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1 Prof. Eduardo Lucena Cavalcante de Amorim TRATAMENTO DE EFLUENTES DOMÉSTICO E INDUSTRIAIS Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC 22 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC ESQUEMA DA ETE PARA O PROJETO FINAL 33 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC AUTODEPURAÇÃO Processo natural de recuperação quando corpo hídrico é poluído por lançamentos de carga orgânica biodegradável. Realiza-se por meio de processos físicos (diluição, sedimentação), químicos (oxidação) e biológicos. 44 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC OBJETIVOS Visa a remoção da poluição presente (inorgânica ou orgânica) pelo uso de operações unitárias e processos químicos, biológicos e físicos, para posterior lançamento nos corpos receptores. Poluição - alteração indesejável nas características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera que cause ou possa causar danos à saúde, à sobrevivência ou as atividades dos seres humanos e outras espécies ou ainda deteriorar materiais. 55 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC CONCEITOS POLUIÇÃO DAS ÁGUAS - alteração de suas características por ações ou interferências, sejam elas naturais ou provocadas pelo homem. Causam impactos estéticos, fisiológicos ou ecológicos. ESGOTO – despejos dos diversos usos da água (doméstico, comercial, industrial, agrícola, entre outros). ESGOTO SANITÁRIO – despejos constituídos de esgotos domésticos e industriais lançados na rede pública. RESÍDUO LÍQUIDO INDUSTRIAL – resultante dos processos industriais, possui características próprias (inerente ao processo de fabricação). ESGOTO DOMÉSTICO – parcela mais significativa dos esgotos sanitários. 66 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC IMPORTÂNCIA •Proteção da saúde pública (microrg. patogênicos); •Preservação do meio ambiente (substâncias exercem ação deletéria). 77 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC CONSEQUÊNCIAS DA POLUIÇÃO •Morte da fauna aquática; •Escurecimento da água e maus odores; •Detergentes formam espumas; •Nutrientes (NPK) levam a eutrofização. 88 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC USOS DA ÁGUA E GERAÇÃO DE ESGOTOS Abastecimento Doméstico Impurezas Impurezas devido ao usodevido ao usoÁÁgua potgua potáávelvel Esgotos Esgotos domdoméésticossticos++ Impurezas Impurezas devido ao usodevido ao uso ÁÁgua consumo gua consumo industrialindustrial Efluentes Efluentes IndustriaisIndustriais++ == == AbastecimentoAbastecimento IndustrialIndustrial 9 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC PRINCIPAIS CONSTITUINTES DOS ESGOTOS DOMÉSTICOS • Água (99,9%) • Sólidos (0,1%) – Sólidos Suspensos – Sólidos Dissolvidos – Matéria Orgânica – Nutrientes (N, P) – Organismos Patogênicos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos) LODOLODO 1010 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA DOS ESGOTOS • Contribuição per capita de matéria orgânica – 45 a 55 g DBO/hab.dia – 90 a 110 g DQO/hab.dia • Conceito de carga orgânica – CO (kg/d) = P (hab)x QPCDBO,DQO (g/habxd) – CO (kg/d) = Q x Concentração (mg/L) DBO (Definição): Quantidade de oxigênio requerida por microrganismos aeróbios para a oxidação de compostos orgânicos presentes na fase líquida. Importância Sanitária: Avaliação da eficiência de sistemas de tratamento de esgotos sanitários e efluentes industriais 1111 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Por que tratar os esgotos? Remoção de matéria