte incontroversa, impugnável por agravo de instrumento, e a segunda referente ao mérito como um todo, que seguirá a regra da impugnação por meio de apelação. 
Vale ressaltar que mesmo existindo duas (ou até mais) “sentenças”, a decisão que julga antecipada e parcialmente o mérito não dependerá de ulterior confirmação: ela já é definitiva e pode resultar em coisa julgada material antes mesmo de o processo ser extinto.
Na segunda hipótese se os pedidos estiverem em condições de julgamento, ou seja, se não houver necessidade de produção de provas ou se o réu deixar de contestar algum dos pedidos e incorrer na revelia quanto a um deles, também será possível o julgamento antecipado parcialdo mérito. 
Parte 2 da fase saneadora
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:
I - Resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II - Delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
III - Definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV - Delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V - Designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.
Os pedidos estão prontos para serem julgados quando o juiz tem convicção de que as provas juntadas nos autos são suficientes, ou seja, os pedidos não precisam passar pela fase probatória.
3º Fase probatória/instrutória
Se o processo chegou até aqui, é porque os documentos apresentados na Fase Postulatória não foram suficientes para formatar a convicção do Juiz.
· A fase probatória em um processo se faz necessária quando as provas (principalmente no formato de documentos) da fase postulatória não forem suficientes para o juiz formar seu parecer.
Dessa maneira, se na audiência de conciliação da fase postulatória as partes não chegarem a algum acordo em uma audiência de conciliação e o réu apresentar sua contestação, o processo entrará na fase probatória, ou seja, na fase da instrução da causa. É nesse momento que se colhe e se produz a prova dos fatos, citados pelas partes como fundamentos do pedido ou defesa.
Terminados os procedimentos de saneamento, o processo entra na fase probatória, na qual deverão ser demonstrados os fatos delimitados pelo autor e réu, os quais serão objeto de prova. Isso significa que é nesse momento que as partes terão a oportunidade de provarem as alegações, para que o juiz possa enfim compor o litígio, acatando ou rejeitando o pedido do autor.
Fato X Prova
O fato é o relato feito pela parte e a prova já é aquela que faz o relato ser verdadeiro.
1- Objeto da prova:
É a oportunidade das partes de provarem as alegações, para que o juiz possa enfim compor o litígio.
2- Finalidade da prova:
Tem por finalidade a formação da convicção do juiz em torno dos fatos alegados pelas partes, têm o direito de influenciar a decisão judicial.
3- Destinatário da prova:
O Juiz é o destinatário, pois é ele quem precisa se convencer para solucionar o litigio. 
LEMBRAR:
· No brasil, adota-se o “livre convencimento fundamentado” ou da “Persuasão Racional”, que de acordo com o artigo Art. 371, do CPC. Ou seja, O juiz não é obrigado a se vincular a uma prova específica, ele aprecia as provas do jeito dele. Por exemplo, o juiz pode dispensar o inquérito no âmbito penal.
Art. 371: O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
· Além dos meios de provas comuns, admite-se a demonstração dos fatos, por qualquer meio de prova moralmente legítimo. 
Art. 369: As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
 
Produção antecipada de prova
A produção antecipada de prova destinava-se a antecipar a produção de determinados meios de prova, sob a justificativa de que a parte não poderia aguardar a fase instrutória do processo principal, que era o momento previsto para a sua produção. Tal medida possuía natureza cautelar, poderia ser deferida em caráter preparatório ou incidental e a sua concessão pressupunha urgência (perigo de dano).
Contudo, a produção antecipada de prova foi profundamente reformulada no CPC/15. A medida foi desvinculada do requisito da urgência ou de uma necessária demanda judicial principal (preparatória ou incidental). Consagrou-se, com isso, um direito autônomo à prova, em que a parte pode se valer da medida probatória autônoma, além da hipótese de urgência, como forma de evitar o litígio ou de conhecer melhor os fatos para propor futura e eventual demanda melhor instruída.
O CPC/73 admitia apenas a antecipação do interrogatório, da inquirição de testemunha ou do exame pericial. O CPC/15 não trouxe semelhante limitação. 
A produção antecipada de prova teve o seu espectro de incidência ampliado com o CPC/15, de modo a permitir a antecipação de qualquer meio de prova. 
· Ressalve-se que objetivo da antecipação é garantir a regular produção da prova, em momento anterior ao previsto na lei. Não se antecipa a valoração da prova. Tal juízo somente será feito em futura e eventual demanda judicial, em que se pleiteie a declaração do direito material.
Fundamentos para a antecipação da prova:
A antecipação da prova pode ser requerida nos casos em que haja fundado receio de que venha a se tornar difícil ou impossível a verificação de determinados fatos no curso do processo.
Trata-se da hipótese tradicional de produção antecipada de prova, em que há risco de que a prova não possa ser adequadamente produzida (ou tenha se tornado inviável) no momento da sua produção no curso de um processo.
Exemplo: a testemunha de idade avançada e com saúde fragilizada, que é ouvida antes da fase instrutória, sob pena de a sua oitiva não ser mais possível no momento da audiência de instrução e julgamento.
Mas há ainda outros dois casos em que o CPC/15 autorizou a antecipação da prova sem o requisito da urgência:
O primeiro: consiste na possibilidade de a prova a ser produzida ter a potencialidade de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de controvérsias (CPC/15, art. 381, inc. II). Tal hipótese está em consonância com a diretriz fundamental do CPC/15, que estimula a resolução consensual dos conflitos (art. 3º, §§ 2º e 3º). Nesse caso, as partes serão as destinatárias principais da prova. A partir dela, terão mais elementos para construir um acordo ou desenvolver uma proveitosa mediação.
O segundo: O inciso III do art. 381 do CPC/15 admite a antecipação da prova como forma de a parte obter prévio conhecimento dos fatos. Também não se cogita de urgência ou da controvérsia existente no âmbito do direito material. O objetivo é obter um lastro probatório mínimo. Trata-se de hipótese em que, a partir da prova, as partes poderão avaliar suas chances de êxito em futura demanda (judicial ou arbitral). Disso decorre que a antecipação da prova poderá conduzir as partes a eventualmente não proporem demanda alguma.
Competência para a ação probatória autônoma
A produçãoantecipada de prova pode ser ajuizada:
· no foro onde a prova deva ser produzida ou 
· no foro do domicílio do réu 
Contudo, valendo-se dos princípios da competência adequada, da boa-fé e da eficiência, é possível dar preferência ao foro em que se situa a fonte de prova (residência da testemunha, imóvel que será objeto da perícia, etc). 
Procedimento da antecipação de prova
A petição inicial deverá expor o motivo que justifica a antecipação e indicar precisamente os fatos que se pretende provar (CPC/15, art. 382, caput). Isso será fundamental para se demonstrar que a antecipação da prova será útil (interesse) ao requerente (legitimidade).
De ofício ou a requerimento, o juiz determinará a citação dos interessados na produção da prova ou no fato a ser provado. Se não houver caráter contencioso, dispensa-se tal citação (CPC/15, art. 382, § 1º). 
Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato (CPC/15, art. 382, § 3º). Portanto, nada impede que o requerente pleiteie, por exemplo, a antecipação de uma prova pericial acerca da situação contábil de uma empresa, e o interessado, após a citação, pretenda a oitiva antecipada de uma testemunha, sobre os mesmos fatos, no âmbito do mesmo procedimento. Todavia, a antecipação da prova requerida pelo interessado não será admitida se "acarretar excessiva demora" - o que deverá ser aferido concretamente, a partir de um juízo de proporcionalidade.
São meios de provas no processo civil:
1- ATA NOTARIAL
A ata notarial é um instrumento público (a exemplo da escritura pública) pelo qual o tabelião ou outra pessoa autorizada no cartório (preposto), por solicitação da pessoa interessada, constata (relata) fielmente fatos, coisas, pessoas ou situações para comprovar a sua existência ou o seu estado.
· Só pode ser lavrada por um Tabelião.
· O tabelião, portanto, apenas irá registrar/lavrar a ata, sem emitir qualquer juízo de valor e opinião.
É a confirmação, pelo tabelião, em razão da fé pública, da existência e das circunstâncias que caracterizam o fato, enquanto acontecimento juridicamente relevante, relatado por uma pessoa.
Pode ser objeto da ata notarial tudo aquilo que não seja objeto de escritura pública. 
A ata notarial serve para pré-constituir prova de fatos, cujo testemunho do tabelião, com fé pública, confere a veracidade da prova para qualquer fim, inclusive judicialmente. Tem a força de provar a integridade e a veracidade de fato, atribuir autenticidade, fixar a data e hora, assim como comprovar, inclusive, a existência do conteúdo ofensivo/criminoso.
A ata notarial, em regra, deve conter: 
- a qualificação da pessoa que solicita (pessoas físicas capazes e incapazes maiores de dezesseis, procuradores e pessoas jurídicas), com comprovação da condição 
- a data e hora precisas da verificação dos fatos, o local da ocorrência dos fatos ou da constatação (a exemplo do acesso à internet)
- a descrição do fato a ser descrito ou presenciado (objeto), que podem ser caracterizados como lícitos ou ilícitos, físicos, eletrônicos e sensoriais 
- a finalidade do procedimento (intenção do solicitante)
2- DEPOIMENTO PESSOAL
Depoimento pessoal é o meio de prova pelo qual o juiz interroga a parte, com vistas ao esclarecimento de certos pontos controvertidos da demanda, ou mesmo para obter a confissão.
· O depoimento pessoal pode ser requerido pelas partes ou determinado de ofício pelo Evidente que não cabe à parte requerer o próprio depoimento pessoal, visto que o que tinha a dizer deveria ter sido dito na inicial ou na contestação.
Tem como objetivo o esclarecimento de certos pontos controvertidos da demanda ou obter a confissão de algumas das partes.
· O depoimento pessoal, do autor ou do réu, será requerido pela parte adversa na petição inicial, na contestação, ou logo após o despacho saneador, semelhante ao que ocorre na indicação das testemunhas.
· O depoimento pessoal é ato personalíssimo. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos previamente preparados; o juiz lhe permitirá, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.
Quando o depoimento pessoal é determinado de ofício pelo juiz, nesse caso, a doutrina costuma utilizar o termo “interrogatório”, a ausência da parte que deveria depor não acarreta consequência alguma. 
Requerido o depoimento, procede-se à intimação da parte, com a advertência constante para comparecer à audiência, na qual prestará o depoimento pessoal. 
· Se, no entanto, o depoente residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo, o seu depoimento poderá ser colhido por meio de videoconferência, em tempo real, inclusive durante a realização da audiência de instrução (art. 385, § 3º, CPC/2015).
Quando o depoimento pessoal é requerido pela parte adversa, se a parte intimada não comparecer ou comparecer, mas se recusar a depor ou responder com evidencias, aplica-se a ela a pena de confissão.
Com relação às pessoas que não estão obrigadas a depor, o Novo Código amplia as hipóteses de exclusão. Veja:
 Art. 388. A parte não é obrigada a depor de fatos:
 I – criminosos ou torpes, que lhe forem imputados;
 II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
 III – acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível;
 IV – que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
 Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família.
 Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato:
 II – a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo;
 III – que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato.
3- CONFISSÃO
Há confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário (art. 389, CPC/2015).
· A confissão só fará prova contra o próprio confitente.
Não se confunde confissão com reconhecimento da procedência do pedido. 
Na confissão há mero reconhecimento de fatos contrários ao interesse do confitente; não há declaração de vontade. A confissão se refere aos fatos.
O reconhecimento volta-se para o próprio direito discutido em juízo. Levando-se em conta essa prova.
· Quando o réu reconhece a procedência do pedido, há antecipação da solução do litígio, uma vez que dispensa a prova de qualquer fato em discussão. Nessa hipótese, dá-se o julgamento conforme o estado do processo (art. 354 c/c o art. 487, III, a, CPC/2015).
A confissão pode ser de natureza judicial ou extrajudicial:
Judicial é a confissão feita nos autos, que pode ser espontânea ou provocada. 
Diz-se espontânea quando, por iniciativa própria, a parte comparece em juízo e confessa, hipótese em que se lavrará o respectivo termo nos autos. 
É provocada quando requerida pela parte adversa, caso em que a confissão consta do termo do depoimento prestado pelo confitente (art. 390, § 2º, CPC/2015). 
Extrajudicial é a confissão feita fora do processo, de forma escrita ou oral, perante a parte contrária ou terceiros.
Segundo o § 1º do art. 390, CPC/2015, somente a confissão espontânea pode ser feita por representante com poderes especiais. Nesse caso, ela somente será eficaz nos limites em que o representante pode vincular o representado (art. 392, § 2º, CPC/2015).
A confissão exige os seguintes requisitos:
a) capacidade do confitente (art. 392, § 1º, CPC/2015);
b) inexigibilidade da forma para o ato confessado. De nada adianta confessar que alienou um imóvel, visto que é da substância do ato o instrumento público referido no Registro Imobiliário;
c) disponibilidade do direito com o qual o fato confessado se relaciona (art. 392 do CPC). Na anulação de casamento, por exemplo, é irrelevante confessar o fato sobre que se funda o pedido de anulação (art. 1.548 doCC).
· A confissão é irrevogável. Pode, entretanto, ser anulada quando emanar de erro de fato ou de coação (art. 393, CPC/2015). 
A anulação da confissão somente pode ser proposta pelo confitente. Mas, se depois de iniciada a ação, o autor vier a falecer, a legitimidade será transferida aos herdeiros (art. 393, parágrafo único, CPC/2015).
A confissão pode ser cindida quando o confitente, além de confessar fatos alegados pelo autor, aduz fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito, ou seja, fatos que podem servir de base a pedido reconvencional e fato impeditivo, modificativo ou extintivo (art. 395, parte final, CPC/2015). A rigor, não se trata de cisão da confissão, porquanto esta só pode referir-se a fato contrário ao interesse do confitente.
4- EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA
· Trata de um incidente da fase probatória.
