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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, ECONÔMICAS E CONTÁBEIS ANÁLISE DE CUSTOS MATERIAL DE APOIO PROFESSOR JOSÉ ROBERTO DA SILVA SOVERAL 2016 Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 2 FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINSTRATIVAS E CONTÁBEIS Análise de Custos – 2016/2 Prof. Esp. José Roberto da Silva Soveral zeroberto@upf.br SUMÁRIO 1 TERMINOLOGIAS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ..................................................................... 3 1.1 Exercícios ............................................................................................................................. 4 2 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS ..................................................................................... 7 2.1 Produção por Ordens de Produção ou Encomenda ............................................................ 7 2.2 Exercícios ........................................................................................................................... 10 2.3 Produção por Processo, Produção Contínua ou em Série ................................................. 14 2.4 Exercícios: .......................................................................................................................... 18 3 CUSTOS PADRÃO X CUSTOS EFETIVOS ...................................................................................... 25 3.1 Custos-padrão ................................................................................................................... 25 3.2 Variação de Materiais Diretos ........................................................................................... 27 3.3 Variação de Quantidade .................................................................................................... 27 3.4 Variação de Preço .............................................................................................................. 27 3.5 Variação Mista ................................................................................................................... 28 3.6 Exercícios ........................................................................................................................... 28 4 CUSTEAMENTO DIRETO ............................................................................................................. 30 4.1 Lucro e Margem de Contribuição ...................................................................................... 31 4.2 Exercícios ........................................................................................................................... 31 5 PONTO DE EQUILÍBRIO .............................................................................................................. 32 5.1 Pontos de equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro .................................................... 33 5.2 Exercícios ........................................................................................................................... 34 5.3 Margem de Segurança....................................................................................................... 37 5.4 Aplicação da Margem de Contribuição Quando Houver Limitação da Capacidade Produtiva. ...........................................................................................................................................38 5.5 Exercícios ........................................................................................................................... 39 6 CUSTEAMENTO ABC OU BASEADO EM ATIVIDADES ................................................................. 42 6.1 Resumo do Custeio ABC .................................................................................................... 43 6.2 Diferença do Custeio por Absorção e do Custeio ABC: ..................................................... 44 6.3 Exercícios ........................................................................................................................... 45 7 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 52 Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 3 1 TERMINOLOGIAS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Gasto: é o sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Desembolso: é o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Investimento: é o gasto ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s). Todos os gastos havidos pela aquisição de bens ou serviços que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos. Despesa: São bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Não auxiliam a formar o custo do produto. Devem ser classificadas diretamente no resultado do exercício. Custo: é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é também um gasto, só que é reconhecido como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para fabricação de um produto ou execução de um serviço. Custos Diretos: São aqueles que podem fisicamente ser identificados, ex.: materiais, MOD, etc.. São gastos industriais que podem ser alocados diretamente ao produto sem margem de dúvida, conhece- se exatamente quanto cada produto absorveu de custo. Custos Indiretos: São os custos que existem, mas não podem ser identificados diretamente ao produto. Não há uma medida objetiva, são alocados por forma de rateio, concentram-se nos departamentos de serviços que apoiam os departamentos de produção. Ex. compras – energia – depreciação – pessoal de recebimento e expedição – manutenção – supervisores – engenharia – almoxarifado etc. Custos Fixos: São custos que existem independentes da produção. Ex. aluguel, IPTU, taxa fixa de energia e água, depreciação, certo número de funcionários, honorários da diretoria (se não for por produção) etc. Temos que analisar que estes custos são fixos dentro de certo limite de oscilação de atividades, quando a atividade cresce mais que sua capacidade, o nível destes custos aumentará. Custos Variáveis: São aqueles que variam proporcionalmente ao volume produzido. Existem se existir produção, crescem em proporção à produção, por exemplo, energia, controle de qualidade, manutenção, matéria-prima, embalagem, etc. Custos Relevantes: Custos com representatividade de valor no contexto global dos custos. Custos Irrelevantes: Custos com pouca representatividade no contexto global dos custos. Custeio Direto: (Não é aceito pelo fisco). Neste tipo de custeio somente são considerados custos os que podem ser apropriados diretamente aos produtos sem utilizar o rateio. Os outros custos são classificados como despesas indo diretamente para o resultado do exercício sem passar pelos estoques. Custeio Por Absorção: Consiste na apropriação dos custos na contabilidade geral segundo os princípios geralmente aceitos. Rateio: Representa a alocação de custos indiretos aos produtos em fabricação, segundo critérios racionais como, por exemplo: depreciação de máquinas pode ser rateada segundo o tempo de utilização por produto. Contudo, dada a dificuldade de fixação de critériosde rateio, tais alocações carregam consigo certo grau de arbitrariedade. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 4 Algumas Bases para Rateio dos Custos Indiretos: - Quantidade de tempo destinada ao produto, - Quantidade produzida - Quantidade produzida - Requisição do departamento Energia - Consumo por máquina por horas máquina equivalente Reparos e Manutenção - Diretamente ao departamento consumidor Combustíveis - Horas trabalhadas Telefones - Por departamento Usuário - por metros quadrados ocupados por depto. (Prédio) - proporcional ao valor do equipamento (maquinário) Mão de Obra Indireta Material Indireto Seguros Algumas Regras para Rateio: quando os custos são predominantemente fixos, deve-se utilizar como base o potencial de uso. Quando os custos são variáveis e fixos em valores significativos, ratear os fixos segundo o critério anterior e os custos variáveis pela efetiva utilização. Para os custos indiretos de fabricação o rateio é feito pela observação dos valores que fazem parte de sua composição (origem). Custo de Aquisição: Origem: Nota Fiscal Calcula-se: Custo do Produto + Frete + Seguro + Embalagem + Impostos Não-Recuperáveis – Impostos Recuperáveis Custo das Mercadorias Vendidas: CMV = EI + Compras - EF 1.1 Exercícios 1. A empresa “X”, possui os seguintes valores em sua Contabilidade: ( ) Consumo de energia elétrica da indústria ( ) Gastos com pessoal do faturamento ( ) Aquisição de máquinas para indústria ( ) Salário do administrador ( ) Utilização de matéria-prima ( ) Utilização de embalagens ( ) Deterioração de matéria-prima por enchente ( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve ( ) Compra de matéria-prima ( ) Utilização de mão-de-obra na indústria ( ) Depreciação das máquinas da indústria ( ) Honorários do contador ( ) Material em estoque danificado devido à chuva ( ) Consumo de combustível para entrega dos produtos ( ) Depreciação do prédio da administração ( ) Comissões de vendas ( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos ( ) Aquisição de prédio para indústria ( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material ( ) Gastos com alimentação do pessoal do administrativo ( ) Transporte do pessoal da indústria ( ) Materiais secundários utilizados para embalagem dos produtos Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 5 2. A empresa “X”, possui os seguintes valores em sua Contabilidade: Comissão sobre vendas: $ 80.000,00 Salário da Fábrica: $ 120.000,00 MP Consumida: $ 350.000,00 Salário da Administração: $ 90.000,00 Depreciação da Fábrica: $ 60.000,00 Seguros da Fábrica: $ 10.000,00 Despesas Financeiras: $ 50.000,00 Pró-Labore: $ 40.000,00 Materiais Diversos Fábrica: $ 15.000,00 Energia Elétrica: $ 85.000,00 Manutenção da Fábrica: $ 70.000,00 Gastos com Vendas: $ 45.000,00 Despesas com Comunicação: $ 5.000,00 Material de Escritório: $ 5.000,00 Separar em 02 grupos (Custos e Despesas). OBS.: as despesas que não entram no custo da produção, serão descarregadas diretamente no resultado do período, sem serem alocadas aos produtos. Sabemos que a empresa produz 3 produtos A, B, C, apropriar os custos diretos e indiretos sabendo-se o seguinte: Matéria-prima Mão de obra Energia Elétrica Indiretos 30.000,00 40.000,00 Produto A 75.000,00 22.000,00 18.000,00 Produto B 135.000,00 47.000,00 20.000,00 Produto C 140.000,00 21.000,00 7.000,00 T O T A I S 350.000,00 120.000,00 85.000,00 Na tabela abaixo fazer a apropriação dos custos indiretos aos produtos proporcionalmente a apropriação dos custos diretos: Produto A Produto B Produto C Total Matéria-Prima Mão de obra Energia Elétrica (CD) TOTAL CUSTOS DIRETOS Depreciação Seguros Materiais Diversos Manutenção MOI Energia Elétrica (CI) TOTAL CIF TOTAL (CD + CIF) Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 6 3. Determinada empresa industrial apresentava, ao final do período, os seguintes saldos nas seguintes contas: MP = R$ 30.000 MOD = R$ 80.000 CIF Fixo = 10.000 CIF Variável = 5.000 Desp. Fixas = 80.000 Desp. Variáveis = 45.000 Informações adicionais: - O saldo inicial da conta MP no início do período era zero; - A produção do período foi de 100 unidades; - A venda no período foi de 90 unidades; - Cada unidade foi vendida por R$ 5.000; Não há estoques iniciais de produtos em elaboração e produtos prontos. Pede-se: - Apurar o resultado do exercício pelo método do custeio por absorção e variável; - Apurar o valor do estoque pelo método do custeio absorção e variável. 4. Determinada empresa, no decorrer do mês de agosto de 201x, apresentava as seguintes contas com os seguintes saldos: Matéria-prima consumida no período: R$ 90.000 MOD consumida no período: R$ 20.000 Depreciação Linear das máquinas de produção: R$ 5.000 MOI da fábrica: R$ 6.000 Aluguel da fábrica: R$ 3.000 Aluguel da parte administrativa: R$ 500 Salário do gerente de vendas: R$ 1.200 Comissão sobre vendas 10% sobre o preço de venda líquido de impostos Outros CIF fixos: R$ 10.000 Outras Despesas Fixas do Período: R$ 6.000 A empresa produz um único produto “Produto A” que é vendido a um preço de R$ 25,00 (já líquido de impostos). No período foram produzidas 10.000 unidades (completamente acabadas) e vendidas 9.500 unidades. Não havia estoque inicial. Pede-se: a) Classifique as contas acima em custo – fixo ou variável, despesa – fixa ou variável; b) Apure o custo de cada unidade produzida segundo o método por absorção e variável; c) Apure o resultado do período pelo método absorção e o variável; d) Qual o valor do estoque final pelo custeio por absorção e pelo custeio variável. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 7 2 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS É a forma como os custos são acumulados e apropriados aos produtos. Para finalidade de determinação do custo, a contabilidade utiliza dois sistemas básicos de custeamento de produtos ou serviços: O custeamento por ordem de produção ou encomenda O custeamento por processo, ou produção contínua A adoção de um dos dois sistemas depende do tipo de produto, do processo de fabricação e da conveniência da empresa. Existem outros sistemas de custeamento, mas procuram atingir outras finalidades. O custeamento padrão, por exemplo, pode ser aplicado tanto numa empresa que utilize o sistema de ordens de produção como numa fábrica que adote o sistema de custos por processo. Concomitantemente com os dois sistemas básicos de custeamento, a empresa pode empregar tanto o custeio por absorção como o custeio direto. De acordo com Padoveze (2010, p.323) “partindo do processo produtivo da empresa e seu ciclo operacional, a empresa tem condições de escolher o sistema de acumulação de custos que coordena com seu processo produtivo”, complementa o autor que “uma indústria cujos produtos são manufaturados por encomenda, deverá utilizar o sistema de acumulação por ordem”, enquanto “uma indústria que fabrica seus produtos num fluxo contínuo de operações, deverá utilizar o sistema de custeamento por processo”. Ainda “ Para Horngren, Datar e Foster (2004, p. 89) existem quatro pontos que devem ser levados em consideração para a adoção de um sistema de acumulação de custos: a) O custo-benefício para implantar um sistema complexo pode ser muito alto; b) O sistemadeve ser elaborado para as operações da empresa e não o contrário; c) Sistemas de custeio acumulam custo para facilitar as decisões; d) Os sistemas de custos são apenas uma fonte de informação para os administradores. 2.1 Produção por Ordens de Produção ou Encomenda Características básicas do sistema: O sistema de custos por ordem de produção é um sistema no qual cada elemento do custo é acumulado separadamente, segundo ordens específicas de produção. As ordens de produção são emitidas para o início da execução do serviço. Nenhum trabalho poderá ser iniciado sem que seja devidamente autorizado. Um exemplo simples deste fato é dado pela emissão de uma ordem de serviço por uma oficina mecânica quando o cliente chega com seu carro para fazer algum reparo. Essa ordem de serviço se destina não só a conter os serviços que devem ser realizados, como também a acumular os custos dos materiais empregados, da mão de obra aplicada e de uma taxa relativa às despesas da oficina. O Sistema de Custos por Encomenda ou Sistema de Custos por Ordem de Produção é adequado para acumular os custos da produção de bens e serviços realizados por encomenda, de bens e serviços diferenciados, de lotes específicos de produtos, de serviços específicos. É adequado, também, quando o Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 8 tempo exigido para a produção é bastante longo ou quando o preço de venda depende do custo de produção. Exemplos de empresas típicas onde o Sistema de Custos por Ordem de Produção é o mais adequado: Empresas de projetos; Empresas de construção civil; Empresas de consultoria; Empresas de auditoria; Oficinas de conserto; Empresas gráficas; Estaleiros; Empresas que fabricam bens de capital; Empresas que produzem vinho, seda crua, etc.; Empresas que fabricam porcas, parafusos, etc. Nesse sistema, os custos são acumulados em folhas chamadas, Ordem de Produção ou Ordem de Fabricação. A soma das Ordens de Produção em aberto representa o Estoque dos Produtos em Processo. À medida que os produtos são completados, as Ordens de Produção são encerradas e os custos são transferidos para o estoque de produtos acabados ou CPV, conforme for o caso. PADOVEZE (2010) admitiu que para apuração do custo total da ordem, a acumulação de custos vai desde o início até o fim da produção dessa ordem, mesmo que ultrapasse o exercício contábil convencionado. É claro que no encerramento desse exercício serão levadas em conta as ordens em aberto. O sistema de custos por ordem de produção se diferencia de outros sistemas em virtude dos seguintes fatos: Identifica a produção de lotes diferentes de produtos durante o processo de fabricação; A ordem de produção é utilizada para acumular o material direto, a mão de obra aplicada e a parcela correspondente das DIF (desp. indiretas de fabricação ou custos indiretos de fabricação) calculadas por meio das taxas de absorção; O custeamento por ordem de produção é usado em empresas cuja produção é intermitente e cujos produtos ou lotes de produtos podem ser perfeitamente identificados no processo de fabricação. Isso ocorre, principalmente, em relação à produção não padronizada ou produção não repetitiva; O sistema é bastante dispendioso porque exige considerável trabalho burocrático para o registro das informações minuciosas nas ordens de produção. As principais vantagens do sistema são: Permite que a administração identifique os produtos que dão maior ou menor margem de lucro Os custos de uma ordem de produção anterior para produtos do mesmo tipo ou de tipo ligeiramente diferente podem servir de base para estimação dos custos de futuros pedidos de clientes. Na fabricação de encomendas de alto valor, as empresas costumam receber dos clientes o dinheiro, à medida que o processo produtivo vai sendo desenvolvido. Os custos acumulados em cada ordem de produção, até determinado estágio de fabricação, podem servir de base para o estabelecimento do valor que deve ser cobrado ao cliente. As principais desvantagens são: As despesas burocráticas são bastante elevadas em virtude do volume de registros e da quantidade de pessoal necessário. Os custos acumulados nas ordens de produção são custos históricos (salvo as DIF aplicadas) e a administração somente conhecerá o total dos custos ao término da produção. Tratamento Contábil Na produção por ordem, os custos são acumulados numa conta (ou folha) específica para cada ordem ou encomenda. Essa conta só para de receber custos quando a ordem estiver encerrada. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 9 Se terminar um exercício e o produto ainda estiver em processamento, não há encerramento, permanecendo os custos até então incorridos na forma de bens em elaboração; no ativo, quando a ordem for encerrada, será transferida para o estoque de produtos acabados ou para Custo dos produtos vendidos conforme a situação. Exemplo: A empresa Apolo S/A, em 01/10 tinha em seus livros os seguintes estoques: Materiais $ 25.000,00 Produtos em processo (ref. à OP n. 45, já iniciada) $ 10.000,00 Produtos Acabados OP n. 44 $ 40.000,00 Outras informações: A Apolo S/A compra materiais a prazo no valor de $ 69.000,00. A Fábrica requisita materiais para as seguintes ordens de produção: OP n. 45 23.000, OP n.46 19.000, OP n.47 13.000, Paga os salários dos operários diretos no valor de $ 75.000,00. Registra nas ordens de produção esses salários do seguinte modo: OP n. 45 40.000, OP n. 46 20.000, OP n. 47 15.000, Debita a cada ordem de produção os CIF na base de 20% sobre o valor da MOD As Ordens de Produção n. 45 e 46 são terminadas e os produtos são transportados para o depósito de Produtos Acabados. A Empresa vende a prazo a Produção terminada pela OP n. 45 por $ 135.000. Pede-se: a) Calcular o custo das Ordens de Produção; b) Determinar os valores dos saldos finais das contas de Estoque após a realização das transações acima relacionadas; c) Supondo que a empresa tenha realizado durante o mês de outubro Despesas Comerciais e Administrativas no total de 25.000, calcular o resultado Líquido. OP. 45 OP. 46 OP. 47 MP (EIMP + Compras - Trasnferências para Ops) SI 10.000,00 - - 25.000,00 + 69.000,00 - 55.000,00 = 39.000,00 MP 23.000,00 19.000,00 13.000,00 Produtos em Processo MOD 40.000,00 20.000,00 15.000,00 OP. 47 31.000,00 CIF 8.000,00 4.000,00 3.000,00 Produtos Acabados Total 81.000,00 43.000,00 31.000,00 OP. 44 40.000,00 OP. 46 43.000,00 Soma 83.000,00 Custo OPs Estoques Finais Receita 135.000,00 (-) CPV -81.000,00 (=) LB 54.000,00 (-) Despesas -25.000,00 (=) ROB 29.000,00 DR Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 10 2.2 Exercícios 5. A Cia XPTO fabrica produtos sob encomenda custeando-os pelo sistema de ordem de produção. No Início de Julho era seguinte a posição dos três estoques: - Materiais: 14.000,00 - Produtos em Processo : OP n. 998 2.500,00 (500 unid. do produto A) OP n. 999 12.000,00 (600 unid. do produto B) - Produtos Acabados: OP n. 997 (500 unid. do produto A com um custo de 10,00/und.) Durante o mês de Julho ocorreram as seguintes transações: - Compra de materiais: $ 7.000,00 - Requisição de materiais: OP 998 2.000,00 OP 999 6.000,00 - MOD: OP 998 - 100 horas a 5,00/hora OP 999 - 200 horas a 6,00/hora - CIF rateados aos produtos – 30% da MOD; - OP n. 998 encerrada e transferida para Produtos Acabados (500 und); - Venda à vista de 800 unidades do produto A por 20,00 cada uma; - Produtos acabados são custeados pelo critérioPEPS. Pede-se: a) Saldo final dos três Estoques e a contabilização dos custos; b) Custo das Mercadorias Vendidas; c) Resultado Bruto sobre as vendas. 6. A Indústria Alimentícia Gaivota iniciou suas operações em 01/03/20x3. Recebeu pedido de clientes para fabricação de bombons X, Y, Z. As transações relativas à fabricação foram as seguintes: Compra de materiais a prazo no valor de $ 46.000 Materiais requisitados para as OP: OP 01 16.000, OP 02 13.000, OP 03 11.000, A empresa teve a folha de pagamento no valor de $ 60.000 com débito nas OP feito da seguinte forma: OP 01 30.000, OP 02 15.000, OP 03 5.000, As DIF são debitadas às OP na base de 80% do valor das MOD de cada uma delas; As OP 01 e 02 foram completadas e os produtos foram embarcados para o depósito de produtos Acabados, como segue: OP 01 – Bombom X OP 02 – Bombom Y Foram vendidos a prazo, aos clientes, por $ 120.000 os bombons: Custo $ X - 56.000, Y - 40.000, Pede-se, determinar os estoques de Matéria-prima, PE e PA. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 11 7. A Fundição Ceasa usa ordens de produção para contabilizar a sua produção de ralos. As informações a seguir foram extraídas dos registros de custos da fundição, relativos ao mês de março. O estoque de produtos em processo em 01/03 era de $ 21.700 Detalhes da conta: OP Total 801 8.300 802 6.500 803 6.700 804 200 805 0 806 0 Total 21.700 Os custos debitados às ordens de produção em março foram os seguintes: OP MP MOD 801 300 200 802 1.500 1.200 803 1.200 700 804 1.800 1.000 805 300 100 806 100 0 Total 5.200 3.200 A taxa de liquidação de CIF é de 25% da MOD. Durante o mês foram completadas e vendidas as seguintes ordens de produção: OP N. de ralos produzidos 801 25 ralos grandes 802 50 ralos médios 803 20 ralos pequenos A receita obtida na venda dessa produção atingiu $ 28.100, assim distribuídos: Tipo do Produto Receita Ralo Grandes 12.300, Ralo Médio 11.800, Ralo Pequeno 4.000, 28.100, Pede-se: a) Total acumulado em cada OP b) Resultado de cada tipo de ralo vendido em março 8. A Indústria de Batons Goma Ltda produz 02 tipos de batons A e B. Os dados fornecidos pela empresa para serem lançados às ordens de produção são: Matéria Prima: - Manteiga 0,50 p/und. - Colorante 0,70 p/und. - MOD. 1,50 p/h - CIF 325,00 Manteiga Colorante MOD TOTAL DIRETO CIF TOTAL OP 1: PRODUTO A 200und 50und 100 h OP2: PRODUTO B 300und 70und 200 h Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 12 Nos foi informado que as DIF (Despesas Indiretas de Fabricação) deverão ser alocadas em proporção ao total da MOD + MP de cada produto. Solicita-se calcular o custo Unitário de cada produto, sabendo-se que a produção de A foi de 70 unid. e B 80 unid. 9. Considere as seguintes informações: A - Ordens de produção existentes em 01/03/x1 Ordem n. Matéria-prima MOD Gastos Gerais de Produção 94.140 20.000 15.000 4.500 94.145 9.000 14.000 4.200 94.146 2.000 1.000 300 B – Os gastos de março de 20x0 foram: Ordem n. Matéria-prima MOD 94.140 6.000 3.000 94.145 5.000 7.000 94.146 3.000 2.000 94.147 10.000 2.000 94.148 8.000 6.000 C – Os gastos gerais de produção, no mês, foram de R$ 6.000,00 e foram apropriados proporcionalmente aos gastos com MOD; D – As ordens de produção 94.145, 94.146, 94.148 foram completadas e entregues durante o mês. Pede-se: - Evidenciar qual foi o custo do produto vendido e o valor dos estoques. 10. A Companhia de Manufatura Power-D fabrica motores que são feitos somente a pedido de clientes, e de acordo com as especificações dos mesmos. Durante janeiro, a companhia trabalhou nos serviços 90AX, 90BZ, 90CK e 90DQ. As seguintes cifras resumem os registros de custos para o mês: Serviço 90AX Serviço 90BZ Serviço 90CK Serviço 90DQ Motores encomendados 100 un. 60 un. 25 un. 100 un. MP 02/jan 15.000,00 5.000,00 18/jan 20.000,00 16.000,00 5.000,00 6.000,00 22/jan 15.000,00 1.000,00 10.000,00 6.000,00 28/jan 3.500,00 2.000,00 Custo de MOD 02/jan 1.000,00 1.000,00 09/jan 27.000,00 9.000,00 16/jan 32.000,00 27.000,00 23/jan 20.000,00 3.000,00 5.000,00 500,00 30/jan 18.000,00 11.500,00 CIF 60.000,00 32.000,00 17.500,00 10.500,00 Motores terminados 100 un. 60 un. 25 un. 0 Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 13 Os serviços 90AX e 90 BZ foram terminados e entregues ao cliente a um preço total de venda de R$ 426.000, a prazo. O serviço 90CK está terminado, mas ainda não foi entregue. O serviço 90DQ ainda está em processo. Não havia nenhum produto em processo no início do mês. Pede-se: Determinar o saldo final dos estoques. Elaborar a DRE. 11. A empresa Alfa Ltda é uma indústria que produz esquadrias metálicas e possui implantado o sistema de custeio por ordem de produção. No início do mês de agosto de 2011, havia as seguintes ordens de produção em andamento: OP 112 – Ref. Cerca em ferro OP 113 – Ref. Portão de contrapeso OP 114 – Ref. Grades para janelas OP 115 – Ref. Portas OP 116 – Ref. Janelas As Ordens de Produção nº 112, 113 e 114 já haviam sido iniciadas no mês de julho e até o momento haviam recebido os seguintes custos: OP 112 – R$ 2.000 OP 113 – R$ 600 OP 114 – R$ 300 Os custos alocados às ordens de produção no decorrer do mês de agosto foram: OP MP MOD OP 112 100,00 150,00 OP 113 300,00 100,00 OP 114 500,00 200,00 OP 115 400,00 600,00 OP 116 200,00 300,00 Os custos indiretos de fabricação que ocorreram durante o mês de agosto foram: Aluguel $ 600, Material de Limpeza $ 100, Lixa, Graxa, Discos de corte, etc. $ 50, Para alocação dos custos indiretos às ordens de produção, a empresa utiliza a proporção da matéria-prima empregada em cada ordem, durante o mês. As ordens de produção nº 112, 113 e 114 foram completadas e vendidas no decorrer do mês de agosto. O valor de venda foi: OP 112 - $ 5.000,00 OP 113 - $ 2.500,00 OP 114 - $ 2.600,00 Pede-se: A - Ratear os CIF; B - Elaborar os custos para cada ordem de produção; C - Avaliar os estoques e apurar o resultado do período, sabendo que as despesas administrativas foram de $ 2.000 e as despesas com vendas somaram $ 1.000. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 14 2.3 Produção por Processo, Produção Contínua ou em Série O custeamento por processo é outro sistema básico para determinação do custo. Destina-se a acumular os custos numa empresa em que a fabricação se caracteriza por produtos padronizados, produção contínua e demanda constante. Determina-se o custo unitário dividindo-se o total de despesas acumuladas num processo, durante certo período de tempo, pelas unidades produzidas no mesmo período neste processo. Tal sistema é adotado quando os produtos não podem ser identificados no processo produtivo, é aplicado com resultados positivos em indústrias de petróleo, de lâmpadas, de produtos farmacêuticos, de tecidos etc.. A produção é realizada em diversos centros de custo. Cada centro de custo é identificado como um processo específico. Muitas companhias usam simultaneamente os dois sistemas (por OP e por processo). Por exemplo: uma fábrica de transformadores: O custeamento por OP é adotado na acumulação dos custos dos transformadores e de muitos de seus componentes. O Custeamento por processo será empregado para acumulação dos custos de pequenos componentes que serão utilizadosna montagem do transformador. CREPALDI (2000) constatou que no sistema de acumulação de custos por processo, os custos são inicialmente classificados por natureza contábil (tipo de gasto) e depois compilados por processos específicos e todos os custos são distribuídos às unidades produzidas por esses processos específicos. Segundo PADOVEZE (1996), “à medida que o produto segue para o processo seguinte, leva como custo inicial o custo unitário até o processo anterior, acumulando-se com o processo atual, e obtendo-se o custo unitário acumulado até o processo em questão”. MP MOD $ (X) Período (M) CIF Unidades Produzidas (Y) Logo o custo unitário do produto, para o processo será: X Y M = Procedimentos Básicos A contabilidade de custos acumula os custos dos fatores de produção por departamento; Determina-se a produção por departamento Dividindo o valor obtido no item 2 pelo valor obtido no item 1, determina-se o custo unitário do departamento Com o valor obtido no item 3, determina-se o custo total da produção completada num departamento que é transferida para o departamento seguinte. O valor obtido no item 3 se destina também à avaliação dos produtos que permaneceram em processamento no fim do período. Faz-se a verificação, em cada departamento, dos resultados pela comparação entre a origem dos recursos, isto é, os custos que foram debitados ao departamento durante o período, e a aplicação desses recursos, ou seja, o custo dos produtos transferidos, as perdas que se verificarem e ainda o estoque final nas linhas de produção. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 15 Problemas na aplicação deste sistema: A determinação do estágio de fabricação em que se encontram no final do período os produtos em processamento O tratamento das perdas e dos resíduos que ocorrem em produções contínuas, as perdas podem ocorrer no início no meio e no fim do processo. O material pode ser colocado apenas no 1 processo; nos demais processos o material será constituído dos produtos transferidos dos processos anteriores. O material pode ser colocado nos processos subsequentes ao primeiro. Quando se adiciona material a quantidade a produzir pode não aumentar. Uma única matéria-prima pode ser colocada num certo processo e resultar em dois ou mais produtos. Os problemas de apropriação dos custos se tornam difíceis. Vantagens e desvantagens do processo Como a produção é padronizada e contínua, a fabricação passa a dispor de maiores conhecimentos sobre o produto. Os fatores de produção, sobretudo aqueles representados pelos custos primários, tornam-se mais conhecidos. Mesmo os custos indiretos passam a ser mais bem controlados em virtude da departamentalização da fábrica em centros de produção. Os documentos relacionados com os elementos do custo transformam-se em registros padrão pela constância com que são emitidos e pelo conhecimento que passam a dispor os técnicos de fabricação. Esse fato reduz sobremodo o trabalho burocrático. Por outro lado, os custos tornam-se mais exatos, em virtude de uma apropriação mais adequada, e o controle dos custos é mais correto pela revelação das variações quando se aplicam os custos-padrão, os quais se adaptam mais facilmente ao sistema de custeamento por processo. Como desvantagens temos a utilização de custos históricos que servem para determinação do custo, mas não para tomada de decisões da administração. Exemplo Período de 01 a 31/01: 01 – Não há estoques de Produtos em Elaboração em 31/12 02 – No centro de custo 01 são apropriados os seguintes custos: Material direto $ 25.000, MOD $ 30.000, CIF $ 60.000, 04 – Não há estoque final de produtos em processo em 31/01 05 – Foram completadas e transferidas para o centro produtivo 11.500 unidades. CÁLCULO DO CENTRO DE CUSTOS 01 Material direto $ 25.000, MOD $ 30.000, CIF $ 60.000, $ 115.000, 11.500 unid. = $ 10, por unidade Conclusão: Não havendo estoques no início e no fim de janeiro, todos os custos foram debitados ao centro neste mês, foram utilizados para fabricar as 11.500 unidades produzidas durante o mês. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 16 2 Exemplo Período de 01 a 28/02 Não há estoque de produtos em processo em 31/01 Custos debitados ao centro em fevereiro: Material Direto $ 28.000, MOD $ 38.000, CIF $ 76.000, O estoque de produtos em processo, em 28/02 consistia em 1.000 unid. parcialmente prontas no seguinte estágio de fabricação: Material direto 100% MOD 50% CIF 50% Foram completados e transferidos para o próximo centro produtivo 9.000 und. MP MOD CIF Produção completada e transferida 9.000 9.000 9.000 + Estoque final (em elaboração) 1.000 100% de Material Direto 1.000 50% de MOD 500 50% de CIF 500 Produção Equivalente 10.000 9.500 9.500 Custo unitário do mês de fevereiro: Material Direto $ 28.000, 10.000 unidades = 2,80 MOD $ 38.000, 9.500 unidades = 4,00 CIF $ 76.000, 9.500 unidades = 8,00 14,80 Custo das unidades completadas transferidas: 9.000 unidades x $ 14,80 = $ 133.200 Custo do estoque final (em elaboração) 1.000 unidades: Material Direto 1.000 x $ 2,80 $ 2.800, MOD 500 x $ 4,00 $ 2.000, CIF 500 x $ 8,00 $ 4.000, $ 8.800, Total debitado ao centro de custos em fevereiro: Material Direto $ 28.000, MOD $ 38.000, DIF $ 76.000, $ 142.000 Assim distribuídos: Produção completada transferida $ 133.200, Produtos em elaboração $ 8.800, Total $ 142.000, Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 17 Produção Equivalente: Exemplo 1: Informações: 1 – Período: 01 à 31/01 2 – Não há estoque de produtos em elaboração em 31/12 3 – No período ocorreram os seguintes custos: MP R$ 20.000 MOD R$ 10.000 CIF R$ 5.000 4 – Não há estoque de produtos em elaboração em 31/01 5 – No período foram produzidas 1.000 Assim sendo teremos: MP ___________ MOD ___________ CIF ___________ Total ____________ / ____________ unid. = R$ ____________ por unidade. Continuação: Exemplo 2: Informações: 1 - Período: 01 à 28/02 2 - Não há estoque de produtos em elaboração em 31/01 3 - No período ocorreram os seguintes custos: MP R$ 30.000, MOD R$ 15.000, CIF R$ 6.000, 4 – O estoque de produtos em elaboração, em 28/02 era de 50 unidades parcialmente prontas no seguinte estágio de fabricação: MP 100% MOD 50% CIF 30% 5 – Foram completadas 1.100 unidades no período Pede-se: Qual o valor dos produtos em elaboração? Cálculo da produção equivalente: MP MOD CIF Produção completada (+) Prod. em Elaboração 100% MP 50% MOD 30% CIF Produção Equivalente Custo unitário do mês de fevereiro: MP = MOD = CIF = Custo por Unidade = Nesse sentido teremos: Custo das unidades acabadas = Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 18 Custo das Unidades em Elaboração: MP = MOD = CIF = Total = Total do custo de produção ref. mês fevereiro: R$______________________ 2.4 Exercícios: 12. A conta de Produtos em Elaboração da Indústria João e Maria, é apresentada a seguir: Relatóriode produção – Janeiro/2011 Produtos em elaboração: 31/01: MP $ 126.000, MOD $ 68.000, CIF $ 34.000, Unidades em processo no início do mês: - 0 - Unidades completadas durante o mês: 15.000 Unidades em processo no fim do mês: 6.000 O estoque final de produtos em elaboração tinha o seguinte estágio de fabricação: MP 100% MOD 1/3 completado CIF 1/3 completado Pede-se: Calcular o valor da produção completada e o valor total do estoque final em 31/01. RESOLUÇÃO EXERCÍCIO – Indústria João e Maria 01 passo: Cálculo da produção equivalente: MP MOD CIF Produção completada Prod. Em elaboração MP 100% MOD 1/3 x 6.000 CIF 1/3 x 6.000 Produção Equivalente 2. Passo: Cálculo do custo unitário do processo, no mês: 3. Passo: Cálculo da produção completada: 4. Passo: Cálculo do custo dos produtos em elaboração: Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 19 13. A conta de Produtos em Elaboração da Indústria Offspring é apresentada a seguir: Relatório de produção – Janeiro/2004 Produtos em elaboração: 31/01 – MP $ 100.000, MOD $ 50.000, CIF $ 25.000, Unidades em processo no início do mês: - 0 - Unidades completadas durante o mês: 10.000 Unidades em processo no fim do mês: 2.000 O estoque final de produtos em elaboração tinha o seguinte estágio de fabricação: MP 80% completado MOD 50% completado CIF 20% completado Pede-se: Calcular o valor da produção completada e o valor total do estoque final em 31/01. 1. Passo: Cálculo da produção equivalente: MP MOD CIF Produção completada Prod. Em elaboração MP MOD CIF Produção Equivalente 2. Passo: Cálculo do custo unitário do processo, no mês: 3. Passo: Cálculo da produção completada: 4. Passo: Cálculo do custo dos produtos em elaboração Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 20 14. A indústria Carbexa, produtora de papel jornal, iniciou suas atividades de produção no dia 2 de abril, com um lote de 10.000 kg. A MOD e os custos indiretos de produção incidem de maneira uniforme e concomitante ao longo do processo de produção, porém a matéria-prima é inserida na máquina de uma só vez, bem no início. Sabe-se que nesse ramo, considerando-se o atual estágio tecnológico, é normal que se percam 5% das unidades iniciadas, e isso ocorre bem no começo do processo. Sua estrutura de custos, no mês, foi a seguinte (em R$): MP = $ 9.500 MOD = $ 7.200 CIF = $ 4.500 No final do mês havia 8.000 kg de produto acabado no armazém, 1.500 kg em processamento na fábrica, num grau de, aproximadamente, 2/3 de acabamento, e 500 kg perdidos, dentro das condições normais de produção. Pede-se calcular: O custo unitário de produção do mês; O valor de custo do estoque final de produto acabado; O valor de custo das unidades em processamento no final do mês. Exemplo 2: Produção Equivalente: Considerando estoques de produtos em elaboração: - Estoque de produtos em elaboração mês de fevereiro/2004 - Custo das Unidades em Elaboração (50 unid.): MP (50 unid. x R$ 26,09) = R$ 1.304,50 MOD (25 unid. x R$ 13,33) = R$ 333,25 CIF (15 unid. x R$ 5,38) = R$ 80,70 Total = R$ 1.718,45 - No período de 01 à 31/03 ocorreram os seguintes custos: MP R$ 40.000, MOD R$ 12.000, CIF R$ 7.000, - O estoque de produtos em elaboração, em 31/03 era de 70 unidades parcialmente prontas no seguinte estágio de fabricação: MP 100% MOD 60% CIF 20% Foram completadas 1.030 unidades no período Pede-se: - Produção equivalente; - Custo unitário; - Custo dos Produtos Acabados; - Custo dos Produtos em Elaboração? Cálculo da Produção Equivalente Em Unidades MP MOD CIF (-)Estoque inicial Produção completada Prod. Em elaboração MP MOD CIF Produção Equivalente Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 21 Custo unitário do mês de março: MP ____________ / __________ unid. = R$ _________ p/ und. MOD ____________ / __________ unid. = R$ _________ p/ und. CIF ____________ / __________ unid. = R$ __ p/ und. Custo por Unidade = R$ _________ _p/ und. Nesse sentido temos: Custo das unidades acabadas EI Custo p/ Completar EI Custo das 980 und. Restantes* Custo das Unidades Produzidas MP 1.304,50 MOD 333,25 CIF 80,70 Total 1.718,45 * PA 1.030 – EI 50 = 980 unidades restantes (produzidas do início ao fim dentro do período). Custo das Unidades em Elaboração: MP (_____ unid. x R$ ________) = R$ _____________ MOD (_____ unid. x R$ ________) = R$ ____________ CIF (_____ unid. x R$ ________) = R$ _ __________ Total = R$ _ __________ 15. Considerando os dados determinar o que pede: O estoque inicial no mês de Março de produtos em processo é de 1.000 unid. Assim distribuídos: Estágio de Fabricação Equivalência de Produção Custo $ MP 100% 1.000 Unidades 2.800,00 MOD 50% 500 Unidades 2.000,00 CIF 50% 500 Unidades 2.000,00 6.800,00Total Os custos debitados no mês de Março foram os seguintes: Material Direto 28.200 MOD 41.580 CIF 10.000 Total 79.780 A produção completada e transferida durante o mês para a conta “Produtos Acabados” foi de 10.000 unidades O estoque final dos produtos em processo em 31 de março é de 800 unidades e o seu estágio de fabricação é: Material Direto 50% MOD 50% CIF 50% PEDE-SE: a) Calcular a produção em unidades equivalentes (considerar (- EI) + unid. Completadas + Estoque final): Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 22 Em Unidades MP MOD CIF (-)Estoque inicial Produção completada Prod. Em elaboração MP MOD CIF Produção Equivalente b) Cálculo do custo unitário no mês de abril: MP = MOD = CIF = Custo por Unidade = c) Cálculo do custo das unidades acabadas: EI Custo p/ Completar EI Custo das ________ und. Restantes* Custo das Unidades Produzidas MP MOD CIF Total d) Custo das Unidades em Elaboração: MP = MOD = CIF = Total = R$ _________________ 16. Considerando os dados determinar o que pede: O estoque inicial no mês de Março de produtos em processo é de 1.000 und. Assim distribuídos: Estágio de Fabricação Equivalência de Produção Custo $ MP 40% 400 Unidades 10.000,00 MOD 40% 400 Unidades 6.000,00 CIF 40% 400 Unidades 2.800,00 18.800,00Total Os custos debitados no mês de Março foram os seguintes: Material Direto 30.000 MOD 20.000 CIF 10.000 Total 60.000 A produção completada e transferida durante o mês para a conta “Produtos Acabados” foi de 1.500 unidades. O estoque final dos produtos em processo em 31 de março é de 200 unidades e o seu estágio de fabricação é: MP 80% MOD 80% CIF 80% Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 23 PEDE-SE: a) Calcular a produção em unidades equivalentes: Em Unidades MP MOD CIF (-)Estoque inicial Produção completada Prod. Em elaboração MP MOD CIF Produção Equivalente b) Cálculo do custo unitário no mês de março: c) Cálculo do custo das unidades acabadas:EI Custo p/ Completar EI Custo das ________ und. Restantes* Custo das Unidades Produzidas MP MOD CIF Total d) Custo das Unidades em Elaboração: 17. Considerando os dados determinar o que pede: O estoque inicial no mês de Abril de produtos em processo é de 200 und. Assim distribuídos: Estágio de Fabricação Equivalência de Produção Custo $ MP 80% 160 Unidades 3.804,58 MOD 80% 160 Unidades 2.539,68 CIF 80% 160 Unidades 1.269,84 7.614,10Total Os custos debitados no mês de Abril foram os seguintes: Material Direto 33.000 MOD 21.000 CIF 9.000 Total 63.000 A produção completada e transferida durante o mês para a conta “Produtos Acabados” foi de 1.600 unidades. O estoque final dos produtos em processo em 30 de abril é de 300 unidades e o seu estágio de fabricação é: Material Direto 100% MOD 50% CIF 30% Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 24 PEDE-SE: a) Calcular a produção em unidades equivalentes; b) Cálculo do custo unitário no mês de março; c) Cálculo do custo das unidades acabadas (método PEPS); d) Custo das Unidades em Elaboração. 18. A empresa Plasmatec produz embalagens plásticas de um único modelo, cor e tamanho. A seguir são relacionados os dados de custos relativos aos meses de novembro e dezembro de 20x0 (em R$): Novembro Dezembro Material Direto 924.000,00 979.000,00 MOD 539.000,00 623.000,00 CIF 847.000,00 801.000,00 Sabendo-se que: - Não havia quaisquer estoques no início de novembro de 20x0; - Em novembro, foram totalmente acabadas 760.000 unidades e ainda ficaram 40.000 processadas até um quarto (25%); - Em dezembro, iniciou-se a produção de outras 900.000 unidades; - Em dezembro, conseguiu-se o término de 860.000 e ainda ficaram 80.000 processadas até a metade; - Todos os custos (MAT, MOD e CIF) são incorridos uniformemente do início ao fim do processo; - A empresa utiliza o método PEPS, para avaliar estoques. Pede-se calcular: a) O custo unitário de novembro; b) O custo unitário de dezembro; c) O custo do estoque final de produtos em processo em 30/novembro; d) O custo do estoque final de produtos em processo em 31/dezembro. 19. A Bom Caminho Ltda. fabrica somente um modelo de carroceria para caminhão. Ao final de março ficaram na produção em andamento 8 unidades em estágio médio de acabamento de 50%. Os custos da matéria-prima, da mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação ocorreram uniformemente. Nesse mês, os custos foram os seguintes: MP: $ 20.000,00. MOD: $ 4.000,00. CIF: $ 3.200,00. No mês de abril foram concluídas 30 unidades, restando na produção em andamento 10 unidades em estágio médio de acabamento de 30%. Os custos incorridos no mês foram: MP: $ 159.500,00. MOD: $ 31.900,00. CIF: $ 25.520,00. Em maio foram concluídas 40 unidades, não permanecendo nenhuma na produção em andamento. Custos incorridos nesse mês foram: MP: $ 222.000,00. MOD: $ 44.400,00. CIF: $ 35.520,00. Calcule o custo da produção em andamento e da produção acabada para os meses citados. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 25 3 CUSTOS PADRÃO X CUSTOS EFETIVOS Os custos-padrão distinguem-se dos custos efetivos (históricos). Estes são, de fato, custos históricos, incorridos em um período passado; os custos padrão são estabelecidos antes da produção. Quando se usa um sistema de custeio por custos padrão, tanto estes como os custos efetivos são refletidos nas contas de custos. A diferença entre o custo efetivo e o custo padrão chama-se variação. As variações indicam até que ponto foi atingido um nível desejado de desempenho, definido pela direção. As variações podem ser analisadas segundo os departamentos, os custos e os elementos de custo, por exemplo, preço unitário e quantidade. O ponto até o qual uma variação é controlável depende da natureza do padrão, do tipo do custo e das circunstâncias particulares que deram lugar a essa variação. Os custos padrão podem ser usados tanto em sistemas de custos por processos como em sistemas de custos por ordens de produção. Contudo, quando uma empresa fabril executa um grande número de tarefas, de duração relativamente curta, os custos padrão podem considerar-se pouco práticos. Os padrões prestam-se às atividades que tendem a se tornar rotineiras e repetitivas e nas quais os produtos tendem a ser padronizados. Custos Estimados, Custos Orçados e Custos-Padrão Custo Estimado é a importância que a empresa imagina que um produto ou operação de um processo por período irá efetivamente custar. Frequentemente um custo estimado baseia-se em alguma experiência de custo médio efetivo de produção passada, ajustada às mudanças das condições econômicas, da eficiência etc., previstas para o futuro. Os custos estimados comumente incluem uma margem para as perdas, sucatas e ineficiências previsíveis que aumentam os custos unitários e totais das operações dos produtos. Custo Orçado tem o mesmo significado que custo estimado, isto é, o custo orçado é aquele planejado, que, em muitos casos, é baseado numa média dos custos passados, ajustada quanto às mudanças futuras previstas. Custo Padrão é o montante que a empresa acha que um produto ou a operação de um processo por um período deveria custar, com base em certas condições presumidas de eficiência, de situações econômicas e de outros fatores. Custos-padrão são custos determinados previamente, baseados em cálculos analíticos rigorosos sobre os processos produtivos, incluindo os estudos do tempo e movimentos relativos a cada operação. Os custos-padrão, uma vez fixados, servem de medida comparativa aos custos efetivos. “Viana Cibilis da Rocha” 3.1 Custos-padrão Os custos-padrão são custos calculados antes da realização da atividade. São estabelecidos pela adoção de métodos racionais que utilizam a projeção e a experimentação. O estabelecimento de custos- padrão vai implicar uma cuidadosa seleção dos materiais a serem utilizados, no estudo de tempos e movimentos para determinação da quantidade de mão de obra e no estudo do equipamento e de outras instalações que permitam a determinação da capacidade prática ou normal da fábrica. É importante salientar que a teoria dos custos-padrão se baseia no princípio de que tais valores predeterminados ou calculados a priori constituem os verdadeiros custos de produção e não aqueles que provêm a posteriori dos registros contábeis. Os custos padrão quando são fixados com exatidão, devem ser considerados em condições normais, como os verdadeiros custos de produção. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 26 As Vantagens dos Custos-padrão Os padrões de custo podem ser um importante instrumento para a avaliação do desempenho; O sistema de custos-padrão é um instrumento para as políticas de recompensa a trabalhos bem realizados; Quando os padrões são realistas e atingíveis, e são utilizados apropriadamente, eles podem incentivar os indivíduos a se desempenhar com mais eficácia. (talvez seja mais fácil para os indivíduos desempenhar eficazmente quando sabem o que se espera deles); Os custos-padrão são úteis à direção para o estabelecimento dos seus planos, no processo decisório; O custo das mercadorias vendidas é facilmente determinado As Limitações dos Custos-padrão Os padrões muitas vezes, tendem a se tornar rígidos ou inflexíveis; Os contadores têm uma relutância natural à mudança dos padrões no decorrer do ano, salvo em circunstância extraordinárias, porque as revisões dos padrões criam problemas nos estoques; Quando os padrões sãomodificados, frequentemente sua eficácia para a aferição do desempenho é enfraquecida; Por outro lado, deixar de revisar os padrões nos casos de mudanças significativas nas condições de produção resulta em medições não apropriadas e irrealistas. O Estabelecimento dos Padrões Os padrões são fixados para material, mão de obra e custos indiretos de produção. Normalmente os padrões são fixados em quantidades físicas e em valores. Geralmente não cabe ao departamento da contabilidade de custos a fixação dos padrões das quantidades físicas (Kg, horas etc.), mas sim ao departamento de engenharia de produção. Todavia após o recebimento dos dados físicos, cabe ao departamento de custos transformá-los em valores correntes ($) e, posteriormente, a comparação com o custo efetivo (histórico) para a apuração das variações e análise. A Apuração das Variações Ao serem obtidos os valores de Custo Real, a primeira providência é sua comparação com o padrão, para se apurarem as diferenças. Estas precisam ser analisadas antes de se tornarem medidas para as correções dos padrões; por sinal, estas dependem das próprias análises, já que somente assim se poderá tentar chegar ao porquê das divergências. Padrão Versus Real Suponhamos que a empresa esteja utilizando os seguintes números como padrão e que tenham acontecido os seguintes custos reais: Padrão : Custo total por unidade = $ 3.400 Real : Custo total por unidade = $ 3.850 A diferença entre o Custo Real e o Custo Padrão, é chamada de Variação e, neste caso, é de $ 450, normalmente denominada de DESFAVORÁVEL, já que o real é superior ao padrão. Para sabermos o porquê destas diferenças, precisamos decompor os valores integrais de $ 3.400 e $ 3.850 em seus principais componentes. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 27 Custo-padrão Custo real Materiais Diretos 1.700,00 1.850,00 150,00 D Mão de obra Direta 950,00 1.050,00 100,00 D Custos Indiretos 750,00 950,00 200,00 D 450,00 D Variação Total TOTAL DA VARIAÇÃO Nota-se agora que a diferença maior está nos custos indiretos, enquanto que a menor, na Mão de obra Direta. 3.2 Variação de Materiais Diretos O quadro acima demonstra uma Variação Desfavorável de $ 150 nos materiais Diretos. Vejamos a decomposição entre as quantidades físicas e valores monetários. Custo-padrão Custo Real Matéria-prima X 16Kg x $ 40,00/Kg = 640, 19 Kg x $ 42,00/Kg = 798, $ 158, D Matéria Prima Y 5 m x $ 100,00/m = 500, 4 m x $ 135,50/m = 542, $ 42, D Embalagem 80 fl x $ 7,00/fl = 560, 75 fl x $ 6,80/fl = 510 $ 50, F TOTAL $ 1.700 / u $ 1.850 / u $ 150,/u D Variação Total 3.3 Variação de Quantidade Poderíamos medir a variação de quantidade dentro do seguinte raciocínio: se só tivesse havido diferença na quantidade e nenhuma no preço, quanto seria a divergência entre o Padrão e o Real? Seria de 3Kg vezes o Preço-Padrão. Variação de quantidade = Diferença de Quantidade x Preço Padrão VQ = 3Kg x $40,00/Kg = $ 120,00 O Custo Real, caso tivesse havido tão somente diferença na quantidade, seria $ 120,00 mais caro que o padrão; de fato, teria o custo total sido de $ 760 (19Kg x $ 40,00/Kg). Logo, dos $158 totais de Variação Desfavorável, sabemos que $ 120 se devem exclusivamente ao efeito do consumo maior de 3Kg. 3.4 Variação de Preço Da mesma forma que o raciocínio acima, poderíamos admitir que chegaríamos à variação de Preço calculando quanto haveria de diferença se só o preço tivesse variado, com a quantidade Real sendo igual à Padrão. Variação de Preço = Diferença de Preço x Quantidade Padrão VP = $ 2,00/Kg x 16 Kg = $ 32,00 D Só que somando esta Variação de Preço à de Quantidade, chegamos a uma Variação Total de $ 152,00, e não à de $ 158,00 como havíamos determinado para toda matéria-prima X. Por que esta diferença de 6,00? A diferença de R$ 6,00 decorre uma parte pela variação da quantidade e uma parte pela variação do preço, configurando-se pela variação mista, conforme pode-se observar no gráfico abaixo. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 28 3.5 Variação Mista Observando-se no gráfico acima, a área do retângulo interno representa o Custo-Padrão, já que representa a quantidade padrão vezes preço padrão. A do retângulo externo representa o Custo Real, por se tratar de Quantidade Real vezes Preço Real, a área de interseção (retângulo pontilhado) entre a variação do Custo Real e a Variação das Quantidades Reais é a parte da variação Mista. Variação Mista = Diferença de Quantidade x Diferença de Preço VM = 3Kg x $ 2,00/Kg = 6,00 Exemplo: A empresa Matéria Ltda trabalha com os seguintes padrões de MP e MOD: MP: 2 m/un. à R$ 4,00/m MOD: 1,5 horas/un. à R$ 5,00/h No período, foram produzidas 100.000 unidades. Para isso, foram utilizados 300.000 metros de MP e 200.000 horas de mão de obra direta. O custo de MOD foi R$ 1.200.000. Durante o período foram comprados 120.000 metros de MP, ao custo total de R$ 600.000. Considerando esses dados, pede-se para determinar e analisar as variações de MP e MOD. 3.6 Exercícios 20. A empresa Arco Verde Ltda trabalha com os seguintes padrões de MP e MOD: MP: 5 Kg/un. à R$ 2,00/kg MOD: 0,5 horas/un. à R$ 3,00/h No período, foram produzidas 10.000 unidades. Para isso, foram utilizados 51.000 quilos de MP e 4.000 horas de mão de obra direta. O custo de MOD foi R$ 12.400. Durante o período foram comprados 60.000 quilos de MP, ao custo total de R$ 124.800. Considerando esses dados, Calcule a Variação de Preço, Variação de Quantidade e Variação Mista e represente graficamente. 4 0 4 2 1 6 1 9 Variação Mista Qtde. Kg. Preço R$ Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 29 21. A Pimpolho Ind. E Com. Ltda. Fabrica, dentre outros produtos infantis, creme dental sabor de frutas. O Custo-padrão de cada tubo de creme dental é o seguinte: Materiais Diretos 45g X $ 0,12/g Mão de obra Direta 16 min X $ 0,25/min Custos Indiretos $ 2,70/u Entretanto, os custos efetivos de outubro foram: Materiais Diretos 46g X $ 0,14/g Mão de obra Direta 14min X $ 0,25/min Custos Indiretos $ 2,70/u Faça os cálculos das Variações de Quantidade, Variação de Preço e Variação Mista, bem como a representação gráfica. 22. Uma empresa que trabalha com custos-padrão previu que gastaria 5 kg de matéria-prima, a um custo de R$ 15.000,00/kg, para produzir uma unidade de determinado produto. Ao final do período, constatou que, embora tivesse economizado 20% no preço do material, havia gasto 20% a mais de material que o previsto. Qual a variação entre o custo real e o custo-padrão? A variação é favorável ou desfavorável? 23. A Embalax S/A fabrica caixas de papelão; na sua linha de embalagens para liquidificadores tem o seguinte custo padrão: Papelão : 1,5 m2 x $ 4,00/m2 por unidade Fita Colante: 1,0 m x $ 0,20/m por unidade MO Direta : 3 min. x $ 20,00/h por unidade Custos Indiretos de Fabricação: $ 6.000,/mês, para um nível de 2.000 de caixas mensais Pede-se: A - Calcule o custo-padrão de 01 unidade; B - O custo-padrão total de um mês. Durante certo período foram produzidas 2.300 caixas, consumindo-se 3.599,50 m2 de papelão, 2.400,05 m de fita colante e 120,06 horas de Mão de obra direta. O preço médio pago pelo papelão foi de $ 4,20/ m2, o da fita $ 0,19/m e o da mão de obra direta $ 22,00/h. Os Custos indiretos totalizaram $ 6.900. Pede-se: C - Qual o custo real médio das 2.300 caixas? D- Calcule a Variação de Preço, Variação de Quantidade e Variação Mista e represente graficamente. 24. A empresa Multi S/A fabrica dois produtos (A e B) e utiliza o método de custo padrão para controlar seus custos de matéria-prima. Na fabricação do produto A, é usada uma unidade de matéria-prima, enquanto que na fabricação do produto B, despendem-se 2 unidades de matéria-prima. O custo-padrão de MP e de R$ 20,00 por unidade. Em um determinado período a empresa fabricou 200 produtos A e 300 produtos B. Neste período, foram compradas 900 unidades de MP, a um custo total de R$ 19.800. Foram utilizadas 210 unidades de MP para a fabricação do produto A e 620 unidades de matéria-prima para a fabricação do produto B. Pede-se: Calcule a variação de preço, quantidade e mista e represente graficamente. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 30 25. Numa empresa fabril que trabalha com o custo-padrão, a variação do tempo de mão de obra direta, em certo período, foi de 100 horas acima do número previsto que foi de 1.000 horas. No mesmo período, a variação do custo de mão de obra direta por unidade de tempo foi de R$ 0,10 abaixo do valor orçado, que foi de R$ 1,00 por hora. Qual a variação total entre o custo real e o custo-padrão? A variação foi favorável ou desfavorável? 4 CUSTEAMENTO DIRETO Conceito O custeamento direto ou variável é basicamente o sistema em que apenas os custos diretos são apropriados aos produtos fabricados. Os outros custos periódicos serão lançados diretamente no Resultado do Exercício. Esse processo oferece vantagens aos seus administradores no que diz respeito ao cálculo das margens de contribuição, margem de segurança e ponto de equilíbrio. Vantagens do Custeamento Direto Conhecimento da Margem de Contribuição efetiva de cada produto ou linha de produto. A margem de contribuição oferece meios para identificar os produtos, territórios, clientes e outros segmentos da empresa e da atividade que estão oferecendo maior rentabilidade. (a margem de contribuição é aquela parcela de lucro que serve para dar cobertura aos custos fixos). Otimização dos resultados operacionais da empresa com base na identificação do mix mais adequado de vendas. Quais os produtos que devem ser mais vendidos a fim de se obter a combinação de vendas mais lucrativas? Simplificação dos trabalhos de custos em face de eliminação das operações contábeis de rateio de custos fixos de produção. Quantas unidades precisam ser vendidas a fim de realizar o lucro planejado? A margem de lucro aumentará se eliminarmos um produto? Até que ponto podemos baixar o preço de venda? A administração deverá fabricar ou comprar peças ou componentes? Desvantagens do Custeamento Direto O Sistema sofre restrições de ordem tributária. O sistema também não recebe um reconhecimento técnico do ponto de vista contábil tradicional. Grande dificuldade de classificar corretamente os custos segundo seu comportamento diante do volume de atividade, principalmente em relação aos custos semi-variáveis. A adoção do custeamento direto pode levar o administrador a relegar os custos periódicos no processo de estabelecimento dos preços de venda. Este método de custeio não segue os princípios fundamentais de contabilidade (competência e confrontação). O Custeamento Direto como Instrumento de Decisão Muitas informações podem ser tomadas com a influência do custeamento direto, porém deve-se salientar, que as informações não deverão ser as únicas a serem ponderadas, existem outras informações significativas que devem ser levadas em conta. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 31 O custeamento direto oferece uma especial organização de dados, a qual vai constituir uma ponderável parcela no processo de tomada de decisões. 4.1 Lucro e Margem de Contribuição Margem de Contribuição é a diferença, entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis (inclusive as despesas de vendas e administração, embora as despesas variáveis não façam parte do custo do produto) referente às unidades vendidas, representa o lucro variável. Significa que em cada unidade vendida a empresa obterá um determinado volume de recursos, que servirá para cobrir os custos e despesas fixas. Significado: A Margem de Contribuição representa o valor que auxiliará na cobertura dos Custos e Despesas fixos da empresa e obtendo sobra, proporcionará o lucro. Fórmula: Onde: MCT = Margem de Contribuição Total RV = Receita de Venda Total CV = Custo Variável Total DV = Despesa Variável Total A margem de contribuição pode ser total, como representado na fórmula acima, ou por unidade de produto, conforme representada na fórmula abaixo: Onde: MCu = Margem de Contribuição Unitária PVu = Preço de Vendas Unitária CVu = Custo Variável Unitário DVu = Despesa Variável Unitária 4.2 Exercícios 26. Uma empresa obteve, no primeiro semestre de 201x, uma Receita com Vendas no montante de R$ 1.650.000, um custo variável de fabricação de R$ 720.000 e uma despesa variável de vendas de R$ 135.000 e um custo fixo de fabricação de R$ 320.000. Qual a margem de contribuição pelo Custeio Variável? Qual foi o resultado do período? 27. Certa empresa obteve no final do ano os seguintes dados levantados pela contabilidade de custos: Unidades Produzidas: 4.000 Unidades Vendidas: 2.500 Preço de venda por unidade: R$ 34,00 Custo variável por unidade: R$ 18,00 Custos Fixos de Produção: R$ 12.000,00 Despesas Fixas: R$ 6.000,00 Despesas variáveis: 25% sobre vendas Pede-se: Calcular o resultado do exercício pelo método do custeio variável? Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 32 28. Considere que uma empresa fabrique dois produtos X e Y. Em certo mês foram fabricadas 800 unidades de X e 1.100 unidades de Y. Os custos incorridos no mês foram: - Fixos: $ 20.000,00; - Variáveis apropriados a X = $ 200,00/unid. e a Y = $ 300,00/unid. Os preços de venda praticados foram: X = $ 220,00/unid. e Y = 350,00/unid. Determine a margem de contribuição, unitária e total, e o lucro da empresa supondo que toda a produção tenha sido vendida e que as despesas, todas fixas, tenham sido de $ 10.000,00 no mês. 5 PONTO DE EQUILÍBRIO Conceito Ponto de equilíbrio (ponto de ruptura ou Break-even Point) é o volume calculado em que as receitas totais de uma empresa igualam-se aos custos e despesas totais. Portanto é o ponto em que não existe lucro nem prejuízo. O ponto de equilíbrio evidencia em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas. GRÁFICO DO PONTO DE EQUILÍBRIO Graficamente, verifica-se que os custos fixos e as despesas fixas permanecem constantes, independentemente do volume, e que os custos totais e as despesas totais iniciam-se a partir do componente fixo a volume zero. Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 33 5.1 Pontos de equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro Ressalte-se que o ponto de equilíbrio não apresenta um comportamento linear, no entanto, conceitualmente é importante mostrá-lo como mais um instrumento de avaliação e análise. Ponto de Equilíbrio Contábil Representa o volume (monetário ou físico) de vendas necessário para que o resultado seja nulo. PEC = Custos Fixos Totais MC unitária Ponto de Equilíbrio Econômico O cálculo do Ponto de Equilíbrio Econômico medirá o ponto de equilíbrio mais o lucro que a empresa almeja obter. Neste caso então, deve-se adicionar aos custosfixos a margem de lucro desejada. Logo o Ponto de equilíbrio se dará no ponto em que a empresa estará com o lucro planejado e não no lucro igual a zero como no caso clássico. PEE = Custos Fixos Totais + Lucro Desejado MC unitária Ponto de Equilíbrio Financeiro Normalmente nos Custos e Despesas fixas possuímos valores que não são desembolsáveis (depreciação, provisão para devedores duvidosos etc.), assim sendo devemos deduzi-los dos custos fixos para chegarmos ao valor em PE que realmente representa as necessidades monetárias da empresa para atingir o seu PE. PEF = Custos Fixos Totais – Despesas não desembolsáveis MC unitária Ponto de Equilíbrio para Vários Produtos Na hipótese da existência de diversos produtos sendo elaborados pela empresa o assunto complica, já que os custos e despesas variáveis são diferenciados também para cada um, o que provoca a impossibilidade de cálculo de um ponto de equilíbrio global. Uma das alternativas consiste em trabalhar com lotes de produção para a determinação do ponto de equilíbrio. _____________Custos Fixos Totais______________ (MC prod.1 x vol. vendas(Quant.))+(MC prod.2 x vol. vendas(quant.)+n) vol. Vendas totais(quant) PE = Exemplo : Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 34 Empresa de Papéis Glória, fabricante dos papéis tipo A e B, projetou os seguintes dados hipotéticos para o período: PRODUTOS / ITENS PAPEL TIPO A PAPEL TIPO B TOTAL Preço de Venda $ 0,20/ folha $ 0,22/folha Custos Variáveis 60% 40% Volume de Vendas 1.500 fls 1.000 fls 2.500 fls Custos Fixos $ 200 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Papel Tipo A Papel Tipo B TOTAL Vendas $ 300 $ 220 $ 520 (-) Custos Variáveis $ 180 $ 88 $ 268 = Margem de Contribuição $ 120 $ 132 $ 252 (-) CIF $ 200 = Lucro Operacional $ 52 Ponto de Equilíbrio em quantidades: _____________$ 200,00______________ ($ 0,08 x 1.500 fls.)+(0,132 x 1.000 fls.) 2.500 fls. PE = 1.984 fls. Limitações do Ponto de Equilíbrio A maior limitação dessa análise é o fato do modelo se basear em apenas um produto, o que está longe de acontecer na quase totalidade dos casos práticos. A sugestão é escolher uma combinação de vendas. A combinação de vendas não é uma constante; A empresa acaba com n possibilidades de Ponto de Equilíbrio; Os custos de uma empresa não se comportam uniformemente ao longo da sua atividade. O PE parte do pressuposto de que os custos fixos não variam qualquer que seja o nível de atividade atingido, dentro de determinada faixa de volume. Os custos variáveis também não se comportam de maneira linear, pois são mais elevados no início da atividade e quando a fábrica chega ao máximo do seu limite de produção; A receita total não é apenas uma reta – Na maioria dos casos a empresa só pode elevar significativamente suas vendas a preços unitários menores. 5.2 Exercícios 29. João Valentão tem uma fábrica de luvas de boxe, na qual pode produzir até 1.000 pares por mês, que são vendidos por R$ 10,00 o par. Em julho, João conseguiu produzir e vender apenas 700 pares. Para isso teve os seguintes custos: MP = R$ 3.500 Custos e Despesas Fixas = R$ 2.100 a) Quantos pares de luvas João deve produzir e vender para não ter prejuízo? b) Se João tivesse conseguido produzir e vender 800 pares de luvas, qual teria sido o lucro da empresa? c) Qual o lucro da empresa se a mesma estiver trabalhando com a capacidade máxima? Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 35 30. A Cia Barretos produziu 8.000 unidades de seu produto durante o período. Nesse período foram vendidas 6.000 dessas unidades, ao preço unitário de R$ 10,00. As informações relativas às operações do período são as seguintes: Materiais Diretos: R$ 2,00 por unidade; Mão de obra Direta: R$ 1,00 por unidade. Os custos indiretos de fabricação fixos para o período foram os seguintes: Aquecimento: R$ 2.000 Energia Elétrica: R$ 3.000 Manutenção: R$ 3.500 Depreciação: R$ 2.500 Aluguel da Fábrica: R$ 6.000 Seguro da Fábrica: R$ 1.500 Mão de obra Indireta: R$ 4.000 Reparos: R$ 2.500 As despesas fixas para o período foram as seguintes: Despesas com vendas e administrativas: R$ 10.000 As despesas variáveis para o período foram: Despesas Variáveis de Vendas: R$ 0,50 por unidade Pede-se: – Utilizando o Custeio Variável, o valor da margem de contribuição total é de: ______________ – Utilizando o Custeio Variável, o Lucro ou Prej. do período é de: _______________________ – Utilizando o Custeio Variável, o PEC em unidades é de: _____________________________ 4 – Utilizando o Custeio Variável, o PEC em valor (faturamento) é de: ____________________ 31. Determinada empresa fabrica o produto A que é comercializado ao preço de R$ 86,00. Os custos variáveis são de R$ 40,00 por unidade. A despesa variável é de 10% sobre o preço de venda. Os custos e despesas fixas do mês totalizaram R$ 145.000, sendo que dessa parte 30% correspondem a custos não desembolsáveis no curto prazo. Pede-se: Apurar o ponto de equilíbrio e elaborar a DRE. 32. Determinada empresa produz o produto X que é comercializado ao preço de R$ 60,00 por unidade. Os custos variáveis são de R$ 45,00. As despesas variáveis correspondem a 20% do preço de venda. Os empresários esperam um lucro de R$ 10.000 no mês. Os custos e despesas fixas do mês são estimadas em R$ 35.000. A capacidade produtiva máxima da empresa é de 14.000 unidades. Calcule o ponto de equilíbrio econômico e analise sua viabilidade. 33. Uma empresa fabrica um único produto que é comercializado a um preço de venda de R$ 200,00. Os custos variáveis unitários são de R$ 85,00. As despesas variáveis unitárias são de R$ 21,00. Os custos fixos do mês somam R$ 400.000 e as despesas fixas do mês representam R$ 140.000. Alguns dados complementares: A depreciação do mês foi de R$ 20.000 e esta inclusa nos R$ 400.000 de custo fixo; Os diretores desejam um lucro mínimo no mês de R$ 50.000, considerando todos os gastos e despesas fixas e variáveis; Com base nesses dados, calcule o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em unidades e valores. (Fazer a prova real para confirmar a exatidão dos cálculos). Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 36 34. Uma empresa fabrica e vende o produto XIX. No ano de 20X2 foram vendidas 4.850 unidades, apresentando o seguinte resultado: Receita de vendas 85.263.000,00 (-) Custos e despesas variáveis dos produtos vendidos -51.157.800,00 (=) Margem de contribuição 34.105.200,00 (-) Custos e despesas fixos -11.363.712,00 (=)Lucro Operacional 22.741.488,00 a) Calcule o PEC da empresa; b) Supondo que se desejasse um lucro operacional de 30% do preço de venda, qual seria o PEE necessário para a empresa operar? c) Considerando que essa empresa tenha uma dívida de $ 12.657.600,00 para ser paga em seis parcelas fixas anuais, vencendo a primeira neste primeiro ano, e que a depreciação representa 25% dos custos fixos, qual é o seu PEF? 35. A empresa alimentícia Sabor Ltda, produz 3 tipos de doce, conforme mostra a tabela abaixo: Produto Doce de Uva Doce de Figo Doce de Goiaba Preço de Venda 5,00 6,00 4,00 Custos Variáveis 3,00 4,50 1,80 Despesas Variáveis 0,50
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