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II Seminário de Estudo Medievais da Paraiba: Sabias, guerreiras e misticas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
reitor 
RÔMULO SOARES POLARI 
vice-reitora 
MARIA YARA CAMPOS MATOS 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTE 
diretor 
ARIOSVALDO DA SILVA DINIS 
vice-diretora 
MÔNICA NÓBREGA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS 
coordenadora 
SANDRA LUNA 
vice-coordenadora 
LUCIANA ELEONORA DE F. CALADO DEPLAGNE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO 
EM CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES 
coordenadora 
FERNANDA LEMOS 
vice-coordenadora 
MARIA LUCIA ABAURRE GNERRE 
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: 
Paulo Aldemir Delfino Lopes 
CAPA, WEB, ARTE: 
François Deplagne (Designer gráfico) 
Imagem de Joana D´Arc, miniatura, pergaminho do Século XV 
 
 
E82 II Seminário de Estudos Medievais da Paraíba - Sábias, Guerreiras e místicas: Homenagem aos 600 anos 
de Joana D´arc – ANAIS / Luciana Eleonora de F. Calado Deplagne, Fabrício Possebon 
(Organizadores). - João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2012. 
451p. 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
1.Literatura. 2.Estudos Medievais. I. Deplagne, Luciana Eleonora de F. Calado. II. Possebon, 
Fabrício. 
 
UFPB/BC CDU: 82.091 
 
 
 
 
Editora Universitária 
João Pessoa - PB 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´arc 
 
ANAIS 
 
João Pessoa - PB 
11 a 13 de junho de 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROMOÇÃO 
 
GIEM- Grupo Interdisciplinar de Estudos Medievais (CNPq/PPGL/CCHLA/UFPB 
Grupo Crenças (PPGCR/CE/UFPB) 
 
 
APOIO 
 
CAPES 
PPGL 
CCHLA 
PPGCR 
ABREM 
USINA CULTURAL ENERGISA 
 
 
ORGANIZAÇÃO 
 
Profª. Drª. Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne – (ABREM/Coordenadora do 
GIEM – PPGL – UFPB) 
Prof. Dr. Fabrício Possebon – (ABREM/PGCR- PPGL-UFPB) 
Prof. Dr. Anderson D´Arc Ferreira (PPGFIL/ABREM) 
Profª. Drª. Sandra Luna (Coordenadora do PPGL- UFPB) 
Profª. Drª. Cláudia Brochado (UnB/ ABREM/GIEM) 
Profª. Drª. Suelma de Sousa Moraes (PPGCR-UFPB)º 
Profª. Drª Beliza Áurea (ABREM/PROLIN-UFPB) 
 
 
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS 
 
ST1: O sagrado e o profano no Teatro Medieval 
ST2: Cristianismo na Idade Média 
ST3: Guerreiras Medievais 
ST4: Santas e feiticeiras nas novelas de Cavalaria 
ST5: Mulheres escritoras da Idade Média 
ST6: Interface do Sagrado com a Filosofia e a Literatura na Mística Medieval 
ST7: Faces do medievo nas Literaturas de Língua portuguesa 
ST8: A Letra e a voz: música e poesia 
 
 
 
 
EQUIPE DE TRABALHO 
 
(Coordenadores e monitores) 
Luciana Eleonora de F. Calado Deplagne (GIEM/PPGL) 
Fabrício Possebon (PPGCR /PPGL) 
Suelma de Sousa Moraes (PPGCR) 
Beliza Áurea (PROLIN) 
Sandra Luna (PPGL) 
André Sérgio Trigueiro (PIBIC/CNPq) 
Frederico Lima (GIEM) 
Danyele Almeida (GIEM) 
Maria do Rosário Leite (PPGL) 
Gilberto Lucena (GIEM/PPGL) 
Siméia de Castro (GIEM) 
Anderson D´Arc Ferreira (PPGFIL/ABREM) 
 
 
COMITÊ CIENTÍFICO 
 
ST1: Sandra Luna 
ST2: Fabrício Possebon 
ST3: Luciana Campos 
ST4: Adriana Zierer 
ST5: Cláudia Brochado 
ST6: Suelma de Sousa / Anderson D´Arc Ferreira 
ST7: Elizabeth Dias Martins 
ST8: Beliza Áurea 
 
 
 
 
 
6 
 
APRESENTAÇÃO 
 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
 
O Grupo Interdisciplinar de Estudos Medievais (PPGL/UFPB) e o Grupo Crenças 
(PPGCR/UFPB) têm o prazer de apresentar-lhes os anais da segunda edição do Seminário de 
Estudos Medievais da Paraíba. O evento teve o intuito de estimular o debate entre 
pesquisadores, professores, estudantes de diversas áreas sobre temas relacionados ao medievo, 
em particular, enfocando temas pouco divulgados da Idade Média, como a produção literária 
feminina, o lugar dos movimentos hereges e populares, a partir do estudo e tradução de obras 
importantes que ofereçam um novo olhar sobre esse período da História. Nessa perspectiva, o 
tema proposto para o II Seminário foi: Sábias, Guerreiras e Místicas e homenageou os 600 
anos de Joana D´Arc, uma das figuras mais emblemáticas da Baixa Idade Média no Ocidente. 
O evento contou com pesquisadores de renome nacional e internacional na área de 
Estudos Medievais, que participaram como conferencistas, palestrantes e ministrantes de 
mini-cursos. Foram organizadas ainda sessões de comunicação com a participação de 
pesquisadores e estudantes da graduação à pós-graduação que puderam apresentar pesquisas 
em andamento, assim como resultados de pesquisas desenvolvidas em programas de Pós-
Graduação de diversas áreas. 
Neste sentido, o evento cumpriu um dos seus principais objetivos: estimular o 
interesse pelos estudos medievais nos cursos de graduação, motivando os graduandos a 
apresentarem e discutirem suas pesquisas iniciais a especialistas da área, vindos de várias 
regiões do Brasil. 
Aproveitamos a ocasião para manifestar nosso agradecimento aos pesquisadores de 
diversas instituições brasileiras e estrangeiras que contribuíram a dar mais vitalidade ao 
Seminário através de trocas acadêmicas e de laços interinstitucionais fomentados a partir 
dessa reunião em torno dos estudos medievais. Além da Paraíba, estiveram presentes 
pesquisadores de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará, Minas Gerais, 
Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Brasília, assim como do outros países: Argentina e 
Holanda. 
Agradecemos também à Fundação CAPES pelo apoio financeiro concedido, 
viabilizando a vinda de grande parte dos professores convidados e possibilitando ainda as 
publicações dos trabalhos resultantes das discussões ocorridas no Seminário. 
Os textos reunidos nesses Anais refletem a pluralidade de temas e abordagens que 
foram apresentados no II Seminário de Estudos Medievais da Paraíba. Os anais estão 
divididos em quatro sessões: Conferências, Palestras, Mesas-redondas e Comunicação. Ao 
final das sessões disponibilizamos os trabalhos apresentados na primeira edição do evento. 
Feita a apresentação, desejamos a todo(a)s uma boa leitura e até o próximo Seminário! 
 
Luciana Eleonora de F. Calado Deplagne 
Fabrício Possebon 
Organizadores 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
7 
 
SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................... 6 
Luciana Eleonora de F. Calado Deplagne ................................................................................. 6 
Fabrício Possebon ...................................................................................................................... 6 
CONFERÊNCIAS .................................................................................................................. 13 
UNA TIPOLOGÍA DE LAS MUJERES SABIAS EN LA LITERATURA ESPAÑOLA 
MEDIEVAL ............................................................................................................................ 13 
Alicia Esther Ramadori ............................................................................................................ 13 
MÍSTICA FEMININA NA IDADE MÉDIA HISTORIOGRAFIA FEMINISTA E 
DESCOLONIZAÇÃO DAS PAISAGENS MEDIEVAIS ................................................... 27 
Lieve Troch ...............................................................................................................................27 
PALESTRAS ........................................................................................................................... 40 
A MULHER EM CARMINA BURANA .............................................................................. 40 
Eduardo Hoornaert .................................................................................................................. 40 
MESAS-REDONDAS ............................................................................................................. 47 
O MOVIMENTO DAS BEGUINAS: INTERFACES E RESSONÂNCIAS EM 
EXPERIÊNCIAS SÓCIO-RELIGIOSAS FEMININAS DO PRESENTE ....................... 47 
Alder Júlio Ferreira Calado ..................................................................................................... 47 
LINGUAGEM MÍSTICA ERÓTICA MEDIEVAL: ASPECTOS PROPEDÊUTICOS 59 
Anderson D’Arc Ferreira ......................................................................................................... 59 
POSSIBILIDADES DE UMA LEITURA HERMENÊUTICA DAS CONFISSÕES DE 
AGOSTINHO DE HIPONA: A FILOSOFIA RICOEURIANA COMO VIA PARA 
REINTRODUÇÃO DO SAGRADO NA LEITURA FILOSÓFICA DAS CONFISSÕES75 
Andrés Bruzzone ....................................................................................................................... 75 
HELOISA E ABELARDO ..................................................................................................... 82 
Eduardo Hoornaert .................................................................................................................. 82 
RUY GONÇALVES E A DISCUSSÃO DO FEMININO NA REGÊNCIA DE D. 
CATARINA DE ÁUSTRIA ................................................................................................... 85 
Eduardo José de Azevedo Charters Fuentes Morais................................................................ 85 
Luisa Stella de Oliveira Coutinho Silva ................................................................................... 85 
A INFIDELIDADE DO CORPO FEMININO: IMAGENS DA JUSTIÇA E DA 
VIOLÊNCIA NO TEXTO POPULAR IBÉRICO .............................................................. 93 
Hermano de França Rodrigues ................................................................................................ 93 
 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
8 
 
