Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anais do 3° Salão de Extensão e Cultura da UNICENTR O 20 a 25 de setembro de 2010 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN E PARALISIA CEREBRAL FREQUENTADORAS DA APAE Vania Schmitt (UNICENTRO) – vania_schmitt@hotmail.com Aline Carla Chagas do Amaral (UNICENTRO) Índia Mara Bottin (UNICENTRO) Thaiane Prolo (UNICENTRO) – thai_prolo@hotmail.com Daniele Gonçalves Vieira (orientadora – UNICENTRO) Resumo A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) atende portadores de deficiências, sendo que a maioria dos freqüentadores apresenta Síndrome de Down ou Paralisia Cerebral. É importante verificar o estado nutricional das crianças, para avaliar o seu crescimento e desenvolvimento. Os resultados obtidos revelam que as crianças portadoras de Síndrome de Down avaliadas apresentam eutrofia, enquanto as com Paralisia Cerebral estão desnutridas. A partir desses dados será possível realizar as intervenções necessárias para buscar e manter a eutrofia nas crianças. Palavras-chave: Avaliação Nutricional, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral. 1 Introdução A APAE é uma sociedade civil, filantrópica, de caráter cultural, assistencial e educacional. O objetivo maior desta entidade é melhorar as condições de vida do portador de deficiência, e, principalmente, assegurar-lhe o desenvolvimento e os direitos de cidadão. Atualmente, elas estão presentes em quase 2000 municípios brasileiros. Conforme dados da Organização das Nações Unidas, aproximadamente 10% da população mundial apresenta algum tipo de deficiência. No Brasil, existem cerca de 15 milhões de deficientes (COSTA). A Síndrome de Down é um distúrbio genético no vigésimo primeiro par de cromossomos, apresentando um cromossomo 21 extra (trissomia do 21), que acarreta alterações físicas e mentais, tais como retardo mental e de crescimento, cardiopatia, alterações endócrinas, obesidade, atraso no desenvolvimento psicomotor e problemas neurológicos, auditivos e visuais (LOPES, 2008; LUFT, 2006 apud RICALDE, 2009). A Paralisia Cerebral (PC) é um termo amplo, que abriga um grupo não progressivo, mas geralmente mutável, de síndromes motoras secundárias a lesões ou anomalias cerebrais, que acometeram o indivíduo nos estágios iniciais do seu desenvolvimento, ou logo após seu nascimento. A presença de desnutrição nos Anais do 3° Salão de Extensão e Cultura da UNICENTR O 20 a 25 de setembro de 2010 pacientes com PC tem sido relatada na literatura com freqüência (CARAM, 2006). O objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento e o peso das crianças portadoras de Síndrome de Down e de Paralisia Cerebral, a fim de constatar possíveis falhas e auxiliar no tratamento adequado às crianças que não possuem desenvolvimento dentro do normal de acordo com sua patologia, fazendo as possíveis correções alimentares, a fim de ajudá-las a ter uma vida mais saudável, garantindo que não terão prejuízos futuros devido ao fato de ter uma má alimentação durante a infância. 2 Metodologia Foram avaliadas crianças entre 1 e 4 anos de idade, freqüentadoras da APAE de Guarapuava, PR. Sendo aferidas a estatura e o peso de todas elas. A estatura foi verificada através da fita métrica Fiber Glass inelástica milimetrada de ambos os lados. O peso foi obtido utilizando-se uma balança digital da marca Britania, com capacidade máxima de 150 quilos e com precisão de até 100 gramas. As crianças foram medidas e pesadas descalças e com o mínimo de roupas possível. As crianças com Síndrome de Down foram avaliadas segundo os pontos de corte propostos por CRONK, 1988. E as portadoras de Paralisia Cerebral foram avaliadas de acordo com os pontos de corte propostos por KRICK, 1986. 3 Resultados obtidos No total, seis crianças que freqüentam a APAE no período da tarde e possuem entre 1 e 4 anos de idade, portadoras de Síndrome de Down ou de Paralisia Cerebral foram avaliadas. Três das seis crianças avaliadas são portadoras de Síndrome de Down (50%), sendo 2 do sexo feminino (66,6%); e as outras três de Paralisia Cerebral (50%), todas do sexo feminino (100%). Todas as crianças apresentaram estatura adequada para idade (100%). Dos que apresentam Síndrome de Down, o menino está entre os percentis 5 e 25 (33,3%), uma das meninas se encontra no percentil 50 (33,3%), e a outra entre os percentis 25 e 50 (33,3%). Das crianças portadoras de Paralisia Cerebral, uma encontra-se entre os percentis 50 e 90 (33,3%), outra se enquadra no percentil 50 (33,3%), e a outra está entre os percentis 10 e 50 (33,3%). Em relação ao peso, as crianças com Síndrome de Down estão eutróficas, sendo que as meninas se encontram sobre o percentil 50 (66,6%) e o menino entre os percentis 5 e 25 (33,3%); enquanto as com Paralisia Cerebral estão desnutridas, estando todas abaixo do percentil 10 (100%). 4 Conclusões Os resultados obtidos para os portadores de Paralisia Cerebral estão de acordo com as hipóteses sugeridas pela literatura, que retrata que grande parte dessa população encontra-se desnutrida, sendo necessária a intervenção nutricional para evitar maiores perdas, tanto de peso quanto no desenvolvimento dessas crianças. Anais do 3° Salão de Extensão e Cultura da UNICENTR O 20 a 25 de setembro de 2010 Em relação à Síndrome de Down, os resultados foram diferentes dos esperados, estando todas as crianças eutróficas, sendo que é alto o índice de sobrepeso e obesidade entre essa população. Tais resultados sugerem que a alimentação dessas crianças e o desenvolvimento estão ocorrendo de forma correta, porém, ainda é necessário dar atenção especial a elas, para garantir seu crescimento e desenvolvimento adequado. 5 Referências CARAM, A. L. A. Avaliação nutricional antropométrica de crianças com Paralisia Cerebral. Universidade Estadual de Campinas . Faculdade de Ciências Médicas. Dissertação (mestrado) Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Campinas, 2006. COSTA, A. G. G. V., et al. A importância da equipe multidisciplinar na melhoria da qualidade de vida e inclusão social de indivíduos portadores de necessidades especiais assistidos pela APAE de Viçosa, Mg. Universidade Federal de Viçosa. CRONK, C. et al. Growth charts for children with Down syndrome: 1 month to 18 years of age. Pediatrics 1988;81:102-10. KRICK, J., MURPHY-MILLER, P., WEIGHT, E. Pattern of growth in children with cerebral palsy. Journal American Dietetic Association. 1996; 96(7):680-5. LOPES, T. S, et al. Comparação entre distribuições de referência para a classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes com Síndrome de Down. Jornal de Pediatria. 2008;84(4):350- 6. LUFT, V. C, MELLO, E. Síndrome de Down: supervisão em saúde, aspectos e manejo nutricional. Revista Nutrição Pauta. 2006;19-23. ZINI, B., RICALDE, S. R. Características nutricionais das crianças e adolescentes portadoras de síndrome de Down da APAE de Caxias do Sul e São Marcos – RS. Pediatria (São Paulo) 2009;31(4):252-9.
Compartilhar