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1 Autoria no deslizamento de Sentidos Walter Ap. Gonçalves 1 wgoncalves67@gmail.com “(...) a língua é pensada “como sistema sintático intrinsecamente passível de jogo e a discursividade como inscrição de efeitos linguísticos materiais na historia, Orlandi, (2004 p.80).” RESUMO: Pretendemos um exercício de leitura das composições musicais, Quem tem... tem medo (2006) de autoria de Alcino Alves/Jovelino Lopes/ Aldair Teodoro da Silva, Roela do Eno (2006), de autoria de Jovelino Lopes e Aldair Teodoro da Silva, interpretada pela dupla sertaneja Teodoro e Sampaio, buscando compreender o funcionamento dos sentidos e da posição sujeito, conforme a Analise do Discurso (Pêcheux, 1975; Foucault 1992; Orlandi, 2000;). Partimos do suposto de que a composição é suscetível de tornar-se outra, diferente de si mesmo, deslocando-se discursivamente de seu sentido para derivar para outro (ORLANDI, 2000). Assim, perguntamos como a composição produz sentidos no jogo fonético da língua, em que alguns termos ganham outras funções gramaticais no seu movimento metafórico na sua relação com a função autor? PALAVRAS-CHAVE: Autor, Sujeito, Metáfora, Discurso, Memória. ABSTRACT: We intend to exercise this reading of musical compositions, Quem tem...tem medo (2006) authored by Alcino Alves / Jovelino Lopes / Aldair Teodoro da Silva, Roela do Eno (2006), authored by Lopes and Jovelino Aldair Teodoro da Silva, played by double sertaneja Teodoro Sampaio and seeking to understand the functioning of the senses and the subject position, as Discourse Analysis (Pecheux, 1975; Orlandi, 2000;). We start from the assumption that the composition is likely to become another, other than you, moving discursively to derive its meaning to another (ORLANDI, 2000). So, we ask how the composition makes sense in the game phonetic language in terms that make some other grammatical functions other metaphorical in its movement and its relationship with the author. KEY-WORDS: Author, Subject, Metaphor, Discourse, Memory. Nosso trabalho irá desenvolver-se a partir das composições músicas, Quem tem... Tem medo (2006) e Quem ta com a roela do Eno (2006), interpretada pela dupla sertaneja Teodoro e 1 Acadêmico do 5º Semestre do Curso de Letras da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT. Trabalho acadêmico apresentado a Professora Eliana de Almeida da disciplina de Análise do Discurso, ofertado pelo referida professora no Curso de Letras da UNEMAT. 2 Sampaio. O gênero é sertanejo de cunho narrativo; e que tomaremos como corpus o refrão das composições. A teoria em que nos apoiaremos para o desenvolvimento terá como base a autoria, metáfora, deslizamento, paráfrase, polissemia, conforme os teóricos referenciados neste trabalho. Iniciaremos com as seguintes perguntas: Como as composições musicais produzem sentidos no jogo fonético da língua, em que alguns termos ganham outras funções gramaticais outras no seu movimento metafórico, e na sua relação com o autor? De que modo os procedimentos de escritura do sujeito compositor definem uma autoria? Procuraremos responder estas pergunta diante dos aportes teóricos em que nos apoiaremos para o seu desenvolvimento. A citação abaixo nos ajudará compreender um pouco melhor o conceito autor/autoria segundo Michel Foucault: “Foucault, diz em seu texto “O que é um autor”?", o teórico comenta que, historicamente, os textos passaram a ter autores na medida em que os discursos se tornaram transgressores com origens passíveis de punições, pois, na antiguidade, as narrativas, contos, tragédias, comédias e epopeias textos que hoje chamaríamos literatura eram colocados em circulação e valorizados sem que se pusesse em questão a autoria o anonimato não constituía nenhum problema, a sua própria antiguidade era uma garantia suficiente de autenticidade. (...) nos séculos XVII e XVIII os mesmos textos científicos passaram a ter validade em função de sua ligação a um conjunto sistemático de "verdades" demonstráveis. No final do século XVIII e no correr do século XIX, com a instituição do sistema de propriedade, possuidor de regras estritas sobre direitos do autor e relações autor/editor, é que o gesto carregado de riscos da autoria, enquanto transgressão, segundo Foucault, passou a se constituir um bem, preso àquele sistema. Para Foucault, o que denomina como "função-autor", dispensada nos discursos científicos pela sua pertença a um sistema que lhe confere garantia, permanece nos discursos literários. A "função- autor" não se constrói simplesmente atribuindo um texto a um indivíduo com poder criador, mas se constitui como uma característica do modo de existência, de circulação e de funcionamento de alguns discursos no interior de uma sociedade” (FOUCOULT, 1992, p. 46). 