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SEFAZ PE XEST legtributaria michel Aula 02 Incidência, Não Incidência e Fato Gerador do I CMS

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Aula 02
Legislação Tributária p/ SEFAZ/PE
Professor: Michel Goldman
Legislação Tributária do Estado de Pernambuco 
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AULA 0 2 : I ncidência/ Não I ncidência, 
Fato Gerador do I CMS do Pernam buco 
 
SUMÁRI O PÁGI NA 
1. Conteúdo 01 
2. Apresentação 01 
3. I ncidências do I CMS 02 
4. Não I ncidências do I CMS 16 
5. Momento de I ncidência do Fato Gerador 31 
6. Questões Comentadas 54 
7. Lista de questões apresentadas 70 
8. Gabarito 77 
 
CONTEÚDO: 
Incidência, Não Incidência e Fato Gerador do ICMS: 
Regulamento do ICMS do Pernambuco – Decreto Estadual nº 14.876/91 - artigos 2º, 
3º, 6º e 7º. 
Lei 10.259/89 – artigos 2º, 3º, 6º e 7º. 
Lei 11.408/96 - artigos 1º, 2º e 5º. 
 
Vamos iniciar o estudo aprofundado do ICMS como manda o estudo do direito 
tributário, estudando o seu fato gerador através dos seus aspectos: 
 
1) Aspecto Material – quando incide ou não incide o imposto? 
2) Aspecto Temporal – em que momento, quando incide o imposto? 
3) Aspecto Espacial – onde se dá a incidência do imposto? 
4) Aspecto Pessoal – quem paga o imposto (sujeição passiva) e à quem se paga o 
imposto (sujeição ativa). 
5) Aspecto Quantitativo ou Dimensional – quanto se paga de imposto, como se 
calcula ou qual a base de cálculo e alíquota do imposto? 
 
Continuaremos o estudo e trataremos de outros temas mais característicos do ICMS 
como o crédito, a substituição tributária, etc. 
 
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Antes, iniciaremos a aula 02 com os primeiros aspectos do fato gerador: material (a 
incidência e não incidência do ICMS) e temporal (momento de ocorrência); e 
algumas considerações que valem para todo o nosso estudo do ICMS do 
Pernambuco: 
 
1) O Regulamento do ICMS (decreto estadual 14.876/91 e atualizações) é a base de 
nossos estudos do imposto, pois consolida as normas relacionados na lei cridora do 
imposto em Pernambuco – Lei Ordinária 10.259/89 e atualizações e na Lei Ordinária 
11.408/96 (que repete as infrações da Lei Complementar 87/96 e dá outras 
providências). Mas em certos momentos utilizaremos as leis ordinárias citadas para 
suprir informações que não constam no Regulamento. 
 
2) A nova contabilidade acabou com o termo ativo permanente, o termo agora é 
ativo imobilizado (ou até o genérico ativo não circulante). Mas as normas estaduais 
ainda usam o termo antigo. Na nossa aula usaremos ambos os termos. 
 
Vamos iniciar nossos estudos! 
 
1) INCIDÊNCIAS DO ICMS 
 
As incidências do ICMS são simples, básicas. Trata-se de um imposto que tributa o 
consumo de mercadorias e serviços. Logo, caro aluno, o imposto incide: 
 
x Nas operações com mercadoria: em qualquer aquisição de mercadoria ou bem 
(neste sentido entenda-se uma doação, uma venda, uma transferência, etc). Em 
“mercadoria” inclui-se energia elétrica e por “bem” se entende aquilo que será 
utilizado continuamente pela empresa ou pessoa e não simplesmente consumido 
(como um ativo imobilizado/permanente – uma máquina para o chão de fábrica). 
 
x Nas prestações de serviços: na tomada (esse é o termo que se utiliza) de serviço 
de comunicação (claro, como já vimos, onerosa), de serviço de transporte 
interestadual, de serviço de transporte intermunicipal e de serviços com 
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fornecimento de mercadorias e não compreendidos na competência dos 
Municípios 
 
Basicamente o que falei acima vem descrito na definição do imposto trazido na 
própria Constituição Federal: 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda 
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
 
IX - incidirá também: 
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com 
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
 
Pronto, já poderíamos terminar a aula de incidência do ICMS por aqui. O 
Regulamento do ICMS PE, no entanto, busca se aprofundar nas determinações 
legais sobre as incidências e não incidências do imposto por alguns motivos: 
 
1º - Determinar a incidência de ICMS sobre quaisquer transações que envolvam 
circulação de mercadoria ou prestação de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal ou comunicação, não importando: 
 
- Se o contribuinte apenas transferiu mercadoria para outra empresa do 
mesmo titular (por exemplo, operação matriz – filial). 
- Se o contribuinte doou a mercadoria. 
- Se o contribuinte está ou não devidamente inscrito no cadastro de 
contribuintes do Estado. 
- Se o contribuinte (remetente ou destinatário da mercadoria) é idôneo ou 
inidôneo. 
- Se a mercadoria saiu com destino a estabelecimento integrado à planta 
fabril da empresa. 
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- Se o contribuinte que deu saída à mercadoria é realmente o proprietário da 
mercadoria. 
 
Trata-se apenas de alguns exemplos. O certo é que se o contribuinte realizou o fato 
descrito em lei como gerador do ICMS, então o imposto é devido. 
 
Veja o artigo 6º do RICMS PE: 
 
Art. 6º É irrelevante, para a caracterização da incidência: 
 
I - a natureza jurídica da operação relativa à circulação da mercadoria e prestação 
relativa ao serviço de transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicação; 
 
II - o título jurídico pelo qual o sujeito passivo se encontre na posse da mercadoria 
que efetivamente tenha saído do seu estabelecimento; 
 
III - o fato de uma mesma pessoa atuar, simultaneamente, com estabelecimentos de 
natureza diversa, ainda que se trate de atividades integradas; 
 
IV - o fato de a operação realizar-se entre estabelecimentos do mesmo titular. 
 
2º - Reconhecer as situações já previstas na Constituição como incidentes ou não 
incidentes, até para em certos momentos descrever melhor a situação. 
 
3º - Esclarecer situações específicas que poderiam balizar dúvidas quanto a 
incidência ou não do ICMS. Por exemplo a questão da incidência ou não sobre 
certos serviços. 
 
O artigo 2º do RICMS PE trata das incidências e das polêmicas. 
 
1) Incidência de ICMS ou ISS? 
 
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A Constituição Federal define claramente a competência dos Estados e Distrito 
Federal para tributar os serviços de comunicação e transporte interestadual e 
intermunicipal. Mas outros serviços também podem ser tributados pelo ICMS. Nasce 
desta forma o impasse: em quais situações incide Imposto sobre Circulação de 
Mercadoria e em quais situações incide Imposto sobre Serviços, já que ambos 
incidem sobre serviços? 
 
A Constituição fala da competência dos estados de tributar o ICMS quando não há 
competência dos Municípios para tributar o ISS (artigo 155 §2º IX “b” da CF/88). 
Mas como se delimita isso? 
 
A Constituição Federal de 1988 definiu que o imposto do Município, o ISS: 
1- Não incide sobre serviços constitucionalmente ligados ao ICMS 
(comunicação e transportes específicos) 
2- Incide apenas sobre os serviços listados em lei complementara ser 
promulgada. 
 
Veja o artigo 156, III da CF/88 que desdobrado apresenta exatamente os dois 
comandos acima: 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em 
lei complementar 
 
Bem, em 31 de julho de 2003, foi promulgada a Lei Complementar Federal 116/03 
que definiu todos os serviços que são tributados unicamente pelo ISS e nada há de 
se falar de ICMS. Esta lista é conhecida como a lista de serviços do anexo da lei 
complementar 116/03. E é um rol que inclui serviços hospitalares, serviço funerário, 
serviço de ensino, etc. 
 
Nesta briga entre ICMS e ISS temos as seguintes situações, após a promulgação da 
lei complementar 116/03: 
 
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A) ICMS e ISS incidem juntos 
 
A Lei Complementar previu a possibilidade de existir a cobrança paralela do ICMS 
junto à prestação de serviços – são 5 casos no rol do anexo da lista de serviços. 
Esses serviços têm incidência de ISS, mas contém ressalvas, pois indicam que há 
fornecimento de mercadorias junto com o serviço e estas mercadorias devem ter 
incidência de ICMS. 
 
Exemplo de serviços com ressalvas e cobrança de ICMS da Lei Complementar 
116/03 – Lista Anexa: 
 
II – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de 
construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive 
sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, 
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e 
equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo 
prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito 
ao ICMS). 
 
I - Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e 
congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador 
dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao 
ICMS). 
 
Veja o artigo 2º, VI do Regulamento do ICMS PE, que trata da incidência cumulativa 
do ICMS com o ISS: 
 
Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e 
de Comunicação - ICMS incide sobre: 
 
VI - fornecimento de mercadoria com prestação de serviço sujeito ao Imposto 
sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar 
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aplicável à matéria expressamente o sujeitar à incidência do imposto 
estadual; 
 
B) Só incide ICMS 
 
O Regulamento do ICMS pernambucano reforça a regra constitucional de que 
havendo prestação de serviços, e o específico serviço não constar da lista de 
serviços da lei complementar 116/03, poderá haver a cobrança de ICMS desde que 
haja fornecimento de mercadorias. 
 
E se não houver fornecimento de mercadoria? Aí, nem ICMS nem ISS... Melhor dos 
mundos, não? Mas difícil pensar em um serviço assim. Talvez um serviço muito 
específico que ainda não está lista de serviços. 
 
De toda a forma, segue o artigo 2º, V que trata da incidência sobre estes serviços 
específicos: 
 
Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e 
de Comunicação - ICMS incide sobre: 
 
V - fornecimento de mercadoria com prestação de serviço não compreendido 
na competência tributária dos Municípios; 
; 
 
2) Incidência no fornecimento de alimentação 
 
O Regulamento do ICMS de PE reforça a ideia de que alimentos e bebidas são 
considerados mercadorias, mesmo durante uma refeição completa, em um 
restaurante, bar ou lanchonete. O legislador pensou que o fato de haver 
atendimento/serviço em um restaurante poderia desvirtuar a ideia de que não há 
ICMS. Mas há. 
 
Segue o artigo 2º, I que trata da incidência sobre estes serviços específicos: 
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Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e 
de Comunicação - ICMS incide sobre: 
I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento 
de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos 
similares; 
 
Exemplo: 
 
1- Chico e Chiquinha servem-se de deliciosas guloseimas no serviço de Buffet de 
café da manhã da Padaria BOKER TOV no centro de Jaboatão dos Guararapes – 
ICMS sobre o valor cobrado pelo Buffet de café da manhã. 
 
3) incidência sobre petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos dele derivados e de energia elétrica, em operações interestaduais 
não destinados a comercialização e industrialização. 
 
Esta ordem de incidência do ICMS sobre petróleo (e seus derivados) e energia 
elétrica é bastante importante e por isso está no Regulamento. Estudamos na aula 
01 sobre os aspectos constitucionais do ICMS e vimos a questão das 
IMUNIDADES. As imunidades são as não incidências normatizadas na Constituição 
Federal de 88. Segundo a constituição é proibido aos Estados tributarem a saída 
interestadual de petróleo (e seus derivados) e energia elétrica, destinados à 
industrialização e comercialização, porque estas duas mercadorias são 
consideradas como bens da União e não dos Estados produtores e geradores (aí 
está a briga dos royalties do petróleo, onde os Estados produtores que são 
compensados pela perda da receita de ICMS na venda interestadual através de 
royalties, tiveram seus royalties diminuídos). 
 
Bom, a saída de energia elétrica e petróleo de um Estado para o outro, com destino 
a industrialização ou uma nova comercialização não é tributado pelo ICMS. Mas a 
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nova saída no destino será tributada pelo Estado de destino quando da venda do 
produto. 
 
Agora que vem a importância do artigo: se a venda interestadual de petróleo e seus 
derivados ou energia elétrica NÃO for com destino à industrialização ou 
comercialização, mas sim para consumo do destinatário, não se espera a nova 
saída no destino para se tributar o ICMS da mercadoria (mesmo porque não haverá 
nova saída) e se recolhe para o Estado de destino o total do ICMS da venda da 
mercadoria. 
 
Perceba as diferenças nos exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exemplo 1: Operação interestadual entre geradora de energia elétrica de Minas 
Gerais e indústria do Pernambuco. 
 
Geradora mineira remete energia elétrica para indústria de vinhos de Recife 
(PE) que a utiliza para industrializar vinhos. A indústria revende os vinhos a 
consumidores finais de seu Estado. Não há recolhimento interestadual devido 
à imunidade constitucional. E a alíquota da operação interna de revenda é 
17%. 
 
Dados 
Alíquota interna no Pernambuco 17%. 
Alíquota interestadual – não incide (imunidade constitucional) 
Preço Geradora: R$ 2.000,00ICMS da operação Geradora = zero 
Preço produto acabado: R$ 3.000,00 ICMS da operação = 3.000 x 17% - 
510,00 
 
 
 Não recolhe ICMS Recolhe 510 – 0 = 
 R$ 510,00 de ICMS 
 
Minas Gerais nada recolhe aos seus cofres. 
Pernambuco recolhe aos seus cofres R$ 510,00. 
 
Perceba que o Estado de Pernambuco só receberá o ICMS de R$ 510,00 na saída 
do produto da indústria ao consumidor final. 
 
 
 
 
Geradora Indústria Consumidor
Mineira Pernambuc. Final
Pernambuc.
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Exemplo 2: operação interestadual entre indústria de lubrificantes de petróleo de 
São Paulo e varejista consumidor final do Estado de Pernambuco. 
 
Indústria paulista vende lubrificantes derivados de petróleo para empresa de 
concessionária de carros pernambucana BIBELOT para utilização na 
manutenção dos veículos à venda. 
 
Dados: 
Alíquota interestadual – 17% (alíquota interna do Estado destinatário) 
Preço indústria: R$ 10.000,00 
ICMS da operação IND = 10.000 x 17% = 1.700 
 
 
 Recolhe 1.700 de ICMS 
 
Pernambuco recolhe R$ 1.700,00 do ICMS já na entrada da mercadoria no Estado. 
 
É o artigo 2º, VIII do Regulamento que traz a incidência descrita acima: 
 
Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e 
de Comunicação - ICMS incide sobre: 
 
VIII - entrada, no território de Pernambuco, de energia elétrica e petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, 
quando procedentes de outra Unidade da Federação e não destinados à 
comercialização ou à industrialização, cabendo o imposto a este Estado. 
 
Atenção! 
Indústria Concession.
Paulista Pernambuc.
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Diferente seria se fosse outro combustível, como álcool ou metanol. Veja o terceiro 
exemplo: 
 
Exemplo 3: Operação interestadual entre usina de álcool combustível de Minas 
Gerais e distribuidores do Pernambuco. 
 
Usina mineira remete álcool combustível para postos de gasolina de Recife 
(PE) revender a consumidores finais de seu estado. Alíquota interestadual é 
de 7%. E a alíquota da operação interna de revenda é 17%. 
 
Dados 
Alíquota interna em Pernambuco 17%. 
Alíquota interestadual – 7% 
Preço Usina: R$ 2.000,00 ICMS da operação Geradora = 140,00 
Preço varejo: R$ 3.000,00 ICMS da operação = 3.000 x 17% - 510,00 
 
 
 Recolhe R$ 140,00 Recolhe 510 – 140 = 
 de ICMS R$ R$ 370,00 de ICMS 
 
Minas Gerais recolhe aos seus cofres R$ 140,00. 
Pernambuco recolhe aos seus cofres R$ 370,00. 
 
Lembre-se: 
 
Quando a saída interestadual de petróleo e seus derivados ou energia elétrica se dá 
diretamente ao consumo final destes produtos, ou seja, não haverá industrialização 
Usina Posto Gasol. Consumidor
Mineira Pernambuc. Final
Pernambuc.
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ou comercialização, o ICMS deverá ser recolhido ao Estado de destino 
imediatamente. 
 
4) Incidência na importação 
 
Outro ordenamento trazido pela Constituição Federal e repetido no Regulamento do 
ICMS pernambucano: há incidência de ICMS na importação de mercadorias do 
exterior. 
 
Vamos dar uma olhada direto no artigo 2º, VII do RICMS PE: 
 
Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e 
de Comunicação - ICMS incide sobre: 
 
VII - entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou 
jurídica, para qualquer finalidade, inclusive, em se tratando de pessoa física 
ou jurídica titular de estabelecimento, quando a mercadoria importada se 
destine ao uso ou consumo ou ativo permanente do respectivo 
estabelecimento; 
 
Importantes aspectos sobre a importação de mercadorias e bens estão contidos 
neste artigo: 
 
1º - Trata-se de um fato gerador do imposto (lógico!) 
2º - Não importa com que habitualidade, qualquer pessoa física ou jurídica que 
importe mercadoria ou bem é contribuinte do imposto. 
3º - A finalidade é irrelevante na avaliação se a mercadoria ou bem é tributado na 
importação (se a mercadoria é para comercialização, consumo, ativo, 
industrialização, etc.) 
 
