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SEFAZ PE XEST administrativo daniel Aula 19 Lei 12.846 13 Atos Lesivos à Administração Pública

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Aula 19
Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE
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AULA 19: Lei 12.846/13. 
 
 
SUMÁRIO 
1) INTRODUÇÃO À AULA 19 1 
2) LEI Nº 12.846/2013 2 
2.1 APLICAÇÃO 3 
2.2 RESPONSABILIDADE DOS DIRIGENTES 5 
2.3 ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (NACIONAL OU ESTRANGEIRA) 5 
2.4 RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 8 
2.5 PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO 14 
2.6 ACORDO DE LENIÊNCIA 18 
2.7 RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL 23 
2.8 DISPOSIÇÕES FINAIS 24 
3) RESUMO 27 
 
 
1) �–”‘†—­ ‘��ƒ—Žƒ� ? ? 
 
Que bom que você veio para nossa aula 19 de Direito 
administrativo, do curso preparatório para SEFAZ/PE. 
Nesta aula 19, abordaremos: ³23. Lei Anticorrupção (Lei Federal no 
12.846/2013).´. 
 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
 
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2) �‡‹� ?� ? ?Ǥ ? ? ?Ȁ ? ? ? ? 
 
A lei 12.846/13, já em seu art. 1º, define o tema disposto em seu 
texto: responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas 
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional 
ou estrangeira. É a famosa lei anticorrupção. Essa lei veio para 
promover avanços nos métodos de combate dos malfeitos com bens e 
recursos públicos. 
Desde 2000, o Brasil foi pressionado pela OCDE (Organização 
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para ter sua própria 
lei anticorrupção, ano em que o país ratificou uma convenção realizada 
dois anos antes, na entidade, entre 40 membros. 
Na direção de uma futura lei anticorrupção e atendendo ao 
disposto na convenção da OCDE, o Brasil criou a Controladoria Geral da 
União, em 2003. 
A Lei n. 12.846/13 se assemelha à americana, que nasceu em 
1977. Os EUA editaram a Foreign Corrupt Pratices Act, após os casos 
Watergate e de suborno de membros do primeiro escalão do governo do 
Japão por empresa fabricante de aviões americana. Essa lei 
responsabiliza empresas que praticam atos contra a administração 
pública nacional ou estrangeira. 
No Brasil, o método mais tradicional de fazer negócios com o 
poder público é, sem dúvida, o da corrupção. Com a nova lei, a intenção 
é que as empresas comecem a sentir no bolso o preço de corromper o 
poder público ou de aceitar facilidades para fazer negócios com a 
Administração. 
Segundo a Controladoria-Geral da União, essa lei vem para 
acabar com irregularidades do mercado e instituir um novo regime de 
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ética e compliance (veremos esse conceito ao longo da aula), mudando 
a cultura empresarial no país GH� TXH� R� ³QRUPDO´� p� FRUURPSHU�� 3HOR�
contrário, as empresas honestas serão beneficiadas. 
 
2.1 Aplicação 
 
Aplica-se a Lei 12.846 às: 
x Sociedades empresárias; 
x Sociedades simples, personificadas ou não, 
independentemente da forma de organização ou modelo 
societário adotado. 
x Quaisquer fundações; 
x Associações de entidades ou pessoas; ou 
x Sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou 
representação no território brasileiro, constituídas de fato 
ou de direito, ainda que temporariamente. 
Independentemente da responsabilização individual das 
pessoas naturais, a pessoa jurídica será responsabilizada. Essa 
responsabilidade da pessoa jurídica será objetiva nos âmbitos 
administrativo e civil. 
OBS: perceba que a responsabilização objetiva não alcança a 
seara penal. 
Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica nas hipóteses de: 
x Alteração contratual; 
x Transformação; 
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x Incorporação*; 
x Fusão*; ou 
x Cisão societária. 
 
Com esse dispositivo (art. 4º), a Lei Anticorrupção busca barrar 
DV�³ILOKDV´�GH�HPSUHVDV�LQLG{QHDV�GH�OLFLWDo}HV�H�FRQWUDWRV�FRP�R�SRGHU�
público de participarem de novas licitações. Isso ocorre muito 
atualmente no Brasil. A empresa X cai em uma operação da Polícia 
)HGHUDO�H�p�GHFODUDGD�LQLG{QHD��8P�PrV�DSyV�R�³GRQR´�GHVVD�HPSUHVD�
reorganiza seu quadro societário, altera o contrato social da empresa, 
dá novo nome fantasia, tira novo CNPJ e volta a celebrar contratos com 
o poder público. 
MUITA ATENÇÃO PARA AS SEGUINTES REGRAS DA LEI: 
* Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da 
sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e 
reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio 
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas 
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou 
incorporação. Contudo, MUITA ATENÇÃO, se a fusão ou incorporação 
ocorreu com simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente 
comprovados, há uma responsabilização integral da nova empresa. 
* Há responsabilidade solidária no que se refere à 
obrigação de reparar os danos e pagar as multas para as 
sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do 
respectivo contrato, as consorciadas que praticarem os atos previstos 
na lei anticorrupção. 
 