orgânica Remoção de sólidos em suspensão Remoção de organismos patogênicos Remoção de nutrientes 1212 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Resolução CONAMA 357/05 Padrões do corpo d’água e de lançamento 1313 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Resolução CONAMA 357/05 Classificação das Águas no Território Brasileiro Uso Classe Doces Salinas Salobras Especial 1 2 3 4 5 6 7 8 Abastecimento doméstico X X X X Preserv. equil. natural das comun. aquáticas X Proteção das comunidades aquáticas X X X X Recreação de contato primário X X X X Irrigação X X X Criação natural e/ou intensiva de espécies (aquicultura) X X X X Dessedentação de animais X Navegação X X X Harmonia paisagística X X X Recreação de contato secundário X X Usos menos exigentes X 14 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Efeito do Lançamento de Matéria Orgânica nos Cursos d´água 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (dias) O x i g ê n i o D i s s o l v i d o ( m g / L ) OD mínimo (rio Classe 2) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 2 4 6 8 10 12 Tempo (dias) O x i g ê n i o D i s s o l v i d o ( m g / L ) OD mínimo (rio Classe 2) LanLanççamento (esgoto sem tratamento)amento (esgoto sem tratamento) RioRioLanLanççamento (esgoto tratado amento (esgoto tratado –– 70% remo70% remoçção)ão) 15 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Resolução CONAMA 357/05 Padrões do corpo d’água – Exemplos de parâmetros associados a esgotos domésticos Categoria Águas docesParâmetro Unidade 1 2 3 4 Físicos Cor mgPt-Co/l nível natur. 75 75 - Turbidez UNT 40 100 100 - Sólidos dissolvidos totais mg/l 500 500 500 - Biológicos Coliformes totais org/100ml 1000 5000 20000 - Coliformes termotolerantes org/100ml 200 1000 4000 - Químicos DBO5 mg/l 3 5 10 - OD mg/l ≥6 ≥5 ≥4 ≥2 pH - 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6 a 9 Subst.pot.prejud. Amônia não ionizável mgNH3/l 0,02 0,02 - - Amônia total mgN/l - - 1,0 - Nitrato mgN/l 10 10 10 - Nitrito mgN/l 1,0 1,0 1,0 - Fosfato total mgP/l 0,025 0,025 0,025 - 16 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Resolução CONAMA 274/2000 - Padrões de balneabilidade Balneabilidade – categoria Padrões para o corpo d’água Excelente Máximo de 250 CF/100ml 1 ou 200 EC/100ml 3 ou 25 Enterococos/100ml 4 em 80% ou mais das amostras das cinco semanas anteriores. Muito Boa Máximo de 500 CF/100ml 1 ou 400 EC/100ml 3 ou 50 Enterococos/100ml 4 em 80% ou mais das amostras das cinco semanas anteriores. Própria Satisfatória Máximo de 1000 CF/100ml 1 ou 800 EC/100ml 3 ou 100 Enterococos/100ml 4 em 80% ou mais das amostras das cinco semanas anteriores. a) Não atendimento aos critérios estabelecidos para as águas próprias. b) Incidência elevada ou anormal, na região, de enfermidades transmissíveis por via hídrica, indicadas pelas autoridades sanitárias. c) Valor obtido na última amostragem for superior a 2500 CF/100ml 1 (termotolerantes) ou 2000 EC/100ml 3 ou 400 Enterococos/100 ml. d) Presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários, óleos, graxas e outras substâncias, capazes de oferecer risco à saúde ou tornar desagradável a recreação. e) pH < 6,0 ou pH > 9,0 (águas doces), à exceção das condições naturais. f) Floração dealgas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem riscos à saúde humana. Imprópria h) Outros fatores que contra-indiquem, temporária ou permanentemente, o exercício da recreação de contato primário. (1) Coliformes Fecais (2) Coliformes Totais (3) Escherichia coli (4) Os