O HOMEM INTERIOR E O DESPRENDIMENTO NA MÍSTICA DE MEISTER 
ECKHART ............................................................................................................................ 105 
Carlos Bezerra de Lima Júnior .............................................................................................. 105 
VOZES ENTRECRUZADAS: MEDIUNIDADE, HERESIA E SANTIDADE EM 
JOANA D’ARC .................................................................................................................... 113 
Iracilda Cavalcante de Freitas Gonçalves ............................................................................. 113 
“OS CARMINA BURANA: ENTRE O CÂNTICO DOS CÂNTICOS DE SALOMÃO E 
A CANTATA DE CARL ORFF” ........................................................................................ 120 
Maria da Conceição Oliveira Guimarães .............................................................................. 120 
ESPELHO DA LITERATURA, REFLEXO DO SAGRADO – REFLEXÕES 
FILOSÓFICAS SOBRE A MÍSTICA DE MARGUERITE PORETE ........................... 127 
Maria Simone Marinho Nogueira .......................................................................................... 127 
ASPECTOS RELIGIOSOS DO AMOR CONJUGAL NA OBRA "JÚLIA OU A NOVA 
HELOÍSA" DE ROUSSEAU: UM RETORNO À IDADE MÉDIA? .............................. 136 
Otacílio Gomes da Silva Neto ................................................................................................ 136 
A POBREZA COMO EXPRESSÃO MÁXIMA DA VITA VERA APOSTOLICA NOS 
ESCRITOS DE CLARA DE ASSIS ................................................................................... 143 
Valéria Fernandes da Silva .................................................................................................... 143 
IDEIAS RELIGIOSAS NO CRISTIANISMO PRIMITIVO: UMA ANÁLISE 
DISCURSIVA DO PROTO-EVANGELHO DE TIAGO ................................................. 152 
Valmir Nascimento de Moura ................................................................................................ 152 
Fabricio Possebon .................................................................................................................. 152 
ECOS DA FÁBULA E DO BESTIÁRIO MEDIEVAL EM “CONVERSA DE BOIS”, 
DE GUIMARÃES ROSA ..................................................................................................... 160 
Gilberto de Sousa Lucena ...................................................................................................... 160 
INÊS DE CASTRO: A FACE FEMININA DO AMOR MEDIEVAL EM PORTUGAL172 
Aldinida Medeiros .................................................................................................................. 172 
SESSÕES DE COMUNICAÇÕES ..................................................................................... 180 
JOANA D'ARC E BRANCA DIAS - PERSONAGENS DA INQUISIÇÃO: DIÁLOGO 
ENTRE MÁRTIRES ............................................................................................................ 180 
Adaylson Wagner Sousa de Vasconcelos ............................................................................... 180 
Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne .................................................................... 180 
ÉOWYN OU DERNHELM. UMA ANALISE DO ESTEREÓTIPOS DA MULHER 
GUERREIRA NAS OBRAS DE J. R. R. TOLKIEN ........................................................ 187 
Adhemar Correa Neto ............................................................................................................ 187 
Alessandro Lima Moraes ........................................................................................................ 187 
 
 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
9 
 
RED SONJA: A MULHER GUERREIRA NA ERA HIBORIANA ............................... 194 
Adriano Everton ..................................................................................................................... 194 
Luciana Campos ..................................................................................................................... 194 
A INTERPRETAÇÃO DA ÁRVORE DE JESSÉ NA IDADE MÉDIA ......................... 200 
Ana Caroline dos Santos ........................................................................................................ 200 
Jôkarlla Kataryne Oliveira Alcântara .................................................................................... 200 
MORTE CRISTÃ DO MEDIEVO: UMA FORMA DE REPENSAR O 
CRISTIANISMO CONTEMPORÂNEO DIANTE DA MORTE ................................... 207 
Ana Cândida Vieira Henriques .............................................................................................. 207 
Viviane Cristina Cândido ....................................................................................................... 207 
O LIRISMO E O MISTICISMO MEDIEVAL EM ADÉLIA PRADO .......................... 214 
André Sérgio Soares Guedes Trigueiro .................................................................................. 214 
Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne .................................................................... 214 
A MULHER E SEU PAPEL NA LITERATURA TROVADORESCA ..........................224 
Alba Caldeira Mello ............................................................................................................... 224 
O CONTRASTE ENTRE A MULHER RELIGIOSA E A FEITICEIRA EM 
MEMORIAL DO CONVENTO ............................................................................................ 229 
Ana Flávia da Silva Oliveira .................................................................................................. 229 
Aldinida Medeiros .................................................................................................................. 229 
NO DIA QUE ROLAND FALOU COM SOTAQUE NORDESTINO ............................ 238 
Caroline Sandrise dos Santos Maia ....................................................................................... 238 
Nilma Barros Silva ................................................................................................................. 238 
Wanderson Diego Gomes Ferreira ........................................................................................ 238 
Beliza Áurea ........................................................................................................................... 238 
IMAGENS DO FOL AMOR DE LANCELOT E GENEVRA D’ A DEMANDA DO 
SANTO GRAAL: DELÍRIOS DE AMOR E VISÕES DE TERROR ............................... 243 
Elenilda do Rosário Costa ...................................................................................................... 243 
Alessandra F. Conde da Silva ................................................................................................ 243 
HELGA E HONI: A FORÇA FEMININA NOS QUADRINHOS DE “HÄGAR, O 
HORRÍVEL” ........................................................................................................................ 252 
Elvio Franklin Menezes Teles Filho ....................................................................................... 252 
POÉTICA MEDIEVAL E ICONOGRAFIA MODERNA: UMA ANÁLISE 
COMPARATIVA DO CARMINA BURANA E OS CAPRICHOS, DE GOYA ............... 258 
Fernanda Alves de Morais ..................................................................................................... 258 
Wilder Kleber Fernandes Santana ......................................................................................... 258 
 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
10 
 
UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA FEMININA NAS GUERRAS GERMÂNICAS DO 
IMPÉRIO ROMANO À ERA VIKING ............................................................................. 266 
Gustavo Braga Santos ............................................................................................................ 266 
AS VALQUÍRIAS NO IMAGINÁRIO VIKING .............................................................. 272 
João Paulo Garcia Teixeira ................................................................................................... 272 
ENTRE A AGULHA E A ESPADA: AS MULHERES GUERREIRAS NAS CRÔNICAS 
DE GELO E FOGO ............................................................................................................... 280 
Jackson Franco de Sá Monteiro ............................................................................................. 280 
Johnni Langer ......................................................................................................................... 280 
Luciana Campos ..................................................................................................................... 280 
O CÁLICE DO DIABO: A FIGURA DE SATÃ NAS MULHERES MEDIVAIS 
EUROPEIAS ......................................................................................................................... 289 
José Lucas Cordeiro Fernandes ............................................................................................. 289 
AMOR E TRANSGRESSÃO: UMA LEITURA COMPARATIVA DAS CARTAS DE 
SOROR MARIANA ALCOFORADO E DE HELOÍSA .................................................. 297 
Késia Mota .............................................................................................................................. 297 
Leonardo Barbosa .................................................................................................................. 297 
Luciana E. de F. Calado Deplagne ........................................................................................ 297 
SUBJETIVIDADE DO HOMEM MEDIEVAL: AÇÃO E INTENÇÃO DO HOMEM 
NAS OBRAS DE AGOSTINHO E TOMÁS DE AQUINO .............................................. 304 
Khayles N. P. Alves ................................................................................................................ 304 
REPRESENTAÇÕES DAS AMAZONAS NA IDADE MÉDIA ...................................... 310 
Marília Colins ........................................................................................................................ 310 
Luciana Campos ..................................................................................................................... 310 
FEIA, FORTE E BOA DE BRIGA: AS REPRESENTAÇÕES DE BRITES DE 
ALMEIDA, A VALENTE PADEIRA DE ALJUBARROTA, NO IMAGINÁRIO 
PORTUGUÊS ....................................................................................................................... 315 
Michel Roger Boaes Ferreira ................................................................................................. 315 
Luciana Campos ..................................................................................................................... 315 
MALDITA SEJA A BELDADE DE ISEU: FEITIÇARIA E IMAGEM ........................ 320 
Pâmela Paula Souza Neri ....................................................................................................... 320 
O CONVENTO COMO ESPAÇO DE EMANCIPAÇÃO FEMININA EM PORTUGAL 
NO SÉCULO XVII ............................................................................................................... 328 
Paula Cristina Ribeiro da Rocha de Morais Cunha .............................................................. 328 
 