Pode o juiz ordenar que a parte, ou mesmo o terceiro, exiba documento ou coisa que se ache em seu poder (art. 396, CPC/2015). Tal poder decorre do dispositivo segundo o qual “ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade” (art. 378, CPC/2015).
· A exibição de documento ou coisa pode ser formulada por uma das partes contra a outra, bem como determinada de ofício pelo juiz, caso este entenda necessário.
Qualquer que seja a forma, a finalidade da exibição é constituir prova a favor de uma das partes. 
Pode ser:
· prova direta, quando se trata, por exemplo, da exibição de um contrato; 
· ou prova indireta, quando, por exemplo, se requer a exibição de um veículo acidentado para submetê-lo à perícia.
Tratando-se de pedido de exibição formulado por uma das partes:
É feito por petição (pode ser na inicial, na contestação ou mesmo em caráter incidental na fase probatória), com os requisitos do art. 397, CPC/2015. 
Requisitos do art. 397:
O pedido formulado pela parte conterá:
I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
Deferida a exibição, procede-se à intimação da parte contrária, que pode adotar três atitudes distintas: 
fazer a exibição
permanecer inerte 
ou responder negando a existência do documento ou da coisa ou o dever de fazer a exibição. 
Feita a exibição, o procedimento encerra-se. 
Permanecendo inerte ou negando a existência do documento ou da coisa ou negando o dever de apresentá-lo, o juiz decidirá o pedido, depois de permitir ao requerente provar que as alegações do requerido não correspondem à verdade (art. 398, CPC/2015).
Julgando procedente o pedido de exibição, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar (art. 400, CPC/2015). Trata-se de decisão interlocutória, que desafia agravo de instrumento (art. 1.015, VI, CPC/2015).
· Existem medidas que podem ser adotadas pelo juiz para “forçar” a exibição. Nos termos do art. 400, parágrafo único, “sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido”. O parágrafo único do art. 400 supera, portanto, o entendimento constante na Súmula 372 do STJ, segundo o qual, “na ação de exibição de documentos, não cabe aplicação de multa cominatória”.
Se a exibição é requerida contra terceiro:
a) Se o terceiro faz a exibição, encerra-se o procedimento. 
b) Se o terceiro silencia, o juiz profere sentença, na qual, se julgar procedente o pedido, ordena o depósito do documento ou coisa em cinco dias (art. 403, CPC/2015). 
c) Se o terceiro contesta, negando a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, procede-se à instrução do incidente (art. 402, CPC/2015) e, em seguida, profere-se a decisão.
Se o terceiro descumpre a ordem para depositar, o juiz determina a busca e apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da remessa de peças dos autos ao Ministério Público, para promover ação penal por crime de desobediência (art. 330 do CP), se for o caso (art. 403, parágrafo único). Frise-se que o CPC/2015 ainda permite que contra o terceiro sejam fixadas multa ou outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão.
O art. 404, CPC/2015, elenca, de forma exemplificativa, as hipóteses em que o terceiro pode se escusar de exibir o documento ou a coisa:
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
I - concernente a negócios da própria vida da família;
II - sua apresentação puder violar dever de honra;
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
Ressalve-se que as escusas não são absolutas. Assim, deve o juiz levar em conta “os motivos apresentados pelo requerido em confronto com a importância da prova no contexto do litígio e com a própria natureza e objeto da discussão travada nesse processo; em alguns casos, assim, ainda se reconhecida a relevância da justificativa, poderá ser o alcance da escusa relativizado”
5- PROVA DOCUMENTAL
Documento é a prova histórica real, consistente na representação física de um fato. Em sentido lato, documento compreende não apenas os escritos, mas também desenhos, pinturas, mapas, fotografias, gravações sonoras, filmes, por exemplo.
O documento público, ou seja, aquele formado e lavrado por escrivão, chefe de secretaria, tabelião ou servidor público, faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que tais pessoas declararem ocorridos em sua presença (art. 405, CPC/2015). 
· A presunção de veracidade do documento público se restringe à parte extrínseca do documento, isto é, à formação e à autoria das declarações. Por exemplo, a escritura pública faz certo, até prova em contrário, que a parte prestou as declarações registradas pelo tabelião. Não implica, porém, a veracidade obrigatória dos fatos que a parte declarou.
O ordenamento jurídico processual admite uma infinidade de provas, porém, naquelas em que a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta (art. 406, CPC/2015). Em outras palavras, exigindo a lei documento público para a prova do ato, é impossível suprir a falta com outra espécie de prova, ao contrário do que ocorre quando o ato puder ser provado por documento particular, porquanto pode ser complementado com prova testemunhal (art. 444, CPC/2015).