Lembramos neste momento, o que já estudamos na aula 01 sobre os aspectos 
constitucionais do ICMS: o Estado que irá recolher o ICMS é aquele não onde se 
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deu a entrada no país mas aquele onde está o estabelecimento que deu efetiva 
entrada à importação. 
 
Atenção! 
 
A arrematação em leilão judicial de mercadoria ou bem abandonado ou apreendido 
é equivalente a uma importação. Porque o leilão ou licitação judicial de uma 
mercadoria ou bem DERIVA de uma importação que deu errado, seja por falta de 
pagamento do tributo ou tentativa de fraude. A arrematação em leilão judicial é a 
venda do produto apreendido na importação e o sujeito que adquirir a mercadoria 
arca com o ônus tributário (além das outras despesas). 
 
Não existe no Regulamento a previsão de incidência na arrematação em leilão 
judicial, pois está inclusa na ideia do desembaraço aduaneiro da importação. Mas 
encontraremos o destaque da aquisição em licitação pública de mercadorias e bens 
importados do exterior e apreendidos ou abandonados quando estudarmos o 
momento de ocorrência do fato gerador do imposto, pois é diferente do momento 
em que o imposto passa a ser devido na importação pura e simples. O fato gerador 
deixa de ser o desembarque aduaneiro e passa a ser a aquisição do produto. Muitas 
pessoas buscam estes leilões oficiais para adquirir mercadorias importadas por 
valores melhores 
 
6) Prestação de Serviços de transporte interestadual, intermunicipal e 
comunicações 
 
Fechando o artigo 2º das incidências do imposto, temos os incisos II, III, IV 
relacionados exclusivamente às incidências da prestação de serviços. 
 
Art. 2º O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e 
de Comunicação - ICMS incide sobre: 
II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por 
qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
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III - prestações de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a 
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição 
e a ampliação de comunicação de qualquer natureza, sendo, a partir de 01 
de novembro de 1996, apenas as onerosas; 
IV - serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior; 
 
Exemplos de transporte interestadual e intermunicipal: frete para entrega de material 
de construção em outra cidade ou outro Estado, serviço de entrega de malotes, 
ônibus de Recife a Jaboatão dos Guararapespara passageiros, ponte aérea Recife 
– São Paulo, transporte de valores do banco em Caruaru para o produtor rural em 
Petrolina, transporte de turistas das cidades às praias litorâneas. 
 
Exemplos de prestação onerosas de serviços de comunicação: “pay per view” do 
campeonato brasileiro, serviço de satélite da TV por assinatura SKY, luta de boxe 
“pay per view” via satélite, serviço de telefonia celular, retransmissão paga de 
torneio de bocha transmitido pela TV equatoriana, serviço de telefonia fixa, etc. 
 
De novo: a Rede Globo, SBT, Canal Vida, Bandeirantes, todas estas redes de 
televisão que pegam no Brasil inteiro através de suas transmissoras ou 
retransmissoras não recolhem nada de ICMS por estes serviços. Sei que o aluno 
comentaria: “mas recolheriam sobre o que, se o serviço é gratuito”. Veremos, no 
entanto que até sobre operações gratuitas há cobrança de ICMS. Ex: Doação. 
 
Como exemplo de serviço prestado no exterior e cobrado no Brasil tem-se o serviço 
de comunicação de Discagem Direta Internacional (DDI) a cobrar. Este serviço 
apesar de prestado no exterior é cobrado no Brasil. 
 
Mais difícil, contudo, é imaginar a possibilidade de cobrança de um serviço de 
transporte iniciado no exterior e finalizado no Brasil ou simplesmente prestado no 
exterior. 
 
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Imagine que o senhor Steve Martin se encantou pelo carnaval em Olinda (PE), 
todos entendemos o porquê, e resolve se mudar para a linda cidade. Fazendo 
muitos amigos na pacata Olinda, o Sr Steve Martin contrata um transportador 
californiano para trazer de Hollywood – Los Angeles - Califórnia, um Cadilac como 
presente para a linda pernambucana, vizinha de porta. 
 
Esta importação direta da Califórnia, um serviço de transporte internacional, 
contratado portanto em outro país, está fora do campo de incidência do ICMS. 
Como estudamos, o ICMS tributa as prestações interestaduais e intermunicipais, 
nada a respeito das prestações de serviços de frete INTERNACIONAIS. Este tem 
sido o entendimento dos Estados. 
 
Mesmo se o senhor Steve Martin tenha contratado um transportador que levou o 
Cadilac até o porto da cidade de Santos (SP) e de lá iniciou um frete até Recife e 
depois um frete de Recife a Caruaru, poderia o Estado de São Paulo exigir o frete 
de Santos a Recife e o Estado do Pernambuco exigir o ICMS do frete específico de 
Recife a Caruaru. O ICMS dos fretes intermunicipais serão recolhidos aos Estados 
brasileiros de início da prestação, mas não o eventual imposto do frete operado 
dentro dos EUA, por tratar-se de serviço internacional. 
 
2) NÃO INCIDÊNCIAS DO ICMS 
 
As não incidências elencadas no Regulamento do ICMS do Pernambuco seguem a 
mesma ideia das incidências. O óbvio não é listado. Por exemplo: não fala o 
Regulamento que não incide ICMS sobre a venda de apartamentos ou terrenos. 
Sabe-se que não pode haver circulação de apartamentos ou terrenos, portanto não 
há que se falar no fato gerador do imposto. Há, contudo, necessidade da lei apontar 
situações específicas que poderiam gerar dúvidas ou controvérsias e são 
esclarecidas de antemão. O Regulamento repete as imunidades constitucionais. A 
repetição das imunidades são simplesmente atos declaratórios da lei estadual. 
 
1) Papel, livros, jornais e periódicos, e CD’s de livros 
 
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O incentivo da Constituição Federal para a produção e circulação de cultura, 
educação e informação no país tiraram dos livros, jornais e revistas, além do papel 
destinado à produção destes produtos, a possibilidade de qualquer ente tributar sua 
cadeia de valor. Trata-se de uma imunidade absoluta (para todos os impostos). 
 
Não são considerados livros, as agendas, os catálogos, os livros para escrituração, 
etc. 
 
Veja o inciso I, e §1º do artigo 7º do RICMS PE: 
 
Art. 7º O imposto não incide sobre: 
I - operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua 
impressão; 
 
§ 1º Para os efeitos do inciso I do "caput", não se considera livro: 
I - aqueles em branco ou simplesmente pautados, bem como os riscados 
para escrituração de qualquer natureza; 
II - aqueles pautados de uso comercial; 
III - as agendas e todos os livros deste tipo; 
IV - os catálogos, listas e outros impressos que contenham propaganda 
comercial. 
 
Exemplos: 
 
1- Venda da revista Playboy de Dezembro, com uma certa namorada de ex 
governador na capa. – imunidade e não incidência declarada no RICMS PE. 
 
2-saída de 200 cadernos de escrituração para distribuição aos contadores de 
Recife. – incidência de ICMS. 
 
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2) Operações interestaduais com petróleo, inclusive lubrificantes e 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à 
industrialização ou a comercialização. 
 
Vendas interestaduais de petróleo e seus derivados e energia elétrica quando 
destinados a utilização na industrialização ou para uma nova comercialização não 
tem ICMS. Mais uma regra constitucional (imunidade) repetida no Regulamento de 
PE. Já discutimos o motivo: ICMS total para o Estado de destino. Não há repartição 
de receitas, pois não cabe ao Estado que remete usufruir de uma riqueza que não 
produziu e é propriedade da União. A repartição da receita do ICMS é feita para a 
divisão de receita do imposto entre o Estado daquele que manufatura/produz e o 
Estado daquele que consome o produto. A Constituição Federal diz que não há 
repartição neste caso. 
 
Exemplo: 
 
1- Saída de óleo diesel de companhia paulista para revendedora pernambucana – 
sem incidência de ICMS. 
 
Olhe o artigo do RICMS PE: 
 
Art. 7º O imposto não incide sobre: 
 
VII - operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando 
destinados à industrialização ou à comercialização; 
 
3) Operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial. 
 
O ouro, conforme disciplina a Constituição Federal de 88, enquanto estiver na 
condição de ativo financeiro ou instrumento cambial, estará imune ao ICMS, 
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sofrendo apenas a tributação do IOF. Trata-se do ouro objeto de investimento 
financeiro, antes de se tornar mercadoria propriamente dita. 
 