 
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2.2 Responsabilidade dos dirigentes 
 
Meus caros, se a Administração chegar a conclusão de que a 
empresa corrompeu o poder público, mas não se identificar qual 
dirigente da empresa foi o responsável pelo ato, ainda assim seria 
possível punir a empresa? 
Sim! 
E se a empresa foi punida, é possível prosseguir nas investigações 
e acabar por punir pessoalmente o dirigente da empresa? 
Sim! 
A Lei deixa bem claro que a responsabilização da pessoa jurídica 
não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou 
administradores ou de qualquerpessoa natural, autora, coautora ou 
partícipe do ato ilícito. Além disso, mesmo que não se responsabilize 
individualmente um empregado ou diretor da empresa será possível a 
responsabilização da pessoa jurídica. 
Se identificada a conduta irregular de um dirigente ou 
administrador, eles não terão responsabilidade integral, mas sim 
responsabilidade na medida da sua culpabilidade. 
 
2.3 Atos lesivos à Administração Pública (nacional ou 
estrangeira) 
 
Vamos entrar agora nos atos que a lei anticorrupção identificou 
que são passíveis de punição. 
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Veja que os atos objeto de punição também envolvem a lesão à 
Administração Pública estrangeira. Para efeitos da Lei n. 12.846/13, são 
FRQVLGHUDGRV�³$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�HVWUDQJHLUD´�os órgãos e entidades 
estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de 
qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país 
estrangeiro (as empresas estatais estrangeiras). 
E a ONU, SRGH� VHU� FRQVLGHUDGD� ³$GPLQLVWUDomR� 3~EOLFD�
HVWUDQJHLUD´" 
Sim, pois equiparam-se à administração pública estrangeira as 
organizações públicas internacionais. 
A partir dessas definições, considera-VH� ³DJHQWH� S~EOLFR�
HVWUDQJHLUR´� quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, 
exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais 
ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em 
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder 
público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. 
Vamos aos atos, especificamente, pessoal. 
Os atos lesivos à Administração Pública, seja ela nacional ou 
estrangeira, são todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas já 
citadas, que atentem contra: 
1) O patrimônio público nacional ou estrangeiro, 
2) Princípios da administração pública ou 
3) Os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. 
Veja que os focos da Lei são 3: patrimônio, princípios e 
compromissos internacionais. 
Os referidos atos lesivos são: 
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a. Prometer, oferecer ou dar, direta ou 
indiretamente, vantagem indevida a agente 
público, ou a terceira pessoa a ele relacionada 
(conduta análoga à famosa corrupção ativa); 
b. Comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou 
de qualquer modo subvencionar a prática dos atos 
ilícitos; (seria uma espécie de co-autoria) 
c. Comprovadamente, utilizar-se de interposta 
pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular 
seus reais interesses ou a identidade dos 
beneficiários dos atos praticados; 
d. No tocante a licitações e contratos: 
ƒ frustrar ou fraudar, mediante ajuste, 
combinação ou qualquer outro expediente, o 
caráter competitivo de procedimento licitatório 
público; 
ƒ impedir, perturbar ou fraudar a realização de 
qualquer ato de procedimento licitatório público; 
ƒ afastar ou procurar afastar licitante, por meio de 
fraude ou oferecimento de vantagem de 
qualquer tipo; 
ƒ fraudar licitação pública ou contrato dela 
decorrente; 
ƒ criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa 
jurídica para participar de licitação pública ou 
celebrar contrato administrativo; 
ƒ obter vantagem ou benefício indevido, de modo 
fraudulento, de modificações ou prorrogações de 
contratos celebrados com a administração 
pública, sem autorização em lei, no ato 
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convocatório da licitação pública ou nos 
respectivos instrumentos contratuais; ou 
ƒ manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos celebrados com a 
administração pública; 
e. Dificultar atividade de investigação ou 
fiscalização de órgãos, entidades ou agentes 
públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no 
âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de 
fiscalização do sistema financeiro nacional. 
 