A prova documental pode ser produzida em qualquer fase processual, inclusive em grau de recurso, “desde que ouvida a parte contrária e inexistentes o espírito de ocultação premeditada e de surpresa de juízo”. Apenas os documentos que constituem pressuposto da causa devem acompanhar a inicial. O disposto no art. 434 do CPC/2015 segundo o qual “incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações”, constitui mero anseio do legislador. Prova disso é que a lei permite a juntada posterior de documentos quando impossível a sua apresentação na petição inicial ou na contestação (art. 435, parágrafo único, CPC/2015).
Apresentada a prova documental (na petição, na contestação ou mesmo na fase recursal), a parte contrária poderá adotar quaisquer das providências do art. 436, CPC/2015, quais sejam: 
· impugnar a admissibilidade da prova documental, isto é, negar-lhe o valor de prova por violar o art. 369; 
· impugnar a autenticidade, ou seja, contestar a autoria do documento; 
· manifestar-se sobre o documento sem, necessariamente, impugná-lo; ou· suscitar a falsidade do documento, cabendo-lhe decidir se utilizará ou não o incidente processual de arguição. 
Com efeito, pode a parte impugnar documento que seja evidentemente falso, sem que haja necessidade do incidente processual, que tornaria mais longo o processo. Ainda assim, não será admitida alegação de falsidade genérica, pois ao impugnante incumbe apontar especificamente a irregularidade.
6- ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
A arguição de falsidade é espécie de ação incidental, ou seja, proposta durante o decorrer de um processo, que tem a finalidade que determinada prova documental, importante para o deslinde da causa, juntada pela parte contrária, seja declarada falsa. 
· Tal falsidade deve ser relacionada com o próprio documento apresentado e não com seu conteúdo ideológico. 
Assim que suscitada, o processo principal será suspenso pelo Juiz.
Portanto, a arguição de falsidade é uma ação declaratória incidental cujo objeto é a declaração de falsidade de um documento relevante para o julgamento da causa.
Existem duas espécies de falsidade: a ideológica e a material. 
Ocorre falsidade ideológica quando a declaração contida no documento revela fato inverídico, conquanto autêntica a assinatura do declarante. 
Já a falsidade material ocorre quando: forma-se documento não verdadeiro (ex.: utilização de papel assinado em branco); altera-se documento verdadeiro (ex.: insere novidade no documento); a autoria do documento não é verdadeira (assinatura falsa)
A arguição é decidida, em regra, como questão incidental ao processo. 
Não atinge o mérito, tratando-se apenas de inserção do documento no acervo probatório com a finalidade de julgar a crise de direito material.
O seu objeto não é abarcado pelos limites objetivos da coisa julgada, vez que não é esse o fim para qual o processo se instaurou. Se, no entanto, a parte demandar a declaração da falsidade ou autenticidade do documento como questão principal no processo (art. 19, II, CPC/2015), a declaração irá se inserir nos limites objetivos da coisa julgada (art. 433, CPC/2015). Nesse sentido, um documento considerado falso como questão principal em um processo não poderá ser considerado em outro, ainda que se trate de outro fato, outra questão jurídica, outra lide.
Prazo para propor:
Nos termos do art. 430, CPC/2015, a falsidade deve ser arguida na primeira oportunidade em que a parte deva se manifestar. Será na contestação, se o documento constar da inicial; será na réplica do autor, se constar na contestação.
O prazo para arguição da falsidade tem caráter preclusivo, ou seja, se a parte não o observar, não poderá mais discutir a veracidade do documento por meio do incidente. Isso não quer dizer que não seja mais possível, em ação autônoma, provar a falsidade material ou ideológica desse documento.
Logo que arguida a falsidade, o juiz intimará a parte contrária, que terá o prazo de quinze dias para se manifestar (art. 432, CPC/2015).[2] Esgotado o prazo para resposta, o juiz determinará a realização de exame pericial, salvo se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo (art. 432, parágrafo único, CPC/2015).
7- DOCUMENTOS ELETRONICOS
O documento eletrônico é denominado como documento informático ou digital, sendo produzido por meio do uso do computador.
Por estar vinculado a fatores técnicos e em constantes aperfeiçoamentos e mudanças, torna-se complexo defini-lo com precisão.
Contudo pode-se conceituar o documento eletrônico como sendo o que se encontra memorizado em forma digital, não perceptível para os seres humanos senão mediante intermediação de um computador. Nada mais é do que uma sequência de bits, que por meio de um programa computacional, mostrar-nos-á um fato.
Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da verificação de sua autenticidade, na forma da lei.
Art. 440. O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido, assegurado às partes o acesso ao seu teor.
Art. 441. Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da legislação específica.
A verificação da autenticidade de um documento eletrônico:
Comporta dois momentos distintos, inicialmente, verifica-se a autenticidade na origem do documento, isto é, a autoria do documento. O segundo momento corresponde à verificação da integridade do documento.