padrões referentes aos enterococos aplicam-se somente às águas marinhas 17 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Legislações Estaduais - Padrões de lançamento Legislação DBO5 DQO SS N total P total CF Conc (mg/l) Efic mín (%) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (NMP/ 100 ml) CONAMA 357/05 - - - - - - - AL (1985) 60 - 150 - - - - GO (1978) 60 80 - - - - - MS (1997) 60 - - - - - - MG (1986) 60 85 90 60 - - - PB (1988) 60 80 - - 10(*) 1(*) - RS (1989) Variáv - Variáv Variáv 10 1 3.000 SC (1981) 60 80 - - 10(*) 1(*) - SP (1976) 60 80 - - - - - (*) Para lançamentos em trechos de corpos d’água contribuintes de lagos, lagoas e represas 1818 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Padrões do Corpo d´água e de Lançamento Resolução CONAMA 20/86 e Legislações Estaduais Parâmetro Unidade Padrão para corpo d’água classe Padrão lançamento (alguns estados) 1 2 3 4 Concent. máxima Eficiência mínima (%) DBO5 DQO OD mg/l mg/l mg/l 3 - ≥6 5 - ≥5 10 - ≥4 - - ≥2 60 90 - 60/80/85 60/90 - Sólidos suspensão mg/l - - - - 60 / 100 - Amônia total Amônia livre Nitrogênio Fósforo mg/l mg/l mg/l mg/l - 0,02 - 0,025 - 0,02 - 0,025 - 0,02 - 0,025 - - - - 5,0 - 10 1,0 - - - - Coliformes totais Coliformes fecais org/100 ml org/100 ml 1.000 200 5.000 1.000 20.000 4.000 - - - - - - 19 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC NÍVEIS DO TRATAMENTO DOS ESGOTOS Tratamento preliminar Tratamento primário Tratamento terciário ou pós- tratamento Tratamento secundário 2020 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC TIPOS DE TRATAMENTO TRATAMENTO PRELIMINAR E PRIMÁRIO - (processo mecânico ou físico) para retirar o material particulado em suspensão; TRATAMENTO SECUNDÁRIO - (processo biológico) para remoção da carga orgânica solúvel presente; TRATAMENTO TERCIÁRIO - (processo químico) para reduzir a DBO, os nutrientes, os patógenos e as substâncias tóxicas. 21 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC TRATAMENTO PRELIMINAR Objetivo: (remoção de sólidos grosseiros e areia) remoção de materiais flutuantes; remoção de material grosso e pesado e acondicionamento. grade caixa de areia medidor de vazão adaptado de VON SPERLING, 1996 Importância Redução da DBO e dos S.S. Aumenta a durabilidade dos equipamentos Composto por: Gradeamento; Triturador; Caixa de Areia; Tanque Equalização; Caixa de Gordura. 2222 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Finalidades da remoção de sólidos grosseiros • proteger as unidades subsequentes; • proteger as bombas e tubulações; • proteger os corpos receptores. Finalidades da remoção de areia • evitar abrasão nas bombas e tubulações; • evitar obstrução em tubulações; • facilitar o transporte do líquido. TRATAMENTO PRELIMINAR 2323 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC GRADEAMENTO Objetivos: •Remoção do material grosseiro em suspensão; •Proteção das tubulações, das bombas e rotores, etc.; •Aumenta eficiência na operação e desinfecção; Aspectos de Projeto: •Espaçamento de barras; •Inclinação da grade; •Condições hidráulicas. Limpeza: •Manual •Automática 2424 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC CAIXA DE AREIA Objetivos : Remover areia e outras partículas densas decantam com a redução da velocidade. Evitar a abrasão de bombas e obstrução de tubulações. Tipos usuais Caixa de areia tipo canal: um ou mais canais longos e estreitos e com espaço no fundo para acúmulo de material. Possui coletores mecânicos. v = 0,3 m/s. Caixa com fundo troncopiramidal: mais usado em pequenas