Olhe o artigo do RICMS PE: 
 
Art. 7º: O imposto não incide sobre: 
 
VIII - operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; 
 
Exemplos: 
 
1- Anel de ouro comprado por Donald para pedir sua namorada Margarida em 
casamento – incide ICMS 
 
2- O ouro envolvido em operações de tratamento, refino, transporte, depósito ou 
custódia, desde que formalizado compromisso de destiná-lo ao Banco Central do 
Brasil ou à instituição por ele autorizada – não incide ICMS. 
 
4) Operações e Prestações de Exportação e Equiparadas a Exportação 
(Exportação Indireta) 
 
Com vistas a incentivar o desenvolvimento industrial e comercial brasileiro e a 
entrada de moeda estrangeira no país para impulsionar a economia, a Constituição 
Federal de 1988 tornou imune todas as saídas de mercadorias (produtos acabados, 
produtos em elaboração, produtosprimários) para o exterior e prestação de serviços 
destinados à exportação. 
 
O Regulamento de PE acompanhou o entendimento constitucional: 
 
Art. 7º: O imposto não incide sobre: 
 
II - relativamente à exportação para o exterior: 
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b) a partir de 16 de setembro de 1996, observado o disposto nos §§ 15, 16, 
18 e 19, operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, 
inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-
elaborados, ou serviços, equiparando-se às referidas operações, a saída 
de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, 
quando destinada a (Convênios ICMS 113/96 e 84/2009): 
 
.......... 
 
O Regulamento do Estado do Pernambuco não só mandatoriamente recepcionou o 
comando Constitucional em seu artigo 7º, II, como ampliou as condições de não 
incidência do imposto na exportação para fora do país. O Regulamento listou 
operações tidas como equiparadas à exportação e, portanto sem incidência do 
imposto listando as condições em que há a equiparação. 
 
Art. 7º: O imposto não incide sobre: 
 
II - relativamente à exportação para o exterior: 
b) a partir de 16 de setembro de 1996, observado o disposto nos §§ 15, 16, 
18 e 19, operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, 
inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou 
serviços, equiparando-se às referidas operações, a saída de mercadoria 
realizada com o fim específico de exportação para o exterior, quando 
destinada a (Convênios ICMS 113/96 e 84/2009): 
 
1. empresa comercial exportadora, inclusive “trading” ou outro 
estabelecimento da mesma empresa; 
 
2. armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro; 
 
VIII - o estabelecimento remetente recolherá o imposto devido, 
monetariamente atualizado, com os acréscimos previstos na legislação, 
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a contar da saída por ele promovida, nos casos de não se efetivar a 
exportação: 
 
a) após decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data 
da referida saída, quando se tratar de produto industrializado; 
 
b) após decorrido o prazo de 90 (noventa) dias, contado da data da 
referida saída, quando se tratar de produto primário ou industrializado 
semi-elaborado, exceto, a partir de 14 de julho de 1998, quanto aos 
classificados no código NBM/SH 2401, hipótese em que o mencionado 
prazo poderá ser de 180 (cento e oitenta) dias, a critério do Fisco do 
Estado do remetente; 
 
c) em razão da perda da mercadoria, qualquer que seja a causa; 
 
d) em virtude da reintrodução da mercadoria no mercado interno; 
 
IX - os prazos estabelecidos nas alíneas “a” e “b” do inciso anterior 
poderão ser prorrogados, uma única vez, por igual período, a critério do 
Fisco do Estado do remetente; ; 
 
X - na hipótese de devolução da mercadoria, o estabelecimento 
remetente ficará dispensado do recolhimento do imposto nos prazos 
previstos nas alíneas “a” e “b” do inciso VIII; 
 
XI - o estabelecimento remetente ficará exonerado do cumprimento da 
obrigação prevista no inciso VIII, caso o adquirente haja efetuado o 
recolhimento do imposto ao Estado de origem da mercadoria; 
 
 
O quadro abaixo explicas as situações de imunidade e não incidências nas 
exportações: 
 
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A ideia da exportação indireta é a não incidência das operações intermediárias de 
exportação. 
 
Com isto não há cobrança de ICMS nas remessas de produtos para: 
- tradings ou comercial exportadora (empresas que compram com intuito de 
exportar); 
- entreposto aduaneiro ou depósitos alfandegários (locais de guarda de 
mercadoria em portos e aeroportos) 
- outro estabelecimento da mesma empresa (também com previsão de 
exportação). 
 
Mas a lei impõe que uma vez enviados produtos para exportação, as empresas que 
receberam sem tributação de ICMS têm 90 dias para exportação (produtos semi 
elaborados ou primários, exceto fumo) ou 180 dias para exportação (produtos 
industrializados). O prazo pode ser postergado a critério do fisco, por uma vez. 
 
Em caso de ultrapassar os prazos acima, em razão de perda da mercadoria ou em 
virtude de reintrodução da mercadoria no mercado interno, o imposto será 
TRADING OU
nãoincidência EMPRESA COMERCIAL Imunidade
EXPORTADORA E
X
Imunidade T
EMPRESA E
R 
I
nãoincidência ENTREPOSTO
Imunidade
O
ARMAZÉM R 
ADUANEIRO
nãoincidência OUTRO ESTAB. Imunidade
DA MESMA EMPRESA 
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imediatamente devido da época do envio da mercadoria inicialmente, e, portanto 
juros, multas e correção monetária serão cobrados. 
 
O recolhimento do imposto não será exigido na devolução da mercadoria ao 
estabelecimento remetente nos prazos fixados ou se o pagamento do débito fiscal 
tiver sido efetuado pelo adquirente a este Estado. 
 
5) Saída de mercadorias com serviços tributados pelo ISS 
 
Conversamos sobre a lista de serviços – lista anexa da lei complementar 116/03 e 
verificamos os serviços ali listados não tem incidência de ICMS e sim ISS. E, 
mesmo que sejam utilizadas mercadorias para prestação de alguns serviços, estas 
estão fora da incidência do ICMS, com exceção dos subitens que contém as 
ressalvas (subitens 7.02, 7.05, 14.01, 14.03 e 17.11). 
 
Veja alguns itens da lista do ISS que há mercadoria envolvida: 
4.14 – Próteses sob encomenda. 
5.02 – Hospitais, clínicas, ambulatórios, prontos-socorros e congêneres, na área 
veterinária. 
13.03 – Fotografia e cinematografia, inclusive revelação, ampliação, cópia, 
reprodução, trucagem e congêneres. 
14.10 – Tinturaria e lavanderia. 
 4.03 – Hospitais, clínicas, laboratórios, sanatórios, manicômios, casas de saúde, 
prontos-socorros, ambulatórios e congêneres. 
25.01 – Funerais, inclusive fornecimento de caixão, urna ou esquifes; aluguel de 
capela; transporte do corpo cadavérico; fornecimento de flores, coroas e outros 
paramentos; desembaraço de certidão de óbito; fornecimento de véu, essa e outros 
adornos; embalsamento, embelezamento, conservação ou restauração de 
cadáveres. 
 
Repare aluno, que os itens acima são serviços com mercadorias oferecidas: caixão, 
urna e esquifes (serviço funerário), remédios (hospitais e veterinários), próteses sob 
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encomenda, etc. Contudo, para estas mercadorias não há incidência de ICMS, só 
ISS, e sobre o serviço completo (mercadorias + serviços). 
 
É o importante comando do artigo 7º, VI do RICMS PE: 
 
Art. 7º: O imposto não incide sobre: 
 
III - operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a 
ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de 
qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao imposto 
sobre serviços, de competência dos Municípios, especificados na lista 
constante do Anexo 1, ressalvadas as hipóteses de incidência previstas na 
mesma lei complementar e indicadas no referido Anexo; 
 
6) Operações de alienação fiduciária 
 
A operaçãodecorrente da alienação fiduciária é realmente não tributada: 
conhecemos estas operações nas compras de veículos. Os bancos financiadores 
ficam dentro das concessionárias para oferecer seus serviços junto à compra do 
carro novo ou usado, e um destes serviços financeiros é a alienação fiduciária. 
 
O consumidor quer o carro, mas não tem dinheiro para comprá-lo. Precisa então de 
um financiamento e por isso procura um banco. O bem é adquirido e fica no nome 
do devedor. O devedor passa o domínio para o banco financiador em troca do 
financiamento, e o banco deposita o veículo com o devedor que passa a ter a posse 
direta do bem. Finalizado todos os pagamentos (prestações), a propriedade 
finalmente passa para a pessoa do consumidor. Havendo inadimplência dos 
pagamentos, o carro é, obviamente, tomado pelo banco, através de ação de busca 
e apreensão. No contrato de alienação fiduciária, entre o banco e o 
consumidor/devedor, não há em nenhum momento a incidência de ICMS. 
 
