Buscar

03 Apostila DIR TRABALHO AFT 2024

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 92 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 92 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 92 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 03 - Prof. Antonio
Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado
(Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho -
2024 (Pós-Edital)Autor:
Antonio Daud, Mara Queiroga
Camisassa de Assis, Equipe Mara
Camisassa
24 de Janeiro de 2024
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Terceirização Trabalhista 3
..............................................................................................................................................................................................2) Trabalho Temporário 25
..............................................................................................................................................................................................3) Questões Comentadas - Terceirização - Cebraspe 61
..............................................................................................................................................................................................4) Questões Comentadas - Terceirização - Cesgranrio 80
..............................................................................................................................................................................................5) Lista de Questões - Terceirização - Cebraspe 82
..............................................................................................................................................................................................6) Lista de Questões - Terceirização - Cesgranrio 90
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
2
92
 
 
INTRODUÇÃO 
Oi amigos (as), 
Sejam bem-vindos (as) a mais uma aula do nosso curso. Nesta aula veremos os temas Terceirização 
e, com mais detalhes, Trabalho Temporário. 
Ambos sofreram mudanças significativas com a aprovação da Lei 13.429, de 31 de março de 2017. 
A “Terceirização” sofreu nova alteração por meio da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017). 
O que a Lei 13.429/2017 fez foi inserir as regras sobre a terceirização dentro da Lei 6.019/1974, 
que, até então, tratava somente do trabalho temporário. Além disso, a nova lei alterou alguns 
aspectos do trabalho temporário. Portanto, tanto “trabalho temporário” quanto a “terceirização” 
(em sentido estrito) encontram-se regulados pela Lei 6.019. 
As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 
do TST. Até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já que, 
em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado por 
lei. 
Nesta aula, vamos começar falando da “terceirização” e na sequência abordamos o “trabalho 
temporário”. 
 
 
Vamos ao trabalho! 
 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
3
92
 
 
TERCEIRIZAÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO 
Estudamos até o momento os casos em que há vínculo empregatício (relação bilateral, nas figuras 
de empregado e empregador) e, também, casos em que existe a relação de trabalho lato sensu 
(relação entre prestador de serviços e tomador de serviços). 
Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde terão lugar: 
✓ Empregado 
✓ Empregador (empresa prestadora de serviços - EPS) 
✓ Empresa contratante de serviços 
Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de serviços e o 
empregado, e, entre as empresas prestadora e contratante, um contrato de natureza civil. 
Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a 
manutenção de suas instalações. 
Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; entre a Limpatudo 
e seus empregados haverá, naturalmente, um contrato de trabalho e teremos, assim, a 
terceirização das atividades de limpeza e conservação tendo a Limpatudo como prestadora de 
serviços e o Supermercado Alfa como contratante dos serviços. 
Até a publicação da Lei 13.429/2017 (que alterou a Lei 6.019/1974), o tema exigia o conhecimento 
da Súmula 331 do TST: 
SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o 
vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho 
temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera 
vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou 
fundacional (art. 37, II, da CF/1988). 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de 
vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a 
de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que 
inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
4
92
 
 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, 
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas 
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também 
do título executivo judicial. 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem 
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua 
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, 
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais 
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não 
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela 
empresa regularmente contratada. 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as 
verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. 
Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula perdeu grande parte de 
sua relevância. 
Vamos agora passar a tratar das novas regras da terceirização. 
A lei define “empresa prestadora de serviços” como sendo1: 
Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência 
feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua 
atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que 
possua capacidade econômica compatível com a sua execução. 
Pela parte final do caput acima, percebemos que a contratante dos serviços não poderia contratar 
uma empresa prestadora de serviços (EPS) qualquer, ele deve ter “capacidade econômica” 
compatível, com, por exemplo, patrimônio e capital de giro suficiente para o contrato celebrado. 
Após a reforma trabalhista, foi excluída a necessidade de que os serviços terceirizados fossem 
“determinados e específicos”. Veja como era a redação anterior: 
 
1 Aqui uma dica! Para diferenciar, na nova redação da Lei 6.019, a “terceirização” (em sentido estrito) do “trabalho temporário”, 
fique atento à terminologia dada à empresa contratada para prestar os serviços: em geral, se falar em “empresa prestadorade 
serviços” (EPS), será caso de terceirização; se falar em “empresa de trabalho temporário” (ETT), caso de trabalho temporário. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
5
92
 
 
Lei 6.019, art. 4º-A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica 
de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e 
específicos. 
Esta modificação foi cobrada na questão abaixo, incorreta: 
FCC/TRT-RN – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada) 
A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas dos 
empregados da contratada, desde que os serviços terceirizados sejam determinados e específicos. 
Aqui um parêntese antes de avançarmos. Muito embora não mais se exija expressamente que os 
serviços contratados sejam “determinados e específicos”, como alerta Raphael Miziara2, eles 
devem ser especificados no contrato de prestação de serviços3, além do que é vedada4 a utilização 
dos terceirizados em atividades distintas daquelas contratadas (desvio de função). 
Explorando essa sutileza e a exigência da “especificação do serviço a ser prestado”, trago a 
questão abaixo, incorreta: 
FCC/TST – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada) 
É lícita a celebração de contrato geral de prestação de serviços entre a tomadora e a empresa 
prestadora de serviços, não sendo exigido que no termo esteja determinado expressa e 
especificamente os serviços a serem desempenhados. 
Seguindo adiante, a Lei 6.019 destaca também que o trabalhador terceirizado (diferentemente do 
trabalhador temporário) não se subordina diretamente à contratante: 
Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços contrata, 
remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata 
outras empresas para realização desses serviços. 
Portanto, na terceirização, é a EPS quem dirige a prestação laboral (como já dizia a SUM-331 do 
TST, item III, parte final). 
 
