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Chapter 4 - 1 Centro Universitário Una Engenharia Mecânica Capítulo 2: Imperfeições nos Sólidos Disciplina: Ciência e Tecnologia dos Materiais Chapter 4 - 2 MET de alta resolução que mostra os defeitos de superfície em monocristais de uma material usado em conversores catalíticos. Monolito cerâmico sobre o qual o substrato catalítico metálico é depositado. Diagrama esquemático de um conversor catalítico. Diagrama esquemático mostrando a localização do conversor catalítico no sistema de exaustão de um automóvel. Chapter 4 - 3 • Solidificação - resulta da moldagem do material fundido. – Duas etapas • Formação de núcleos. • Crescimento dos núcleos para formação dos cristais- estrutura de grãos. • Inicia com o material fundido – completamente líquido Imperfeições nos Sólidos Adapted from Fig.4.14 (b), Callister 7e. • Os cristais crescem até se encontrarem. núcleos Crescimento dos cristais Estrutura de grãos líquido Chapter 4 - 4 Materiais Policristalinos Contorno de Grão • Regiões entre os cristais. • Transição da rede de uma região para outra. • Ligeiramente desordenado. • Baixa densidade nos contornos de grãos. – Alta mobilidade, difusividade e alta reatividade química. Adapted from Fig. 4.7, Callister 7e. Chapter 4 - 5 Solidificação Columnar in area with less undercooling Shell of equiaxed grains due to rapid cooling (greater T) near wall Refinador de grão - adicionado para formar grãos menores, mais uniformes e equiaxiais. heat flow Os grãos podem ser: - Equiaxiais (~ o mesmo tamanho em todas as direções). - Colunares (grãos alongados). Adapted from Fig. 4.12, Callister 7e. ~ 8 cm Fluxo de calor Chapter 4 - 6 Imperfeições em Sólidos O sólido ideal não existe, todos os materiais contêm grandes números de uma variedade de defeitos ou imperfeições. • A maioria das propriedades dos materiais são influenciadas pela presença de imperfeições. • Os defeitos exercem um papel importante na difusão, transformação de fase e deformação dos materiais. • Existem em todos os metais puros e ligas, monofásicos e polifásicos, brutos ou processados. Por defeito cristalino designamos uma irregularidade na rede cristalina com uma ou mais das suas dimensões na ordem do diâmetro atômico. Chapter 4 - 7 • Lacunas e Autointersticiais • Átomo intersticial (impureza) • Átomo substitucional (impureza) Defeitos pontuais Tipos de Imperfeições • Discordâncias aresta • Discordâncias espiral • Discordância mista Defeitos lineares • Superfícies externas • Contorno de fases • Falhas de empilhamento • Contorno de grão • Contorno de macla ou twin Defeitos interfaciais Chapter 4 - 8 • Lacunas ou Vacâncias: - sítios atômicos vagos na estrutura. • Autointersticial: - átomo do cristal que se encontra comprimido no interior de um sítio intersticial, um pequeno espaço vazio que normalmente não é ocupado. Defeitos Pontuais Vacância (vazio) distorção do plano Auto- intersticial distorção do plano São formados durante a solidificação do cristal e processamento dos materiais - resultado do deslocamento dos átomos de suas posições normais (vibrações) Chapter 4 - 9 • Todos os sólidos cristalinos contêm lacunas e, na realidade, não é possível criar um material que esteja livre desse tipo de defeito. • A formação do defeito autointersticial, não é muito provável e ele existe somente em concentrações muito reduzidas, que são significativamente menores que as exibidas pelas lacunas. Defeitos Pontuais Chapter 4 - 10 Constante de Boltzmann (1,38 x 10 -23 J/átomo.K) (8,62 x 10 -5 eV/átomo.K) N v N = exp - Q v k T Nº de lacunas em equilíbrio Nº total de sítios atômicos Energia necessária para formação de uma lacuna Temperatura absoluta em kelvin Cada sítio da rede é um sítio potencial para formação da lacuna. • O número de lacunas em equilíbrio varia com a temperatura! Número de Vazios em Equilíbrio Defeitos Pontuais Para a maioria dos metais, a fração de lacunas Nv/N em uma T imediatamente < à sua T.F. é da ordem de 10-4; ou seja, um sítio em cada 10.000 sítios da rede encontar-se vazio. Chapter 4 - 11 • Podemos obter Qv a partir de um experimento. N v N = exp - Q v k T Medindo a Energia de Ativação N v N T exponencial dependência Concentração de defeitos (fração de lacunas) 1/ T N N v ln - Q v /k inclinação A partir de um gráfico experimental de ln Nv/N versus 1/T é possível determinar a energia de ativação. Chapter 4 - 12 • Calcule o nº de lacunas em equilíbrio por m3 de Cobre a uma temperatura de 1000C. • Dados: A Cu = 63,5 g/mol r = 8,4 g / cm 3 Q v = 0,9 eV/átomo N A = 6,02 x 10 23 átomos/mol Estimativa da Concentração de Lacunas Para 1 m3 , N = N A A Cu r x x 1 m3 = 8,0 x 1028 átomos/m3 8,62 x 10-5 eV/átomo-K 0,9 eV/átomo 1273K N v N = exp - Q v k T = 2,7 x 10-4 • Resposta: N v = (2,7 x 10 -4)(8,0 x 1028) sítios = 2,2 x 1025 lacunas/m3 1m3 = 106 cm3 Chapter 4 - 13 Dois resultados de impurezas (B) adicionados ao hospedeiro (A): • Solução sólida de B em A (ex., distribuição aleatória de defeitos pontuais) • Solução sólida de B em A mais partículas de uma nova fase (usualmente para grandes quantidades de B) Nova segunda fase de partículas --composição diferente. --normalmente estruturas diferentes. Defeitos Pontuais em Ligas OU Solução sólida Substitucional (ex., Cu em Ni) Solução sólida Intersticial (ex., C em Fe) Os átomos do soluto ou átomos de impurezas tomam o lugar dos átomos hospedeiros ou os substituem. Os átomos de impureza preenchem os espaços vazios ou interstícios que exitem entre os átomos hospedeiros. Chapter 4 - 14 Imperfeições em Sólidos Fatores que influenciam na formação de solução sólida substitucionais: • Regra de Hume-Rothery - 1. Fator do tamanho atômico: diferença de raio atômico dos dois tipos de átomos deve ser menor que aproximadamente 15%. De outra forma, os átomos podem promover distorções na rede e assim formação de nova fase. - 2. Estrutura cristalina: ter a mesma estrutura cristalina, para que a solubilidade sólida seja apreciável. - 3. Eletronegatividade: eletronegatividades próximas. Maior diferença de eletronegatividade dos átomos maior tendência de formar compostos intermetálicos. - 4. Valências: Mesma ou maior valência que o hospedeiro. Sendo iguais os demais fatores, um metal terá maior tendência de dissolver um outro metal de maior valência do que um de menor valência. Chapter 4 - 15 Imperfeições em Sólidos Aplicação da regra de Hume–Rothery – Soluções sólidas 1. Quem dissolveria mais no Zn, o Al ou a Ag? 2. Mais Zn ou Al no Cu? Table on p. 106, Callister 7e. Elemento Raio Estrutura Eletrone- Valência atômico cristalina gativi- (nm) dade Cu 0.1278 CFC 1.9 +2 C 0.071 H 0.046 O 0.060 Ag 0.1445 CFC 1.9 +1 Al 0.1431 CFC 1.5 +3 Co 0.1253HC 1.8 +2 Cr 0.1249 CCC 1.6 +3 Fe 0.1241 CCC 1.8 +2 Ni 0.1246 CFC 1.8 +2 Pd 0.1376 CFC 2.2 +2 Zn 0.1332 HC 1.6 +2 R = soluto - solvente solvente x100 Chapter 4 - 16 Imperfeições em Sólidos • Especificação da composição - Porcentagem em peso (%p) 100x 21 1 1 mm m C = m1 e m2 = massa dos elementos 1 e 2 100x 21 1' 1 mm m nn n C = nm1 = número de moles do componente 1 - Porcentagem atômica (%a) Chapter 4 - 17 • são defeitos lineares em torno do qual alguns átomos estão desalinhados. • escorregamento entre os planos cristalinos resulta quando se move as discordâncias. • produz uma deformação permanente (plástica). Discordâncias: Esquema do zinco (HC): • antes da deformação • após ensaio de tração escorregamentos Defeitos Lineares Adapted from Fig. 7.8, Callister 7e. Estão associadas com a cristalização do material, deformação plástica (maior ocorrência) e como consequência das tensões térmicas resultantes de um resfriamento rápido, podendo ser uma linha adicional ou a ausência de uma linha de átomos. Chapter 4 - 18 Imperfeições em Sólidos Defeitos lineares (Discordâncias) • Discordância aresta, linha ou cunha (): - Defeito associado com a distorção produzida no reticulado cristalino pela presença de um semi-plano extra de átomos. - Vetor de Burgers (b) são perpendiculares para este tipo de defeito. • Discordância espiral ou hélice: - Defeito associado com a distorção criada no reticulado cristalino em consequência da tensão cisalhante que é aplicada para produzir a distorção mostrada. - Vetor de Burgers (b) são paralelos. Vetor de Burgers (b): expressa a magnitude e a direção da distorção da rede cristalina Chapter 4 - 19 Imperfeições em Sólidos Fig. 4.3, Callister 7e. Discordância aresta - Envolve um plano extra de átomos. - O vetor de Burges é perpendicular a direção da linha de discordâncias. - Envolve zonas de compressão e tração. Chapter 4 - 20 Imperfeições em Sólidos Screw Dislocation Adapted from Fig. 4.4, Callister 7e. Vetor de Burgers b Paralelo à direção da linha de discordância Linha de discordância b (a) (b) Discordância espiral: produz distorções na rede. Linha AB → linha da discordância - posição dos átomos acima do plano de escorregamento → círculos abertos - abaixo → círculos fechados Monocristal de SiC - Linhas escuras: degraus de escorregamento superficiais Chapter 4 - 21 Aresta, Espiral, e Discordâncias Mistas Adapted from Fig. 4.5, Callister 7e. aresta espiral Mistas A → discordância pura espiral B → discordância pura aresta entre A e B → discordância mista A A maioria das discordâncias encontradas nos materiais cristalinos não são puramente aresta nem puramente espiral. Chapter 4 - 22 Imperfeições em Sólidos As discordâncias são visíveis na micrografia eletrônica de transmissão (MET – 51.450x) de uma liga de titânio. Adapted from Fig. 4.6, Callister 7e. As linhas escuras são as discordâncias. Chapter 4 - 23 Discordâncias e Estruturas Cristalinas • Estrutura: são preferidos direções e planos empacotados. Vista de dois planos empacotados. plano empacotado (de baixo) plano empacotado (de cima) direções empacotadas • Comparação entre estruturas cristalinas CFC: muitos planos e direção empacotadas; HC: somente um plano, e três direções; CCC: nenhum • Amostras usadas em teste de tração Mg (HC) Al (CFC) direção de tensão Planos de escorregamento preferencial Chapter 4 - 24 Defeitos Interfaciais • “Defeitos Interfaciais” são contornos que possuem duas dimensões e que normalmente separam regiões dos materiais que possuem estruturas cristalinas e/ou orientações cristalográficas diferentes. • Essas imperfeições incluem: - Superfícies externas - Contorno de fases: existem em materiais com múltiplas fases, através dos quais há uma mudança repentina nas características físicas e/ou químicas. - Falhas de empilhamento - Contornos de grão - Contornos de macla ou twin Chapter 4 - 25 Defeitos Interfaciais em Sólidos • Superfícies externas: é o tipo mais óbvio, ao longo do qual termina a estrutura do cristal. • Os átomos da superfície não estão ligados ao nº máximo de vizinhos mais próximos, isso implica num estado energético maior que no interior do cristal. • Falha de empilhamento: encontradas em metais CFC quando existe uma interrupção na seqüência de empilhamento ABCABCABC... Chapter 4 - 26 Defeitos Interfaciais em Sólidos Contornos de grãos • Materiais policristalinos são formados por monocristais com diferentes orientações cristalográficas. • A fronteira entre os monocristais é uma “parede”, que corresponde a um defeito bidimensional. • Este defeito refere-se ao contorno que separa dois pequenos grãos (ou cristais), com diferentes orientações cristalográficas, presentes num material policristalino. • No interior do grão todos os átomos estão arranjados segundo um “único modelo” e “única orientação”, caracterizada pela célula unitária. Chapter 4 - 27 Defeitos Interfaciais em Sólidos Características: - Empacotamento menos eficiente. - Energia mais elevada. - Favorece a nucleação de novas fases (segregação). - Favorece a difusão. Um contorno de grão de baixo ângulo é formado quando discordâncias aresta são alinhadas de maneira mostrada ao lado. Esse contorno é chamado de contorno de inclinação. Chapter 4 - 28 Defeitos Interfaciais em Sólidos Contornos de Macla • Este tipo de contorno, também denominado de “Twins” (cristais gêmeos), é um tipo especial de contorno de grão, onde existe uma simetria em “espelho” da rede cristalina. • Os átomos de um lado do contorno são “imagens” dos átomos do outro lado do contorno. Adapted from Fig. 4.9, Callister 7e. As maclas resultam de deslocamentos atômicos produzidos a partir: -forças mecânicas de cisalhamento (maclas de deformação). -tratamentos térmicos de recozimento após deformação (maclas de recozimento). Chapter 4 - 29 Defeitos Volumétricos ou de Massa • Defeitos introduzidos durante o processamento do material e/ou fabricação do componente. • Tipos de defeitos volumétricos: - Inclusões: presença de impurezas estranhas. - Precipitados: aglomerados de partículas com composição diferente da matriz (hospedeiro). - Porosidade: origina-se devido a presença de gases, durante o processamento do material. - Fases: ocorre quando o limite de solubilidade é ultrapassado. - Estrias segregacionais: presente principalmente em materiais semicondutores dopados. Chapter 4 - 30 Defeitos Volumétricos ou de Massa Inclusões Precipitados Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza (99,26%), laminado a frio e recozido a 800ºC. Precipitados em matriz metálica de Alumínio AA 3104 utilizada para a fabricação de latas. Chapter 4 - 31 Defeitos Volumétricos ou de Massa Porosidade Exemplo: compactado de pó de ferro, compactação uniaxial em matriz de duplo efeito, a 550 MPa. Exemplo:compactado de pó de ferro após sinterização a 1150ºC, por 120min em atmosfera de hidrogênio. Chapter 4 - 32 Defeitos Volumétricos ou de Massa Segunda fase Micro-estrutura composta por veios de grafita sobre uma matriz perlítica. Grão de perlita: é constituído por lamelas alternadas de duas fases: ferrita (ou ferro-α) e cementita (ou carboneto de ferro). Chapter 4 - 33 Exame Microscópico • Cristalitos (grãos) e contorno de grão. Variam consideravelmente de tamanho. Podem ser bastante grandes. – ex: Um único cristal de quartzo, ou diamante, ou Si. – ex: Postes de iluminação feitos em Al e latões de lixo – grãos evidentes a olho nu. • Cristalitos (grãos) podem ser bastante reduzidos (mm ou menor) – é necessário observação com um microscópio. Chapter 4 - 34 • Ampliações de até 2000x. • Lixamento e polimento das amostras até atingir acabamento liso e espelhado. • Revelação da microestrutura por ataque químico. Micrografia de uma amostra policristalina Latão (liga de Cu-Zn) 0,75mm Microscopia Ótica Adapted from Fig. 4.13(b) and (c), Callister 7e. (Fig. 4.13(c) is courtesy of J.E. Burke, General Electric Co. Planos cristalográficos A luz que incide em uma direção normal à superfície do grão é refletida por três grãos diferentes que tiveram as suas superfícies submetidas a ataque químico, onde cada grão possui uma orientação diferente. Grãos polidos e atacados quimicamente de forma como podem aparecer quando vistos ao MO. Chapter 4 - 35 Limite de grão... • são imperfeições; • são mais susceptíveis ao ataque; • podem ser revelados como linhas escuras; • muda a orientação cristalina através do contorno. Adapted from Fig. 4.14(a) and (b), Callister 7e. (Fig. 4.14(b) is courtesy of L.C. Smith and C. Brady, the National Bureau of Standards, Washington, DC [now the National Institute of Standards and Technology, Gaithersburg, MD].) Microscopia Ótica Número do tamanho de grão (ASTM) N = 2 n -1 Número médio de grãos/in2 a uma ampliação de 100x Liga Fe-Cr (b) Limite de grão Superfície do sulco superfície polida (a) Chapter 4 - Um número de tamanho de grão elevado indica muitos grãos e pequenos grãos, o contrário ocorre para um nº de tamanho de grão pequeno. 36 Determinação do Tamanho de Grão
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