 
 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
11 
 
NAS BRUMAS DE AVALON: UMA LEITURA DO IMAGINÁRIO SIMBÓLICO DA 
MULHER/BRUXA NO FILME AS BRUMAS DE AVALON ........................................ 336 
Kelliane Felix Gonçalves........................................................................................................ 336 
Maylla Rolim de Sousa Araujo ............................................................................................... 336 
Rafael Francisco Braz ............................................................................................................ 336 
UMA FLOR DE ALTURA? PERFIL IGNORADO DE LEONOR TELES EM UM 
ROMANCE DE ANTÓNIO CANDIDO FRANCO .......................................................... 343 
Larícia Pinheiro Silva ............................................................................................................ 343 
Aldinida Medeiros .................................................................................................................. 343 
SUTIÃ DE AÇO: A REPRESENTAÇÃO DA MULHER GUERREIRA NO FILME 
COMO TREINAR SEU DRAGÃO .................................................................................... 351 
Ricardo Wagner Menezes de Oliveira .................................................................................... 351 
O EROTISMO MÍSTICO NA POESIA DE TERESA DE JESUS: ANIQUILAMENTO 
E ÊXTASE NA BUSCA DO ABSOLUTO .........................................................................359 
Maria Graciele de Lima ......................................................................................................... 359 
FACES DO MEDIEVO NO ‘RETÁBULO DE SANTA JOANA CAROLINA’, DE 
OSMAN LINS ....................................................................................................................... 368 
Rosana Maria Teles Gomes .................................................................................................... 368 
INTRODUÇÃO À TEORIA DOS VÍCIOS EM TOMÁS DE AQUINO ........................ 377 
Sebastiana Inácio da Silva ..................................................................................................... 377 
Maria Simone Marinho Nogueira .......................................................................................... 377 
ANAIS DO I SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS NA PARAÍBA ..................... 386 
ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE LES SERMENTS DE STRASBOURG .................. 386 
Ana Cristina Bezerril Cardoso ............................................................................................... 386 
A TRADUÇÃO DA DIDAQUÊ (CATECISMO CRISTÃO DO II SÉC.) ...................... 396 
Fabricio Possebon .................................................................................................................. 396 
MEDIEVALISMO E MODERNIDADE EM MAURICE VAN WOENSEL ................. 401 
Francisco José Gomes Correia (Chico Viana) ...................................................................... 401 
A POESIA FEMININA DE AL-ANDALUS NO SÉCULO XII ...................................... 407 
Iranice Gonçalves Muniz ........................................................................................................ 407 
ANÁLISE SEMIÓTICA DO POEMA CANTAR DE AMOR ........................................... 416 
Maria Elizabeth Baltar Carneiro de Albuquerque ................................................................. 416 
Maria Nazareth de Lima Arrais ............................................................................................. 416 
A DEMANDA DO SANTO GRAAL: UMA PROSA MEDIEVAL NA LITERATURA 
DE CORDEL ........................................................................................................................ 426 
Maria Nelcimá de Morais Santos ........................................................................................... 426 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
12 
 
"ROSVITA DE GANDERHEIM E LOURDES RAMALHO: O FEMININO NA 
DRAMATURGIA OCIDENTAL" ..................................................................................... 436 
Petra Ramalho Souto .............................................................................................................. 436 
O IMAGINÁRIO MEDIEVAL NOS FOLHETOS DE CORDEL: O PECADO COMO 
ETHOS CONTROLADOR ................................................................................................. 444 
Renata de Oliveira Pinto ........................................................................................................ 444 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
13 
 
 
CONFERÊNCIAS 
 
UNA TIPOLOGÍA DE LAS MUJERES SABIAS EN LA LITERATURA ESPAÑOLA 
MEDIEVAL 
 
Alicia Esther Ramadori 
Universidad Nacional del Sur 
Sociedad Argentina de Estudios Medievales 
alicia.ramadori@uns.edu.ar 
 
La representación de mujeres sabias aparece tempranamente en la literatura española 
medieval. Desde los primeros testimonios en el siglo XIII hasta la culminación del siglo XV, 
encontramos una y otra vez manifestaciones de la sabiduría femenina que va adquiriendo 
diversas configuraciones en correlación a las variables socioculturales, ideológicas y 
discursivas imperantes en los distintos momentos históricos. Así en el siglo XIII encontramos 
el modelo de la doncella sabia en el mester de clerecía y en la literatura sapiencial de 
procedencia árabe. En relatos caballerescos y ejemplares del siglo XIV, el personaje se 
transforma en reinas y damas que aconsejan con sabiduría y prudencia. En el siglo siguiente, 
encarna en ancianas que saben condensar sus experiencias de vida en expresiones 
proverbiales, las cuales merecen ser compiladas en refraneros o son incluidas en nuevos 
géneros discursivos. Propongo, por lo tanto, un recorrido por textos literarios de la Castilla 
medieval para mostrar los varios tipos de mujeres sabias que van apareciendo a lo largo de los 
siglos XIII al XV, de acuerdo a determinados condicionantes culturales y como resultado de 
la interacción entre tendencias tradicionales y nuevas ideologías emergentes. Una vez 
descriptos los diferentes paradigmas, estaremos en condiciones de interpretar las valoraciones 
inherentes a la condición de “mujer sabia”. Intentaremos responder cuestiones tales como: 
¿Cuál es el sentido de la exaltación de la sabiduría femenina? ¿Tiende hacia una equiparación 
con el hombre? ¿Significa realmente una visión positiva de la mujer o, por el contrario, 
encubre una intrínseca actitud misógina? 
 
1. La sabia erudita y cortesana 
 
La primera mitad del siglo XIII vio surgir en Castilla un movimiento de renovación 
cultural que trajo como consecuencia un nuevo concepto de sabiduría caracterizado por la 
confianza en la razón y en la experiencia y por una insaciable apetencia de saber. Como 
correlato de esta situación surge un nuevo estamento social: los clérigos o intelectuales, cuya 
principal función dentro de la sociedad consistirá en la adquisición y transmisión del saber. 
Las universidades, nacidas como corporaciones de maestros y estudiantes, serán el centro de 
su actividad. (Le Goff, 1965). Una renovación similar alcanza al ámbito literario, en el que se 
inicia la tendencia innovadora denominada por sus primeros cultores la “nueva maestría” o 
“mester de clerecía”, aludiendo a su novedad y carácter culto. Los textos del mester de 
II SEMINÁRIO DE ESTUDOS MEDIEVAIS DA PARAÍBA 
SÁBIAS, GUERREIRAS E MÍSTICAS 
Homenagem aos 600 anos de Joana D´Arc 
ISBN: 978-85-237-0603-6 
14 
 
clerecía son poemas narrativos que comparten una misma configuración discursiva encauzada 
en la estrofa de la cuaderna vía (cuartetas de versos de catorce sílabas monorrimos y 
consonantes). Se inspiran en fuentes escritas, preferentemente latinas, y han sido concebidos 
con sentido artístico así como elaborados retóricamente. Al mismo tiempo, canalizan las 
aspiraciones intelectuales de un grupo social que busca imponer paulatinamente sus ideales y 
modelos culturales. Uno de los medios de hacerlo es a través de la creación de un nuevo 
arquetipo heroico en el que la destreza física y la valentía guerrera han sido reemplazadas por 
cualidades más espirituales. (Ramadori, 2001 y 2011). 
El protagonista del Libro de Apolonio –poema perteneciente al mester de clerecía- 
constituye un acabado ejemplo del nuevo ideal de rey sabio en que las virtudes intelectuales 
están íntimamente vinculadas a su cortesía y bondad. El mundo en que se mueve el héroe es 
una sociedad refinada y culta, regida por códigos corteses que valoran las buenas maneras, el 
cultivo intelectual y artístico, la instrucción escolar. Pero la novedad mayor que aporta el 
Libro de Apolonio radica en la plasmación femenina de este modelo sapiencial, representada 
por Luciana, esposa de Apolonio, y por su hija Tarsiana. 
En la corte del rey Architrastes hace su aparición por primera vez Luciana, hija del 
mencionado rey. La joven se destaca por su belleza, discreción y buenas maneras; el poeta la 
llama “bienenseñada” (163b). Luciana es encarnación de una sociedad culta, similar a la 
creada por la novela cortesana del siglo XII. En este mundo, alejado tanto del campo de 
batalla de los cantares de gesta como del ascetismo de la literatura religiosa, sólo cabe el brillo 
de la persona cultivada. La intelectualidad de los personajes queda así relacionada 
estrechamente con su cortesía. En esta escena de la primera presentación, la música es el 
vehículo para la manifestación de la sabiduría de los personajes. 
 
Aguisósse la dueña, fiziéronle logar; 
tempró bien la vihuela en un son natural; 
dexó cayer el manto, parós’ en un brial: 
començó una laude, homne no vïo tal. 
Faziá fermosos sones, fermosas deballadas, 
quedaba a sabiendas la voz a las vegadas; 
faziá a la vihuela dezir puntos ortados, 
semejaban que eran palabras afirmadas. 
Los altos e los baxos, todos d’ella dizién: 
- “¡La dueña e la vihuela tan bien se avinién!” 
Lo tenién a fazaña cuantos lo veyén. 
Faziá otros depuertos que mucho más valién. 
Alabábanla todos, Apolonio callaba […] 
 (est.178-181a) 
 
La ejecución instrumental de Luciana es ponderada por la corte, sin embargo, merece 
las críticas de Apolonio, quien luego se convertirá en su maestro al demostrar que es “músico 
acabado”. La superioridad de Apolonio se confirma con la posterior exhibición de su propia 
maestría musical que tiene como consecuencia despertar el amor en Luciana y el 
reconocimiento unánime de toda la corte. 
 
 
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Fue levantando ‘l rey unos tan dulces sones, 
doblas e deballadas, temblantes semitones; 
a todos alegraba la voz los corazones; 
fue la dueña tocada de malos aguijones. 
Todos por una boca dizién e afirmaban 
que Apolo ni Orfeo mejor non violaban; 
el cantar de la dueña, que mucho alababan, 
contra el d’ Apolonio nada non lo preciaban. 
 (est.189-190) 
 
En la detallada pintura de la interpretación de ambos personajes y en sus palabras se 
trasluce la concepción medieval de la música que valora el conocimiento teórico, la destreza 
en la ejecución del instrumento y la capacidad crítica de juzgar en otros esos conocimientos y 
habilidades. (Devoto, 1972). 
Tarsiana heredará las virtudes intelectuales y la destreza musical de sus padres. A 
diferencia de Apolonio cuya instrucción se deduce de sus palabras y hechos, se menciona la 
educación recibida por Tarsiana desde sus primeros años. Ésta concuerda con la institución 
medieval de los Estudios Generales que se organizaban en dos ciclos correspondientes al 
Trivium y al Quadrivium. El poeta destaca el aprendizaje de dos disciplinas representativas de 
cada uno de ellos: gramática y música. La elección metonímica de estos saberes se justifica 
por la significación que ambos tuvieron en la Edad Media. Recordemos que la gramática se 
consideraba el principio y fundamento de las otras artes e integraba tanto el estudio de la 
lengua como de la literatura. La música, como ciencia, abarcaba el conocimiento de toda 
armonía: la del universo, la del hombre como microcosmos, la del mundo sensible, la de las 
matemáticas. (Curtius, 1955). 
El desarrollo de la trama justifica, asimismo, el énfasis puesto en estas disciplinas 
pues gracias a su práctica, Tarsiana conserva su vida y virginidad. Una detenida lectura de los 
discursos con que la joven convence a sus interlocutores revela también la eficaz aplicación 
de sus recursos retóricos y su sagacidad dialéctica: primero, suscita cierta piedad en Téofilo, 
encargado de matarla, que posibilita la salvación de su vida (est.378-379); luego, logra con 
sus prudentes palabras que Antinágoras y los demás hombres respeten su virginidad (est.407-
409); y finalmente obtiene autorización del dueño del burdel para cambiar su oficio por el de 
juglaresa (est.422-425). Sus conocimientos musicales son precisamente, los que le permiten 
este cambio con el que conseguirá mantener su pureza. A diferencia de Luciana, Apolonio 
reconocerá los méritos de la ejecución musical de su hija, que combina la destreza en el 
instrumento con el dominio de la teoría: “hobist’ en tu dotrina maestro bien letrado” (496d). 
Pero además, en el propósito de salvaguardar su castidad, utilizando sus conocimientos 
escolares para ganar dinero, Tarsiana ejemplifica, de manera bastante particular, la 
posibilidad de una aplicación pragmática del estudio que permite un ejercicio lucrativo del 
saber. 
Una situación parecida se da en la Historia de la donzella Teodor. El relato, cuyo 
origen se remonta hasta un cuento de Las mil y una noches, se difunde en España en el 
contexto de las traducciones de colecciones de sentencias y cuentos de procedencia árabe y 
del surgimiento de una importante literatura sapiencial compuesta en castellano, que se 
produce en la segunda mitad del siglo XIII bajo los auspicios de Alfonso X el sabio. Desde 
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entonces, ha tenido una enorme divulgación en todo el ámbito ibérico, llegando hasta la 
literatura de cordel brasilera, como lo prueba el conocido folheto “A Donzela Teodora” de 
Leandro Gomes de Barros (1865-1918), el poeta de Paraíba, autor de una recreación poética 
de la versión portuguesa en prosa (traducción, a su vez, de un pliego suelto español). La 
capacidad de adaptarse a todo tipo de entornos y la extensa pervivencia literaria 
particularizan, entonces, a esta obra (Baranda-Infantes, 1995). Básicamente, constituye una 
disputa de carácter enciclopédico, pues admite la exposición de toda clase de conocimientos, 
entre una joven esclava cristiana y tres sabios de la corte del rey Almanzor. Sin embargo, su 
principal atracción quizá se deba al marco narrativo que introduce la materia sapiencial. En él 
cobra vida una de las más exquisitas representaciones de la sabiduría femenina. 
La Historia de la doncella Teodor comienza con la compra de la joven por un 
mercader, quien al ver su hermosura y gentil disposición decide darle una esmerada 
educación: 
 
En los reinos de Tunez ouo vn mercader natural de Vngria, el qual entre los 
mercaderes era el mas rico que en el mundo se fallasse. E vn dia pasando por 
la plaça, vido vender vna donzella christiana que era de las partes de España. 
Y viéndola ser muy hermosa, compróla al moro que la traýa. E conociendo 
en su gentil disposición e criança que deuía ser fijadalgo, hízole mostrar a 
leer y escreuir e todas las sciencias que deprender pudiesse. La qual se dio 
tanto a la virtud y estudio que sobrepujo a todos los hombres e mugeres que 
en aquel tiempo fuesen, assi en sciencia como en música y otras infinitas 
maneras de artes. (p.103) 
 
Más allá de la coincidencia anecdótica de la venta en el mercado de esclavos, resulta 
evidente que Teodor y Tarsiana comparten en grado superlativo las mismas virtudes, 
educación y dedicación al estudio. En ambas se destaca su pericia musical y las dos exponen 
sus conocimientos en contiendas que, a través del juego de preguntas y respuestas, permiten 
develar un saber presentado como enigmático. En el caso de Tarsiana, la resolución de 
adivinanzas tiene como fin inmediato alegrar a Apolonio pero, en realidad, sirven para la 
anagnórisis entre padre e hija, resaltando la filiación también por la posesión de cualidades 
intelectuales semejantes. En la historia de Teodor, cumplen una función más axial porque, 
cuando el mercador se encuentraarruinado y la venta de la doncella es el único medio para 
recuperarse, la sabiduría de la joven será examinada por los sabios de Almanzor para justificar 
el alto precio pedido. El triunfo de Teodor sobre los doctos hombres provoca el merecido 
reconocimiento de toda la corte y la obtención de beneficios materiales con lo que evita la no 
deseada venta. Nuevamente estamos ante una aplicación práctica del saber que acarrea una 
mejora pecuniaria. 
Aunque los asuntos propuestos en el debate varían en las distintas versiones de su 
extensa transmisión, el marco narrativo permanece estable en sus principales puntos. Sucede 
así porque la valoración y exaltación de la sabiduría de la doncella es tan importante como la 
enseñanza de determinados conocimientos. Ella vence no sólo por tener un caudal mayor de 
saberes, sino porque su educación le ha proporcionado un perfeccionamiento interior contra el 
que no podrán los sabios del rey. Contrariamente a lo esperado, la joven probará el 
insuficiente grado de sabiduría de ese espacio cortesano (Gómez Redondo, 1999: I). Obligada 
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a medir sus conocimientos con los hombres, que se muestran como poseedores exclusivos del 
patrimonio del saber, supera airosa también el examen iniciático que la introduce en el 
reducido círculo de los sapientes. (Goldberg, 1982). Por eso, su último contendiente que se 
había manifestado como el más agresivo y soberbio, termina reconociendo: 
 
“Yo os digo, señor, ciertamente que esta doncella sabe mas que yo; e desde 
aquí os digo que ella es bastante de disputar con todo el mundo e quedar 
vencedora, e que vuestra Alteza le deue dar señaladas mercedes e mucha 
honrra” […] E vista por el rey la peticion que la buena e discreta donzella le 
fazía, e conosciendo su alteza la razon e justicia que para ello tenía […] 
mando al sabio por sentencia que luego en esse punto se desnudasse de todos 
sus paños e los diesse e entregasse a la donzella. (pp. 130-131) 
 
En cuanto la contienda implica la transferencia de poder del que interroga al que 
contesta acertadamente, en el relato se materializa este traspaso en las recompensas que recibe 
Teodor y en la penalidad de la desnudez que corresponde a su vencido contrincante. 
Otra doncella sabia que también resulta examinada aparece en un relato ejemplar 
intercalado en el Libro del caballero Zifar. En medio de un episodio maravilloso 
protagonizado por un Caballero Atrevido, el narrador introduce una digresión moralizadora 
contra las mujeres que aman a muchos hombres, ilustrada con un exemplum atribuido a San 
Jerónimo sobre las preguntas que hizo un padre a su hija sobre los amores de las mujeres. 
Interesa aquí destacar tanto el aprecio que reciben las dotes intelectuales de la joven, como el 
papel de examinador que asume el padre al dudar de la verdad de sus saberes. 
 
E dize asy: que vn ome bueno auía vna fija muy fermosa e muy leyda e de 
buena palabra e de buen resçebir, e plaziale mucho de dezir e de oyr, e por 
todas razones era muy visitada, e era familiar de muchas dueñas quando 
yuan a los santuarios en romeria, por muchas plazenterias que les sabia 
dezir. E porende quiso el ome bueno saber de estos amores que su fija 
mostraua a todos, sy eran verdaderos; e dixole: “Ya mia fija mucho amada e 
muy visitada e muy entendida en muchos bienes, dezidora de buenas cosas e 
plazenteras, queriades que feziesemos vos e yo vn trebejo de preguntas e de 
respuestas, en que tomasemos algunt plazer?”. Respondio la fija: “Ya mi 
padre e mi señor, sabet que todo aquello que a vos plaze plaze a mi, e sabe 
dios que muy grant deseo auia de ser conbusco en algunt solas, porque 
viesesdes sy era en mi algunt buen entendimiento”. “Fija amiga”, dixo el 
padre, “decirme hedes verdat a las preguntas que vos feziere?”. “Çertas, sy 
dire”, dixo la fija, “segunt el entendimiento que en mi ouiere, e non vos 
encubriré ninguna cosa, maguer que algunas de las palabras que yo dixiere 
sean contra mi”. (pp. 246-247). 
 
Si bien el interrogatorio se desarrolla en un clima cordial y la joven lo acepta con 
buena predisposición, el propósito del diálogo, además de censurar los amores femeninos, 
muestra un cuestionamiento de la sabiduría y la inclinación hacia la verdad por parte de las 
mujeres. Sin embargo, la joven sale bien librada de la situación y sus respuestas satisfacen 
plenamente al padre. 
Esta doncella no es la única representación de la mujer sabia que nos ofrece el Libro 
del caballero Zifar: encontramos también el tipo de la sabia prudente y consejera. 
 
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2. La sabia prudente y consejera 
 
El Libro del caballero Zifar, relato caballeresco de la primera mitad del siglo XIV, 
muestra una complejidad compositiva propia de la época medieval, resultado de la sumatoria 
de una estructura de entrelazado que combina distintas historias narradas, la confluencia de 
diversos géneros discursivos y la reelaboración de diferentes fuentes. Sin embargo, hay un 
principio de unidad que organiza el texto tanto a nivel narrativo como ideológico. Así se 
presenta la historia de la recuperación de un linaje, primero, por obra de Zifar que asciende de 
esforzado caballero a rey de Mentón; a continuación, por Roboán, el hijo menor que, también 
por sus méritos, alcanza la dignidad de emperador y corona el ascenso de su familia. Se 
reviste a la aventura caballeresca de altos valores ético-políticos y se le adjudica una nueva 
proyección en el ámbito social, en consonancia con el contexto de producción de la obra. Más 
allá del debate sobre la fecha de composición –ya sea en los primeros años del siglo XIV o 
entre las décadas de 1320 a 1330- no puede negarse su vinculación con un entorno político-
cultural dominado por la figura y pensamiento de la reina María de Molina, esposa de Sancho 
IV y dos veces regente durante las minoridades de Fernando IV y Alfonso XI. Frente a los 
ideales de la clerecía formada en las universidades y partícipe del proyecto ecuménico y 
cientificista de Alfonso X, la pareja regia tuvo que construir un nuevo entramado ideológico, 
asociado a la escuela catedralicia de Toledo. Así, la concepción de un saber concebido como 
una totalidad a la que se puede acceder a través de la razón y el estudio científico, se sustituye 
por la idea de que la sabiduría y el entendimiento del hombre provienen de Dios. La 
influencia eclesiástica en el dominio sapiencial también se observa en la subordinación del 
conocimiento a la ejecución de las buenas obras, que sólo pueden acabarse con la ayuda de 
Dios. (Gómez Redondo, 1999: II). 
El protagonismo histórico de doña María en la defensa de este ideario y su proyección 
política puede verse reflejado en los personajes femeninos del Caballero Zifar, especialmente 
las reinas prudentes que saben aconsejar con discreción y sensatez. Ilustraré este nuevo tipo 
de mujer sabia con dos ejemplos que aparecen en distintos momentos y niveles de la 
narración. En primer lugar, con Grima la mujer de Zifar, apenas iniciada la historia y luego, 
con la reina consejera del exemplum contado por Roboán al conde de Turbia. 
En los prolegómenos de la narración sobre Zifar, el primer personaje del que se habla 
es su esposa Grima. Al referir el sumario de la historia, se describen las cualidades de la mujer 
antes de la presentación del héroe y se la considera igualmente merecedora de los premios con 
que Dios los compensa por las vicisitudes y los obstáculos que debensuperar en sus 
aventuras. 
 
Cuenta la estoria que este cauallero auia vna dueña por mujer que auia 
nombre Grima e fue muy buena dueña e de buena vida e muy mandada a su 
marido e mantenedora e guardadora de la su casa; pero atan fuerte fue la 
fortuna del marido que non podia mucho adelantar en su casa asy commo 
ella auia mester. E ouieron dos fijuelos que se vieron en muy grandes 
peligros, asy commo oyeredes adelante, tan bien commo el padre e la madre. 
E el mayor auia nombre Garfin e el menor Roboan. Pero Dios, por la su 
piedat, que es endereçador de todas las cosas, veyendo el buen propósito del 
cauallero e la esperança que en el auia, nunca desesperando de la su merçed, 
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e veyendo la matenençia de la buena dueña, e quan obediente era a su 
marido e quan buena criança fazia en sus fijuelos e quan buenos castigos les 
daua, mudoles la fortuna que auian en el mayor e mejor estado que vn 
cauallero e vna dueña podrían auer, pasando primeramente por muy grandes 
trabajos e grandes peligros. (p.73) 
 
La figura de Grima, enaltecida con virtudes éticas que refieren la benevolencia de su 
carácter y sus buenas costumbres, se muestra entonces asociada a su marido y se prepara así la 
función de consejera que inmediatamente cumplirá. En las palabras que dirige a Zifar cuando 
lo escucha en oración lamentándose de su situación, revela su prudencia y sensatez, al mismo 
tiempo que lo persuade de la conveniencia de recibir los consejos de los amigos, 
desempeñando simultáneamente ese papel de consejera. 
 
“Amigo señor”, dixo ella, “si pesar es que remedio ninguno non puede ome 
auer, dexalo oluidar; ca en los males que por ninguna manera no se pueden 
esquiuar, no ay otro remedio sino es dexarlo oluidar e non pensar en ello, e 
dexarlo pasar por su ventura. Mas sy cosa es en que algunt buen 
pensamiento puede aprouechar, deue ome partir el cuidado con sus amigos, 
ca mas pueden pensar e cuidar muchos que vno, e mas ayna pueden açertar 
en lo mejor. E non deue ome enfiuzar en su buen entendimiento solo, 
commoquier que Dios le de buen seso natural; ca do ay buen seso ay otro 
mejor. E porende todo ome que alguna grant cosa quiere començar e fazer, 
deue lo fazer con consejo de aquellos de quien es seguro quel consejaran 
bien. (pp.79-80) 
 
Zifar, consolado con las palabras de Grima, accede a contar sus preocupaciones, pero 
antes se asegura de que su esposa guarde el secreto con el relato de dos cuentos sobre la 
amistad. En la moralización que extrae de las narraciones, el caballero distingue a Grima entre 
todas las mujeres – que según la común creencia son incapaces de mantener secretos- con la 
enumeración de las mismas virtudes con la caracterizó el narrador al comienzo del libro, 
destacándose especialmente su sensatez y obediencia. (Ver p.92). Con la separación de los 
esposos e hijos, no disminuirá la importancia de la figura de Grima, que continuará 
destacándose por su conducta regida por la bondad y la prudencia. Incluso en la dramática 
circunstancia del reencuentro con Zifar, su actitud estará determinada por la misma discreción 
y lealtad al marido. 
En la aventura que Roboán lleva a cabo en el condado de Turbia se ve precisado de 
modificar la conducta injusta del conde hacia sus vasallos con el relato de un conocido 
cuento, cuyo origen puede remontarse hasta una obra de Séneca, De Clementia. (Rossaroli, 
1990). En el relato inserto aparece una reina que, angustiada por la vida pesarosa que lleva su 
esposo, le solicita que comparta con ella los motivos por los que siempre está armado y en 
continua vigilancia. El rey se niega porque considera que la mujer no puede aconsejarle 
ninguna solución a su problema. La respuesta de la reina muestra una discreción de la que 
carece su marido: “Señor, non dezides bien”, dixo la reyna, “ca non ha cosa en el mundo por 
desesperado que sea, que Dios non puede poner remedio.” (p.393). Al igual que Grima, 
resalta el valor del consejo y logra persuadir al rey para que acepte el suyo. Las sensatas 
palabras de la mujer inducen al rey a confesar que teme la represalia de sus vasallos porque ha 
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sido cruel e injusto con ellos. La reina no duda en dar su consejo al monarca a través de una 
analogía con los tratamientos médicos de la enfermedad: 
 