estações; os vertedouros de entrada e saída são situados em lados opostos , um raspador central empurra areia para tronco de pirâmide (fundo do tanque), de onde é removida por um transportador mecânico. Tempo de retenção = 15 a 20 min. 2525 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC CAIXA DE AREIA Pequeno porte Grande porte 26 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC TRATAMENTO PRIMÁRIO Objetivo: remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos e graxas) e parte da matéria orgânica em suspensão lodo primário 2727 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC TANQUE DE EQUALIZAÇÃO Objetivo: Homogeneização da vazão e da concentração do Efluente. Consequências: •Evita choques hidráulicos e de concentração (carga orgânica cte.); •Neutralização do pH; •Garante alimentação contínua. 2828 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC TRATAMENTO PRIMÁRIO Objetivos • Remoção da matéria orgânica decantável, (30 a 50% dos sólidos em suspensão); • Remoção da escuma que flutua para a superfície. Composto por • Sedimentação Primária; • Flutuação com ar dissolvido; • Coagulação química. Eficiência de Remoção 60 % de sólidos suspensos (S.S.); 35 % de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). 2929 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC SEDIMENTAÇÃO Objetivos: separação dos sólidos em suspensão para partículas com diâmetros médios menores que 5 mm. Numa ETE esta operação usa-se em três situações: • Nas caixas de areia • Nos decantadores primários • Nos decantadores secundários (clarificadores) A operação de sedimentação ou decantação é designada por clarificação quando o interesse principal é obter um líquido sobrenadante “purificado”. Denomina-se por espessamento no caso de se pretender concentrar as partículas em suspensão. 3030 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC SEDIMENTAÇÃO PRIMÁRIA DECANTADORES PRIMÁRIOS recebem o esgoto bruto, antes do tratamento secundário DECANTADORES CIRCULARES: custos baixos de aquisição de equipamentos e manutenção quando comparados aos retangulares. ASPECTO DE PROJETO Profundidade: 3 – 4 metros Tempo de retenção: 2 – 3 horas MECANISMO Carreamento de lodo sedimentado e sólidos flutuantes. 3131 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC TRATAMENTO SECUNDÁRIO Tratamento Biológico • Aeróbios • Lodos Ativados • Filtro Biológico • Sistema de Lagoas • Anaeróbios • Digestão Anaeróbia Tratamento Físico-Químico • Processos Oxidativos Avançados • Processos por Membranas • Cloração TRATAMENTO BIOLÓGICO Quanto à Fixação da Biomassa • Biomassa Livre • Lodo Ativado • Sistema de Lagoas • Digestão Anaeróbica • Biomassa Fixa • Filtros Biológicos • Discos Biológicos Quanto ao Oxigênio • Aeróbios • Anaeróbios • Anóxicos 32 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC TRATAMENTO SECUNDÁRIO Objetivo: remoção de matéria orgânica dissolvida e da matéria orgânica em suspensão não removida no tratamentoprimário participação de microrganismos contato entre os microrganismos e o material orgânico contido no esgoto matéria orgânica + H2Obactérias mais bactérias++ CO2 3333 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC SISTEMAS ANAERÓBIOS Sistema anaeróbios são adequados para industrias que geram efluentes sem grandes variações em suas características, ex: – Cervejeiras – Molho de Tomate – Refrigerantes • Em geral, no que diz respeito a remoção de carga orgânica, tem eficiência média e devem ser complementados. • Tem custos de implantação e operação inferiores aos sistemas aeróbios 3434 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC SISTEMAS AERÓBIOS Sistema são adequados a quase todos os tipos de efluentes, e dentre os tipos de sistemas aeróbios podemos citar: – Lagoas Aeradas – Valos de Oxidação – Dispositivos de Lodos Ativados 3535 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC LODOS ATIVADOS É o método mais utilizado mundialmente para remoção de carga orgânica dos efluentes. – Foi desenvolvido na Inglaterra por Arden e Lockett em 1914 sendo composto basicamente por duas unidades: - tanque de aeração e - decantador Termo originado devido à suspensão bacteriana que retorna ao tanque de aeração. Autodepuração artificialmente acelerada. Floco é formado por dois grupos de Bactérias: Zoogleas e Filamentosas. Os Flocos ficam em suspensão devido ao aporte de O2.. Podem promover uma total oxidação da DBO, além da remoção de compostos nitrogenados (anoxia). 3636 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC LODOS ATIVADOS CARACTERÍSTICAS •Alta eficiência de remoção de DBO (↑ 90%) •Pequena área para construção •Alto custo envolvendo construção, operação, energia FUNCIONAMENTO 3737 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC ESQUEMA ILUSTRATIVO CLÁSSICO DE SISTEMA DE LODOS ATIVADOS 3838 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC LODOS ATIVADOS Injeção de Ar (Metabolismo, Respiração e Crescimento Celular) Bolhas de ar geradas por ar comprimido → através de um difusor submerso ou aerador mecânico → mistura turbulenta passa ar ao líquido. Transferência de O2 •Características do efluente; •Características do sistema de aeração. 3939 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC LAGOAS •São métodos de baixo custo, baixa tecnologia, mas que requerem uma área elevada. • Existem vários tipos de Lagoas para estabilização de esgotos que normalmente se utilizam em sequências variadas: • Facultativas; • Anaeróbias; • Aeróbias; • De maturação; • Outros tipos: de macrófitas, de piscicultura. 4040 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC LAGOAS Os sistemas de lagoas, compreendendo uma série adequada de lagoas anaeróbias, facultativas e de maturação apresentam um número de vantagens face a outros sistemas de tratamento: •São normalmente a forma mais econômica de tratamento, quer em termos de construção como de operação e manutenção. Em geral não necessitam de fonte adicional de energia, para além da solar; •Conseguem reduzir a concentração de patogênicos até níveis bastante baixos o que é de grande importância quando o efluente tratado vai ser reutilizado na agricultura ou aquacultura; •Absorvem choques hidráulicos e orgânicos; •Toleram concentrações elevadas de metais pesados. 4141 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC LAGOAS 4242 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO 4343 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC DIGESTÃO ANAERÓBIA Na digestão anaeróbia, os microrganismos envolvidos não podem sobreviver na presença de oxigênio. A digestão anaeróbia é mais lenta que os processos aeróbios, mas tem a vantagem de produzir muito menos lodo. A maioria da matéria orgânica é convertida a CO2 e metano. O ecossistema anaeróbio - muito complexo - começa com bactérias hidrolíticas que decompõem as matérias complexas em substâncias mais simples, estes compostos orgânicos são transformados por bactérias acidogênicas em ácidos orgânicos que por sua vez são transformadas por outro conjunto - as bactérias acetogênicas - em ácido acético, o qual por sua vez é convertido por bactérias metanogênicas a metano. Outras bactérias metanogênicas aproveitam parte do CO2 e combinam-no com o hidrogênio para produzir mais metano. 4444 Matéria orgânica Ácidos Orgânicos CH4 CO2 + H2 + H2SBactérias fermentativas Metanogênicas hidrogenotróficas Metanogênicas Acetoclásticas DIGESTÃO ANAERÓBIA 4545 DIGESTÃO ANAERÓBIA e CO2 4646 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC DIGESTÃO ANAERÓBIA X AERÓBIA Biogás DQO 70-90% 4747 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC PROCESSOS DE DIGESTÃO ANAERÓBIA 4848 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC PÓS-TRATAMENTO Objetivo: remoção de poluentes específicos e/ou remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário. Ex: nutrientes ou organismos patogênicos 4949 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC RESOLUÇÃO CONAMA 357/05 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. O que preconiza a Resolução CONAMA 357 aos Responsáveis Técnicos e Legais? 5050 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Está em vigor, desde o dia 17 de março de 2005, a Resolução n°357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que, ao revogar a Portaria 020/86, reclassificou os corpos d’água e definiu novos padrões de lançamento de efluentes. A Resolução aperta o cerco contra atividades industriais potencialmente poluidoras e prevê, com base na Lei de Crimes Ambientais (nº 9605), pena de prisão para os administradores de empresas e Responsáveis Técnicos que não observarem os padrões das cargas poluidoras. RESOLUÇÃO CONAMA 357/05 5151 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC Art. 46. O responsável por fontes potencial ou efetivamente poluidoras das águas deve apresentar ao órgão ambiental competente, até o dia 31 de março de cada ano, declaração de carga poluidora, referente ao ano civil anterior, subscrita pelo administrador principal da empresa e pelo responsável técnico devidamente habilitado, acompanhada da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica. § 1o A declaração referida no caput deste artigo conterá, entre outros dados, a caracterização qualitativa e quantitativa de seus efluentes, baseada em amostragem representativa dos mesmos, o estado de manutenção dos equipamentos e dispositivos de controle da poluição. 5252 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC § 2o O órgão ambiental competente poderá estabelecer critérios e formas para apresentação da declaração mencionada no caput deste artigo, inclusive, dispensando-a se for o caso para empreendimentos de menor potencial poluidor. Art. 47. Equiparam-se a perito, os responsáveistécnicos que elaborem estudos e pareceres apresentados aos órgãos ambientais. Art. 48. O não cumprimento ao disposto nesta Resolução sujeitará os infratores, entre outras, às sanções previstas na Lei no 9.605, de 12/02/1998 – Lei de Crimes Ambientais. 5353 5454 5555 5656 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC DIMENSIONAMENTO 57 GRADEAMENTO E CAIXA DE AREIA Fonte: www.phd.poli.usp.br/phd/grad/phd2411/ 58 GRADEAMENTO E CAIXA DE AREIA Fonte: www.phd.poli.usp.br/phd/grad/phd2411/ 59 GRADEAMENTO E CAIXA DE AREIA Fonte: www.phd.poli.usp.br/phd/grad/phd2411/ 60 ETE União dos Palmares-AL Chegada do esgoto Fonte: Professor Márcio G. Barboza 61 ETE União dos Palmares-AL Caixa de areia Fonte: Professor Márcio G. Barboza 62 ETE União dos Palmares-AL Medição de vazão e controle do nível da caixa de areia Fonte: Professor Márcio G. Barboza 63 ETE União dos Palmares-AL Medição de vazão Dispositivo de saída e “by pass” Fonte: Professor Márcio G. Barboza 64 ETE Piracicamirim (Piracicaba-SP) Tratamento Preliminar 65 ETE Bueno de Andrade (Araraquara-SP) Tratamento Preliminar 66 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE GRADEAMENTO Tipo Espaçamento (cm) Grade grosseira 4 - 10 Grade média 2 - 4 Grade fina 1 - 2 •Dimensão das barras Largura: 4 mm a 10 mm Comprimento: 25 mm a 75 mm •Inclinação das barras Verticais ou inclinadas Limpeza manual: 45o ou 60o Limpeza mecanizada: 70o a 90o 67 DISPOSITIVOS DE REMOÇÃO E QUANTIDADE DE MATERIAL RETIDO Ancinhos (Rastelo) Mecânicos Manuais Espaçamento (cm) 2,0 2,5 3,0 4,0 Quantidade (L/m3) 0,038 0,023 0,012 0,009 Condicionamento do material retido Lavagem Secagem Adição de substâncias químicas 68 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE GRADEAMENTO •Velocidade de passagem 0,6 m/s a 1,2 m/s (Limpeza mecanizada) 0,6 m/s a 0,9 m/s (Limpeza manual) •Velocidade no canal a montante da grade (Velocidade de aproximação) Maior do que 0,4 m/s •Perda de carga Obstrução máxima permitida (50%) 0,15 m (Limpeza manual) 0,10 m (Limpeza mecanizada) 69 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE GRADEAMENTO + = a taAS u . S=área da secção transversal do canal até o nível d’água Au=área útil da secção transversal a=espaçamento entre as barras t=espessura das barras − =∆ g VV H g .2 . 7,0 1 20 2 ∆H=perda de carga na grade (m) vg – velocidade do fluxo através das barras, m/s v0 – velocidade imediatamente a montante da grade, m/s g – aceleração da gravidade, igual a 9,8 m/s2 70 71 SISTEMA DE GRADEAMENTO •Detalhes Construtivos PNB-569 e PNB-570 •Outros dispositivos de remoção de sólidos grosseiros Grades de barras curvas Peneiras estáticas Peneiras de tambor rotativo 72 73 74 75 76 77 CAIXAS DE AREIA Objetivo: Remoção de areia através de sedimentação, sem que haja remoção conjunta de sólidos orgânicos Características das partículas a serem removidas (“Areia”) •Diâmetro efetivo: 0,2 mm a 0,4 mm •Massa Específica: 2.650 kg/m3 •Velocidade de sedimentação: 2,0 cm/s 78 CAIXAS DE AREIA Dispositivos de remoção •Manuais ou mecânicos (Bandeja de aço removidas por talha e carretilha ou bombeamento) •Quantidade: 30 a 40 L/1.000 m3 de esgoto •Aterro Sanitário. A areia poderá ser também lavada em caixas mecanizadas Quantidade e destino do material retido Destino do material retido (“Areia”) 79 CAIXAS DE AREIA Tipos de caixa de areia: •Tipo canal com velocidade constante controlada por Calha Parshall; •Secção quadrada em planta, com remoção mecanizada de lodo; •Caixa de areia aerada. 80 CAIXAS DE AREIA Caixa de areia tipo canal com velocidade constante controlada por Calha Parshall: •Velocidade ≅ 0,30 m/s •Velocidade inferior a 0,15 m/s ⇒ Depósito de matéria orgânica na caixa •Velocidade superior a 0,4 m/s ⇒ Arraste Depósito de matéria orgânica na caixa 81 DIMENSIONAMENTO H 1 Vh Vs L tVL h.= tVH S .= L HVV hS . = smV s /02,0= smVh /3,0= HL .15= Prática de Projeto HaHL .0,25.5,22= 82 DIMENSIONAMENTO H 1 Vh Vs L tVL h.= tVH S .= •Largura da caixa de areia HBVQ h ..= hVH QB . = •Taxa de escoamento superficial LB Q A Qq s . == q=600 a 1.300 m3/m2/dia 83 84 CAIXAS DE AREIA Operação da caixa de areia •Limpeza quando a areia ocupar metade da altura ou dois terços de seu comprimento total •Controle Quantidade de material removido por m3 de esgoto Teor de umidade Teor de sólidos voláteis 85 Controle da velocidade através de calha Parshall Para se manter a mesma velocidade na caixa de areia tipo canal com velocidade constante controlada por calha Parshall, para Qmín e Qmáx, tem-se: ZH ZH Q Q máx mín máx mín − − = . .' . H Y HJ HM Z Z – altura do rebaixo (m) Hmán – altura da lâmina líquida máxima (m) Hmín – altura da lâmina líquida mínima (m) Qmín – vazão mínima (m3.s-1) Qmán – vazão máxima (m3.s-1) 86 87 88 89 Fórmula da Calha Parshall: Q(m3/s) = K.HN (H em m) Largura Nominal N K Capacidade (L/s) Mín. Máx.. 3" 1,547 0,176 0,85 53,8 6" 1,580 0,381 1,52 110,4 9" 1,530 0,535 2,55 251,9 1' 1,522 0,690 3,11 455,6 1 1/2' 1,538 1,054 4,25 696,2 2' 1,550 1,426 11,89 936,7 Exemplo de Dimensionamento - Dados Ano População Atendida (hab) Qmín (L/s) Qméd (L/s) Qmáx (L/s) 2000 45.000 41,67 83,33 150,00 2010 54.200 50,19 100,38 180,00 2020 68.350 63,29 126,58 227,83 92 a) Escolha da Calha Parshall: Para atender vazões de 41,67 L/s a 227,83 L/s a C. Parshall recomendada é a de LN = 9". Fórmula da Calha Parshall com LN = 9": Q = 0,535.H1,53 Para Qmín = 41,67 L/s ⇒ Hmín = 0,189m Para Qmáx = 227,83 L/s ⇒ Hmáx = 0,572 m Cálculo do rebaixo (z) à entrada da c. Parshall mZ Z Z ZHmáx ZHmín Qmáx Qmín 1033,0 572,0 189,0 83,227 67,41 . . . . =⇒ − − = − − = Grade adotada e “Eficiência” = =• mmaoespaçament mmtespessura ferrodebarras adotadosdados 15)(. 5)(. . 75,0 515 15 = + = + = ta aE Área útil (Au) e Área da Seção do Canal (S) Adotando-se a velocidade de passagem pela grade v = 0,8 m/s: 2 3 285,0 /8,0 /22783,0 m sm sm v QAu máx === 238,0 75,0 285,0 m E AuS === Largura (b) do canal da grade e verificações de velocidade m ZH Sb máx 81,0 1033,0572,0 38,0 = − = − = Q (l/s) H (m) (H-Z) (m) S=b(H-Z) (m2) Au=S.E (m2) V=Qmáx Au (m/s) V0=Qmáx S (m/s) 227,83 0,572 0,469 0,380 0,285 0,800 0,600 180,67 0,492 0,389 0,315 0,236 0,766 0,574 150,00 0,436 0,333 0,270 0,203 0,739 0,555 63,29 0,248 0,145 0,117 0,088 0,719 0,541 50,19 0,213 0,110 0,089 0,067 0,749 0,564 41,67 0,189 0,086 0,070 0,053 0,786 0,595 Verificações de Perda de Carga g vvH 2 43,1 2 0 2 − =∆ m x H 02,0 81,92 )6,0()8,0(43,1:limpa Grade 22 = − =∆• m x xHobstruídaGrade 16,0 81,92 )6,0()8,02( .43,1:%50 22 = − =∆• ∆H– perda de carga (m) v – velocidade do fluxo através das barras, m/s v0 – velocidade imediatamente a montante da grade, m/s g – aceleração da gravidade, igual a 9,8 m/s2 Cálculo da Caixa de Areia 27594,0 3,0 22783,0 m v QA máx === mB ZH AB máx 62,1 1033,0572,0 7594,0 =⇒ − = − = Cálculoda área da secção transversal (A) e da Largura da Caixa de Areia (B) Adotando-se a velocidade sobre a caixa v = 0,3 m/s tem-se: smv mxA mZH mHslQPara mín mínmín /3,0 1388,0 04167,0 1388,062,10857,0 0857,01033,0189,0 189,0/67,41 2 ==∴ == =−=− =⇒= Verificações: • Cálculo do Comprimento (L) • Taxa de escoamento Superficial resultante: ( ) mLxZHxL máx 55,101033,0572,05,22)(5,22 =⇒−=−= diamm x x A Q S ./1152 62,155,10 4,8683,227 23 == • Cálculo do rebaixo da caixa de areia: m x h caixanaacumuladaareiadediáriaaltura 02,0 62,155,10 328,0 : == • Para um rebaixo de 20 cm tem-se um intervalo de limpeza da caixa de 10 dias. V = 0,03 L/m3 x 126,58 L/s x 86,4 = 328 L Para a taxa de 30 L/1000 m3 e para vazão média de final de plano, Q = 126,58 L/s, tem-se o seguinte volume diário de areia retida na caixa: 102102 Universidade Federal de Alagoas – UFAL Unidade Acadêmica Centro de Tecnologia – CTEC REFERÊNCIA Livros: Carlos Augusto de Lemos Chernicharo – Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – UFMG. Material didático dos professores Roque Passos Pivelli e Sidney Seckler Ferreira Filho.
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