Buscar

Aulas 1,2,3- TEORIAS DO DISCURSO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIAS DO DISCURSO
Aula 1: Linguagem, Signo e Sentido
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Conhecer brevemente a história dos estudos semânticos.
2. Compreender a importância da escolha do signo para o estabelecimento do sentido.
3. Conhecer o conceito de sema de traços semânticos. 
4. Analisar propagandas, manchetes, piadas, entre outros textos, de modo a compreender como a escolha dos autores auxiliou na significação.
Esta é nossa primeira aula da disciplina Teorias do Discurso. O nome da disciplina já nos aponta que nela analisaremos como os significados se estabelecem nos vários textos aos quais somos expostos diariamente. Amplie sua noção de ‘discurso’: pense nele como todo texto que nos cerca, seja propaganda, manchetes, piadas, artigos de jornal etc.
Nosso objetivo, nesta aula, será mostrar como fazer uso de certos aspectos gramaticais no processo de construção de sentido do texto. Entendemos que a leitura é uma atividade de produção de sentido. Quando lemos um texto, fazemos uso de dois tipos de conhecimento:
Conhecimento linguístico = Conhecimento extralinguístico
Desse modo, vocabulário, estruturas sintáticas complexas, emprego incorreto dos conectivos, ausência ou emprego de sinais de pontuação são alguns dos fatores linguísticos que podem trazer significado e auxiliar na compreensão do texto. Nesse processo, o nosso conhecimento de mundo é importante, pois é também por meio dos fatores extralinguísticos que conseguimos compreender esse universo que nos cerca.
A noção de traços semânticos
Baseados no fato de uma mala ser algo pesado e inconveniente de se carregar.
“Ele é uma mala”.
• Não está aí, nesse uso de ‘mala’, uma nova relação entre significante e significante? 
• Mas, apesar disso, essa relação não se baseia nas características primárias do signo?
Quando analisamos a palavra ‘mala’, percebemos que o objeto que ela representa possui traços, ou seja, pode ser decomposta em traços semânticos mínimos chamados ‘semas’. Um sema:
a- Define um conceito, ou seja, o conteúdo de um signo.
b- Distingue conceitos entre si, ou seja, mostra, por exemplo, a diferença entre uma mala e uma bolsa.
c- Estabelece relações conceituais entre as palavras, ou seja, define as relações entre os vocábulos de uma língua.
	Quando alguém escolhe uma palavra para, por exemplo, escrever um poema, essa escolha não é aleatória. Pietroforte e Lopes (2003:122-23), no capítulo A semântica lexical, nos apresentam dois poemas que utilizam o substantivo faca, e por meio da análise apresentada pelos autores podemos perceber que há traços no substantivo faca que justificam sua escolha.
Vejamos agora esses dois trechos:
	As facas pernambucanas
O Brasil, qualquer Brasil,
quando fala do Nordeste,
fala da peixeira, chave
de sua sede e de sua febre.
Mas não só praia é o Nordeste,
ou o Litoral da peixeira:
também é o Sertão, o Agreste
sem rios, sem peixes, pesca.
No Agreste e Sertão, a faca
não é a peixeira: lá,
se ignora até a carne peixe,
doce e sensual de cortar.
Não dá peixes que a peixeira,
docemente corta em postas:
cavalas, perna-de-moça,
carapebas, serras, ciobas.
...
(Extraído de Melo Neto, João Cabral. A escola das facas. (1975-1980). In. A educação pela pedra e depois. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. (p. 117-18)
	A escola das facas
O alísio ao chegar ao Nordeste
baixa em coqueirais, canaviais;
cursando as folhas laminadas,
se afia em peixeiras, punhais.
Por isso, sobrevoada a Mata,
suas mãos, antes fêmeas, redondas,
ganham a fome e o dente da faca
com que sobrevoa outras zonas.
O coqueiro e a cana lhe ensinam,
sem pedra-mó, mas faca a faca
como voar o Agreste e o Sertão:
mão cortante e desembainhada.
(Extraído de Melo Neto, João Cabral. A escola das facas. (1975-1980). In. 
A educação pela pedra e depois. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. (pág. 109)
Análises
Acredita-se que o código verbal represente a possibilidade de comunicação mais comum e democrática na sociedade. Selecionamos alguns exemplos para mostrar como utilizamos as informações implícitas e explícitas na compreensão de um texto.
O anúncio publicitário
Vejamos agora esse anúncio do SINAF, empresa que presta assistência funeral. Ele apresenta um verbo no imperativo, indicando, neste caso, uma sugestão.
• Para entender o anúncio, é preciso acionar um conjunto de conhecimentos extralinguísticos. Ao fazer uso do adjunto adverbial “de olhos fechados”, o destinatário consegue entender o que isso significa ao analisar o anúncio e saber que se trata de um anúncio de um seguro de vida. 
• Por esta razão, há um jogo de palavras, muito comum na linguagem publicitária, pois poderíamos pensar no significado denotativo, ou seja, no significado real da expressão “de olhos fechados” e no sentido conotativo, ou seja, no seu sentido figurado, significando “morto”.
A manchete de jornal 1
Imposto para investidores estrangeiros atinge também os brasileiros
As manchetes de jornal têm como característica uma linguagem de caráter informativo. No exemplo acima, percebemos o verbo sendo utilizado no presente do indicativo, ausência de determinativos no sintagma nominal (vejam que não há determinativos no sintagma “imposto para investidores estrangeiros”) etc.
Em relação ao uso de adjetivos e advérbios, é possível perceber, nas manchetes de jornal, um cuidado muito grande na utilização desses elementos por conta do seu valor retórico. Quando se diz “uma linda menina”, o autor da frase já apresenta a sua opinião sobre a referida menina.
A aparente neutralidade do jornal pode ser vista também no exemplo (6). Como os jornais, muitas vezes, não querem se comprometer veiculando informação incorreta, pode-se modalizar a escrita.
A manchete de jornal 2
MANCHETE 2
BC poderá liberar conta em moedas estrangeiras (Jornal o Globo, 31/10/2009)
O uso da construção, verbo modal “poder” seguido de verbo no infinitivo, é uma estratégia utilizada pelos falantes quando querem amenizar um fato ou quando não apresentam uma certeza acerca do que afirmam. Por exemplo, dizer: “Faça isso!” promove um efeito diferente do que dizer “Você poderia fazer isso?”.
A primeira forma, certamente, será entendida pelo ouvinte/leitor como uma ordem; a segunda, como um pedido.
A manchete de jornal 3
DO GALEÃO AO CENTRO, UMA VIA-CRÚCIS PARA OS TURISTAS.
Mau cheiro, miséria, risco de bala perdida são as boas-vindas do Rio (Jornal do Brasil, 06/08/2009, pág. A11),
	Percebe-se, na manchete apresentada, o uso da palavra via-crúcis, uma referência ao caminho percorrido por Cristo, também chamado de ‘via dolorosa’.
	Essa expressão pressupõe uma ideia do que seja chegar ao Rio de Janeiro. Houaiss (2007), no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, aponta que ‘via-crúcis’ é usada em sentido figurado para indicar “grave provação; conjunto de terríveis experiências” (pág. 2.855).
	Além disso, temos o uso do sintagma ‘do Rio’ para complementar o substantivo boas-vindas. Observe-se que o redator da manchete não escreveu ‘boas-vindas ao Rio’ e sim ‘boas-vindas do Rio’, valendo-se da preposição ‘de’ indicativa de posse. Observamos a importância da utilização da preposição para a veiculação de um sentido no texto.
	
ARTIGO DE OPINIÃO
“Por depoimentos colhidos de transeuntes, percebeu-se que a polícia carioca atuou de forma intrépida e eficiente no combate aos traficantes da Rocinha. Lamentavelmente, o êxito na repreensão ao ataque dos bandidos não representa promessa de paz duradoura na região. Não é excesso de pessimismo concluir que a paz e a ordem foram devidamente estabelecidas – mas ambas são provisórias.” 
(Adaptado de Jornal O Globo, 27/03/2009, Luiz Garcia Faz falta uma velhinha).
O artigo de opinião caracteriza-se por ser um texto que contém informações, no entanto, esses textos carregam opiniões. A intenção central do exemplo apresentado é dar uma opinião acerca da atuação da polícia carioca no combate aos traficantes de uma favelano Rio de Janeiro. O autor expõe seus argumentos em defesa da sua opinião.
Diferentemente do que acontece em uma notícia de jornal, o autor permeia seu texto de adjetivos (“intrépida”, “eficiente”, “duradoura”, “provisórias”) e advérbios (“lamentavelmente”), o que reforça o seu valor retórico. Retomando a importância em se observar a escolha de palavras para compreender as intenções de quem deseja transmitir uma mensagem, observemos a manchete a seguir.
A PIADA
Eu costumava odiar ir a casamentos porque havia sempre aquele momento no final da cerimônia, em que todas as avós e tias vinham a mim e davam-me uma cotoveladinha e diziam com um ar melado:
"O próximo é você!"
Mas pararam de fazer isso quando eu passei a fazer-lhes a mesma coisa nos funerais!
Na piada, dizer “O próximo é você!” e não “Você é o próximo!” promove um efeito expressivo diferente. Em relação à concordância do verbo ser, vimos que este sempre concordará com o pronome pessoal. No caso apresentado, “você” exerce a função de pronome pessoal de segunda pessoa; por isso, o verbo ‘’ser’’ irá concordar com ele.
A língua apresenta sempre uma linearidade, ou seja, uma palavra vem após a outra, necessariamente, porque se desenrola em uma sucessão temporal.
Esta linearidade não deve ser confundida com a ordem das palavras no sintagma ou dos sintagmas na oração. Como já dissemos, a ordem das palavras não é arbitrária.
Ao contrário, obedece a certos padrões de colocação, que não só contribuem para estabelecer as diferenças entre as línguas, mas indica um estilo do falante, um efeito de expressividade. Leia a manchete a seguir.
A TIRINHA
Na tirinha apresentada, podemos perceber a importância do conhecimento da influência do inglês sobre as línguas do mundo, para que possamos construir o sentido do texto, além dos usos de linguagem verbal e de linguagem não verbal.
Avaliemos a forte crítica social desta tirinha. A personagem Mafalda acompanha o senhor de uniforme com o cartaz ‘Não funciona’ na mão. Ao vê-lo pendurar a placa em um telefone público, ela se decepciona. Esperava que a placa fosse pendurada na humanidade. Longe de apresentar humor, essa tira nos leva a refletir sobre nosso papel como membros dessa humanidade, não acham?
A CHARGE
É preciso enfatizar que a compreensão ampla do texto se dá ao conhecermos o contexto de produção e sabermos quem são nossos interlocutores, ou seja, quem são as pessoas para as quais escrevemos, e qual é o nosso propósito comunicativo. A charge acima é de compreensão relativamente simples, haja vista os problemas que ocorrem com frequência no Rio de Janeiro.  
Observando a mistura de linguagem e de linguagem não verbal, um leitor atento deve perceber na ‘fala’ da bala, uma ironia já que ela, ‘educadamente’, utiliza o pronome de tratamento ‘senhor’ e modaliza o discurso com o uso de ‘poderia’.
Pode-se perceber a utilização do ponto de interrogação seguido do ponto de exclamação marcando, concomitantemente, entoação interrogativa e exclamativa. O advérbio “meio” usado invariavelmente, o que vai ao encontro do estabelecido pela norma. No entanto, há outras charges que dependem do conhecimento do interlocutor acerca de certos contextos, como o contexto político.
Em que reside o humor da charge acima? Se não considerarmos o contexto político da candidatura da presidente Dilma, certamente não a compreenderemos. Para que compreendamos o envolvido, devemos lembrar que durante toda a campanha de Dilma Roussef, considerava-se que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva também fosse parte da campanha.
SLIDES – AULA 1
SEMÂNTICA é a ciência que estuda o significado do que está escrito.
PRAGMÁTICA é uma ciência que analisa o contexto. Analisa a relação entre o que se diz e o contexto.
Para a pragmática é preciso que você compreenda o contexto para que entenda determinados usos da língua.
Ex. Fulano continua dirigindo mal. A pessoa que ouvir essa frase vai entender que que fulano já dirigia mal e continua.
Esse tipo de situação a semântica não dava mais conta e, por isso, criou a pragmática. 
A pragmática surgiu para dar conta daquilo que a semântica não dava conta.
SEMA
Define um conceito, ou seja, o conteúdo de um signo;
Distinguem conceitos entre si, ou seja, mostra, por exemplo, a diferença entre uma mala e uma bolsa;
Estabelecem relações conceituais entre as palavras, ou seja, definem as relações entre os vocábulos de uma língua.
Por traços semânticos você vai distinguir o que é uma mala e o que é uma bolsa.
Traços semânticos são as características de um objeto que vão distingui-los, diferencia-los. O que diferencia um tamburete de uma cadeira, por exemplo, é o encosto. Então, o encosto é o traço semântico da cadeira.
A noção de traços semânticos 
Veja a frase a seguir.
 ‘Ele é um mala’. 
Por que dizemos isso? Quais traços a palavra ‘mala’ apresenta? 
Mala = algo pesado e inconveniente de se carregar. 
Temos uma nova relação entre significante e significante? Mas, apesar disso, essa relação não se baseia nas características primárias do signo?
Quando analisamos a palavra ‘mala’ percebemos que o objeto que ela representa possui traços, ou seja, possui, pode ser decomposta em traços semânticos mínimos chamados ‘semas’. 
Aula 2: As relações entre as palavras I
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Conhecer as principais figuras de linguagem. 
2. Identificar as diferenças entre as figuras de palavras, de pensamento, de construção e de sonoridade.
3. Compreender a diferença entre metáfora e metonímia.
Figuras de linguagem
Algumas figuras de linguagem serão trabalhadas por uns autores e por outros não.
Figuras de linguagem têm um papel estilístico, ou seja, devem ser usadas de modo a tornar nossas mensagens mais eficientes. Muito presentes nas letras de músicas e propagandas, as figuras de linguagem são exploradas sempre com o objetivo de chamar nossa atenção! Você vai ver a seguir, as principais figuras de linguagem.
As figuras de linguagem resultam da substituição de uma palavra por outra, ou seja, do emprego figurado, simbólico, de uma palavra por outra. A figura de linguagem traz um significado adicional ao seu texto.
METÁFORA E COMPARAÇÃO
Metáfora. Alteração do sentido de uma palavra ou expressão, pelo acréscimo de um segundo significado: é uma comparação sem conectivos.
	Exemplo. Ela é uma flor.
Comparação. Aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos no texto - feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.
	Exemplo. Ela é como uma flor.
HIPÉRBOLE
Considerada por Rocha Lima (1998:503) como um tipo de metáfora, é a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia.
EX.: A alvorada do amor
(Olavo Bilac)
[...]"Pode, em redor de ti, tudo se aniquilar: Tudo renascerá cantando ao teu olhar,  Tudo, mares e céus, árvores e montanhas, Porque a Vida perpétua arde em tuas entranhas! Rosas te brotarão da boca, se cantares!  Rios te correrão dos olhos, se chorares!" [...]
METÁFORA E METONÍMIA
Metáfora. Alteração do sentido de uma palavra ou expressão, pelo acréscimo de um segundo significado: os significados se relacionam. É a transferência de significado: Fulano é uma flor. Fulano é um gato.
	Exemplo. Ela é uma flor. 
	(As característica da flor passam para a pessoa)
Metonímia. Existe uma relação de contiguidade(circunvizinhança, contorno), de inclusão, de implicação, de interdependência, de coexistência. Você tira uma determinada característica de uma pessoa ou ambiente e essa característica determinará o objeto, ou seja, se transformará na sua metonímia.
 
Exemplo. Ele é um sem-teto.
(‘Teto’ é uma parte da casa: relação de implicação com o resto da casa)
Exemplos de metonímia.
Ele gosta de ler Agatha Christie. (Troca da obra pelo ator)
Ele comeu uma caixa de chocolate.
(Ele comeu o que estava dentro da caixa)
O homem é irresponsável.(Todo pela parte: homem/humanidade)
Pão para quem tem fome.(“Pão” no lugar de “alimento”)
(http://www.infoescola.com/portugues/figuras-de-linguagem/)
Prosopopeia, animismo ou personificação
Também considerada por Rocha Lima (1998:503) como um tipo de metáfora, consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. 
Exemplos: Amanhecer alegre, música triste.
CATACRESE
Othon M. Garcia, em Comunicação em prosa moderna, afirma que a catacrese" é uma espécie de metáfora morta, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já fora do âmbito estilístico." (1997:90).
São exemplos de catacrese: 
Folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco.
SINESTESIA
De acordo com Rocha Lima (1998:505), “Por esta figura, fundem-se sensações visuais com auditivas, gustativas, olfativas, tácteis [...]”.
Exemplo: “A cor cantava-me nos olhos...” (Cruz e Souza, apud Rocha Lima, 1998:505)
ANTONOMÁSIA
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue. Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.
Exemplos: 
"E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos 
(= Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão)
IRONIA também chamada de ANTÍFRASE 
A ironia também é uma figura de linguagem.
ELIPSE E ZEUGMA
Elipse. Omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser identificados com facilidade, tanto porque há elementos gramaticais que auxiliam na sua recuperação, quanto pela situação, pelo contexto.
Zeugma. É um tipo de elipse em que há omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Exemplos.
Elipse. Na sala, cadeiras e mais cadeiras espalhadas.
 Na sala, cadeiras e mais cadeiras ESTÃO espalhadas.
Zeugma. Ele gosta de comer pizza; eu, cachorro-quente.
 GOSTO DE COMER 
ANTÍTESE E PARADOXO: RELAÇÃO ENTRE OPOSTOS
Na antítese, a contradição está nas ideias; no paradoxo, nas palavras. 
Antítese: duas teses contrárias, antônimas; construção do significado através de ideias opostas.
Exemplo.
“Tristeza não tem fim,
Felicidade, sim.”(V. de Morais)
	Certas Coisas
(Lulu Santos)
Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
	A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim.
Cada voz que canta o amor
Não diz tudo que quer dizer
Tudo que cala fala mais
Alto ao coração.
[...]
Paradoxo. Oposição de ideias se dá num mesmo referente.
Exemplo. “Estou dormindo acordado”.
EUFEMISMO E LITOTE
Eufemismo. É a utilização de uma expressão menos agressiva, para comunicar uma ideia desagradável.
Ex.: Fulano passou dessa para melhor. (ao invés de dizer que fulano morreu)
Litote. segundo Rocha Lima (1998:519) “é uma variedade do eufemismo, em que se afirma algo pela negação do contrário.” Como exemplo, esse autor apresenta essa frase retirada de Machado de Assis: “Tu não estás bom, José Rodrigues.”
Litote = falsa modéstia; diplomacia
“Rubião, ao contrário, gostou de ver que o homem não se esquecera da conversação” (Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXIX). (usou de forma negativa. Ele poderia ter dito que “o homem lembrou”.
“não esquecera”= “havia se lembrado”.
Eu, o menos indicado para esta homenagem [...].
(www.recantodasletras.com.br) 
O eufemismo = as coisas são ditas de forma POSITIVA. É amenizar POSITIVAMENTE.
A litote = as coisas são ditas de forma NEGATIVA. É amenizar NEGATIVAMENTE.
FIGURAS DE SOM
Exploram a sonoridade das palavras para obter maior expressividade.
Aliteração - É a repetição de consoantes para intensificar o ritmo ou proporcionar um efeito sonoro. 
Exemplo: 
Pout-pourri de samba rock
(Adriana e a rapaziada)
[...]
O rato roeu a roupa do rei de Roma
O rato roeu e o rock comeu
O rato roeu a roupa do rei de Roma
O rato roeu e o rock comeu
[...]
Assonância – É a repetição de sons vocálicos idênticos. 
Exemplo:
Verdes mães
Cavalinho de flecha
Eu quero, eu quero
Sou um mulato nato
No sentido lato
Mulato democrático do litoral
(Caetano Veloso)
Onomatopeia – Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. 
Exemplo: 
"O silêncio fresco despenca das árvores. /
Veio de longe, das planícies altas, / 
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... /
Vvvvvvvv... passou." 
(Mário de Andrade).
Paronomásia - Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.
Leia a frase a seguir:
“O diretor ratificou que ele mesmo fizera as retificações no documento”. 
Observe que, na sentença acima, há o emprego de duas palavras parecidas, e pouco utilizadas no português falado, o que às vezes até compromete o sentido da oração.
Os vocábulos ratificar (= confirmar) e retificar (=corrigir) são classificados como parônimos pela gramática tradicional, pois possuem semelhança na pronúncia e na escrita, mas possuem significados totalmente diferentes.
Quando numa mesma sentença temos o emprego de palavras parônimas, ou seja, palavras de sons parecidos, dizemos que ocorreu aí a paranomásia, figura de linguagem que consiste no emprego de palavras parecidas, numa mesma sentença, gerando uma espécie de trocadilho.
O desconhecimento do sentido real destas palavras compromete efetivamente na não-compreensão do que está sendo dito pelo locutor.
	Exemplo: Qualquer coisa
 (Caetano Veloso)
Berro pelo aterro
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
	Quero que você ganhe
Que você me apanhe
Sou o seu bezerro
Gritando mamãe."
ANTONOMÁSIA 
Ocorre quando se designa uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue. Desse modo, temos aquilo que é popularmente chamado de apelido, alcunha ou cognome. 
O repórter de Canudos” – Euclides da Cunha.
“O engenheiro da palavra” – João Cabral de Melo Neto.
“O rei do cangaço” – Lampião.
“O rei do pop” – Michael Jackson.
“O rei do futebol” – Pelé.
“O Rei” – Roberto Carlos.			O filho de Deus - Jesus
FIGURAS DE PENSAMENTO
Apóstrofe 
Consiste na "invocação" de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação.  Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos:
	Vozes d'África
"Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes  
    Embuçado nos céus? 
    Há dois mil anos te mandei meu grito, 
    Que embalde desde então corre o infinito... 
    Onde estás, Senhor Deus?... " (Castro Alves).
[...]
	
Moça, que fazes aí parada?
"Pai Nosso, que estais no céu..."
"Liberdade, Liberdade,
Abre as asas sobre nós,
Das lutas, na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada)
No cotidiano, a apóstrofe é bastante utilizada. Ela está presente nas orações religiosas: “Pai nosso, que estás no céu...”; nos discursos políticos: “Povo de Juazeiro! É com grande alegria...”, e em situações diversas: “Minha Nossa Senhora, o que foi isso?!”; “Valha-me Deus, que eu não posso mais com esse menino”.
Antítese- Consiste na utilização de frases ou termos que contrastam entre si. Consiste na utilizaçãode termos, palavras ou orações que se opõem quanto ao sentido.
O amor e o ódio caminham lado a lado.
A verdade e a mentira fazem parte do dia a dia.
Perceba que no mesmo contexto foram utilizadas palavras que possuem sentidos opostos:
Amor x ódio 			Verdade x mentira
“O mito é o nada que é tudo.        
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo”
(Fernando Pessoa)
Paradoxo - também se fundamenta na oposição, só que esta ocorre entre o mesmo referente, por isso é mais profundo, pois permeia o âmbito das ideias, não simplesmente das palavras ou orações, como na antítese. Veja o exemplo:
Os mesmo braços que serviram de abrigo hoje transmitem solidão.
O paradoxo, no exemplo, está sendo representado pela oposição entre ideias: Como é possível o mesmo braço abrigar e trazer solidão?
“Amor é um fogo que arde sem se ver, 
É ferida que dói, e não se sente; 
É um contentamento descontente, 
É dor que desatina sem doer. “
(Luís de Camões)
Os exemplos e a explicação objetivaram esclarecer que tanto a antítese quanto o paradoxo são figuras pautadas na oposição. Entretanto, o que as diferencia é exatamente o seu campo de atuação. A antítese opõe palavras que já são de natureza opostas, enquanto o paradoxo opõe ideias opostas entre si, como visto no exemplo acima.
Eufemismo 
É a utilização de uma expressão menos agressiva, para comunicar uma ideia desagradável.
Litote. segundo Rocha Lima (1998:519) “é uma variedade do eufemismo, em que se afirma algo pela negação do contrário.” Como exemplo, esse autor apresenta essa frase retirada de Machado de Assis: “Tu não estás bom, José Rodrigues.”
Litote = falsa modéstia; diplomacia
Antífrase – chamada de IRONIA por alguns autores, é uma sátira, um questionamento a um pensamento em forma de crítica.
“Moça linda, bem tratada, 
Três séculos de família, 
Burra como uma porta: 
Um amor” (Mario de Andrade)
Anástrofe- queda na ordem sintática.
Ex. Gato bonito. Bonito gato.
Silepse - A figura de linguagem silepse também é conhecida como concordância ideológica. Ela acontece toda vez que uma palavra deixa de concordar gramaticalmente com outras palavras ou expressões presentes na frase e passa a concordar com o sentido ideológico delas. A silepse pode ser de três tipos: de gênero, de número ou de pessoa.
Silepse de gênero
São Paulo é cheia de surpresas.
Esse é um exemplo de silepse de gênero. “São Paulo” é um substantivo masculino, portanto o natural seria que o adjetivo que se refere a ele também estivesse no masculino, “cheio”. Entretanto, a concordância é feita com a idéia de “a cidade de São Paulo”, e por concordar com o substantivo “cidade”, a palavra “cheia” aparece no feminino.
Silepse de número
A população chegou agitada ao comício, levavam cartazes e apitos.
Nesse período, temos um exemplo de silepse de número>. Observe que na primeira oração temos o substantivo feminino singular “população” e um adjetivo que concorda gramaticalmente com ele, “agitada”. Por enquanto não há silepse. Já na segunda oração, temos o verbo “levavam”. O verbo está conjugado na terceira pessoa do plural porque não concorda com o substantivo “população”, mas com a idéia de “muitas pessoas” que essa palavra contém.
Silepse de pessoa
O problema é que os três queremos comemorar aniversário no mesmo dia.
Aqui, encontramos um exemplo de silepse de pessoa. O verbo querer deveria estar conjugado na terceira pessoa do plural, para concordar com “os três”. Se isso acontecesse, teríamos “os três querem”. Mas o autor da frase se inclui entre essas três pessoas de quem ele fala, e com isso “os três” passa a corresponder à ideia de “nós”. Para concordar com essa ideia, o verbo querer assume a forma da primeira pessoa do plural, “queremos”.
ATENÇÃO: Na linguagem coloquial, costumamos utilizar “a gente” no lugar de “nós”, mas quando a concordância de “a gente” admite a primeira pessoa do plural como equivalente dessa expressão e faz verbos e pronomes concordarem com essa ideia, essa forma não é considerada silepse, porque sequer é tida como legítima. Trata-se de uma construção gramatical muito própria da linguagem oral, e nela é grande o risco de se fazer mau uso da língua ou mesmo de se cometer erros grosseiros. Um exemplo de mau uso: “A gente deixou nosso carro na esquina”. Um exemplo de erro grosseiro: “A gente somos brasileiros”.
Sínquese – Como diz a própria palavra, que provém do grego e significa “mistura”, “confusão”, Sínquise é umafigura de linguagem e consiste numa violenta inversão da ordem direta dos termos da oração, de modo que, numa primeira leitura, torna-se difícil a compreensão do enunciado. O que estava no começo vai para o fim. O que estava no fim vai para o começo.
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante.”
 
Pleonasmo 
O pleonasmo é uma figura de linguagem que caracteriza-se, basicamente, pelo emprego de palavras que produzem redundância. Ele pode ser dois tipos: literário ou vicioso.
Pleonasmo literário – O pleonasmo literário consiste no uso de palavras redundantes com o objetivo de enfatizar o que está sendo dito. É chamado de literário porque é frequentemente empregado por escritores, poetas e compositores como recurso estilístico.
Chovia uma triste chuva de resignação.
"E alí dançaram tanta dança,
que a vizinhança toda despertou".
Pleonasmo vicioso – Também chamado de perissologia. Acontece quando palavras redundantes são utilizadas sem nenhuma função, já que o sentido completo damensagem já foi expresso por outras palavras que vieram antes. Como o próprio nome indica, o pleonasmo vicioso é um vício de linguagem.
"Entrar para dentro."
"Sair para fora."
"A brisa matinal da manhã."
Hipérbato. (Troca na ordem dos termos da oração)
Ex.: Troca de sujeito por predicado. 
Polissíndeto e assíndeto possuem características opostas. Enquanto assíndeto é a figura de linguagem que omite conectivos entre as orações que estão em seqüência, polissíndeto é a figura que consiste em repetir os conectivos entre as orações dispostas em seqüência.
Observe esses exemplos:
“Se era noivo, se era virgem,
Se era alegre, se era bom,
Não sei.
É tarde para saber”. (Carlos Drummond de Andrade)
1) Polissíndeto
É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: 
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre." (Olavo Bilac)
"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da natureza.
2) Assíndeto
É uma figura caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: 
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
"Vim, vi, venci." (Júlio César)
Anáfora
É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias frases, criando assim, um efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas vezes ser substituídos por pronomes relativos. Assim, observe o exemplo abaixo:
Encontrei um amigo ontem. Ele disse-me que te conhecia. O termo ele é um termo anafórico, já que se refere a um amigo anteriormente referido. Observe outro exemplo:
"Se você gritasse
Se você gemesse,
Se você tocasse
a valsa vienense
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro José!" (Carlos Drummond de Andrade)
Anacoluto
Consiste na  mudança da construção sintática no meio da frase, ficando alguns termos desligados do resto do período. Veja o exemplo:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
A expressão "esses alunos da escola" deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma interrupção da frase e essa expressão fica à parte, não exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é chamado de "frase quebrada", pois corresponde a uma interrupçãona sequência lógica do pensamento. 
Exemplos:
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Castelo Branco)
Obs.: o  anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva em casos muito especiais. Em geral, deve-se evitá-lo.
Hipérbato / Inversão
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da ordem direta dos termos da oração. Exemplos:
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio.)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas.)
EXERCÍCIOS
Questão 5 (ITA). Em qual das opções há erro de identificação das figuras?
a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia) TAMBÉM CHAMADA ‘PERSONIFICAÇÃO’
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) “E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua...” (aliteração) REPETIÇÃO DE CONSOANTES
e) “Oh sonora audição colorida do aroma.” (sinestesia) RELATIVA AOS PLANOS SENSORIAS.
(http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-portugues/figuras-de-linguagem).
Resposta: seria uma silepse de gênero.
Questão 7 (Mack-SP). “Fitei-a longamente, fixando meu olhar na menina dos olhos dela.”
(http://www.profaugusto.com.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=117)
No período acima, ocorre uma figura de palavra conhecida como:
A) Metáfora.
B) Catacrese.
C) Antonomásia.
D) Metonímia.
E) Sinédoque.
Antonomásia: caso especial de metonímia que envolve qualidades, características ou fatos.
Exemplos. Jesus Cristo = Filho de Deus; Madonna = Rainha do Pop.
Sinédoque: Tipo de metonímia que envolve noções de parte e todo.
Exemplos.
O homem é mortal. (A espécie pelo gênero)
A vela singrou os mares. (‘Vela’ por ‘navio’)
Aula 3: As relações entre as palavras II
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Definir os processos de conotação e denotação.
2. Compreender as relações de semelhança estabelecidas pela sinonímia e pela paráfrase.
3. Compreender as relações estabelecidas pela antonímia e pela contradição.
4. Reconhecer que não há sinônimos perfeitos.
5. Retomar brevemente os conceitos de metáfora e metonímia.
6. Compreender a importância da referência para o sentido.
Antes de iniciar nossa aula, vamos conversar brevemente sobre o que é ler? 
• Fulgêncio e Liberato, em “Como facilitar a leitura”, nos mostram a fórmula: Ler = IV + InV, ou seja, segundo as autoras, ler é a soma da informação visual com a informação não visual. 
• Entendamos informação visual como a informação que nossos olhos captam, as palavras que vemos, os desenhos que compõem uma tira, as cores de uma propaganda. 
• A informação não visual reside em todo o conhecimento que temos armazenado em nosso cérebro: ela é composta pelo conhecimento que temos das palavras que formam o sistema linguístico, pelo nosso conhecimento dos processos de significação da língua, pelo nosso conhecimento de mundo etc.
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO
Denotação = sentido do dicionário
Conotação = sentido figurado
Denotação - Quando uma palavra é usada em seu sentido original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionário, temos o sentido denotativo, ou denotação, - do signo linguístico.
Conotação - Quando a palavra é usada em sentido figurado, quando ela aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes e que dependem do contexto em que seja empregada, temos o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico. A conotação é a responsável pela existência das metáforas, do uso polissêmico das expressões etc.
A conotação é o princípio utilizado em muitas piadas e em ditados populares. Qual é o significado subjacente aos ditados a seguir?
Exemplo: Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Para que serve a conotação? Ela é utilizada quando, ao escrever um texto, um autor usa o sentido figurado porque deseja criar um efeito no leitor, quer que o leitor do seu texto crie certa imagem em sua mente.
SINONÍMIA
Tem-se sinonímia quando duas expressões possuem o mesmo sentido, como em ‘Esse rapaz é novo’ / ‘Esse rapaz é jovem’, em que as expressões ‘novo’ e ‘jovem’ podem ser substituídas, uma pela outra, sem prejuízo do significado.
Problema: duas palavras serão sinônimas em qualquer contexto? Não!
Exemplo. A roupa está seca/A roupa está enxuta.
 O fim do relacionamento foi frio e seco.
O que devemos fazer quando escolhemos entre duas palavras sinônimas?
Respeitamos características regionais.
Diferenças de sentido. Roubo (vítima sobre violência) x furto;
Diferenças entre os objetos ou o fazer: professor x instrutor;
Grau de formalismo: chata – aborrecida – mofina;
As palavras jovem e novo não podem ser consideradas sinônimas em qualquer contexto. Eu posso dizer pessoa jovem, nova, mas não posso dizer legumes jovens, nem mesmo novos. O correto é legumes frescos.
PARÁFRASE
A paráfrase é uma relação de sinonímia entre sentenças, ou seja, é uma relação de sinonímia estrutural. Desse modo, a paráfrase é uma nova escrita de um texto, sempre com a preocupação de se manter o sentido original.
	Atenção. Paráfrase e trabalhos acadêmicos.
Ilari e Geraldi, em Semântica (2000) nos apresentam algumas construções que atuam como possibilidades de paráfrases entre sentenças:
A relação voz ativa/voz passiva:
• Pedro matou João./ João foi morto por Pedro.
A construção de comparativo de igualdade:
• Pedro é tão bom quanto José. / José é tão bom quanto Pedro.
A construção dos comparativos de superioridade e inferioridade, formuladas nos dois sentidos:
• Pedro é mais esperto do que José. /José é menos esperto do que Pedro.
A construção com ter/ a construção com ser de: 
• Pedro tem João como amigo. / João é amigo de Pedro.
Construção nominalizada / construção não-nominalizada:
• Primeiro, o coral cantou o hino, depois a banda executou a marcha fúnebre. / O canto do hino pelo coral foi seguido pela execução da marcha fúnebre pela banda.” (pág. 48)
PARÁFRASE E PARÓDIA
Paráfrase vem do grego para-phrasis que significa ‘repetição de uma sentença’. Desse modo, na paráfrase, reescrevemos um texto utilizando outras palavras, mas mantemos sua essência. 
	Quando pensamos em paródia, devemos considerar que esse processo envolve um caráter contestador, certa ironia. 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá, 
A paródia é uma releitura de um texto, mas com um toque de HUMOR.
A paráfrase é uma releitura de um texto com fins acadêmicos.
	TEXTO ORIGINAL
Canção do Exílio
(Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá, 
As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. 
	PARÁFRASE 
Europa, França e Bahia
(Carlos Drummond de Andrade)
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos 
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. 
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? 
Eu tão esquecido de minha terra… 
Ai terra que tem palmeiras 
Onde canta o sabiá!
	PARÓDIA
Canto de regresso à pátria
(Oswald de Andrade)
Minha terra tem palmares 
onde gorjeia o mar 
os passarinhos daqui 
não cantam como os de lá.
CONTRADIÇÃO
A contradição acontece quando temos duas sentenças com sentidos incompatíveis com a mesma situação. Se dizemos ‘Ela comprou um liquidificador, mas não comprou um eletrodoméstico’, estabelece-se uma contradição. Isso pode ser desfeito?
	
	Possível interpretação. O liquidificador é tão vagabundo que não pode ser chamado de ‘eletrodoméstico’. Então, o contexto pode desfazer essa contradição.
As frases são paráfrases quando possuem o mesmo significado. O uso de sinônimos pode dar origem a uma paráfrase lexical, da mesma forma que o uso de homônimos pode dar origem a uma ambiguidade lexical. São paráfrases todas as frases que representam as mesmas condições de uso.
ANTONÍMIAQuando tratamos dos antônimos, referimo-nos a palavras que, dependendo do contexto, têm sentido contrário a outras. O antônimo pode ser obtido por prefixos (feliz x infeliz) ou por outro lexema (Rico x pobre). Ilari e Geraldi (2000: 55) afirmam que “raramente suas expressões em oposição estão no mesmo de igualdade no uso corrente.

Continue navegando