2 Antes mesmo de partirmos para o centro de nosso objetivo, queremos citar o que Eni Orlandi diz sobre as palavras, pois elas compõem o corpus de nosso objeto de trabalho. Vejamos: 2 Disponível em http://www.unicamp.br/~hans/mh/autor.html > acessado em 03/12/12 . 3 As palavras não são só nossas. Elas significam pela história e pela língua. O que é dito em outro lugar também significa nas “nossas” palavras. O sujeito diz, pensa que sabe o que diz, mas não tem acesso ou controle sobre o modo pelo qual os sentidos se constituem nele. Por isso é inútil, do ponto de vista discursivo perguntar para o sujeito o que ele quis dizer quando disse “x” (ilusão da entrevista in loco). O que ele sabe não é suficiente para compreendermos que efeitos de sentido estão ali presentificados. (ORLANDI, 2001, P. 32) Com o objetivo de chegarmos a um entendimento mais conciso, quanto ao tema deste exercício por nós proposto, iremos fazer uso das palavras de Ferdinand Saussure, para definir o conceito do signo linguístico e para que tenhamos uma melhor compreensão do que apontamos nas palavras-chave do presente trabalho. Em seu CLG (1916) define o signo. Para ele o signo é a união do sentido e da imagem acústica, o que ele chama de sentido é a mesma coisa que conceito ou ideia, isto é, a representação mental de um objeto ou da realidade social em que nos situamos. Para a Análise do Discurso, essa representação esta condicionada pela formação sociocultural que nos cerca desde os nossos primeiros dizeres. Em outras palavras, para Saussure, conceito é sinônimo de significado plano das ideias, algo como o lado espiritual da palavra, sua contraparte aberta, em oposição ao significante plano da expressão, que é sua componente sensível, e por outro lado, a imagem acústica “não é o som material, coisa puramente física, mas a impressão psíquica desse som”. Melhor dizendo, a imagem acústica é o significante. Para isso, entendemos que o signo linguístico é uma instituição psíquica de duas expressões, semelhante a uma moeda. (Saussure, 2006, p. 80). Nas composições musicais que estamos utilizando para o desenvolvimento deste exercício, iremos nos apoiar no caráter linear do significante que é um dos princípios do signo linguístico, que se constitui de uma por uma sequência de sons, e sendo de natureza acústica (auditiva), desenvolve-se no tempo, em oposição à escrita desenvolve-se espacialmente. Do mesmomodo, tem o caráter linear por desenvolver-se no tempo e sua extensão medida em segmento linear: um som após o outro, de acordo com cada cultura. Entende-se por isso que, os elementos da composição são distintos, desiguais entre si. Ao falarmos, emitimos um fonema de cada vez, linearmente, ou seja, em linha - por isso, diz-se caráter linear do significante. Quem esta com a Roela do Eno? , observemos aqui a preposição (do), nos remete ao que Saussure discutiu em (CLG, 2006): Q/U/E/M/ E/S/T/A /A/ C/O/M /R/O/E/L/A/ /D/O/ E/N/O/ 4 Este princípio é evidente, mas parece que sempre se negligencio enuncia-lo, sem duvida porque foi considerado demasiadamente simples; todavia, ele é fundamental e suas consequências são incalculáveis; sua importância é igual à da primeira lei. Todo mecanismo da língua depende dele (...) os significantes acústicos dispõem apenas da linha do tempo; seus elementos se apresentam um após outro; formam uma cadeia. Esse caráter aparece imediatamente quando os representamos pela escrita e substituímos a sucessão do tempo pela linha espacial dos signos gráficos. (CLG, p.84). QUEM TA COM A ROELA DO ENO Os grupos formados por associações mental não se limitam à aproximar os termos que apresentam algo em comum; o espírito capta a natureza das relações que as unem em cada caso e cria com isso tantas séries associativas quantas relações diversas existente. Assim, enseignement, enseigner, enseignons, etc. (ensino, ensinar, ensinemos), há uns elementos comuns a todos os termos, o radical, toda via a palavra enseignement, ou ensino, se pode achar implicada numa série baseada em outros elementos comuns; o sufixo (enseignement, armenet, changement, etc; ensinamento, armamento, desfiguramento, etc.) a