2 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p. 
54 
3 Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (..) II - especificação do serviço a ser prestado 
4 Lei Art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do 
contrato com a empresa prestadora de serviços. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
6
92
 
 
Outra observação a respeito do §1º acima, é a possibilidade de a empresa prestadora (EPS) de 
serviços subcontratar outras empresas (chamada, por alguns, de “terceirização em cadeia”5 ou, 
por outros, “quarteirização”6). 
Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo para realizar a 
manutenção de suas instalações. A Limpatudo, por sua vez, subcontrata estes serviços da empresa 
FazdeTudo, cujos trabalhadores irão efetivamente realizar a tarefa. 
Na sequência, a Lei deixa claro que, sendo caso de terceirização lícita7, não haverá formação de 
vínculo de emprego dos trabalhadores terceiros (ou sócios das EPS) com a empresa contratante 
dos serviços: 
Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 2º Não se configura vínculo empregatício entre os 
trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja 
o seu ramo, e a empresa contratante. 
Existe uma disposição muito semelhante em relação ao trabalho temporário8. 
Empresa prestadora de serviços (EPS) 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
Como já vimos, a empresa prestadora de serviços deve ser uma pessoa jurídica de direito privado 
com capacidade econômica para o contrato. 
Nesse sentido, a lei da terceirização prevê alguns requisitos para funcionamento desta empresa, 
em especial exigências do capital social da empresa: 
Lei 6.019/1974, art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de 
prestação de serviços a terceiros: 
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); 
II - registro na Junta Comercial; 
 
5 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p. 
59-66 
6 AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Data de Publicação: DEJT 5/12/2014 
7 Aproveitando-se o teor da SUM-331, I. 
8 Lei 6.019/1974, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e 
os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
7
92
 
 
III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os 
seguintes parâmetros: 
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil 
reais); 
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 
25.000,00 (vinte e cinco mil reais); 
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de 
R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais); 
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de 
R$ 100.000,00 (cem mil reais); e 
e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 
(duzentos e cinquenta mil reais). 
Compilando o inciso III acima, temos: 
 
Quantidade de 
empregados da EPS 
Capital social mínimo 
(R$) 
Até 10 10.000,00 
de 11 até 20 25.000,00 
de 21 até 50 45.000,00 
de 51 até 100 100.000,00 
mais de 100 250.000,00 
Contratante dos serviços 
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA 
A lei define como: 
Lei 6.019, art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato 
com empresa de prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas 
atividades, inclusive sua atividade principal. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
8
92
 
 
Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais) terceirizem serviços9. 
E para preservar o contrato de prestação de serviços: 
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos 
trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com 
a empresa prestadora de serviços. 
Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde que seja de comum 
acordo entre EPS e contratante: 
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 2º Os serviços contratados poderão ser executados 
nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum 
acordo entre as partes. 
Agora, importante conhecer as obrigações da contratante em uma terceirização. 
Por meio do art. 5º-A, §3º, o legislador afirma que é a contratante é obrigada a garantir um 
ambiente de trabalho seguro: 
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir as 
condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o 
trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado 
em contrato. 
 
A par da previsão legal transcrita acima, a doutrina10 entende que tal disposiçãonão afasta a 
responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsável (juntamente com a contratante), 
conforme se extrai do enunciado da 1º Jornada de Direito do Trabalho: 
 
9 A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição para terceirizar amplamente 
suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público 
(CF, art. 37, II). 
10 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho Temporário. LTr, 2017. p. 
97-99. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
9
92
 
 
44. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO. 
SOLIDARIEDADE. 
Em caso de terceirização de serviços, o tomador e o prestador respondem 
solidariamente pelos danos causados à saúde dos trabalhadores. Inteligência dos 
artigos 932, III, 933 e 942, parágrafo único, do Código Civil e da Norma 
Regulamentadora 4 (Portaria 3.214/77 do Ministério do Trabalho e Emprego). 
 
Como regra geral, a Lei faculta (não torna obrigatória) a extensão aos trabalhadores terceirizados 
das facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da contratante: 
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da 
empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e 
de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da 
contratante, ou local por ela designado. 
Entretanto, caso os serviços sejam prestados nas dependências da tomadora dos serviços, torna-
se obrigatório à contratante estender tais facilidades aos terceirizados: 
Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de 
serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que 
podem ser de qualquer uma das atividades da contratante, forem executados nas 
dependências da tomadora, as mesmas condições: 
I - relativas a: 
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em 
refeitórios; 
b) direito de utilizar os serviços de transporte; 
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da 
contratante ou local por ela designado; 
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
10
92
 
 
II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de 
instalações adequadas à prestação do serviço. 
Exemplo 1: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados e contrata 
prestação de serviços terceirizados em suas dependências: deverá facultar também aos 
terceirizados a mesma condição. 
Exemplo 2: a empresa tomadora dos serviços possui refeitório para seus empregados, mas a 
prestação de serviços terceirizados ocorre fora das suas dependências: poderá facultar também 
aos terceirizados a mesma condição. 
O mesmo vale para transporte, atendimento médico e ambulatorial, treinamento, condições 
sanitárias e de SST. 
Embora parte da doutrina tenha entendido inicialmente que o art. 4o-C (inserido pela Lei 
13.467/2017) revogou tacitamente o art. 5o-A, § 4o (inserido pela Lei 13.429/2017), as Bancas têm 
entendido pela coexistência das duas regras, de modo que uma seria exceção à regra da outra. 
Este detalhe foi cobrado na questão abaixo, incorreta, já que não se mencionou que a prestação 
ocorria nas dependências da contratante: 
FCC/TST – Analista Judiciário–Área Judiciária – 2017 (adaptada) 
A contratante deverá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo 
atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas 
dependências da contratante, ou local por ela designado. 
Por outro lado, a questão abaixo foi considerada correta: 
 
FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa – 2017 (adaptada) 
Gosto Bom Ltda., indústria alimentícia, terceirizou os serviços do setor de embalagens dos seus 
produtos e, para tanto, contratou a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda., de propriedade de 
seu antigo gerente industrial, que pediu demissão exatamente para fundar esta empresa. Esse é 
o primeiro contrato de prestação de serviços firmado pela Pacote Forte Embalagens Ltda., quatro 
meses depois de iniciar suas atividades. No contrato de prestação de serviços pactuado restou 
previsto que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos 
empregados da contratante. Os serviços contratados são executados nas dependências da 
tomadora. Considerando as regras legais sobre terceirização de serviços, julgue: 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
11
92
 
 
( ) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços à Gosto Bom Ltda. 
têm asseguradas as mesmas condições relativas a atendimento médico ou ambulatorial existente 
nas dependências da contratante ou local por ela designado. 
 
E se, por exemplo, a quantidade de terceirizados for tão grande que o refeitório da 
tomadora não seja suficiente para acomodar todos? 
Antevendo esta situação, o legislador autorizou que os “serviços de alimentação” e de 
“atendimento ambulatorial” fossem fornecidos aos terceirizados em outro local, nas hipóteses em 
que os terceirizados forem em número igual ou superior a 20% dos empregados próprios da 
tomadora: 
Lei 6.019, art. 4o-C, § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de 
empregados da contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) 
dos empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados da 
contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em outros 
locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas a manter o 
pleno funcionamento dos serviços existentes. 
- - - - 
Reparem, portanto, que, em se tratando de ambiente de trabalho, há equivalência de direitos 
entre o terceirizado e o empregado próprio do tomador, nas situações em que a prestação ocorrer 
dentro das dependências da tomadora. 
Todavia, em se tratando de salário, veremos mais à frente que não existe tal equivalência. 
- - - - 
Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade subsidiária da contratante pelas obrigações 
trabalhistas em uma terceirização lícita11: 
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5º A empresa contratante é subsidiariamente 
responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a 
prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias 
observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199112. 
 
11 Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV. 
12 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime 
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
12
92Atividades que podem ser terceirizadas 
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA 
Antes da publicação da Lei, permitia-se (por meio da SUM-331 do TST) somente a terceirização 
de serviços especializados ligados à atividade-meio do contratante, atividades de limpeza e 
conservação e de vigilância. 
A nova lei, por sua vez, não faz qualquer restrição nesse sentido, possibilitando expressamente a 
terceirização das atividades principais da empresa contratante. Ou seja, segundo dispõe a Lei 
6.019, com redação dada pela Lei 13.467, de julho de 2017, quaisquer atividades podem ser 
objeto de terceirização, seja atividade-meio ou atividade-fim. 
Na sequência, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu13 que é lícita a terceirização em todas as 
etapas do processo produtivo, seja meio ou fim, tendo fixado a seguinte tese: 
 
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da 
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele 
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. 
13 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324 e o Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão 
geral reconhecida. Julgamento em 30/8/2018. 
Contratante 
dos serviços 
(tomadora)
Responsabilidade subsidiária pelas 
obrigações trabalhistas (regra)
Responsável por gerar ambiente de 
trabalho seguro aos terceirizados
atendimento 
médico, 
ambulatorial e 
de refeição aos 
terceirizados
regra: poderá dar o mesmo 
tratamento dado aos 
empregados próprios
exceção: serviços prestados 
nas dependências da 
contratante
Se terceirizados 
forem 20% ou mais 
dos empregados 
próprios: outros 
locais com mesmo 
padrão
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
13
92
 
 
É licita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre 
pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas 
envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante. 
Contrato de prestação de serviços 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
O art. 5º-B da Lei 6.019 elenca alguns requisitos do contrato de prestação de serviços: 
Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: 
I - qualificação das partes; 
II - especificação do serviço a ser prestado; 14 
III - prazo para realização do serviço, quando for o caso; 
IV - valor. 
Quarentena para terceirização 
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA 
Objetivando minimizar as chances de que as empresas dispensem seus empregados próprios para 
terceirizarem, com os mesmos trabalhadores, as atividades por eles exercidas, criou-se uma 
quarentena de 18 meses. 
Exemplo: Francisco é empregado da empresa QueBrada Ltda. Se Francisco é dispensado, ele 
somente poderá prestar serviços, enquanto trabalhador terceirizado, àquela empresa após o 
decurso de 18 meses (seja como empregado da empresa prestadora de serviços, seja como sócio 
da prestadora). 
A ideia é evitar que os empregados sejam demitidos e forçados a constituírem empresas próprias 
(pejotização) para prestarem serviços ao antigo empregador, no intuito de burlar a legislação 
trabalhista. 
 
14 Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância e transporte de valores, os quais 
continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983). 
 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
14
92
 
 
A única exceção refere-se ao empregado que se aposenta. Neste caso, não há que se falar em 
quarentena de 18 meses: 
Lei 6.019, art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A 
desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito 
meses, prestado serviços à contratante na qualidade de empregado ou 
trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos titulares ou sócios 
forem aposentados. 
Lei 6.019, art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços 
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de 
serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da 
demissão do empregado. 
Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
O TST vinha entendendo que os trabalhadores terceirizados tinham direito à isonomia salarial com 
o empregado próprio do tomador dos serviços, em especial nas situações de terceirização ilícita, 
conforme se depreende da OJ 383 da SDI-115. 
Todavia, a Lei não exige isonomia entre os terceirizados e os empregados próprios do tomador. 
Isto porque, por meio da Lei 13.467, que alterou a Lei 6.019/1974, ficou estabelecido que não há 
obrigatoriedade de equivalência salarial entre o empregado próprio do tomador dos serviços e o 
trabalhador terceirizado: 
Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim 
entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao 
pago aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos neste 
artigo. 
Em outras palavras, até pode ser estabelecida a equivalência salarial, no âmbito do contrato de 
prestação de serviços, mas esta não é uma obrigação das empresas. 
 
15 383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI 
Nº 6.019, DE 03.01.1974. 
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com ente da Administração 
Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas 
legais e normativas asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de funções. 
Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
15
92
 
 
Sintetizando, temos o seguinte: 
 
Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o trabalhador 
temporário – Lei 6.019, art. 12, ‘a’. 
Para encerrar este tópico, trago as críticas do Ministro Godinho em relação à mudança 
promovida16: 
A segunda mudança muito impactante promovida pela Lei n. 13.467/2017 consiste 
na consagração da ideia da discriminação salarial entre os trabalhadores 
terceirizados e os empregados da empresa contratante (art. 4º-C, §1º, Lei 
6.019/1974). Ou melhor: a possibilidade de escolha contratual, pelas empresas, 
entre se adotar uma prática discriminatória ou não quanto aos salários dos 
trabalhadores terceirizados. 
Terceirização na Administração Pública 
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA 
A terceirização no âmbito público em geral é realizada por meio de contratos administrativos de 
prestação de serviços, celebrados entre o ente público e o prestador privado. 
 
