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Aula 19 Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE Professor: Daniel Mesquita . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita AULA 19: Lei 12.846/13. SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 19 1 2) LEI Nº 12.846/2013 2 2.1 APLICAÇÃO 3 2.2 RESPONSABILIDADE DOS DIRIGENTES 5 2.3 ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (NACIONAL OU ESTRANGEIRA) 5 2.4 RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 8 2.5 PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO 14 2.6 ACORDO DE LENIÊNCIA 18 2.7 RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL 23 2.8 DISPOSIÇÕES FINAIS 24 3) RESUMO 27 1) � ��� ? ? Que bom que você veio para nossa aula 19 de Direito administrativo, do curso preparatório para SEFAZ/PE. Nesta aula 19, abordaremos: ³23. Lei Anticorrupção (Lei Federal no 12.846/2013).´. Chega de papo, vamos à luta! 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2) �� ?� ? ?Ǥ ? ? ?Ȁ ? ? ? ? A lei 12.846/13, já em seu art. 1º, define o tema disposto em seu texto: responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. É a famosa lei anticorrupção. Essa lei veio para promover avanços nos métodos de combate dos malfeitos com bens e recursos públicos. Desde 2000, o Brasil foi pressionado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para ter sua própria lei anticorrupção, ano em que o país ratificou uma convenção realizada dois anos antes, na entidade, entre 40 membros. Na direção de uma futura lei anticorrupção e atendendo ao disposto na convenção da OCDE, o Brasil criou a Controladoria Geral da União, em 2003. A Lei n. 12.846/13 se assemelha à americana, que nasceu em 1977. Os EUA editaram a Foreign Corrupt Pratices Act, após os casos Watergate e de suborno de membros do primeiro escalão do governo do Japão por empresa fabricante de aviões americana. Essa lei responsabiliza empresas que praticam atos contra a administração pública nacional ou estrangeira. No Brasil, o método mais tradicional de fazer negócios com o poder público é, sem dúvida, o da corrupção. Com a nova lei, a intenção é que as empresas comecem a sentir no bolso o preço de corromper o poder público ou de aceitar facilidades para fazer negócios com a Administração. Segundo a Controladoria-Geral da União, essa lei vem para acabar com irregularidades do mercado e instituir um novo regime de 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ética e compliance (veremos esse conceito ao longo da aula), mudando a cultura empresarial no país GH� TXH� R� ³QRUPDO´� p� FRUURPSHU�� 3HOR� contrário, as empresas honestas serão beneficiadas. 2.1 Aplicação Aplica-se a Lei 12.846 às: x Sociedades empresárias; x Sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado. x Quaisquer fundações; x Associações de entidades ou pessoas; ou x Sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente. Independentemente da responsabilização individual das pessoas naturais, a pessoa jurídica será responsabilizada. Essa responsabilidade da pessoa jurídica será objetiva nos âmbitos administrativo e civil. OBS: perceba que a responsabilização objetiva não alcança a seara penal. Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica nas hipóteses de: x Alteração contratual; x Transformação; 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita x Incorporação*; x Fusão*; ou x Cisão societária. Com esse dispositivo (art. 4º), a Lei Anticorrupção busca barrar DV�³ILOKDV´�GH�HPSUHVDV�LQLG{QHDV�GH�OLFLWDo}HV�H�FRQWUDWRV�FRP�R�SRGHU� público de participarem de novas licitações. Isso ocorre muito atualmente no Brasil. A empresa X cai em uma operação da Polícia )HGHUDO�H�p�GHFODUDGD�LQLG{QHD��8P�PrV�DSyV�R�³GRQR´�GHVVD�HPSUHVD� reorganiza seu quadro societário, altera o contrato social da empresa, dá novo nome fantasia, tira novo CNPJ e volta a celebrar contratos com o poder público. MUITA ATENÇÃO PARA AS SEGUINTES REGRAS DA LEI: * Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação. Contudo, MUITA ATENÇÃO, se a fusão ou incorporação ocorreu com simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados, há uma responsabilização integral da nova empresa. * Há responsabilidade solidária no que se refere à obrigação de reparar os danos e pagar as multas para as sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas que praticarem os atos previstos na lei anticorrupção. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.2 Responsabilidade dos dirigentes Meus caros, se a Administração chegar a conclusão de que a empresa corrompeu o poder público, mas não se identificar qual dirigente da empresa foi o responsável pelo ato, ainda assim seria possível punir a empresa? Sim! E se a empresa foi punida, é possível prosseguir nas investigações e acabar por punir pessoalmente o dirigente da empresa? Sim! A Lei deixa bem claro que a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquerpessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. Além disso, mesmo que não se responsabilize individualmente um empregado ou diretor da empresa será possível a responsabilização da pessoa jurídica. Se identificada a conduta irregular de um dirigente ou administrador, eles não terão responsabilidade integral, mas sim responsabilidade na medida da sua culpabilidade. 2.3 Atos lesivos à Administração Pública (nacional ou estrangeira) Vamos entrar agora nos atos que a lei anticorrupção identificou que são passíveis de punição. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Veja que os atos objeto de punição também envolvem a lesão à Administração Pública estrangeira. Para efeitos da Lei n. 12.846/13, são FRQVLGHUDGRV�³$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�HVWUDQJHLUD´�os órgãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro (as empresas estatais estrangeiras). E a ONU, SRGH� VHU� FRQVLGHUDGD� ³$GPLQLVWUDomR� 3~EOLFD� HVWUDQJHLUD´" Sim, pois equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações públicas internacionais. A partir dessas definições, considera-VH� ³DJHQWH� S~EOLFR� HVWUDQJHLUR´� quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. Vamos aos atos, especificamente, pessoal. Os atos lesivos à Administração Pública, seja ela nacional ou estrangeira, são todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas já citadas, que atentem contra: 1) O patrimônio público nacional ou estrangeiro, 2) Princípios da administração pública ou 3) Os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. Veja que os focos da Lei são 3: patrimônio, princípios e compromissos internacionais. Os referidos atos lesivos são: 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada (conduta análoga à famosa corrupção ativa); b. Comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos; (seria uma espécie de co-autoria) c. Comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados; d. No tocante a licitações e contratos: frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público; impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público; afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou manipular ou fraudar o equilíbrio econômico- financeiro dos contratos celebrados com a administração pública; e. Dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional. 2.4 Responsabilização administrativa Lembre-se que a responsabilização administrativa da empresa é objetiva, ou seja, independe da demonstração de culpa de quaisquer de seus diretores, administradores, empregados ou prepostos. Para reverter a cultura de corrupção e fazer as empresas sentirem no bolso o resultado das práticas danosas aos valores Republicanos. A Lei n. 12.846 trouxe sanções pesadas. As sanções administrativas aplicáveis às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos são: A. MULTA, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ¾ Caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). Perceba que a multa nunca pode ser menor do que a vantagem auferida pela empresa. A aplicação da multa, por óbvio, deve ser proporcional ao dano perpetrado pela empresa. O decreto que regulamentará a lei precisará criar parâmetros objetivos e mitigar o risco de que a empresa seja punida de forma diferente nas instâncias municipal, estadual ou federal ou, ainda, seja punida por mais de uma vez em diferentes instâncias administrativas por um mesmo ato. B. PUBLICAÇÃO extraordinária DA DECISÃO CONDENATÓRIA. ¾ A publicação ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público,e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Veja que a ideia é manchar a imagem da empresa! Não só os servidores públicos, os políticos envolvidos vão ficar expostos. A imagem da pessoa jurídica vai ficar prejudicada, pois a publicação deve ocorrer em jornal de grande circulação. OBS.: As sanções podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações. Vale ressaltar que a aplicação dessas sanções não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano causado. Mas, professor, como saber qual das sanções aplicar, se realmente há necessidade de aplicar e como aplicar? Para isso são levados em consideração na aplicação das sanções alguns fatores. São eles: a) a gravidade da infração; (quanto mais grave a infração, maior a multa) b) a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; (quanto mais vantagem auferida, maior a multa) c) a consumação ou não da infração; (a multa de um ato tentado é menor do que a de um ato consumado) d) o grau de lesão ou perigo de lesão; (se o erário foi lesado severamente, a multa vai ser maior) e) o efeito negativo produzido pela infração; (se o ato gerou problemas para a Administração executar algum serviço público, a multa deve ser pesada) f) a situação econômica do infrator; (se a empresa é uma gigante multinacional, a multa deve ser pesada para que a sanção seja pedagogia ao doer no bolso) 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita g) a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações; (MUITA ATENÇÃO NESSE PONTO! Como algumas infrações só são de possível descoberta se houver uma cooperação da empresa, a empresa que cooperar vai ter a sua sanção diminuída ± redução em até 2/3 da multa aplicada e pode se isentar das sanções de publicação do nome da empresa em jornal de grande circulação e da sanção de não receber incentivos do poder público. Veremos mais detalhes quando tratarmos do acordo de leniência) h) a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; (veremos abaixo o compliance) i) o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados. (quanto mais robustos os contratos, maior o valor da multa) Mais uma vez, para adequar esses parâmetros de forma proporcional, o decreto que regulamentará a lei estabelecerá os mecanismos de avaliação e procedimentos para aplicação das sanções. 