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Aula 02 Legislação Tributária p/ SEFAZ/PE Professor: Michel Goldman Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 77 AULA 0 2 : I ncidência/ Não I ncidência, Fato Gerador do I CMS do Pernam buco SUMÁRI O PÁGI NA 1. Conteúdo 01 2. Apresentação 01 3. I ncidências do I CMS 02 4. Não I ncidências do I CMS 16 5. Momento de I ncidência do Fato Gerador 31 6. Questões Comentadas 54 7. Lista de questões apresentadas 70 8. Gabarito 77 CONTEÚDO: Incidência, Não Incidência e Fato Gerador do ICMS: Regulamento do ICMS do Pernambuco – Decreto Estadual nº 14.876/91 - artigos 2º, 3º, 6º e 7º. Lei 10.259/89 – artigos 2º, 3º, 6º e 7º. Lei 11.408/96 - artigos 1º, 2º e 5º. Vamos iniciar o estudo aprofundado do ICMS como manda o estudo do direito tributário, estudando o seu fato gerador através dos seus aspectos: 1) Aspecto Material – quando incide ou não incide o imposto? 2) Aspecto Temporal – em que momento, quando incide o imposto? 3) Aspecto Espacial – onde se dá a incidência do imposto? 4) Aspecto Pessoal – quem paga o imposto (sujeição passiva) e à quem se paga o imposto (sujeição ativa). 5) Aspecto Quantitativo ou Dimensional – quanto se paga de imposto, como se calcula ou qual a base de cálculo e alíquota do imposto? Continuaremos o estudo e trataremos de outros temas mais característicos do ICMS como o crédito, a substituição tributária, etc. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 77 Antes, iniciaremos a aula 02 com os primeiros aspectos do fato gerador: material (a incidência e não incidência do ICMS) e temporal (momento de ocorrência); e algumas considerações que valem para todo o nosso estudo do ICMS do Pernambuco: 1) O Regulamento do ICMS (decreto estadual 14.876/91 e atualizações) é a base de nossos estudos do imposto, pois consolida as normas relacionados na lei cridora do imposto em Pernambuco – Lei Ordinária 10.259/89 e atualizações e na Lei Ordinária 11.408/96 (que repete as infrações da Lei Complementar 87/96 e dá outras providências). Mas em certos momentos utilizaremos as leis ordinárias citadas para suprir informações que não constam no Regulamento. 2) A nova contabilidade acabou com o termo ativo permanente, o termo agora é ativo imobilizado (ou até o genérico ativo não circulante). Mas as normas estaduais ainda usam o termo antigo. Na nossa aula usaremos ambos os termos. Vamos iniciar nossos estudos! 1) INCIDÊNCIAS DO ICMS As incidências do ICMS são simples, básicas. Trata-se de um imposto que tributa o consumo de mercadorias e serviços. Logo, caro aluno, o imposto incide: x Nas operações com mercadoria: em qualquer aquisição de mercadoria ou bem (neste sentido entenda-se uma doação, uma venda, uma transferência, etc). Em “mercadoria” inclui-se energia elétrica e por “bem” se entende aquilo que será utilizado continuamente pela empresa ou pessoa e não simplesmente consumido (como um ativo imobilizado/permanente – uma máquina para o chão de fábrica). x Nas prestações de serviços: na tomada (esse é o termo que se utiliza) de serviço de comunicação (claro, como já vimos, onerosa), de serviço de transporte interestadual, de serviço de transporte intermunicipal e de serviços com 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 77 fornecimento de mercadorias e não compreendidos na competência dos Municípios Basicamente o que falei acima vem descrito na definição do imposto trazido na própria Constituição Federal: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; IX - incidirá também: b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; Pronto, já poderíamos terminar a aula de incidência do ICMS por aqui. O Regulamento do ICMS PE, no entanto, busca se aprofundar nas determinações legais sobre as incidências e não incidências do imposto por alguns motivos: 1º - Determinar a incidência de ICMS sobre quaisquer transações que envolvam circulação de mercadoria ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou comunicação, não importando: - Se o contribuinte apenas transferiu mercadoria para outra empresa do mesmo titular (por exemplo, operação matriz – filial). - Se o contribuinte doou a mercadoria. - Se o contribuinte está ou não devidamente inscrito no cadastro de contribuintes do Estado. - Se o contribuinte (remetente ou destinatário da mercadoria) é idôneo ou inidôneo. - Se a mercadoria saiu com destino a estabelecimento integrado à planta fabril da empresa. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 77 - Se o contribuinte que deu saída à mercadoria é realmente o proprietário da mercadoria. Trata-se apenas de alguns exemplos. O certo é que se o contribuinte realizou o fato descrito em lei como gerador do ICMS, então o imposto é devido. Veja o artigo 6º do RICMS PE: Art. 6º É irrelevante, para a caracterização da incidência: I - a natureza jurídica da operação relativa à circulação da mercadoria e prestação relativa ao serviço de transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicação; II - o título jurídico pelo qual o sujeito passivo se encontre na posse da mercadoria que efetivamente tenha saído do seu estabelecimento; III - o fato de uma mesma pessoa atuar, simultaneamente, com estabelecimentos de natureza diversa, ainda que se trate de atividades integradas; IV - o fato de a operação realizar-se entre estabelecimentos do mesmo titular. 2º - Reconhecer as situações já previstas na Constituição como incidentes ou não incidentes, até para em certos momentos descrever melhor a situação. 3º - Esclarecer situações específicas que poderiam balizar dúvidas quanto a incidência ou não do ICMS. Por exemplo a questão da incidência ou não sobre certos serviços. O artigo 2º do RICMS PE trata das incidências e das polêmicas. 1) Incidência de ICMS ou ISS? 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 77 A Constituição Federal define claramente a competência dos Estados e Distrito Federal para tributar os serviços de comunicação e transporte interestadual e intermunicipal. Mas outros serviços também podem ser tributados pelo ICMS. Nasce desta forma o impasse: em quais situações incide Imposto sobre Circulação de Mercadoria e em quais situações incide Imposto sobre Serviços, já que ambos incidem sobre serviços? A Constituição fala da competência dos estados de tributar o ICMS quando não há competência dos Municípios para tributar o ISS (artigo 155 §2º IX “b” da CF/88). Mas como se delimita isso? A Constituição Federal de 1988 definiu que o imposto do Município, o ISS: 1- Não incide sobre serviços constitucionalmente ligados ao ICMS (comunicação e transportes específicos) 2- Incide apenas sobre os serviços listados em lei complementara ser promulgada. Veja o artigo 156, III da CF/88 que desdobrado apresenta exatamente os dois comandos acima: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar Bem, em 31 de julho de 2003, foi promulgada a Lei Complementar Federal 116/03 que definiu todos os serviços que são tributados unicamente pelo ISS e nada há de se falar de ICMS. Esta lista é conhecida como a lista de serviços do anexo da lei complementar 116/03. E é um rol que inclui serviços hospitalares, serviço funerário, serviço de ensino, etc. Nesta briga entre ICMS e ISS temos as seguintes situações, após a promulgação da lei complementar 116/03: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 77 A) ICMS e ISS incidem juntos A Lei Complementar previu a possibilidade de existir a cobrança paralela do ICMS junto à prestação de serviços – são 5 casos no rol do anexo da lista de serviços. Esses serviços têm incidência de ISS, mas contém ressalvas, pois indicam que há fornecimento de mercadorias junto com o serviço e estas mercadorias devem ter incidência de ICMS. Exemplo de serviços com ressalvas e cobrança de ICMS da Lei Complementar 116/03 – Lista Anexa: II – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). I - Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). Veja o artigo 2º, VI do Regulamento do ICMS PE, que trata da incidência cumulativa do ICMS com o ISS: Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incide sobre: VI - fornecimento de mercadoria com prestação de serviço sujeito ao Imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 77 aplicável à matéria expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual; B) Só incide ICMS O Regulamento do ICMS pernambucano reforça a regra constitucional de que havendo prestação de serviços, e o específico serviço não constar da lista de serviços da lei complementar 116/03, poderá haver a cobrança de ICMS desde que haja fornecimento de mercadorias. E se não houver fornecimento de mercadoria? Aí, nem ICMS nem ISS... Melhor dos mundos, não? Mas difícil pensar em um serviço assim. Talvez um serviço muito específico que ainda não está lista de serviços. De toda a forma, segue o artigo 2º, V que trata da incidência sobre estes serviços específicos: Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incide sobre: V - fornecimento de mercadoria com prestação de serviço não compreendido na competência tributária dos Municípios; ; 2) Incidência no fornecimento de alimentação O Regulamento do ICMS de PE reforça a ideia de que alimentos e bebidas são considerados mercadorias, mesmo durante uma refeição completa, em um restaurante, bar ou lanchonete. O legislador pensou que o fato de haver atendimento/serviço em um restaurante poderia desvirtuar a ideia de que não há ICMS. Mas há. Segue o artigo 2º, I que trata da incidência sobre estes serviços específicos: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 77 Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incide sobre: I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; Exemplo: 1- Chico e Chiquinha servem-se de deliciosas guloseimas no serviço de Buffet de café da manhã da Padaria BOKER TOV no centro de Jaboatão dos Guararapes – ICMS sobre o valor cobrado pelo Buffet de café da manhã. 3) incidência sobre petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e de energia elétrica, em operações interestaduais não destinados a comercialização e industrialização. Esta ordem de incidência do ICMS sobre petróleo (e seus derivados) e energia elétrica é bastante importante e por isso está no Regulamento. Estudamos na aula 01 sobre os aspectos constitucionais do ICMS e vimos a questão das IMUNIDADES. As imunidades são as não incidências normatizadas na Constituição Federal de 88. Segundo a constituição é proibido aos Estados tributarem a saída interestadual de petróleo (e seus derivados) e energia elétrica, destinados à industrialização e comercialização, porque estas duas mercadorias são consideradas como bens da União e não dos Estados produtores e geradores (aí está a briga dos royalties do petróleo, onde os Estados produtores que são compensados pela perda da receita de ICMS na venda interestadual através de royalties, tiveram seus royalties diminuídos). Bom, a saída de energia elétrica e petróleo de um Estado para o outro, com destino a industrialização ou uma nova comercialização não é tributado pelo ICMS. Mas a 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 77 nova saída no destino será tributada pelo Estado de destino quando da venda do produto. Agora que vem a importância do artigo: se a venda interestadual de petróleo e seus derivados ou energia elétrica NÃO for com destino à industrialização ou comercialização, mas sim para consumo do destinatário, não se espera a nova saída no destino para se tributar o ICMS da mercadoria (mesmo porque não haverá nova saída) e se recolhe para o Estado de destino o total do ICMS da venda da mercadoria. Perceba as diferenças nos exemplos: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 77 Exemplo 1: Operação interestadual entre geradora de energia elétrica de Minas Gerais e indústria do Pernambuco. Geradora mineira remete energia elétrica para indústria de vinhos de Recife (PE) que a utiliza para industrializar vinhos. A indústria revende os vinhos a consumidores finais de seu Estado. Não há recolhimento interestadual devido à imunidade constitucional. E a alíquota da operação interna de revenda é 17%. Dados Alíquota interna no Pernambuco 17%. Alíquota interestadual – não incide (imunidade constitucional) Preço Geradora: R$ 2.000,00ICMS da operação Geradora = zero Preço produto acabado: R$ 3.000,00 ICMS da operação = 3.000 x 17% - 510,00 Não recolhe ICMS Recolhe 510 – 0 = R$ 510,00 de ICMS Minas Gerais nada recolhe aos seus cofres. Pernambuco recolhe aos seus cofres R$ 510,00. Perceba que o Estado de Pernambuco só receberá o ICMS de R$ 510,00 na saída do produto da indústria ao consumidor final. Geradora Indústria Consumidor Mineira Pernambuc. Final Pernambuc. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 77 Exemplo 2: operação interestadual entre indústria de lubrificantes de petróleo de São Paulo e varejista consumidor final do Estado de Pernambuco. Indústria paulista vende lubrificantes derivados de petróleo para empresa de concessionária de carros pernambucana BIBELOT para utilização na manutenção dos veículos à venda. Dados: Alíquota interestadual – 17% (alíquota interna do Estado destinatário) Preço indústria: R$ 10.000,00 ICMS da operação IND = 10.000 x 17% = 1.700 Recolhe 1.700 de ICMS Pernambuco recolhe R$ 1.700,00 do ICMS já na entrada da mercadoria no Estado. É o artigo 2º, VIII do Regulamento que traz a incidência descrita acima: Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incide sobre: VIII - entrada, no território de Pernambuco, de energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando procedentes de outra Unidade da Federação e não destinados à comercialização ou à industrialização, cabendo o imposto a este Estado. Atenção! Indústria Concession. Paulista Pernambuc. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 77 Diferente seria se fosse outro combustível, como álcool ou metanol. Veja o terceiro exemplo: Exemplo 3: Operação interestadual entre usina de álcool combustível de Minas Gerais e distribuidores do Pernambuco. Usina mineira remete álcool combustível para postos de gasolina de Recife (PE) revender a consumidores finais de seu estado. Alíquota interestadual é de 7%. E a alíquota da operação interna de revenda é 17%. Dados Alíquota interna em Pernambuco 17%. Alíquota interestadual – 7% Preço Usina: R$ 2.000,00 ICMS da operação Geradora = 140,00 Preço varejo: R$ 3.000,00 ICMS da operação = 3.000 x 17% - 510,00 Recolhe R$ 140,00 Recolhe 510 – 140 = de ICMS R$ R$ 370,00 de ICMS Minas Gerais recolhe aos seus cofres R$ 140,00. Pernambuco recolhe aos seus cofres R$ 370,00. Lembre-se: Quando a saída interestadual de petróleo e seus derivados ou energia elétrica se dá diretamente ao consumo final destes produtos, ou seja, não haverá industrialização Usina Posto Gasol. Consumidor Mineira Pernambuc. Final Pernambuc. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 77 ou comercialização, o ICMS deverá ser recolhido ao Estado de destino imediatamente. 4) Incidência na importação Outro ordenamento trazido pela Constituição Federal e repetido no Regulamento do ICMS pernambucano: há incidência de ICMS na importação de mercadorias do exterior. Vamos dar uma olhada direto no artigo 2º, VII do RICMS PE: Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incide sobre: VII - entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, para qualquer finalidade, inclusive, em se tratando de pessoa física ou jurídica titular de estabelecimento, quando a mercadoria importada se destine ao uso ou consumo ou ativo permanente do respectivo estabelecimento; Importantes aspectos sobre a importação de mercadorias e bens estão contidos neste artigo: 1º - Trata-se de um fato gerador do imposto (lógico!) 2º - Não importa com que habitualidade, qualquer pessoa física ou jurídica que importe mercadoria ou bem é contribuinte do imposto. 3º - A finalidade é irrelevante na avaliação se a mercadoria ou bem é tributado na importação (se a mercadoria é para comercialização, consumo, ativo, industrialização, etc.) Lembramos neste momento, o que já estudamos na aula 01 sobre os aspectos constitucionais do ICMS: o Estado que irá recolher o ICMS é aquele não onde se 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 77 deu a entrada no país mas aquele onde está o estabelecimento que deu efetiva entrada à importação. Atenção! A arrematação em leilão judicial de mercadoria ou bem abandonado ou apreendido é equivalente a uma importação. Porque o leilão ou licitação judicial de uma mercadoria ou bem DERIVA de uma importação que deu errado, seja por falta de pagamento do tributo ou tentativa de fraude. A arrematação em leilão judicial é a venda do produto apreendido na importação e o sujeito que adquirir a mercadoria arca com o ônus tributário (além das outras despesas). Não existe no Regulamento a previsão de incidência na arrematação em leilão judicial, pois está inclusa na ideia do desembaraço aduaneiro da importação. Mas encontraremos o destaque da aquisição em licitação pública de mercadorias e bens importados do exterior e apreendidos ou abandonados quando estudarmos o momento de ocorrência do fato gerador do imposto, pois é diferente do momento em que o imposto passa a ser devido na importação pura e simples. O fato gerador deixa de ser o desembarque aduaneiro e passa a ser a aquisição do produto. Muitas pessoas buscam estes leilões oficiais para adquirir mercadorias importadas por valores melhores 6) Prestação de Serviços de transporte interestadual, intermunicipal e comunicações Fechando o artigo 2º das incidências do imposto, temos os incisos II, III, IV relacionados exclusivamente às incidências da prestação de serviços. Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incide sobre: II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 77 III - prestações de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza, sendo, a partir de 01 de novembro de 1996, apenas as onerosas; IV - serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; Exemplos de transporte interestadual e intermunicipal: frete para entrega de material de construção em outra cidade ou outro Estado, serviço de entrega de malotes, ônibus de Recife a Jaboatão dos Guararapespara passageiros, ponte aérea Recife – São Paulo, transporte de valores do banco em Caruaru para o produtor rural em Petrolina, transporte de turistas das cidades às praias litorâneas. Exemplos de prestação onerosas de serviços de comunicação: “pay per view” do campeonato brasileiro, serviço de satélite da TV por assinatura SKY, luta de boxe “pay per view” via satélite, serviço de telefonia celular, retransmissão paga de torneio de bocha transmitido pela TV equatoriana, serviço de telefonia fixa, etc. De novo: a Rede Globo, SBT, Canal Vida, Bandeirantes, todas estas redes de televisão que pegam no Brasil inteiro através de suas transmissoras ou retransmissoras não recolhem nada de ICMS por estes serviços. Sei que o aluno comentaria: “mas recolheriam sobre o que, se o serviço é gratuito”. Veremos, no entanto que até sobre operações gratuitas há cobrança de ICMS. Ex: Doação. Como exemplo de serviço prestado no exterior e cobrado no Brasil tem-se o serviço de comunicação de Discagem Direta Internacional (DDI) a cobrar. Este serviço apesar de prestado no exterior é cobrado no Brasil. Mais difícil, contudo, é imaginar a possibilidade de cobrança de um serviço de transporte iniciado no exterior e finalizado no Brasil ou simplesmente prestado no exterior. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 77 Imagine que o senhor Steve Martin se encantou pelo carnaval em Olinda (PE), todos entendemos o porquê, e resolve se mudar para a linda cidade. Fazendo muitos amigos na pacata Olinda, o Sr Steve Martin contrata um transportador californiano para trazer de Hollywood – Los Angeles - Califórnia, um Cadilac como presente para a linda pernambucana, vizinha de porta. Esta importação direta da Califórnia, um serviço de transporte internacional, contratado portanto em outro país, está fora do campo de incidência do ICMS. Como estudamos, o ICMS tributa as prestações interestaduais e intermunicipais, nada a respeito das prestações de serviços de frete INTERNACIONAIS. Este tem sido o entendimento dos Estados. Mesmo se o senhor Steve Martin tenha contratado um transportador que levou o Cadilac até o porto da cidade de Santos (SP) e de lá iniciou um frete até Recife e depois um frete de Recife a Caruaru, poderia o Estado de São Paulo exigir o frete de Santos a Recife e o Estado do Pernambuco exigir o ICMS do frete específico de Recife a Caruaru. O ICMS dos fretes intermunicipais serão recolhidos aos Estados brasileiros de início da prestação, mas não o eventual imposto do frete operado dentro dos EUA, por tratar-se de serviço internacional. 2) NÃO INCIDÊNCIAS DO ICMS As não incidências elencadas no Regulamento do ICMS do Pernambuco seguem a mesma ideia das incidências. O óbvio não é listado. Por exemplo: não fala o Regulamento que não incide ICMS sobre a venda de apartamentos ou terrenos. Sabe-se que não pode haver circulação de apartamentos ou terrenos, portanto não há que se falar no fato gerador do imposto. Há, contudo, necessidade da lei apontar situações específicas que poderiam gerar dúvidas ou controvérsias e são esclarecidas de antemão. O Regulamento repete as imunidades constitucionais. A repetição das imunidades são simplesmente atos declaratórios da lei estadual. 1) Papel, livros, jornais e periódicos, e CD’s de livros 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 77 O incentivo da Constituição Federal para a produção e circulação de cultura, educação e informação no país tiraram dos livros, jornais e revistas, além do papel destinado à produção destes produtos, a possibilidade de qualquer ente tributar sua cadeia de valor. Trata-se de uma imunidade absoluta (para todos os impostos). Não são considerados livros, as agendas, os catálogos, os livros para escrituração, etc. Veja o inciso I, e §1º do artigo 7º do RICMS PE: Art. 7º O imposto não incide sobre: I - operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; § 1º Para os efeitos do inciso I do "caput", não se considera livro: I - aqueles em branco ou simplesmente pautados, bem como os riscados para escrituração de qualquer natureza; II - aqueles pautados de uso comercial; III - as agendas e todos os livros deste tipo; IV - os catálogos, listas e outros impressos que contenham propaganda comercial. Exemplos: 1- Venda da revista Playboy de Dezembro, com uma certa namorada de ex governador na capa. – imunidade e não incidência declarada no RICMS PE. 2-saída de 200 cadernos de escrituração para distribuição aos contadores de Recife. – incidência de ICMS. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 77 2) Operações interestaduais com petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou a comercialização. Vendas interestaduais de petróleo e seus derivados e energia elétrica quando destinados a utilização na industrialização ou para uma nova comercialização não tem ICMS. Mais uma regra constitucional (imunidade) repetida no Regulamento de PE. Já discutimos o motivo: ICMS total para o Estado de destino. Não há repartição de receitas, pois não cabe ao Estado que remete usufruir de uma riqueza que não produziu e é propriedade da União. A repartição da receita do ICMS é feita para a divisão de receita do imposto entre o Estado daquele que manufatura/produz e o Estado daquele que consome o produto. A Constituição Federal diz que não há repartição neste caso. Exemplo: 1- Saída de óleo diesel de companhia paulista para revendedora pernambucana – sem incidência de ICMS. Olhe o artigo do RICMS PE: Art. 7º O imposto não incide sobre: VII - operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização; 3) Operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. O ouro, conforme disciplina a Constituição Federal de 88, enquanto estiver na condição de ativo financeiro ou instrumento cambial, estará imune ao ICMS, 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 77 sofrendo apenas a tributação do IOF. Trata-se do ouro objeto de investimento financeiro, antes de se tornar mercadoria propriamente dita. Olhe o artigo do RICMS PE: Art. 7º: O imposto não incide sobre: VIII - operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; Exemplos: 1- Anel de ouro comprado por Donald para pedir sua namorada Margarida em casamento – incide ICMS 2- O ouro envolvido em operações de tratamento, refino, transporte, depósito ou custódia, desde que formalizado compromisso de destiná-lo ao Banco Central do Brasil ou à instituição por ele autorizada – não incide ICMS. 4) Operações e Prestações de Exportação e Equiparadas a Exportação (Exportação Indireta) Com vistas a incentivar o desenvolvimento industrial e comercial brasileiro e a entrada de moeda estrangeira no país para impulsionar a economia, a Constituição Federal de 1988 tornou imune todas as saídas de mercadorias (produtos acabados, produtos em elaboração, produtosprimários) para o exterior e prestação de serviços destinados à exportação. O Regulamento de PE acompanhou o entendimento constitucional: Art. 7º: O imposto não incide sobre: II - relativamente à exportação para o exterior: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 77 b) a partir de 16 de setembro de 1996, observado o disposto nos §§ 15, 16, 18 e 19, operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi- elaborados, ou serviços, equiparando-se às referidas operações, a saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, quando destinada a (Convênios ICMS 113/96 e 84/2009): .......... O Regulamento do Estado do Pernambuco não só mandatoriamente recepcionou o comando Constitucional em seu artigo 7º, II, como ampliou as condições de não incidência do imposto na exportação para fora do país. O Regulamento listou operações tidas como equiparadas à exportação e, portanto sem incidência do imposto listando as condições em que há a equiparação. Art. 7º: O imposto não incide sobre: II - relativamente à exportação para o exterior: b) a partir de 16 de setembro de 1996, observado o disposto nos §§ 15, 16, 18 e 19, operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços, equiparando-se às referidas operações, a saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, quando destinada a (Convênios ICMS 113/96 e 84/2009): 1. empresa comercial exportadora, inclusive “trading” ou outro estabelecimento da mesma empresa; 2. armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro; VIII - o estabelecimento remetente recolherá o imposto devido, monetariamente atualizado, com os acréscimos previstos na legislação, 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 77 a contar da saída por ele promovida, nos casos de não se efetivar a exportação: a) após decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da referida saída, quando se tratar de produto industrializado; b) após decorrido o prazo de 90 (noventa) dias, contado da data da referida saída, quando se tratar de produto primário ou industrializado semi-elaborado, exceto, a partir de 14 de julho de 1998, quanto aos classificados no código NBM/SH 2401, hipótese em que o mencionado prazo poderá ser de 180 (cento e oitenta) dias, a critério do Fisco do Estado do remetente; c) em razão da perda da mercadoria, qualquer que seja a causa; d) em virtude da reintrodução da mercadoria no mercado interno; IX - os prazos estabelecidos nas alíneas “a” e “b” do inciso anterior poderão ser prorrogados, uma única vez, por igual período, a critério do Fisco do Estado do remetente; ; X - na hipótese de devolução da mercadoria, o estabelecimento remetente ficará dispensado do recolhimento do imposto nos prazos previstos nas alíneas “a” e “b” do inciso VIII; XI - o estabelecimento remetente ficará exonerado do cumprimento da obrigação prevista no inciso VIII, caso o adquirente haja efetuado o recolhimento do imposto ao Estado de origem da mercadoria; O quadro abaixo explicas as situações de imunidade e não incidências nas exportações: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 77 A ideia da exportação indireta é a não incidência das operações intermediárias de exportação. Com isto não há cobrança de ICMS nas remessas de produtos para: - tradings ou comercial exportadora (empresas que compram com intuito de exportar); - entreposto aduaneiro ou depósitos alfandegários (locais de guarda de mercadoria em portos e aeroportos) - outro estabelecimento da mesma empresa (também com previsão de exportação). Mas a lei impõe que uma vez enviados produtos para exportação, as empresas que receberam sem tributação de ICMS têm 90 dias para exportação (produtos semi elaborados ou primários, exceto fumo) ou 180 dias para exportação (produtos industrializados). O prazo pode ser postergado a critério do fisco, por uma vez. Em caso de ultrapassar os prazos acima, em razão de perda da mercadoria ou em virtude de reintrodução da mercadoria no mercado interno, o imposto será TRADING OU nãoincidência EMPRESA COMERCIAL Imunidade EXPORTADORA E X Imunidade T EMPRESA E R I nãoincidência ENTREPOSTO Imunidade O ARMAZÉM R ADUANEIRO nãoincidência OUTRO ESTAB. Imunidade DA MESMA EMPRESA 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 77 imediatamente devido da época do envio da mercadoria inicialmente, e, portanto juros, multas e correção monetária serão cobrados. O recolhimento do imposto não será exigido na devolução da mercadoria ao estabelecimento remetente nos prazos fixados ou se o pagamento do débito fiscal tiver sido efetuado pelo adquirente a este Estado. 5) Saída de mercadorias com serviços tributados pelo ISS Conversamos sobre a lista de serviços – lista anexa da lei complementar 116/03 e verificamos os serviços ali listados não tem incidência de ICMS e sim ISS. E, mesmo que sejam utilizadas mercadorias para prestação de alguns serviços, estas estão fora da incidência do ICMS, com exceção dos subitens que contém as ressalvas (subitens 7.02, 7.05, 14.01, 14.03 e 17.11). Veja alguns itens da lista do ISS que há mercadoria envolvida: 4.14 – Próteses sob encomenda. 5.02 – Hospitais, clínicas, ambulatórios, prontos-socorros e congêneres, na área veterinária. 13.03 – Fotografia e cinematografia, inclusive revelação, ampliação, cópia, reprodução, trucagem e congêneres. 14.10 – Tinturaria e lavanderia. 4.03 – Hospitais, clínicas, laboratórios, sanatórios, manicômios, casas de saúde, prontos-socorros, ambulatórios e congêneres. 25.01 – Funerais, inclusive fornecimento de caixão, urna ou esquifes; aluguel de capela; transporte do corpo cadavérico; fornecimento de flores, coroas e outros paramentos; desembaraço de certidão de óbito; fornecimento de véu, essa e outros adornos; embalsamento, embelezamento, conservação ou restauração de cadáveres. Repare aluno, que os itens acima são serviços com mercadorias oferecidas: caixão, urna e esquifes (serviço funerário), remédios (hospitais e veterinários), próteses sob 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 77 encomenda, etc. Contudo, para estas mercadorias não há incidência de ICMS, só ISS, e sobre o serviço completo (mercadorias + serviços). É o importante comando do artigo 7º, VI do RICMS PE: Art. 7º: O imposto não incide sobre: III - operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, especificados na lista constante do Anexo 1, ressalvadas as hipóteses de incidência previstas na mesma lei complementar e indicadas no referido Anexo; 6) Operações de alienação fiduciária A operaçãodecorrente da alienação fiduciária é realmente não tributada: conhecemos estas operações nas compras de veículos. Os bancos financiadores ficam dentro das concessionárias para oferecer seus serviços junto à compra do carro novo ou usado, e um destes serviços financeiros é a alienação fiduciária. O consumidor quer o carro, mas não tem dinheiro para comprá-lo. Precisa então de um financiamento e por isso procura um banco. O bem é adquirido e fica no nome do devedor. O devedor passa o domínio para o banco financiador em troca do financiamento, e o banco deposita o veículo com o devedor que passa a ter a posse direta do bem. Finalizado todos os pagamentos (prestações), a propriedade finalmente passa para a pessoa do consumidor. Havendo inadimplência dos pagamentos, o carro é, obviamente, tomado pelo banco, através de ação de busca e apreensão. No contrato de alienação fiduciária, entre o banco e o consumidor/devedor, não há em nenhum momento a incidência de ICMS. Atenção! A saída do veículo da concessionária é sim tributada!!! 