16 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n. 
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 209 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos- Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
16
92
 
 
A regra geral, de sede constitucional, é de que tais contratos sejam resultantes de um 
procedimento licitatório. 
E, uma vez celebrado o contrato, como vocês sabem, a Lei 14.133/2021 atribuiu à Administração 
Pública o dever de fiscalizar os contratos administrativos que vier a celebrar: 
 Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 
(um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração especialmente 
designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos 
respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros para assisti-los e 
subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição. 
Esta atribuição é desempenha por um servidor, muitas vezes chamado de “fiscal de contrato” ou 
“gestor de contrato”. 
Considerando esta atribuição, o TST vinha entendendo que, caso esta fiscalização não fosse 
realizada de forma adequada, a Administração Pública poderia ser chamada a responder pelos 
créditos trabalhistas não pagos aos terceirizados. 
Exemplo: a empresa XYZ foi contratada pelo Tribunal 234 para prestar serviços de vigilância. Pois 
bem, a empresa decretou sua falência e deixou de pagar uma série de direitos aos seus 
empregados que prestavam serviços àquele Tribunal. 
Nesse cenário, o TST vinha entendendo que, caso o Tribunal não houvesse fiscalizado de forma 
adequada a prestação dos serviços, o próprio Tribunal 234 poderia ser chamado a responder pelos 
direitos dos empregados da empresa XYZ. 
Neste aspecto convém mencionar as culpas in eligendo e in vigilando. 
O conceito de culpa in eligendo decorre do tomador de serviços ter elegido mal seu prestador de 
serviços, que não cumpriu suas obrigações perante os empregados. 
A culpa in vigilando se relaciona à fiscalização deficiente da tomadora, que permitiu a prática de 
irregularidades trabalhistas por parte da prestadora, o que implica em sua responsabilidade 
subsidiária. 
Para que o tomador de serviços seja responsabilizado subsidiariamente me face de obrigações 
trabalhista oriundas da terceirização, este deve ter participado da relação processual e deve 
constar também do título executivo judicial. 
Tendo em vista evolução jurisprudencial com relação à responsabilização da Administração Pública 
em terceirizações, em 2011 o TST inseriu o item V na Súmula 331, que trata especificamente da 
responsabilidade subsidiária de órgão e entidades públicos: 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
17
92
 
 
SUM-331, V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta 
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada 
a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações 
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida 
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações 
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
Esta alteração decorreu de ação judicial (Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC) 
envolvendo a revogada Lei 8.666/93, que em seu artigo 71 dispunha: 
Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, 
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. 
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, 
fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por 
seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a 
regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de 
Imóveis. 
Além disso, a NLL estabelece que a Administração contratante fiscalizará a execução do contrato 
e o cumprimento das obrigações contratuais da empresa contratada. 
Deste modo, o item V deixa claro que a responsabilização do ente público “não decorre de mero 
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada”, 
mas terá lugar quando se verifique que o ente público contratante aja de forma culposa no 
cumprimento (descumprimento, no caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-
ão, neste caso, as culpas in eligendo e in vigilando. 
Em outro giro, no julgamento do RE nº 760.931/DF, com repercussão geral reconhecida, o STF 
firmou a tese de que: 
o inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do contratado não 
transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo 
seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 
1º, da Lei nº 8.666/93 
Isto porque o STF entendeu que a responsabilização do ente público apenas está autorizada quando 
comprovada a ausência de fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas pela 
prestadora. 
E quem detém o ônus de comprovar a realização da fiscalização? Ou de provar a inexistência de 
fiscalização sistemática? 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
18
92
 
 
Até pouco tempo atrás, vinha se entendendo que a definição do ônus da prova caberia ao TST, 
diante de sua natureza eminentemente infraconstitucional. E, nesse sentido, vinha defendendo o 
TST17 que a Administração Pública é quem detinha o ônus de provar que fiscalizou diligentemente 
os contratos por ela firmados. Não havendo tal comprovação, o poder público seria chamado a 
responder em caráter subsidiário. Na prática, tal entendimento acabava apequenando o 
entendimento do STF no sentido de que a Administração não responderia automaticamente. Isto 
porque, caso não houvesse provas de fiscalização adequada, haveria a responsabilização 
subsidiária do poder público "automaticamente". 
Ocorre que, a partir de setembro de 2020, interpretando-se julgados do STF18, o TST curvou-se à 
tese de que é do empregado (e não da Administração Pública) o ônus de se comprovar a culpa in 
vigilando da Administração: 
1. O Supremo Tribunal Federal, ao revisitar o tema específico da responsabilidade 
subsidiária, após o reconhecimento da constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 
8.666/93, que exime a administração pública nos casos de terceirização de 
serviços (ADC 16, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 08/09/11), reafirmou o 
entendimento anterior, que veda a responsabilização automática da administração 
pública, só cabendo sua condenação se houver prova inequívoca de sua conduta 
omissiva ou comissiva na fiscalização dos contratos (RE 760.931, Red. Min. Luiz 
Fux, julgado em 30/03/17, leading case do Tema 246 de Repercussão Geral do 
STF). Nesse sentido, apenas nas hipóteses em que fique claro na decisão regional 
que foi comprovada pelo reclamante a culpa in eligendo ou in vigilando da 
administração pública é que se poderia condená-la subsidiariamente. As hipóteses 
de culpa presumida ou decorrente de inversão do ônus da prova, como também 
a de atribuição da responsabilidade por mero inadimplemento das obrigações 
trabalhistas por parte do prestador de serviços, foram descartadas pelo Pretório 
Excelso nesse último julgamento. 
2. Sobreleva notar que a tese da Relatora originária do RE 760.931 (Min. Rosa 
Weber), de que o ônus da prova era da Administração Pública, restou vencida, e 
a decisão do TST, calcada na culpa in vigilando do ente público, por não ter 
provado que fiscalizou o cumprimento das obrigações trabalhistas, foi reformada. 
Assim,os embargos declaratórios foram rejeitados ao fundamento de que a 
decisão não carecia de maiores esclarecimentos (RE 760.931-ED, Red. Min. Edson 
Fachin, DJe de 06/09/19). Ou seja, nem se adotou a tese, a contrario sensu, do 
ônus da prova do reclamante nos embargos declaratórios, nem se afirmou ser tal 
 
