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1
Formação de palavras II
Português
2B05
Aula 
Nem todo processo de derivação produz palavras por meio de acréscimos de afixos. Se a prefixação, sufixação e 
parassíntese são processos que formam palavras pelo acréscimo, pela soma de um afixo à base, haverá dois casos de 
derivação em que isso não ocorrerá.
Derivação regressiva
Aqui, dois aspectos fundamentais devem ser levados em conta:
1.o) a palavra derivada será menor do que a base que lhe deu origem, diferente do que estudamos anteriormente;
2.o) a palavra criada será um substantivo abstrato indicador de ação, tendo como origem uma forma verbal.
Lembre-se
Substantivos abstratos são nomes indicadores de sentimento, qualidade, estado e ação.
Se essa recordação ficou um pouco “abstrata”, acompanhe o raciocínio abaixo:
verbo substantivo abstrato – nome de ação verbal
 • correr > corrida (“corrida” é o nome do ato de correr)
 • aprovar > aprovação (“aprovação” é o nome do ato de 
 se aprovar algo)
Obviamente, esses são casos de sufixação, como podemos perceber pelos acréscimos ao final da base verbal.
Porém, há situações como estas, a seguir:
verbo substantivo abstrato – nome de ação verbal
 • falar > fala (“fala” é o nome do ato de falar)
 • perder > perda (“perda” é o nome do ato de perder)
Notou como os dois últimos exemplos também formaram um substantivo abstrato, mas o processo resultou em 
uma palavra menor do que a base, a forma original?
A esse processo – formador basicamente de substantivos abstratos de ação – com uma palavra derivada menor do 
que a base, chamamos derivação regressiva.
Resumindo...
Substantivos que expressam a ideia de ação derivam de um verbo. Em outras palavras, o verbo é que gerou este 
tipo de nome. Substantivos que derivam de um verbo também são conhecidos como deverbais. Quando o substanti-
vo não indica ideia de ação, ele não é deverbal.
Você deve estar se perguntando: mas como vou saber se o substantivo veio antes ou depois do verbo?
Tente verificar mais uma vez:
2 Extensivo Terceirão
Pulo é deverbal, abstrato, porque indica a ação de pular. Assim, o verbo surgiu primeiro; depois, apenas, o nome 
“pulo”. Escrita é o nome que se dá ao ato de escrever, portanto, é um substantivo deverbal; o verbo veio primeiro, o 
nome, depois. 
Esquematizando mais uma vez (!)
verbo primitivo nome deverbal
pular >>>>>> pulo
escrever >>>>>> escrita
Derivação imprópria
Neste último caso de derivação, não haverá, em relação à forma da palavra original, acréscimo ou subtração de 
afixos. A derivação imprópria consiste na mudança de classe gramatical de um vocábulo sem que sua forma (seu 
tamanho) seja alterada.
Veja:
 • Não me canso de olhar para os dois.
 • O olhar daquele homem não convence ninguém.
Você provavelmente não tenha dificuldade alguma em notar que no primeiro exemplo a palavra “olhar” é um 
verbo. Na segunda ocorrência, no entanto, o vocábulo destacado já não pertence a este grupo; no caso em questão, 
trata-se de um substantivo, o que se nota com relação à presença do artigo O.
Estamos diante, então, do último processo de derivação em nosso estudo, a derivação imprópria, que consiste 
na mudança da classe gramatical da palavra sem que a sua forma seja afetada. De fato, no exemplo acima o vocábulo 
“olhar” não muda de forma, mas se “desloca” de uma classe gramatical para outra graças à nova relação de coesão em 
que aparece, assim como o novo contexto.
Acompanhe outros exemplos de derivação imprópria: 
 • Nunca entendi o porquê de sua atitude.
Temos uma conjunção (“porque”) que, dado o novo contexto, figura como substantivo.
 • Agora você errou bonito!
O adjetivo “bonito” passa a advérbio, pois acompanha um verbo, sendo invariável no contexto.
Composição
Aqui, diferentemente dos processos de derivação, teremos apenas dois casos em que o ponto de partida exige a 
existência de mais de uma base para que se forme um vocábulo.
Na verdade, trata-se de casos com um reconhecimento mais fácil para o estudante, porque detêm marcas mais 
evidentes à primeira vista.
Assim, temos:
1. Composição por JUSTAPOSIÇÃO – as bases apenas se unem, formando uma nova 
palavra, de sentido novo, e cada uma delas preserva sua pronúncia original.
Exemplos: ferro-velho, sempre-viva, estrela-do-mar, comigo-ninguém-pode
2. Composição por AGLUTINAÇÃO – a união das bases acarreta transformação na 
pronúncia em relação aos vocábulos originais. 
Ao contrário da justaposição, que é um caso muito produtivo na língua, a composição 
por aglutinação não apresenta um conjunto extenso de vocábulos, o que nos facilita 
sua identificação.
Exemplos: aguardente, boquiaberto, embora, fidalgo, lobisomem, pernilongo.
Para finalizar
A seguir, há uma pequena lista com palavras que fazem parte do seu estudo, em diversas disciplinas. Não é 
o caso de tentar ficar “decorando” o significado dos radicais abaixo, mas esta é uma oportunidade de observar 
com atenção “partes” de palavras com as quais temos contato muito frequentemente e cuja origem e significa-
do por vezes desconhecemos.
Aula 05
3Português 2B
Radicais gregos Radicais latinos
aero (ar) aeróbico agri (campo) agronomia
algia (dor) nevralgia ambi (ambos) ambidestro
antropo (homem) antropologia api (abelha) apicultura
aristo (melhor, nobre) aristocracia capiti (cabeça) capital
baro (peso) barômetro cola (que habita) silvícola
biblio (livro) bibliófilo fero (que contém ou produz) mamífero
caco (feio, mau) cacófato fide (fé) confidente
cali (belo) caligrafia frater (irmão) fraterno
cito (célula) leucócito igni (fogo) ignívoro
cloro (verde) clorofila loco (lugar) localidade
cracia (força, poder) democracia ludo (jogo) lúdico
croma (cor) cromático mater (mãe) maternidade
crono (tempo) crônica oculo (olho) ocular
da(c)tilo (dedo) datilografia oni (todo) onipotente
deca (dez) decâmetro opera (obra, trabalho) operário
derma (pele) dermatologia paro (que produz) ovíparo
demo (povo) democracia pater (pai) paterno
dínamo (força) dinâmica pede (pé) bípede
eco (casa) ecologia pisci (peixe) piscicultura
fago (que come) antropófago pluvi (chuva) pluviômetro
foto (luz) fotógrafo populo (povo) população
geno (nascimento) genética puer (criança) pueril
hélio (sol) heliocêntrico radio (raio) radiômetro
hipno (sono) hipnose sapo (sabão) saponáceo
ictis (peixe) ictiófago sono (som) uníssono
latria (adoração) idolatria sui (a si mesmo) suicida
macro (grande) macrocéfalo tri (três) trimestre
metro (medida) cronômetro umbra (sombra) umbroso
nefro (rim) nefrite uni (um) unicelular
ofis (serpente) ofídico vago (que vaga) noctívago
orto (reto, correto) ortografia vermi (verme) vermífugo
rino (nariz) rinite video (que vê) vidente
táqui (rápido) taquicardia vini (vinho) vinicultura
topo (lugar) topografia voci (voz) vociferar
xilo (madeira) xilogravura volo (que quer) benévolo
zoo (animal) zoologia voro (que come) carnívoro
4 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
05.01. Identifique o processo formador das palavras a 
seguir:
a) beija-flor → 
b) pré-história → 
c) semisselvagem → 
d) petróleo → 
e) ex-ministro → 
f ) prever → 
g) ajoelhar → 
h) grão-duque → 
i) felizardo → 
j) sobre-humano → 
k) grito → 
l) super-herói → 
m) caixão → 
n) seminovo → 
o) supersensível → 
p) aguardente → 
q) vinagre → 
r) pernilongo → 
s) meio-fio → 
t) enriquecer → 
05.02. (ESPCEX – SP) – Ao se alistar, não imaginava que o 
combate pudesse se realizar em tão curto prazo, embora o 
ribombar dos canhões já se fizesse ouvir ao longe. 
Quanto ao processo de formação das palavras sublinhadas, é 
correto afirmar que sejam, respectivamente, casos de 
a) prefixação, sufixação, prefixação, aglutinação e onoma-
topeia. 
b) parassíntese, derivação regressiva, sufixação, aglutinação 
e onomatopeia. 
c) parassíntese, prefixação, prefixação, sufixação e derivação 
imprópria. 
d) derivação regressiva, derivação imprópria, sufixação, 
justaposição e onomatopeia. 
e) parassíntese, aglutinação, derivação regressiva, justapo-
sição e onomatopeia.05.03. (UEL – PR) – A questão refere-se ao romance O outro 
pé da sereia, de Mia Couto.
A crítica literária tem aproximado o moçambicano Mia Couto 
do brasileiro Guimarães Rosa, em particular pelo fato de 
ambos empregarem neologismos em suas obras. 
No trecho “as mãos calosas, de enxadachim”, extraído do 
conto “Fatalidade”, de autoria do autor brasileiro, o neolo-
gismo “enxadachim” é construído pelo mesmo processo de 
formação de palavras utilizado pelo autor moçambicano 
para a criação de 
a) vitupérios. 
b) bebericava. 
c) tamanhoso. 
d) mudançarinos. 
e) malfadado. 
Instrução: Texto para a questão 05.04. 
Liberdade – Quino
05.04. (UFSM – RS) – Observe o texto com alguns processos 
de formação de palavras
A. Derivação:
1. prefixal
2. sufixal
B. Composição:
1. justaposição
2. aglutinação
As palavras “chatíssimo” e “socialista” correspondem, respec-
tivamente, às seguintes combinações: 
a) A1, B1. 
b) A2, A2. 
c) B1, B2. 
d) A2, B2. 
e) B1, A1. 
Aula 05
5Português 2B
Aperfeiçoamento
05.05. Indique o diminutivo das palavras abaixo, mas sem utilizar o sufixo –inho 
(-ino, -ito)
a) cubo → 
b) raiz → 
c) grão → 
d) globo → 
e) corpo → 
f ) nó → 
g) monte → 
h) gota → 
i) febre → 
j) verso → 
k) parte → 
l) pele → 
05.06. (ESCOLA NAVAL – RJ) – Em que opção o comentário sobre as palavras 
sublinhadas está correto? 
a) “E o irmão lá atrás, respeitoso, [...].” - o sufixo “-oso” forma o adjetivo sublinhado 
a partir de um substantivo. 
b) “Não, não enchi a garrafinha de água salgada para [...].” - em “garrafinha”, o sufixo 
de diminutivo tem valor pejorativo. 
c) “[...] o carioca, com esse modo natural de ir à praia, desvaloriza o mar.” - o prefixo 
“des-” denota repetição em “desvalorizar”. 
d) “Ele vai ao mar com a sem-cerimônia que o mineiro vai ao quintal.” - “sem-
-cerimônia” é um neologismo formado por aglutinação. 
e) “[...] que surpresas ondearão entre a lareira e a mesa de vinhos e queijos!” - o 
verbo sublinhado é formado por prefixação. 
