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Aula 12 – Deformação plástica e Mecanismos de aumento de resistência Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Engenharias da Mobilidade Prof. Gabriel Benedet Dutra Nível de Observação Mecanismo de aumento de resistência dos materiais Mecanismos de aumento de resistência Todas as técnicas de aumento de Resistencia em metais dependem de um principio simples: restringir ou impedir o movimento de discordâncias confere maior dureza e resistência de um material. Deformação plástica • Inicialmente os valores de resistências teóricas medidas eram discrepantes com relação aos obtidos experimentalmente. 1930 - Discordâncias 1950 – visualizadas por MEV Desde então foi utilizada para explicar muitos dos fenômenos físicos e mecânicos que ocorrem nos metais Discordâncias A compreensão da natureza e do papel que as mesmas desempenham nos processos de deformação plástica permitem compreender algumas das técnicas empregadas para aumento de resistência e dureza dos materiais metálicos e ligas. Callister: Capítulo 8: Mecanismos de deformação e aumento da resistência Possibilidade de adaptação das propriedades mecânicas dos materiais Discordâncias e deformação plástica Escorregamento: processo pelo qual uma deformação plástica é produzida pelo movimento de uma discordância. Plano de escorregamento Direção de escorregamento Uma distância interatômica Discordâncias e deformação plástica A deformação plástica macroscópica corresponde simplesmente á deformação permanente que resulta do movimento das discordâncias, ou do escorregamento em resposta a aplicação de uma tensão de cisalhamento. • Quando os metais são deformados plasticamente cerca de 5% da energia é retida internamente, o restante é dissipado na forma de calor; • A maior parte desta energia armazenada está associada com as tensões associadas às discordâncias; • A presença de discordâncias promove uma distorção da rede cristalina de modo que certas regiões sofrem tensões compressivas e outras tensões de tração. Características das discordâncias • Campos de deformação que se irradiam a partir da linha de discordância. As deformações se estendem aos átomos vizinhos e sua magnitude se reduz com a distância á discordância. • Os campos de deformação podem interagir promovendo o surgimento de forças sobre cada discordância. Características das discordâncias Discordâncias: origens • Durante a deformação plástica o número de discordâncias aumenta drasticamente: Discordâncias existentes, que se multiplicam; contornos de grão; irregularidades da superfície: riscos, entalhes. Aumentam a concentração de tensões e atuam como locais para formação de discordâncias Metais e ligas: discordâncias introduzidas durante o processo de solidificação, deformação plástica ou devido a tensões térmicas por resfriamento rápido. Densidade de discordâncias: comprimento total de discordâncias por unidade de volume: numero de discordâncias que intercepta uma área aleatória. Metais deformados: 109 a 1010 mm-2. Cerâmicas: 102 a 104 mm-2. Discordâncias: origens Sistema de escorregamento • Há um plano preferencial para o movimento das discordâncias e uma direção neste plano para este movimento – plano e direção de escorregamento. • Plano de escorregamento: possui o empacotamento atômico mais denso – maior densidade planar. • O deslizamento ocorre em planos e direções mais compactas pois nestes a distância de deslocamento da rede cristalina é reduzida. • Este deslizamento pode ocorrer em diferentes direções e planos equivalentes – família de direções e planos. Materiais mono e policristalinos Deformação plástica em monocristais Deformação plástica em policristais • No caso de materiais policristalinos a direção de escorregamento varia de um grão para outro. • O escorregamento vai ocorrer na direção que possui orientação mais favorável. • Amostra de Cu policristalino – dois sistemas de escorregamento; • Durante a deformação a integridade mecânica e a coesão são mantidas ao longo dos contornos de grão: não se abrem ou rompem; • Limitado pela vizinhança. Deformação plástica em policristais • Antes da deformação: grãos equiaxiais – mesma dimensão em todas as direções. • Após deformação: alongamento dos grãos na direção de deformação. Mecanismos de aumento de resistência em metais • Geralmente busca-se ligas com altas resistências, com alguma ductilidade e tenacidade – normalmente sacrifica-se a ductilidade com o aumento da resistência. Comportamento mecânico x movimento das discordâncias A habilidade de um metal se deformar plasticamente depende da habilidade de as discordâncias se moverem Restrição ou impedimento do movimento das discordâncias torna o material mais duro e mais resistênte • Como podemos barrar o movimento das discordâncias? Mecanismos de aumento de resistência em metais • Diminuir o tamanho de grão: barreira para movimentação de discordâncias • Solução sólida: inserir atomos de impureza, restringe a movimentação das discordâncias • Encruamento: aumento do numero de discordancias através da aplicação de uma deformação plástica Aumento da resistência pela redução do tamanho de grão • O tamanho médio de um grão influe nas propriedades mecânicas. • Durante as deformações plásticas, o escorregamento ou movimento de discordâncias deve ocorrer através deste contorno comum. Aumento da resistência pela redução do tamanho de grão • O contorno de grão atua como uma barreira ao movimento de discordâncias: • A discordância terá de modificar sua direção – mais difícil quanto maior for a diferença na orientação cristalográfica; • A fronteira é desordenada fazendo com que os planos de delizamentos sofram descontinuidades. Precisa de mais energia para quebrar esta barreira! Aumento da resistência pela redução do tamanho de grão • Materiais com grãos menores apresentam-se mais duros e resistentes que aqueles com grãos maiores – diferença na área de contornos que impedem o movimento das discordâncias. Aumento da resistência pela redução do tamanho de grão • Relação entre o tamanho do grão e a tensão de escoamento: equação de Hall-Petch Constantes dependente do material Tamanho médio do grão O tamanho do grão pode ser alterado durante o processo de solidificação e com tratamentos térmicos apropriados. Mecanismos de aumento de resistência em metais • Diminuir o tamanho de grão: barreira para movimentação de discordâncias • Solução sólida: inserir átomos de impureza, restringe a movimentação das discordâncias • Encruamento: aumento do numero de discordâncias através da aplicação de uma deformação plástica Aumento da resistência por solução sólida • A introdução de impurezas seja por solução sólida intersticial ou substitucional promove um aumento na dureza e resistência dos metais. • O aumento de impurezas eleva o limite de resistência a tração e de escoamento. Liga Cobre-Níquel Aumento da resistência por solução sólida • A presença de impurezas promove uma distorção na rede cristalina. • Ocorre a interação do campo de deformação da rede cristalina entre as discordâncias e esses átomos de impurezas – restringe o movimento das discordâncias. Menor tamanho: compressão Maior tamanho: tração Mecanismos de aumento de resistência em metais • Diminuir o tamanho de grão: barreira para movimentação de discordâncias • Solução sólida: inserir átomos de impureza, restringe a movimentação das discordâncias • Encruamento: aumento do numero de discordâncias através da aplicação deuma deformação plástica Aumento da resistência por encruamento • Fenômeno no qual um metal dúctil se torna mais duro e mais resistente quando deformado plasticamente – endurecimento por trabalho ou trabalho a frio. • A maioria dos metais encrua a temperatura ambiente. • A porcentagem de trabalho a frio é dada por: A0 – área original Ad – área após a deformação Aumento da resistência por encruamento Limite de escoamento e resistência a tração do aço, latão e cobre. Aumento da resistência por encruamento • Como realizar este trabalho a frio? • Existe alguma forma de recuperar a microestrutura e propriedades iniciais dos materiais? • Como fazer isto, o que é necessário?
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