17 A exemplo do TST-E-RR-925-07.2016.5.05.0281, SBDI-I, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, 
12.12.2019. Informativo TST 214 
18 Em especial o RE 760.931 (tema de repercussão geral 246) 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
19
92
 
 
matéria infraconstitucional, já que, repita-se, ficou vencida a tese do ônus da prova 
da administração pública no julgamento originário do Supremo, com cassação da 
decisão do TST que se firmava nessa tese específica (Rel. Min. Freire Pimenta). 
3. Ademais, ambas as Turmas do STF, apreciando reclamações contra decisões do 
TST, vencidos os Min. Marco Aurélio e Rosa Webrer, deixaram claro que, de 
acordo com o figurino dos precedentes vinculantes do STF quanto ao Tema 246, 
é do reclamante o ônus da prova da culpa in vigilando da administração pública 
(cfr. AgRg-ED-Rcl 36.836-MA, 1ª Turma, Red. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 14/2/2020; AgRg-Rcl 37.035-MA, 2ª Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado 
em 19/12/2019). 4. Assim, a regra é a não responsabilização da administração 
pública pelos créditos judiciais trabalhistas de empregados terceirizados, e a 
contemporização do STF, abrindo exceção à regra, fica limitada e balizada pelas 
decisões da própria Suprema Corte, que, portanto, não comportam elastecimento 
por parte da Justiça do Trabalho. 
TST-RR-83- 97.2018.5.20.0003, 4ª Turma, rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, 
julgado em 29/9/2020. Informativo TST 226. 
- - - - 
Para finalizar a Súmula 331 vamos reler o item VI: 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as 
verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. 
Este item também foi inserido em 2011, para deixar claro que a responsabilidade subsidiária na 
terceirização não se refere apenas ao salário, mas também às demais verbas trabalhistas 
remuneratórias e indenizatórias. 
Como já ressaltamos anteriormente, a súmula comentada acima não foi objeto de cancelamento 
ou reforma pelo TST, mesmo após a publicação da nova lei de terceirização (Lei 13.429/2017). 
As alterações promovidas pela nova lei exigirão o cancelamento ou a revisão da Súmula no 331 
do TST, pois, até então, esta súmula era a principal diretriz que tínhamos a respeito do assunto, já 
que, em todos estes anos de terceirização no Brasil, o assunto ainda não havia sido regulamentado 
por lei. 
Com a alteração promovida pela Lei 13.429/2017, a redação da súmula, no geral, perdeu parte de 
sua relevância. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
20
92
 
 
Todavia, no que diz respeito à responsabilidade do tomador, a regra continua sendo a 
responsabilidade subsidiária de quem contrata a prestação dos serviços. 
 
Nesse sentido, a lei da terceirização reforça a responsabilidade subsidiária da contratante pelas 
obrigações trabalhistas em uma terceirização lícita19: 
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 5o A empresa contratante é subsidiariamente 
responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a 
prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias 
observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 199120. 
Por fim, ressalte-se que, em junho de 2020, ao apreciar a constitucionalidade da alteração 
promovida pela Lei 13.429/2017, o STF21 confirmou sua constitucionalidade, inclusive quanto à 
possibilidade de terceirização no âmbito da Administração Pública. 
Aspectos específicos na “nova lei de licitações” 
A nova lei de licitações prevê que somente o contratado será responsável pelos encargos 
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato, consoante 
prevê o caput do art. 121 da nova lei. 
Portanto, o pagamento dos salários dos empregados vinculados ao contrato, o pagamento de 
tributos, inclusive de natureza previdenciária, e obrigações de natureza comercial relacionadas ao 
contrato estão a cargo do contratado, somente, como regra geral. 
Mas a Lei 14.133 prevê também o que ocorrerá se o contratado deixa de cumprir tais encargos, 
isto é, se o contratado estiver em situação de inadimplência em relação a estes encargos: 
Art. 121, § 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas, 
fiscais e comerciais não transferirá à Administração a responsabilidade pelo seu 
pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a 
regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o registro de 
imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo. (..) 
 
19 Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV. 
20 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime 
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e 
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da 
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele 
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. 
21 ADIs 5.735, 5.695, 5.685, 5.686 e 5.687 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
21
92
 
 
§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de 
dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração responderá solidariamente 
pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se 
comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado. 
 
Reparem que, segundo a lei, para os encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, a inadimplência 
do contratado não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento (art. 
121, §1º). A inadimplência quanto a estes encargos também não poderá onerar o objeto do 
contrato, ou seja, não poderá impor ônus, como impedimento à regularização ou à obtenção de 
alvará de funcionamento ao edifício. 
No que se refere aos encargos previdenciários e trabalhistas, teremos uma exceção envolvendo 
os contratos de “serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra”22. 
Nestes contratos, a inadimplência do contratado pode fazer com que a Administração responde 
de maneira solidária pelos encargos previdenciários e subsidiária pelos encargos trabalhistas (art. 
121, §2º). 
Além disso, teremos outra peculiaridade envolvendo os encargos trabalhistas e os contratos de 
serviços continuados. A nova lei de licitações – seguindo entendimento do STF23 – estabeleceu 
que a responsabilidade da Administração não é automática, pois depende de a Administração ter 
sido negligente quanto ao seu dever de fiscalizar o contrato (art. 121, §2º, parte final). 
 
Imaginem o seguinte exemplo: o Banco Central contrata a empresa Fogo Total para lhe 
prestar serviços de vigilância. Durante os 5 anos do contrato, osserviços eram 
 
22 Art. 6º, XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra: aqueles cujo modelo de 
execução contratual exige, entre outros requisitos, que: 
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do contratante para a prestação dos serviços; 
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis de uma contratação para execução 
simultânea de outros contratos; 
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à distribuição, controle e supervisão dos recursos 
humanos alocados aos seus contratos; 
23 A exemplo do Recurso Extraordinário (RE) 760931. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
22
92
 
 
prestados pelos vigilantes Lucas, João, Mateus e Marcos (terceirizados da empresa Fogo 
Total). 
Se a empresa deixar de pagar os encargos trabalhistas destes empregados, o Banco 
Central não poderá ser chamado a pagar tais encargos, como regra geral. 
No entanto, se a autarquia deixou de fiscalizar a execução daquele contrato (não 
verificando os pagamentos dos salários dos terceirizados, não checando a concessão 
de férias, recolhimento de FGTS etc), considera-se que houve negligência do seu dever 
de fiscalizar (chamada culpa in vigilando). 
Nesta situação, excepcionalmente, o Banco Central passará a responder de maneira 
subsidiária (e não solidária). 
A responsabilidade subsidiária significa que há uma ordem de preferência para cobrança 
dos valores, devendo-se primeiramente tentar cobrar da própria empresa contratada 
e, somente em segundo lugar, do ente público. 
 
A título de aprofundamento, destaco que, em relação aos contratos com dedicação exclusiva de 
mão de obra, o legislador previu outras medidas para redução do risco trabalhista da 
Administração: 
Art. 121, § 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação 
exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento de obrigações 
trabalhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou 
em contrato, poderá, entre outras medidas: 
I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura 
para verbas rescisórias inadimplidas; 
II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações 
trabalhistas vencidas relativas ao contrato; [uma espécie de retenção dos 
pagamentos, condicionada à comprovação de pagamento dos terceirizados] 
III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada [art. 142]; 
IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas 
trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado; [aqui o 
poder público pagaria diretamente aos terceirizados] 
V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a 
ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado que 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
23
92
 
 
participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo contratante 
ao contratado somente na ocorrência do fato gerador [art. 142]. 
§ 4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere o inciso III do § 3º 
deste artigo são absolutamente impenhoráveis. 
 
 
Por fim, lembro que, mesmo quando a empresa contratada subcontratar parte do objeto, ela 
continuará responsável pelas obrigações legais ou contratuais inicialmente assumidas (art. 122). 
 
Fiscais 
Comerciais 
Trabalhistas 
Administração não 
responde (regra) 
Serv. 
contínuos c/ 
dedicação 
exclusiva de 
M/O 
Trabalhistas 
regra geral Administração não responde 
se houver falha 
na fiscalização 
responde 
subsidiariamen
te 
Previdenciários Administração responde 
solidariamente 
Inadimplência do 
contratado quanto a 
encargos 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
24
92
 
 
TRABALHO TEMPORÁRIO 
Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se 
confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT). 
No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica trilateral, com a empresa de 
trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de serviços e o trabalhador, vinculado à primeira. 
No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT, não existe empresa de trabalho 
temporário; é a própria empresa interessada que irá contratar o empregado a prazo determinado nas 
hipóteses previstas, quais sejam: 
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; 
b) de atividades empresariais de caráter transitório; 
c) de contrato de experiência. 
 
Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os casos, Mauricio Godinho 
Delgado1 explica que 
“O exame dessas duas hipóteses de pactuação temporária evidencia que não se 
diferenciam substantivamente das hipóteses celetistas de pactuação de contrato 
empregatício por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato, sob a ótica socioeconômica, 
as mesmas necessidades empresariais atendidas pelos trabalhadores temporários (Lei n. 
6.019) sempre puderam (e podem) ser preenchidas por empregados submetidos a 
contratos celetistas por tempo determinado (art. 443, CLT).” 
- - - - - 
 
Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo como: 
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada 
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa 
tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal 
permanente ou à demanda complementar de serviços. 
Antes da Lei 13.429/2017, a definição era a seguinte: 
 
1 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
25
92
 
 
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma 
empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e 
permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços. 
É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário: 
Lei 6.019/74, art. 4º - Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente 
registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à 
disposição de outras empresas temporariamente. 
A definição anterior era a seguinte: 
Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa 
física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras 
empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas 
remunerados e assistidos. 
 
Como a empresa de trabalho temporário (ETT) não é contratada para realizar serviços, mas sim intermediar 
mão de obra, percebam que este é um caso em que o trabalhador da empresa prestadora será alocado na 
dinâmica industrial da tomadora, ou seja, realizará suas atividades de forma subordinadaà tomadora. 
 
Segue abaixo um esquema envolvendo o trabalho temporário: 
Empresa tomadora de mão de 
obra 
«» 
Contrato de natureza civil 
(intermediação de mão de obra) 
«» 
Empresa de trabalho 
temporário (ETT) 
 
 
 
 
Trabalho subordinado 
(entretanto não há vínculo de 
emprego) 
 
Relação de trabalho 
 
 Trabalhador temporário 
 
Hipóteses do trabalho temporário 
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA 
O trabalho temporário se destina a permitir que a empresa de trabalho temporário (ETT) forneça 
trabalhadores a outras empresas, sendo relação excepcional que só é admitida nas estritas hipóteses do art. 
2º da Lei 6.019/74, a saber: 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
26
92
 
 
• necessidade de substituição transitória de pessoal permanente2 
• demanda complementar de serviços3 
Acerca desta última hipótese, a própria lei dispôs da seguinte forma: 
Lei 6.019/74, art. 2º, § 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja 
oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha 
natureza intermitente, periódica ou sazonal. 
Resumindo, será complementar a demanda decorrente de fatores: 
✓ imprevisíveis ou 
✓ previsíveis, com natureza 
o periódica 
o intermitente 
o sazonal 
Por outro lado, o Decreto 10.854/2021 deixa claro que: 
Art. 43, Parágrafo único. Não se considera demanda complementar de serviços: 
I - as demandas contínuas ou permanentes; ou 
II - as demandas decorrentes da abertura de filiais. 
- - - - 
Além das hipóteses, é importante se atentar para duas novidades trazidas com a Lei 13.429/2017: 
• atualmente apenas pessoa jurídica pode ser empresa de trabalho temporário4 
• poderá existir trabalho temporário também no meio rural5 
A lei autoriza, excepcionalmente, a utilização do trabalho temporário para substituir grevistas em algumas 
raras situações6, como no caso de greve considerada abusiva: 
 
2 Decreto 10.854/2021, art. 45, V - substituição transitória de pessoal permanente - substituição de trabalhador permanente da 
empresa tomadora de serviços ou cliente afastado por motivo de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, tais como 
férias, licenças e outros afastamentos previstos em lei; 
3 Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços. 
4 A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem. 
5 A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano. 
6 Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou 
diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja 
paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a 
manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento. 
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de contratar 
diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
27
92
 
 
Lei 6.019/74, art. 2º, § 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a 
substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei7. 
Portanto, vejam que, regra geral, não se pode utilizar do trabalho temporário para substituir grevistas 
indiscriminadamente. 
A adoção do trabalho temporário, na situação de greve, se dá apenas em casos específicos, previstos na Lei 
de Greve. 
Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades-meio ou atividades-fim da 
tomadora dos serviços: 
Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o 
desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa 
tomadora de serviços. 
Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era o entendimento vigente 
com a SUM-331 (apenas a “terceirização” é que não era admitida em atividades-fim). 
Prazo do trabalho temporário 
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA 
Em regra, o atual8 prazo do trabalho temporário, considerando o mesmo trabalhador e o mesmo tomador, 
é de 180 dias (ainda que não consecutivos): 
Lei 6.019, art. 10, § 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo 
empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. 
Todavia, a lei prevê uma possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, caso mantidas as condições que 
ensejaram a contratação: 
Lei 6.019, art. 10, § 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, 
consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada 
a manutenção das condições que o ensejaram. 
Portanto: 
Prazo de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias, consecutivos ou não. 
 