“Señor”, dixo la reyna, “por el mio consejo vos faredes commo fazen los 
buenos físicos a los dolientes que tienen en guarda … E a las vegadas con el 
contrario guarescen los enfermos de las enfermedades grandes que han. E 
pues este vuestro mal e vuestro reçelo tan grande e tan desesperado es que 
non cuydades ende ser guarido en ningunt tiempo, tengo que vos conuiene 
de fazer el contrario de lo que fezistes fasta aquí, e por auentura que seres 
librado deste reçelo, queriendo vos Dios fazer merçed”. (pp.393-394) 
 
La consejera no se limita a decir qué hacer sino que a continuación detalla los pasos 
que debe seguir para obtener el perdón de sus súbditos: convocar a sus vasallos, reconocer los 
males y desafueros cometidos contra ellos y pedirles perdón mostrando que le pesa 
profundamente el mal que les ha ocasionado. Se advierte claramente la correspondencia con 
los pasos que deben seguirse en el sacramento de la confesión. (Rossaroli, 1990). Los 
prudentes consejos de la mujer no provienen sólo de una sagacidad innata sino también, del 
conocimiento y la práctica de principios cristianos. Vemos así encarnado el ideal de sabiduría 
que sostiene que el entendimiento en cuanto don divino debe aplicarse para la consecución de 
las buenas obras, que sólo con la ayuda de Dios pueden alcanzarse. 
El mismo modelo de mujer prudente encontramos en otro relato que integra la 
colección de El Conde Lucanor de Don Juan Manuel, el noble escritor cercano también al 
entorno ideológico del molinismo. El exemplo L contiene la historia del amor de Saladino por 
la mujer de un vasallo, la cual logra rechazarlo con agudeza e ingenio. Ante el requerimiento 
amoroso del rey, la dueña “commo era muy buena et de muy buen entendimiento” le propone 
un enigma a modo de prueba: “cuál era la mejor cosa que omne podía aver en sí, et era madre 
et cabeça de todas las bondades” (p.208). Ante su incapacidad y la de los sabios para dar la 
respuesta correcta, Saladino comienza un extenso peregrinaje motivado, ya no por la pasión 
hacia la mujer sino, por un alto sentido del honor que le exige acabar lo comenzado. 
Finalmente obtiene la respuesta acertada de un anciano caballero: ésta es la vergüenza. 
Cuando reclama a la mujer la satisfacción de sus deseos como recompensa a la solución 
lograda, nuevamente se observa la discreción de la dama que consigue que el soberano se 
avergüence de su lujuria: 
 
Cuando Saladín todas estas buenas razones oyó et entendió cómo aquella 
buena dueña, con la su bondat et con el su buen entendimiento, sopiera 
aguisar que fuesse él guardado de grand yerro, gradesciólo mucho a Dios. 
(p.213) 
 
La mujer del vasallo emplea su prudencia e inteligencia para salir con éxito de una 
situación complicada; otra vez son las adivinanzas el recurso elegido para sortear la dificultad 
e imponer una prueba. Paralelamente actúa como una buena consejera al corregir el mal 
comportamiento del rey. En este papel, por un lado, se opone al mal consejero del inicio del 
cuento, que avaló la conducta deshonrosa del monarca al estimular su lujuria y, por otro, se 
alinea entre los de buen entendimiento,tal como el mismo Patronio es caracterizado por el 
conde Lucanor en el marco narrativo. 
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Cualquier panorama literario sobre el siglo XIV estaría incompleto sin alguna mención 
al Libro de buen amor, obra del mester de clerecía de Juan Ruiz, Arcipreste de Hita. Es un 
texto poético que se distingue por su pluralidad connotativa y el acentuado sentido estético, 
resultado de la habilidad artística del autor que adapta la tan diversificada materia a una 
intencionalidad regida por la ambigüedad y la ironía. Está constituido como una serie de 
episodios amorosos articulados por la presencia de un narrador protagonista, que se identifica 
con el Arcipreste de Hita. El relato de las aventuras amorosas se alterna con abundantes 
disquisiciones doctrinales y digresiones narrativas, en correspondencia con la continua 
fluctuación entre lo serio y lo jocoso, el tono admonitorio y la ironía burlesca. En este 
contexto, toda la responsabilidad interpretativa se deriva al lector: “Entiende bien mis dichos 
e piensa la sentencia” (46a), recomienda el narrador, para insistir a continuación: 
 
La del buen amor son razones encubiertas: 
trabaja do fallares las sus señales çiertas; 
si la razón entiendes o en el sesso açiertas, 
non dirás mal del libro que agora refiertas. (est.68) 
 
La particularidad del Libro de buen amor radica en que extiende al lector las 
cualidades intelectuales que, en el mester de clerecía del siglo XIII, se reservaban a los poetas 
y a los personajes modélicos. Aunque la principal nota distintiva está dada por la ambigüedad 
intencional y la ironía como principal estrategia discursiva, que afectan también la apreciación 
de los paradigmas sapienciales; sin embargo, encontramos algunas damas que se caracterizan 
por su sensatez y cordura, especialmente al rechazar los requerimientos amorosos del 
Arcipreste. En la primera aventura amorosa la mujer se presenta como una “dueña guardada” 
(est.78), “de buenas costumbres” (est.79), que sabe aconsejarse a sí misma y refutar a la 
mensajera argumentando con exempla y proverbios, valorándose además de sus cualidades 
intelectuales, su erudición: 
 
Como la buena dueña era mucho letrada, 
sotil e entendida, cuerda e bien messurada, 
dixo a la mi vieja, que le avia enbiada, 
esta fabla conpuesta, de Isopete sacada. (96) 
 
La tercera aventura amorosa repite un esquema semejante y la dueña encerrada que la 
protagoniza se reviste de las mismas virtudes intelectuales, combinadas con cualidades 
sociales y atributos físicos (est.167-169). 
A pesar de que el equívoco subyace en toda la obra, no se percibe vacilación en el 
tratamiento de estas mujeres cuerdas que rehúsan el amor. El aprecio por este tipo de la dueña 
prudente que sabe aconsejarse puede ponerse en correlación con los constantes avisos de 
aplicar el buen entendimiento para la correcta comprensión del libro y para el buen obrar. En 
este sentido, también el Libro de buen amor queda enlazado con la corriente ideológica que 
nace del molinismo. 
 
 
 
 
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3. La sabia experimentada y paremióloga 
 
Entre la complejidad discursiva e intencional del Libro de buen amor, emerge el tercer 
tipo de mujer sabia que reconocemos: la vieja que aúna la sabiduría de la experiencia de vida 
y la capacidad de transmitirla condensándola en expresiones proverbiales. Esta figura de la 
anciana que compendia un conocimiento vital, adquirido a lo largo de la propia existencia, se 
transforma en fuente de cognición para su comunidad y, al mismo tiempo, se integra en el 
“conjunto venerable receptor de una sabiduría antigua”. (Bizzarri, 2004). Esta idea es la base 
de la recopilación del Seniloquium, o Refranes de los viejos, compilación manuscrita del siglo 
XV que combina refranes castellanos con glosas latinas, las cuales interpretan los proverbios 
desde una perspectiva jurídica: “En primer lugar afirmo que los proverbios se llaman ley 
antigua, pues se suele decir «es un antiguo proverbio»… En segundo lugar mantengo que la 
vejez o antigüedad debe venerarse o reverenciarse, porque, aquello que los antiguos dicen 
debe considerarse como Derecho…” (p.47). En Seniloquium se proclama la identidad de los 
ancianos con la sabiduría y la prudencia, equiparando su autoridad con la Sagrada Escritura y 
llamando al viejo “maestro de doctrina y testigo de vida”. Anteriormente las mismas nociones 
habían sido incluidas en el Libro de buen amor (en el episodio de doña Endrina, basado en la 
comedia latina Pamphilus) 
 
Esta en los antiguos seso e sabiençia; 
es en el mucho tiempo, el saber e la çiençia, 
la mi vieja maestra ovo ya conçiencia, 
e dio en este pleito una buena sentencia (886) 
 
En distintos lugares del Libro de buen amor aparecen referencias a la vieja como 
productora de proverbios populares o refranes, que en la literatura medieval castellana reciben 
diversos nombres: fabla, fablilla, pastraña, parlilla, vieso o verso, palabra, retraire, ejemplo, 
proverbio, fazaña, conseja, vulgar, brocárdico. (O’Kane, 1950). La primera mención muestra 
la sagacidad de las ancianas en una paremia que se reproduce para autorizar las advertencias 
del Arcipreste sobre la correcta comprensión del libro, después del relato del exemplum de los 
griegos y los romanos: 
 
Por esto diz’ la pastraña de la vieja ardida: 
“Non ha mala palabra si non es a mal tenida” (64ab) 
 
Luego vuelve aparecer en el ámbito de lo real y cotidiano, que constituye el contexto 
en el que surgen y se transmiten los proverbios; en este caso, en relación a una de las tareas 
habituales que tipifica a la vieja decidora de refranes: el hilado. 
 