associação pode ser fundar apenas na analogia dos significados (ensino, intenção, aprendizagem e educação etc), ou pelo contrário, na simples comunidade da imagem acústica. (CLG, p.145) Saussure compara as duas naturezas e as relações das unidades linguísticas como uma viga que sustenta uma determinada parte de um edifício ou casa. Ele nos deu elementos analógicos para promover a abrangência de como estas analogias ocorrem num determinado momento de fala ou como podemos perceber no refrão da música Roela do Eno. Ao fazer referência a viga de sustentação, Saussure nos faz pensar em dois eixos; um vertical e outro horizontal, onde o primeiro eixo representa as relações associativas, ou paradigmáticas, e o segundo, as relações sintagmáticas. Quando afirma que esse arranjo das duas unidades que estão igualmente inseridas no espaço faz-nos pensar na relação sintagmática, Saussure mostra a natureza das relações no eixo sintagmático, uma vez que nos faz pensar que, para que ocorram tais relações, se faz necessária à intervenção de um eixo sobre o outro; o eixo sintagmático acontece se realiza, em função linear do tempo e com base no eixo paradigmático que o sustém. Por último, com a afirmativa de que se a coluna é de ordem dórica 3 , ela evoca a comparação mental com outras ordens (jônica, coríntia, etc.), Saussure revela o caráter associativo das relações paradigmáticas (...) no eixo associativo as unidades linguísticas são organizadas mnemonicamente a partir de um ou mais elementos comuns. Essas associações se verificam no nível de signo, significado e significante. Já no eixo sintagmático as unidades linguísticas se relacionam de forma opositiva após terem sido 3 Rubrica: linguística. Referente à ou o grupo de dialetos do grego antigo, falados em todo o Sul e Leste do Peloponeso, na Acarnânia, em Creta e na Dórida, e tb. no Sudeste da atual Turquia, no Dodecaneso e em Rodes. 5 escolhidas do eixo das associações e mantêm umas com as outras, um compromisso integral com a semântica textual. (CLG, p.147-147). Segundo Orlandi, (p. 80) o circunstanciado sofre um deslizamento a partir da imagem acústica conforme ensina Saussure em (CLG, 2006, p. 15-23). Vejamos o que referência Orlandi: O efeito metafórico, o deslize – próprio da ordem do simbólico – é lugar de interpretação, da ideologia, da historicidade. Essa é a relação entre a língua e o discurso: a língua é pensada “como sistema sintático intrinsecamente passível de jogo e a discursividade como inscrição de efeitos linguísticos materiais na historia”, como diz M. Pêcheux (1980). Efeitos materiais na historia, deslizes, paráfrases, metáfora. Eis um conjunto de noções que sustentam a possibilidade da analise (...) essa duplicidade faz referir um discurso outro para que ele faça sentido. ORLANDI, (p. 80). No refrão percebe-se que (Eno) é um colecionador de Roelas4 prateadas, e que acaba perdendo uma delas em um baile de forró. Os compositores jogando com os sentidos do sujeito perguntam; Quem esta com a Roela do Eno? Vemos que o sentido da palavra “Roela” desliza-se para o sentido de “anus” e o sujeito aqui denominado Eno, verbo intransitivo regular doer. Outras composições dos mesmos autores nos conduzem a esse efeito metafórico que segundo Orlandi (2004) diz que, toda composição, sequencia de enunciação, é, pois linguisticamente descritível como uma série de deriva possíveis (para nós, deslizes, efeitos metafóricos), oferecendo lugar a interpretação. Consideramos que toda a possibilidade de jogo na língua se dá pelos deslizes significantes, realizando-se em diferentes fenômenos, como vemos agora em outra composição musical, como em Quem tem Um tem medo (2006), de autoria de Alcino Alves/Jovelino Lopes/ Aldair Teodoro da Silva. Ao se pensarmos na frase quem está com a Roela do Eno, buscaremos compreender, pela a Análise do Discurso como essa música, enquanto objeto produz sentido. Michel Foucault (1992), em seu texto "O que é um autor?", comenta que, historicamente, os textos passaram a ter autores na medida em que os discursos se tornaram transgressores com origens passíveis de punições, pois, na antiguidade, as narrativas, contos, tragédias, comédias e epopeias textos que hoje chamaríamos literatura eram colocados em 4 Substantivo feminino: plaqueta circular ou quadrada provida de um furo central, que serve de base à porca para distribuir a pressão resultante do aperto do parafuso em maior área de contato; nina. Etimologia: a- + ruela, do fr.ant. rüelle 'rodela', do lat.tar. Rotella, dim. de ròta, ae 'roda’. 6 circulação e valorizados sem que se pusesse em questão a autoria o anonimato não constituía nenhum problema, a sua própria antiguidade era uma garantia suficiente de autenticidade. O efeito metafórico produz esse deslizamento do sentido conduzindo o leitor/ouvinte, para o que Orlandi (2004) diz que, (...) isso aponta para o “discurso duplo e uno”. (...) é a que revela o irrevelado no próprio texto. Esse jogo metafórico, em que somos levados, nos insere também no contexto sociocultural de que os compositores partiram para a composição, o jogo fonético/semântico, a estrutura morfossintática, faz com que percorramos para nesse emaranhado em que somos inseridos. Podemos observar que no refrão da musica, Quem ta com a Roela do Eno , temos a transcrição fonética da palavra doendo [doˈendo], e é nesse jogo fonético que temos esse deslizamento de sentido, que parte para a comicidade, levando o leitor/ouvinte a interpretar pelo efeito metafórico (...) próprio da ordem do simbólico – é lugar de interpretação, da ideologia, da historicidade. ORLANDI, (2004 p. 80). O sentido de uma palavra, expressão, proposição não existe em si mesmo, só pode ser constituído em referência às condiçõesde produção de uma determinada composição, uma vez que muda de acordo com a formação ideológica de quem o reproduz, bem como de quem o interpreta. O sentido nunca é dado, ele não existe como produto acabado, resultado de uma possível transparência da língua, mas está sempre em curso, é movente e se produz dentro de uma determinação histórico-social, daí a necessidade de se falar em efeitos de sentido. QUEM TA COM A ROELA DOENDO Quem esta com o cú doendo QUEM TEM (...) TEM MEDO Quem tem cú tem medo (...) A ideologia representa a saturação, o efeito de completude que, por sua vez, produz o efeito de “evidência”, sustentando-se sobre o já dito, os sentidos já institucionalizados, admitidos por todos como “naturais”.Pela ideologia há transposição de certas formas materiais em outras, isto é, há simulação. Assim, na ideologia não há ocultação de sentidos (conteúdos), mas apagamento do processo de constituição. Orlandi (2004 p. 66). Análise de Discurso visa fazer compreender como os objetos simbólicos produzem sentidos. Analisando assim os próprios gestos de interpretação, considera-se como atos no domínio simbólico, pois ele intervém no real do sentido, trabalha seus limites, seus mecanismos, como parte dos processos de significação. No texto, podemos observar que a memória discursiva se manifesta, não há veracidade escondida atrás do texto, há gestos de interpretação que o compõem. 7 De acordo com Orlandi (2004, p. 63), (...) a compreensão do lugar da interpretação nos esclarece a relação entre ideologia e inconsciente, tendo a língua como lugar em que isso se dá, materialmente. A memória por sua vez, tem suas características, quando pensada em relação ao discurso. E, nessa perspectiva ela é tratada como interdiscurso. Este é definido como aquilo que fala antes, em outro lugar, independentemente. O mesmo que se repete é o fonema, mas que produz novas formulações pelo deslize da língua. Ou seja, é o que chamamos memória discursiva: o saber discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do pré- construído, o já dito que esta na base do dizível, sustentando cada tomada da palavra. O interdiscurso disponibiliza dizeres que afetam como o sujeito significa em uma situação discursiva dada. Orlandi (2000, p.31). Deve-se acrescentar ainda que, as condições de produção, que instituem os discursos, funcionam em combinação com certos fatores, entre eles os sentidos. Nos discursos, sempre poderemos observar, que um sempre estará indicando o outro. E que deve haver uma base de apoio entre eles, todos esses mecanismos de funcionamento do discurso repousam no que chamamos formações imaginárias. Assim não são os sujeitos físicos nem os seus lugares empíricos como tal, isto é, como estão inscritos, na sociedade, e que poderiam ser sociologicamente descritos, que funcionam no discurso, mas suas imagens que resultam de projeções. São projeções que permitem passar das situações empíricas os lugares dos compositores para posições dos sujeitos no discurso. Conclusão Concluímos que diante dos estudos realizados e as discussões realizadas podemos observa-se que todo funcionamento da