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da 
paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. 
7 Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve. 
8 Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização do Ministério do 
Trabalho. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
28
92
 
 
Ora, mas como assim, “prazo não consecutivo”? 
Quer dizer que um trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo tomador somente 
durante esse prazo? 
Não é bem assim! 
A lei criou uma “quarentena” de 90 dias: 
Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 
1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de 
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato 
anterior. 
Exemplo: se Pedro tiver sido trabalhador temporário na empresa XisMais por 270 dias (180+90), passados 
90 dias do final do contrato anterior, ele poderia ser novamente “colocado à disposição” da empresa XisMais. 
Entendi! Mas, e se o prazo for descumprido? 
A resposta está na própria lei: vínculo de emprego com o tomador dos serviços: 
Lei 6.019, art. 10, § 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5º deste artigo 
caracteriza vínculo empregatício com a tomadora. 
Empresa de trabalho temporário (ETT) 
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA 
A Lei 6.019 exige o registro da empresa de trabalho temporário junto ao Ministério do Trabalho (MTb): 
Lei 6.019/74, art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente 
registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à 
disposição de outras empresas temporariamente. 
Neste aspecto, não houve novidades com a Lei 13.429/2017. A alteração ficou por conta dos requisitos para 
funcionamento e registro da ETT. A nova lei resumiu os requisitos aos seguintes: 
Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica 
(CNPJ), do Ministério da Fazenda; 
II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede; 
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$100.000,00 (cem mil reais).9 
 
9 Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
29
92
 
 
Comparando as exigências de capital social entre a ETT (trab. Temporário) e a EPS (terceirização), temos o 
seguinte: 
Trabalho temporário (ETT) Terceirização (EPS) 
Capital Social de, no mínimo, R$ 100.000,00 
(independentemente da quantidade de 
trabalhadores temporários) 
Capital Social compatível com o número de empregados, 
observando-se os seguintes parâmetros: 
a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 
10.000,00; 
b) mais de dez e até vinte - R$ 25.000,00; 
c) mais de vinte e até cinquenta - R$ 45.000,00; 
d) mais de cinquenta e até cem - R$ 100.000,00; e 
e) mais de cem empregados - R$ 250.000,00. 
 
 
Tomador dos serviços 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
A lei não traz grandes novidades ao definir a empresa tomadora de serviços, em seu art. 5º: 
Lei 6.019, art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela 
equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa 
definida no art. 4o desta Lei. 
Buscando conferir segurança jurídica ao tomador dos serviços, a nova lei assegura que, em uma relação de 
trabalho temporário, não haverá formação de vínculo de emprego entre o trabalhador e o tomador dos 
serviços: 
Lei 6.019, art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe 
vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho 
temporário. 
Apesar de não ter deixado expresso, subentende-se que tal dispositivo aplica-se somente ao trabalho 
temporário lícito. 
Seguindo adiante, assim como fez em relação à terceirização de serviços, a Lei deixa claro que é o tomador 
quem deve garantir um ambiente de trabalho seguro: 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
30
92
 
 
Lei 6.019, art. 9º, § 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de 
segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em 
suas dependências ou em local por ela designado. 
Portanto, cabe ao tomador dos serviços assegurar condições adequadas de segurança e saúde no trabalho 
aos trabalhadores terceirizados. 
Nessa esteira, no §2º abaixo a lei também obriga o tomador do trabalho temporário a estender aos 
trabalhadores temporários as facilidades médicas e de refeição dos próprios empregados da empresa 
tomadora: 
Lei 6.019, art. 9º, § 2º A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho 
temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus 
empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. 
Comparando estas regras do trabalho temporário com aquelas estudadas sobre a terceirização de serviços, 
temos o seguinte: 
 
Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas obrigações trabalhistas em um 
trabalho temporário. 
Em regra, haverá responsabilidade subsidiária do tomador: 
Lei 6.019, art. 10, § 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações 
trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento 
das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de 
julho de 199110. 
 
10 Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime 
de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
31
92
 
 
Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no caso de falência da ETT, o 
tomador responderá de forma solidária: 
Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a 
empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das 
contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas 
ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização 
previstas nesta Lei. 
Esquematizando, portanto, a responsabilidade do tomador de trabalho temporário, temos: 
- regra geral: responsabilidade subsidiária 
 
- falência da ETT: responsabilidade solidária 
Tal responsabilidade foi delimitada pelo Decreto 10.854/2021 da seguinte forma: 
Art. 74, Parágrafo único. Na hipótese de falência da empresa de trabalho temporário, a 
empresa tomadora de serviços ou cliente responderá solidariamente pelas verbas relativas 
ao período para o qual o trabalhador tiver sido contratado. 
Contrato entre ETT e tomador 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
A lei deixa claro que o contrato de intermediação de mão de obra, celebrado entre a ETT e a tomadora dos 
serviços, deverá ser por escrito e conter os seguintes elementos: 
Lei 6.019, art. 9º O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora 
de serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no 
estabelecimento da tomadora de serviços e conterá: 
I - qualificação das partes; 
II - motivo justificador da demanda de trabalho temporário; 
III - prazo da prestação de serviços; 
IV - valor da prestação de serviços; 
V - disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local 
de realização do trabalho. 
 
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da 
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele 
dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
32
92
 
 
Contrato entre ETT e trabalhador temporário 
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA 
Assim como ocorria antes da Lei 13.429, o contrato entre o trabalhador temporário e a ETT também deve 
ser necessariamente por escrito: 
Lei 6019, art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário 
e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente 
será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos 
conferidos aos trabalhadores por esta Lei. 
Apesar de se referir a um “contrato de trabalho”, há divergências11 quanto ao enquadramento ou não do 
trabalhador temporário como um empregado, havendo precedentes recentes do TST pelo não 
enquadramento12. A despeito disso, a lei determina que a condição de trabalhador temporário seja anotada 
na CTPS do obreiro: 
Lei 6019, art. 12, § 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do 
trabalhador sua condição de temporário. 
Caso a tomadora se interesse por contratar o temporário (que originalmente era trabalhador da empresa de 
trabalho temporário) isto deve ser permitido, não sendo admitidacláusula de reserva: 
Lei 6.019/74, art. 11, parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de 
reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim 
do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho 
temporário. 
Em relação a essa contratação, é importante se atentar para a regra abaixo: 
Lei 6.019, art. 10, § 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora 
de serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio 
de 1943. 
Ou seja, caso o tomador dos serviços decida contratar diretamente a pessoa que lhe prestava serviços como 
trabalhador temporário, não poderá celebrar contrato de experiência com este trabalhador. As partes já se 
conhecem, de modo que não faria sentido algum um contrato de experiência nessa situação. 
Além disso, o trabalhador temporário será cadastrado junto ao Ministério do Trabalho: 
 
11 DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432. 
12 RR - 1342-91.2010.5.02.0203; Red. Min. Renato de Lacerda Paiva; 30/4/2015; RR – 1000-46.2014.5.09.0009, rel. Min. Alexandre 
de Souza Agra Belmonte; 28/9/2016 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
33
92
 
 
Decreto 10.854/2021, Art. 47. O cadastramento dos trabalhadores temporários será feito 
junto ao Ministério do Trabalho e Previdência. 
Direitos do trabalhador temporário 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
A Lei 13.429 não alterou os direitos do trabalhador temporário, que já eram previstos no art. 12 da Lei 6.019: 
Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: 
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da 
empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, 
a percepção do salário mínimo regional; [leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado – 
após CF88] 
b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas, 
com acréscimo de 20% (vinte por cento) [leia-se 50% – após CF88]; 
c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 
1966; 
d) repouso semanal remunerado; 
e) adicional por trabalho noturno; 
f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato, 
correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido; 
g) seguro contra acidente do trabalho; 
h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social, 
com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III, 
letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973). 
Acrescente-se a esta lista o direito ao FGTS, por força da Lei 8.036/1990! 
FLEXIBILIZAÇÃO E DESREGULAMENTAÇÃO 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
Avançando, salienta-se que a Constituição Federal, apesar de ter reforçado a proteção e garantido direitos 
mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade 
relativa, como sendo aqueles de caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por 
exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento da empresa). 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
34
92
 
 
Nos últimos tempos, como destacado pela Profa. Vólia Bomfim13 
A lei tem autorizado, cada vez mais, outras hipóteses de flexibilização além daquelas 
previstas na Constituição (..) 
a Lei 13.429/17 ampliou as hipóteses de terceirização, e a Lei 13.467/17 (Reforma 
Trabalhista) alterou a CLT para reduzir direitos dos empregados, autorizar que o ajuste 
escrito entre as partes possa flexibilizar algumas regras trabalhistas e deu maior amplitude 
à flexibilização coletiva, pois permite a redução de direitos desde que autorizada pelo 
acordo ou convenção coletiva, prevalecendo sobre o legislado. 
De toda forma, distinguindo flexibilização e desregulamentação, podemos dizer que, na flexibilização, o 
Estado mantém sua intervenção nas relações de trabalho. O que acontece quando se autorizam regras 
menos rígidas, mas mantém-se o chamado “mínimo existencial”. 
Já quando se fala em desregulamentação, observa-se um fenômeno mais radical, em que o Estado deixa de 
intervir nas relações de trabalho, deixando que as partes negociem livremente. 
Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a desregulamentação das relações 
trabalhistas. Notem que a desregulamentação (diferentemente da “flexibilização”) pressupõe a ausência de 
intervenção estatal, de modo que as partes poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal 
situação tende a não ser admitida no âmbito do Direito do Trabalho. 
COOPERATIVAS DE TRABALHO 
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA 
Inicialmente cumpre esclarecer que já em 1994 foi incluído no CLT dispositivo que permitia a contratação de 
cooperativas para a realização de atividades que, antes, eram desenvolvidas pelos próprios empregados da 
contratante: 
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade 
cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes 
e os tomadores de serviços daquela. 
A CLT, portanto, abriu a possibilidade de prestação de serviços por meio de cooperativa, indicando que não 
há, em princípio, vínculo de emprego entre o associado e a cooperativa (e nem entre o tomador de serviços 
e o associado). 
Trata-se, no caso, de presunção relativa, e não absoluta: é que a realidade fática pode demonstrar típica 
relação de emprego mascarada por meio de cooperativa fraudulenta. 
 
13 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. 2017. p. 39. 
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
Aula 03 - Prof. Antonio Daud (Somente PDF)
CNU - Concurso Nacional Unificado (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Trabalhador) Conhecimentos Específicos - Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho - 2024 (Pós-Edital)
www.estrategiaconcursos.com.br
35
92
 
 
O problema todo é que um simples parágrafo foi inserido na CLT (visto acima), e a partir dele foi realizada 
uma onda de terceirizações por meio de cooperativas de trabalho, muitas vezes envolvendo fraudes às 
relações de emprego. 
Sobre o desvirtuamento das finalidades da cooperativa o Ministro Godinho14 explica que 
“(...) a ordem jurídica apenas favoreceu a prática cooperativista, envolvendo produtores e 
profissionais efetivamente autônomos (como cabe às cooperativas); neste favorecimento, 
criou, em favor dessas entidades, a presunção de ausência de vínculo empregatício. Porém 
não conferiu ao cooperativismo instrumental para obrar fraudes trabalhistas. Em 
decorrência, comprovado que o envoltório cooperativista não lida com profissionais 
efetivamente autônomos e desatende, ainda, às finalidades e princípios imanentes ao 
cooperativismo (princípio da dupla qualidade e princípio da retribuição pessoal 
diferenciada, por exemplo), fixando, por fim, vínculo caracterizado por todos os elementos 
fático-jurídicos da relação de emprego, não há como evitar-se o reconhecimento desta 
relação empregatícia, afastando-se a simulação perpetrada.” 
A regulamentação das cooperativas de trabalho enfim foi publicada em 2012, por meio da Lei nº 12.690, de 
19 de julho de 2012, que dispõe sobre a organização e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho. 
Preliminarmente é de

Continue navegando