Commo dize la vieja, quando beve su madexa, 
“Comadre, quien más non puede, amidos morir se dexa” (957ab) 
 
Mientras que realiza su labor, rodeada de otras mujeres, la vieja se constituye en la voz 
de la experiencia que comenta y enjuicia a través de la generalización que le provee la 
paremia, aplicándola a una situación específica. 
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En la descripción del mes de noviembre, referida a las actividades propias de esa 
época invernal del año, el Arcipreste introduce la otra característica estereotípica de esta vieja 
formuladora de refranes: “tras el fuego”. 
 
Comía nuezes primeras e asava las castañas; 
mandava senbrar trigo e cortar las montañas, 
matar los gordos puercos e desfazer las cabañas; 
las viejas tras el fuego ya dizen las pastrañas (1273) 
 
Ya tenemos completo el proceso configurador de la imagen de la vieja como el tipo de 
sabia experimentada y paremióloga que consagrará el primer refranero impreso bajo el 
nombre del Marqués de Santillana: 
 
Iñigo López de Mendoça a ruego del rrey don Juan ordenó estos refranes que 
dizen las viejas tras el fuego y van ordenados por el [orden del] a.b.c. 
 
 Como prueba el epígrafe, este refranero se compuso para el entorno cortesano del rey. 
De esta manera, la vieja decidora de refranes se aleja de su propio ámbito popular y cotidiano 
para entrar de lleno en la esfera aristocrática de la cultura cortesana. Pero aunque trascienda 
este contexto, la sabiduría que transmiten los refranes adscriptos a las viejas, continúa 
constituyendo una intelectualización de experiencias vitales y un código ético por el que serige una comunidad específica. 
Con los Refranes que dizen las viejas tras el fuego, la sabiduría femenina se ve 
nuevamente obligada a competir en el círculo cerrado del conocimiento de los hombres. Sin 
embargo, en esta última contienda, el conocimiento de las mujeres no podrá pasar triunfante 
la prueba: el saber proverbial de las ancianas es cuestionado en su verdad y la vieja se 
transforma en una mediadora de engaños. Paradójicamente (o no) el primer embate proviene 
del Libro de buen amor. 
 
Si parienta non tienes atal, toma [de unas] viejas 
que andan las iglesias e saben las callejas, 
grandes cuentas al cuel[l]o, saben muchas consejas; 
con lágrimas de Moisén escantan las orejas (438) 
 
La dueña dixo: “Vieja, mañana madrugueste 
a dezirme pastrañas de lo que ayer me fablaste (1410ab) 
 
Trotaconventos, la vieja alcahueta del Arcipreste, preanuncia los nuevos rasgos que 
asume el paradigma al encarnarse en la protagonista de La Celestina. Esta célebre obra 
testimonia las grandes trasformaciones culturales y económicas producidas a fines del siglo 
XV que provocan la fuerte impronta materialista de la sociedad urbana, nuevo ámbito en 
donde se desenvuelve el tipo de la sabia experimentada y paremióloga. El primer cambio 
significativo se produce cuando la sabiduría de la vieja deja de funcionar como código ético 
para guiar la conducta correcta y se transforma en instrumento de persuasión y manipulación. 
Celestina siempre tiene presto un proverbio con que autorizar sus interesadas razones, incluso 
en sus soliloquios utiliza los refranes para autoconvencerse de su accionar: 
 
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¡Oh buena fortuna, cómo ayudas a los osados y a los tímidos eres contraria. 
Nunca huyendo huye la muerte al cobarde! ¡O cuántas erraran en lo que yo 
he acertado! ¿Qué hizieran en tan fuerte estrecho estas nuevas maestras de 
mi officio sino responder algo a Melibea por donde se perdiera quanto yo 
con buen callar he ganado? Por esto dizen quien las sabe las tañe, y que es 
más cierto médico el sperimentado que el letrado, y la experiencia y 
escarmiento haze a los hombres arteros, y la vieja, como yo, que alce sus 
haldas al pasar del vado, como maestra. (V, pp.171-172) 
 
A través del enhebrado de paremias sostiene la idea de la pericia que da la experiencia 
por sobre el mismo estudio. También Celestina enuncia el argumento de la sabiduría que da la 
vejez, cuando quiere persuadir a los jóvenes para que actúen según su conveniencia: “Óyeme 
si no me has oýdo, y mira que soy vieja y el buen consejo mora en los viejos y de los 
mancebos es propio el deleite” (VII, p.192). Sin embargo, antes la misma Celestina había 
denostado la vejez por sus males, aunque reconociendo que todos quieren vivir con la cita de 
un refrán: “Porque, como dizen, biva la gallina con su pepita” (V, p.155). (Bizzarri, 2004). 
El tipo de la sabia experimentada y paremióloga, encarnado en la mujer anciana, sufre 
un segundo cambio cuando se la despoja de su sabiduría expresada mediante paremias y se la 
degrada a ser una simple transmisora de patrañas, dándole a éstas el único sentido de ficciones 
vanas, pues no se procura sacar de ellas ningún buen consejo. En voz de las viejas ya no están 
los proverbios, sino sólo triviales consejas. Otros textos se sumarán al desprestigio de la 
sabiduría de las viejas decidoras de refranes. Así en el Arcipreste de Talavera (1438), tratado 
que cuestiona el amor mundano y satiriza las mujeres con la descripción pintoresca de sus 
vicios y costumbres, se reducirán sus saberes a “consejuelas de viejas, pastrañas o… fablillas” 
(p.204). (Rodríguez Valle, 2008). 
Ya es momento de detenernos en este intenso recorrido que emprendimos por la 
literatura medieval española tras los pasos de las mujeres sabias y retomar las preguntas que 
planteábamos al inicio: ¿Cuál es el sentido de la exaltación de la sabiduría femenina? ¿Tiende 
hacia una equiparación con el hombre? ¿Significa realmente una visión positiva de la mujer o, 
por el contrario, encubre una intrínseca actitud misógina? 
En primer lugar, hemos de destacar lo obvio que fuimos señalando: la apreciación de 
la sabiduría de la mujer varía y está condicionada por factores socioculturales e ideológicos 
propios de cada momento. En las obras del mester de clerecía y la literatura sapiencial del 
siglo XIII, representadas por el Libro de Apolonio y la Historia de la doncella Teodor, la 
caracterización de las protagonistas como sabias refleja los ideales culturales de los autores, 
especialmente en lo que respeta a la educación y al estudio como factores de superación 
espiritual y material. No se establecen grandes diferencias con el modelo masculino, aunque 
se asienta la superioridad del hombre sobre la mujer y se suma la castidad como virtud 
inherente de la condición femenina. Los relatos caballerescos y ejemplares del siglo XIV, 
ilustrados con el Libro del caballero Zifar y El Conde Lucanor, muestran la superación de 
esta ideología racionalista y ecuménica sostenida por Alfonso X por un nuevo ideario 
propiciado por la prolongada participación política de la reina María de Molina. Las mujeres 
sabias se distinguirán por poseer el don divino del entendimiento que aplicarán con prudencia 
en la función de consejeras y en la consecución de buenas obras. Tanto Grima, la mujer de 
Zifar, y la reina del exemplum de Roboán, como la esposa del vasallo de Saladino en el relato 
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de El Conde Lucanor comparten las mismas virtudes de discreción y lealtad, que ponen al 
servicio del honor y bienestar de sus maridos. Incluso en un texto ambiguo y polivalente 
como el Libro de buen amor también puede encontrarse la exaltación de la sensatez y la 
cordura en damas que obran correctamente aconsejándose con su buen entendimiento. En esta 
obra comienza a gestarse el tercer tipo de mujer sabia que se identifica con la vieja 
experimentada y formuladora de proverbios. Al igual que los otros modelos sapienciales, 
prevalece la misma valoración positiva propia de la presentación paradigmática que suponen 
todos. Sin embargo, la común subordinación a la figura masculina que de una u otra forma se 
desliza en cada uno de ellos, en este caso provoca una devaluación del modelo. En La 
Celestina la protagonista es una vieja experimentada y hábil manipuladora del discurso 
paremiológico que emplea en beneficio propio, en un mundo femenino que se presenta 
independizado de la tutela del hombre. Quizá porque el saber proverbial y la experiencia de 
vida de la vieja no puedan someterse a la autoridad varonil ni servir exclusivamente a los 
intereses masculinos, terminarán siendo descalificados y ridiculizados. En los siglos 
siguientes, la estimación del saber proverbial quedará confinada a la jurisdicción del hombre, 
única voz acreditada para proclamarlo. 
La representación de la sabiduría femenina subordinada al dominio del hombre ha 
llevado a pensar que los textos protagonizados por mujeres sabias no se alejan tanto de la 
corriente misógina, de la que son sólo una variante singular. Si bien estos personajes 
constituyen una excepción del preconcepto generalizado que considera a la mujer como 
simple y necia, las propias palabras de algunas protagonistas como Teodor reforzarían la 
perspectiva antifemenina. (Lacarra, 1993). Sin negar la cuota de certeza que subyace en las 
inferencias señaladas, hay que recordar que estos textos medievales están concebidos deacuerdo a una visión masculina de la cuestión. No podemos esperar una formulación 
feminista o simplemente femenina del asunto porque las obras literarias responden a los 
condicionantes culturales e ideológicos de los contextos de producción y difusión originales, 
dominados por los hombres. No obstante, considero que en general las figuraciones de la 
mujer sabia en la literatura española medieval muestran una valoración positiva de estos 
paradigmas femeninos y, consecuentemente, de la mujer. 
 