2.4 Responsabilização administrativa 
 
Lembre-se que a responsabilização administrativa da empresa é 
objetiva, ou seja, independe da demonstração de culpa de quaisquer de 
seus diretores, administradores, empregados ou prepostos. 
Para reverter a cultura de corrupção e fazer as empresas sentirem 
no bolso o resultado das práticas danosas aos valores Republicanos. A 
Lei n. 12.846 trouxe sanções pesadas. 
As sanções administrativas aplicáveis às pessoas jurídicas 
consideradas responsáveis pelos atos lesivos são: 
 
A. MULTA, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% 
(vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício 
anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos 
os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, 
quando for possível sua estimação; 
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¾ Caso não seja possível utilizar o critério do 
valor do faturamento bruto da pessoa 
jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis 
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta 
milhões de reais). 
Perceba que a multa nunca pode ser menor do que a vantagem 
auferida pela empresa. 
A aplicação da multa, por óbvio, deve ser proporcional ao dano 
perpetrado pela empresa. O decreto que regulamentará a lei precisará 
criar parâmetros objetivos e mitigar o risco de que a empresa seja 
punida de forma diferente nas instâncias municipal, estadual ou federal 
ou, ainda, seja punida por mais de uma vez em diferentes instâncias 
administrativas por um mesmo ato. 
 
B. PUBLICAÇÃO extraordinária DA DECISÃO CONDENATÓRIA. 
¾ A publicação ocorrerá na forma de extrato 
de sentença, a expensas da pessoa 
jurídica, em meios de comunicação de 
grande circulação na área da prática da 
infração e de atuação da pessoa jurídica 
ou, na sua falta, em publicação de 
circulação nacional, bem como por meio 
de afixação de edital, pelo prazo mínimo 
de 30 (trinta) dias, no próprio 
estabelecimento ou no local de exercício 
da atividade, de modo visível ao público,e 
no sítio eletrônico na rede mundial de 
computadores. 
 
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Veja que a ideia é manchar a imagem da empresa! Não só os servidores 
públicos, os políticos envolvidos vão ficar expostos. A imagem da 
pessoa jurídica vai ficar prejudicada, pois a publicação deve ocorrer em 
jornal de grande circulação. 
OBS.: As sanções podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de 
acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e 
natureza das infrações. 
Vale ressaltar que a aplicação dessas sanções não exclui, em 
qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano 
causado. 
Mas, professor, como saber qual das sanções aplicar, se 
realmente há necessidade de aplicar e como aplicar? Para isso são 
levados em consideração na aplicação das sanções alguns fatores. São 
eles: 
a) a gravidade da infração; (quanto mais grave a infração, maior a 
multa) 
b) a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; (quanto mais 
vantagem auferida, maior a multa) 
c) a consumação ou não da infração; (a multa de um ato tentado é 
menor do que a de um ato consumado) 
d) o grau de lesão ou perigo de lesão; (se o erário foi lesado 
severamente, a multa vai ser maior) 
e) o efeito negativo produzido pela infração; (se o ato gerou 
problemas para a Administração executar algum serviço público, a 
multa deve ser pesada) 
f) a situação econômica do infrator; (se a empresa é uma gigante 
multinacional, a multa deve ser pesada para que a sanção seja 
pedagogia ao doer no bolso) 
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g) a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações; 
(MUITA ATENÇÃO NESSE PONTO! Como algumas infrações só são 
de possível descoberta se houver uma cooperação da empresa, a 
empresa que cooperar vai ter a sua sanção diminuída ± redução 
em até 2/3 da multa aplicada e pode se isentar das sanções de 
publicação do nome da empresa em jornal de grande circulação e 
da sanção de não receber incentivos do poder público. Veremos 
mais detalhes quando tratarmos do acordo de leniência) 
h) a existência de mecanismos e procedimentos internos de 
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e 
a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da 
pessoa jurídica; (veremos abaixo o compliance) 
i) o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão 
ou entidade pública lesados. (quanto mais robustos os contratos, 
maior o valor da multa) 
Mais uma vez, para adequar esses parâmetros de forma 
proporcional, o decreto que regulamentará a lei estabelecerá os 
mecanismos de avaliação e procedimentos para aplicação das sanções. 
2�SRQWR�³K´�PHUHFH�HVSHFLDO�GHVWDTXH�� 
Se a ideia da lei é mudar a cultura existente de que somente a 
HPSUHVD�³HVSHUWLQKD´�FHOHEUD�FRQWUDWRV�QR�%UDVLO��SDVVDQGR�D�EHQHILFLDU�
as empresas idôneas, nada mais justo do que reduzir as sanções 
daquelas empresas que tenham procedimentos internos que 
demonstrem a sua integridade, o seu comprometimento com a ética. 
Não basta a empresa apenas ter um programa de ética e 
compliance, mas sua aplicação deve ser efetiva. 
Afinal, professor, o que é o compliance? 
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Compliance em inglês, vem do verbo ³WR� FRPSO\´�� que significa 
cumprir. É dever que a empresa tem de cumprir regulamentos internos 
ou externos, estabelecidos por ela mesma ou adotados 
voluntariamente, que estabelecem os padrões éticos de conduta de 
seus diretores, administradores e empregados e firmam compromissos 
para boas práticas de gestão, com auditorias, procedimentos de 
apuração internos, etc., que acabarão por contribuir para uma boa 
reputação da empresa. 
Busca-se, desse modo, um padrão de integridade para as 
empresas. 
Para se ter a noção, na prática, de como se estrutura um 
Programa de Compliance, trago os passos indicados por Marina Ferro, 
coordenadora de Políticas Públicas do Ethos. Ela apresenta um 
modelo em dez passos, agrupados em quatro disciplinas: 
x Cultura de compliance, que deve ser patrocinada pela alta 
administração da organização; a partir dessa decisão, deve-
se estabelecer um Código de Conduta, Políticas e 
Procedimentos amplamente divulgado aos stakeholders; 
definem-se também os recursos para a implantação da 
estrutura decompliance; 
x Gestão de riscos, que permite identificar os riscos 
relativos à corrupção em setores, atividades, processos e 
pessoas mais vulneráveis na organização; atividades de 
treinamento e capacitação contínuos para informar aos 
funcionários o Código de Conduta e a legislação que lhe dá 
suporte; 
x Canais de denúncia e remediação, que devem ser 
acessíveis para todos, garantidas a confidencialidade e a 
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não retaliação; medidas disciplinares contra os infratores 
devem ser aplicadas, seja qual for o cargo ou a função; 
x Melhoria contínua de compliance, que exige revisão e 
monitoramento constantes para identificar regras aplicáveis 
aos produtos e mercados, bem como problemas nos 
processos internos. Para aprofundar o programa, deve-se 
promover due diligence de fornecedores, incluindo terceiros 
com os quais se relacionam, com direito de auditoria. A due 
diligence também deve ser aplicada antes das aquisições, 
assim como na integração de empresas. 
(http://www.revistainfra.com.br/portal/Textos/?Entrevistas/14281
/Transpar%C3%AAncia-nas-empresas-brasileiras-) 
Nesse passo, a aplicação de sistemas de compliance certamente 
será um agente de mudanças que se refletira muito além da empresa 
que o adota, mas impactará na sociedade positivamente, gerando 
práticas mais saudáveis nas empresas e coorporações, o que refletirá 
na produtividade e na economicidade dos contratos celebrados pelo 
poder público. 
Assim, a empresa que demonstrar ter procedimentos internos 
efetivos que previnam a existência de corrupção, as sanções podem ser 
reduzidas sensivelmente. Pois seestará demonstrando que a prática 
lesiva foi um caso isolado dentro da empresa que adota a política de 
integridade. 
 
 
 
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2.5 Processo administrativo de responsabilização 
 
Atenção! Aqui não estamos falando de processo judicial, mas de 
apuração administrativa de condutas ilícitas. A própria Administração 
Pública pode abrir um processo administrativo para apuras as práticas e 
aplicar sanções. 
COMPETÊNCIAS 
A instauração e o julgamento de processo administrativo para 
apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade 
máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário que foi lesado. Esse órgão agirá de ofício ou 
mediante provocação, observados, obviamente, o contraditório e a 
ampla defesa. 
Essa regra, certamente, vai gerar muita discussão, pois, muitas 
vezes o contrato onde houve a lesão ao poder público é custeado com 
recursos de mais de um ente público (da União e do Município, por 
exemplo). 
Ademais, essa competência da autoridade máxima de cada órgão 
poderá ser delegada, vedada a subdelegação. 
No âmbito do Poder Executivo federal, quanto a Controladoria-
Geral da União ± CGU: 
x Terá competência concorrente para instaurar 
processos administrativos de responsabilização de 
pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados 
com fundamento na Lei 12.846, para exame de 
regularidade ou para corrigir o andamento. 
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x Competem a apuração, o processo e o julgamento dos 
atos ilícitos previstos na Lei, praticados contra a 
administração pública estrangeira, observada a 
Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários 
Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais 
Internacionais. 
 
COMISSÃO 
O processo administrativo para apuração da responsabilidade de 
pessoa jurídica será conduzido por comissão designada pela autoridade 
instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis. 
IMPORTANTE: O ente público, por meio do seu órgão de 
representação judicial, ou equivalente, a pedido da comissão, poderá 
requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o 
processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão. 
Preste atenção! A Comissão não pode tomar essas medidas 
investigatórias diretamente. Ela tem que pedir a um Juiz que determine 
a quebra de sigilo e a busca e apreensão. 
O máximo que a comissão pode fazer é propor, cautelarmente, à 
autoridade instauradora do processo que suspenda os efeitos do ato 
ou processo objeto da investigação (se a suspeita for sobre um 
contato, pode-se pedir que a autoridade máxima do órgão suspenda a 
execução desse contrato). 
O processo administrativo, com o relatório da comissão, será 
remetido à autoridade instauradora para julgamento. Após a conclusão 
do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério 
Público de sua existência, para apuração de eventuais delitos. 
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PRAZOS 
PARA CONCLUIR O PROCESSO: 180 dias, contados da data da 
publicação do ato que a instituir. Ao final, apresentar relatórios sobre os 
fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, 
sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas. 
¾ Esse prazo poderá ser prorrogado, mediante ato 
fundamentado da autoridade instauradora. 
PARA DEFESA DA PESSOA JURÍDICA: 30 dias, contados a partir da 
intimação. 
 
 RESPONSABILIZAÇÃO 
A instauração de processo administrativo específico de reparação 
integral do dano não prejudica a aplicação imediata das sanções 
da Lei. 
OBS.: Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito 
apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública. 
Apesar de não poder promover medidas investigatórias ou busca 
e apreensão diretamente, a lei autoriza que a Administração 
desconsidere a personalidade jurídica da empresa sempre que 
utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a 
prática dos atos ilícitos previstos na Lei ou para provocar confusão 
patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à 
pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de 
administração, observados o contraditório e a ampla defesa. 
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Essa possibilidade, contudo, ainda não foi ratificada pelo STF e 
encontra severas críticas na doutrina. Recentemente, o STF se debruçou 
sobre a possibilidade ou não de o TCU desconsiderar a personalidade 
jurídica de uma empresa para fazer as sanções aplicadas alcançarem os 
sócios. Ao conceder liminarmente medida cautelar no MS 32494, para 
proteger a empresa, o Ministro Celso de Melo assim se manifestou 
(Informativo 732): 
Ocorre, no entanto, que razões de prudência e o reconhecimento 
da plausibilidade jurídica da pretensão deduzida pela parte 
impetrante impõem que se outorgue, na espécie, a 
pretendida tutela cautelar, seja porque esta Suprema Corte 
ainda não se pronunciou sobre a validade da aplicação da 
³GLVUHJDUG� GRFWULQH´� QR� kPELWR� GRV� SURFHGLPHQWRV�
administrativos, seja porque há eminentes doutrinadores, 
apoiados na cláusula constitucional da reserva de 
jurisdição, que entendem imprescindível a existência de ato 
jurisdicional para legitimar a desconsideração da personalidade 
jurídica (o que tornaria inadmissível a utilização dessa técnica por 
órgãos e Tribunais administrativos), seja porque se mostra 
relevante examinar o tema da desconsideração expansiva da 
personalidade civil em face do princípio da intranscendência das 
sanções administrativas e das medidas restritivas de direitos, 
seja, ainda, porque assume significativa importância o debate em 
WRUQR�GD�SRVVLELOLGDGH�GH�XWLOL]DomR�GD� ³GLVUHJDUG�GRFWULQH´��SHOD�
SUySULD�$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD��DJLQGR�³SUR�GRPR�VXD´��H[DPLQDGD�
essa específica questão na perspectiva do princípio da legalidade. 
 
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Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça já admitiu a 
desconsideração da personalidade jurídica de empresa pela 
Administração Pública no RMS 15166: 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. 
LICITAÇÃO. SANÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. 
EXTENSÃO DE EFEITOS À SOCIEDADE COM O MESMO OBJETO 
SOCIAL, MESMOS SÓCIOS E MESMO ENDEREÇO. FRAUDE À LEI E 
ABUSO DE FORMA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE. 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA 
INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS. 
- A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, 
com os mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição 
a outra declarada inidônea para licitar com a Administração 
Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção 
administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de 
Licitações Lei n.º 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da 
teoria da desconsideração da personalidade jurídica para 
estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova 
sociedade constituída. 
- A Administração Pública pode, em observância ao 
princípio da moralidade administrativa e da 
indisponibilidade dos interesses públicos tutelados, 
desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade 
constituída com abuso de forma e fraude à lei, desde que 
facultado ao administrado o contraditório e a ampla defesa 
em processo administrativo regular. 
- Recurso a que se nega provimento. 
(RMS 15166/BA, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 07/08/2003, DJ 08/09/2003, p. 262) 
 
Assim, saiba da existência do dispositivo legal na Lei n. 
12.846/13, da posição do STF e do STJ na sua prova! 
 
2.6 Acordo de leniência 
 
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Acordo de leniência é um ajuste celebrado entre a Administração 
e a empresa infratora em que esta confessa sua participação no delito e 
começa a auxiliar na apuração de ilícitos contra o poder público, 
fornecendo, de forma célere, documentos que contribuirão para a 
investigação e auxiliando na identificação de outras pessoas ou 
empresas envolvidas na infração. Obviamente, a empresa que se 
propõe a colaborar, deve cessar, imediatamente, as praticas danosas ao 
poder público. 
Em troca, a empresa pode evitar a publicação extraordinária da 
decisão condenatória em jornal de grande circulação, ter sua multa 
reduzida em até 2/3 e não sofrer a pena de proibição de receber 
incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos do poder 
público e de instituições financeiras por ele controladas. 
O acordo de leniência acaba, também, por interromper o prazo 
prescricional. 
Ademais, a empresa só pode celebrar acordos de leniência se não 
tiver descumprido outro acordo nos últimos três anos. 
A autoridade competente para celebrar o acordo de leniência é a 
autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública. CONTUDO, no 
âmbito do Poder Executivo Federal ou nos atos lesivos contra 
administração pública estrangeira, a competência é da Controladoria-
Geral da União ± CGU. 
As empresas devem colaborar efetivamente com as investigações 
e o processo administrativo, e, dessa colaboração, deve resultar: 
x A identificação dos demais envolvidos na infração, quando 
couber; e 
x A obtenção célere de informações e documentos que comprovem 
o ilícito sob apuração. 
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Assim, o acordo de leniência somente poderá ser celebrado se 
preenchidos, CUMULATIVAMENTE, os seguintes requisitos: 
1) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu 
interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; 
2) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na 
infração investigada a partir da data de propositura do acordo; 
3) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere 
plena e permanentemente com as investigações e o processo 
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que 
solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento. 
 
O acordo de leniência: 
x Isentará a pessoa jurídica das sanções de publicação e da sanção 
de não receber incentivos do poder público; 
x Reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável; 
x Não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar 
integralmente o dano causado; 
x Estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade 
da colaboração e o resultado útil do processo; 
x Terá seus efeitos estendidos às pessoas jurídicas que integram o 
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem 
o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele 
estabelecidas; 
x Terá sua proposta tornada pública somente após a efetivação do 
respectivo acordo, SALVO no interesse das investigações e do 
processo administrativo; 
x Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito 
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada; 
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x Em caso de seu descumprimento, a pessoa jurídica ficará 
impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos 
contados do conhecimento pela administração pública do referido 
descumprimento; 
x Sua celebração interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos 
previstos na lei 12.846. 
 
IMPORTANTE: A administração pública poderá também celebrar acordo 
de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos 
previstos na Lei no 8.666/93, com vistas à isenção ou atenuação das 
sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88. 
Vide: 
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o 
contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento 
convocatório ou no contrato. 
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração 
rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções 
previstas nesta Lei. 
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será 
descontada da garantia do respectivo contratado. 
§ 3o Se a multa forde valor superior ao valor da garantia prestada, 
além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a 
qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela 
Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente. 
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração 
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes 
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sanções: 
I - advertência; 
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no 
contrato; 
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento 
de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) 
anos; 
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes 
da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria 
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o 
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após 
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. 
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, 
além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que 
será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela 
Administração ou cobrada judicialmente. 
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão 
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia 
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias 
úteis. 
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência 
exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, 
conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo 
processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a 
reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide 
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art 109 inciso III) 
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior 
poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, 
em razão dos contratos regidos por esta Lei: 
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios 
dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; 
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da 
licitação; 
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a 
Administração em virtude de atos ilícitos praticados. 
 
2.7 Responsabilização judicial 
 
A lei determina que a responsabilidade da pessoa jurídica na esfera 
administrativa não afasta a possibilidade de sua responsabilização na 
esfera judicial. 
Determina, ainda, que a União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e o Ministério Público poderão ajuizar ação para 
aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: 
™ Perdimento dos bens, direitos ou valores que representem 
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, 
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; 
™ Suspensão ou interdição parcial de suas atividades; 
™ Dissolução compulsória da pessoa jurídica; 
™ Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações 
ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições 
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financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo 
mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. 
 
OBS.: As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou 
cumulativa. 
A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada 
quando comprovado: 
a) ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para 
facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou 
b) ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou 
a identidade dos beneficiários dos atos praticados. 
 
O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de 
representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá 
requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores 
necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação 
integral do dano causado, ressalvado o direito do terceiro de boa-
fé. 
 Em seu art. 20, consta que nas ações ajuizadas pelo Ministério 
Público, poderão ser aplicadas as sanções de natureza 
administrativa (vimos anteriormente), sem prejuízo dessas agora 
vistas, DESDE QUE constatada a omissão das autoridades 
competentes para promover a responsabilização administrativa. 
 
2.8 Disposições Finais 
 
Apenas para conhecimento, consta das Disposições Gerais: 
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Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro 
Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade 
às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta 
Lei. 
§ 1o Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e 
manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por eles 
aplicadas. 
§ 2o O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca 
das sanções aplicadas: 
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; 
II - tipo de sanção; e 
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou 
impeditivo da sanção, quando for o caso. 
§ 3o As autoridades competentes, para celebrarem acordos de 
leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter 
atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as 
informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse 
procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo 
administrativo. 
§ 4o Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de 
leniência, além das informações previstas no § 3o, deverá ser incluída 
no Cnep referência ao respectivo descumprimento.§ 5o Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos 
depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no ato 
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sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência e da 
reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou 
entidade sancionadora. 
 
Vale ressaltar que a multa e o perdimento de bens, direitos ou 
valores aplicados com fundamento na Lei 12.846 serão destinados 
preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas. 
Sobre a Prescrição 
Prescrevem em 5 anos as infrações, contados da data da ciência 
da infração, ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia 
em que tiver cessado. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição 
será interrompida com a instauração de processo que tenha por 
objeto a apuração da infração. 
 
Sobre a representação da Pessoa Jurídica 
A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na 
forma do seu estatuto ou contrato social. As sociedades sem 
personalidade jurídica serão representadas pela pessoa a quem couber 
a administração de seus bens. 
A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, 
representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta 
ou instalada no Brasil. 
Por fim, a aplicação das sanções previstas n Lei 12.846 não afeta os 
processos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes 
de: 
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x Ato de improbidade administrativa nos termos da Lei no 
8.429/92; e 
x Atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666/93, ou outras normas de 
licitações e contratos da administração pública, inclusive no 
tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC. 
IMPORTANTE: A Lei 12.846 aplica-se aos atos lesivos praticados por 
pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, 
ainda que cometidos no exterior. 
 
 
3) �‡•—‘ 
 
A lei 12.846/13, já em seu art. 1º, define o tema disposto em seu 
texto: responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas 
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional 
ou estrangeira. 
Aplica-se a Lei 12.846 às: 
x Sociedades empresárias; 
x Sociedades simples, personificadas ou não, 
independentemente da forma de organização ou modelo 
societário adotado. 
x Quaisquer fundações; 
x Associações de entidades ou pessoas; ou 
x Sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou 
representação no território brasileiro, constituídas de fato 
ou de direito, ainda que temporariamente. 
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Independentemente da responsabilização individual das 
pessoas naturais, a pessoa jurídica será responsabilizada. 
Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica nas hipóteses de: 
x Alteração contratual; 
x Transformação; 
x Incorporação*; 
x Fusão*; ou 
x Cisão societária. 
* Nesses casos, a responsabilidade da sucessora será restrita à 
obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano 
causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo 
aplicáveis as demais sanções previstas decorrentes de atos e fatos 
ocorridos antes da data da fusão ou incorporação. 
¾ EXCETO no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, 
devidamente comprovados. 
 
A Lei deixa bem claro que a responsabilização da pessoa jurídica 
não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou 
administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou 
partícipe do ato ilícito. 
 
São todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas já citadas, 
que atentem contra: 
1) O patrimônio público nacional ou estrangeiro, 
2) Princípios da administração pública ou 
3) Os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. 
 
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA: São considerados os órgãos 
e entidades estatais ou representações diplomáticas de país 
estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as 
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder 
público de país estrangeiro. 
OBS.: Equiparam-se à administração pública estrangeira as 
organizações públicas internacionais. 
 
AGENTE PÚBLICO ESTRANGEIRO: É quem, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em 
órgãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país 
estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou 
indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em 
organizações públicas internacionais. 
 
As sanções administrativas aplicáveis às pessoas jurídicas 
consideradas responsáveis pelos atos lesivos são: 
C. MULTA, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte 
por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao 
da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, 
a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for 
possível sua estimação; 
¾ Caso não seja possível utilizar o critério do 
valor do faturamento bruto da pessoa 
jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis 
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta 
milhões de reais). 
 