Atenção! 
A saída do veículo da concessionária é sim tributada!!! 
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Agora veja o comando do Regulamento do Estado de PE: 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
XIII - a partir de 01 de novembro de 1996, operações decorrentes de 
alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor 
em decorrência do inadimplemento do devedor; 
 
7) Operações de arrendamento mercantil 
 
O arrendamento mercantil é uma operação parecida à alienação fiduciária, e assim 
como na alienação fiduciária, a venda do veículo da concessionária ao banco é 
tributada pelo ICMS, pois essa parte da operação não é por si parte do 
arrendamento mercantil. Voltamos, então, ao exemplo do veículo, pois é uma 
operação de arrendamento muito comum: nesta operação o consumidor pode 
financiar o carro por um valor menor do que o valor de tabela do veículo e pagar a 
diferença no final se quiser realmente ficar com o carro. A legislação vê esta 
operação como um aluguel e não como uma venda - a operação é tributada pelo 
ISS. 
 
A lei apenas considera que se o consumidor fizer a opção final de compra do bem 
pelo preço residual (a parte que não foi financiada) aí sim haveria uma transmissão 
de propriedade e a cobrança do ICMS. Mas esta venda do bem arrendado ao 
arrendatário é motivo de contestação inclusive com decisão contrária aos Estados 
do Supremo Tribunal Federal. Em todo o caso o Regulamento do Pernambuco a 
partir de 1996 considerou não incidente de ICMS esta venda. 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
V - operações de arrendamento mercantil, contratado por escrito, observado 
o disposto no § 5º; 
 
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§ 5º A não-incidência relativa ao arrendamento mercantil de que trata o inciso 
V do “caput” não se opera: 
 
I - até 31 de outubro de 1996, a partir do momento em que a opção de 
compra prevista no contrato tiver sido efetivamente exercida pelo 
arrendatário; 
 
II - a partir de 01 de novembro de 1996, em qualquer hipótese, em relação à 
venda do bem arrendado ao arrendatário, inclusive mediante o exercício da 
opção de compra prevista no respectivo contrato. 
 
8) Móveis salvados de sinistro 
 
Semelhante à alienação fiduciária e ao arrendamento mercantil (leasing), este item 
segue um mundo à parte, com regras específicas. O seguro de bens está sujeito à 
tributação pelo IOF. E a saída de um bem sinistrado não é uma venda mas uma 
cláusula inerente a um contrato de seguro. 
 
Por exemplo: a saída do automóvel acidentado do diretor da Companhia Brasileira 
de Águas para a empresa seguradora não tem ICMS. Não só porque se trata de 
operação de seguros mas também porque saída de ativo permanente não tem 
incidência de ICMS (conforme já discutido). 
 
Agora, se a empresa de seguros consertar e revender o carro, deveria incidir ICMS, 
mas decisões de tribunais superiores já também inviabilizam esta cobrança. 
 
Vejo o artigo 7º, XV do RICMS PE: 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
XV - a partir de 01 de novembro de 1996, operações de qualquer natureza de 
que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para 
companhias seguradoras. 
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9) Venda de estabelecimento 
 
Mais um das situações em que o legislador achou por bem declarar e assim clarear 
eventuais dúvidas. Compra “porteira fechada” de uma empresa por outra, com a 
adição de um estoque noutro, não há o que se falar de incidência de ICMS. O 
imposto só incidirá com a saída efetiva do produto do novo estoque somado. 
 
Leia o artigo 7º, XIV: 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
XIV - a partir de 01 de novembro de 1996, operações de qualquer natureza 
de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, 
comercial ou de outra espécie; 
 
10) Saída e retorno para armazém geral e depósito fechado 
 
É bastante comum, empresas com grandes estoques, que inviabilizam a 
manutenção de toda a produção em apenas um estabelecimento, viabilizarem 
outros locais especiais para armazenagem de suas mercadorias. O Regulamento do 
Estado de PE reconhece dois desses estabelecimentos: o armazém geral e o 
depósito fechado. 
 
A saída e o retorno para armazém geral e depósito fechado de mercadorias para 
armazenagem não tem incidência do ICMS. Veja bem, uma operação depende da 
outra. Se a saída ocorreu para um armazém geral e no retorno foi entregue a outro 
estabelecimento que não o remetente, aí tem-se a incidência do imposto. 
 
Mais um detalhe, operações com não incidência para armazém geral e depósito 
fechado, só dentro do Estado do Pernambuco. 
 
Por fim, saiba: 
 
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Armazém Geral: empresa de terceiros que presta o serviço de estocar produtos – é 
tributado pelo ISS; 
 
Depósito Fechado: estabelecimento do próprio remetente que serve como galpão 
para estoque – é uma extensão do próprio depósito da empresa 
 
Atenção! 
Não confundir. Saída para depósito fechado, empresa de armazenagem do mesmo 
grupo da empresa remetente não tem ICMS, mas saída de mercadoria de 
estabelecimento do contribuinte para filial tem incidência de imposto (guarde isto: 
este tipo de operação é chamada de transferência) – as transferências são 
tributadas! 
 
E vamos nos remeter ainda ao Regulamento do ICMS no seu artigo 7º, VI: 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
VI - saída de mercadoria destinada a armazém-geral, frigorífico ou depósito 
fechado e o retorno ao estabelecimento remetente, quando situados dentro 
deste Estado; 
 
 
Abaixo exemplo das operações de remessa a depósito fechado e armazém geral 
para lembrança: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1) em PE 
A não incid. Depósito 
 Indústria Fechado 
não incid. 
2) em PE 
não incid. 
B Armazém 
Indústria Geral 
não incid. 
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11) Saídas de empresa transportadora, durante a prestação de serviço 
 
Muitas vezes empresas transportadoras fazem longas viagenspara entregar 
mercadorias pelo país. Em trechos longos, surge a necessidade de armazenar 
mercadorias em alguns lugares pelo caminho. Esta armazenagem poder ser feita 
em locais próprios da empresa prestadora de serviços de transporte ou locais 
pertencentes a terceiros. 
 
Se um transportador, após um dia de viagem, estocar a mercadoria transportada em 
um local pertencente à sua própria empresa, no centro de Vitória de Santo Antão 
(PE), quando reiniciar a prestação, dois dias depois, não há que se falar de uma 
nova incidência do imposto ou um novo fato gerador. 
 
É bastante simples esta não incidência. 
 
Vejamos um exemplo mais redondo: 
 
1- Transportadora pernambucana, contratada para levar uma máquina de embrulhar 
camisetas para uma indústria em Teresina (PI), inicia a prestação de serviços na 
indústria com sede em Cabo de Santo Agostinho (PE), fabricante da máquina. Após 
um dia de viagem, o caminhão da transportadora para em uma das empresas do 
grupo, um depósito em Garanhuns (PE), para armazenagem da carga e descanso 
para o motorista. Dois dias depois o motorista reinicia a viagem até Teresina e a 
finaliza no mesmo dia. 
 
No caso acima há o recolhimento inicial do ICMS para o Estado do Pernambuco 
pelo início do serviço de transporte, mas não há um novo recolhimento quando da 
saída do depósito. 
 
Guarde o inciso IX do artigo 7º que trata do assunto: 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
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IX - a saída de mercadoria que tenha entrado em estabelecimento de 
empresa transportadora, exclusivamente para fim de transporte, desde que 
tenha sido enviada para o destinatário indicado na documentação fiscal que a 
acompanhe; 
 
12) Saída de bem em Comodato e Locação 
 
Típicos contratos do Código Civil brasileiro, o comodato (empréstimo gratuito de 
coisa fungível) e a locação (aluguel) de bens não tem incidência de ICMS. 
 
Veja o artigo 7º, IV do RICMS PE: 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
IV - saída de bem em decorrência de comodato ou locação, contratados por 
escrito; 
 
13) Outras operações não incidentes. 
 
Dê uma olhada em não incidências específicas do regramento pernambucano: 
 
Art. 7º - O imposto não incide sobre: 
 
X - a saída de veículos, novos ou usados, do estabelecimento do 
contribuinte, desde que decorrente de operação de simples agenciamento ou 
corretagem, comprovada com os seguintes documentos: 
 
a) documento de propriedade do veículo; 
 
b) contrato escrito de agenciamento da venda do veículo, onde estejam 
fixados o preço e as condições, devidamente firmado pelo proprietário do 
veículo e pelo agente; 
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c) autorização expressa do proprietário do veículo para que este, sob sua 
inteira responsabilidade, permaneça na posse do agente ou vendedor, em 
exposição ou em trânsito; 
 
XI - a saída de mercadoria para análise laboratorial ou operação semelhante, 
desde que comprovado seu resultado, mediante laudo escrito; 
 
XII - a extração e remoção de terras e rochas, simplesmente escavadas, 
transferidas ou compactadas durante a execução das obras de construção e 
conservação de estradas de rodagem, pistas de aeroportos, túneis, portos, 
barragens e outras obras semelhantes; 
 
 
3) MOMENTO DE OCORRÊNCIA DO FATO 
GERADOR 
 
Vamos estudar agora o aspecto temporal do fato gerador. O momento em que o 
imposto passa a ser devido porque ocorreu uma das hipóteses de incidência e 
nasce a obrigação tributária. E isso faz uma grande diferença, pois se o momento 
de incidência do ICMS foi uma terça-feira, um transportador retido na fronteira do 
Estado de Pernambuco com Piauí, com a mercadoria, mas sem o recolhimento do 
imposto, em uma quinta-feira, deverá recolher o débito com multa punitiva, juros, 
multa de mora e etc. O fisco considera neste caso que o imposto está há 2 dias 
atrasado. 
 
Importante apresentar a regra geral do momento de ocorrência do fato gerador do 
ICMS nas operações e prestações: 
 
1º - Para operações com mercadoria: a SAÍDA da mercadoria do estabelecimento 
 
Exemplo: O varejista encomendou no dia 13 de junho, um lote de 1.300 sacos de 
açúcar da refinaria pernambucana AÇUCARS E ADOÇANTS. Em 15 de julho a 
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refinaria faturou o pedido. Em 17 de julho foi remetido ao varejista os produtos. A 
data de pagamento acertada pelos contribuintes para pagamento do preço era 21 
de julho. O varejista pagou antecipado pelo produto em 20 de julho. Mas afinal, 
pergunta-se: qual a data do fato gerador do ICMS? 
 
Vamos direto à regra geral para operações com mercadorias: data da saída do 
estabelecimento remetente. Nossa resposta 17 de julho. 
 
Atenção! 
O Regulamento utiliza-se do termo “fornecimento” de mercadoria para destacar o 
momento do fato gerador. Trata-se de uma nomenclatura importante para se 
conhecer para a prova, mas não foge da regra principal que é a saída da 
mercadoria. 
 
2º - Para prestação de serviços: o início da prestação de serviços. 
 
Vejamos o mesmo exemplo: O varejista encomendou no dia 13 de junho, um lote de 
1.300 sacos de açúcar da refinaria pernambucana AÇUCARS E ADOÇANTS. Em 
15 de julho a refinaria faturou o pedido em contratou o transportador para realizar o 
frete intermunicipal. Em 17 de julho foi remetido ao varejista os produtos utilizando-
se o frete. A data de pagamento acertada pelos contribuintes para pagamento do 
preço era 21 de julho e o pelo pagamento do frete foi 22 de julho. O varejista pagou 
antecipado pelo produto em 20 de julho e pelo frete em 21 de julho. Mas afinal, 
pergunta-se: qual a data do fato gerador do ICMS do serviço de transporte? 
 
Oras, no dia do início da prestação: 17 de Julho. 
 
Vejamos os incisos do artigo 3º do Regulamento do ICMS PE, adequadamente: 
 
A) OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 
 
1) Fato gerador na saída ou no fornecimento da mercadoria 
 
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Esta é a regra geral, como já comentamos. A data da saída da mercadoria ainda 
que faturada em outro dia, ainda que paga em outro dia, é o momento do fato 
gerador do imposto. Assim como a data do fornecimento da mercadoria com 
prestação de serviços (aqueles em que incide somente ICMS ou ICMS junto a ISS) 
ou o momento de fornecimento de alimentos e bebidas por qualquer 
estabelecimento. 
 
Os incisos abaixo do artigo 3º trazem as informações: 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
I - na saída de mercadoria do estabelecimento de contribuinte, inclusive 
cooperativa, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; 
 
II - no fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em bares, 
restaurantes, cafés e outros estabelecimentos; 
 
IV - na prestação de serviço, não relacionado no Anexo 1, quando houver 
fornecimento de mercadoria; 
 
V - na prestação dos serviços de competência municipal (Anexo 1), com 
fornecimento de mercadoria, quando prevista a incidência em relação a esta, 
nos termos de lei complementar; 
 
2) Fato gerador nas operações de importação e arrematação em leilão judicial 
 
Começamos agora a fugir um pouco da regra geral e analisaralguns outros 
momentos importantes em que ocorre o fato gerador do imposto, nascendo a 
obrigação tributária. 
 
Como já discutimos a importação de mercadoria também é operação incidente do 
ICMS. E o momento de ocorrência do fato gerador é justamente na sua 
nacionalização, na entrada legal do país, ato este conhecido como desembaraço 
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aduaneiro. Além da nacionalização, o desembaraço aduaneiro é o momento em que 
são verificados não só o recolhimento dos tributos que incidem na importação mas 
também se não há outro tipo de irregularidade com a importação: valor declarado na 
guia de importação não condizente (subfaturado) com o produto importado, produto 
proibido de importação, etc. 
 
A regra geral, portanto, é que na importação de bens ou mercadorias do exterior, o 
momento da ocorrência do fato gerador é o desembaraço aduaneiro. Contudo 
manda a norma que se a entrega da mercadoria for feita ao importador antes do 
desembaraço aduaneiro, é neste momento o fato gerador do imposto. 
 
Agora, como comentamos, pode haver problemas na hora do desembaraço. Por 
exemplo, o valor do imposto de importação aumentou consideravelmente, 
acrescendo em demasia o valor da importação, fazendo o importador desistir da 
mesma e abandoná-la no armazém alfandegário. O valor de manutenção de bem ou 
mercadoria no armazém é alto e interessa à administração portuária livrar-se da 
mercadoria. Ocorre então a licitação pública do bem ou mercadoria importada do 
exterior e abandonada. E é no momento da aquisição em licitação pública desta 
mercadoria ou bem que ocorre o fato gerador do imposto. E também na aquisição 
da mercadoria que ocorre a sua nacionalização. 
 
Exemplos: 
 
1- Joaquim José da Silva Xavier importa da Alemanha aparelhos dentários – incide 
ICMS no desembaraço aduaneiro 
 
2- Chevy Chase importou uma máquina hidráulica para sua fábrica de medalhas em 
Olinda (PE). Contudo a importação atrasou mais de 6 meses e ao chegar no porto, 
a fábrica do importador já havia falido. Houve o abandono da coisa. Em licitação 
pública, o dono da fábrica concorrente, Martin Short, de Caruaru (PE), adquiriu a 
máquina – incide ICMS no momento em que é adquirida a máquina no leilão 
oficial. 
 
Veja os comandos do inciso III do artigo 3º do Regulamento pernambucano: 
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Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
III - relativamente à importação do exterior: 
 
c) a partir de 01 de novembro de 1996, no desembaraço aduaneiro de 
mercadoria importada do exterior, observando-se: 
 
1. após o desembaraço aduaneiro, a entrega, pelo depositário, de mercadoria 
ou bem importados do exterior deverá ser autorizada pelo órgão responsável 
pelo respectivo desembaraço; 
 
2. o desembaraço referido no item anterior somente se fará mediante a 
exibição do comprovante de pagamento do imposto incidente no ato do 
despacho aduaneiro, observado o disposto no art. 600, §§ 6º a 8º, e no 
Decreto nº 19.005, de 15 de fevereiro de 1996; 
 
3. a partir de 01 de janeiro de 2003, na hipótese de a entrega da mercadoria 
importada do exterior ocorrer antes do desembaraço aduaneiro, considera-se 
ocorrido o fato gerador no momento do mencionado desembaraço, devendo 
a autoridade responsável, salvo disposição em contrário estabelecida em 
decreto do Poder Executivo, exigir a comprovação do pagamento do imposto 
 
X - na arrematação em leilão ou na aquisição em licitação, promovidos 
pelo Poder Público, de mercadoria, inclusive importada do exterior, 
apreendida ou abandonada; 
 
4) Fato gerador nas operações de aquisição em hasta pública de mercadoria 
de contribuinte. 
 
Aquisição em hasta pública, por exemplo, de mercadorias referentes a empresas 
que estão falidas, também é fato gerador do ICMS. 
 