A autoria do documento e sua integridade podem ser verificadas:
 Por meio de uma assinatura eletrônica, isto é, um meio eletrônico, empregado na origem do documento, que identifique seu autor. 
· Uma das formas de obter-se a assinatura eletrônica no documento se dá pela utilização da assinatura digital, a qual utiliza criptografia de dados com um sistema de chaves assimétricas. 
O autor utiliza uma chave privada que irá gerar códigos com base nos dados da origem do documento. Esses códigos serão comparados com a chave pública dos dados constantes do documento quando ele for utilizado, permitindo que se verifique se foram adulterados ou não. Quando essa verificação for feita por autoridades certificadoras credenciadas, será emitido um certificado digital, que goza de presunção de veracidade quanto aos dados constantes do documento eletrônico.
· Além disso, pelo art. 1º, § 2º, III, b, da Lei nº 11.419/2006, é possível ainda a emissão de assinatura eletrônica quando o usuário estiver cadastrado no Poder Judiciário, de acordo com a disciplina do respectivo órgão do cadastro. Essa disposição acaba abrindo mão para que cada Tribunal, por exemplo, defina suas próprias regras para o cadastro do usuário e o uso de sua assinatura eletrônica, impedindo que ocorra a interoperabilidade dos sistemas e a utilização de um padrão único dentro do Poder Judiciário.
Quando não for possível o procedimento de conversão do documento eletrônico para a forma impressa, conforme determina o art. 439, CPC/2015, o documento eletrônico não será desperdiçado do processo, mas terá seu conteúdo fático analisado pelo magistrado, que fará juízo de valor sobre sua qualidade como prova (art. 440, CPC/2015).
A Lei nº 11.419/2006, que regula a informatização do processo, traz algumas disposições sobre a produção e conservação dos documentos eletrônicos. Nesse sentido, os documentos que forem produzidos eletronicamente e depois juntados aos processos eletrônicos, tendo sua origem verificada por meio de certificação digital ou assinatura eletrônica, serão considerados originais para todos os efeitos legais. 
Os documentos originais, isto é, aqueles que foram produzidos primeiro, quando convertidos para a forma eletrônica, devem ser conservados até o trânsito em julgado da sentença ou até o término do prazo para interposição da ação rescisória (art. 11, § 3º, CPC/2015).
8- PROVA TESTEMUNHAL
A prova testemunhal é obtida por meio da inquirição de testemunhas a respeito de fatos relevantes para o julgamento. 
· É possível conceituar “testemunha” como a pessoa estranha ao feito (o pronunciamento da parte constitui depoimento pessoal e não testemunho) que se apresenta ao juízo para dizer o que sabe sobre a lide. 
De uma forma geral, o depoimento da testemunha é sobre aquilo que presenciou, podendo, também, narrar fato que ouviu, mas não presenciou.
Existe uma regra de admissibilidade genérica: 
A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso (art. 422). Ela só será admitida para a comprovação de fatos controvertidos, que tenham relevância para o julgamento. Nisso, não se encontra nenhuma novidade, já que a mesma regra aplica-se a todos os tipos de provas. Não se podem ouvir testemunhas a respeito de questões jurídicas ou técnicas, nem sobre fatos que não sejam controvertidos.
· Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação:
É admissível a prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova (art. 444). 
Tratando-se de documento que, por si só, basta para comprovar a existência da obrigação, nem será necessário o testemunho. Mas, setrouxer apenas indícios, poderá ser complementado por ele.
Nos tribunais: “É admissível a prova testemunhal, independentemente do valor do contrato, quando for existente começo de prova escrita que sustente a prova testemunhal”.
Também é admissível a prova testemunhal quando o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas comerciais do local onde contraída a obrigação (art. 445).
· Nos contratos em geral, é lícito à parte provar através de testemunhas os vícios de consentimento (art. 446, II). 
No caso específico dos contratos simulados, que é aquele contrato que tem um fim diverso daquele no qual as partes maliciosamente mencionam, seja para prejudicar a terceiro, seja para obter qualquer outro resultado desejado, é lícito à parte provar com testemunhas a divergência entre a vontade real e a vontade declarada (art. 446, I).
No art. 443 o juiz não deferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos já provados por documento ou confissão da parte, ou que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. 
A testemunha:
Poderá ser qualquer pessoa, a princípio, pode ser testemunha, com exceção das pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas (art. 447). 
São considerados incapazes (art. 447, § 1º): 
I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; 
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.
São considerados impedidos (art. 447, § 2º): 
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
II - o que é parte na causa; 
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.
São considerados suspeitos (art. 447, § 3º): 
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
II - o que tiver interesse no litígio.
· Se considerar indispensável para o bom andamento do processo, o juiz poderá admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas. Tais depoimentos serão prestados independentemente de compromisso e o juiz lhes atribuirá o valor cabível (art. 447, §§ 4º e 5º).
A testemunha fica isenta de se pronunciar sobre fatos que possam acarretar dano grave a si próprio, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos e afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau (art. 448, I). 
· O juiz, no caso concreto, irá verificar o grau de gravidade decorrente do depoimento, permitindo ou não, conforme o seu convencimento, que a testemunha deixe de falar. Tal isenção também atinge os fatos a cujo respeito a testemunha, por estado ou dever de ofício, deva guardar sigilo (art. 448, II).
As testemunhas, em regra, devem ser ouvidas na sede do juízo (art. 449). Se a testemunha, em razão de doença ou outro motivo relevante, estiver impossibilitado de comparecer, mas puder prestar depoimento, o juiz designará dia, hora e lugar para inquiri-la (art. 449, p. U.).
Produção em juízo:
· As testemunhas devem ser arroladas pelas partes. 
· Para que o juiz defira a produção de prova testemunhal não é necessário que as testemunhas já estejam arroladas e qualificadas, basta que ele julgue pertinente.
· As partes terão o prazo comum de até quinze dias, a partir de fixação judicial na decisão de saneamento, para a apresentação do rol de testemunhas (art. 357, § 4º).
· O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a dez, sendo três, no máximo, para a prova de cada fato (art. 357, § 6º).
· O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados (art. 357, § 7º).
· O rol de testemunhas deve conter, se possível, nome completo, profissão, estado civil, idade, número do Cadastro de Pessoas Físicas, número de Registro Geral e endereço completo da residência e do local de trabalho (art. 450). 
Entende-se, no entanto, que a ausência de um ou mais elementos de qualificação é irregularidade simples que não impede a colheita do depoimento. Uma vez apresentado o rol de testemunhas, só será possível a substituição das mesmas se ocorrer alguma das situações previstas no art. 451 (morte, doença que impeça o depoimento ou mudança de endereço que impeça a localização).
Uma possibilidade interessante, prevista pelo art. 452, é a do próprio juiz da causa ser arrolado como testemunha. Se o julgador efetivamente tiver conhecimento de fatos relevantes para a solução do litígio, ele deverá se declarar impedido e remeter os autos para seu substituto legal. Se, ao contrário, o magistrado nada souber sobre os fatos da causa, ele mandará excluir seu nome do rol.
· O depoimento das testemunhas será colhido na Audiência de Instrução e Julgamento, perante o juiz da causa (art. 453). Exceções à regra são as testemunhas que prestam depoimento antecipadamente (art. 453, I; sobre a produção antecipada de provas, ver arts. 381 e seguintes.
· É dever do advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, sendo dispensada a intimação do juízo (art. 455).
· O advogado realizará tal intimação por meio de carta com aviso de recebimento, cabendo a ele juntar aos autos, com antecedência de pelo menos três dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento (art. 455, § 1º).
· A parte pode comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independentemente da intimação por AR, presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição (art. 455, § 2º).
· A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1o importa desistência da inquirição da testemunha (art. 455, § 3º).
· Intimada a comparecer, a testemunha deverá se dirigir à sede do juízo no dia e hora indicados. A testemunha intimada, seja por via de carta do advogado, seja por via de intimação judicial, que deixar de comparecer sem motivo justificado poderá ser conduzida coercitivamente a juízo e responderá pelas despesas decorrentes do adiamento da audiência (art. 455, § 5º).
· As testemunhas serão inquiridas pelo juiz, separadamente, primeiro as do autor e depois as do réu, de forma que uma não ouça o depoimento das demais (art. 456).
· O juiz, porém, poderá inverter esta ordem se as partes concordarem (art. 456, p. U.). 
· Antes de iniciar seu depoimento, a testemunha será qualificada, declarará ou confirmará seus dados e informará se possui relações de parentesco com a parte ou interesse na causa (art. 457). 
· Antes de iniciar o seu depoimento a testemunha prestará compromisso de dizer a verdade e será advertida pelo magistrado que quem afirma falsamente, cala ou oculta a verdade comete o crime de falso testemunho, tipificado no art. 342 do Código Penal 
· As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida (art. 459). 
· A parte pode requerer a transcrição na ata de audiência das perguntas que forem indeferidas (art. 459, § 3º). 
· As testemunhas devem ser tratadas com civilidade, sendo vedadas perguntas que importem em embraço ou constrangimento (art. 459, § 2º). 
· O juiz também pode inquirir a testemunha, tanto antes quanto depois das perguntasfeitas pelas partes (art. 459, § 1º).
· O art. 461, II autoriza o juiz a determinar, de ofício ou a requerimento das partes, a acareação de duas ou mais testemunhas ou de algumas delas com a parte, quando, sobre fato determinado que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações. 
· Aqueles que prestaram os depoimentos divergentes serão colocados frente a frente, e indagados a respeito da divergência ocorrida; o juiz pode advertir novamente as testemunhas das penas do falso. Em seguida, indagará se os depoentes mantêm as suas declarações, ou se têm retificação a fazer. De tudo, será lavrado termo. É possível realizar a acareação por meio de videoconferência (art. 461, § 2º).
· A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de três dias (art. 462). 
· O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público (art. 463); se a testemunha estiver sujeita ao regime celetista ela não poderá sofrer, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço (art. 463, p. U.).
9- PROVA PERICIAL
Regulada do art. 464 ao art. 480 do Novo CPC, a prova pericial consiste na prova produzida por especialista a pedido das partes ou do juízo.
Perícia – Meio de prova consistente no parecer técnico de pessoa habilitada. São espécies de perícia: o exame, a vistoria e a avaliação.
Essa espécie de prova trás um auxiliar da justiça, com conhecimento técnico e específico para esclarecer a causa, e pode ser requerida de ofício ou a requerimento das partes.
A prova pericial possui três espécies diferentes (art. 464 do CPC):
· Exame: que é a observação e análise de pessoas e objetos, para extrair as informações pretendidas (ex: exame médico em pedido de benefício previdenciário por incapacidade, exame de DNA em pedido de investigação de paternidade)
· Vistoria: que é a análise de bens imóveis, para verificar e especificar o seu estado (ex: vistoria de terreno por engenheiro, em pedido de reintegração de posse)
· Avaliação: que é a atribuição de valor ao bem, ou a definição do seu valor de mercado (ex: avaliação de corretor de imóvel ou de vendedor de automóveis em pedido de rescisão ou de revisão de contrato)
A prova pericial consiste em: ?????????
a) Exames: ou verificação, pode se dizer que é a perícia propriamente dita, consiste na inspeção, por meio de perito sobre pessoa ou coisa (móveis e semoventes), para desvendar aspectos técnicos ou científicos;
b) Vistoria: consiste na mesma atividade do exame, mas esse recai sobre bens imóveis;
c) Avaliação: é a atribuição de valor a bens jurídicos, de coisa, direitos ou obrigações.
d) Judicial: a mais comum resulta da ação proposta, sendo determinada de ofício ou a requerimento de uma ou de ambas as partes, com perito nomeado pelo juiz, esse tipo que se referem os art. 464 a 480 do NCPC (arts. 420 a 439 do CPC/73), e art. 195, § 2º da CLT e 3º da Lei n. 5.584/70, dentre outros;
e) Extrajudicial: embora a perícia extrajudicial não seja tão comumente usada, veio com a Lei. 8.455/1992, que autoriza as partes a instruírem a inicial e a contestação com pareceres técnicos a fim de se evitar a perícia judicial, sendo uma prova pré-constituída, razão essa que a parte contraria poderá requerer, em juízo, que seja efetuada nova perícia, por perito indicado pelo magistrado. Produzida antecipadamente, contudo, a prova pericial será judicial, porquanto requerida ao juiz e por este deferida;
f) Informal: espécie de perícia judicial, onde está dispensado o laudo. Quando o fato a se verificar o permitir, pode o juiz determinar que seja feita apenas a inquirição do perito e dos assistentes técnicos a respeito daquilo que eles verificaram, sem o formalismo da confecção do laudo.
g) Perícia obrigatória: nada mais é que a perícia necessária ao processo;
h) Facultativa: quando a mesma pode ser feita através de outro meio de prova que não seja a perícia.
A perícia trata-se de um meio de prova oneroso e que causa atraso no andamento do processo, por esse motivo que a perícia se se realiza e se faz necessária que ela seja:
a) Útil: somente ocorrera a perícia para o afastamento de dúvida, ou seja, quando o fato a que se deve ser esclarecido se envolve de questões que não podem ser verificadas sem o devido conhecimento técnico ou científico que somente um perito tem. Da mesma forma, não tem utilidade a perícia de fato que não tenha utilidade para a influência da decisão, um fato impertinente.
b) Necessária: como meio de prova que ela é, encontra-se a perícia paralelamente situada no campo do direito probatório. Assim, se a compreensão do fato já tiver sido esclarecida por outro meio de prova utilizado, será dispensada a perícia.
c) Praticável: não se defere prova pericial quando seu objeto não permite mais o exame, seja pelo motivo que não mais existe, ou por ter sofrido alterações substâncias, não deixando vestígios, exemplo, é inviável a perícia de veículo sinistrado, se ele já tenha sido reparado.

Continue navegando