Buscar

ac material de apoio 2016.2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, ECONÔMICAS E CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE CUSTOS 
 
MATERIAL DE APOIO 
 
PROFESSOR JOSÉ ROBERTO DA SILVA SOVERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 2 
 
 
 
 FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINSTRATIVAS E CONTÁBEIS 
 Análise de Custos – 2016/2 
 Prof. Esp. José Roberto da Silva Soveral 
 zeroberto@upf.br 
 
SUMÁRIO 
1 TERMINOLOGIAS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ..................................................................... 3 
1.1 Exercícios ............................................................................................................................. 4 
2 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS ..................................................................................... 7 
2.1 Produção por Ordens de Produção ou Encomenda ............................................................ 7 
2.2 Exercícios ........................................................................................................................... 10 
2.3 Produção por Processo, Produção Contínua ou em Série ................................................. 14 
2.4 Exercícios: .......................................................................................................................... 18 
3 CUSTOS PADRÃO X CUSTOS EFETIVOS ...................................................................................... 25 
3.1 Custos-padrão ................................................................................................................... 25 
3.2 Variação de Materiais Diretos ........................................................................................... 27 
3.3 Variação de Quantidade .................................................................................................... 27 
3.4 Variação de Preço .............................................................................................................. 27 
3.5 Variação Mista ................................................................................................................... 28 
3.6 Exercícios ........................................................................................................................... 28 
4 CUSTEAMENTO DIRETO ............................................................................................................. 30 
4.1 Lucro e Margem de Contribuição ...................................................................................... 31 
4.2 Exercícios ........................................................................................................................... 31 
5 PONTO DE EQUILÍBRIO .............................................................................................................. 32 
5.1 Pontos de equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro .................................................... 33 
5.2 Exercícios ........................................................................................................................... 34 
5.3 Margem de Segurança....................................................................................................... 37 
5.4 Aplicação da Margem de Contribuição Quando Houver Limitação da Capacidade 
Produtiva. ...........................................................................................................................................38 
5.5 Exercícios ........................................................................................................................... 39 
6 CUSTEAMENTO ABC OU BASEADO EM ATIVIDADES ................................................................. 42 
6.1 Resumo do Custeio ABC .................................................................................................... 43 
6.2 Diferença do Custeio por Absorção e do Custeio ABC: ..................................................... 44 
6.3 Exercícios ........................................................................................................................... 45 
7 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 52 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 3 
 
 
 
1 TERMINOLOGIAS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
Gasto: é o sacrifício financeiro com que a entidade arca para obtenção de um produto ou serviço 
qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente 
dinheiro). 
Desembolso: é o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. 
Investimento: é o gasto ativado em função de sua vida útil ou benefícios atribuíveis a futuro(s) 
período(s). Todos os gastos havidos pela aquisição de bens ou serviços que são “estocados” nos Ativos da 
empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou 
de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos. 
Despesa: São bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas. As 
despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar 
sacrifícios no processo de obtenção de receitas. Não auxiliam a formar o custo do produto. Devem ser 
classificadas diretamente no resultado do exercício. 
Custo: é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O 
custo é também um gasto, só que é reconhecido como custo, no momento da utilização dos fatores de 
produção (bens e serviços), para fabricação de um produto ou execução de um serviço. 
Custos Diretos: São aqueles que podem fisicamente ser identificados, ex.: materiais, MOD, etc.. 
São gastos industriais que podem ser alocados diretamente ao produto sem margem de dúvida, conhece-
se exatamente quanto cada produto absorveu de custo. 
Custos Indiretos: São os custos que existem, mas não podem ser identificados diretamente ao 
produto. Não há uma medida objetiva, são alocados por forma de rateio, concentram-se nos 
departamentos de serviços que apoiam os departamentos de produção. Ex. compras – energia – 
depreciação – pessoal de recebimento e expedição – manutenção – supervisores – engenharia – 
almoxarifado etc. 
Custos Fixos: São custos que existem independentes da produção. Ex. aluguel, IPTU, taxa fixa de 
energia e água, depreciação, certo número de funcionários, honorários da diretoria (se não for por 
produção) etc. Temos que analisar que estes custos são fixos dentro de certo limite de oscilação de 
atividades, quando a atividade cresce mais que sua capacidade, o nível destes custos aumentará. 
Custos Variáveis: São aqueles que variam proporcionalmente ao volume produzido. Existem se 
existir produção, crescem em proporção à produção, por exemplo, energia, controle de qualidade, 
manutenção, matéria-prima, embalagem, etc. 
Custos Relevantes: Custos com representatividade de valor no contexto global dos custos. 
Custos Irrelevantes: Custos com pouca representatividade no contexto global dos custos. 
Custeio Direto: (Não é aceito pelo fisco). Neste tipo de custeio somente são considerados custos 
os que podem ser apropriados diretamente aos produtos sem utilizar o rateio. Os outros custos são 
classificados como despesas indo diretamente para o resultado do exercício sem passar pelos estoques. 
Custeio Por Absorção: Consiste na apropriação dos custos na contabilidade geral segundo os 
princípios geralmente aceitos. 
Rateio: Representa a alocação de custos indiretos aos produtos em fabricação, segundo critérios 
racionais como, por exemplo: depreciação de máquinas pode ser rateada segundo o tempo de utilização 
por produto. Contudo, dada a dificuldade de fixação de critériosde rateio, tais alocações carregam 
consigo certo grau de arbitrariedade. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 4 
 
Algumas Bases para Rateio dos Custos Indiretos: 
- Quantidade de tempo destinada ao produto,
- Quantidade produzida
- Quantidade produzida
- Requisição do departamento
Energia - Consumo por máquina por horas máquina equivalente
Reparos e Manutenção - Diretamente ao departamento consumidor
Combustíveis - Horas trabalhadas
Telefones - Por departamento Usuário
- por metros quadrados ocupados por depto. (Prédio)
- proporcional ao valor do equipamento (maquinário)
Mão de Obra Indireta
Material Indireto
Seguros
 
Algumas Regras para Rateio: quando os custos são predominantemente fixos, deve-se utilizar 
como base o potencial de uso. Quando os custos são variáveis e fixos em valores significativos, ratear os 
fixos segundo o critério anterior e os custos variáveis pela efetiva utilização. Para os custos indiretos de 
fabricação o rateio é feito pela observação dos valores que fazem parte de sua composição (origem). 
Custo de Aquisição: 
Origem: Nota Fiscal 
Calcula-se: Custo do Produto + Frete + Seguro + Embalagem + Impostos Não-Recuperáveis – 
Impostos Recuperáveis 
Custo das Mercadorias Vendidas: 
CMV = EI + Compras - EF 
 
1.1 Exercícios 
1. A empresa “X”, possui os seguintes valores em sua Contabilidade: 
( ) Consumo de energia elétrica da indústria 
( ) Gastos com pessoal do faturamento 
( ) Aquisição de máquinas para indústria 
( ) Salário do administrador 
( ) Utilização de matéria-prima 
( ) Utilização de embalagens 
( ) Deterioração de matéria-prima por enchente 
( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve 
( ) Compra de matéria-prima 
( ) Utilização de mão-de-obra na indústria 
( ) Depreciação das máquinas da indústria 
( ) Honorários do contador 
( ) Material em estoque danificado devido à chuva 
( ) Consumo de combustível para entrega dos produtos 
( ) Depreciação do prédio da administração 
( ) Comissões de vendas 
( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos 
( ) Aquisição de prédio para indústria 
( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material 
( ) Gastos com alimentação do pessoal do administrativo 
( ) Transporte do pessoal da indústria 
( ) Materiais secundários utilizados para embalagem dos produtos 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 5 
 
2. A empresa “X”, possui os seguintes valores em sua Contabilidade: 
Comissão sobre vendas: $ 80.000,00 
Salário da Fábrica: $ 120.000,00 
MP Consumida: $ 350.000,00 
Salário da Administração: $ 90.000,00 
Depreciação da Fábrica: $ 60.000,00 
Seguros da Fábrica: $ 10.000,00 
Despesas Financeiras: $ 50.000,00 
Pró-Labore: $ 40.000,00 
Materiais Diversos Fábrica: $ 15.000,00 
Energia Elétrica: $ 85.000,00 
Manutenção da Fábrica: $ 70.000,00 
Gastos com Vendas: $ 45.000,00 
Despesas com Comunicação: $ 5.000,00 
Material de Escritório: $ 5.000,00 
 
Separar em 02 grupos (Custos e Despesas). 
OBS.: as despesas que não entram no custo da produção, serão descarregadas diretamente no 
resultado do período, sem serem alocadas aos produtos. 
Sabemos que a empresa produz 3 produtos A, B, C, apropriar os custos diretos e indiretos 
sabendo-se o seguinte: Matéria-prima Mão de obra Energia Elétrica
Indiretos 30.000,00 40.000,00 
Produto A 75.000,00 22.000,00 18.000,00 
Produto B 135.000,00 47.000,00 20.000,00 
Produto C 140.000,00 21.000,00 7.000,00 
T O T A I S 350.000,00 120.000,00 85.000,00 
Na tabela abaixo fazer a apropriação dos custos indiretos aos produtos proporcionalmente a 
apropriação dos custos diretos: 
 Produto A Produto B Produto C Total 
Matéria-Prima 
Mão de obra 
Energia Elétrica (CD) 
TOTAL CUSTOS DIRETOS 
Depreciação 
Seguros 
Materiais Diversos 
Manutenção 
MOI 
Energia Elétrica (CI) 
TOTAL CIF 
TOTAL (CD + CIF) 
 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 6 
 
3. Determinada empresa industrial apresentava, ao final do período, os seguintes saldos nas 
seguintes contas: 
MP = R$ 30.000 
MOD = R$ 80.000 
CIF Fixo = 10.000 
CIF Variável = 5.000 
Desp. Fixas = 80.000 
Desp. Variáveis = 45.000 
 
Informações adicionais: 
- O saldo inicial da conta MP no início do período era zero; 
- A produção do período foi de 100 unidades; 
- A venda no período foi de 90 unidades; 
- Cada unidade foi vendida por R$ 5.000; 
Não há estoques iniciais de produtos em elaboração e produtos prontos. 
Pede-se: 
- Apurar o resultado do exercício pelo método do custeio por absorção e variável; 
- Apurar o valor do estoque pelo método do custeio absorção e variável. 
 