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Veja o artigo 3º, XI do RICMS PE: 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
XI - na adjudicação ou arrematação, em hasta pública, de mercadoria de 
contribuinte; 
 
4) Fato gerador nas operações de entrada no estado de petróleo (e derivados) 
e energia elétrica não destinadas a industrialização ou comercialização 
 
Já discutimos esse assunto outras vezes, portanto lembre-se da ideia: não há 
repartição de receitas na venda interestadual de petróleo, inclusive lubrificantes e 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica. Neste caso o 
ICMS é totalmente recolhido ao Estado de destino. 
 
Portanto: 
 
1º caso: Venda interestadual não destinada à comercialização ou à industrialização 
 
- não haverá nova saída, pois haverá o consumo 
- o fato gerador do imposto ocorrerá na entrada do Estado de destino da 
mercadoria. 
 
Veja o modelo da operação: 
 
 
 
Exato momento de incidência
Refinaria Consumidor 
Petróleo Final
São Paulo Pernambuco
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Exemplo: Refinaria paulista vende lubrificantes para indústria paulista utilizar na 
limpeza de maquinário especial. 
 
Trata-se de uma situação especial de consumo de produto derivado de petróleo. Na 
entrada do Estado do Pernambuco ocorre o fato gerador do imposto. 
 
Veja o momento de ocorrência deste fato gerador descrito no artigo 3º, XVI do 
RICMS PE: 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
XVI - na entrada, no território do Estado, de energia elétrica e petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, 
oriundos de outra Unidade da Federação, quando não destinados à 
industrialização ou à comercialização. 
 
Sem dúvida é um momento de incidência do imposto muito específico e peculiar. 
 
2º caso: Venda interestadual destinada à comercialização ou à industrialização 
 
- haverá nova saída, pois haverá revenda ou industrialização. 
- não há fato gerador do imposto pois trata-se de imunidade 
 
Veja o modelo da operação: 
 
 
não incid. 
Refinaria Empresa incidência Consumidor
Petróleo Varejista Final
Empresa incidência Empresa incidência Consumidor 
Industrial Varejista Final
São Paulo Pernambuco 
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Exemplo: Refinaria paulista vende lubrificantes para indústria pernambucana utilizar 
na fabricação de produtos de limpeza 
 
Atenção! 
 
Repare que as vendas internas de petróleo e seus derivados, e energia elétrica, não 
só são normalmente tributadas, mas o momento de ocorrência do fato gerador 
segue a norma do artigo 3º, I, ou seja, a regra geral: incide na saída da mercadoria. 
 
5) Fato gerador na transmissão de mercadoria depositada em armazém geral 
ou depósito fechado. 
 
O fato gerador do imposto de mercadoria depositada em armazém geral ou depósito 
fechado tem 2 possibilidades: 
 
1º- Na saída do armazém geral ou depósito fechado para outro que não o remetente 
original, ocorre o fato gerador do ICMS. 
 
Veja o desenho: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) em PE
A não incid.Depósito incidência C
 Indústria Fechado atacadista
não incid.
2) em PE
não incid.
B Armazém
Indústria Geral
não incid.
Filial B
incidência
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2º - Na transferência de titularidade da mercadoria depositada no armazém geral ou 
no depósito fechado para outro que não o remetente original, ocorre o fato gerador 
do ICMS, mesmos sem ocorrer a saída física da mercadoria. 
 
Este caso é realmente uma exceção da regra geral. O Regulamento aceita para 
casos específicos, a saída ficta da mercadoria, e não a saída física da mercadoria 
como é comumente aceito e é a regra geral. Muitas vezes a mercadoria muda de 
“mãos”, de propriedade no papel, mas não saiu do lugar, não foi remetida. Para o 
caso de mercadoria depositada em armazém geral e depósito fechado, é possível a 
transmissão ficta da propriedade da mercadoria e neste momento ocorre o fato 
gerador. 
 
Veja o desenho: 
 
 
 
As setas entrecortadas significam que houve apenas a transmissão da propriedade, 
mas não a saída efetiva da mercadoria. 
 
Veja o artigo 3º, §3º I e II do RICMS PE, que retrata os fatos geradores descritos 
acima: 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
1) em PE
A não incid. Depósito 
incidência
C 
 Indústria Fechado atacadista
não incid.
2) em PE
não incid.
B Armazém
Indústria Geral 
não incid.
Filial B
incidência
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§ 3º Quando a mercadoria for remetida para armazém-geral ou para depósito 
fechado do próprio contribuinte, neste Estado, considera-se ocorrido o fato 
gerador: 
I - no momento da saída da mercadoria do armazém-geral ou do depósito 
fechado, salvo se para retornar ao estabelecimento de origem; 
II - no momento da transmissão da propriedade da mercadoria depositada em 
armazém-geral ou em depósito fechado. 
 
6) Fato gerador na transmissão de propriedade de mercadoria a terceiro 
quando não tiver transitado pelo estabelecimento do remetente. 
 
Mais um fato gerador diferente no mundo do ICMS. Também relacionado à saída 
ficta de uma mercadoria, mas com viés diferente da saída ficta estudada no item 
anterior. Trata-se de uma forma do Regulamento aceitar uma transação comercial 
muito comum no mercado e que foi regulamentada para o mundo do ICMS: a venda 
por conta e ordem. 
 
Na operação por conta em ordem, muito comum no dia a dia das empresas, a 
companhia A compra um produto da companhia B, mas manda entregar na 
companhia C. A companhia B manda direto a mercadoria para C, sem passar por A. 
 
Este é o sentido que tem o inciso IV do artigo 3º, §1º I do Regulamento de PE 
quando diz que a mercadoria é entregue sem passar pelo estabelecimento do 
adquirente/comprador/transmitente da mercadoria. O momento do fato gerador 
neste caso, segundo a lei, é a transmissão da propriedade da mercadoria e não a 
saída do remetente (neste caso a empresa B). 
 
Atenção! 
Para conhecimento do aluno, neste caso ainda é respeitado os dois fatos geradores 
desta operação: a saída do produto do vendedor B para o comprador A (inclusive 
com o destaque e recolhimento do imposto na nota fiscal) e a saída do produto do 
comprador A para a empresa consumidora final C (inclusive com o destaque e 
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recolhimento do imposto na nota fiscal). A saída do vendedor B para a empresa 
consumidora final C é a chamada remessa por conta e ordem, que não é tributada, 
mas sai com uma nota fiscal sem destaque do imposto. 
 
Veja o modelo: 
 
Operação por conta e ordem 
 
 
Veja o comando do artigo 3º, §1º I do RICMS PE: 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
§ 1º Equipara-se à saída: 
 
I - a transmissão da propriedade de mercadoria, decorrente de alienação onerosa 
ou gratuita de título que a represente, ou a sua transferência, mesmo que não haja 
circulação física; 
 
7) Fato gerador na data de encerramento das atividades do estabelecimento 
 
Também um fato gerador relacionado a saída ficta da mercadoria. Considera-se 
ocorrido o fato gerador do ICMS das mercadorias constantes do estoque da 
empresa, a data de encerramento das atividades. Desta forma a empresa liquida 
todos os créditos que tem com a Fazenda Estadual. 
 
Veja o comando do artigo 3º, §1º V do RICMS PE: 
 
1
A FG B
(comprador) (vendedor) 
FG 3
2 C 
(consumidor)
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Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
§ 1º Equipara-se à saída: 
 
V - a mercadoria constante do estoque final na data do encerramento da atividade 
do contribuinte; 
 
 
8) Fato gerador na transmissão de propriedade de mercadoria antes da 
entrada no estabelecimento do adquirente ou do importador. 
 
Outro fato gerador relacionado à saída ficta da mercadoria. Algumas vezes, a 
mercadoria em trânsito, com destino a uma adquirente ou ao importador da 
mercadoria pode ser negociada. Quando a mercadoria no meio do trajeto com 
destino a alguma pessoa, tem sua trajetória modificada, acontece neste momento o 
fato gerador do imposto. 
 