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 77 Agora veja o comando do Regulamento do Estado de PE: Art. 7º - O imposto não incide sobre: XIII - a partir de 01 de novembro de 1996, operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor; 7) Operações de arrendamento mercantil O arrendamento mercantil é uma operação parecida à alienação fiduciária, e assim como na alienação fiduciária, a venda do veículo da concessionária ao banco é tributada pelo ICMS, pois essa parte da operação não é por si parte do arrendamento mercantil. Voltamos, então, ao exemplo do veículo, pois é uma operação de arrendamento muito comum: nesta operação o consumidor pode financiar o carro por um valor menor do que o valor de tabela do veículo e pagar a diferença no final se quiser realmente ficar com o carro. A legislação vê esta operação como um aluguel e não como uma venda - a operação é tributada pelo ISS. A lei apenas considera que se o consumidor fizer a opção final de compra do bem pelo preço residual (a parte que não foi financiada) aí sim haveria uma transmissão de propriedade e a cobrança do ICMS. Mas esta venda do bem arrendado ao arrendatário é motivo de contestação inclusive com decisão contrária aos Estados do Supremo Tribunal Federal. Em todo o caso o Regulamento do Pernambuco a partir de 1996 considerou não incidente de ICMS esta venda. Art. 7º - O imposto não incide sobre: V - operações de arrendamento mercantil, contratado por escrito, observado o disposto no § 5º; 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 77 § 5º A não-incidência relativa ao arrendamento mercantil de que trata o inciso V do “caput” não se opera: I - até 31 de outubro de 1996, a partir do momento em que a opção de compra prevista no contrato tiver sido efetivamente exercida pelo arrendatário; II - a partir de 01 de novembro de 1996, em qualquer hipótese, em relação à venda do bem arrendado ao arrendatário, inclusive mediante o exercício da opção de compra prevista no respectivo contrato. 8) Móveis salvados de sinistro Semelhante à alienação fiduciária e ao arrendamento mercantil (leasing), este item segue um mundo à parte, com regras específicas. O seguro de bens está sujeito à tributação pelo IOF. E a saída de um bem sinistrado não é uma venda mas uma cláusula inerente a um contrato de seguro. Por exemplo: a saída do automóvel acidentado do diretor da Companhia Brasileira de Águas para a empresa seguradora não tem ICMS. Não só porque se trata de operação de seguros mas também porque saída de ativo permanente não tem incidência de ICMS (conforme já discutido). Agora, se a empresa de seguros consertar e revender o carro, deveria incidir ICMS, mas decisões de tribunais superiores já também inviabilizam esta cobrança. Vejo o artigo 7º, XV do RICMS PE: Art. 7º - O imposto não incide sobre: XV - a partir de 01 de novembro de 1996, operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 77 9) Venda de estabelecimento Mais um das situações em que o legislador achou por bem declarar e assim clarear eventuais dúvidas. Compra “porteira fechada” de uma empresa por outra, com a adição de um estoque noutro, não há o que se falar de incidência de ICMS. O imposto só incidirá com a saída efetiva do produto do novo estoque somado. Leia o artigo 7º, XIV: Art. 7º - O imposto não incide sobre: XIV - a partir de 01 de novembro de 1996, operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie; 10) Saída e retorno para armazém geral e depósito fechado É bastante comum, empresas com grandes estoques, que inviabilizam a manutenção de toda a produção em apenas um estabelecimento, viabilizarem outros locais especiais para armazenagem de suas mercadorias. O Regulamento do Estado de PE reconhece dois desses estabelecimentos: o armazém geral e o depósito fechado. A saída e o retorno para armazém geral e depósito fechado de mercadorias para armazenagem não tem incidência do ICMS. Veja bem, uma operação depende da outra. Se a saída ocorreu para um armazém geral e no retorno foi entregue a outro estabelecimento que não o remetente, aí tem-se a incidência do imposto. Mais um detalhe, operações com não incidência para armazém geral e depósito fechado, só dentro do Estado do Pernambuco. Por fim, saiba: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 77 Armazém Geral: empresa de terceiros que presta o serviço de estocar produtos – é tributado pelo ISS; Depósito Fechado: estabelecimento do próprio remetente que serve como galpão para estoque – é uma extensão do próprio depósito da empresa Atenção! Não confundir. Saída para depósito fechado, empresa de armazenagem do mesmo grupo da empresa remetente não tem ICMS, mas saída de mercadoria de estabelecimento do contribuinte para filial tem incidência de imposto (guarde isto: este tipo de operação é chamada de transferência) – as transferências são tributadas! E vamos nos remeter ainda ao Regulamento do ICMS no seu artigo 7º, VI: Art. 7º - O imposto não incide sobre: VI - saída de mercadoria destinada a armazém-geral, frigorífico ou depósito fechado e o retorno ao estabelecimento remetente, quando situados dentro deste Estado; Abaixo exemplo das operações de remessa a depósito fechado e armazém geral para lembrança: 1) em PE A não incid. Depósito Indústria Fechado não incid. 2) em PE não incid. B Armazém Indústria Geral não incid. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 77 11) Saídas de empresa transportadora, durante a prestação de serviço Muitas vezes empresas transportadoras fazem longas viagenspara entregar mercadorias pelo país. Em trechos longos, surge a necessidade de armazenar mercadorias em alguns lugares pelo caminho. Esta armazenagem poder ser feita em locais próprios da empresa prestadora de serviços de transporte ou locais pertencentes a terceiros. Se um transportador, após um dia de viagem, estocar a mercadoria transportada em um local pertencente à sua própria empresa, no centro de Vitória de Santo Antão (PE), quando reiniciar a prestação, dois dias depois, não há que se falar de uma nova incidência do imposto ou um novo fato gerador. É bastante simples esta não incidência. Vejamos um exemplo mais redondo: 1- Transportadora pernambucana, contratada para levar uma máquina de embrulhar camisetas para uma indústria em Teresina (PI), inicia a prestação de serviços na indústria com sede em Cabo de Santo Agostinho (PE), fabricante da máquina. Após um dia de viagem, o caminhão da transportadora para em uma das empresas do grupo, um depósito em Garanhuns (PE), para armazenagem da carga e descanso para o motorista. Dois dias depois o motorista reinicia a viagem até Teresina e a finaliza no mesmo dia. No caso acima há o recolhimento inicial do ICMS para o Estado do Pernambuco pelo início do serviço de transporte, mas não há um novo recolhimento quando da saída do depósito. Guarde o inciso IX do artigo 7º que trata do assunto: Art. 7º - O imposto não incide sobre: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 77 IX - a saída de mercadoria que tenha entrado em estabelecimento de empresa transportadora, exclusivamente para fim de transporte, desde que tenha sido enviada para o destinatário indicado na documentação fiscal que a acompanhe; 12) Saída de bem em Comodato e Locação Típicos contratos do Código Civil brasileiro, o comodato (empréstimo gratuito de coisa fungível) e a locação (aluguel) de bens não tem incidência de ICMS. Veja o artigo 7º, IV do RICMS PE: Art. 7º - O imposto não incide sobre: IV - saída de bem em decorrência de comodato ou locação, contratados por escrito; 13) Outras operações não incidentes. Dê uma olhada em não incidências específicas do regramento pernambucano: Art. 7º - O imposto não incide sobre: X - a saída de veículos, novos ou usados, do estabelecimento do contribuinte, desde que decorrente de operação de simples agenciamento ou corretagem, comprovada com os seguintes documentos: a) documento de propriedade do veículo; b) contrato escrito de agenciamento da venda do veículo, onde estejam fixados o preço e as condições, devidamente firmado pelo proprietário do veículo e pelo agente; 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 77 c) autorização expressa do proprietário do veículo para que este, sob sua inteira responsabilidade, permaneça na posse do agente ou vendedor, em exposição ou em trânsito; XI - a saída de mercadoria para análise laboratorial ou operação semelhante, desde que comprovado seu resultado, mediante laudo escrito; XII - a extração e remoção de terras e rochas, simplesmente escavadas, transferidas ou compactadas durante a execução das obras de construção e conservação de estradas de rodagem, pistas de aeroportos, túneis, portos, barragens e outras obras semelhantes; 3) MOMENTO DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR Vamos estudar agora o aspecto temporal do fato gerador. O momento em que o imposto passa a ser devido porque ocorreu uma das hipóteses de incidência e nasce a obrigação tributária. E isso faz uma grande diferença, pois se o momento de incidência do ICMS foi uma terça-feira, um transportador retido na fronteira do Estado de Pernambuco com Piauí, com a mercadoria, mas sem o recolhimento do imposto, em uma quinta-feira, deverá recolher o débito com multa punitiva, juros, multa de mora e etc. O fisco considera neste caso que o imposto está há 2 dias atrasado. Importante apresentar a regra geral do momento de ocorrência do fato gerador do ICMS nas operações e prestações: 1º - Para operações com mercadoria: a SAÍDA da mercadoria do estabelecimento Exemplo: O varejista encomendou no dia 13 de junho, um lote de 1.300 sacos de açúcar da refinaria pernambucana AÇUCARS E ADOÇANTS. Em 15 de julho a 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 77 refinaria faturou o pedido. Em 17 de julho foi remetido ao varejista os produtos. A data de pagamento acertada pelos contribuintes para pagamento do preço era 21 de julho. O varejista pagou antecipado pelo produto em 20 de julho. Mas afinal, pergunta-se: qual a data do fato gerador do ICMS? Vamos direto à regra geral para operações com mercadorias: data da saída do estabelecimento remetente. Nossa resposta 17 de julho. Atenção! O Regulamento utiliza-se do termo “fornecimento” de mercadoria para destacar o momento do fato gerador. Trata-se de uma nomenclatura importante para se conhecer para a prova, mas não foge da regra principal que é a saída da mercadoria. 2º - Para prestação de serviços: o início da prestação de serviços. Vejamos o mesmo exemplo: O varejista encomendou no dia 13 de junho, um lote de 1.300 sacos de açúcar da refinaria pernambucana AÇUCARS E ADOÇANTS. Em 15 de julho a refinaria faturou o pedido em contratou o transportador para realizar o frete intermunicipal. Em 17 de julho foi remetido ao varejista os produtos utilizando- se o frete. A data de pagamento acertada pelos contribuintes para pagamento do preço era 21 de julho e o pelo pagamento do frete foi 22 de julho. O varejista pagou antecipado pelo produto em 20 de julho e pelo frete em 21 de julho. Mas afinal, pergunta-se: qual a data do fato gerador do ICMS do serviço de transporte? Oras, no dia do início da prestação: 17 de Julho. Vejamos os incisos do artigo 3º do Regulamento do ICMS PE, adequadamente: A) OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 1) Fato gerador na saída ou no fornecimento da mercadoria 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 77 Esta é a regra geral, como já comentamos. A data da saída da mercadoria ainda que faturada em outro dia, ainda que paga em outro dia, é o momento do fato gerador do imposto. Assim como a data do fornecimento da mercadoria com prestação de serviços (aqueles em que incide somente ICMS ou ICMS junto a ISS) ou o momento de fornecimento de alimentos e bebidas por qualquer estabelecimento. Os incisos abaixo do artigo 3º trazem as informações: Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: I - na saída de mercadoria do estabelecimento de contribuinte, inclusive cooperativa, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; II - no fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em bares, restaurantes, cafés e outros estabelecimentos; IV - na prestação de serviço, não relacionado no Anexo 1, quando houver fornecimento de mercadoria; V - na prestação dos serviços de competência municipal (Anexo 1), com fornecimento de mercadoria, quando prevista a incidência em relação a esta, nos termos de lei complementar; 2) Fato gerador nas operações de importação e arrematação em leilão judicial Começamos agora a fugir um pouco da regra geral e analisaralguns outros momentos importantes em que ocorre o fato gerador do imposto, nascendo a obrigação tributária. Como já discutimos a importação de mercadoria também é operação incidente do ICMS. E o momento de ocorrência do fato gerador é justamente na sua nacionalização, na entrada legal do país, ato este conhecido como desembaraço 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 77 aduaneiro. Além da nacionalização, o desembaraço aduaneiro é o momento em que são verificados não só o recolhimento dos tributos que incidem na importação mas também se não há outro tipo de irregularidade com a importação: valor declarado na guia de importação não condizente (subfaturado) com o produto importado, produto proibido de importação, etc. A regra geral, portanto, é que na importação de bens ou mercadorias do exterior, o momento da ocorrência do fato gerador é o desembaraço aduaneiro. Contudo manda a norma que se a entrega da mercadoria for feita ao importador antes do desembaraço aduaneiro, é neste momento o fato gerador do imposto. Agora, como comentamos, pode haver problemas na hora do desembaraço. Por exemplo, o valor do imposto de importação aumentou consideravelmente, acrescendo em demasia o valor da importação, fazendo o importador desistir da mesma e abandoná-la no armazém alfandegário. O valor de manutenção de bem ou mercadoria no armazém é alto e interessa à administração portuária livrar-se da mercadoria. Ocorre então a licitação pública do bem ou mercadoria importada do exterior e abandonada. E é no momento da aquisição em licitação pública desta mercadoria ou bem que ocorre o fato gerador do imposto. E também na aquisição da mercadoria que ocorre a sua nacionalização. Exemplos: 1- Joaquim José da Silva Xavier importa da Alemanha aparelhos dentários – incide ICMS no desembaraço aduaneiro 2- Chevy Chase importou uma máquina hidráulica para sua fábrica de medalhas em Olinda (PE). Contudo a importação atrasou mais de 6 meses e ao chegar no porto, a fábrica do importador já havia falido. Houve o abandono da coisa. Em licitação pública, o dono da fábrica concorrente, Martin Short, de Caruaru (PE), adquiriu a máquina – incide ICMS no momento em que é adquirida a máquina no leilão oficial. Veja os comandos do inciso III do artigo 3º do Regulamento pernambucano: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 77 Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: III - relativamente à importação do exterior: c) a partir de 01 de novembro de 1996, no desembaraço aduaneiro de mercadoria importada do exterior, observando-se: 1. após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo respectivo desembaraço; 2. o desembaraço referido no item anterior somente se fará mediante a exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, observado o disposto no art. 600, §§ 6º a 8º, e no Decreto nº 19.005, de 15 de fevereiro de 1996; 3. a partir de 01 de janeiro de 2003, na hipótese de a entrega da mercadoria importada do exterior ocorrer antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador no momento do mencionado desembaraço, devendo a autoridade responsável, salvo disposição em contrário estabelecida em decreto do Poder Executivo, exigir a comprovação do pagamento do imposto X - na arrematação em leilão ou na aquisição em licitação, promovidos pelo Poder Público, de mercadoria, inclusive importada do exterior, apreendida ou abandonada; 4) Fato gerador nas operações de aquisição em hasta pública de mercadoria de contribuinte. Aquisição em hasta pública, por exemplo, de mercadorias referentes a empresas que estão falidas, também é fato gerador do ICMS. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 77 Veja o artigo 3º, XI do RICMS PE: Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: XI - na adjudicação ou arrematação, em hasta pública, de mercadoria de contribuinte; 4) Fato gerador nas operações de entrada no estado de petróleo (e derivados) e energia elétrica não destinadas a industrialização ou comercialização Já discutimos esse assunto outras vezes, portanto lembre-se da ideia: não há repartição de receitas na venda interestadual de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica. Neste caso o ICMS é totalmente recolhido ao Estado de destino. Portanto: 1º caso: Venda interestadual não destinada à comercialização ou à industrialização - não haverá nova saída, pois haverá o consumo - o fato gerador do imposto ocorrerá na entrada do Estado de destino da mercadoria. Veja o modelo da operação: Exato momento de incidência Refinaria Consumidor Petróleo Final São Paulo Pernambuco 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 77 Exemplo: Refinaria paulista vende lubrificantes para indústria paulista utilizar na limpeza de maquinário especial. Trata-se de uma situação especial de consumo de produto derivado de petróleo. Na entrada do Estado do Pernambuco ocorre o fato gerador do imposto. Veja o momento de ocorrência deste fato gerador descrito no artigo 3º, XVI do RICMS PE: Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: XVI - na entrada, no território do Estado, de energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, oriundos de outra Unidade da Federação, quando não destinados à industrialização ou à comercialização. Sem dúvida é um momento de incidência do imposto muito específico e peculiar. 2º caso: Venda interestadual destinada à comercialização ou à industrialização - haverá nova saída, pois haverá revenda ou industrialização. - não há fato gerador do imposto pois trata-se de imunidade Veja o modelo da operação: não incid. Refinaria Empresa incidência Consumidor Petróleo Varejista Final Empresa incidência Empresa incidência Consumidor Industrial Varejista Final São Paulo Pernambuco 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 77 Exemplo: Refinaria paulista vende lubrificantes para indústria pernambucana utilizar na fabricação de produtos de limpeza Atenção! Repare que as vendas internas de petróleo e seus derivados, e energia elétrica, não só são normalmente tributadas, mas o momento de ocorrência do fato gerador segue a norma do artigo 3º, I, ou seja, a regra geral: incide na saída da mercadoria. 5) Fato gerador na transmissão de mercadoria depositada em armazém geral ou depósito fechado. O fato gerador do imposto de mercadoria depositada em armazém geral ou depósito fechado tem 2 possibilidades: 1º- Na saída do armazém geral ou depósito fechado para outro que não o remetente original, ocorre o fato gerador do ICMS. Veja o desenho: 1) em PE A não incid.Depósito incidência C Indústria Fechado atacadista não incid. 2) em PE não incid. B Armazém Indústria Geral não incid. Filial B incidência 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 77 2º - Na transferência de titularidade da mercadoria depositada no armazém geral ou no depósito fechado para outro que não o remetente original, ocorre o fato gerador do ICMS, mesmos sem ocorrer a saída física da mercadoria. Este caso é realmente uma exceção da regra geral. O Regulamento aceita para casos específicos, a saída ficta da mercadoria, e não a saída física da mercadoria como é comumente aceito e é a regra geral. Muitas vezes a mercadoria muda de “mãos”, de propriedade no papel, mas não saiu do lugar, não foi remetida. Para o caso de mercadoria depositada em armazém geral e depósito fechado, é possível a transmissão ficta da propriedade da mercadoria e neste momento ocorre o fato gerador. Veja o desenho: As setas entrecortadas significam que houve apenas a transmissão da propriedade, mas não a saída efetiva da mercadoria. Veja o artigo 3º, §3º I e II do RICMS PE, que retrata os fatos geradores descritos acima: Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 1) em PE A não incid. Depósito incidência C Indústria Fechado atacadista não incid. 2) em PE não incid. B Armazém Indústria Geral não incid. Filial B incidência 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 77 § 3º Quando a mercadoria for remetida para armazém-geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte, neste Estado, considera-se ocorrido o fato gerador: I - no momento da saída da mercadoria do armazém-geral ou do depósito fechado, salvo se para retornar ao estabelecimento de origem; II - no momento da transmissão da propriedade da mercadoria depositada em armazém-geral ou em depósito fechado. 6) Fato gerador na transmissão de propriedade de mercadoria a terceiro quando não tiver transitado pelo estabelecimento do remetente. Mais um fato gerador diferente no mundo do ICMS. Também relacionado à saída ficta de uma mercadoria, mas com viés diferente da saída ficta estudada no item anterior. Trata-se de uma forma do Regulamento aceitar uma transação comercial muito comum no mercado e que foi regulamentada para o mundo do ICMS: a venda por conta e ordem. Na operação por conta em ordem, muito comum no dia a dia das empresas, a companhia A compra um produto da companhia B, mas manda entregar na companhia C. A companhia B manda direto a mercadoria para C, sem passar por A. Este é o sentido que tem o inciso IV do artigo 3º, §1º I do Regulamento de PE quando diz que a mercadoria é entregue sem passar pelo estabelecimento do adquirente/comprador/transmitente da mercadoria. O momento do fato gerador neste caso, segundo a lei, é a transmissão da propriedade da mercadoria e não a saída do remetente (neste caso a empresa B). Atenção! Para conhecimento do aluno, neste caso ainda é respeitado os dois fatos geradores desta operação: a saída do produto do vendedor B para o comprador A (inclusive com o destaque e recolhimento do imposto na nota fiscal) e a saída do produto do comprador A para a empresa consumidora final C (inclusive com o destaque e 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 77 recolhimento do imposto na nota fiscal). A saída do vendedor B para a empresa consumidora final C é a chamada remessa por conta e ordem, que não é tributada, mas sai com uma nota fiscal sem destaque do imposto. Veja o modelo: Operação por conta e ordem Veja o comando do artigo 3º, §1º I do RICMS PE: Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: § 1º Equipara-se à saída: I - a transmissão da propriedade de mercadoria, decorrente de alienação onerosa ou gratuita de título que a represente, ou a sua transferência, mesmo que não haja circulação física; 7) Fato gerador na data de encerramento das atividades do estabelecimento Também um fato gerador relacionado a saída ficta da mercadoria. Considera-se ocorrido o fato gerador do ICMS das mercadorias constantes do estoque da empresa, a data de encerramento das atividades. Desta forma a empresa liquida todos os créditos que tem com a Fazenda Estadual. Veja o comando do artigo 3º, §1º V do RICMS PE: 1 A FG B (comprador) (vendedor) FG 3 2 C (consumidor) 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 77 Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: § 1º Equipara-se à saída: V - a mercadoria constante do estoque final na data do encerramento da atividade do contribuinte; 8) Fato gerador na transmissão de propriedade de mercadoria antes da entrada no estabelecimento do adquirente ou do importador. Outro fato gerador relacionado à saída ficta da mercadoria. Algumas vezes, a mercadoria em trânsito, com destino a uma adquirente ou ao importador da mercadoria pode ser negociada. Quando a mercadoria no meio do trajeto com destino a alguma pessoa, tem sua trajetória modificada, acontece neste momento o fato gerador do imposto. Exemplo: Indústria sergipana dá saída de computadores com destino à distribuidora de material de informática de Recife (PE). A indústria sergipana emitiu nota fiscal de venda de mercadoria ao destinatário de Recife. Mas no meio do caminho a mercadoria é renegociada e remetida à distribuidor de Caruaru (PE) – ICMS recolhido para Sergipe e ICMS recolhido para Pernambuco. Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: § 1º Equipara-se à saída: II - a transmissão da propriedade de mercadoria estrangeira, efetuada antes de sua entrada no estabelecimento importador; 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 77 III - a transmissão da propriedade de mercadoria, quando efetuada em razão de qualquer operação, ou a sua transferência, antes de sua entrada no estabelecimento do adquirente-alienante; 9) Fato gerador na entrada no estabelecimento de contribuinte de mercadoria ou bem destinado ao ativo imobilizado/permanente ou para uso e consumo, em operação interestadual – O DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS Trata-se de uma regra esperta copiada em todos os Regulamentos dos Estados. A regra deriva, ou melhor, complementa a regra geral. E vocês alunos verão a razão. Lembram da repartição de receitas como um paradigma do ICMS, determinado inclusive na Constituição Federal e que analisamos na aula 01? Na saída interestadual de mercadorias e bens a alíquota utilizada é a interestadual, inferior à alíquota interna, para que na nova saída no Estado de destino, o Estado de destino fique com sua parcela de ICMS da cadeia da mercadoria: Exemplo: CADEIA DISTRIBUTIVA DE CHOCOLATES GAROTO Um lote de barras de chocolate Garoto que custa 1000 reais na saída do industrial capixaba para varejista pernambucano. E 1500 reais na saída do varejista pernambucano para o consumidor final. Venda do Espírito Santo para Pernambuco – 12% (alíquota deICMS interestadual) ICMS interestadual = Preço de venda x 12% 1000 x 12% = 120 reais Venda interna no Pernambuco – 17% (Alíquota interna) ICMS interno = (Preço de venda x 17%) – 120 1500 x 17% - 120 = 135 reais (O ICMS é não cumulativo, então desconta-se o imposto recolhido na operação antecessora) ICMS recolhido para o Espírito Santo = 120 reais ICMS recolhido para o Pernambuco = 135 reais 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 77 Mas como fazer a repartição de receitas se não há uma nova saída de um produto comprado em operação interestadual? Nasceu então o fato gerador do diferencial de alíquotas. O conceito de diferencial de alíquotas é muito importante para a prova de ICMS do Pernambuco e vai cair com certeza: tanto para operações de transporte e comunicações quanto para venda de mercadoria ou bem, contribuinte pernambucano que compre mercadoria ou bem para consumo ou para ativo imobilizado/permanente ou que consuma serviço de transporte ou comunicação e pague a alíquota interestadual, deve recolher a diferença de alíquotas (alíquota interna menos a alíquota interestadual) para o Pernambuco, se não der uma nova saída. Repetindo: comprou por 12% (interestadual) e não deu nova saída e for contribuinte do ICMS, tem de pagar 5% (17% - 12%) para o estado do Pernambuco. Isso é fácil de entender: se a alíquota interna é de 17% e a interestadual de 12%, se não fosse o diferencial de alíquotas todos iriam comprar apenas produtos de outros estados. É a repartição de receitas sendo aplicada mesmo no caso de não acontecer nova saída no Estado destinatário. Atenção para o detalhe! Só recolhe o diferencial de alíquotas o destinatário que for contribuinte do ICMS. Se o destinatário não for contribuinte, a alíquota já é a interna (cheia) do remetente. Mas um detalhe: normalmente o valor da alíquota do serviço interestadual de transporte é 12% e a alíquota do serviço interno também é 12%. Desta forma não há recolhimento. Mas se houver a diferença entre alíquotas já há previsão do recolhimento do diferencial. Veja um exemplo do diferencial de alíquotas: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 77 Montadora de veículos “Volksvirgem” de Minas Gerais vende 5 automóveis para a indústria de alimentos “Chapeca” da cidade de Recife (PE) disponibilizar à sua equipe de vendas. Quais os valores de ICMS retidos, sabendo-se que o valor total da venda foi de R$ 100.000,00? Trata-se de uma operação interestadual de um bem para o ativo permanente da empresa destinatária. (alíquota 7%). Volksvirgem Chapeca (MG) (PE) Recolhe R$ 7.000,00 ICMS para Minas Gerais Recolhe R$ 10.000,00 ICMS para Pernambuco A indústria “Volksvirgen” recolhe o ICMS para o estado de MG na saída os veículos - R$ 100.000,00 x 7% = R$ 7.000,00 A empresa “Chapeca” recolhe o ICMS diferencial de alíquotas para PE em prazo estipulado no Regulamento - R$ 100.000,00 x (17% - 7%) = R$ 10.000,00. Se “Chapeca” tivesse comprado internamente, teria pago os mesmo R$ 17.000,00 de ICMS (17% alíquota interna), só que total para o Pernambuco, pois não haveria a divisão de receitas entre unidades federadas. 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 77 Veja o inciso que trata do fato gerador do diferencial de alíquotas no Regulamento de PE: Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: XII - na entrada de mercadoria no estabelecimento do adquirente, quando procedente de outra Unidade da Federação e destinada a integrar o respectivo ativo permanente ou ao seu próprio uso ou consumo; 2- Prestação de Serviços 1- Fato gerador quando da utilização de serviço que se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculado à prestação subsequente – DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Vamos iniciar a análise dos fatos geradores relacionados à prestação de serviço já complementando o que falávamos no último item dos fatos geradores das operações com bens e mercadorias: a cobrança pelo Estado de destino do diferencial de alíquotas. Pois bem, também caberá ao Estado de destino o diferencial de alíquotas quando PRESTAÇÃO DE SERVIÇO iniciada em outro Estado não for vinculada a uma operação subsequente. Operação interestadual com ativo imobilizado/permanente ou material de uso e consumo dá o direito ao Estado de destino de recolher o ICMS diferencial de alíquotas não? Pois também caberá ao Estado de destino o diferencial de alíquotas entre a alíquota interestadual de prestação de serviços e a alíquota interna de prestação de serviços do Estado destinatário. (Mesma ideia da mercadoria). Mas detalhe: se alíquota interestadual for igual à alíquota interna, então não tem diferencial alíquotas. Um exemplo: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 77 1- Indústria de Pernambuco adquire de indústria de São Paulo, 5 máquinas para o chão de fábrica. A alíquota do frete foi de 7%, por ser aquisição interestadual entre contribuintes. Deve-se recolher ao Estado de São Paulo, 7% de ICMS da prestação de serviço de transporte interestadual e 5% (12% -7%) de diferencial de alíquotas para Pernambuco. Veja o artigo 3º, XIII do RICMS PE: Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: XIII - na utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outra Unidade da Federação e que: b) a partir de 01 de novembro de 1996, não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente; 2- Fato gerador do serviço de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação onerosa por qualquer meio. Regra geral dos fatos geradores da prestação de serviços, o início da prestação é o momento de ocorrência da incidência do imposto. Exemplos: 1- Incide ICMS no início do transporte de mala postal por empresa de entregas interestaduais “Ligeirinho” da cidade de Petrolina (PE) 2- Incide ICMS no início da retransmissão televisiva em “pay per view” da luta final do campeonato nordestino de vale tudo entre os atletas Nelson Biboquinha e Wilson Paçocada, para telespectador pagante localizado em Caruaru (PE). Veja o artigo 3º, VI e VII do RICMS PE: 83395105172 Legislação Tributária do Estado de Pernambuco Prof. Michel Goldman – Aula 02 Prof. Michel Goldman www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 77 Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: VI - na prestação dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal de qualquer natureza: b) a partir de 01 de novembro de 1996, no início da prestação do serviço; VII - na prestação de serviço de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza, observando-se: .......... 3- Fato gerador do ICMS de serviços prestados ou iniciados no exterior Trata-se de uma exceção à regra geral, pois ocorre o fato gerador do ICMS no recebimento
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