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D. PUBLICAÇÃO extraordinária DA DECISÃO CONDENATÓRIA. 
¾ A publicação ocorrerá na forma de extrato 
de sentença, a expensas da pessoa 
jurídica, em meios de comunicação de 
grande circulação na área da prática da 
infração e de atuação da pessoa jurídica 
ou, na sua falta, em publicação de 
circulaçãonacional, bem como por meio 
de afixação de edital, pelo prazo mínimo 
de 30 (trinta) dias, no próprio 
estabelecimento ou no local de exercício 
da atividade, de modo visível ao público, e 
no sítio eletrônico na rede mundial de 
computadores. 
 
 
COMPETÊNCIAS 
A instauração e o julgamento de processo administrativo para 
apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade 
máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados o 
contraditório e a ampla defesa. 
Ademais, essa competência poderá ser delegada, vedada a 
subdelegação. 
No âmbito do Poder Executivo federal, quanto a Controladoria-
Geral da União ± CGU: 
x Terá competência concorrente para instaurar 
processos administrativos de responsabilização de 
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pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados 
com fundamento na Lei 12.846, para exame de 
regularidade ou para corrigir o andamento. 
x Competem a apuração, o processo e o julgamento dos 
atos ilícitos previstos na Lei, praticados contra a 
administração pública estrangeira, observada a 
Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários 
Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais 
Internacionais. 
 
COMISSÃO 
O processo administrativo para apuração da responsabilidade de 
pessoa jurídica será conduzido por comissão designada pela autoridade 
instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis. 
IMPORTANTE: O ente público, por meio do seu órgão de representação 
judicial, ou equivalente, a pedido da comissão, poderá requerer as 
medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento 
das infrações, inclusive de busca e apreensão. 
A comissão também poderá, cautelarmente, propor à autoridade 
instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da 
investigação. O processo administrativo, com o relatório da comissão, 
será remetido à autoridade instauradora para julgamento. Após a 
conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao 
Ministério Público de sua existência, para apuração de eventuais delitos. 
 
 
 
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PRAZOS 
PARA CONCLUIR O PROCESSO: 180 dias, contados da data da 
publicação do ato que a instituir. Ao final, apresentar relatórios sobre os 
fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, 
sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas. 
¾ Esse prazo poderá ser prorrogado, mediante ato 
fundamentado da autoridade instauradora. 
PARA DEFESA DA PESSOA JURÍDICA: 30 dias, contados a partir da 
intimação. 
 
 RESPONSABILIZAÇÃO 
A instauração de processo administrativo específico de reparação 
integral do dano não prejudica a aplicação imediata das sanções 
da Lei. 
OBS.: Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito 
apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública. 
 
A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre 
que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou 
dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na Lei ou para provocar 
confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções 
aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com 
poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa. 
 
O acordo de leniência somente poderá ser celebrado se 
preenchidos, CUMULATIVAMENTE, os seguintes requisitos: 
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1) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu 
interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; 
2) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na 
infração investigada a partir da data de propositura do acordo; 
3) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere 
plena e permanentemente com as investigações e o processo 
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que 
solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento. 
 
O acordo de leniência: 
x Isentará a pessoa jurídica das sanções; 
x Reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável; 
x Não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar 
integralmente o dano causado; 
x Estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade 
da colaboração e o resultado útil do processo; 
x Terá seus efeitos estendidos às pessoas jurídicas que integram o 
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem 
o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele 
estabelecidas; 
x Terá sua proposta tornada pública somente após a efetivação do 
respectivo acordo, SALVO no interesse das investigações e do 
processo administrativo; 
x Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito 
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada; 
x Em caso de seu descumprimento, a pessoa jurídica ficará 
impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos 
contados do conhecimento pela administração pública do referido 
descumprimento; 
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x Sua celebração interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos 
previstos na lei 12.846. 
 
 
A lei determina que a responsabilidade da pessoa jurídica na esfera 
administrativa não afasta a possibilidade de sua responsabilização na 
esfera judicial. 
Determina, ainda, que a União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e o Ministério Público poderão ajuizar ação para 
aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: 
™ Perdimento dos bens, direitos ou valores que representem 
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, 
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; 
™ Suspensão ou interdição parcial de suas atividades; 
™ Dissolução compulsória da pessoa jurídica; 
™ Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações 
ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições 
financeiraspúblicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo 
mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. 
 
OBS.: As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou 
cumulativa. 
A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada 
quando comprovado: 
c) ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para 
facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou 
d) ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou 
a identidade dos beneficiários dos atos praticados. 
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