Exemplo: 
 
Indústria sergipana dá saída de computadores com destino à distribuidora de 
material de informática de Recife (PE). A indústria sergipana emitiu nota fiscal de 
venda de mercadoria ao destinatário de Recife. Mas no meio do caminho a 
mercadoria é renegociada e remetida à distribuidor de Caruaru (PE) – ICMS 
recolhido para Sergipe e ICMS recolhido para Pernambuco. 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
§ 1º Equipara-se à saída: 
 
II - a transmissão da propriedade de mercadoria estrangeira, efetuada antes de sua 
entrada no estabelecimento importador; 
 
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III - a transmissão da propriedade de mercadoria, quando efetuada em razão de 
qualquer operação, ou a sua transferência, antes de sua entrada no 
estabelecimento do adquirente-alienante; 
 
 
9) Fato gerador na entrada no estabelecimento de contribuinte de mercadoria 
ou bem destinado ao ativo imobilizado/permanente ou para uso e consumo, 
em operação interestadual – O DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS 
 
Trata-se de uma regra esperta copiada em todos os Regulamentos dos Estados. A 
regra deriva, ou melhor, complementa a regra geral. E vocês alunos verão a razão. 
Lembram da repartição de receitas como um paradigma do ICMS, determinado 
inclusive na Constituição Federal e que analisamos na aula 01? Na saída 
interestadual de mercadorias e bens a alíquota utilizada é a interestadual, inferior à 
alíquota interna, para que na nova saída no Estado de destino, o Estado de destino 
fique com sua parcela de ICMS da cadeia da mercadoria: 
 
Exemplo: CADEIA DISTRIBUTIVA DE CHOCOLATES GAROTO 
 
Um lote de barras de chocolate Garoto que custa 1000 reais na saída do industrial 
capixaba para varejista pernambucano. E 1500 reais na saída do varejista 
pernambucano para o consumidor final. 
 
Venda do Espírito Santo para Pernambuco – 12% (alíquota deICMS interestadual) 
 
ICMS interestadual = Preço de venda x 12% 1000 x 12% = 120 reais 
 
Venda interna no Pernambuco – 17% (Alíquota interna) 
ICMS interno = (Preço de venda x 17%) – 120 1500 x 17% - 120 = 135 reais 
(O ICMS é não cumulativo, então desconta-se o imposto recolhido na operação 
antecessora) 
 
ICMS recolhido para o Espírito Santo = 120 reais 
ICMS recolhido para o Pernambuco = 135 reais 
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Mas como fazer a repartição de receitas se não há uma nova saída de um produto 
comprado em operação interestadual? 
 
Nasceu então o fato gerador do diferencial de alíquotas. 
 
O conceito de diferencial de alíquotas é muito importante para a prova de ICMS 
do Pernambuco e vai cair com certeza: tanto para operações de transporte e 
comunicações quanto para venda de mercadoria ou bem, contribuinte 
pernambucano que compre mercadoria ou bem para consumo ou para ativo 
imobilizado/permanente ou que consuma serviço de transporte ou comunicação e 
pague a alíquota interestadual, deve recolher a diferença de alíquotas (alíquota 
interna menos a alíquota interestadual) para o Pernambuco, se não der uma nova 
saída. 
 
Repetindo: comprou por 12% (interestadual) e não deu nova saída e for contribuinte 
do ICMS, tem de pagar 5% (17% - 12%) para o estado do Pernambuco. Isso é fácil 
de entender: se a alíquota interna é de 17% e a interestadual de 12%, se não fosse 
o diferencial de alíquotas todos iriam comprar apenas produtos de outros estados. É 
a repartição de receitas sendo aplicada mesmo no caso de não acontecer nova 
saída no Estado destinatário. 
 
Atenção para o detalhe! 
Só recolhe o diferencial de alíquotas o destinatário que for contribuinte do ICMS. Se 
o destinatário não for contribuinte, a alíquota já é a interna (cheia) do remetente. 
 
Mas um detalhe: normalmente o valor da alíquota do serviço interestadual de 
transporte é 12% e a alíquota do serviço interno também é 12%. Desta forma não 
há recolhimento. Mas se houver a diferença entre alíquotas já há previsão do 
recolhimento do diferencial. 
 
Veja um exemplo do diferencial de alíquotas: 
 
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Montadora de veículos “Volksvirgem” de Minas Gerais vende 5 automóveis 
para a indústria de alimentos “Chapeca” da cidade de Recife (PE) 
disponibilizar à sua equipe de vendas. Quais os valores de ICMS retidos, 
sabendo-se que o valor total da venda foi de R$ 100.000,00? 
 
Trata-se de uma operação interestadual de um bem para o ativo permanente da 
empresa destinatária. (alíquota 7%). 
 
 
 
Volksvirgem Chapeca 
(MG) 
 
 
(PE) 
 
Recolhe R$ 
7.000,00 
ICMS para 
Minas 
Gerais 
Recolhe R$ 
10.000,00 
ICMS para 
Pernambuco 
 
 
A indústria “Volksvirgen” recolhe o ICMS para o estado de MG na saída os veículos 
- R$ 100.000,00 x 7% = R$ 7.000,00 
 
A empresa “Chapeca” recolhe o ICMS diferencial de alíquotas para PE em prazo 
estipulado no Regulamento - R$ 100.000,00 x (17% - 7%) = R$ 10.000,00. 
 
 
Se “Chapeca” tivesse comprado internamente, teria pago os mesmo R$ 17.000,00 
de ICMS (17% alíquota interna), só que total para o Pernambuco, pois não haveria a 
divisão de receitas entre unidades federadas. 
 
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Veja o inciso que trata do fato gerador do diferencial de alíquotas no Regulamento 
de PE: 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
XII - na entrada de mercadoria no estabelecimento do adquirente, quando 
procedente de outra Unidade da Federação e destinada a integrar o respectivo ativo 
permanente ou ao seu próprio uso ou consumo; 
 
 
2- Prestação de Serviços 
 
1- Fato gerador quando da utilização de serviço que se tenha iniciado em 
outro Estado e não esteja vinculado à prestação subsequente – DIFERENCIAL 
DE ALÍQUOTAS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
 
Vamos iniciar a análise dos fatos geradores relacionados à prestação de serviço já 
complementando o que falávamos no último item dos fatos geradores das 
operações com bens e mercadorias: a cobrança pelo Estado de destino do 
diferencial de alíquotas. Pois bem, também caberá ao Estado de destino o 
diferencial de alíquotas quando PRESTAÇÃO DE SERVIÇO iniciada em outro 
Estado não for vinculada a uma operação subsequente. 
 
Operação interestadual com ativo imobilizado/permanente ou material de uso e 
consumo dá o direito ao Estado de destino de recolher o ICMS diferencial de 
alíquotas não? Pois também caberá ao Estado de destino o diferencial de alíquotas 
entre a alíquota interestadual de prestação de serviços e a alíquota interna de 
prestação de serviços do Estado destinatário. (Mesma ideia da mercadoria). 
 
Mas detalhe: se alíquota interestadual for igual à alíquota interna, então não tem 
diferencial alíquotas. 
 
Um exemplo: 
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1- Indústria de Pernambuco adquire de indústria de São Paulo, 5 máquinas para o 
chão de fábrica. A alíquota do frete foi de 7%, por ser aquisição interestadual entre 
contribuintes. Deve-se recolher ao Estado de São Paulo, 7% de ICMS da prestação 
de serviço de transporte interestadual e 5% (12% -7%) de diferencial de alíquotas 
para Pernambuco. 
 
Veja o artigo 3º, XIII do RICMS PE: 
 
Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
XIII - na utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha 
iniciado em outra Unidade da Federação e que: 
b) a partir de 01 de novembro de 1996, não esteja vinculada a operação ou 
prestação subseqüente; 
 
2- Fato gerador do serviço de transporte interestadual, intermunicipal e de 
comunicação onerosa por qualquer meio. 
 
Regra geral dos fatos geradores da prestação de serviços, o início da prestação é o 
momento de ocorrência da incidência do imposto. 
 
Exemplos: 
 
1- Incide ICMS no início do transporte de mala postal por empresa de entregas 
interestaduais “Ligeirinho” da cidade de Petrolina (PE) 
 
2- Incide ICMS no início da retransmissão televisiva em “pay per view” da luta final 
do campeonato nordestino de vale tudo entre os atletas Nelson Biboquinha e Wilson 
Paçocada, para telespectador pagante localizado em Caruaru (PE). 
 
Veja o artigo 3º, VI e VII do RICMS PE: 
 
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Art. 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: 
 
VI - na prestação dos serviços de transporte interestadual e intermunicipal de 
qualquer natureza: 
 
b) a partir de 01 de novembro de 1996, no início da prestação do serviço; 
 
VII - na prestação de serviço de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a 
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a 
ampliação de comunicação de qualquer natureza, observando-se: 
 
.......... 
 
3- Fato gerador do ICMS de serviços prestados ou iniciados no exterior 
 
Trata-se de uma exceção à regra geral, pois ocorre o fato gerador do ICMS no 
recebimento

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