2�SRQWR�³K´�PHUHFH�HVSHFLDO�GHVWDTXH�� Se a ideia da lei é mudar a cultura existente de que somente a HPSUHVD�³HVSHUWLQKD´�FHOHEUD�FRQWUDWRV�QR�%UDVLO��SDVVDQGR�D�EHQHILFLDU� as empresas idôneas, nada mais justo do que reduzir as sanções daquelas empresas que tenham procedimentos internos que demonstrem a sua integridade, o seu comprometimento com a ética. Não basta a empresa apenas ter um programa de ética e compliance, mas sua aplicação deve ser efetiva. Afinal, professor, o que é o compliance? 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Compliance em inglês, vem do verbo ³WR� FRPSO\´�� que significa cumprir. É dever que a empresa tem de cumprir regulamentos internos ou externos, estabelecidos por ela mesma ou adotados voluntariamente, que estabelecem os padrões éticos de conduta de seus diretores, administradores e empregados e firmam compromissos para boas práticas de gestão, com auditorias, procedimentos de apuração internos, etc., que acabarão por contribuir para uma boa reputação da empresa. Busca-se, desse modo, um padrão de integridade para as empresas. Para se ter a noção, na prática, de como se estrutura um Programa de Compliance, trago os passos indicados por Marina Ferro, coordenadora de Políticas Públicas do Ethos. Ela apresenta um modelo em dez passos, agrupados em quatro disciplinas: x Cultura de compliance, que deve ser patrocinada pela alta administração da organização; a partir dessa decisão, deve- se estabelecer um Código de Conduta, Políticas e Procedimentos amplamente divulgado aos stakeholders; definem-se também os recursos para a implantação da estrutura decompliance; x Gestão de riscos, que permite identificar os riscos relativos à corrupção em setores, atividades, processos e pessoas mais vulneráveis na organização; atividades de treinamento e capacitação contínuos para informar aos funcionários o Código de Conduta e a legislação que lhe dá suporte; x Canais de denúncia e remediação, que devem ser acessíveis para todos, garantidas a confidencialidade e a 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita não retaliação; medidas disciplinares contra os infratores devem ser aplicadas, seja qual for o cargo ou a função; x Melhoria contínua de compliance, que exige revisão e monitoramento constantes para identificar regras aplicáveis aos produtos e mercados, bem como problemas nos processos internos. Para aprofundar o programa, deve-se promover due diligence de fornecedores, incluindo terceiros com os quais se relacionam, com direito de auditoria. A due diligence também deve ser aplicada antes das aquisições, assim como na integração de empresas. (http://www.revistainfra.com.br/portal/Textos/?Entrevistas/14281 /Transpar%C3%AAncia-nas-empresas-brasileiras-) Nesse passo, a aplicação de sistemas de compliance certamente será um agente de mudanças que se refletira muito além da empresa que o adota, mas impactará na sociedade positivamente, gerando práticas mais saudáveis nas empresas e coorporações, o que refletirá na produtividade e na economicidade dos contratos celebrados pelo poder público. Assim, a empresa que demonstrar ter procedimentos internos efetivos que previnam a existência de corrupção, as sanções podem ser reduzidas sensivelmente. Pois seestará demonstrando que a prática lesiva foi um caso isolado dentro da empresa que adota a política de integridade. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2.5 Processo administrativo de responsabilização Atenção! Aqui não estamos falando de processo judicial, mas de apuração administrativa de condutas ilícitas. A própria Administração Pública pode abrir um processo administrativo para apuras as práticas e aplicar sanções. COMPETÊNCIAS A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que foi lesado. Esse órgão agirá de ofício ou mediante provocação, observados, obviamente, o contraditório e a ampla defesa. Essa regra, certamente, vai gerar muita discussão, pois, muitas vezes o contrato onde houve a lesão ao poder público é custeado com recursos de mais de um ente público (da União e do Município, por exemplo). Ademais, essa competência da autoridade máxima de cada órgão poderá ser delegada, vedada a subdelegação. No âmbito do Poder Executivo federal, quanto a Controladoria- Geral da União ± CGU: x Terá competência concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento na Lei 12.846, para exame de regularidade ou para corrigir o andamento. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita x Competem a apuração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos na Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, observada a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais. COMISSÃO O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis. IMPORTANTE: O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a pedido da comissão, poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão. Preste atenção! A Comissão não pode tomar essas medidas investigatórias diretamente. Ela tem que pedir a um Juiz que determine a quebra de sigilo e a busca e apreensão. O máximo que a comissão pode fazer é propor, cautelarmente, à autoridade instauradora do processo que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação (se a suspeita for sobre um contato, pode-se pedir que a autoridade máxima do órgão suspenda a execução desse contrato). O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade instauradora para julgamento. Após a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para apuração de eventuais delitos. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita PRAZOS PARA CONCLUIR O PROCESSO: 180 dias, contados da data da publicação do ato que a instituir. Ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas. ¾ Esse prazo poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da autoridade instauradora. PARA DEFESA DA PESSOA JURÍDICA: 30 dias, contados a partir da intimação. RESPONSABILIZAÇÃO A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das sanções da Lei. OBS.: Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública. Apesar de não poder promover medidas investigatórias ou busca e apreensão diretamente, a lei autoriza que a Administração desconsidere a personalidade jurídica da empresa sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Essa possibilidade, contudo, ainda não foi ratificada pelo STF e encontra severas críticas na doutrina. Recentemente, o STF se debruçou sobre a possibilidade ou não de o TCU desconsiderar a personalidade jurídica de uma empresa para fazer as sanções aplicadas alcançarem os sócios. Ao conceder liminarmente medida cautelar no MS 32494, para proteger a empresa, o Ministro Celso de Melo assim se manifestou (Informativo 732): Ocorre, no entanto, que razões de prudência e o reconhecimento da plausibilidade jurídica da pretensão deduzida pela parte impetrante impõem que se outorgue, na espécie, a pretendida tutela cautelar, seja porque esta Suprema Corte ainda não se pronunciou sobre a validade da aplicação da ³GLVUHJDUG� GRFWULQH´� QR� kPELWR� GRV� SURFHGLPHQWRV� administrativos, seja porque há eminentes doutrinadores, apoiados na cláusula constitucional da reserva de jurisdição, que entendem imprescindível a existência de ato jurisdicional para legitimar a desconsideração da personalidade jurídica (o que tornaria inadmissível a utilização dessa técnica por órgãos e Tribunais administrativos), seja porque se mostra relevante examinar o tema da desconsideração expansiva da personalidade civil em face do princípio da intranscendência das sanções administrativas e das medidas restritivas de direitos, seja, ainda, porque assume significativa importância o debate em WRUQR�GD�SRVVLELOLGDGH�GH�XWLOL]DomR�GD� ³GLVUHJDUG�GRFWULQH´��SHOD� SUySULD�$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD��DJLQGR�³SUR�GRPR�VXD´��H[DPLQDGD� essa específica questão na perspectiva do princípio da legalidade. 83395105172 . Edited withthe trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça já admitiu a desconsideração da personalidade jurídica de empresa pela Administração Pública no RMS 15166: ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. SANÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. EXTENSÃO DE EFEITOS À SOCIEDADE COM O MESMO OBJETO SOCIAL, MESMOS SÓCIOS E MESMO ENDEREÇO. FRAUDE À LEI E ABUSO DE FORMA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS. - A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações Lei n.º 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída. - A Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados, desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituída com abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao administrado o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular. - Recurso a que se nega provimento. (RMS 15166/BA, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2003, DJ 08/09/2003, p. 262) Assim, saiba da existência do dispositivo legal na Lei n. 12.846/13, da posição do STF e do STJ na sua prova! 2.6 Acordo de leniência 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Acordo de leniência é um ajuste celebrado entre a Administração e a empresa infratora em que esta confessa sua participação no delito e começa a auxiliar na apuração de ilícitos contra o poder público, fornecendo, de forma célere, documentos que contribuirão para a investigação e auxiliando na identificação de outras pessoas ou empresas envolvidas na infração. Obviamente, a empresa que se propõe a colaborar, deve cessar, imediatamente, as praticas danosas ao poder público. Em troca, a empresa pode evitar a publicação extraordinária da decisão condenatória em jornal de grande circulação, ter sua multa reduzida em até 2/3 e não sofrer a pena de proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos do poder público e de instituições financeiras por ele controladas. O acordo de leniência acaba, também, por interromper o prazo prescricional. Ademais, a empresa só pode celebrar acordos de leniência se não tiver descumprido outro acordo nos últimos três anos. A autoridade competente para celebrar o acordo de leniência é a autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública. CONTUDO, no âmbito do Poder Executivo Federal ou nos atos lesivos contra administração pública estrangeira, a competência é da Controladoria- Geral da União ± CGU. As empresas devem colaborar efetivamente com as investigações