 
4. Determinada empresa, no decorrer do mês de agosto de 201x, apresentava as seguintes contas 
com os seguintes saldos: 
Matéria-prima consumida no período: R$ 90.000 
MOD consumida no período: R$ 20.000 
Depreciação Linear das máquinas de produção: R$ 5.000 
MOI da fábrica: R$ 6.000 
Aluguel da fábrica: R$ 3.000 
Aluguel da parte administrativa: R$ 500 
Salário do gerente de vendas: R$ 1.200 
Comissão sobre vendas 10% sobre o preço de venda líquido de impostos 
Outros CIF fixos: R$ 10.000 
Outras Despesas Fixas do Período: R$ 6.000 
 
A empresa produz um único produto “Produto A” que é vendido a um preço de R$ 25,00 (já 
líquido de impostos). No período foram produzidas 10.000 unidades (completamente acabadas) e 
vendidas 9.500 unidades. Não havia estoque inicial. 
Pede-se: 
a) Classifique as contas acima em custo – fixo ou variável, despesa – fixa ou variável; 
b) Apure o custo de cada unidade produzida segundo o método por absorção e variável; 
c) Apure o resultado do período pelo método absorção e o variável; 
d) Qual o valor do estoque final pelo custeio por absorção e pelo custeio variável. 
 
 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 7 
 
2 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS 
 
É a forma como os custos são acumulados e apropriados aos produtos. Para finalidade de 
determinação do custo, a contabilidade utiliza dois sistemas básicos de custeamento de produtos ou 
serviços: 
 O custeamento por ordem de produção ou encomenda 
 O custeamento por processo, ou produção contínua 
A adoção de um dos dois sistemas depende do tipo de produto, do processo de fabricação e da 
conveniência da empresa. Existem outros sistemas de custeamento, mas procuram atingir outras 
finalidades. O custeamento padrão, por exemplo, pode ser aplicado tanto numa empresa que utilize o 
sistema de ordens de produção como numa fábrica que adote o sistema de custos por processo. 
Concomitantemente com os dois sistemas básicos de custeamento, a empresa pode empregar 
tanto o custeio por absorção como o custeio direto. 
De acordo com Padoveze (2010, p.323) “partindo do processo produtivo da empresa e seu ciclo 
operacional, a empresa tem condições de escolher o sistema de acumulação de custos que coordena com 
seu processo produtivo”, complementa o autor que “uma indústria cujos produtos são manufaturados 
por encomenda, deverá utilizar o sistema de acumulação por ordem”, enquanto “uma indústria que 
fabrica seus produtos num fluxo contínuo de operações, deverá utilizar o sistema de custeamento por 
processo”. Ainda “ 
Para Horngren, Datar e Foster (2004, p. 89) existem quatro pontos que devem ser levados em 
consideração para a adoção de um sistema de acumulação de custos: 
a) O custo-benefício para implantar um sistema complexo pode ser muito alto; 
b) O sistemadeve ser elaborado para as operações da empresa e não o contrário; 
c) Sistemas de custeio acumulam custo para facilitar as decisões; 
d) Os sistemas de custos são apenas uma fonte de informação para os administradores. 
 
 
2.1 Produção por Ordens de Produção ou Encomenda 
 
Características básicas do sistema: 
O sistema de custos por ordem de produção é um sistema no qual cada elemento do custo é 
acumulado separadamente, segundo ordens específicas de produção. As ordens de produção são 
emitidas para o início da execução do serviço. 
Nenhum trabalho poderá ser iniciado sem que seja devidamente autorizado. Um exemplo 
simples deste fato é dado pela emissão de uma ordem de serviço por uma oficina mecânica quando o 
cliente chega com seu carro para fazer algum reparo. Essa ordem de serviço se destina não só a conter os 
serviços que devem ser realizados, como também a acumular os custos dos materiais empregados, da 
mão de obra aplicada e de uma taxa relativa às despesas da oficina. 
O Sistema de Custos por Encomenda ou Sistema de Custos por Ordem de Produção é adequado 
para acumular os custos da produção de bens e serviços realizados por encomenda, de bens e serviços 
diferenciados, de lotes específicos de produtos, de serviços específicos. É adequado, também, quando o 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 8 
 
tempo exigido para a produção é bastante longo ou quando o preço de venda depende do custo de 
produção. 
Exemplos de empresas típicas onde o Sistema de Custos por Ordem de Produção é o mais 
adequado: Empresas de projetos; Empresas de construção civil; Empresas de consultoria; Empresas de 
auditoria; Oficinas de conserto; Empresas gráficas; Estaleiros; Empresas que fabricam bens de capital; 
Empresas que produzem vinho, seda crua, etc.; Empresas que fabricam porcas, parafusos, etc. 
Nesse sistema, os custos são acumulados em folhas chamadas, Ordem de Produção ou Ordem de 
Fabricação. A soma das Ordens de Produção em aberto representa o Estoque dos Produtos em Processo. 
À medida que os produtos são completados, as Ordens de Produção são encerradas e os custos são 
transferidos para o estoque de produtos acabados ou CPV, conforme for o caso. 
PADOVEZE (2010) admitiu que para apuração do custo total da ordem, a acumulação de custos 
vai desde o início até o fim da produção dessa ordem, mesmo que ultrapasse o exercício contábil 
convencionado. É claro que no encerramento desse exercício serão levadas em conta as ordens em 
aberto. 
 
O sistema de custos por ordem de produção se diferencia de outros sistemas em virtude dos 
seguintes fatos: 
 Identifica a produção de lotes diferentes de produtos durante o processo de fabricação; 
 A ordem de produção é utilizada para acumular o material direto, a mão de obra aplicada e a parcela 
correspondente das DIF (desp. indiretas de fabricação ou custos indiretos de fabricação) calculadas 
por meio das taxas de absorção; 
 O custeamento por ordem de produção é usado em empresas cuja produção é intermitente e cujos 
produtos ou lotes de produtos podem ser perfeitamente identificados no processo de fabricação. 
Isso ocorre, principalmente, em relação à produção não padronizada ou produção não repetitiva; 
 O sistema é bastante dispendioso porque exige considerável trabalho burocrático para o registro das 
informações minuciosas nas ordens de produção. 
 
As principais vantagens do sistema são: 
 Permite que a administração identifique os produtos que dão maior ou menor margem de lucro 
 Os custos de uma ordem de produção anterior para produtos do mesmo tipo ou de tipo ligeiramente 
diferente podem servir de base para estimação dos custos de futuros pedidos de clientes. 
 Na fabricação de encomendas de alto valor, as empresas costumam receber dos clientes o dinheiro, à 
medida que o processo produtivo vai sendo desenvolvido. Os custos acumulados em cada ordem de 
produção, até determinado estágio de fabricação, podem servir de base para o estabelecimento do 
valor que deve ser cobrado ao cliente. 
 
 As principais desvantagens são: 
 As despesas burocráticas são bastante elevadas em virtude do volume de registros e da quantidade 
de pessoal necessário. 
 Os custos acumulados nas ordens de produção são custos históricos (salvo as DIF aplicadas) e a 
administração somente conhecerá o total dos custos ao término da produção. 
 
 Tratamento Contábil 
Na produção por ordem, os custos são acumulados numa conta (ou folha) específica para cada 
ordem ou encomenda. Essa conta só para de receber custos quando a ordem estiver encerrada. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 9 
 
Se terminar um exercício e o produto ainda estiver em processamento, não há encerramento, 
permanecendo os custos até então incorridos na forma de bens em elaboração; no ativo, quando a ordem 
for encerrada, será transferida para o estoque de produtos acabados ou para Custo dos produtos 
vendidos conforme a situação. 
 
Exemplo: 
A empresa Apolo S/A, em 01/10 tinha em seus livros os seguintes estoques: 
Materiais $ 25.000,00
Produtos em processo 
(ref. à OP n. 45, já iniciada) $ 10.000,00
Produtos Acabados
OP n. 44 $ 40.000,00 
Outras informações: 
A Apolo S/A compra materiais a prazo no valor de $ 69.000,00. A Fábrica requisita materiais para 
as seguintes ordens de produção: 
OP n. 45 23.000, OP n.46 19.000, OP n.47 13.000, 
Paga os salários dos operários diretos no valor de $ 75.000,00. Registra nas ordens de produção 
esses salários do seguinte modo: 
OP n. 45 40.000, OP n. 46 20.000, OP n. 47 15.000, 
Debita a cada ordem de produção os CIF na base de 20% sobre o valor da MOD 
As Ordens de Produção n. 45 e 46 são terminadas e os produtos são transportados para o 
depósito de Produtos Acabados. 
A Empresa vende a prazo a Produção terminada pela OP n. 45 por $ 135.000. 
Pede-se: 
a) Calcular o custo das Ordens de Produção; 
b) Determinar os valores dos saldos finais das contas de Estoque após a realização das 
transações acima relacionadas; 
c) Supondo que a empresa tenha realizado durante o mês de outubro Despesas Comerciais e 
Administrativas no total de 25.000, calcular o resultado Líquido. 
 
OP. 45 OP. 46 OP. 47 MP (EIMP + Compras - Trasnferências para Ops)
SI 10.000,00 - - 25.000,00 + 69.000,00 - 55.000,00 = 39.000,00 
MP 23.000,00 19.000,00 13.000,00 Produtos em Processo
MOD 40.000,00 20.000,00 15.000,00 OP. 47 31.000,00 
CIF 8.000,00 4.000,00 3.000,00 Produtos Acabados
Total 81.000,00 43.000,00 31.000,00 OP. 44 40.000,00 
OP. 46 43.000,00 
Soma 83.000,00 
Custo OPs Estoques Finais
 
 
Receita 135.000,00
(-) CPV -81.000,00 
(=) LB 54.000,00
(-) Despesas -25.000,00 
(=) ROB 29.000,00
DR
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 10 
 
2.2 Exercícios 
5. A Cia XPTO fabrica produtos sob encomenda custeando-os pelo sistema de ordem de produção. 
No Início de Julho era seguinte a posição dos três estoques: 
- Materiais: 14.000,00 
- Produtos em Processo : OP n. 998 2.500,00 (500 unid. do produto A) 
 OP n. 999 12.000,00 (600 unid. do produto B) 
 
- Produtos Acabados: OP n. 997 (500 unid. do produto A com um custo de 10,00/und.) 
 
Durante o mês de Julho ocorreram as seguintes transações: 
- Compra de materiais: $ 7.000,00 
- Requisição de materiais: OP 998 2.000,00 
 OP 999 6.000,00 
 
- MOD: OP 998 - 100 horas a 5,00/hora 
OP 999 - 200 horas a 6,00/hora 
 
- CIF rateados aos produtos – 30% da MOD; 
- OP n. 998 encerrada e transferida para Produtos Acabados (500 und); 
- Venda à vista de 800 unidades do produto A por 20,00 cada uma; 
- Produtos acabados são custeados pelo critérioPEPS. 
Pede-se: 
a) Saldo final dos três Estoques e a contabilização dos custos; 
b) Custo das Mercadorias Vendidas; 
c) Resultado Bruto sobre as vendas. 
 
6. A Indústria Alimentícia Gaivota iniciou suas operações em 01/03/20x3. Recebeu pedido de 
clientes para fabricação de bombons X, Y, Z. As transações relativas à fabricação foram as 
seguintes: 
Compra de materiais a prazo no valor de $ 46.000 
Materiais requisitados para as OP: 
OP 01 16.000, 
OP 02 13.000, 
OP 03 11.000, 
A empresa teve a folha de pagamento no valor de $ 60.000 com débito nas OP feito da seguinte 
forma: 
OP 01 30.000, 
OP 02 15.000, 
OP 03 5.000, 
As DIF são debitadas às OP na base de 80% do valor das MOD de cada uma delas; 
As OP 01 e 02 foram completadas e os produtos foram embarcados para o depósito de produtos 
Acabados, como segue: 
 OP 01 – Bombom X OP 02 – Bombom Y 
Foram vendidos a prazo, aos clientes, por $ 120.000 os bombons: 
 Custo $ 
 X - 56.000, 
 Y - 40.000, 
Pede-se, determinar os estoques de Matéria-prima, PE e PA. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 11 
 
7. A Fundição Ceasa usa ordens de produção para contabilizar a sua produção de ralos. As 
informações a seguir foram extraídas dos registros de custos da fundição, relativos ao mês de 
março. 
O estoque de produtos em processo em 01/03 era de $ 21.700 
Detalhes da conta: 
OP Total
801 8.300
802 6.500
803 6.700
804 200
805 0
806 0
Total 21.700
 
Os custos debitados às ordens de produção em março foram os seguintes: 
OP MP MOD
801 300 200
802 1.500 1.200
803 1.200 700
804 1.800 1.000
805 300 100
806 100 0
Total 5.200 3.200
 
A taxa de liquidação de CIF é de 25% da MOD. 
Durante o mês foram completadas e vendidas as seguintes ordens de produção: 
 OP N. de ralos produzidos 
801 25 ralos grandes 
802 50 ralos médios 
803 20 ralos pequenos 
 A receita obtida na venda dessa produção atingiu $ 28.100, assim distribuídos: 
Tipo do Produto Receita 
Ralo Grandes 12.300, 
Ralo Médio 11.800, 
Ralo Pequeno 4.000, 
 28.100, 
Pede-se: 
a) Total acumulado em cada OP 
b) Resultado de cada tipo de ralo vendido em março 
 
8. A Indústria de Batons Goma Ltda produz 02 tipos de batons A e B. Os dados fornecidos pela 
empresa para serem lançados às ordens de produção são: 
Matéria Prima: 
 - Manteiga 0,50 p/und. 
 - Colorante 0,70 p/und. 
 - MOD. 1,50 p/h 
 - CIF 325,00 
Manteiga Colorante MOD TOTAL DIRETO CIF TOTAL
OP 1: PRODUTO A 200und 50und 100 h
OP2: PRODUTO B 300und 70und 200 h 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 12 
 
Nos foi informado que as DIF (Despesas Indiretas de Fabricação) deverão ser alocadas em 
proporção ao total da MOD + MP de cada produto. Solicita-se calcular o custo Unitário de cada produto, 
sabendo-se que a produção de A foi de 70 unid. e B 80 unid. 
 
9. Considere as seguintes informações: 
A - Ordens de produção existentes em 01/03/x1 
Ordem n. Matéria-prima MOD Gastos Gerais de Produção
94.140 20.000 15.000 4.500
94.145 9.000 14.000 4.200
94.146 2.000 1.000 300 
B – Os gastos de março de 20x0 foram: 
Ordem n. Matéria-prima MOD
94.140 6.000 3.000
94.145 5.000 7.000
94.146 3.000 2.000
94.147 10.000 2.000
94.148 8.000 6.000 
C – Os gastos gerais de produção, no mês, foram de R$ 6.000,00 e foram apropriados 
proporcionalmente aos gastos com MOD; 
D – As ordens de produção 94.145, 94.146, 94.148 foram completadas e entregues durante o 
mês. 
Pede-se: 
- Evidenciar qual foi o custo do produto vendido e o valor dos estoques. 
 
10. A Companhia de Manufatura Power-D fabrica motores que são feitos somente a pedido de 
clientes, e de acordo com as especificações dos mesmos. Durante janeiro, a companhia 
trabalhou nos serviços 90AX, 90BZ, 90CK e 90DQ. As seguintes cifras resumem os registros de 
custos para o mês: 
Serviço 90AX Serviço 90BZ Serviço 90CK Serviço 90DQ
Motores encomendados 100 un. 60 un. 25 un. 100 un.
MP 
02/jan 15.000,00 5.000,00
18/jan 20.000,00 16.000,00 5.000,00 6.000,00
22/jan 15.000,00 1.000,00 10.000,00 6.000,00
28/jan 3.500,00 2.000,00
Custo de MOD
02/jan 1.000,00 1.000,00
09/jan 27.000,00 9.000,00
16/jan 32.000,00 27.000,00
23/jan 20.000,00 3.000,00 5.000,00 500,00
30/jan 18.000,00 11.500,00
CIF 60.000,00 32.000,00 17.500,00 10.500,00
Motores terminados 100 un. 60 un. 25 un. 0
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 13 
 
Os serviços 90AX e 90 BZ foram terminados e entregues ao cliente a um preço total de venda de 
R$ 426.000, a prazo. O serviço 90CK está terminado, mas ainda não foi entregue. O serviço 90DQ ainda 
está em processo. Não havia nenhum produto em processo no início do mês. 
Pede-se: Determinar o saldo final dos estoques. Elaborar a DRE. 
 
11. A empresa Alfa Ltda é uma indústria que produz esquadrias metálicas e possui implantado o 
sistema de custeio por ordem de produção. No início do mês de agosto de 2011, havia as 
seguintes ordens de produção em andamento: 
OP 112 – Ref. Cerca em ferro 
OP 113 – Ref. Portão de contrapeso 
OP 114 – Ref. Grades para janelas 
OP 115 – Ref. Portas 
OP 116 – Ref. Janelas 
As Ordens de Produção nº 112, 113 e 114 já haviam sido iniciadas no mês de julho e até o 
momento haviam recebido os seguintes custos: 
OP 112 – R$ 2.000 
OP 113 – R$ 600 
OP 114 – R$ 300 
Os custos alocados às ordens de produção no decorrer do mês de agosto foram: OP MP MOD
OP 112 100,00 150,00
OP 113 300,00 100,00
OP 114 500,00 200,00
OP 115 400,00 600,00
OP 116 200,00 300,00 
Os custos indiretos de fabricação que ocorreram durante o mês de agosto foram: 
Aluguel $ 600, 
Material de Limpeza $ 100, 
Lixa, Graxa, Discos de corte, etc. $ 50, 
Para alocação dos custos indiretos às ordens de produção, a empresa utiliza a proporção da 
matéria-prima empregada em cada ordem, durante o mês. 
As ordens de produção nº 112, 113 e 114 foram completadas e vendidas no decorrer do mês de 
agosto. O valor de venda foi: 
OP 112 - $ 5.000,00 OP 113 - $ 2.500,00 OP 114 - $ 2.600,00 
 
Pede-se: 
A - Ratear os CIF; 
B - Elaborar os custos para cada ordem de produção; 
C - Avaliar os estoques e apurar o resultado do período, sabendo que as despesas administrativas 
foram de $ 2.000 e as despesas com vendas somaram $ 1.000. 
 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 14 
 
2.3 Produção por Processo, Produção Contínua ou em Série 
 
O custeamento por processo é outro sistema básico para determinação do custo. Destina-se a 
acumular os custos numa empresa em que a fabricação se caracteriza por produtos padronizados, 
produção contínua e demanda constante. 
Determina-se o custo unitário dividindo-se o total de despesas acumuladas num processo, 
durante certo período de tempo, pelas unidades produzidas no mesmo período neste processo. 
Tal sistema é adotado quando os produtos não podem ser identificados no processo produtivo, é 
aplicado com resultados positivos em indústrias de petróleo, de lâmpadas, de produtos farmacêuticos, de 
tecidos etc.. 
A produção é realizada em diversos centros de custo. Cada centro de custo é identificado como 
um processo específico. 
Muitas companhias usam simultaneamente os dois sistemas (por OP e por processo). Por 
exemplo: uma fábrica de transformadores: O custeamento por OP é adotado na acumulação dos custos 
dos transformadores e de muitos de seus componentes. O Custeamento por processo será empregado 
para acumulação dos custos de pequenos componentes que serão utilizadosna montagem do 
transformador. 
CREPALDI (2000) constatou que no sistema de acumulação de custos por processo, os custos são 
inicialmente classificados por natureza contábil (tipo de gasto) e depois compilados por processos 
específicos e todos os custos são distribuídos às unidades produzidas por esses processos específicos. 
Segundo PADOVEZE (1996), “à medida que o produto segue para o processo seguinte, leva como 
custo inicial o custo unitário até o processo anterior, acumulando-se com o processo atual, e obtendo-se 
o custo unitário acumulado até o processo em questão”. 
MP
MOD $ (X) Período (M)
CIF
Unidades 
Produzidas (Y)
 
Logo o custo unitário do produto, para o processo será: 
X
Y
M = 
Procedimentos Básicos 
 A contabilidade de custos acumula os custos dos fatores de produção por departamento; 
 Determina-se a produção por departamento 
 Dividindo o valor obtido no item 2 pelo valor obtido no item 1, determina-se o custo unitário do 
departamento 
 Com o valor obtido no item 3, determina-se o custo total da produção completada num 
departamento que é transferida para o departamento seguinte. 
 O valor obtido no item 3 se destina também à avaliação dos produtos que permaneceram em 
processamento no fim do período. 
 Faz-se a verificação, em cada departamento, dos resultados pela comparação entre a origem dos 
recursos, isto é, os custos que foram debitados ao departamento durante o período, e a aplicação 
desses recursos, ou seja, o custo dos produtos transferidos, as perdas que se verificarem e ainda o 
estoque final nas linhas de produção. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 15 
 
 
 Problemas na aplicação deste sistema: 
 A determinação do estágio de fabricação em que se encontram no final do período os produtos em 
processamento 
 O tratamento das perdas e dos resíduos que ocorrem em produções contínuas, as perdas podem 
ocorrer no início no meio e no fim do processo. 
 O material pode ser colocado apenas no 1 processo; nos demais processos o material será 
constituído dos produtos transferidos dos processos anteriores. 
 O material pode ser colocado nos processos subsequentes ao primeiro. Quando se adiciona material 
a quantidade a produzir pode não aumentar. 
 Uma única matéria-prima pode ser colocada num certo processo e resultar em dois ou mais produtos. 
Os problemas de apropriação dos custos se tornam difíceis. 
 
 Vantagens e desvantagens do processo 
Como a produção é padronizada e contínua, a fabricação passa a dispor de maiores 
conhecimentos sobre o produto. Os fatores de produção, sobretudo aqueles representados pelos custos 
primários, tornam-se mais conhecidos. Mesmo os custos indiretos passam a ser mais bem controlados 
em virtude da departamentalização da fábrica em centros de produção. Os documentos relacionados 
com os elementos do custo transformam-se em registros padrão pela constância com que são emitidos e 
pelo conhecimento que passam a dispor os técnicos de fabricação. Esse fato reduz sobremodo o trabalho 
burocrático. Por outro lado, os custos tornam-se mais exatos, em virtude de uma apropriação mais 
adequada, e o controle dos custos é mais correto pela revelação das variações quando se aplicam os 
custos-padrão, os quais se adaptam mais facilmente ao sistema de custeamento por processo. 
Como desvantagens temos a utilização de custos históricos que servem para determinação do 
custo, mas não para tomada de decisões da administração. 
 
Exemplo 
Período de 01 a 31/01: 
01 – Não há estoques de Produtos em Elaboração em 31/12 
02 – No centro de custo 01 são apropriados os seguintes custos: 
Material direto $ 25.000, 
MOD $ 30.000, 
CIF $ 60.000, 
04 – Não há estoque final de produtos em processo em 31/01 
05 – Foram completadas e transferidas para o centro produtivo 11.500 unidades. 
CÁLCULO DO CENTRO DE CUSTOS 01 
Material direto $ 25.000, 
MOD $ 30.000, 
CIF $ 60.000, 
 $ 115.000, 11.500 unid. = $ 10, por unidade 
Conclusão: Não havendo estoques no início e no fim de janeiro, todos os custos foram debitados 
ao centro neste mês, foram utilizados para fabricar as 11.500 unidades produzidas durante o mês. 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 16 
 
2 Exemplo 
Período de 01 a 28/02 
Não há estoque de produtos em processo em 31/01 
Custos debitados ao centro em fevereiro: 
Material Direto $ 28.000, 
MOD $ 38.000, 
CIF $ 76.000, 
O estoque de produtos em processo, em 28/02 consistia em 1.000 unid. parcialmente prontas no 
seguinte estágio de fabricação: 
Material direto 100% 
MOD 50% 
CIF 50% 
Foram completados e transferidos para o próximo centro produtivo 9.000 und. 
MP MOD CIF
Produção completada e transferida 9.000 9.000 9.000
+ Estoque final (em elaboração) 1.000
100% de Material Direto 1.000
50% de MOD 500
50% de CIF 500
Produção Equivalente 10.000 9.500 9.500 
Custo unitário do mês de fevereiro: 
Material Direto $ 28.000,  10.000 unidades = 2,80 
MOD $ 38.000,  9.500 unidades = 4,00 
CIF $ 76.000,  9.500 unidades = 8,00 
 14,80 
Custo das unidades completadas transferidas: 
9.000 unidades x $ 14,80 = $ 133.200 
Custo do estoque final (em elaboração) 1.000 unidades: 
Material Direto 1.000 x $ 2,80 $ 2.800, 
MOD 500 x $ 4,00 $ 2.000, 
CIF 500 x $ 8,00 $ 4.000, 
 $ 8.800, 
Total debitado ao centro de custos em fevereiro: 
Material Direto $ 28.000, 
MOD $ 38.000, 
DIF $ 76.000, 
 $ 142.000 
Assim distribuídos: 
Produção completada transferida $ 133.200, 
Produtos em elaboração $ 8.800, 
Total $ 142.000, 
 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 17 
 
Produção Equivalente: 
Exemplo 1: 
Informações: 
1 – Período: 01 à 31/01 
2 – Não há estoque de produtos em elaboração em 31/12 
3 – No período ocorreram os seguintes custos: 
MP R$ 20.000 
MOD R$ 10.000 
CIF R$ 5.000 
4 – Não há estoque de produtos em elaboração em 31/01 
5 – No período foram produzidas 1.000 
Assim sendo teremos: 
MP ___________ 
MOD ___________ 
CIF ___________ 
Total ____________ / ____________ unid. = R$ ____________ por unidade. 
Continuação: 
Exemplo 2: 
Informações: 
1 - Período: 01 à 28/02 
2 - Não há estoque de produtos em elaboração em 31/01 
3 - No período ocorreram os seguintes custos: 
MP R$ 30.000, 
MOD R$ 15.000, 
CIF R$ 6.000, 
4 – O estoque de produtos em elaboração, em 28/02 era de 50 unidades parcialmente prontas no 
seguinte estágio de fabricação: 
MP 100% 
MOD 50% 
CIF 30% 
5 – Foram completadas 1.100 unidades no período 
Pede-se: Qual o valor dos produtos em elaboração? 
Cálculo da produção equivalente: 
MP MOD CIF
Produção completada
(+) Prod. em Elaboração
100% MP
50% MOD
30% CIF
Produção Equivalente
 
 
Custo unitário do mês de fevereiro: 
MP = 
MOD = 
CIF = 
Custo por Unidade = 
Nesse sentido teremos: 
Custo das unidades acabadas = 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 18 
 
Custo das Unidades em Elaboração: 
MP = 
MOD = 
CIF = 
Total = 
Total do custo de produção ref. mês fevereiro: R$______________________ 
2.4 Exercícios: 
12. A conta de Produtos em Elaboração da Indústria João e Maria, é apresentada a seguir: 
Relatóriode produção – Janeiro/2011 
Produtos em elaboração: 
31/01: MP $ 126.000, 
 MOD $ 68.000, 
CIF $ 34.000, 
Unidades em processo no início do mês: - 0 - 
Unidades completadas durante o mês: 15.000 
Unidades em processo no fim do mês: 6.000 
O estoque final de produtos em elaboração tinha o seguinte estágio de fabricação: 
MP 100% 
MOD 1/3 completado 
CIF 1/3 completado 
Pede-se: 
Calcular o valor da produção completada e o valor total do estoque final em 31/01. 
RESOLUÇÃO EXERCÍCIO – Indústria João e Maria 
01 passo: Cálculo da produção equivalente: 
MP MOD CIF
Produção completada
Prod. Em elaboração 
 MP 100% 
 MOD 1/3 x 6.000 
 CIF 1/3 x 6.000 
Produção Equivalente
 
2. Passo: Cálculo do custo unitário do processo, no mês: 
 
 
 
3. Passo: Cálculo da produção completada: 
 
 
 
 
4. Passo: Cálculo do custo dos produtos em elaboração: 
 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 19 
 
13. A conta de Produtos em Elaboração da Indústria Offspring é apresentada a seguir: 
Relatório de produção – Janeiro/2004 
Produtos em elaboração: 
31/01 – MP $ 100.000, 
 MOD $ 50.000, 
 CIF $ 25.000, 
Unidades em processo no início do mês: - 0 - 
Unidades completadas durante o mês: 10.000 
Unidades em processo no fim do mês: 2.000 
O estoque final de produtos em elaboração tinha o seguinte estágio de fabricação: 
MP 80% completado 
MOD 50% completado 
CIF 20% completado 
Pede-se: 
Calcular o valor da produção completada e o valor total do estoque final em 31/01. 
 
1. Passo: Cálculo da produção equivalente: 
MP MOD CIF
Produção completada
Prod. Em elaboração 
 MP
 MOD
 CIF
Produção Equivalente
 
2. Passo: Cálculo do custo unitário do processo, no mês: 
 
 
 
 
 
3. Passo: Cálculo da produção completada: 
 
 
 
 
 
4. Passo: Cálculo do custo dos produtos em elaboração 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 20 
 
14. A indústria Carbexa, produtora de papel jornal, iniciou suas atividades de produção no dia 2 de 
abril, com um lote de 10.000 kg. 
A MOD e os custos indiretos de produção incidem de maneira uniforme e concomitante ao longo 
do processo de produção, porém a matéria-prima é inserida na máquina de uma só vez, bem no início. 
Sabe-se que nesse ramo, considerando-se o atual estágio tecnológico, é normal que se percam 5% 
das unidades iniciadas, e isso ocorre bem no começo do processo. 
Sua estrutura de custos, no mês, foi a seguinte (em R$): 
MP = $ 9.500 
MOD = $ 7.200 
CIF = $ 4.500 
No final do mês havia 8.000 kg de produto acabado no armazém, 1.500 kg em processamento na 
fábrica, num grau de, aproximadamente, 2/3 de acabamento, e 500 kg perdidos, dentro das condições 
normais de produção. 
Pede-se calcular: 
O custo unitário de produção do mês; 
O valor de custo do estoque final de produto acabado; 
O valor de custo das unidades em processamento no final do mês. 
 
Exemplo 2: Produção Equivalente: Considerando estoques de produtos em elaboração: 
- Estoque de produtos em elaboração mês de fevereiro/2004 
- Custo das Unidades em Elaboração (50 unid.): 
MP (50 unid. x R$ 26,09) = R$ 1.304,50 
MOD (25 unid. x R$ 13,33) = R$ 333,25 
CIF (15 unid. x R$ 5,38) = R$ 80,70 
Total = R$ 1.718,45 
- No período de 01 à 31/03 ocorreram os seguintes custos: 
MP R$ 40.000, 
MOD R$ 12.000, 
CIF R$ 7.000, 
- O estoque de produtos em elaboração, em 31/03 era de 70 unidades parcialmente prontas no 
seguinte estágio de fabricação: 
MP 100% 
MOD 60% 
CIF 20% 
Foram completadas 1.030 unidades no período 
Pede-se: 
- Produção equivalente; 
- Custo unitário; 
- Custo dos Produtos Acabados; 
- Custo dos Produtos em Elaboração? 
Cálculo da Produção Equivalente 
Em Unidades MP MOD CIF
(-)Estoque inicial
Produção completada
Prod. Em elaboração 
 MP 
 MOD 
 CIF 
Produção Equivalente
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 21 
 
Custo unitário do mês de março: 
MP ____________ / __________ unid. = R$ _________ p/ und. 
MOD ____________ / __________ unid. = R$ _________ p/ und. 
CIF ____________ / __________ unid. = R$ __ p/ und. 
Custo por Unidade = R$ _________ _p/ und. 
 
Nesse sentido temos: 
Custo das unidades acabadas EI
Custo p/ 
Completar EI
Custo das 980 und. 
Restantes*
Custo das Unidades 
Produzidas
MP 1.304,50 
MOD 333,25 
CIF 80,70 
Total 1.718,45 
 * PA 1.030 – EI 50 = 980 unidades restantes (produzidas do início ao fim dentro do período). 
Custo das Unidades em Elaboração: 
MP (_____ unid. x R$ ________) = R$ _____________ 
MOD (_____ unid. x R$ ________) = R$ ____________ 
CIF (_____ unid. x R$ ________) = R$ _ __________ 
Total = R$ _ __________ 
 
15. Considerando os dados determinar o que pede: 
O estoque inicial no mês de Março de produtos em processo é de 1.000 unid. Assim distribuídos: 
Estágio de 
Fabricação
Equivalência de 
Produção
Custo $
MP 100% 1.000 Unidades 2.800,00
MOD 50% 500 Unidades 2.000,00
CIF 50% 500 Unidades 2.000,00
6.800,00Total 
Os custos debitados no mês de Março foram os seguintes: 
Material Direto 28.200
MOD 41.580
CIF 10.000
Total 79.780 
A produção completada e transferida durante o mês para a conta “Produtos Acabados” foi de 
10.000 unidades 
O estoque final dos produtos em processo em 31 de março é de 800 unidades e o seu estágio de 
fabricação é: 
Material Direto 50% 
MOD 50% 
CIF 50% 
PEDE-SE: 
a) Calcular a produção em unidades equivalentes (considerar (- EI) + unid. Completadas + 
Estoque final): 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 22 
 
Em Unidades MP MOD CIF
(-)Estoque inicial
Produção completada
Prod. Em elaboração 
 MP 
 MOD 
 CIF 
Produção Equivalente
 
b) Cálculo do custo unitário no mês de abril: 
MP = 
MOD = 
CIF = 
Custo por Unidade = 
c) Cálculo do custo das unidades acabadas: EI
Custo p/ 
Completar EI
Custo das ________ und. 
Restantes*
Custo das Unidades 
Produzidas
MP
MOD
CIF
Total 
d) Custo das Unidades em Elaboração: 
MP = 
MOD = 
CIF = 
Total = R$ _________________ 
 
 
16. Considerando os dados determinar o que pede: 
O estoque inicial no mês de Março de produtos em processo é de 1.000 und. Assim distribuídos: Estágio de 
Fabricação
Equivalência de 
Produção
Custo $
MP 40% 400 Unidades 10.000,00
MOD 40% 400 Unidades 6.000,00
CIF 40% 400 Unidades 2.800,00
18.800,00Total 
Os custos debitados no mês de Março foram os seguintes: 
Material Direto 30.000
MOD 20.000
CIF 10.000
Total 60.000 
A produção completada e transferida durante o mês para a conta “Produtos Acabados” foi de 
1.500 unidades. O estoque final dos produtos em processo em 31 de março é de 200 unidades e o seu 
estágio de fabricação é: 
MP 80% 
MOD 80% 
CIF 80% 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 23 
 
PEDE-SE: 
a) Calcular a produção em unidades equivalentes: 
Em Unidades MP MOD CIF
(-)Estoque inicial
Produção completada
Prod. Em elaboração 
 MP 
 MOD 
 CIF 
Produção Equivalente
 
b) Cálculo do custo unitário no mês de março: 
 
 
 
 
 
c) Cálculo do custo das unidades acabadas:EI
Custo p/ 
Completar EI
Custo das ________ und. 
Restantes*
Custo das Unidades 
Produzidas
MP
MOD
CIF
Total 
d) Custo das Unidades em Elaboração: 
 
 
 
 
17. Considerando os dados determinar o que pede: 
O estoque inicial no mês de Abril de produtos em processo é de 200 und. Assim distribuídos: 
Estágio de 
Fabricação
Equivalência de 
Produção
Custo $
MP 80% 160 Unidades 3.804,58
MOD 80% 160 Unidades 2.539,68
CIF 80% 160 Unidades 1.269,84
7.614,10Total 
Os custos debitados no mês de Abril foram os seguintes: 
Material Direto 33.000
MOD 21.000
CIF 9.000
Total 63.000 
A produção completada e transferida durante o mês para a conta “Produtos Acabados” foi de 
1.600 unidades. O estoque final dos produtos em processo em 30 de abril é de 300 unidades e o seu 
estágio de fabricação é: 
Material Direto 100% 
MOD 50% 
CIF 30% 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 24 
 
PEDE-SE: 
a) Calcular a produção em unidades equivalentes; 
b) Cálculo do custo unitário no mês de março; 
c) Cálculo do custo das unidades acabadas (método PEPS); 
d) Custo das Unidades em Elaboração. 
 
18. A empresa Plasmatec produz embalagens plásticas de um único modelo, cor e tamanho. A 
seguir são relacionados os dados de custos relativos aos meses de novembro e dezembro de 
20x0 (em R$): 
Novembro Dezembro
Material Direto 924.000,00 979.000,00
MOD 539.000,00 623.000,00
CIF 847.000,00 801.000,00 
Sabendo-se que: 
- Não havia quaisquer estoques no início de novembro de 20x0; 
- Em novembro, foram totalmente acabadas 760.000 unidades e ainda ficaram 40.000 
processadas até um quarto (25%); 
- Em dezembro, iniciou-se a produção de outras 900.000 unidades; 
- Em dezembro, conseguiu-se o término de 860.000 e ainda ficaram 80.000 processadas até a 
metade; 
- Todos os custos (MAT, MOD e CIF) são incorridos uniformemente do início ao fim do processo; 
- A empresa utiliza o método PEPS, para avaliar estoques. 
Pede-se calcular: 
a) O custo unitário de novembro; 
b) O custo unitário de dezembro; 
c) O custo do estoque final de produtos em processo em 30/novembro; 
d) O custo do estoque final de produtos em processo em 31/dezembro. 
 
19. A Bom Caminho Ltda. fabrica somente um modelo de carroceria para caminhão. Ao final de 
março ficaram na produção em andamento 8 unidades em estágio médio de acabamento de 
50%. Os custos da matéria-prima, da mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação 
ocorreram uniformemente. Nesse mês, os custos foram os seguintes: 
MP: $ 20.000,00. 
MOD: $ 4.000,00. 
CIF: $ 3.200,00. 
No mês de abril foram concluídas 30 unidades, restando na produção em andamento 10 unidades 
em estágio médio de acabamento de 30%. Os custos incorridos no mês foram: 
MP: $ 159.500,00. 
MOD: $ 31.900,00. 
CIF: $ 25.520,00. 
Em maio foram concluídas 40 unidades, não permanecendo nenhuma na produção em 
andamento. Custos incorridos nesse mês foram: 
MP: $ 222.000,00. 
MOD: $ 44.400,00. 
CIF: $ 35.520,00. 
Calcule o custo da produção em andamento e da produção acabada para os meses citados. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 25 
 
3 CUSTOS PADRÃO X CUSTOS EFETIVOS 
 
Os custos-padrão distinguem-se dos custos efetivos (históricos). Estes são, de fato, custos 
históricos, incorridos em um período passado; os custos padrão são estabelecidos antes da produção. 
Quando se usa um sistema de custeio por custos padrão, tanto estes como os custos efetivos são 
refletidos nas contas de custos. A diferença entre o custo efetivo e o custo padrão chama-se variação. 
As variações indicam até que ponto foi atingido um nível desejado de desempenho, definido pela 
direção. As variações podem ser analisadas segundo os departamentos, os custos e os elementos de 
custo, por exemplo, preço unitário e quantidade. O ponto até o qual uma variação é controlável depende 
da natureza do padrão, do tipo do custo e das circunstâncias particulares que deram lugar a essa variação. 
Os custos padrão podem ser usados tanto em sistemas de custos por processos como em 
sistemas de custos por ordens de produção. Contudo, quando uma empresa fabril executa um grande 
número de tarefas, de duração relativamente curta, os custos padrão podem considerar-se pouco 
práticos. Os padrões prestam-se às atividades que tendem a se tornar rotineiras e repetitivas e nas quais 
os produtos tendem a ser padronizados. 
 
Custos Estimados, Custos Orçados e Custos-Padrão 
Custo Estimado é a importância que a empresa imagina que um produto ou operação de um 
processo por período irá efetivamente custar. Frequentemente um custo estimado baseia-se em alguma 
experiência de custo médio efetivo de produção passada, ajustada às mudanças das condições 
econômicas, da eficiência etc., previstas para o futuro. Os custos estimados comumente incluem uma 
margem para as perdas, sucatas e ineficiências previsíveis que aumentam os custos unitários e totais das 
operações dos produtos. 
Custo Orçado tem o mesmo significado que custo estimado, isto é, o custo orçado é aquele 
planejado, que, em muitos casos, é baseado numa média dos custos passados, ajustada quanto às 
mudanças futuras previstas. 
Custo Padrão é o montante que a empresa acha que um produto ou a operação de um processo 
por um período deveria custar, com base em certas condições presumidas de eficiência, de situações 
econômicas e de outros fatores. 
Custos-padrão são custos determinados previamente, baseados em cálculos analíticos rigorosos 
sobre os processos produtivos, incluindo os estudos do tempo e movimentos relativos a cada operação. 
Os custos-padrão, uma vez fixados, servem de medida comparativa aos custos efetivos. “Viana Cibilis da 
Rocha” 
 
3.1 Custos-padrão 
Os custos-padrão são custos calculados antes da realização da atividade. São estabelecidos pela 
adoção de métodos racionais que utilizam a projeção e a experimentação. O estabelecimento de custos-
padrão vai implicar uma cuidadosa seleção dos materiais a serem utilizados, no estudo de tempos e 
movimentos para determinação da quantidade de mão de obra e no estudo do equipamento e de outras 
instalações que permitam a determinação da capacidade prática ou normal da fábrica. 
É importante salientar que a teoria dos custos-padrão se baseia no princípio de que tais valores 
predeterminados ou calculados a priori constituem os verdadeiros custos de produção e não aqueles que 
provêm a posteriori dos registros contábeis. Os custos padrão quando são fixados com exatidão, devem 
ser considerados em condições normais, como os verdadeiros custos de produção. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 26 
 
 
As Vantagens dos Custos-padrão 
 Os padrões de custo podem ser um importante instrumento para a avaliação do desempenho; 
 O sistema de custos-padrão é um instrumento para as políticas de recompensa a trabalhos bem 
realizados; 
 Quando os padrões são realistas e atingíveis, e são utilizados apropriadamente, eles podem incentivar 
os indivíduos a se desempenhar com mais eficácia. (talvez seja mais fácil para os indivíduos 
desempenhar eficazmente quando sabem o que se espera deles); 
 Os custos-padrão são úteis à direção para o estabelecimento dos seus planos, no processo decisório; 
 O custo das mercadorias vendidas é facilmente determinado 
 
As Limitações dos Custos-padrão 
 Os padrões muitas vezes, tendem a se tornar rígidos ou inflexíveis; 
 Os contadores têm uma relutância natural à mudança dos padrões no decorrer do ano, salvo em 
circunstância extraordinárias, porque as revisões dos padrões criam problemas nos estoques; 
 Quando os padrões sãomodificados, frequentemente sua eficácia para a aferição do desempenho é 
enfraquecida; 
 Por outro lado, deixar de revisar os padrões nos casos de mudanças significativas nas condições de 
produção resulta em medições não apropriadas e irrealistas. 
 
O Estabelecimento dos Padrões 
Os padrões são fixados para material, mão de obra e custos indiretos de produção. Normalmente 
os padrões são fixados em quantidades físicas e em valores. Geralmente não cabe ao departamento da 
contabilidade de custos a fixação dos padrões das quantidades físicas (Kg, horas etc.), mas sim ao 
departamento de engenharia de produção. 
Todavia após o recebimento dos dados físicos, cabe ao departamento de custos transformá-los 
em valores correntes ($) e, posteriormente, a comparação com o custo efetivo (histórico) para a apuração 
das variações e análise. 
 
 A Apuração das Variações 
Ao serem obtidos os valores de Custo Real, a primeira providência é sua comparação com o 
padrão, para se apurarem as diferenças. Estas precisam ser analisadas antes de se tornarem medidas 
para as correções dos padrões; por sinal, estas dependem das próprias análises, já que somente assim se 
poderá tentar chegar ao porquê das divergências. 
 
Padrão Versus Real 
Suponhamos que a empresa esteja utilizando os seguintes números como padrão e que tenham 
acontecido os seguintes custos reais: 
Padrão : Custo total por unidade = $ 3.400 
Real : Custo total por unidade = $ 3.850 
A diferença entre o Custo Real e o Custo Padrão, é chamada de Variação e, neste caso, é de $ 450, 
normalmente denominada de DESFAVORÁVEL, já que o real é superior ao padrão. 
Para sabermos o porquê destas diferenças, precisamos decompor os valores integrais de $ 3.400 
e $ 3.850 em seus principais componentes. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 27 
 
Custo-padrão Custo real
Materiais Diretos 1.700,00 1.850,00 150,00 D
Mão de obra Direta 950,00 1.050,00 100,00 D
Custos Indiretos 750,00 950,00 200,00 D
 450,00 D
Variação Total
TOTAL DA VARIAÇÃO 
Nota-se agora que a diferença maior está nos custos indiretos, enquanto que a menor, na Mão de 
obra Direta. 
 
3.2 Variação de Materiais Diretos 
O quadro acima demonstra uma Variação Desfavorável de $ 150 nos materiais Diretos. Vejamos a 
decomposição entre as quantidades físicas e valores monetários. 
 
Custo-padrão Custo Real
Matéria-prima X 16Kg x $ 40,00/Kg = 640, 19 Kg x $ 42,00/Kg = 798, $ 158, D
Matéria Prima Y 5 m x $ 100,00/m = 500, 4 m x $ 135,50/m = 542, $ 42, D
Embalagem 80 fl x $ 7,00/fl = 560, 75 fl x $ 6,80/fl = 510 $ 50, F
TOTAL $ 1.700 / u $ 1.850 / u $ 150,/u D
Variação Total
 
3.3 Variação de Quantidade 
Poderíamos medir a variação de quantidade dentro do seguinte raciocínio: se só tivesse havido 
diferença na quantidade e nenhuma no preço, quanto seria a divergência entre o Padrão e o Real? Seria 
de 3Kg vezes o Preço-Padrão. 
 Variação de quantidade = Diferença de Quantidade x Preço Padrão 
 VQ = 3Kg x $40,00/Kg = $ 120,00 
O Custo Real, caso tivesse havido tão somente diferença na quantidade, seria $ 120,00 mais caro 
que o padrão; de fato, teria o custo total sido de $ 760 (19Kg x $ 40,00/Kg). Logo, dos $158 totais de 
Variação Desfavorável, sabemos que $ 120 se devem exclusivamente ao efeito do consumo maior de 3Kg. 
 
3.4 Variação de Preço 
Da mesma forma que o raciocínio acima, poderíamos admitir que chegaríamos à variação de 
Preço calculando quanto haveria de diferença se só o preço tivesse variado, com a quantidade Real sendo 
igual à Padrão. 
Variação de Preço = Diferença de Preço x Quantidade Padrão 
VP = $ 2,00/Kg x 16 Kg = $ 32,00 D 
 Só que somando esta Variação de Preço à de Quantidade, chegamos a uma Variação Total 
de $ 152,00, e não à de $ 158,00 como havíamos determinado para toda matéria-prima X. Por que esta 
diferença de 6,00? 
 A diferença de R$ 6,00 decorre uma parte pela variação da quantidade e uma parte pela 
variação do preço, configurando-se pela variação mista, conforme pode-se observar no gráfico abaixo. 
 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 28 
 
 
 
3.5 Variação Mista 
Observando-se no gráfico acima, a área do retângulo interno representa o Custo-Padrão, já que 
representa a quantidade padrão vezes preço padrão. A do retângulo externo representa o Custo Real, 
por se tratar de Quantidade Real vezes Preço Real, a área de interseção (retângulo pontilhado) entre a 
variação do Custo Real e a Variação das Quantidades Reais é a parte da variação Mista. 
Variação Mista = Diferença de Quantidade x Diferença de Preço 
VM = 3Kg x $ 2,00/Kg = 6,00 
Exemplo: A empresa Matéria Ltda trabalha com os seguintes padrões de MP e MOD: 
MP: 2 m/un. à R$ 4,00/m 
MOD: 1,5 horas/un. à R$ 5,00/h 
No período, foram produzidas 100.000 unidades. Para isso, foram utilizados 300.000 metros de 
MP e 200.000 horas de mão de obra direta. O custo de MOD foi R$ 1.200.000. Durante o período foram 
comprados 120.000 metros de MP, ao custo total de R$ 600.000. Considerando esses dados, pede-se para 
determinar e analisar as variações de MP e MOD. 
 
3.6 Exercícios 
20. A empresa Arco Verde Ltda trabalha com os seguintes padrões de MP e MOD: 
MP: 5 Kg/un. à R$ 2,00/kg 
MOD: 0,5 horas/un. à R$ 3,00/h 
No período, foram produzidas 10.000 unidades. Para isso, foram utilizados 51.000 quilos de MP e 
4.000 horas de mão de obra direta. O custo de MOD foi R$ 12.400. Durante o período foram comprados 
60.000 quilos de MP, ao custo total de R$ 124.800. Considerando esses dados, Calcule a Variação de 
Preço, Variação de Quantidade e Variação Mista e represente graficamente. 
 
4
0 
4
2 
1
6 
1
9 
Variação 
Mista 
Qtde. 
Kg. 
Preço 
R$ 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 29 
 
21. A Pimpolho Ind. E Com. Ltda. Fabrica, dentre outros produtos infantis, creme dental sabor de 
frutas. O Custo-padrão de cada tubo de creme dental é o seguinte: 
Materiais Diretos 45g X $ 0,12/g 
Mão de obra Direta 16 min X $ 0,25/min 
Custos Indiretos $ 2,70/u 
Entretanto, os custos efetivos de outubro foram: 
Materiais Diretos 46g X $ 0,14/g 
Mão de obra Direta 14min X $ 0,25/min 
Custos Indiretos $ 2,70/u 
Faça os cálculos das Variações de Quantidade, Variação de Preço e Variação Mista, bem como a 
representação gráfica. 
 
 
22. Uma empresa que trabalha com custos-padrão previu que gastaria 5 kg de matéria-prima, a 
um custo de R$ 15.000,00/kg, para produzir uma unidade de determinado produto. Ao final do 
período, constatou que, embora tivesse economizado 20% no preço do material, havia gasto 
20% a mais de material que o previsto. Qual a variação entre o custo real e o custo-padrão? A 
variação é favorável ou desfavorável? 
 
 
23. A Embalax S/A fabrica caixas de papelão; na sua linha de embalagens para liquidificadores tem 
o seguinte custo padrão: 
Papelão : 1,5 m2 x $ 4,00/m2 por unidade 
Fita Colante: 1,0 m x $ 0,20/m por unidade 
MO Direta : 3 min. x $ 20,00/h por unidade 
Custos Indiretos de Fabricação: $ 6.000,/mês, para um nível de 2.000 de caixas mensais 
Pede-se: 
A - Calcule o custo-padrão de 01 unidade; 
B - O custo-padrão total de um mês. 
Durante certo período foram produzidas 2.300 caixas, consumindo-se 3.599,50 m2 de papelão, 
2.400,05 m de fita colante e 120,06 horas de Mão de obra direta. O preço médio pago pelo papelão foi 
de $ 4,20/ m2, o da fita $ 0,19/m e o da mão de obra direta $ 22,00/h. Os Custos indiretos totalizaram $ 
6.900. 
Pede-se: 
C - Qual o custo real médio das 2.300 caixas? 
D- Calcule a Variação de Preço, Variação de Quantidade e Variação Mista e represente 
graficamente. 
 
 
24. A empresa Multi S/A fabrica dois produtos (A e B) e utiliza o método de custo padrão para 
controlar seus custos de matéria-prima. Na fabricação do produto A, é usada uma unidade de 
matéria-prima, enquanto que na fabricação do produto B, despendem-se 2 unidades de 
matéria-prima. O custo-padrão de MP e de R$ 20,00 por unidade. Em um determinado período 
a empresa fabricou 200 produtos A e 300 produtos B. Neste período, foram compradas 900 
unidades de MP, a um custo total de R$ 19.800. Foram utilizadas 210 unidades de MP para a 
fabricação do produto A e 620 unidades de matéria-prima para a fabricação do produto B. 
Pede-se: Calcule a variação de preço, quantidade e mista e represente graficamente. 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 30 
 
25. Numa empresa fabril que trabalha com o custo-padrão, a variação do tempo de mão de obra 
direta, em certo período, foi de 100 horas acima do número previsto que foi de 1.000 horas. No 
mesmo período, a variação do custo de mão de obra direta por unidade de tempo foi de R$ 
0,10 abaixo do valor orçado, que foi de R$ 1,00 por hora. Qual a variação total entre o custo 
real e o custo-padrão? A variação foi favorável ou desfavorável? 
 
 
4 CUSTEAMENTO DIRETO 
 
Conceito 
O custeamento direto ou variável é basicamente o sistema em que apenas os custos diretos são 
apropriados aos produtos fabricados. Os outros custos periódicos serão lançados diretamente no 
Resultado do Exercício. 
Esse processo oferece vantagens aos seus administradores no que diz respeito ao cálculo das 
margens de contribuição, margem de segurança e ponto de equilíbrio. 
 
Vantagens do Custeamento Direto 
 Conhecimento da Margem de Contribuição efetiva de cada produto ou linha de produto. A margem 
de contribuição oferece meios para identificar os produtos, territórios, clientes e outros segmentos da 
empresa e da atividade que estão oferecendo maior rentabilidade. (a margem de contribuição é 
aquela parcela de lucro que serve para dar cobertura aos custos fixos). 
 Otimização dos resultados operacionais da empresa com base na identificação do mix mais adequado 
de vendas. Quais os produtos que devem ser mais vendidos a fim de se obter a combinação de 
vendas mais lucrativas? 
 Simplificação dos trabalhos de custos em face de eliminação das operações contábeis de rateio de 
custos fixos de produção. 
 Quantas unidades precisam ser vendidas a fim de realizar o lucro planejado? 
 A margem de lucro aumentará se eliminarmos um produto? 
 Até que ponto podemos baixar o preço de venda? 
 A administração deverá fabricar ou comprar peças ou componentes? 
Desvantagens do Custeamento Direto 
 O Sistema sofre restrições de ordem tributária. 
 O sistema também não recebe um reconhecimento técnico do ponto de vista contábil tradicional. 
 Grande dificuldade de classificar corretamente os custos segundo seu comportamento diante do 
volume de atividade, principalmente em relação aos custos semi-variáveis. 
 A adoção do custeamento direto pode levar o administrador a relegar os custos periódicos no 
processo de estabelecimento dos preços de venda. 
 Este método de custeio não segue os princípios fundamentais de contabilidade (competência e 
confrontação). 
 
 O Custeamento Direto como Instrumento de Decisão 
Muitas informações podem ser tomadas com a influência do custeamento direto, porém deve-se 
salientar, que as informações não deverão ser as únicas a serem ponderadas, existem outras informações 
significativas que devem ser levadas em conta. 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 31 
 
O custeamento direto oferece uma especial organização de dados, a qual vai constituir uma 
ponderável parcela no processo de tomada de decisões. 
 
4.1 Lucro e Margem de Contribuição 
Margem de Contribuição é a diferença, entre o preço de venda e os custos e despesas variáveis 
(inclusive as despesas de vendas e administração, embora as despesas variáveis não façam parte do custo 
do produto) referente às unidades vendidas, representa o lucro variável. Significa que em cada unidade 
vendida a empresa obterá um determinado volume de recursos, que servirá para cobrir os custos e 
despesas fixas. 
Significado: A Margem de Contribuição representa o valor que auxiliará na cobertura dos Custos 
e Despesas fixos da empresa e obtendo sobra, proporcionará o lucro. Fórmula: 
 
Onde: 
MCT = Margem de Contribuição Total 
RV = Receita de Venda Total 
CV = Custo Variável Total 
DV = Despesa Variável Total 
A margem de contribuição pode ser total, como representado na fórmula acima, ou por unidade 
de produto, conforme representada na fórmula abaixo: 
 
 
Onde: 
MCu = Margem de Contribuição Unitária 
PVu = Preço de Vendas Unitária 
CVu = Custo Variável Unitário 
DVu = Despesa Variável Unitária 
 
4.2 Exercícios 
26. Uma empresa obteve, no primeiro semestre de 201x, uma Receita com Vendas no montante 
de R$ 1.650.000, um custo variável de fabricação de R$ 720.000 e uma despesa variável de 
vendas de R$ 135.000 e um custo fixo de fabricação de R$ 320.000. Qual a margem de 
contribuição pelo Custeio Variável? Qual foi o resultado do período? 
 
27. Certa empresa obteve no final do ano os seguintes dados levantados pela contabilidade de 
custos: 
Unidades Produzidas: 4.000 
Unidades Vendidas: 2.500 
Preço de venda por unidade: R$ 34,00 
Custo variável por unidade: R$ 18,00 
Custos Fixos de Produção: R$ 12.000,00 
Despesas Fixas: R$ 6.000,00 
Despesas variáveis: 25% sobre vendas 
Pede-se: Calcular o resultado do exercício pelo método do custeio variável? 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 32 
 
28. Considere que uma empresa fabrique dois produtos X e Y. Em certo mês foram fabricadas 800 
unidades de X e 1.100 unidades de Y. Os custos incorridos no mês foram: 
- Fixos: $ 20.000,00; 
- Variáveis apropriados a X = $ 200,00/unid. e a Y = $ 300,00/unid. 
Os preços de venda praticados foram: X = $ 220,00/unid. e Y = 350,00/unid. 
Determine a margem de contribuição, unitária e total, e o lucro da empresa supondo que toda a 
produção tenha sido vendida e que as despesas, todas fixas, tenham sido de $ 10.000,00 no mês. 
 
 
5 PONTO DE EQUILÍBRIO 
 
 Conceito 
Ponto de equilíbrio (ponto de ruptura ou Break-even Point) é o volume calculado em que as 
receitas totais de uma empresa igualam-se aos custos e despesas totais. Portanto é o ponto em que não 
existe lucro nem prejuízo. 
O ponto de equilíbrio evidencia em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa 
produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas. 
GRÁFICO DO PONTO DE EQUILÍBRIO 
Graficamente, verifica-se que os custos fixos e as despesas fixas permanecem constantes, 
independentemente do volume, e que os custos totais e as despesas totais iniciam-se a partir do 
componente fixo a volume zero. 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 33 
 
5.1 Pontos de equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro 
Ressalte-se que o ponto de equilíbrio não apresenta um comportamento linear, no entanto, 
conceitualmente é importante mostrá-lo como mais um instrumento de avaliação e análise. 
 
 Ponto de Equilíbrio Contábil 
Representa o volume (monetário ou físico) de vendas necessário para que o resultado seja nulo. 
PEC = Custos Fixos Totais 
 MC unitária 
 
Ponto de Equilíbrio Econômico 
O cálculo do Ponto de Equilíbrio Econômico medirá o ponto de equilíbrio mais o lucro que a 
empresa almeja obter. 
Neste caso então, deve-se adicionar aos custosfixos a margem de lucro desejada. 
Logo o Ponto de equilíbrio se dará no ponto em que a empresa estará com o lucro planejado e 
não no lucro igual a zero como no caso clássico. 
 
PEE = Custos Fixos Totais + Lucro Desejado 
 MC unitária 
 
 Ponto de Equilíbrio Financeiro 
Normalmente nos Custos e Despesas fixas possuímos valores que não são desembolsáveis 
(depreciação, provisão para devedores duvidosos etc.), assim sendo devemos deduzi-los dos custos fixos 
para chegarmos ao valor em PE que realmente representa as necessidades monetárias da empresa para 
atingir o seu PE. 
 
PEF = Custos Fixos Totais – Despesas não desembolsáveis 
 MC unitária 
 
Ponto de Equilíbrio para Vários Produtos 
Na hipótese da existência de diversos produtos sendo elaborados pela empresa o assunto 
complica, já que os custos e despesas variáveis são diferenciados também para cada um, o que provoca a 
impossibilidade de cálculo de um ponto de equilíbrio global. Uma das alternativas consiste em trabalhar 
com lotes de produção para a determinação do ponto de equilíbrio. 
 _____________Custos Fixos Totais______________
 (MC prod.1 x vol. vendas(Quant.))+(MC prod.2 x vol. vendas(quant.)+n)
 vol. Vendas totais(quant)
PE =
 
Exemplo : 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 34 
 
Empresa de Papéis Glória, fabricante dos papéis tipo A e B, projetou os seguintes dados 
hipotéticos para o período: 
PRODUTOS / ITENS PAPEL TIPO A PAPEL TIPO B TOTAL
Preço de Venda $ 0,20/ folha $ 0,22/folha
Custos Variáveis 60% 40%
Volume de Vendas 1.500 fls 1.000 fls 2.500 fls
Custos Fixos $ 200 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Papel Tipo A Papel Tipo B TOTAL
Vendas $ 300 $ 220 $ 520
(-) Custos Variáveis $ 180 $ 88 $ 268
 = Margem de Contribuição $ 120 $ 132 $ 252
(-) CIF $ 200
 = Lucro Operacional $ 52 
Ponto de Equilíbrio em quantidades: 
 _____________$ 200,00______________
 ($ 0,08 x 1.500 fls.)+(0,132 x 1.000 fls.)
2.500 fls. 
PE = 1.984 fls.
 
 
Limitações do Ponto de Equilíbrio 
A maior limitação dessa análise é o fato do modelo se basear em apenas um produto, o que está 
longe de acontecer na quase totalidade dos casos práticos. A sugestão é escolher uma combinação de 
vendas. A combinação de vendas não é uma constante; A empresa acaba com n possibilidades de Ponto 
de Equilíbrio; 
Os custos de uma empresa não se comportam uniformemente ao longo da sua atividade. O PE 
parte do pressuposto de que os custos fixos não variam qualquer que seja o nível de atividade atingido, 
dentro de determinada faixa de volume. Os custos variáveis também não se comportam de maneira 
linear, pois são mais elevados no início da atividade e quando a fábrica chega ao máximo do seu limite de 
produção; 
A receita total não é apenas uma reta – Na maioria dos casos a empresa só pode elevar 
significativamente suas vendas a preços unitários menores. 
 
5.2 Exercícios 
29. João Valentão tem uma fábrica de luvas de boxe, na qual pode produzir até 1.000 pares por 
mês, que são vendidos por R$ 10,00 o par. Em julho, João conseguiu produzir e vender apenas 
700 pares. Para isso teve os seguintes custos: 
MP = R$ 3.500 
Custos e Despesas Fixas = R$ 2.100 
a) Quantos pares de luvas João deve produzir e vender para não ter prejuízo? 
b) Se João tivesse conseguido produzir e vender 800 pares de luvas, qual teria sido o lucro da 
empresa? 
c) Qual o lucro da empresa se a mesma estiver trabalhando com a capacidade máxima? 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 35 
 
 
30. A Cia Barretos produziu 8.000 unidades de seu produto durante o período. Nesse período 
foram vendidas 6.000 dessas unidades, ao preço unitário de R$ 10,00. As informações relativas 
às operações do período são as seguintes: 
Materiais Diretos: R$ 2,00 por unidade; 
Mão de obra Direta: R$ 1,00 por unidade. 
Os custos indiretos de fabricação fixos para o período foram os seguintes: 
Aquecimento: R$ 2.000 
Energia Elétrica: R$ 3.000 
Manutenção: R$ 3.500 
Depreciação: R$ 2.500 
Aluguel da Fábrica: R$ 6.000 
Seguro da Fábrica: R$ 1.500 
Mão de obra Indireta: R$ 4.000 
Reparos: R$ 2.500 
As despesas fixas para o período foram as seguintes: 
Despesas com vendas e administrativas: R$ 10.000 
As despesas variáveis para o período foram: 
Despesas Variáveis de Vendas: R$ 0,50 por unidade 
Pede-se: 
– Utilizando o Custeio Variável, o valor da margem de contribuição total é de: ______________ 
– Utilizando o Custeio Variável, o Lucro ou Prej. do período é de: _______________________ 
– Utilizando o Custeio Variável, o PEC em unidades é de: _____________________________ 
4 – Utilizando o Custeio Variável, o PEC em valor (faturamento) é de: ____________________ 
 
31. Determinada empresa fabrica o produto A que é comercializado ao preço de R$ 86,00. Os 
custos variáveis são de R$ 40,00 por unidade. A despesa variável é de 10% sobre o preço de 
venda. Os custos e despesas fixas do mês totalizaram R$ 145.000, sendo que dessa parte 30% 
correspondem a custos não desembolsáveis no curto prazo. Pede-se: Apurar o ponto de 
equilíbrio e elaborar a DRE. 
 
32. Determinada empresa produz o produto X que é comercializado ao preço de R$ 60,00 por 
unidade. Os custos variáveis são de R$ 45,00. As despesas variáveis correspondem a 20% do 
preço de venda. Os empresários esperam um lucro de R$ 10.000 no mês. Os custos e despesas 
fixas do mês são estimadas em R$ 35.000. A capacidade produtiva máxima da empresa é de 
14.000 unidades. Calcule o ponto de equilíbrio econômico e analise sua viabilidade. 
 
33. Uma empresa fabrica um único produto que é comercializado a um preço de venda de R$ 
200,00. Os custos variáveis unitários são de R$ 85,00. As despesas variáveis unitárias são de R$ 
21,00. Os custos fixos do mês somam R$ 400.000 e as despesas fixas do mês representam R$ 
140.000. 
Alguns dados complementares: 
A depreciação do mês foi de R$ 20.000 e esta inclusa nos R$ 400.000 de custo fixo; 
Os diretores desejam um lucro mínimo no mês de R$ 50.000, considerando todos os gastos e 
despesas fixas e variáveis; 
Com base nesses dados, calcule o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em 
unidades e valores. (Fazer a prova real para confirmar a exatidão dos cálculos). 
 
 
 
Análise de Custos – 2016.2 – Prof. José Roberto Soveral 36 
 
34. Uma empresa fabrica e vende o produto XIX. No ano de 20X2 foram vendidas 4.850 unidades, 
apresentando o seguinte resultado: 
Receita de vendas 85.263.000,00
(-) Custos e despesas variáveis dos produtos vendidos -51.157.800,00
(=) Margem de contribuição 34.105.200,00
(-) Custos e despesas fixos -11.363.712,00
(=)Lucro Operacional 22.741.488,00 
a) Calcule o PEC da empresa; 
b) Supondo que se desejasse um lucro operacional de 30% do preço de venda, qual seria o PEE 
necessário para a empresa operar? 
c) Considerando que essa empresa tenha uma dívida de $ 12.657.600,00 para ser paga em seis 
parcelas fixas anuais, vencendo a primeira neste primeiro ano, e que a depreciação representa 
25% dos custos fixos, qual é o seu PEF? 
 
 
35. A empresa alimentícia Sabor Ltda, produz 3 tipos de doce, conforme mostra a tabela abaixo: 
Produto Doce de Uva Doce de Figo Doce de Goiaba
Preço de Venda 5,00 6,00 4,00 
Custos Variáveis 3,00 4,50 1,80 
Despesas Variáveis 0,50

Continue navegando