linguagem se ajusta na articulação em meio a processos parafrásticos e polissêmicos, e também nos efeitos metafóricos que deslizam para sentidos do “discurso duplo e uno”, ou seja, em todo falar sempre há algo que sustenta, isto é, o falável, a memória. Diferentes formulações do mesmo articulado sedimentado. E no que se refere a polissemia existe um deslocamento, uma ruptura do processo de significação, existe então um jogo com o duvidoso, essas forças estão trabalhando continuamente o dizer, a maneira que o discurso se arranja na tensão em meio ao que é igual e ao que é diferente com podemos ver no composição “ Quem esta com a Roela do Eno” . Assim sendo a língua é sujeita a equívoco e a ideologia é um ritual com falhas Se o real da língua não fosse sujeito a falha e o real da historia não fosse passível de ruptura, não haveria transformação, nem 8 movimento dos sujeitos e dos sentidos. Nem os sujeitos, nem os sentidos, logo, nem o discurso, já estão prontos e acabados, eles estão sempre se fazendo, há um movimento constante do simbólico e da história. Há uma tensão constante de paráfrase e polissemia. Os sentidos e os sujeitos sempre podem ser outros. Dependem de como são afetados pela língua e de como se inscrevem na história 5 . 5 <Arlete Deretti Fernandes, ESTUDO DO CAPÍTULO II DO LIVRO “ANÁLISE DE DISCURSO”, DE ENI P. ORLANDI. Disponível em: https://sites.google.com/site/raizonline/analisediscurso> Acesso: em 16 de junho de 2012. 9 REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS FOUCAULT, Michel. O que é um autor. Lisboa: Vega, 1992. HOUAISS, Antônio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2009. ORLANDI, Eni Pucinelli, Análise de discurso: princípios e procedimentos, Campinas, SP: Pontes, 2000. PÊCHEUX. M. (1975). Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do Óbvio. Tradução de Eni P. Orlandi [et al.]. Campinas: Editora da UNICAMP, 1995. 317 p._____. (1982). Sur la (dé) construction des theories linguistiques. SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2006. 10 Anexo Roela do Eno Composição: Jovelino Lopes e Teodoro Ano: 2006 O Eno é meu amigo e companheiro O Eno é um cara especial Coleciona Roelas prateadas Tem uma coleção sensacional Uma noite o Eno foi no forró Dançou demais e acabou perdendo Uma Roela que pra ele vale ouro Tá procurando, tá chorando, tá sofrendo Quem tá com a Roela do Eno Quem tá com a Roela do Eno Quem tá com a Roela do Eno Não adianta disfarçar Nem ficar escondendo Quem tá com a Roela do Eno Quem tá com a Roela do Eno Quem tá com a Roela do Eno Não adianta esconder Que eu vou ficar sabendo Subi no palco e falei o acontecido Ninguém deu bola, ninguém quis me ajudar Mas quem tava com a Roela do Eno Dava pra ver quando ia dançar Procurei no forró a noite inteira Saí de lá tava quase amanhecendo 11 O meu amigo vai dar uma recompensa Vamos pegar quem tá com a Roela do Eno Na confusão então chamaram a polícia Que já chegou descendo o pau e batendo Eu só sei que apanhou Até quem não tava com a Roela do Eno Mas no tumulto eu estava de olho Saiu um cara que até hoje tá correndo E a polícia tá na cola, tá achando Que esse sujeito tá com a Roela do Eno Quem tem... tem medo Composição: Alcino Alves/Jovelino Lopes/Teodoro Teodoro e Sampaio Ninguém no mundo é feito só de coragem Conta vantagem, mas esconde o seu segredo Tenho certeza, eu garanto e bato o pé Aposto com quem quiser. Quem tem... tem medo Quem tem... tem medo O homem rico tem medo de ficar pobre O pobre luta com medo de passar fome Eu já sai com uma mulher bonita e quase morri de medo a safada era homem O jogador tem medo de errar o gol E o cantor medo de errar a canção E quando a gente tem na vida um grande amor Morre de medo de ficar na solidão Ninguém no mundo é feito só de coragem Conta vantagem, mas esconde o seu segredo Tenho certeza, eu garanto e bato o pé Aposto com quem quiser. Quem tem... tem medo Quem tem... tem medo A bailarina tem medo de errar o passo O lutador tem medo de ir a lona 12Conquistador, medo de não dar no couro Se acaso vai pra cama com uma gostosona Mergulhador tem medo de tubarão O pescador tem medo jacaré Se tem mulher que treme de medo de homem Tem homem frouxo que tem medo de mulher Ninguém no mundo é feito só de coragem Conta vantagem, mas esconde o seu segredo Tenho certeza, eu garanto e bato o pé Aposto com quem quiser. Quem tem... tem medo Quem tem... tem medo
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