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1 Ensaio de Tração 2016.pdf 1 Materiais de Construção Mecânica I 1.1 Ensaio de tração 2 Propriedades Mecânicas de Metais 1.1.1 Introdução • Como os metais são materiais estruturais, o conhecimento de suas propriedades mecânicas é fundamental para sua aplicação. • Um grande número de propriedades pode ser derivado de um único tipo de experimento: o ensaio de tração. Neste ensaio o material é submetido a uma força de tração, uniaxial, e se deforma até fraturar. Mede-se o valor da força e do alongamento a cada instante, e gera-se, posteriormente,uma curva tensão-deformação. 3 1.1.2 A Curva Tensão-Deformação Amostra Comprimento útil Célula de Carga Tração 0 2 3 4 51 0 50 100 Alongamento (mm) C ar g a (1 0 3 N ) MPa A Px ij 000 000 00 4 Curva Tensão-Deformação Amostra Comprimento útil Célula de Carga Tração 0 2 3 4 51 0 50 100 Alongamento (mm) C ar g a (1 0 3 N ) 0 250 500 Deformação, e (mm/mm) T en sã o , (M P a) 0 0.04 0.05 0.08 0.100.02 Normalização para eliminar influência da geometria da amostra 5 Curva Tensão-Deformação 0 2 3 4 51 0 50 100 Alongamento (mm) C ar g a (1 0 3 N ) 0 250 500 Deformação, e (mm/mm) T en sã o , (M P a) 0 0.04 0.05 0.08 0.100.02 •Normalização = P/A0 onde P é a carga e A0 é a seção reta da amostra e = (L-L0)/L0 onde L é o comprimento para uma dada carga e L0 é o comprimento original 6 Curva Tensão-Deformação • A curva -e pode ser dividida em duas regiões. Região elástica A deformação é reversível. (Ligações atômicas são alongadas mas não se rompem.) Para a maioria dos materiais essa região é linear e é descrita pela Lei de Hooke: onde E é o módulo de elasticidade ou módulo de Young. σ ε E Ee σ ε 7 Curva Tensão-Deformação • A curva -e pode ser dividida em duas regiões. Região plástica não é linearmente proporcional a e. A deformação é quase toda não reversível. (Ligações atômicas são alongadas e se rompem). 0 0.04 0.05 0.08 0.100.02 0 250 500 Deformação, e (mm/mm) T en sã o , (M P a) Elástica 8 A transição da região elástica para a plástica Transição contínua: ocorre para a grande maioria dos materiais. Transição descontínua: ocorre em aços de baixo carbono. 9 1.1.3 Propriedades mecânicas Plástica 0 0.04 0.05 0.08 0.100.02 0 250 500 Deformação, e (mm/mm) T en sã o , (M P a) Elástica 0 0.004 0.005 0.008 0.0100.002 Deformação, e (mm/mm) fratura Limite de escoamento Como não existe um limite claro entre as regiões elástica e plástica, define-se o Limite de escoamento, como a tensão que, após liberada, causa uma pequena deformação residual de 0.2%. a 10 Estricção e limite de resistência Deformação, e T en sã o , Limite de resistência estricção A partir do limite de resistência começa a ocorrer um estricção no corpo de prova. A tensão se concentra nesta região, levando à fratura. 11 1.1.4 Medidas de ductilidade • Ductilidade é uma medida da deformação que ocorre até a fratura. • Ductilidade pode ser definida como Alongamento percentual %EL = 100 x (Lf - L0)/L0 onde Lf é o alongamento na fratura uma fração substancial da deformação se concentra na estricção, o que faz com que %EL dependa do comprimento do corpo de prova. Assim o valor de L0 deve ser citado. Redução de área percentual %AR = 100 x(A0 - Af)/A0 onde A0 e Af se referem à área da seção reta original e na fratura. 12 Alongamento (mm) T e n s ã o ( M P a ) Curva -e para Cobre Recozido 13 Curva -e para Cobre Endurecido a Frio Alongamento (mm) T e n s ã o ( M P a ) 14 Comparação Alongamento (mm) T e n s ã o ( M P a ) Recozido Endurecido a frio 15 Tenacidade • Tenacidade é a capacidade que o material possui de absorver energia mecânica até a fratura. área sob a curva -e até a fratura. O material mais frágil tem maior limite de escoamento e maior limite de resistência. No entanto, tem menor tenacidade devido à falta de ductilidade (a área sob a curva correspondente é muito menor). Alongamento (mm) T e n s ã o (M P a ) Mais frágil, mais resistente, menos tenaz Mais dúctil, menos resistente, mais tenaz 16 Resiliência • Resiliência é a capacidade que o material possui de absorver energia elástica e devolvê-la quando relaxado. área sob a curva dada pelo limite de escoamento e pela deformação no escoamento. Módulo de resiliência Ur = de com limites de 0 a ey Na região linear Ur =yey /2 =y(y /E)/2 = y 2/2E Assim, materiais de alta resiliência possuem alto limite de escoamento e baixo módulo de elasticidade. Estes materiais seriam ideais para uso em molas. 17 Resumo da curva -e e propriedades Região elástica (deformação reversível) e região plástica (deformação quase toda irreversível). Módulo de Young ou módulo de elasticidade => derivada da curva na região elástica (linear). Limite de escoamento => define a transição entre região elástica e plástica => tensão que, liberada, gera uma deformação residual de 0.2%. Limite de resistência => tensão máxima na curva -e de engenharia. Ductilidade => medida da deformabilidade do material Tenacidade => medida da capacidade de absorver energia mecânica até a fratura=> área sob a curva até a fratura. Resiliência => medida da capacidade de absorver e devolver energia mecânica => área sob a região linear 18 Exercícios Regime elástico Uma barra de cobre com 305 mm de comprimento está submetida a uma tensão de tração de 276 MPa. Se a deformação à qual essa barra está submetida é totalmente elástica, qual é o alongamento da barra? Dado Ecu = 110 GPa σ σ L0 σ = E.e e = ΔL/L0 ΔL = σ.L0/E ΔL = 276 • 305 110•103 ΔL = 0,76 mm 19 Exercícios Regime elástico – Limite de escoamento O limite de escoamento e o módulo de Young de uma liga de cobre valem 345 MPa e 103 GPa, respectivamente. a) Qual é a máxima carga que pode ser aplicada a um corpo de prova com área de 130 mm2 sem que ocorra deformação plástica? F = σy • A0 σy = F A0 F = 345 • 130 F = 44.850 N (106 N • 10-6 m2) m2 20 Exercícios Regime elástico – Limite de escoamento O limite de escoamento e o módulo de Young de uma liga de cobre valem 345 MPa e 103 GPa, respectivamente. b) Se o comprimento original da amostra vale 76 mm, qual é o comprimento máximo a que ela pode ser alongada sem haver deformação plástica? ΔL = 76 • 345 103 • 103 σy = E.e e = ΔL/L0 σy = E • ΔL/ L0 ΔL = L0 • σy / E ΔL = 0,255 mm ΔL = Lf - L0 Lf = ΔL + L0 Lf = 76,255 mm 21 Exercícios Regime plástico Uma liga de alumínio (E = 75 GPa) foi submetida a uma tensão de 600 MPa, que gera uma deformação total de 0,023. Se o limite de escoamento dessa liga vale 450 MPa, calcule a deformação permanente após a remoção da tensão. ee = 600 75 • 103 σ = E • ee ee = σ / E 0,023 600 MPa ep ee = 0,008 mm et = ep + ee ep = 0,023 – 0,008 = 0,0150 22 1.1.5 Constantes elásticas • Além do módulo de elasticidade existem 2 outras constantes elásticas que caracterizam o comportamento elástico de um metal: • Coeficiente de Poisson (): definido como sendo a razão entre a deformação transversal e a deformação longitudinal. = - ex / ez = - ey / ez o sinal de menos é usado para que o valor seja sempre positivo, pois o material alonga (+) na direção do esforço e se contrai (-) transversalmente a esse. 23 Constantes elásticas • A outras consatnte elástica é o módulo de cisalhamento (G) que é calculado pela relação: 𝐺 = 𝐸 2(1+) Tensão cisalhante = F/A0 onde A0 é a área paralela à força aplicada Deformação cisalhante = tan a = y/z0 onde a é o ângulo de deformação Módulo de cisalhamento = G 241.1.6 A curva tensão-deformação verdadeira A curva -e obtida experimentalmente é denominada curva -e de engenharia. Esta curva passa por um máximo de tensão, parecendo indicar que, a partir deste valor, o material se torna menos resistente, o que não é verdade. Isto, na verdade, é uma consequência da estricção, e do fato do ensaio ser realizado a velocidade constante. Pode-se corrigir este efeito levando em conta a diminuição de área, gerando assim a curva -e verdadeira. fratura curva -e de engenharia fratura curva -e verdadeira 25 No emprego de materiais de engenharia, uma vez determinadas as solicitações mecânicas externas às quais o material está submetido quando em serviço, é necessário conhecer a resposta mecânica inerente a cada material. 1.1.7 Fractografia 26 Fratura dúctil Há deformação plástica macroscópica - estricção Fratura tipo taça e cone. 27 O material se deforma pouco, antes de fraturar. O processo de propagação de trinca pode ser muito veloz, gerando situações catastróficas. A partir de um certo ponto, a trinca é dita instável porque se propagará mesmo sem aumento da tensão aplicada sobre o material. Fratura frágil 28 Aço doce em ensaio de tração Comportamento Dúctil Ferro fundido em ensaio de tração Comportamento Frágil Fratura Dúctil e Fratura Frágil 29 Fratura dúctil vs. