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RESUMO: AÇÕES DE CONTROLE ABSTRATO - Direito Constitucional - Rodrigo Padilha

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AÇÕES DE CONTROLE ABSTRATO
Lei n. 9.868/1999 – ADC e ADin e Lei n. 9.882/18999 - ADPF
Atualmente existem 5 ações de controle de constitucionalidade abstrato:
ADI – Ação direta de inconstitucionalidade
ADC – ação declaratória de constitucionalidade
ADPF – Arguição de descumprimento de preceito fundamental 
ADO ação direta de inconstitucionalidade por omissão
Representação de inconstitucionalidade
ADI- Ação Direta de Inconstitucionalidade
Base Legal
Está prevista nos arts. 102, I, a e p §2º e 103, caput, §§1° e 3° da CF e regulamentada pelos arts. 1º ao 12 e 22 a 28 da Lei. 9.868.
Conceito
Competência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, que tem por fim declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em tese federal, estadual e distrital no exercício da competência legislativa estadual. 
Súmula 642: “Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência municipal. ”
Cabimento
Não cabe ADI de norma municipal. A constitucionalidade desta será via: controle difuso, ADPF, ou da representação de inconstitucionalidade (art. 125, §2º). 
Lei lato sensu: é cabível ADI que tenha por análise emenda constitucional, lei ordinária, lei complementar, lei delegada, de medida provisória.
a.1) se a MP for rejeitada ou caducar (art. 62, §3º), a ADI será extinta;
a.2) se a MP for convertida em lei sem alterações substanciais sobre o dispositivo objeto da ADI, a ação continuará;
a.3) se a MP for convertida COM alterações substanciais sobre o dispositivo objeto da ADI, a ação continuará;
a.4) se for proposta ADI em face de determinada MP e no curso desta é editada uma segunda MP dispondo diferentemente sobre o mesmo assunto, a primeira fica suspensa (não é revogada) e, por consequência a ADI também (sobrestada), aguardando deliberação da nova MP. Se a segunda MP for rejeitada ou não for analisada dentro do prazo constitucional (art. 62, §3º), a MP anterior voltará a vigorar pelo tempo que resta e a ADI voltará a ser analisada pelo Supremo. Porém, se a MP suspensiva for convertida em lei, a MP suspensa será extinta e a ADI, arquivada.
Regimento interno dos tribunais: Não há vedação quanto à possiblidade ADI contra regimento interno dos Tribunais. (96, I, a).
O supremo não admite ADI em face de sumula, seja persuasiva, seja vinculante.
O STF não admite ADI que tenha por objeto tratado internacional, pois é norma externa
Não cabe ADI de ato normativo estrangeiro, pois, quando a Constituição é invocada para recusar a aplicação do direito estrangeiro, este não é rejeitado por ser inconstitucional, mas, sim, por ser contrário à ordem. 
ADI cabe no caso de lei orçamentária, no entanto, não adentrará na matéria exposta na norma, mas sobre questões abstratas que envolvam leis orçamentárias. 
Não é cabível ADI em face de direito pré-constitucional, a análise de recepção ou não de norma anterior à Constituição é realizada por meio de ADPF. 
Não cabe ADI de lei revogada, pois é pré-requisito que para a propositura de ADI que a lei esteja em vigor ou apta a produzir efeitos (vacatio). Se a lei for revogada, o que vai acontecer é revogação intercorrente, ou seja, ADI extinta (A NÃO SER QUE A REVOGAÇÃO TENHA O INTUITO DE FRAUDE PROCESSUAL);
Pressupostos para cabimento de ADI
Lei objeto tem que ter sido editada na vigência da atual Constituição. 
Lei objeto tem que estar em vigor
Deve ser dotada de abstração e generalidade. “O STF deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos normativos quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do seu caráter geral”
Deve possuir natureza autônoma e não meramente regulamentar 
Supremacia da CF 
Existência de um órgão de controle
Legitimidade 
Art. 103, CF. 4 autoridades: Presidente da República, PGR, Governador do estado ou DF; 4 mesas organizadoras: Câmara dos deputados, Senado Federal, Assembleia Legislativa e Câmara Legislativa do DF; e 4 órgãos: Conselho Federal da OAB, Partido Político com representação do Congresso Nacional, Entidade de classe de Âmbito Nacional, Confederação Sindical. 
Quanto ao presidente e governador de estado ou DF não se estende aos seus vices e subprocurador-chefe, SALVO se estiverem substituindo ou sucedendo o chefe do poder. 
Partido político com representação no CN – para que esta pessoa jurídica tenha essa representação basta um Deputado Federal ou Senador, pois o congresso é a união das duas casas. A aferição da legitimidade é realizada no momento da propositura da ação, por isso, a perda da representação do partido político no Congresso Nacional após ajuizamento da ADI por este órgão não gera ilegitimidade. 
Confederação sindical – segundo o art. 535 da CLT, a confederação sindical é formada por, no mínimo, três federações e tem sede no Distrito Federal. 
Entidade de classe de âmbito nacional – entidade de classe cumpre afirmar que há exigência de que seja categoria profissional, por isso, a União Nacional dos Estudantes não tem legitimidade. No tocante à “âmbito nacional”, em analogia 7º, §1º, da lei n. 9;096/1995, é necessário que a entidade de classe seja homogênea e esteja presente, no mínimo, em um terço (nove) dos estados. 
Legitimados neutros (universais): são aqueles que não precisam comprovar sua relação com a norma impugnada. I) Presidente da República; II) Procurador-Geral da República; III) Mesa do Senado Federal; IV) Mesa da Câmara dos Deputados; V) Conselho Federal da OAB. VI) Partio político com representação no CN. 
Legitimados interessados (especiais): Aquele que, para propor ADI, precisam demonstrar sua relação com a norma impugnada. São: I) Governador de Estado e DF; II) Mesa de Assembleia Legislativa; III) Mesa da Câmara Legislativa do DF; IV) Confederação sindical; V) Entidade de classe de âmbito nacional. 
O partido político com representação no CN, confederação sindical e entidade de classe âmbito nacional precisam de advogados para propor ADI. 
Intervenção de terceiros e amicus curiae (modalidade de intervenção de terceiros com finalidade de pluralizar o debate constitucional).
Regra direta: Não se admite (art. 7°, Lei 9.868/1999). Entretanto, o §§2 do mesmo artigo traz a figura do “amicus curiae”, estabelecendo que “o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por DESPACHO IRRECORRÍVEL, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. ”.
A admissão do amicus curiae é decidida pelo relator; o Tribunal pode recusar. O requisito para a participação é relevância da matéria e representatividade dos postulantes (art. 7°, §2°, Lei n. 9.868/1999) e pertinência temática. O “amigo da corte” pode intervir até a data em que o relator liberar o processo para a pauta. 
O amigo da corte participa formalmente do pleito, podendo juntar documentos, pareceres, memoriais, auxiliando a Corte a encontrar soluções de acordo com aspectos técnicos. O STF passou a admitir, excepcionalmente, a sustentação oral, utilizando a regras internas. (Sustentação de 15 min, sendo que se houver litisconsortes não representados pelo mesmo advogado, o prazo, que se contará em dobro, será dividido igualmente entre os membros do mesmo grupo, se diversamente entre eles não se convencionar.).
Procedimento:
Petição inicial. A inicial pode se indeferida liminarmente pelo relator, em decisão monocrática, se for inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente. Desta cabe agravo interno no prazo de cinco dias. Uma vez proposta a ação, não se admitirá desistência (art 5º Lei n. 9;868/1999), arguição de suspeição ou impedimento. 
A causa de pedir é aberta, ou seja, o STF pode declarar um dispositivo inconstitucional por ofensa a uma norma constitucional não suscitada pela parte. Entretanto, o pedido é fechado, ou seja, o STF está vinculado ao pedido, não podendo declarar a inconstitucionalidade de dispositivo não perseguido na ação (perseguir o princípio da adstrição). 
É PERMITIDOcumulação de pedidos em ADI, desde que haja pertinência entre si. 
Liminar
Decisão por maioria absoluta do Tribunal, após audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lie ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias. 
O relator ouvirá o AGU e o PGR no prazo de 3 dias. 
Os pressupostos para a concessão da liminar são o “fumus boni juris” (sinal de bom direito), caracterizado pela relevância da fundamentação jurídica, e o “periculum in mora” (perigo da demora), caracterizado pela necessidade de concessão da liminar para evitar dano irreparável. 
Tutela antecipada, suspendendo a eficácia da norma impugnada. 
Efeito pessoal: erga omnes e vinculante. Efeito temporal: ex nunc (não retroativo os efeitos da norma). Efeito repristinatório (art. 11, §2º, Lei n. 9.868/1999)
Informações aos órgãos e às autoridades das quais emanou a lei ou ato normativo impugnado
Distribuída a inicial, o relator tem quatro opções: i) indeferir liminarmente a inicial; ii) submeter os autos ao Pleno para análise da liminar; iii) instaurar o procedimento sumário; iv) instaurar o procedimento comum, solicitando informações aos órgãos ou autoridades das quais emanou a lei... (prazo de pronunciamento: 30 dias);
Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará um AGU, que defenderá o ato ou texto impugnado (art. 103, §3º) no prazo de 15 dias.
Levando em conta que toda lei, quando editada, goza da presunção de constitucionalidade, o AGU atua exercendo a função de curador do princípio da presunção de constitucionalidade (defensor legis). Exceção: Quando a norma impugnada ofender os interesses da União, pois, nesse caso, haverá conflito entre as funções do AGU. 
Já o PGR possui atuação independente, podendo opinar livremente acerca da constitucionalidade da norma, no prazo de 15 dias. 
O PGR poderá opinar pela improcedência da ação que ele mesmo moveu, se necessário. (Pode ser oral)
Em caso de necessidade de esclarecimentos de matéria ou circunstância de fato ou de insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para emissão de parecer, ou fixar uma data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas que são autoridade na matéria. (Prazo 30 dias - duração).
Sendo inconstitucionalidade formal matéria de fato, e, em matérias de fato são necessárias provas, cabe ao judiciário exigir cópia dos documentos que comprovam o trâmite do PL que gerou tal discussão. 
Decisão
A sessão de julgamento só se inicia se houver presença de 8 (2/3) dos Ministros. (art 22. Lei n. 9868/1999)
Necessário maioria absoluta = 6 Ministros
A ADI procedente declara nulidade da norma
Não vincula o poder legislativo, ou seja, pode editar nova lei com conteúdo normativo idêntico, sem ofender a autoridade daquela decisão. 
Mesmo que o STF tenha julgado a ação improcedente poderá, a qualquer momento, analisar novamente a matéria e, se houver mudado o entendimento (mutação constitucional), declarar a inconstitucionalidade da norma impugnada. 
O descumprimento do efeito vinculante gerará ação de reclamação (102, I, l, CF), impetrada por qualquer pessoa física ou jurídica atingida pelo descumprimento. 
O Tribunal pode declarar inconstitucionalidade de uma palavra do texto de um dispositivo, desde que não altere o sentido da norma ou que o dispositivo tenha existência autônoma sem a palavra suprimida – Principio da parcelaridade. 
As declarações de inconstitucionalidade com efeitos retroativos não têm poder de desconstruir sentenças, mas, nada impede de que haja ação rescisória para desconstruir o julgado dentro do prazo de 2 anos. 
ADC - Ação Declaratória de Constitucionalidade
Ação que busca conceder segurança jurídica aos dispositivos legais federais. 
Por meio desta, o ST poderá confirmar a constitucionalidade do dispositivo (lei ou ato normativo federal) duvidoso, concedendo a sua decisão efeito erga omnes e vinculante, para evitar novas controvérsias. 
Não se admite ADC em matéria pacífica. (art. 14, III, Lei 9.868/1999).
Não é correto penar que, com ADC procedente, a presunção relativa de constitucionalidade se transformaria em presunção absoluta. Porque é possível, tempos depois, a matéria ser reanalisada pelo STF, e mudar o entendimento, passando para a inconstitucionalidade. 
Exemplo: Após declarar constitucionalidade de uma norma, o STF muda o entendimento sobre a norma parâmetro, com isso, a lei, outrora constitucional, passa a ser incompatível com a nova interpretação concedida à norma constitucional, podendo, assim, o STF declarar a norma inconstitucional por meio de ADI. 
A ADC, segundo o STF, é um processo objetivo. O que quer dizer que, apesar da juntada de documentos que comprovam a divergência jurisprudencial, o que é julgado é a norma e sua consonância com os preceitos constitucionais, independente de sobre quem esta incide (Ou seja, abstratamente considerada).
Somente é cabível à ADC sobre lei ou ato normativo federal primário (que encontra fundamento de validade na CF) posterior à Constituição. 
Não cabe ADC em norma secundária, estadual, distrital, municipal ou anterior à CF.
É possível que os estados-membros criem ADC por meio de suas constituições:
- Por terem auto-organização e auto-legislação. 
- Art. 125, §2º CF concede aos estados o poder de criarem a representação de inconstitucionalidade. Tribunal de Justiça irá declarar norma objeto constitucional, tendo os mesmos efeitos de uma ADC em âmbito estadual. 
Legitimidade
Presidente da República, PGR e as mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. (art. 13, Lei. 9868/1999)
E.C 45/2004: reformou o 103, CF, tem os mesmos legitimados que a ADI, com as mesmas exigências quanto à pertinência temática e prerrogativas quanto à capacidade postulatória. 
O STF admite amigos da corte para ADC mediante aplicação analógica ao art 7°, §2º da 9868/1999, que concede o mesmo para ADI. 
Procedimento
- Inicial: pedido com suas especificações + existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. (art. 14, 9868/1999). Não se admitirá desistência. 
- Liminar: Assim como na ADI, a inicial inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente, será liminarmente indeferida pelo relator, sendo possível recurso de agravo interno da decisão, no prazo de 5 dias.
- Medida cautelar: Concedida pelo quórum de maioria absoluta do STF. Após a decisão da liminar o STF tem 180 dias para proferir a decisão final, caso se esgote o prazo, a liminar perde eficácia e, em consequência, os processos retornam à instancias inferiores, mesmo correndo o risco de decisões conflitantes. A medida cautela reproduz efeito erga omnes, vinculante e ex nunc. 
Obs.: é possível que, com base no art. 20, §2°, 9868, sejam solicitadas informações de Tribunais Superiores, Tribunais federais e/ou Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição, que serão prestadas no prazo de 30 dias. Também pode se resignar peito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão e audiência pública para ouvir depoimentos de pessoas autoridade na matéria. 
Obs.2: o AGU não precisa ser ouvido devido a sua posição de defensor legis. Já o PGR será ouvido em todos os processos de competência do STF.
Decisão
Erga omnes, ex tunc e vinculante
Não caberá recurso, ressalvada possibilidade de embargos de declaração. 
Pode ser improcedente. 
ADO - Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Base: Constituição Portuguesa.
Também conhecida como AÇÃO SUPRIDORA DE OMISSÃO.
ADO é a ação cabível para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. Como a Constituição Federal possui grande amplitude de temas, algumas normas constitucionais necessitam de leis que a regulamentem. A ausência de lei regulamentadora faz com que o dispositivo presente na Constituiçãofique sem produzir efeitos.
 A ADO tem o objetivo de provocar o Judiciário para que seja reconhecida a demora na produção da norma regulamentadora. Caso a demora seja de algum dos Poderes, este será cientificado de que a norma precisa ser elaborada. Se for atribuída a um órgão administrativo, o Supremo determinará a elaboração da norma em até 30 dias.
A inconstitucionalidade ocorre quando há subversão da vontade, ou seja, quando a vontade do legislativo ou executivo prevalece sobre a vontade do povo, quando a inação se dá por negligência e não por falta de tempo 
Objeto
Na ADO só as NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA podem ser consideradas como parâmetro de controle.
Não se tem uma norma, e sim uma inação, que pode ser de cunho legislativo, na edição de normas primárias, ou executivo, quando lhe couber expedir atos secundários de caráter geral, como: i) regulamentos; ii) instruções; iii) resoluções. 
O que se busca é uma medida de natureza normativa
A inércia pode ser:
Total ou Absoluta: quando o órgão ou autoridade competente se abstém totalmente de seu dever constitucional. 
Parcial:
Parcial propriamente dita: quando se elabora a norma, contudo, é insuficiente, não atingindo o fim da Constituição. 
Quando exclui de seu âmbito de incidência determinada categoria que nele deveria estar abrangida. 
Caso E.C revogue norma-parâmetro, a ADO é extinta, pois o provimento judicial não será mais necessário.
Se houver iniciativa normativa perseguida, a ADO será extinta, pois o máximo que a decisão na ADO faria, seria cientificar o poder competente para adoção de providências, como iniciativa do projeto de lei. 
Até mesmo a inércia em normas secundárias, tais como regulamentos e instruções, pode ser objeto desta ação de controle. 
Obs.: o STF mudou entendimento jurisprudencial sobre a substituição entre as ações diretas de inconstitucionalidade por ação e as ações indiretas de inconstitucionalidade por omissão (quando em causa de omissões legislativas inconstitucionais parciais), sendo, a priori, proibidos, passando à admissão. 
Legitimidade Ativa
Os legitimados para ADO são os mesmos para ADI, com uma ressalva: os legitimados para ADO que puderem ter iniciativa da norma perseguida NÃO podem mover a referida ação. 
No que diz respeito à capacidade postulatória, pertinência temática, intervenção de terceiros, a regra é a mesma que a ADI. 
Procedimento
Inicial: A petição deverá indicar a omissão constitucional total ou parcial quanto ao cumprimento do dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa, e o pedido, com suas especificações. 
Não se admite desistência
Liminar: Assim as ações anteriores, a petição inicial inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente, será liminarmente indeferida pelo relator. Desta decisão caberá agravo para o pleno do STF, no prazo de 5 dias. 
Informações
Devem ser prestadas pelo órgão ou autoridade omissa, justificando a inercia no prazo de 30 dias.
Os demais legitimados para a propositura da ADO podem se manifestar, por escrito, sobre o abjeto da ação e pedir juntada de documentos reputados uteis para o exame da matéria, no prazo de 30 dias. (art. 12E, §1º, Lei n. 9.868/1999)
PGR E AGU
Omissão total: Não há manifestação do AGU, pois, como curador da lei, não há lei para ser protegida. 
Omissão parcial: o AGU poderá ser ouvido para zelar pela parte existente. Prazo: 15 dias (art. 12-E, §2°, 9868/1999).
O PGR terá 15 dias para se manifestar em toda ADO, 22E, §3° 9.868/1999
ART. 103, §1º (LER)
Decisão
Apesar da competência do STF ser de cientificar o órgão ou autoridade responsável pela inercia, como art. 103, §1º, CF, o STF, com a demanda grande, passou a tomar a posição de proatividade.
O art. 12-H, Lei n. 9.868/1999 adotou a seguinte postura: declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. Sendo que, em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providencias deverão ser adotadas no prazo de 30 dias, ou em prazo razoável, estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista circunstancias específicas do caso e interesse público envolvido. (Sob pena de responsabilização).
Efeitos: ERGA OMNES, VINCULANTE E EX NUNC
ADPF – Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental
Competência – STF
Disciplina legal: Lei n. 9882/1999
Fontes de inspiração: Recurso constitucional do direito Alemão, e Recurso do amparo do direito Espanhol. 
Finalidade: evitar ou reparar lesão a PRECEITO FUNDAMENTAL, resultante de ato do Poder Público, bem como resolver controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo FEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL, INCLUINDO OS ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO. 
Natureza jurídica: objetiva.
Preceito fundamental: Não se confunde com princípio fundamental. Estão esparsos pela Constituição, como:
- 1° ao 4º - Princípios fundamentais
- 5° ao 17 – Direitos Fundamentais
- 34, VII – Princípios constitucionais sensíveis
- 37, caput – Princípios da Administração pública
- 60, §4° - Cláusulas pétreas;
Preceito fundamental é o conjunto de normas que asseguram a estabilidade do ordenamento democrático, ou seja, todos os preceitos constitucionais de natureza fundamental (essencial).
Objetivo e Objeto
O art. 1° da Lei 9.882/199 prevê que a ADPF possui 3 objetivos: I) evitar lesão de preceito fundamental; II) reparar lesão de preceito fundamental; III) resolver controvérsia constitucional, pacificando questões polêmicas.
Objeto: I) ato do poder público; II) Lei ou ato normativo Federal; III) Lei ou ato normativo estadual; IV) Lei ou ato normativo distrital; V) Lei ou ato normativo.
Obs.: Essas leis e atos normativos citados podem ter sido editados a qualquer tempo, antes ou depois da CF88.
A ADPF É UMA AÇÃO RESIDUAL (OU SUBSIDIÁRIA), NÃO CABENDO ESTA AÇÃO QUANDO HOUVER OUTRO MEIO EFICAZ DE SANAR A LESIVIDADE. (Art. 4º, §1°, Lei n. 9882/1999).
Obs.: O STF admite a possibilidade de converter a ADPF proposta por ADI e vice-versa. Ex. União homoafetiva. ADPF 132/ ADI 4277
Tipologia e modalidade
Tipos:
Preventiva: busca evitar lesão a preceito fundamental. (Art. 1°, caput, Lei 9.882/1999). 
Repressiva: reparar lesão a preceito fundamental. (Art. 1°, caput, Lei 9.882/1999). 
Por equiparação/equivalência: Visa pacificar a controvérsia constitucional a respeito de lei ou ato normativo pós e pré-constitucionais editado por todos os entes federativos. (Art. 1°, § único, I, Lei 9.882/1999).
Modalidade de ADPF:
Concentrada: A ADPF somente poderá ser analisada pelo Supremo Tribunal, sendo inconcebível a análise de ADPF pelos juízes de instâncias inferiores. Não existe ADPF pela via difusa. 
Principal: instaurada pela via de ação direta, em que o descumprimento de preceito fundamental ou a controvérsia constitucional são suscitadas no pedido, devendo ser declarada no acórdão. 
Incidental: o descumprimento de preceito fundamental ou a controvérsia constitucional são suscitadas na causa de pedir, atuando como prejudicial de mérito de outro pleito. 
Exemplo Incidental: ADPF – Aborto feto Anencéfalo – PEDIDO: autorização do aborto para gestantes que gerassem fetos anencéfalos. CAUSA DE PEDIR: descumprimento de preceitos fundamentais, como a dignidade da pessoa humana, direito à saúde, à vida, autonomia da vontade e à liberdade. 
ADPF nos estados
A Constituição estadual pode, de acordo com a sua autonomia, instituir ADPF estadual, desde que obedecido o princípio da simetria. A competência para o julgamento será do plenário ou órgão especial do Tribunal de Justiça local.
Os atos estaduais já são passíveis de ADPF no plano federal.
Legitimidade Ativa
Aplica-se à ADPF as mesmas regras que tem a ADI no que diz respeito à: Pertinência temática, Capacidade postulatória, Intervenção de terceiros e amicus curiae.
ADPF não pode ser proposta pelo cidadão. A não ser que provoque o PGR, ART. 2°, §1°, 9882/1999
Liminar
Quórum de maioria absoluta, em caso excepcional (recesso, exemplo) podeo relator conceder a medida, tendo que, a posteriori, submeter ao plenário da Corte. Efeito: erga omnes, ex nunc e vinculante.
Procedimento 
Solicitar informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado = 30 dias
O STF sempre ouve o AGU = 5 dias, mesmo diante de omissão legislativa (103, §3°, CF).
Toda ação de inconstitucionalidade com competência do STF tem, obrigatoriamente, que ouvir o PGR. (103, §1°, CF)
A Lei 9882/1999 (art. 6º, §§ 1° e 2º) faculta o relator a:
- Possibilidade de oitiva das partes que ensejaram o processo
- Requisitar informações adicionais
- Designar perito ou comissão dos mesmos para que emita parecer sobre a questão
- Fixar data para as declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridades no assunto
- Deferimento de sustentação oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados
Decisão
Votação só pode ser iniciada com 8 Ministros, sendo que, para conceder provimento, é necessário voto de maioria absoluta, ou seja, 6 Ministros.
Art. 10. 9882/1999 (ler)
Dentro do prazo de 10 dias = Publicação no Diário da Justiça e no D.O.U
Efeito: ex tunc, erga omnes e vinculante.
Possibilidade de ex nunc: art. 11, 9880/1999
QUADRO COMPARATIVO
	 
	ADI 
	ADC
	ADO
	ADPF
	Base legal
	lei 9.868/1999. Arts. 1° ao 12 e 22 e ss
	lei 9.868/1999. Arts. 13 e ss
	lei 9.868/1999. Arts. 12-A ao 12-H
	Lei 9.882/1999
	Finalidade
	Declarar inconstitucionalidade
	Confirmar Constitucionalidade
	Cientificar o poder competente para adoção das providências necessárias
	Evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, bem como resolver controvérsia
	Objeto
	Norma federal, estadual ou distrital no exercício de competência estadual
	Norma Federal
	Medida de natureza normativa federal, estadual ou distrital no exercício de estadual
	Norma federal, estadual, distrital, municipal, pós e pré-constitucional, e ainda contra ato de poder público
	legitimidade
	art. 103
	art. 103
	art. 103
	art. 103
	amicus curiae 
	sim
	sim
	sim
	sim
	solicitar informações
	sim (30 dias)
	Não
	sim (30 dias)
	sim (10 dias)
	AGU - DEFENSOR LEGIS
	sim (15 dias)
	Não
	Não atua na omissão total, só em omissão parcial (15 dias)
	sim (5 dias)
	PGR
	sim (15 dias)
	sim (15 dias)
	sim (15 dias)
	sim (5 dias)
	DECISÃO/EFEITOS
	erga omnes, vinculante, ex tunc e represtinatório (tornar aplicável a legislação anterior)
	erga omnes, vinculante, ex tunc. A norma continua existindo, porém, na improcedência, também efeito represtinatório 
	erga omnes, ex nunc
	erga omnes, vinculante, ex tunc e, dependendo do caso, represtinatório (tornar aplicável a legislação anterior)

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