05.07. (USF – SP) – 
Queria que todos fossem embora, que cessasse o vaivém pelo corredor, e 
que ele, infeliz, permanecesse sozinho, com seus ataques de neurastenia.
Assinale a alternativa em que o processo de formação da palavra está incorreta-
mente indicado.
a) corredor – derivação por sufixação
b) vaivém – composição por justaposição
c) embora – derivação parassintética
d) infeliz – derivação por prefixação
e) ataques – formação regressiva
05.08. (FATEC – SP) – Observe os termos destacados das frases a seguir:
I. É bom lembrar que os CÉSARES contemporâneos vêm efetivamente tentando 
impor uma ruptura conservadora diante de grave impasse socioeconômico.
II. Os críticos, mesmo os mais autorizados, refugiam-se, superficialmente, em 
considerações de moral política (FISIOLOGISMO, oportunismo, narcisismo, 
ilegitimidade...).
III. A laranja ajuda a regular o meta-
bolismo e a combater a anemia. 
Muita gente DESCONFIA do valor 
nutritivo do suco pronto para be-
ber em comparação com a laranja 
espremida na hora.
IV. Sabemos que Minas, Paraná e São 
Paulo, os Estados que levaram mais 
a sério o DESAFIO de melhorar suas 
escolas primárias, são justamente 
aqueles que estão disparando na 
frente.
Os vocábulos destacados são forma-
dos pelos processos: 
a) I. sufixação; II. aglutinação; III. sufixa-
ção; IV. derivação imprópria. 
b) I. sufixação; II. justaposição; III. pa-
rassíntese; IV. prefixação. 
c) I. derivação imprópria; II. sufixação; 
III. sufixação; IV. derivação regres-
siva. 
d) I. derivação imprópria; II. sufixa-
ção; III. prefixação; IV. derivação 
regressiva. 
e) I. sufixação; II. justaposição; III. sufi-
xação; IV. prefixação. 
05.09. (CESGRANRIO – RJ) – As pa-
lavras ESQUARTEJAR, DESCULPA e 
IRRECONHECÍVEL foram formadas, res-
pectivamente, pelos processos de: 
a) sufixação – prefixação – parassíntese 
b) sufixação – derivação regressiva – 
prefixação 
c) composição por aglutinação – 
prefixação – sufixação 
d) parassíntese – derivação regressiva 
– prefixação 
e) parassíntese – derivação imprópria – 
parassíntese 
05.10. (CESGRANRIO – RJ) – Assinale a 
opção em que o processo de formação 
de palavras está indevidamente carac-
terizado: 
a) pão-nosso – composição por jus-
taposição. 
b) aventuroso – derivação sufixal. 
c) embonecar – composição por 
aglutinação. 
d) descanso – derivação regressiva. 
e) incerto – derivação prefixal. 
6 Extensivo Terceirão
Aprofundamento
05.11. (ESPCEX – SP) – Assinale a opção que identifica 
corretamente o processo de formação das palavras abaixo: 
a) qualidade – sufixação; saneamento – sufixação. 
b) igualdade – sufixação; discriminação – parassíntese. 
c) avanços – derivação imprópria; acesso – derivação 
regressiva. 
d) acessível – prefixação; felizmente – sufixação. 
e) planejamento – sufixação; combate – derivação regres-
siva. 
Instrução: Texto para a questão 05.12. 
Os leitores estarão lembrados do que o com-
padre dissera quando estava a fazer castelos no ar 
a respeito do afilhado, e pensando em dar-lhe o 
mesmo ofício que exercia, isto é, daquele arranjei-
-me, cuja explicação prometemos dar. Vamos ago-
ra cumprir a promessa.
Se alguém perguntasse ao compadre por seus 
pais, por seus parentes, por seu nascimento, nada 
saberia responder, porque nada sabia a respeito. 
Tudo de que se recordava de sua história reduzia-
-se a bem pouco. Quando chegara à idade de dar 
acordo da vida achou-se em casa de um barbeiro 
que dele cuidava, porém que nunca lhe disse se 
era ou não seu pai ou seu parente, nem tampou-
co o motivo por que tratava da sua pessoa. Tam-
bém nunca isso lhe dera cuidado, nem lhe veio a 
curiosidade de indagá-lo.
Esse homem ensinara-lhe o ofício, e por inau-
dito milagre também a ler e a escrever. Enquanto 
foi aprendiz passou em casa do seu... mestre, em 
falta de outro nome, uma vida que por um lado 
se parecia com a do fâmulo*, por outro com a do 
filho, por outro com a do agregado, e que afinal 
não era senão vida de enjeitado, que o leitor sem 
dúvida já adivinhou que ele o era. A troco disso 
dava-lhe o mestre sustento e morada, e pagava-se 
do que por ele tinha já feito.
(*) fâmulo: empregado, criado 
(Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
05.12. (FUVEST – SP) – No excerto, temos derivação im-
própria ou conversão (emprego de uma palavra fora de sua 
classe normal) no seguinte trecho: 
a) fazer castelos no ar. 
b) daquele arranjei-me. 
c) dar acordo da vida. 
d) nem tampouco o motivo. 
e) por inaudito milagre. 
05.13. (UNIFESP) – 
Derivação regressiva: formação de palavras 
novas pela redução de uma palavra já existente. A 
redução se faz mediante supressão de elementos 
terminais (sufixos, desinências).
(Celso Pedro Luft. Gramática resumida, 2004.)
Constitui exemplo de palavra formada pelo processo de 
derivação regressiva o termo sublinhado em: 
a) “Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual 
às outras no seu tempo remoto” 
b) “E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa 
voz rouca.” 
c) “Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e 
a pega de passarinho.” 
d) “A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado.” 
e) “O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que 
sua própria doidice era uma falta grave”.
05.14. (UNICAMP – SP) – O brasileiro João Guimarães Rosa e o 
irlandês James Joyce são autores reverenciados pela inventivida-
de de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. 
Muitas vezes, por essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados 
como exemplos de autores “praticamente intraduzíveis”. Mesmo 
sem ter lido os autores, é possível identificar alguns dos seus 
neologismos, pois são baseados em processos de formação de 
palavras comuns ao português e ao inglês.
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães 
Rosa e de James Joyce, estão:
I. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma 
reprodução aproximada de um som natural, utilizando-se 
os recursos da língua); e
II. Derivação (formação denovas palavras pelo acréscimo 
de prefixos ou sufixos a palavras já existentes na língua).
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram 
extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e James Joyce 
(JJ). Assinale a opção em que os processos (I) e (II) estão 
presentes: 
a) Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) e 
tattarrattat (JJ, Ulisses). 
b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, 
Ulisses). 
c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, 
no Pinhém). 
d) Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra). 
05.15. (EFOMM – RJ) – Quanto ao processo de formação de 
palavras, o de conversão NÃO está presente na palavra subli-
nhada na alternativa 
a) Disse certo o poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da na-
vegação é saber preciso (...) 
b) O ritmo das remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência 
do remar. 
Aula 05
7Português 2B
– A terra parece fendida, comentou a mãe de 
Mani.
– Vamos cavar?
E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor 
da terra, viram umas raízes grossas e morenas, 
quase da cor dos curumins, nome que dão aos 
meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá 
estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. 
Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta!
– Vamos chamá-la 10Mani-oca, resolveram os 
índios.
– E, para não deixar que se perca, vamos 
transformar a planta em alimento! 
Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos 
no chão, fizeram a primeira plantação de mandio-
ca. Até hoje entre os índios do Norte e Centro do 
Brasil é este um alimento muito importante.
E, em todo Brasil, quem não gosta da planti-
nha misteriosa que surgiu na casa de Mani?
Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas brasileiras, n. 7, 2. ed. 
São Paulo: Edições Melhoramentos, 1977. (adaptado) 
05.17. (UFSM – RS) – Assinale V na(s) afirmativa(s) verdadeira(s) 
e F na(s) falsa(s).
( ) O texto se estrutura em estágios típicos da narrativa, 
dentre os quais está a complicação, iniciada no mo-
mento em que Mani não se levantou da rede.
( ) No estágio de orientação da narrativa, a personagem 
principal é representada por meio de um nome pró-
prio e adjetivos que descrevem sua aparência, como 
“linda” (ref. 2) e “branquinha” (ref. 7), e seu comporta-
mento, como “silenciosa” (ref. 8) e “quieta” (ref. 3).
( ) Palavras como “brotinho” (ref. 9) e “branquinha” 
(ref. 7) contribuem para estabelecer semelhanças en-
tre a planta então desconhecida e Mani, ao mesmo 
tempo em que o emprego dos sufixos indicadores de 
diminutivo corroboram a representação de delicadeza 
e sensibilidade.
( ) Ao nomearem a nova planta de “Mani-oca” (ref. 10), os 
índios utilizaram o processo de formação de palavras 
por derivação prefixal.
A sequência correta é 
a) V – F – F – F. 
d) V – F – F – V. 
b) V – V – V – F. 
e) F – F – V – F. 
c) F – V – V – V. 
Instrução: Texto para a questão 05.18. 
Casimiro de Abreu pertence à geração dos poe-
tas que morreram prematuramente, na casa dos vinte 
anos, como Álvares de Azevedo e outros, acometidos 
do “mal” byroniano. Sua poesia, reflexo autobio-
gráfico dos transes, imaginários e verídicos, que lhe 
agitaram a curta existência, centra-se em dois temas 
fundamentais: a saudade e o lirismo amoroso. Graças 
a tal fundo de juvenilidade e timidez, sua poesia sau-
dosista guarda um não sei quê de infantil.
(Massaud Moisés. A literatura brasileira através dos textos, 2004. Adaptado.) 
c) (...) multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso 
dispor, que fazem com que as mudanças sejam cada vez 
mais rápidas (...) 
d) Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de 
uma utopia. 
e) A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa 
doença (...) 
05.16. (EFOMM – RJ) – No que tange ao processo de forma-
ção de palavras, o termo destacado que se enquadra como 
formação-regressiva aparece na opção 
a) As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam 
a minha capacidade de sonhar. 
b) Um bom pensamento nasce como uma pipoca que 
estoura, de forma inesperada e imprevisível. 
c) É que a transformação do milho duro em pipoca macia 
é símbolo da grande transformação (...) 
d) O estouro das pipocas se transformou, então, de uma 
simples operação culinária (...) 
e) O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, 
impróprios para comer (...) 
Instrução: Texto para a questão 05.17. 
A lenda da mandioca 
(lenda dos índios Tupi)
Nasceu uma indiazinha linda, e a mãe e o pai 
tupis espantaram-se:
– Como é 7branquinha 1esta criança!
E era mesmo. Perto dos outros curumins da 
taba, parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na 
Mani. Mani era 2linda, 8silenciosa e 3quieta. Comia 
4pouco e pouco bebia. Os pais preocupavam-se.
– Vá brincar, Mani, dizia o pai.
– Coma um 5pouco mais, dizia a mãe.
Mas a menina continuava quieta, cheia de so-
nhos na cabecinha. Mani parecia esconder um 
mistério. Uma bela manhã, não se levantou da 
rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas a 
menina. Mas não atinava com o que tinha Mani. 
Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua 
rede, Mani sorria, sem doença e sem dor.
E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterra-
ram dentro da própria oca. E regavam sua cova 
todos os dias, como era costume entre os índios 
Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia 
perceberam que do túmulo de Mani rompia uma 
plantinha verde e viçosa.
– Que planta será esta? Perguntaram, admira-
dos. Ninguém a conhecia.
– É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios.
E continuaram a regar o 9brotinho mimoso. A 
planta desconhecida crescia depressa. 6Poucas luas 
se passaram, e ela estava altinha, com um caule for-
te, que até fazia a terra se rachar em torno.
8 Extensivo Terceirão
05.18. (UNIFESP) – Os substantivos do texto derivados pelo 
mesmo processo de formação de palavras são: 
a) juvenilidade e timidez. 
b) geração e byroniano. 
c) reflexo e imaginários. 
d) prematuramente e autobiográfico. 
e) saudade e infantil. 
Desafio
05.19. (UERJ) – Os fragmentos de texto apresentados a se-
guir foram retirados do romance O crime do padre Amaro, 
de Eça de Queirós. 
– Adeus, Ruça! Estás magrinha: pega-te com a 
Senhora Mãe dos Homens. – E avistando Amélia 
pela porta do quarto entreaberta: − Ai, que estás 
mesmo uma flor, Melinha! Quem se salvava na 
tua graça bem eu sei! 
Por quantos braços teria passado até chegar, 
pelos declives da idade, àqueles amores senis e 
mal pagos? As duas mulherinhas, que diabo, não 
eram honestas! 
Tradicionalmente, o diminutivo é associado à ideia de tama-
nho reduzido. Dependendo do contexto, no entanto, pode 
assumir efeitos de sentido diversos. Destaque e classifique 
o morfema responsável pela indicação de diminutivo nas 
palavras sublinhadas. Em seguida, aponte os efeitos de 
sentido produzidos pelo uso do diminutivo de cada palavra 
em seu contexto. 
05.20. (UNICAMP – SP) –
A sobrevivência dos meios de comunicação 
tradicionais demanda foco absoluto na qualida-
de de seu conteúdo. A internet é um fenômeno 
de desintermediação. E que futuro aguardam os 
meios de comunicação, assim como os partidos 
políticos e os sindicatos, num mundo desinter-
mediado? Só nos resta uma saída: produzir infor-
mação de alta qualidade técnica e ética. Ou fa-
zemos jornalismo de verdade, fiel à verdade dos 
fatos, verdadeiramente fiscalizador dos poderes 
públicos e com excelência na prestação de servi-
ços, ou seremos descartados por um consumidor 
cada vez mais fascinado pelo aparente autocon-
trole da informação na plataforma virtual.
(Carlos Alberto di Franco, Democracia demanda jornalismo 
independente. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14/10/2013, p. A2.)
a) “Desintermediação” é um termo técnico do campo da 
comunicação. Ele se refere ao fato de que os meios de 
comunicação tradicionais não mais detêm o monopólio 
da produção e distribuição de mensagens. Considerando 
esse “mundo desintermediado”, identifique duas críticas 
ao jornalismo atual formuladas pelo autor.
b) Os processos de formação de palavras envolvidos no vocá-bulo “desintermediação” não ocorrem simultaneamente. 
Tendo isso em mente, descreva como ocorre a formação 
da palavra “desintermediação”. 
Aula 05
9Português 2B
Gabarito
05.01. a) beija-flor → composição por justaposição
b) pré-história → derivação prefixal
c) semisselvagem → derivação prefixal
d) petróleo → composição por aglutinação
e) ex-ministro → derivação prefixal
f ) prever → derivação prefixal
g) ajoelhar → derivação parassintética
h) grão-duque → composição por justaposição
i) felizardo → derivação sufixal
j) sobre-humano → derivação prefixal
k) grito → derivação regressiva
l) super-herói → derivação prefixal
m) caixão → derivação sufixal
n) seminovo → derivação prefixal
o) supersensível → derivação prefixal
p) aguardente → composição por aglutinação
q) vinagre → composição por aglutinação
r) pernilongo → composição por aglutinação
s) meio-fio → composição por justaposição
t) enriquecer → derivação parassintética
05.02. b
05.03. d
05.04. b 
05.05. a) cubo → cubículo
b) raiz → radícula
c) grão → grânulo
d) globo → glóbulo
e) corpo → corpúsculo
f ) nó → nódulo
g) monte → montículo
h) gota → gotícula
i) febre → febrícula
j) verso → versículo
k) parte → partícula
l) pele → película
05.06. a
05.07. c
05.08. d 
05.09. d
05.10. c 
05.11. e
05.12. b
05.13. c
05.14. d
05.15. d
05.16. d
05.17. b
05.18. a
05.19. O morfema responsável pela indicação de diminutivo nas palavras 
sublinhadas é o sufixo “-inha/ -inhas”. Esse sufixo assume efeitos de 
sentido diversos, a partir do contexto em que se encontra, como 
fica claro nos exemplos em destaque em que o diminutivo indica, 
respectivamente, intensidade, afeto e depreciação nos termos “ma-
grinha”, “Melinha” e “mulherinhas”.
05.20. a) O aluno deve identificar ao menos duas críticas feitas pelo autor 
do texto ao jornalismo atual, sendo elas formuladas em caráter 
mais geral – a ausência de informação de alta qualidade ética 
e técnica –, ou em caráter mais específico – “o jornalismo atual 
não é fiel à verdade dos fatos”, “o jornalismo atual não fiscaliza 
verdadeiramente os poderes públicos” e “o jornalismo atual não 
presta serviços de excelente qualidade”.
b) Nesse item, o aluno deve indicar que a formação desse vocábu-
lo se dá, em um primeiro momento, por prefixação e sufixação 
(INTER+MEDIAR+ÇÃO), podendo os dois processos ocorrer em 
qualquer ordem. Além disso, deve explicar que, só após, ocon-
tece o acréscimo do prefixo DES- ao vocábulo INTERMEDIAÇÃO, 
formando a palavra DESINTERMEDIAÇÃO. 
10 Extensivo Terceirão
Português
2B
Léxico I
Aula 06
Leia este pequeno trecho, extraído de um texto 
circulante na Internet:
“Caríssima litisconsorte: quanto tempo sem 
vê-la, ó prestante amor. Já havia formulado um 
mandado de busca e apreensão, ao pensar nos 
arrazoados da surpresa, mesmo sabendo que a 
vida é uma sentença sem apelação; e que, muitas 
vezes, não concede sequer livramento condicio-
nal para o amor. Interpus, diante de sua possí-
vel compreensão, minha defesa putativa, quando 
você me abandonou. Cheguei a impetrar um ha-
beas-corpus preventivo, inclusive contra a male-
dicência alheia, que espalhou que você estava em 
conúbio com outro, surrupiando de mim a paz 
interior. Pensei em ingressar com ação comina-
tória no tribunal das grandes causas. Mas, de re-
pente, chega-me sua carta-resposta “in dubio pro 
reo”, suspendendo, portanto, a liminar da notícia 
que atingia a penhora de minha honra. (...)
http://tribunadonorte.com.br/noticia/ 
um-advogado-e-sua-carta-de-amor/86415
Parece óbvio considerar este texto singular, não? 
Trata-se de uma carta de amor escrita em termos bem 
peculiares, certo? 
Não é preciso muito esforço para reconhecer que 
tipo profissional seria o remetente da carta. O que nos 
leva à certeza de que se trata de alguém que atua no 
campo jurídico?
A escolha vocabular do texto, o léxico que compõe o 
pequeno trecho.
Léxico (cs) [Do gr. lexikón] S.m. 1. Dicionário 
de línguas clássicas antigas. 2. Dicionário dos 
vocábulos usados por um autor ou por uma escola 
literária; léxicon. 3. Dicionário abreviado. 4. P.ext. 
Dicionário. 5. Conjunto de vocábulos de um idioma. 
*Adj. 6. Lexical: análise léxica; família (palavras 
cognatas). V. análise.
Como você acabou de ler, um dos significados de 
léxico é justamente “dicionário”. 
Dito de outra forma, léxico poderia representar o 
“conjunto de vocábulos de um idioma”.
Pelo vocabulário de um texto, de um discurso, 
sempre teremos pistas sobre a autoria, sobre os valores, 
sobre as intenções de quem se pronuncia. 
E se o enunciador souber manipular bem o léxico, 
suas escolhas criarão uma “identidade” que não seja a 
sua real, entende? Esse é o procedimento, por exemplo, 
dos grandes escritores.
 Dicionários
A primeira informação lida ante-
riormente sobre a palavra “léxico” tem 
relação com a pronúncia da palavra 
[cs], uma vez que pode haver alguma 
hesitação em como deva ser lido tal 
vocábulo.
Em seguida, vem uma informação 
de natureza etimológica, sobre a ori-
gem da palavra, informando ao leitor 
que se trata de uma palavra derivada 
do grego.
O item a seguir é de natureza pu-
ramente gramatical, indicando a classe 
gramatical a que pertence o vocábulo. 
No caso, substantivo masculino. Mais à 
frente, como se nota, indica-se que a pa-
lavra ainda pode figurar como adjetivo.
Por fim, encontramos algumas notações específicas 
para a leitura do verbete, como as abreviações P.Ext (por 
extensão) e V. (ver).
Desse modo, não é difícil concluir que um leitor de 
dicionário – querendo – sempre vai encontrar mais 
informações do que apenas o significado do vocábulo e 
que, portanto, este é um tipo de obra muito rica quanto 
aos registros feitos sobre um verbete.
Você, provavelmente, deve se lembrar de outros 
tipos de indicações que cada entrada no dicionário aca-
ba trazendo ao leitor. Mais: imagine com quantos tipos 
diferentes de dicionários você já teve contato, além do 
dicionário monolíngue de significados.
Toda essa gama de dicionários se presta a atender 
às necessidades de informações sobre determinadas 
comunidades, grupos profissionais, âmbitos técnicos, 
enfim, diferentes áreas da atuação humana com ex-
ões específicas
Ed
ito
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Aula 06
11Português 2B
Cabeça
Substantivo feminino. 
1. Extremidade superior do corpo humano, que 
contém órgãos como os que formam o encéfalo, 
os da visão, os da audição, os do olfato, a boca, 
etc.
2. A divisão correspondente, superior ou anterior, 
do corpo de outros animais.
3. Nome comum às extremidades arredondadas 
de certas formações anatômicas, como, por ex., 
osso.
4. A parte da cabeça (1) normalmente coberta pelo 
couro cabeludo.
5. P. ext. A cabeça tida como a sede da inteligência, 
do pensamento. [Sin., nesta acepç., pop. e fam.: 
bestunto, cachimônia, cachola.]
6. Inteligência (1 e 2).
7. Juízo, tino.
8. Memória (1).
9. Pessoa muito inteligente e/ou culta.
10. Animal ou pessoa, considerados como unidade.
11. A extremidade mais dilatada de um objeto.
12. A frente dum cortejo.
Substantivo de dois gêneros. 
13. O chefe; o líder.
As definições da palavra cabeça foram extraídas do 
mini Aurélio, versão digital, e não é difícil reconhecer 
os muitos sentidos atribuídos em língua portuguesa ao 
vocábulo. 
Este é um caso interessante para que possamos 
diferenciar os conceitos de denotação e conotação.
Você sabe: o sentido denotativo corresponde ao valor 
primeiro, fundamental, “original” de uma palavra. No exem-
plo de “cabeça”, seria o caso verificado nos itens 1 e 2.
A conotação, por sua vez, relaciona-se a outros 
sentidos que se agregam à palavra, fugindo ao sentido 
básico, mas a ele se relacionando de alguma forma.
Todos entendemos que ler não é simplesmente um 
ato de mera decodificação dos signos à nossa frente, 
mas que isso significa, realmente, apreendermos as re-
lações de sentido presentes na combinação das palavras 
dentro das frases, dentro de contextos específicos. 
O caso da polissemiaou das ambiguidades que es-
tudamos nas primeiras aulas nos mostra que há sempre 
um território instável, “movediço”, no campo linguístico, 
e isso exige uma capacidade de percepção e entendi-
mento das amplitudes de sentido que cada contexto 
pode nos propiciar.
Esses vários sentidos de uma palavra não surgem to-
dos ao mesmo tempo. As palavras possuem um sentido 
primitivo, original; os demais são derivados, surgem por 
expansão do sentido original, portanto.
pressão própria, particular, de um vocabulário que as 
singulariza.
Reiterando o que se disse antes, o léxico de um 
grupo acaba sendo um espelho de sua experiência, de 
suas crenças, de seus valores, ou seja, de sua identidade.
Nesse sentido, conhecer um pouco do léxico de 
grupos que não nos são próximos e, ao mesmo tempo, 
saber trabalhar bem o vocabulário de que dispomos, 
significa ampliar o raio de ação de nossa capacidade de 
expressão em uma língua.
 Léxico nas provas
Leia com atenção a seguinte questão, do vestibular da Fuvest 2014:
No trecho “nos precipitou na miséria moral inexorável”, a palavra sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo 
para o sentido do texto, por 
a) inelutável b) inexequível c) inolvidável d) inominável e) impensável
Mesmo que “inexorável” – inflexível, o que não cede – lhe seja um termo de significado desconhecido, com um pouco 
de cuidado você perceberá que o contexto é fundamental para o entendimento do vocábulo, não é verdade?
É importante que se destaque este tipo de questionamento nos exames de que você participará: o sentido de 
palavras e expressões.
Evidentemente não se trata de um exercício de “adivinhação” sobre palavras, e por isso elas não aparecerão des-
contextualizadas, sem que haja um pequeno trecho que lhes dê suporte. Assim, você deverá reconhecer as relações 
contraídas pelas palavras dentro de um enunciado e quais sentidos decorrem de tais combinações. Isso significa, 
também, ler bem.
Camadas de sentido
12 Extensivo Terceirão
Note os seguintes exemplos:
1. Todo quadrado tem quadro lados iguais.
2. Ele ainda é uma pessoa muito quadrada para os 
padrões atuais.
3. É bom que cada um fique no seu quadrado.
 Polissemia
Polissemia é o nome que se dá para a condição de 
uma palavra admitir mais de um sentido. É uma espécie 
de ambiguidade que surge naturalmente em uma 
língua, dadas as circunstâncias de uso dos falantes do 
idioma.
A palavra, em sua existência na língua, adquire 
sentidos que se sobrepõem ao original, sem anulá-lo, e 
os usuários dessa língua aprendem a usá-los de acordo 
com o contexto adequado.
A palavra pé é um exemplo de palavra com vários 
sentidos, que podem ser identificados pelo contexto em 
que o vocábulo figura.
 • Quebrou o PÉ naquele lance infeliz. 
 • Ele não largava do PÉ da pobre namorada.
 • Tente reproduzir tudo ao PÉ da letra.
 • Acho que isso não vai dar PÉ.
Percebendo a polissemia com atenção, conseguimos 
transitar com maior naturalidade nas ideias de denota-
ção e conotação.
Lembre-se
É evidente que um vocabulário rico e variado 
nos ajuda no momento de escrever uma redação, 
pois amplia as possibilidades expressivas do texto. 
No entanto, é preciso muita atenção para que o 
limite entre a expressividade e a artificialidade 
não seja transgredido.
Como já foi dito antes, muitas pessoas acham 
que se expressar bem ou escrever bem significa 
valer-se de um léxico pomposo, rebuscado. 
Cuidado! Nada mais enganoso... Textos com 
palavras e expressões escolhidas sob esse tipo 
de orientação invariavelmente correm o risco de 
se tornar “forçados”.
Por fim, no exercício da Fuvest do início da aula, 
“inelutável” – o que não pode ser vencido – é o corres-
pondente correto para o vocábulo “inexorável”. 
Testes
Assimilação
06.01. (UNESP – SP) – Examine a tira do cartunista André Dahmer.
(Quadrinhos dos anos 10.2016.)
O conselho presente na primeira fala sugere falta de
a) compaixão.
c) ganância.
e) cinismo.
b) paciência.
d) malícia.
06.02. (UERJ) – Em cima do muro, o gato recebeu o aviso da presença do 
menino. 
O adjunto adverbial que ocorre neste enunciado pode ser deslocado para outras 
posições; em uma delas, porém, a frase se tornará ambígua.
Reescreva o enunciado duas vezes 
com o deslocamento do adjunto, de 
modo a manter o sentido original em 
uma e a criar ambiguidade em outra. 
Aponte, também, a construção ambí-
gua e explique-a. 
Aula 06
13Português 2B
Instrução: Texto para a questão 06.03. 
A questão deve ser respondida com base no fragmento textual a seguir, retirado do capítulo O debuxo e o colorido, do 
romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Quando nem mãe nem filho estavam comigo o meu desespero era grande, e eu jurava matá-los a ambos, 
ora de golpe, ora devagar, para dividir pelo tempo da morte todos os minutos da vida embaçada e agoniada. 
Quando, porém, tornava a casa e via no alto da escada a criaturinha que me queria e esperava, ficava 1desar-
mado e diferia o castigo de um dia para outro.
(Machado de Assis - Obra Completa. Organizada por Afrânio Coutinho. Rio de Janeiro: Aguilar, 1971.) 
06.03. (UFRN) – Dependendo do contexto linguístico em que esteja inserida, uma mesma palavra pode assumir outra 
significação, fenômeno denominado polissemia.
Esse fenômeno ocorre, por exemplo, com o vocábulo DESARMADO, presente na ref. 1 da passagem transcrita do romance 
“Dom Casmurro”.
a) Explicite o sentido que esse vocábulo apresenta no referido contexto.
b) Ao se dizer, por exemplo, “o policial desarmou o assaltante”, emprega-se o verbo DESARMAR com sentido diferente do 
encontrado na passagem transcrita.
 Construa um período em que esse verbo apresente um terceiro sentido. 
Instrução: Texto para a questão 06.04. 
06.04. (UEG – GO) – Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra 
a) engenheiro b) resolvido c) cadeira d) grande e) subir 
Aperfeiçoamento
Instrução: O texto a seguir é referência para as questões de 06.05 a 06.10.
A garagem de casa
1Com o portão enguiçado, e num 2convite a 3ladrões de livros, a 4garagem de casa lembra uma biblioteca 
pública permanentemente aberta para a rua. 5Mas não são 6adeptos de literatura 7os indivíduos que ali se 
abrigam da chuva ou do sol a pino de verão. 8Esses desocupados 9matam o tempo jogando porrinha, ou 
lendo os jornais velhos que mamãe amontoa num canto, sentados nos degraus do escadote com que ela al-
cança as prateleiras altas. 10Já quando fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos em tempos entro 
para olhar as estantes onde há de tudo um pouco, em boa parte remessas de editores estrangeiros que têm 
apreço pelo meu pai. 11Num reduto de literatura tão sortida, como bem sabem os habitués de sebos, fascina 
a perspectiva de por puro acaso dar com um livro bom. 12Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando 
na caça a um tesouro se tem a felicidade de deparar com outro bem, mais precioso ainda. Hoje revejo na 
mesma prateleira velhos conhecidos, algumas dezenas de livros turcos, ou búlgaros ou húngaros, que papai é
14 Extensivo Terceirão
capaz de um dia querer destrinchar. Também continua em evidência o livro do poeta romeno Eminescu, que 
papai ao menos 13tentou ler, como é fácil inferir das folhas cortadas a espátula. Há uma edição em alfabeto 
árabe das Mil e Uma Noites que ele não 14leu, mas cujas ilustrações 15admirou longamente, como denunciam 
os filetes de cinzas na junção das suas páginas coloridas. Hoje tenho experiência para saber quantas vezes 
meu pai 16leu um mesmo livro, posso quase medir quantos minutos ele se 17deteve em cada página. 18E não 
costumo perder tempo com livros que ele nem sequer 19abriu, entre os quais uns poucos eleitos que mamãe 
20teve o capricho de empilhar numa ponta de prateleira, confiando numa futura redenção. Muitas vezes a vi 
de manhãzinha compadecida dos livros estatelados no escritório, com especial carinho pelos que trazem a 
foto do autor na capa e que papai despreza: parece disco de cantor de rádio. 
(Chico Buarque. O irmão alemão. 1 ed.São Paulo. Companhia das letras. 2014. p. 60-61. Texto adaptado com o acréscimo do título.) 
A obra O irmão alemão, último livro de Chico Buarque de Holanda, tem como móvel da narrativa a existência de um desco-
nhecido irmão alemão, fruto de uma aventura amorosa que o pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, tivera com uma alemã, lá 
pelo final da década de 30 do século passado. Exatamente quando Hitler ascende ao poder na Alemanha. Esse fato é real: o 
jornalista, historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, na época, solteiro, deixou esse filho na Alemanha. Na família, 
no entanto, não se falava no assunto. Chico teve, por acaso, conhecimento dessa aventura do pai em uma reunião na casa 
de Manuel Bandeira, por comentário feito pelo próprio Bandeira. 
Foi em torno da pretensa busca desse pretenso irmão que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcional, o seu romance. 
Sobre a obra, diz Fernando de Barros e Silva: “o que o leitor tem em mãos [...] não é um relato histórico. Realidade e ficção 
estão aqui entranhadas numa narrativa que embaralha sem cessar memória biográfica e ficção”. 
06.05. (UECE) – Considere a expressão “a garagem de casa” (ref. 4) e o que se diz sobre ela.
I. O emprego do vocábulo casa sem a determinação do artigo definido, como acontece no texto, indica que a casa é da 
pessoa que fala.
II. A introdução do artigo definido antes do substantivo casa – garagem da casa – indicaria não só que o falante não é o 
proprietário da casa, ou pelo menos não a habita, mas também que o referente casa, representado no texto pelo vocábulo 
casa, já aparecera no texto, portanto não seria novo para o leitor.
III. A introdução do artigo indefinido um antes do substantivo casa – garagem de uma casa – indicaria que o referente casa, 
representado pelo vocábulo casa, ainda não aparecera no texto, portanto seria novo para o leitor.
Está correto o que se diz em
a) I e II apenas. b) I, II e III. c) I e III apenas. d) II apenas.
06.06. (UECE) – Considerando o texto como um todo, o enunciado “E não costumo perder tempo com livros que ele nem 
sequer abriu” (referências 18 e 19) indica que o enunciador 
a) é um preguiçoso: segue a lei do menor esforço. 
b) é um inconsequente: deixa-se guiar pela opinião dos outros. 
c) não tem capacidade para escolher os livros que lê, por isso baseia-se na opinião dos outros. 
d) confia na opinião e na capacidade intelectual do pai. 
06.07. (UECE) – O substantivo “convite” (ref. 2) tem, no texto, o mesmo sentido que tem no enunciado seguinte: 
a) Um convite formal a Alberto o obrigará a abandonar sua confortável neutralidade e a tomar partido nessa questão. 
b) A falta de compromisso de alguns professores é um convite à malandragem dos alunos. 
c) O convite para a sua festa será entregue com antecedência. Não há, pois, motivo para tanta preocupação. 
d) O show será gratuito. A Secretaria de Cultura estará distribuindo os convites até a véspera do espetáculo. 
06.08. (UECE) – “Num reduto de literatura tão sortida, como bem sabem os habitués de sebos, fascina a perspectiva de por 
puro acaso dar com um livro bom.” (ref. 11) 
Atente ao que se diz sobre o excerto transcrito acima.
I. A expressão “os habitués de sebos” significa “aqueles que habitam lugares sujos e sebosos”.
II. Com a expressão “literatura tão sortida”, o enunciador quer dizer que, naquele recinto, havia não só grande quantidade de 
livros, mas livros variados: talvez até de nacionalidades diferentes e de assuntos diversos.
III. Há, nesse excerto, elementos que indicam ser o enunciador um amante dos livros.
Está correto o que se diz em
a) I, II e III. b) I e II somente. c) II e III somente. d) I e III somente.
Aula 06
15Português 2B
06.09. (UECE) – O verbo matar (ref. 9) tem variadas acepções além daquela que foi empregada no texto. Na coluna I, estão 
enunciados construídos com o verbo matar em algumas de suas significações. Na coluna II, estão essas significações. Rela-
cione as duas colunas numerando a segunda de acordo com a primeira. 
Coluna I Coluna II
1. “Esses desocupados matam o tempo jogando porrinha” 
(ref. 8 e 9 do texto) 
( ) Levar à exaustão, ao esgotamento. 
2. Ele foi preso porque matou o ladrão que lhe invadiu a 
casa. 
( ) Fazer algo sem apuro ou cuidado. 
3. Ela me trouxe cinco charadas, que matei em um piscar 
de olhos. 
( ) Saciar-se. 
4. A desnutrição causada pela fome mata milhões de 
pessoas na África. 
( ) Causar grande prejuízo; arruinar. 
5. Os desmandos das autoridades podem matar as peque-
nas empresas. 
( ) Resolver, adivinhar, decifrar. 
6. A má tradução mata livros que, em sua versão original, 
são verdadeiras obras primas. 
( ) Deixar o tempo passar. 
7. A palavra mata mais que o ato. ( ) Sacrificar-se, fazer tudo por alguém. 
8. A traição mata o amor mais rápido do que um tiro 
certeiro. 
( ) Tirar a vida de alguém, assassinar. 
9. A exagerada disciplina do Exército o matava. ( ) Contribuir para que algo ou alguém morra; levar 
à morte. 
10. Ela só matava a fome lá em casa. ( ) Causar sofrimento a; mortificar, afligir, ferir. 
11. Os tios se mataram para ver o rapaz formado. ( ) No futebol, amortecer o impacto da bola a fim de 
dominá-la. 
12. O craque matou a bola no peito e, em seguida, fez 
belíssimo gol. 
( ) Fazer desaparecer, extinguir. 
Está correta, de cima para baixo, a sequência seguinte: 
a) 9, 10, 6, 1, 11, 2, 4, 7, 8, 5, 3, 12. 
b) 9, 3, 6, 11, 10, 1, 4, 7, 12, 2, 5, 8. 
c) 9, 3, 5, 7, 12, 10, 8, 2, 11, 1, 4, 6. 
d) 9, 6, 10, 5, 3, 1, 11, 2, 4, 7, 12, 8.
06.10. (UECE) – Na referência 10, lê-se “Já quando fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos em tempos entro 
para olhar as estantes onde há de tudo um pouco”. Atente ao que se diz sobre a expressão “Já quando”.
I. Essa expressão dá, à oração que inicia, o valor semântico de tempo.
II. “Já” acrescenta à oração um caráter de comparação, cujo elemento comparado vem implícito no texto: (Os desocupados 
enchem o recinto de tal maneira que me impedem de aproximar-me das estantes). “ Já quando fazem o obséquio de 
me liberar o espaço, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde há de tudo um pouco”. Comparam-se duas 
situações: o que acontece quando os desocupados não dão espaço para o enunciador passar, e o que acontece quando 
lhe dão esse espaço. Quando não dão, ele não se aproxima das estantes; quando dão, ele entra “para olhar as estantes”.
III. Omitindo-se o “Já”, a oração nada perderia: nem no plano semântico nem no plano estilístico-expressivo.
Está correto o que se diz em
a) I e III apenas.
b) I e II apenas.
c) I, II e III.
d) II e III apenas.
16 Extensivo Terceirão
Aprofundamento
Instrução: O texto a seguir é referência para as questões 
06.11 e 06.12. 
‘Ferrugem’: um ótimo nacional 
encara o cyberbullying
Um celular perdido, um vídeo viralizado, e 
Tati, de 16 anos, se vê no meio de um furacão que 
abalaria qualquer um – e muito mais uma menina 
a quem ainda falta o equipamento emocional para 
lidar com uma situação tão drástica de exposição 
da intimidade e de ostracismo social. Os amigos e 
amigas vão caindo fora; com os pais, ela não con-
segue falar. Renet, o garoto com quem ela come-
çava a engatar um flerte quando tudo começou, 
dá as costas a ela. E Tati, interpretada pela ótima 
novata Tiffanny Dopke, de fisionomia suave e jei-
tinho cativante, sucumbe à pressão. 
‘Ferrugem’, do diretor Aly Muritiba, é um dos 
pontos altos de uma safra surpreendentemente 
boa do cinema nacional nos últimos meses (com-
pletada ainda por ‘Aos Teus Olhos’, ‘As Boas Ma-
neiras’, ‘O Animal Cordial’ e ‘Benzinho’). Da agi-
tação e cacofonia dessa primeira parte do filme, 
Muritiba vai, na segunda metade, para um estilo 
oposto: com atenção e reflexão, acompanha o so-
frimento de Renet (o também muito bom Giovan-
ni de Lorenzi) com as consequências do episódio 
que afetou Tati. Aqui, duas visões morais muito 
distintas se opõem: a do pai (Enrique Diaz), que 
quer poupar Renet, e a da mãe (a calorosa ClarissaKiste), que quer obrigá-lo a enfrentar os fatos. 
Maduro, lúcido, muito bem escrito e filmado, 
‘Ferrugem’ está na comissão de frente dos possí-
veis indicados do Brasil ao Oscar do ano que vem. 
(Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tveja/em-cartaz/ferrugem-um-
otimo-nacional-encara-o-cyberbullying/>. Acesso em: 31/08/2018.)
06.11. (UFPR) – Com base no texto, identifique como ver-
dadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) O filme “Ferrugem”, segundo a reportagem apura, con-
correrá ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano 
que vem.
( ) O filme “Ferrugem” narra a história de uma menina, Tati, 
que tem sua intimidade exposta publicamente depois 
de perder o celular.
( ) O filme apresenta duas linhas narrativas: uma agitada e 
dissonante, e outra, psicológica e reflexiva.
( ) O filme “Ferrugem” critica a exposição descuidada dos 
adolescentes em redes sociais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de 
cima para baixo.
a) F – F – V – V.
c) V – F – F – V.
e) V – F – V – V.
b) F – V – V – F.
d) V – V – F – F.
06.12. (UFPR) – As expressões ‘equipamento emocional’ 
e ‘ostracismo social’, no segundo parágrafo, podem ser 
interpretadas, segundo o contexto de ocorrência, respec-
tivamente, como:
a) objeto que regula emoções – exílio.
b) capacidade de sentir emoções – exclusão.
c) experiência – falta de exposição.
d) maturidade – isolamento.
e) malícia– incapacidade de se expressar.
Instrução: Texto para a questão 06.13. 
1Era no tempo do rei.
Uma das quatro esquinas que formam as ruas 
do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutua-
mente, chamava-se nesse tempo - O canto dos 
meirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque 
era aí o lugar de encontro favorito de todos os 
indivíduos dessa classe (que gozava então de não 
pequena consideração). Os meirinhos de hoje 
não são mais do que a sombra caricata dos mei-
rinhos do tempo do rei; esses eram gente temí-
vel e temida, respeitável e respeitada; formavam 
um dos extremos da formidável 2cadeia judiciária 
que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em 
que a 3demanda era entre nós um elemento de 
vida: o extremo oposto eram os desembargadores. 
Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, 
fechavam o círculo dentro do qual se passavam os 
terríveis combates das 4citações, provarás, 5razões 
principais e finais, e todos esses 6trejeitos judiciais 
que se chamava o processo.
Daí sua influência moral.
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. 
06.13. (FGV – SP) – Dentre as expressões do texto relativas 
à atividade própria dos meirinhos, citadas abaixo, a única 
que assume conotação pejorativa é 
a) “cadeia judiciária”. (ref. 2) 
b) “demanda”. (ref. 3) 
c) “citações, provarás”. (ref. 4) 
d) “razões principais e finais”. (ref. 5) 
e) “trejeitos judiciais”. (ref. 6) 
Instrução: Texto para a questão 06.14. 
A arqueologia não pode ser 1desvencilhada de 
seu caráter aventureiro e romântico, 2cuja melhor 
imagem talvez seja, desde 3há alguns anos, as 
saborosas aventuras do arqueólogo Indiana Jones. 
Pois bem, quando do 4auge do sucesso de Indiana 
Jones, o arqueólogo brasileiro Paulo Zanettini 
escreveu um artigo no Jornal da Tarde, de São 
Paulo, intitulado “Indiana Jones deve morrer!”. 
Para ele, assim como para outros arqueólogos
Aula 06
17Português 2B
profissionais, envolvidos com um trabalho 
5árduo, sério e distante das 6peripécias das telas, 
essa imagem aventureira é incômoda.
O fato é que o arqueólogo, 7à diferença do 
historiador, do geógrafo ou de outros estudiosos, 
possui uma imagem muito mais atraente, inspira-
dora não só de filmes, mas também de romances 
e livros os mais variados.
Bem, para usar uma expressão de Eça de 
Queiroz, 8“sob o manto 9diáfano da fantasia” 
escondem-se as histórias reais que fundamenta-
ram 10tais percepções. 11A arqueologia surgiu no 
12bojo do Imperialismo do século XIX, como um 
subproduto da expansão das potências coloniais 
europeias e dos Estados Unidos, que procuravam 
enriquecer explorando outros territórios. Alguns 
dos primeiros arqueólogos de fato foram aventu-
reiros, responsáveis, e não em pequena medida, 
pela fama que se propagou em torno da profissão.
Adaptado de Pedro Paulo Funari, Arqueologia 
06.14. (MACK – SP) Assinale a alternativa correta. 
a) Encontra-se no texto o predomínio da conotação, uma 
vez que as palavras empregadas transmitem sentidos 
figurados com várias possibilidades de interpretação. 
b) O texto possui um caráter predominantemente estético, 
com os sentidos das palavras reinventados constantemen-
te pelo seu autor, a aprofundar o valor literário do texto. 
c) A referência a um autor português reforça o caráter lite-
rário que o texto assume ao direcionar subjetivamente o 
teor das informações transmitidas. 
d) O domínio discursivo do texto apresenta um caráter 
instrucional, pois seu principal objetivo é transmitir um 
conhecimento ou um saber definido pelo seu autor. 
e) O texto apresenta todas as características de um texto 
oral, com marcas como hesitação, repetição, interação 
com o leitor, o que permite concluir que ele foi escrito 
para uma exposição oral, em uma palestra, por exemplo. 
06.15. (UEG – GO) – 
AS PALAVRAS
As palavras engendram suas próprias
aventuras no espaço. Sendo neutras,
circulam como sombras devolutas
surpresas nos seus altos ministérios.
De vez em quando saltam novas ordens
desses seres volúveis que se alinham
noutro nível.
TELES, Gilberto Mendonça. “Melhores poemas”. Seleção 
de Luiz Busatto. São Paulo: Global: 1993. p. 58.
A segunda estrofe deste poema metalinguístico traz uma 
noção de linguagem que compreende os processos a seguir, 
EXCETO: 
a) Conotação 
b) Variação 
c) Derivação 
d) Decodificação 
Instrução: Texto para a questão 06.16. 
MULHER AO ESPELHO
Hoje, que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus,
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.
(MEIRELES, Cecília. Poesias Completa. Rio de 
Janeiro: Civilização Brasileira, 1973.)
06.16. (UERJ) – O uso de palavras e expressões cotidianas, 
neste texto, é carregado de sentido simbólico.
a) Uma expressão utilizada no poema possui um sentido 
correspondente ao da expressão “da cabeça aos pés”.
 Retire-a do texto.
18 Extensivo Terceirão
b) Na 3ª. estrofe, o substantivo “tinta” se refere a uma expres-
são que o antecede.
 Transcreva essa expressão e indique a conotação que o 
substantivo “tinta” adquire no texto. 
06.17. (FUVEST – SP) – Leia o texto.
Ditadura / Democracia
A diferença entre uma democracia e um país tota-
litário é que numa democracia todo mundo reclama, 
ninguém vive satisfeito. Mas se você perguntar a qual-
quer cidadão de uma ditadura o que acha do seu país, 
ele responde sem hesitação: “Não posso me queixar”.
Millôr Fernandes, Millôr definitivo: a bíblia do caos.
a) Para produzir o efeito de humor que o caracteriza, esse texto 
emprega o recurso da ambiguidade? Justifique sua resposta.
b) Reescreva a segunda parte do texto (de “Mas” até “quei-
xar”), pondo no plural a palavra “cidadão” e fazendo as 
modificações necessárias. 
Instrução: Texto para a questão 06.18. 
I. Aproveite o Dia Mundial da Aids e faça um cheque 
ao portador. Bradesco, Ag. 093-0, C/C 076095-1. 
(Agência Norton)
II. Bi Bi - General Motors: duas vezes bicampeã do 
carro do ano. 
(Agência Colucci e Associados) 
06.18. (ITA – SP) – Nos anúncios, os publicitários utilizaram 
recursos gramaticaisdiferentes para possibilitar, ao menos, 
duas leituras. Aponte o tipo de recurso utilizado em cada um 
desses anúncios, respectivamente, 
a) SINTÁTICO, pela função de adjunto adnominal de “ao por-
tador”, e FONÉTICO, pela exploração da repetição de som. 
b) SEMÂNTICO, pela polissemia do termo “cheque”, e SINTÁ-
TICO, pela elipse do verbo de ligação “ser”. 
c) MORFOLÓGICO, pela utilização de sigla, e FONÉTICO, pela 
exploração da repetição de som. 
d) SEMÂNTICO, pela polissemia de “portador”, e MORFOLÓ-
GICO, pela formação de palavra por prefixação. 
e) SINTÁTICO, pela elipse de um termo, e MORFOLÓGICO, 
pela exploração de um prefixo latino. 
Desafio
Instrução: Texto para a questão 06.19. 
Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para respon-
der à questão a seguir.
Poema só para Jaime Ovalle1
Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuo-
so da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigar-
ro e fiquei pensando...
– Humildemente pensando na vida e nas mu-
lheres que amei.
(Estrela da vida inteira, 1993.)
1 Jaime Ovalle (1894-1955): compositor e instrumentista. 
Aproximou-se do meio intelectual carioca e se tornou 
amigo íntimo de Villa-Lobos, Di Cavalcanti, Sérgio Buarque 
de Hollanda e Manuel Bandeira. Sua música mais famosa é 
“Azulão”, em parceria com o poeta Manuel Bandeira. (Dicio-
nário Cravo Albin da música popular brasileira) 
06.19. (UNESP – SP) – Por oscilar entre duas classes de pa-
lavras, o termo “só” confere ambiguidade ao título do poema. 
Identifique estas duas classes de palavras e o sentido que 
cada uma delas confere ao título. 
Instrução: Texto para a questão 06.20. 
I. Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que 
mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra 
o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, 
será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e 
cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em 
algumas partes, grandes barreiras, algumas verme-
lhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e 
muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta 
é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, 
porque a estender d’olhos não podíamos ver senão 
terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Aula 06
19Português 2B
 [...]
 As águas são muitas e infindas. E em tal 
maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, 
tudo dará nela, por causa das águas que tem.
 Porém, o melhor fruto que dela se pode 
tirar me parece que será salvar esta gente. E 
esta deve ser a principal 1semente que Vossa 
Alteza nela deve lançar.
CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. 
Porto Alegre: L&PM, 1996. p.97-98.
II. – Em toda a parte - não acha, meu padri-
nho? - há terras férteis.
 Mas como no Brasil, apressou-se ele em di-
zer, há poucos países que as tenham. Vou fazer 
o que tu dizes: plantar, criar, cultivar o milho, 
o feijão, a batata inglesa... Tu irás ver as mi-
nhas culturas, a minha horta, o meu pomar - 
então é que te convencerás como são fecundas 
as nossas terras!
 A ideia caiu-lhe na cabeça e germinou logo. 
O terreno estava amanhado e só esperava uma 
boa 2semente. [...]
 [...]
 As primeiras semanas que passou no “Sos-
sego”, Quaresma as empregou numa explora-
ção em regra da sua nova propriedade. Havia 
nela terra bastante, velhas árvores frutíferas, 
um capoeirão grosso com camarás, bacuru-
bus, tinguacibas, tibibuias, monjolos, e outros 
espécimes. Anastácio que o acompanhara, 
apelava para as suas recordações de antigo 
escravo de fazenda, e era quem ensinava os 
nomes dos indivíduos da mata a Quaresma 
muito lido e sabido em coisas brasileiras.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 
São Paulo: Ática, 1996. p. 74-76.
06.20. (UFBA) – Analise o jogo semântico, ou seja, a po-
lissemia que se verifica no emprego da palavra “semente” 
(ref. 1) em comparação com “semente” (ref. 2), identificando 
qual o sentido em que essa palavra foi usada em cada caso. 
Gabarito
06.01. a
06.02. O gato recebeu o aviso da presença do menino em cima do muro. 
Com este deslocamento do adjunto adverbial, tem-se a impressão 
de que o menino também está em cima do muro, gerando a 
ambiguidade exigida pela questão. O gato recebeu, em cima do 
muro, o aviso da presença do menino. Com este deslocamento não 
temos mudança no sentido da oração. 
06.03. a) No trecho “ficaria DESARMADO”, o sentido do termo em desta-
que é “indefeso”.
b) “Desarmaram as nuvens em tempestade de pedra e vento” 
06.04. d 
06.05. b
06.06. d
06.07. b
06.08. c
06.09. d 
06.10. b
06.11. b
06.12. d
06.13. e
06.14. d 
06.15. d
06.16. a) do alto penteado ao rubro artelho
b) cor fingida
 Associa-se à ideia de falsidade, aparência ou superficialidade. 
06.17. a) A frase “Não posso me queixar” permite duas interpretações: o 
cidadão não reclama da situação porque está contente com o 
sistema ou, então, porque ele está sujeito a um regime totalita-
rista em que a censura o impede de manifestar a sua insatisfa-
ção.
b) Mas se você perguntar a quaisquer cidadãos de uma ditadura 
o que acham do seu país, eles respondem sem hesitação: “Não 
podemos nos queixar”. 
06.18. d
06.19. O termo “só”, da forma como é empregado no título, pode ser um 
adjetivo ou um advérbio. Como adjetivo, pode atribuir uma quali-
dade ao termo “Poema”, com o significado de “único” ou “solitário”. 
Já como advérbio, seu significado no título é o de que o poema é 
“apenas” para Jaime Ovalle. 
06.20. Na “Carta de Caminha”, semente se refere ao sentimento cristão. 
Em sentido figurado, trata-se de implantar na alma do gentio a 
religiosidade cristã: a semente é a palavra de Deus. Em “Policarpo 
Quaresma”, é o grão que se planta para colher os frutos, mas é tam-
bém a concretização da «ideia» que estava na cabeça, «no terreno 
amanhado», pronto para o projeto. 
20 Extensivo Terceirão
Português
2BAula 07
Léxico II
 Linguagem expressiva, 
linguagem diferenciada...
A-11
Você atingiu o limite de bilhetes.
Por favor, faça uma recarga e não 
pare de bilhetar.
Envie AMOR para M-04 e encontre 
sua alma gêmea.
Em uma manhã do ano de 2015, este bilhete foi lido 
em uma sala de aula. Com destinatário certo, explícito, 
não houve como a classe não se empolgar... 
Porém, mais do que pela declaração com assinatura 
também explícita, o pequeno texto surpreendeu pela 
maneira inventiva como procurou “colar” o seu discurso 
com um tipo de mensagem muito conhecida de todos 
aqueles que possuem celular do tipo “pré-pago”.
Não deve ter sido muito difícil para você, também, 
identificar a simpática similaridade que essa pequena 
mensagem estabelece com aqueles constantes – e por 
que não irritantes? – avisos disparados pelas operadoras 
de telefonia celular. Quer dizer: alguém se valeu das 
marcas de um discurso automatizado, artificial, para 
recriá-las com natural originalidade.
Eis, em um caso muito simples, uma maneira de se 
explorar a potencialidade expressiva do idioma. Não se 
trata de escrever “difícil” ou “bonito”. Trata-se de achar 
o ambiente preciso, correto, para o tipo de vocabulário 
e construção que queremos aplicar a determinados 
contextos. Essa é a pista de uma linguagem expressiva.
Fórmulas prontas, frases feitas ou estruturas como 
que “decoradas” para determinadas partes de um texto 
nunca resolverão. Longe disso, tendem a explicitar a 
dificuldade na fluência natural que um bom texto costu-
ma apresentar. Nada mais equivocado do que imaginar 
que determinadas palavras ou expressões possam soar 
esmeradas ou elegantes porque “difíceis” ou complexas. 
 Campo lexical
Ao se aproximar do universo das frias mensagens 
automáticas das operadoras de celular, o autor daquele 
bilhete estava provocando o nosso conhecimento de 
mundo para o campo lexical da telefonia celular. 
Imagine um conjunto de palavras e expressões 
que, pelo seu significado,remetam a uma mesma área 
conceitual – este é o campo lexical.
Por exemplo, para o campo lexical de “cursinho” po-
demos pensar em esperança, juventude, tensão, medo, 
apostila, simulado, aprovação, aulas...
Quanto mais se conhece o campo lexical de um vocábu-
lo, maior é a amplitude do enfoque que podemos explorar 
a partir daquela palavra, sem corrermos riscos, portanto, de 
nos desviarmos daquilo que desejamos abordar.
Alguns discursos, sabe-se, têm um campo lexical 
muito marcado. O discurso religioso, o político, o “econo-
mês”, o do mundo corporativo, por exemplo, são apenas 
alguns desses casos, em que o universo de referências 
por eles acionados é sempre algo até mesmo previsível.
Biólogos e veterinários brigam por direito 
de anestesiar animais silvestres
Na selva, disputa por território é lei. Mas, na 
cidade, o clima pegou.
Biólogos e veterinários – ou melhor, seus con-
selhos – travam um embate de deixar a bicharada 
de orelha em pé.
Biólogos querem autonomia para anestesiar, 
fazer eutanásia e aplicar analgésicos em animais 
silvestres durante pesquisas de campo. Veteriná-
rios lutam pela exclusividade desses atos.
(...)
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/11/1706018-biologos-e-
veterinarios-brigam-por-anestesia-de-animais-em-pesquisas.shtml
Aula 07
21Português 2B
Reparou como o texto, embora orientado pela obje-
tividade que deve caracterizar uma notícia, permite-se 
valer de palavras e expressões que remetem a imagens 
do contexto enfocado, envolvendo “biólogos”, “veteriná-
rios” e “animais”? 
Quem sabe para não parecer muito informal foi que 
o autor do texto se utilizou de “o clima pegou” em vez de 
“o bicho pegou”, que retrataria muito mais incisivamente 
o conflito entre as duas categorias de profissionais, certo?
 Expansão lexical
Em um eventual texto, de quantos modos podería-
mos nos referir a essa figura ímpar da história brasileira? 
Algumas possibilidades:
 • Santos Dumont
 • Dumont
 • O pai da aviação
 • O inventor do avião
 • O brasileiro mais famoso na Paris de 1900
 • Um genial dândi brasileiro do início do século XX
Como já vimos nas aulas de coesão, marcas positivas 
na construção de textos correspondem, por exemplo, 
à nossa capacidade de economia, evitando repetições 
desnecessárias, e à remissão expressiva de um termo no 
interior dos enunciados.
Recuperar ou projetar um nome com a chamada ex-
pansão lexical significa alternativa de expressão a uma 
referência qualquer no texto. Isso, indubitavelmente, é 
sinônimo de nosso repertório, de nosso conhecimento 
de mundo.
Todavia, é preciso cuidado na escolha a ser feita, 
de modo que ela represente um tipo de referência 
pertinente e eficaz para o propósito que pretende al-
cançar dentro do texto. Apenas em um contexto muito 
específico e limitado seria o caso, por exemplo, de nos 
referirmos a Santos Dumont como “aquele que cometeu 
suicídio no Guarujá em 1932”, entende?
©
W
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im
ed
ia
 C
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s/
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id
a 
Be
n-
Yu
su
f
 Sinonímia × antonímia
A expansão lexical não fica reduzida apenas a refe-
rências substantivas ou adjetivas. É natural também que 
formas verbais se prestem à expansão. 
Você sabe: desde muito cedo, quando crianças, 
somos chamados à observação daquilo que é “próximo” 
quanto ao sentido e do que é “contrário” no significado. 
Em outras palavras, qualquer criança percebe, concomi-
tantemente ao seu crescimento, a existência de palavras 
que designam sentidos que são próximos, semelhantes, 
e vocábulos que expressam oposição, contrariedade.
Como antônimos, “bom” e “ruim”, “arrogante” e 
“humilde” seguramente não causam dificuldades de 
reconhecimento. Poderíamos dizer o mesmo para sul e 
norte, sabendo que na rosa dos ventos ainda existem 
outros pontos cardeais, colaterais e subcolaterais (leste, 
oeste, noroeste, sudeste, sudoeste, noroeste...)?
A sua intuição já respondeu a isso. SIM. Existe uma 
oposição mais demarcada entre sul e norte, entende? 
E essa oposição já se está culturalmente estabelecida 
para as pessoas, inclusive definindo de maneira mais 
genérica uma noção de contraste do que qualquer outro 
par de pontos cardeais.
Haverá antônimos muito visíveis em sua relação, ob-
viamente (inclusive há dicionários de antônimos), mas 
os movimentos no meio social fazem com que surjam 
palavras que tenham a marca da oposição de sentido e 
passem a figurar como autênticos antônimos.
 Semelhantes, mas 
não iguais
Sinônimos são palavras que apresentam sentidos 
aproximados. Lembre-se: não existem palavras com o 
mesmo e exato sentido. O que acontece é uma maior ou 
menor aproximação de sentidos ou conteúdo entre os 
vocábulos.
Esse tipo de relação de sinonímia baseia-se no 
mesmo tipo de “aproximação” que notamos no caso dos 
antônimos. Cabe sempre, você sabe, a nossa percepção 
quanto ao que é definido pelo contexto em que vive-
mos: sinônimos também são “construídos” na vivência 
das palavras em uma língua.
Note lá: “lutar” e “brigar” podem ser considerados si-
nônimos, mas todos sabemos que não indicam a mesma 
coisa – não existem termos que apresentem o mesmo 
conteúdo semântico. 
“Lutar” implica uma espécie de confronto com 
regras definidas; em sentido conotativo relaciona-se à 
tenacidade, à capacidade de enfrentar corajosamente 
uma adversidade constante – por exemplo, o vestibular.
22 Extensivo Terceirão
“Brigar”, por sua vez, parece extrapolar os limites 
do sentido de “lutar”. “Brigar” não pede regras; quando 
uma luta vira briga, é porque as regras foram deixadas 
de lado. Conotativamente, “brigar” pode significar uma 
espécie de ação mais desesperada e menos planejada 
do que aquela de quem luta contra um problema, certo?
Assim, o que chamamos de sinônimos são palavras 
de conteúdo muito próximo, mas não de conteúdo 
rigorosamente igual.
Reconhecer os contextos de uso na aplicação de si-
nônimos e antônimos amplia a expressividade do nosso 
discurso.
Hiperonímia e hiponímia
Leia o pequeno trecho abaixo:
 • insetos
 • mosquito
 • Aedes aegypti
 • bichinho
O recurso utilizado nesse tipo de expansão lexical 
leva em conta os conceitos de hiperonímia e hiponímia.
Hiperônimo é o nome que tem um sentido mais 
amplo, englobando semanticamente outros nomes. 
Hipônimo, por sua vez, corresponde ao vocábulo de 
sentido mais restrito, englobado por um hiperônimo.
Se pensássemos em uma escala decrescente sob o 
ponto de vista semântico, teríamos a seguinte ordena-
ção, no caso do pequeno trecho anteriormente:
Bichinho > Insetos > Mosquito > Aedes Aegypti
Em que se pode notar o sentido mais amplo na pala-
vra “bichinho” até o mais restrito, que é a especificação 
maior que se pode obter, com “Aedes Aegypti”.
É normal que usemos um hiperônimo ou hipônimo 
segundo a nossa experiência com os objetos que enfo-
camos. Quando você vê um animal de quatro patas, que 
alguns acham interesseiro e traiçoeiro, outros, charmoso 
e independente, e que persegue ratos e foge de cães, 
dificilmente você o nomeia por “angorá” ou “siamês”, 
simplesmente chamando-o de “gato”, que é um hiperô-
nimo em relação à raça, não? 
Testes
Assimilação
07.01. (UPE – PE) – Sobre o trecho “este Brasil imenso não 
é feito só do que acontece em grandes proporções, mas 
destas pequenas, ininterruptas, perseverantes atividades que 
se desenvolvem na obscuridade e de que as outras, sem as 
enunciar, dependem”.
I. O antônimo de “ininterruptas” é “interruptas” assim como 
o sinônimo de “grande” é “colossal”.
II. O antônimo de “ininterruptas” é “interrompidas” assim 
como o sinônimo de “obscuridade” é “claridade”.
III. O antônimo de “perseverantes” é “umbrosas” assim como 
o sinônimo de “imenso” é “enorme”.
Somente é VERDADEIRO o que se afirma em
a) I.
d) I e III. 
b) II. 
e) III.
c) I e II. 
Dentre os insetos, o mosquito é dos mais irri-
tantes ao ser humano. O Aedes aegypti tem cau-
sado dor de cabeça aos brasileiros desde a década 
de 90! As pessoas só descobrem que foram pica-
das pelo bichinho quando os primeiros sintomas 
da doença começam a aparecer.
Notexto que você acabou de ler, o mosquito da den-
gue é nomeado de maneiras diversas, como podemos 
perceber.
07.02. (UPE – PE) – Associe segundo o código:
1. Hipônimo 
2. Hiperônimo
I. Vegetal é ( ) de rosa.
II. Homem é ( ) de animal.
III. Eletrodoméstico é ( ) de liquidificador.
IV. Mamífero é ( ) de tigre.
V. Pastor-alemão é ( ) de cachorro.
A alternativa CORRETA é:
a) I-1, II-2, III-1, IV-2, V-1.
b) I-1, II-1, III-2, IV-1, V-1. 
c) I-2, II-1, III-2, IV-2, V-1. 
d) I-2, II-2, III-1, IV-1, V-2.
e) I-2, II-2, III-2, IV-2, V-2.
Aula 07
23Português 2B
07.03. (UEL – PR) – Leia a tira a seguir. 
Disponível em: google.com.br 
Associada à imagem, qual palavra usada no texto provoca o efeito humorístico? 
Justifique sua resposta. 
07.04. (UNICAMP – SP) – Leia o texto a seguir, publicado no Instagram e em um 
livro do @akapoeta João Doederlein.
(João Doederlein, O livro dos ressignificados. São Paulo: Paralela, 2017, p. 17.)
A ressignificação de estrela ocorre porque o verbete apresenta
a) diversas acepções dessa palavra de modo amplo, literal e descritivo.
b) cinco definições da palavra relativas à realidade e uma definição figurada.
c) vários contextos de uso que evidenciam o caráter expositivo do gênero verbete.
d) uma entrada formal de dicionário e acepções que expressam visões particulares.
Aperfeiçoamento
Instrução: Texto para as questões 
07.05, 07.06 e 07.07. 
Em agosto de 2005, a Re-
vista Língua fez uma entrevis-
ta com Millôr Fernandes, o 
escritor escolhido para ser o 
homenageado da FLIP 2014. 
Eis, aqui, alguns trechos dessa 
entrevista.
Língua – Fazer humor é levar 
a sério as palavras ou brincar 
com elas? Millôr – Humor, 
você tem ou não tem. Pode 
ser do tipo mais profundo, 
mais popular, mas tem de ter. 
1Você vai fazendo e, sem que-
rer, a coisa sai engraçada. Dá 
para perceber quando a cons-
trução é forçada. Tenho uma 
capacidade muito natural de 
perceber bobagem e destruir 
a coisa. 
Língua – Com que língua 
você mais gosta de trabalhar? 
Millôr – Não aprendi línguas 
até hoje (risos). 3Gosto de tra-
balhar com o português, em-
bora inglês seja a que eu mais 
leio. Nunca tive temor de 
nada. Deve-se julgar as obras 
pelo que elas têm de qualida-
de, não por serem de fulano 
ou beltrano. Shakespeare fez 
muita besteira, mas tem três 
ou quatro obras perfeitas, e 
Macbeth é uma delas. 
Língua – Na sua opinião, 
quais vantagens o português 
possui em comparação a ou-
tras línguas que você conhece? 
Millôr – A principal vanta-
gem é a de ser a minha língua. 
Ninguém fala duas línguas. 
Essa ideia de um espião que 
fala múltiplas línguas não pas-
sa de mentira. Vai lá no meio 
do jogo dizer “salame minguê, 
um sorvete colorê...” ou “ve-
lho guerreiro”. Os modismos 
da língua, as coisas ocasionais, 
não são acessíveis a quem não 
é nativo. Toda pessoa tem 
24 Extensivo Terceirão
habilidade só no seu idioma. Você pode apren-
der uma, dez, sei lá quantas expressões de outra 
língua, mas ainda existirão outras mil – 4como é 
que se vai fazer? A língua portuguesa tem suas 
particularidades. Como outras também. Aprendi 
desde cedo a ter o cuidado de não rimar ao escre-
ver uma frase. Sobretudo em “-ão”. 
Língua – Quais as normas mais loucas ou mais 
despropositadas da língua portuguesa? Millôr – 
Toda pesquisa de linguagem é perigosa porque tem 
o caráter de induzir o sentido. Não tenho nenhum 
carinho especial por gramáticos. Na minha vida 
inteira sempre fui violento [no ataque às regras 
do idioma], porque a língua é a falada, a outra é 
apenas uma forma de você registrar a fala. Se todo 
mundo erra na crase é a regra da crase que está er-
rada, como aliás está. Se você vai a Portugal, pode 
até encontrar uma reverberação que indica a crase. 
Não aqui. Aqui, no Brasil, a crase não existe. 
Língua – Mas a fala brasileira é mutante e 
díspar, cada região tem sua peculiaridade. Como 
romper regras da língua sem cair no vale-tudo? 
Millôr – 5Se não houver norma, não há como 
transgredir. A língua tem variantes, mas temos de 
ensinar a escrever o padrão. Quem transgride tem 
nome ou peito, que o faça e arque com as conse-
quências. Mas insisto que a escrita é apenas o regis-
tro da língua falada. De Machado de Assis pra cá, 
tudo mudou. A língua alemã fez reforma ortográfica 
há 50 anos, correta. Aqui, na minha geração, já fo-
ram três reformas do gênero, uma mais maluca que 
a outra. 6Botaram acento em “boemia”, escreveram 
“xeque” quando toda língua busca lembrar o ára-
be shaik, insistiram que o certo é “veado” quando 
o Brasil inteiro pronuncia “viado”. Como chegaram 
a tais conclusões? Essas coisas são idiotas e cabe a 
você aceitar ou não. Veja o caso da crase. A crase, na 
prática, não existe no português do Brasil. Já vi tá-
buas de mármore com crase errada. Se todo mundo 
erra, a crase é quem está errada. Se vamos atribuir 
crase ao masculino “dar àquele”, por que não fazer o 
mesmo com “dar alguém”? 2Não podemos.
Disponível em: <http://revistalingua.uol.com.br/textos/97/millor-fernandeso-
senhor-das-palavras-247893-1.asp>. Acesso em: 13/06/2014. Adaptado. 
07.05. (UPE – PE) – Quanto aos aspectos semânticos e 
efeitos de sentido alcançados pelo vocabulário utilizado no 
texto, assinale a alternativa CORRETA. 
a) Os dois empregos do hiperônimo “coisa” (1º. parágrafo) 
expressam o mesmo tom pejorativo. 
b) Recursos de ironia, como “risos” e vocábulos coloquiais 
(“fulano”, “besteira”), marcam o 2º. parágrafo: o leitor deve 
compreender que, na verdade, Millôr fala diversas línguas 
e considera perfeita toda a obra de Shakespeare. 
c) No texto, “a fala brasileira é mutante e díspar” (5º. parágrafo) 
equivale a “a fala brasileira é inconstante e disparatada”, 
ou seja, “sem normas ou regras”. 
d) Vocábulos como “língua”, “português”, “idioma”, “gramá-
ticos”, entre outros, pertencem a um mesmo campo 
semântico e contribuem, assim, para a construção da 
unidade de sentido ao longo do texto. 
e) Vocábulos como “destruir” (1º. parágrafo), “desproposita-
das” (4º. parágrafo), “acessíveis” (3º. parágrafo) e “induzir” (4º. 
parágrafo) apresentam prefixos de traço semântico com 
valor de negação: “des-”, “a-” e “in-”. 
07.06. (UPE – PE) – Numa entrevista, o teor das perguntas 
diz muito a respeito do entrevistado. Considerando o conjun-
to de perguntas da entrevista acima, bem como as demais 
informações apreendidas do texto, é CORRETO afirmar que 
o entrevistador, ao elaborar as perguntas, teve em conta, 
principalmente, que Millôr Fernandes
a) é um escritor famoso pela linguagem correta e pelo estilo 
sofisticado, o que angariou o reconhecimento por parte 
dos gramáticos e de outros estudiosos da língua.
b) se notabilizou pelo humor inteligente e por uma visão 
crítica a respeito da tradicional normatização da língua, 
como confirmam as respostas que deu nessa mesma 
entrevista.
c) se tornou conhecido como crítico mordaz, que polemiza 
sobre assuntos para os quais não tem autoridade, como 
se pode comprovar na menção irreverente a escritores 
famosos.
d) tem amplo conhecimento sobre a língua, resultado de 
muitos anos dedicados à pesquisa científica linguística, 
o que é atestado num posicionamento francamente 
academicista.
e) tem capacidade para discutir os fatos da língua sob uma 
perspectiva não apenas restrita ao trabalho dos escritores, 
mas também voltada a uma abordagem tradicional do 
ensino de língua.
07.07. (UPE – PE) – Acerca de algumas relações semânticas 
presentes no texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) Ao afirmar: “Gosto de trabalhar com o português, embora 
inglês seja a que eu mais leio.”, o entrevistado faz uma 
afirmação e, em seguida, apresenta uma causa para o 
que foi afirmado. 
b) Com o trecho: “Shakespeare fez muita besteira, mas tem 
três ou quatro obras perfeitas”, o locutor faz uma decla-
ração e, em seguida, introduz a explicação do conteúdo 
declarado.
c) No trecho: “Aprendi desde cedo a ter o cuidado de não 
rimar ao escrever uma frase.”, o segmento destacado tem 
valor temporal.
d) O trecho: “Se todo mundo

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