Ediciones 
 
Don Juan Manuel. El conde Lucanor. Edición, estudio y notas de Guillermo Serés. Prólogo de 
Germán Orduna. Barcelona, Crítica, 1994. 
García de Castro Diego, Seniloquium. Traducción y edición crítica de Fernando Cantalapiedra 
Erostarbe y Juan Moreno Uclés. Universitat de Valencia, PUV, 2006. 
Historia de la Donzella Teodor. Edición de Walter Mettmann. Weisbaden, Akademie der 
Wessenschaften und der Literatur, 1962. 
Libro de Apolonio. Introducción, edición y notas de Manuel Alvar. Barcelona, Planeta, 1984. 
Libro del Caballero Zifar. Edición de Cristina González. Madrid, Cátedra, 1998. 
López de Mendoza Iñigo. Marqués de Santillana. Refranes que dizen las viejas tras el fuego. 
Edición y estudio de Hugo O. Bizzarri. Kasel, Edition Reichenberger, 1995. 
Rojas Fernando de. La Celestina. Edición de Dorothy Severin. Madrid, Cátedra, 1998. 
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Ruiz Juan, Arcipreste de Hita. Libro de buen amor. Edición de Alberto Blecua. Madrid, 
Cátedra, 1996. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Baranda Nieves y Víctor Infantes. 1995. Narrativa popular de la Edad Media. Madrid, Akal. 
Bizzarri Hugo O. 2004. El refranero castellano en la Edad Media. Madrid, Laberinto. 
Curtius Ernest. 1955. Literatura europea y Edad Media latina. Trad. M. y A.Alatorre. 
México, FCE. 
Devoto Daniel. 1972. “Dos notas sobre el Libro de Apolonio”. Bulletin Hispanique, LXXIV, 
pp.291-330. 
Goldberg Harriet. 1982. “Riddles and Enigmas in Medieval Castalian Literature”. Romance 
Philology, XXXVI, pp. 209-221. 
Gómez Redondo Fernando. 1999. Historia de la prosa medieval castellana. Madrid, Cátedra. 
Vol. I y II. 
Lacarra María Jesús. 1993. “El arquetipo de la mujer sabia en la literatura española”. La 
mujer en la literatura hispánica de la Edad Media y el Siglo de Oro. Amsterdam/Atlanta, 
Rodopi, pp.11-21. 
Le Goff Jacques. 1965. Los intelectuales en la Edad Media. Trad. Marco A.Galmarini. 
Bs.As., Eudeba. 
O’Kane Eleanor. 1950. “On the name of the refrán”. Hispanic Review, 18, pp.1-14. 
Ramadori Alicia E. 2001. Literatura sapiencial hispánica del siglo XIII. Bahía Blanca, 
Ediuns. 
Ramadori Alicia E. 2011. “Acerca de los géneros didácticos en la literatura española 
medieval” en Gerardo Rodríguez (Dir.), Cuestiones de Historia Medieval, Vol.2, Bs.As, 
Editorial Universidad Católica Argentina, pp.9-32. 
Rodríguez Valle Nieves. 2008. “Las viejas tras el fuego hilando en sus ruecas ¿sabios refranes 
o vanas consejas?”. Congreso Internacional XII Jornadas Medievales. Proyecto Medievalia. 
UNAM, El Colegio de México, UAM. México. 
Rossaroli de Brevedan Graciela. 1990. “La aventura de Roboán en el condado de Turbia”. 
Studia Hispanica Medievalia II. Editoras Rosa E.Penna y María A.Rosarossa. UCA. Bs.As., 
pp.49-57. 
 
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MÍSTICA FEMININA NA IDADE MÉDIA HISTORIOGRAFIA FEMINISTA E 
DESCOLONIZAÇÃO DAS PAISAGENS MEDIEVAIS 
 
Lieve Troch
1
 
Introdução 
Este artigo é uma tentativa de análise de algumas linhas importantes no interior da 
mística feminina entre os séculos XI e XV. A perspectiva adotada focalizará – de forma 
crítica – as contribuições destas mulheres na área da teologia e, mais parcialmente, também na 
área política e econômica. O texto não pretende oferecer uma descrição histórica em geral; 
antes, propõe uma aproximação ecléctica e prototípica, em especial, ao atentar para o olhar 
feminista: é preciso levar em conta (ainda?) a pesquisa de como estas mulheres contribuiram 
para com a construção da história. 
Um olhar feminista significa, neste domínio científico e em primeiro lugar, o uso de 
uma hermenêutica de suspeita para com as fontes, os autores e a história. Para esta suspeita, 
utilizarei publicações 'críticas' sobre a mística feminina das últimas quatro décadas. Essa 
hermenêutica de suspeita nos levará a questionar, sobretudo, o lugar ‘dócil’ em que a Idade 
Média é usualmente alocada na historiografia. Ocupados com o passado como passado – em 
uma busca do proprium medieval – ou com o passado como presente – em busca de raízes 
medievais, historiadores deixaram por vezes de perceber o efeito da modernidade ocidental 
sobre nossas representações. A medievalística parece ter funcionado, nesse ínterim, como 
uma espécie de ‘orientalismo’ a la Said: a Idade Média importa na medida em que constitui 
(na negação ou na afirmação) a identidade do Ocidente Moderno Imperial (Kinoshita). 
 É preciso estabelecer, pois, uma nova gramática do tempo para delinearmos um futuro 
diferente para a Idade Média. Eis algumas agendas que se impõem nesse contexto de suspeita: 
a desestabilização de identidades hegemônicas, o deslocamento do Cristianismo e a própria 
descentralização da Europa (Cohen, 6-7). Como se nota, ainda acreditando na força 
pedagógica da História, argumento que é urgente reavaliar a teoria da história da 
modernidade, bem como reconstruir novas imagens ‘medievais’ perpassadas por uma energia 
emancipatória. Necessitamos “escovar a História à contrapelo”, segundo aquelas palavras 
incisivas de Walter Benjamin. 
Sem perder de vista tal agenda interpretativa abrangente para a Idade Média, o artigo 
aborda três temas mais específicos: (i) no início defino alguns termos para (ii) depois tecer 
alguns comentários gerais sobre a hermenêutica do material histórico e do papel das mulheres 
no mundo medieval. Por fim, (iii) elaborarei quatro manifestações típicas da mística feminina 
no periodo histórico que se estende do século XI até o século XV. 
 
 
 
 
 
1
 Docente da Radboud Universiteit Nijmegen- Holanda e da Pós-Graduação em Ciências da Religião da 
UMESP. 
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1. Definições e contexto: Idade Média na Europa Ocidental e a Mística feminina 
 
Antes de fornecer uma definição geral de palavras e conceitos, talvez uma rápida 
observação possa contribuir para com o desenvolvimento de uma ciência mais 
intercontinental. 
A história europeia parece até hoje intrigante para os historiadores e os cientistas das 
ciências humanas no Brasil. Por um lado, no campo econômico e social, há uma grande 
suspeita e distância em relação ao que poderíamos chamar de ‘patrimônio europeu 
imperialista’. Por outro lado, nas ciências como a história, teologia, antropologia, filosofia e 
ciências da religião, os clássicos europeus são constantemente invocados e, curiosamente, 
apenas uma menor atenção está voltada aos recursos intelectuais – e místicos – em seu próprio 
continente e de outros continentes como África e Ásia. Interligar pesquisas de diversos 
continentes seria, ao que parece, uma tarefa que contribuiria enormemente para a construção 
de uma ciência situada para além da ocupação colonial das mentes. 
 
Idade Média e mulheres 
A historiografia clássica se utiliza de uma

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