e o processo administrativo, e, dessa colaboração, deve resultar: x A identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e x A obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Assim, o acordo de leniência somente poderá ser celebrado se preenchidos, CUMULATIVAMENTE, os seguintes requisitos: 1) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; 2) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo; 3) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento. O acordo de leniência: x Isentará a pessoa jurídica das sanções de publicação e da sanção de não receber incentivos do poder público; x Reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável; x Não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado; x Estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo; x Terá seus efeitos estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas; x Terá sua proposta tornada pública somente após a efetivação do respectivo acordo, SALVO no interesse das investigações e do processo administrativo; x Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada; 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita x Em caso de seu descumprimento, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido descumprimento; x Sua celebração interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na lei 12.846. IMPORTANTE: A administração pública poderá também celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei no 8.666/93, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88. Vide: Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato. § 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei. § 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado. § 3o Se a multa forde valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente. Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita sanções: I - advertência; II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. § 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente. § 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. § 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita art 109 inciso III) Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei: I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação; III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados. 2.7 Responsabilização judicial A lei determina que a responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administrativa não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial. Determina, ainda, que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e o Ministério Público poderão ajuizar ação para aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: Perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; Suspensão ou interdição parcial de suas atividades; Dissolução compulsória da pessoa jurídica; Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. OBS.: As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa. A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado: a) ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou b) ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado o direito do terceiro de boa- fé. Em seu art. 20, consta que nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão ser aplicadas as sanções de natureza administrativa (vimos anteriormente), sem prejuízo dessas agora vistas, DESDE QUE constatada a omissão das autoridades competentes para promover a responsabilização administrativa. 2.8 Disposições Finais Apenas para conhecimento, consta das Disposições Gerais: 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei. § 1o Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por eles aplicadas. § 2o O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas: I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; II - tipo de sanção; e III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando for o caso. § 3o As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo administrativo. § 4o Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das informações previstas no § 3o, deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.§ 5o Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no ato 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora. Vale ressaltar que a multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento na Lei 12.846 serão destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas. Sobre a Prescrição Prescrevem em 5 anos as infrações, contados da data da ciência da infração, ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a instauração de processo que tenha por objeto a apuração da infração. Sobre a representação da Pessoa Jurídica A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil. Por fim, a aplicação das sanções previstas n Lei 12.846 não afeta os processos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de: 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita x Ato de improbidade administrativa nos termos da Lei no 8.429/92; e x Atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666/93, ou outras normas de licitações e contratos da administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC. IMPORTANTE: A Lei 12.846 aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior. 3) � A lei 12.846/13, já em seu art. 1º, define o tema disposto em seu texto: responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Aplica-se a Lei 12.846 às: x Sociedades empresárias; x Sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado. x Quaisquer fundações; x Associações de entidades ou pessoas; ou x Sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Independentemente da responsabilização individual das pessoas naturais, a pessoa jurídica será responsabilizada. Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica nas hipóteses de: x Alteração contratual; x Transformação; x Incorporação*; x Fusão*; ou x Cisão societária. * Nesses casos, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação. ¾ EXCETO no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados. A Lei deixa bem claro que a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. São todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas já citadas, que atentem contra: 1) O patrimônio público nacional ou estrangeiro, 2) Princípios da administração pública ou 3) Os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA: São considerados os órgãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. OBS.: Equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações públicas internacionais. AGENTE PÚBLICO ESTRANGEIRO: É quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. As sanções administrativas aplicáveis às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos são: C. MULTA, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; ¾ Caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita D. PUBLICAÇÃO extraordinária DA DECISÃO CONDENATÓRIA. ¾ A publicação ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulaçãonacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. COMPETÊNCIAS A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa. Ademais, essa competência poderá ser delegada, vedada a subdelegação. No âmbito do Poder Executivo federal, quanto a Controladoria- Geral da União ± CGU: x Terá competência concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento na Lei 12.846, para exame de regularidade ou para corrigir o andamento. x Competem a apuração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos na Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, observada a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais. COMISSÃO O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis. IMPORTANTE: O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a pedido da comissão, poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão. A comissão também poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade instauradora para julgamento. Após a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para apuração de eventuais delitos. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita PRAZOS PARA CONCLUIR O PROCESSO: 180 dias, contados da data da publicação do ato que a instituir. Ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções a serem aplicadas. ¾ Esse prazo poderá ser prorrogado, mediante ato fundamentado da autoridade instauradora. PARA DEFESA DA PESSOA JURÍDICA: 30 dias, contados a partir da intimação. RESPONSABILIZAÇÃO A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das sanções da Lei. OBS.: Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa. O acordo de leniência somente poderá ser celebrado se preenchidos, CUMULATIVAMENTE, os seguintes requisitos: 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; 2) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo; 3) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento. O acordo de leniência: x Isentará a pessoa jurídica das sanções; x Reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável; x Não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado; x Estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo; x Terá seus efeitos estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas; x Terá sua proposta tornada pública somente após a efetivação do respectivo acordo, SALVO no interesse das investigações e do processo administrativo; x Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada; x Em caso de seu descumprimento, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido descumprimento; 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 19 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 34 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita x Sua celebração interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na lei 12.846. A lei determina que a responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administrativa não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial. Determina, ainda, que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e o Ministério Público poderão ajuizar ação para aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: Perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; Suspensão ou interdição parcial de suas atividades; Dissolução compulsória da pessoa jurídica; Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiraspúblicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. OBS.: As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa. A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado: c) ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou d) ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping