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Terceirização Direito do Trabalho p/ TRTs - Todos os Cargos - com videoaulas Professor: Antonio Daud Jr Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr Sumário 1 - Introdução ........................................................................................... 2 2 - Terceirização no Direito do Trabalho ....................................................... 2 3 ± Questões Comentadas ........................................................................ 11 4 ± Lista das Questões Comentadas .......................................................... 16 5 ± Gabaritos .......................................................................................... 18 6 ± Conclusão.......................................................................................... 19 7 ± Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula ................ 20 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) $8/$��� Terceirização. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr $8/$�(;75$���7(5&(,5,=$d2� 1 - Introdução Oi amigos (as), Sejam bem vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Resolvemos incluir esta aula extra para tratarmos sobre a Terceirização, tema que tem sido cobrado em alguns concursos. Vamos ao trabalho! 2 - Terceirização no Direito do Trabalho Estudamos até o momento os casos em que há vínculo empregatício (relação bilateral, nas figuras de empregado e empregador) e, também, casos em que existe a relação de trabalho lato sensu (relação entre prestador de serviços e tomador de serviços). Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar empregado, empregador (empresa prestadora de serviços) e tomador de serviços (empresa contratante de serviços). Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e o empregado, e, entre as empresas prestadora e tomadora, um contrato de natureza civil. Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a manutenção de suas instalações. Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo e seus empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a terceirização das atividades de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de serviços e o Supermercado Alfa como tomador dos serviços. O tema terceirização no Direito do Trabalho demanda o conhecimento da Súmula 331 do TST, que foi alterada em 2011: SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI ± A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. Da leitura da referida Súmula podemos destacar, então, que a terceirização pode abranger as seguintes situações: Terceirização no Direito do Trabalho »» Trabalho temporário »» Serviços de vigilância »» Serviços de conservação e limpeza »» Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador O trabalho temporário é regido pela Lei 6.019/74, de onde podemos extrair o conceito de trabalho temporário: Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços. É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário: Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. O trabalho temporário, assim, se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário forneça seus empregados a outras empresas, sendo relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art. 2º da Lei 6.019/74. Como a empresa de trabalho temporário não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinada à tomadora. Segue abaixo um esquema da terceirização envolvendo o trabalho temporário (inciso I da Súmula 331 do TST): Empresa tomadora de mão de obra «» Contrato de natureza civil (intermediação de mão de obra) «» Empresa de trabalho temporário Trabalho subordinado (entretanto não há vínculo de emprego) Relação de emprego Trabalhador temporário A empresa tomadora de mão de obra é conhecida como empresa cliente (pois é cliente da tomadora); a empresa de trabalho temporário, com quem o empregado tem vínculo de emprego, é conhecida como empresa terceirizante. Quanto ao item II da Súmula 331, frise-se que o mesmo trata mais de direito administrativo que de direito do trabalho: II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). Em verdade este item II da Súmula foi inserido com a finalidade de deixar claro um aspecto:mesmo quando um ente público terceirizar irregularmente determinada atividade, a constatação de tal irregularidade não tem o condão de Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr gerar vínculo de emprego com a Administração Pública, pois a CF/88 exige prévia aprovação em concurso para que se ocupem cargos de provimento efetivo: CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Agora vamos estudar a hipótese de terceirização envolvendo serviços de vigilância, conservação, limpeza e atividades-meio (inciso II da Súmula 331): III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. Neste item da Súmula constam as atividades de vigilância (patrimonial, abrangendo vigilância ostensiva e transporte de valores, cujo exercício demanda curso de formação). A vigilância é regulada pela Lei 7.102/83, que dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências. Percebam que o serviço de vigilância1 regulado pela Lei 7.102/83 não abrange os vigias. O item também cita as atividades de conservação e limpeza, que são objeto de terceirização há bastante tempo. Além disso, o item III cita as atividades-meio, que podem ser conceituadas como atividades acessórias, que não integram o núcleo da dinâmica empresarial. Mauricio Godinho Delgado2 assim define atividade-fim e atividade-meio: ³$WLYLGDGHV-fim podem ser conceituadas como as funções e tarefas empresariais e laborais que se ajustam ao núcleo da dinâmica empresarial do tomador de serviços, compondo a essência dessa dinâmica e contribuindo inclusive para a definição de seu posicionamento e classificação no contexto empresarial e econômico. São, portanto, atividades nucleares e definitórias da essência da dinâmica empresarial do tomador de serviços. Por outro lado, atividades-meio são aquelas funções 1 Para exercer a profissão de vigilante a pessoa deve atender aos requisitos estabelecidos no art. 16 da Lei 7.102/83, além de prévio registro no Departamento de Polícia Federal (DPF). 2 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho, 12ª ed. São Paulo: LTr, 2013, pág. 452. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr e tarefas empresariais que não se ajustam ao núcleo da dinâmica empresarial do tomador de serviços, nem compõem a essência dessa dinâmica ou contribuem para a definição de seu posicionamento do contexto empresarial e econômico mais amplo. São, portanto, atividades periféricas à essência da dinâmica empresarial do tomador de serviços. São, ilustrativamente, as atividades referidas, originalmente, pelo antigo WH[WR� GD� /HL� Q�� ������� GH� ������ ³WUDQVSRUWH�� FRQVHUYDomR�� FXVWyGLD�� operação de elevadores, limpeza e outras assemeOKDGDV´�� 6mR� WDPEpP� outras atividades meramente instrumentais, de estrito apoio logístico ao empreendimento (serviço de alimentação aos empregados do HVWDEHOHFLPHQWR��HWF���´ Em todas estas situações haverá a terceirização de serviço (diferente do que vimos no trabalho temporário), e, portanto, a empresa prestadora de serviços é contratada para realizar determinada atividade (limpeza, conservação, etc.), não havendo subordinação do empregado perante a tomadora dos serviços. Além de não haver subordinação, é importante percebermos que a tomadora de serviço não pode exigir que determinado trabalhador seja designado pela prestadora para realizar a tarefa contratada, pois o que se contratou é o serviço, e não a pessoa. Assim, não há pessoalidade. Por estes motivRV� p� TXH� R� ILQDO�GR� LWHP� ,,,� GD� 6~PXOD� IDOD� HP� ³desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta´� A questão abaixo se resolve com o conhecimento do item III da Súmula 331 do TST: CESPE/BACEN ± Procurador - 2009 Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância, de conservação e limpeza, assim como serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta. Vamos estudar então o item IV da Súmula, segundo o qual IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. O que de mais importante pode ser destacado deste item é a responsabilização subsidiária do tomador de serviços quanto às obrigações trabalhistas. Neste aspecto convém mencionar as culpas in eligendo e in vigilando. O conceito de culpa in eligendo decorre do tomador de serviços ter elegido mal seu prestador de serviços, que não cumpriu suas obrigações perante os empregados. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr A culpa in vigilando se relaciona à fiscalização deficiente da tomadora, que permitiu a prática de irregularidades trabalhistas por parte da prestadora, o que implica em sua responsabilidade subsidiária. Para que o tomador de serviços seja responsabilizado subsidiariamente me face de obrigações trabalhista oriundas da terceirização, este deve ter participado da relação processual e deve constar também do título executivo judicial. Tendo em vista evolução jurisprudencial com relação à responsabilização da Administração Pública em terceirizações, em 2011 o TST inseriu o item V na Súmula 331, que trata especificamente da responsabilidade subsidiária de órgão e entidades públicos: V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. Esta alteração decorreu de ação judicial (Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC) envolvendo a Lei 8.666/93, também chamada de Lei de Licitações e Contratos (LLC), que em seu artigo 71 dispõe: Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringira regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. Além disso, a LLC estabelece que a Administração contratante fiscalizará a execução do contrato e o cumprimento das obrigações contratuais da empresa contratada. Deste modo, o LWHP�9�GHL[D�FODUR�TXH�D�UHVSRQVDELOL]DomR�GR�HQWH�S~EOLFR�³não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada´��PDV� WHUi�OXJDU�TXDQGR�VH� YHULILTXH�TXH�R� ente público contratante aja de forma culposa no cumprimento (descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato ± configurar-se-ão, neste caso, as culpas in eligendo e in vigilando. Sobre a alteração do verbete ocorrida em virtude da ADC 16 do STF, destaquei abaixo um julgado onde o Ministro Emmanoel Pereira circunstancia tal alteração: RECURSO DE REVISTA. ENTE PÚBLICO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CULPA. CONSTATAÇÃO NECESSÁRIA. 1. No julgamento da Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 16, o Supremo Tribunal Federal, ao reconhecer a constitucionalidade do § 1º do artigo 71 da Lei nº 8.666/1993, não impediu que a Justiça do Trabalho, com base nos fatos da causa e outras normas jurídicas, reconheça a responsabilidade do ente público pelos débitos trabalhistas da empresa prestadora de serviços. 2. A ressalva da Suprema Corte foi sobre a aplicação, de forma irrestrita, do inciso IV da Súmula nº 331 do TST, isto é, sem o exame da conduta culposa da Administração Pública. 3. Em observância ao decidido pelo STF, o Tribunal Superior do Trabalho alterou a redação do inciso IV da Súmula nº 331 do TST, incluindo os incisos V e VI ao verbete. 4. -Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A responsabilidade não decorre do mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada- (Súmula nº 331, inciso V, do TST - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27,30 e 31.05.2011). (...) (RR - 107300-15.2006.5.01.0048, Relator Ministro: Emmanoel Pereira, Data de Julgamento: 28/11/2012, 5ª Turma, Data de Publicação: 07/12/2012) Para finalizar a Súmula 331 (ufa!) vamos ler o item VI: VI ± A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. Este item também foi inserido em 2011, para deixar claro que a responsabilidade subsidiária na terceirização não se refere apenas ao salário, mas também às demais verbas trabalhistas remuneratórias e indenizatórias. Estudamos então as possibilidades de terceirização no direito do trabalho, cuja síntese retomamos abaixo: Terceirização no Direito do Trabalho »» Trabalho temporário »» Serviços de vigilância »» Serviços de conservação e limpeza »» Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador E se for realizada terceirização em outras hipóteses não previstas em lei? Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr Nestes casos, estaremos diante de terceirização ilícita, e, presentes os pressupostos jurídicos, deverá ser reconhecido o vínculo empregatício com o tomador de serviços. É o que se depreende da leitura do item I da Súmula: I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário. Neste aspecto podemos falar do empregador aparente (empresa prestadora de serviços terceirizados) e empregador oculto, que é o tomador de serviços na terceirização irregular. Caso se verifique, portanto, terceirização fora das situações que acabamos de estudar (constantes da Súmula 331), qual a consequência? Exemplo: a indústria de confecções possui em seu estabelecimento, auxiliando na produção, costureiras que foram contratadas através de empresa terceira. Este será um caso de terceirização ilícita. Como conclui o Ministro Godinho3, ³([FOXtGDV� DV� TXDWUR� VLWXDo}HV-tipo acima examinadas, que ensejam a terceirização lícita no Direito brasileiro, não há na ordem jurídica do país preceito legal a dar validade trabalhista a contratos mediante os quais uma pessoa física preste serviços não eventuais, onerosos, pessoais e subordinados a outrem (arts. 2º, caput, e 3º, caput, CLT), sem que esse tomador responda, juridicamente, pela relaçmR�ODERUDO�HVWDEHOHFLGD�´ A terceirização ilícita, muitas vezes, é utilizada para estabelecer vínculo de emprego com empresas de fachada, sem bens, sem patrimônio, e neste contexto surge a precarização das relações de trabalho, com prejuízo evidente para os empregados, que sofrerão com inadimplemento salarial, falta de depósito de FGTS e, geralmente, com a frustração de demandas judiciais em face da falta de bens da empregadora aparente. Entretanto, o Ministro4 adverte que, em se tratando de terceirização ilícita, a eventual condição financeira satisfatória da empregadora não supre o vício: ³2EVHUYH-se que não se trata de discutir, nesses casos, se a empresa terceirizante é licitamente constituída e patrimonialmente idônea, já que o núcleo da temática examinada não diz respeito à responsabilidade WUDEDOKLVWD��������PDV�D�YtQFXOR�GH�HPSUHJR�´ ¾ Trabalho temporário Em relação ao trabalho temporário, além do que já comentamos no estudo da Súmula 331, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT). 3 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 453. 4 Idem, ibidem. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de trabalho temporário, empresa tomadora de serviços (empresa cliente) e o empregado, vinculado à primeira. No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas hipóteses previstas, quais sejam: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho Delgado5 explica que ³2�H[DPH�GHVVDV� GXDV�KLSyWHVHV�GH�SDFWXDomR� WHPSRUiULD�HYLGHQFLD�TXH� não se diferenciam substantivamente das hipóteses celetistas de pactuação de contrato empregatício por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato, sob a ótica socioeconômica, as mesmas necessidades empresariais atendidas pelos trabalhadores temporários (Lei n. 6.019) sempre puderam (e podem) ser preenchidas por empregados submetidos a contratos celetistas por tempo determinado (art. 443��&/7��´ 5 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ±Prof. Antonio Daud Jr 3 ± Questões Comentadas 1. FCC/TRT11 ± Analista Judiciário ± Área Execução de Mandados - 2012 O supermercado Delta terceirizou, de forma regular por meio de contrato, os serviços de vigilância junto à empresa Ajax Serviços. Houve inadimplência das obrigações trabalhistas em relação aos vigilantes. Nesta hipótese, o supermercado Delta (A) poderá responder de forma solidária pelos débitos trabalhistas da empresa Ajax. (B) não terá qualquer responsabilidade trabalhista visto que firmou contrato regular de terceirização com a prestadora Ajax. (C) poderá responder de forma subsidiária ou solidária pelos débitos trabalhistas da empresa Ajax. (D) poderá responder de forma subsidiária pelos débitos trabalhistas da empresa Ajax. (E) poderá responder de forma solidária pelos débitos trabalhistas apenas em caso de falência da empresa Ajax. Comentários: Gabarito (D), com fundamento na Súmula 331 do TST: SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (...) IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. 2. CESPE/CAIXA ± Advogado ± 2010 (Adaptada) O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada cliente, possuindo subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a pessoalidade. Comentários: Alternativa incorreta. O terceirizado não pode estar subordinado à empresa tomadora de serviços, visto que sem empregador é a empresa terceirizante. Este aspecto é abordado no item III da Súmula 331: SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr (...) III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. Não podemos confundir estes pressupostos com o do trabalhador temporário que, este sim, fica subordinado à tomadora de serviços: Empresa tomadora de mão de obra «» Contrato de natureza civil (intermediação de mão de obra) «» Empresa de trabalho temporário Trabalho subordinado (entretanto não há vínculo de emprego) Relação de emprego Trabalhador temporário 3. CESPE/BACEN ± Advogado ± 2010 (Adaptada) Assinale a opção correta a respeito da terceirização e da responsabilidade subsidiária por débitos trabalhistas. (A) A contratação irregular de trabalhador mediante a utilização de empresa interposta gera vínculo com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional. (B) Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância, de conservação e limpeza, assim como serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta. (C) A contratação de trabalhadores por empresa interposta é legal e não forma vínculo diretamente com o tomador dos serviços. (D) A administração pública direta, as autarquias e as fundações públicas estão isentas de qualquer tipo de responsabilidade pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte de empresas prestadoras de serviços. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr Comentários: Gabarito (B), conforme item III da Súmula 331. A alternativa (A) está incorreta porque tal situação acarretaria uma burla à imposição constitucional de aprovação em concurso público6 para a investidura em cargo ou emprego público. Tal vedação se encontra materializada no item II da Súmula 331. A alternativa (C) é incorreta porque se a contratação é irregular (por empresa interposta) o vínculo de emprego se forma diretamente com o tomador de serviços. Por fim, a alternativa (D) erra ao sugerir que não haveria responsabilização das entidades da Administração Pública pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte de empresas prestadoras de serviços. Havendo conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666/93, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora, a Administração Pública poderá ser responsabilizada. Por este motivo foram inseridos, em 2011, os itens V e VI na Súmula 331. Segue abaixo o verbete para confrontarmos com as alternativas da questão em comento: SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos 6 CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI ± A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. CESPE/Aracaju-SE ± Procurador - 2008 A jurisprudência trabalhista tem orientado as responsabilidades em caso de terceirização de mão-de-obra, sobretudo quando envolvido, na condição de tomador dos serviços, o poder público. Também passou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) a orientar, por súmula, os casos de contratos nulos de emprego no âmbito do poder público, assimcomo seus efeitos. Acerca desse tema, julgue os itens seguintes. 4. ± I - Por conta da exigência constitucional de prévio concurso público, no âmbito da administração pública não é possível considerar qualquer vínculo de emprego com o trabalhador que lhe haja prestado serviços por empresa interposta. Comentários: Alternativa correta, em face do art. 37, II da CF/88 e item II da Súmula 331 do TST. 5. ± II - No âmbito das relações privadas, é ilegal a terceirização de mão-de- obra, exceto se for o caso de trabalho temporário, serviços de vigilância e de conservação e limpeza ou serviços especializados ligados à atividade- meio do tomador dos serviços, desde que não configurada a pessoalidade e a subordinação direta entre este e o trabalhador. Comentários: Alternativa correta, conforme legislação de regência e itens I e III da Súmula 331. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr CESPE/PETROBRÁS ± Advogado - 2007 Uma empresa pública federal, após regular processo de licitação, contratou, no ano de 2006, empresa prestadora de serviços para desempenhar atividade de limpeza e conservação. Ocorre que, em razão do descumprimento das obrigações trabalhistas, diversas reclamações foram ajuizadas pelos empregados contra a prestadora de serviços. A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes de acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 6. - A contratação feita pela empresa pública é irregular, pois a atividade de conservação e limpeza deve ser realizada diretamente pelos seus empregados, devidamente aprovados em concurso público. Comentários: Alternativa incorreta. Tais atividades podem, sim, ser objeto de terceirização lícita. 7. - Poderá a empresa pública responder subsidiariamente pelas obrigações que não tenham sido adimplidas pela prestadora de serviços. Comentários: Alternativa correta. Com a inclusão dos itens V e VI à Súmula 331, tal UHVSRQVDELOL]DomR� GHPDQGDUi� ³conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.´ Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr 4 ± Lista das Questões Comentadas 1. FCC/TRT11 ± Analista Judiciário ± Área Execução de Mandados - 2012 O supermercado Delta terceirizou, de forma regular por meio de contrato, os serviços de vigilância junto à empresa Ajax Serviços. Houve inadimplência das obrigações trabalhistas em relação aos vigilantes. Nesta hipótese, o supermercado Delta (A) poderá responder de forma solidária pelos débitos trabalhistas da empresa Ajax. (B) não terá qualquer responsabilidade trabalhista visto que firmou contrato regular de terceirização com a prestadora Ajax. (C) poderá responder de forma subsidiária ou solidária pelos débitos trabalhistas da empresa Ajax. (D) poderá responder de forma subsidiária pelos débitos trabalhistas da empresa Ajax. (E) poderá responder de forma solidária pelos débitos trabalhistas apenas em caso de falência da empresa Ajax. 2. CESPE/CAIXA ± Advogado ± 2010 (Adaptada) O terceirizado é o trabalhador que presta serviço a uma empresa denominada cliente, possuindo subordinação direta na prestação do serviço, estando ausente, no entanto, a pessoalidade. 3. CESPE/BACEN ± Advogado ± 2010 (Adaptada) Assinale a opção correta a respeito da terceirização e da responsabilidade subsidiária por débitos trabalhistas. (A) A contratação irregular de trabalhador mediante a utilização de empresa interposta gera vínculo com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional. (B) Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância, de conservação e limpeza, assim como serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta. (C) A contratação de trabalhadores por empresa interposta é legal e não forma vínculo diretamente com o tomador dos serviços. (D) A administração pública direta, as autarquias e as fundações públicas estão isentas de qualquer tipo de responsabilidade pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte de empresas prestadoras de serviços. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr CESPE/Aracaju-SE ± Procurador - 2008 A jurisprudência trabalhista tem orientado as responsabilidades em caso de terceirização de mão-de-obra, sobretudo quando envolvido, na condição de tomador dos serviços, o poder público. Também passou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) a orientar, por súmula, os casos de contratos nulos de emprego no âmbito do poder público, assim como seus efeitos. Acerca desse tema, julgue os itens seguintes. 4. ± I - Por conta da exigência constitucional de prévio concurso público, no âmbito da administração pública não é possível considerar qualquer vínculo de emprego com o trabalhador que lhe haja prestado serviços por empresa interposta. 5. ± II - No âmbito das relações privadas, é ilegal a terceirização de mão-de- obra, exceto se for o caso de trabalho temporário, serviços de vigilância e de conservação e limpeza ou serviços especializados ligados à atividade- meio do tomador dos serviços, desde que não configurada a pessoalidade e a subordinação direta entre este e o trabalhador. CESPE/PETROBRÁS ± Advogado - 2007 Uma empresa pública federal, após regular processo de licitação, contratou, no ano de 2006, empresa prestadora de serviços para desempenhar atividade de limpeza e conservação. Ocorre que, em razão do descumprimento das obrigações trabalhistas, diversas reclamações foram ajuizadas pelos empregados contra a prestadora de serviços. A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes de acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 6. ± A contratação feita pela empresa pública é irregular, pois a atividade de conservação e limpeza deve ser realizada diretamente pelos seus empregados, devidamente aprovados em concurso público. 7. ± Poderá a empresa pública responder subsidiariamente pelas obrigações que não tenham sido adimplidas pela prestadora de serviços. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr 5 ± Gabaritos Questão 01 ± D Questão 02 ± E Questão 03 ± B Questão 04 ± C Questão 05 ± C Questão 06 ± E Questão 07 ± C Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr 6 ± Conclusão Bom pessoal, Chegamos ao final da nossa aula. O tema é relevante, mas ainda não conta com muitas questões de prova. Sugerimos ler e reler a Súmula 331 até decorar todos os seus itens! Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos à disposição para auxiliá-los (as). Grande abraço e bons estudos, Prof. Antonio Daud Jr https://www.facebook.com/adaudjr Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br20 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr 7 ± Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula ± CF/88 CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; ± CLT CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. ± Legislação específica Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços. Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. Lei 8.666/91, art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade (...). Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr § 1º É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato; I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato (...). Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. Lei 12.690/12, art. 1º A Cooperativa de Trabalho é regulada por esta Lei e, no que com ela não colidir, pelas Leis nos 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -Código Civil. Parágrafo único. Estão excluídas do âmbito desta Lei: I - as cooperativas de assistência à saúde na forma da legislação de saúde suplementar; II - as cooperativas que atuam no setor de transporte regulamentado pelo poder público e que detenham, por si ou por seus sócios, a qualquer título, os meios de trabalho; III - as cooperativas de profissionais liberais cujos sócios exerçam as atividades em seus próprios estabelecimentos; e IV - as cooperativas de médicos cujos honorários sejam pagos por procedimento. Lei 12.690/12, art. 2º Considera-se Cooperativa de Trabalho a sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr § 1º A autonomia de que trata o caput deste artigo deve ser exercida de forma coletiva e coordenada, mediante a fixação, em Assembleia Geral, das regras de funcionamento da cooperativa e da forma de execução dos trabalhos, nos termos desta Lei. § 2º Considera-se autogestão o processo democrático no qual a Assembleia Geral define as diretrizes para o funcionamento e as operações da cooperativa, e os sócios decidem sobre a forma de execução dos trabalhos, nos termos da lei. Lei 12.690/12, art. 3º A Cooperativa de Trabalho rege-se pelos seguintes princípios e valores: I - adesão voluntária e livre; II - gestão democrática; III - participação econômica dos membros; IV - autonomia e independência; V - educação, formação e informação; VI - intercooperação; VII - interesse pela comunidade; VIII - preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa; IX - não precarização do trabalho; X - respeito às decisões de asssembleia, observado o disposto nesta Lei; XI - participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e no Estatuto Social. Lei 12.690/12, art. 4º A Cooperativa de Trabalho pode ser: I - de produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de produção; e II - de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego. Lei 12.690/12, art. 5º A Cooperativa de Trabalho não pode ser utilizada para intermediação de mão de obra subordinada. Lei 12.690/12, art. 6º A Cooperativa de Trabalho poderá ser constituída com número mínimo de 7 (sete) sócios. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr Lei 12.690/12, art. 7º A Cooperativa de Trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a Assembleia Geral venha a instituir: I - retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores ao salário mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades desenvolvidas; II - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais, exceto quando a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou escalas, facultada a compensação de horários; III - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; IV - repouso anual remunerado; V - retirada para o trabalho noturno superior à do diurno; VI - adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas; VII - seguro de acidente de trabalho. § 1º Não se aplica o disposto nos incisos III e IV do caput deste artigo nos casos em que as operações entre o sócio e a cooperativa sejam eventuais, salvo decisão assemblear em contrário. § 2º A Cooperativa de Trabalho buscará meios, inclusive mediante provisionamento derecursos, com base em critérios que devem ser aprovados em Assembleia Geral, para assegurar os direitos previstos nos incisos I, III, IV, V, VI e VII do caput deste artigo e outros que a Assembleia Geral venha a instituir. § 3º A Cooperativa de Trabalho, além dos fundos obrigatórios previstos em lei, poderá criar, em Assembleia Geral, outros fundos, inclusive rotativos, com recursos destinados a fins específicos, fixando o modo de formação, custeio, aplicação e liquidação. § 5º A Cooperativa de Trabalho constituída nos termos do inciso I do caput do art. 4º desta Lei poderá, em Assembleia Geral Extraordinária, estabelecer carência na fruição dos direitos previstos nos incisos I e VII do caput deste artigo. § 6º As atividades identificadas com o objeto social da Cooperativa de Trabalho prevista no inciso II do caput do art. 4º desta Lei, quando prestadas fora do estabelecimento da cooperativa, deverão ser submetidas a uma coordenação com mandato nunca superior a 1 (um) ano ou ao prazo estipulado para a realização dessas atividades, eleita em reunião específica pelos sócios que se disponham a realizá-las, em que serão expostos os requisitos para sua consecução, os valores contratados e a retribuição pecuniária de cada sócio partícipe. Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr Lei 12.690/12, art. 8º As Cooperativas de Trabalho devem observar as normas de saúde e segurança do trabalho previstas na legislação em vigor e em atos normativos expedidos pelas autoridades competentes. Lei 12.690/12, art. 9º O contratante da Cooperativa de Trabalho prevista no inciso II do caput do art. 4º desta Lei responde solidariamente pelo cumprimento das normas de saúde e segurança do trabalho quando os serviços forem prestados no seu estabelecimento ou em local por ele determinado. Lei 12.690/12, art. 17. Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego, no âmbito de sua competência, a fiscalização do cumprimento do disposto nesta Lei. § 1º A Cooperativa de Trabalho que intermediar mão de obra subordinada e os contratantes de seus serviços estarão sujeitos à multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) por trabalhador prejudicado, dobrada na reincidência, a ser revertida em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT. § 2º Presumir-se-á intermediação de mão de obra subordinada a relação contratual estabelecida entre a empresa contratante e as Cooperativas de Trabalho que não cumprirem o disposto no § 6º do art. 7º desta Lei. § 3º As penalidades serão aplicadas pela autoridade competente do Ministério do Trabalho e Emprego, de acordo com o estabelecido no Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. Lei 12.690/12, art. 18. A constituição ou utilização de Cooperativa de Trabalho para fraudar deliberadamente a legislação trabalhista, previdenciária e o disposto nesta Lei acarretará aos responsáveis as sanções penais, cíveis e administrativas cabíveis, sem prejuízo da ação judicial visando à dissolução da Cooperativa. § 2º Fica inelegível para qualquer cargo em Cooperativa de Trabalho, pelo período de até 5 (cinco) anos, contado a partir da sentença transitada em julgado, o sócio, dirigente ou o administrador condenado pela prática das fraudes elencadas no caput deste artigo. Lei 12.690/12, art. 19. É instituído, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, o Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho - PRONACOOP, com a finalidade de promover o desenvolvimento e a melhoria do desempenho econômico e social da Cooperativa de Trabalho. Parágrafo único. O Pronacoop tem como finalidade apoiar: I - a produção de diagnóstico e plano de desenvolvimento institucional para as Cooperativas de Trabalho dele participantes; Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr II - a realização de acompanhamento técnico visando ao fortalecimento financeiro, de gestão, de organização do processo produtivo ou de trabalho, bem como à qualificação dos recursos humanos; III - a viabilização de linhas de crédito; IV - o acesso a mercados e à comercialização da produção; V - o fortalecimento institucional, a educação cooperativista e a constituição de cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas; VI - outras ações que venham a ser definidas por seu Comitê Gestor no cumprimento da finalidade estabelecida no caput deste artigo. Lei 12.690/12, art. 26. É instituída a Relação Anual de Informações das Cooperativas de Trabalho - RAICT, a ser preenchida pelas Cooperativas de Trabalho, anualmente, com informações relativas ao ano-base anterior. Parágrafo único. O Poder Executivo regulamentará o modelo de formulário da RAICT, os critérios para entrega das informações e as responsabilidades institucionais sobre a coleta, processamento, acesso e divulgação das informações. Lei 12.690/12, art. 27. A Cooperativa de Trabalho constituída antes da vigência desta Lei terá prazo de 12 (doze) meses, contado de sua publicação, para adequar seus estatutos às disposições nela previstas. ± TST SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 26 DIREITO DO TRABALHO P/ TRTS Teoria e Questões Aula Extra ± Prof. Antonio Daud Jr serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI ± A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.
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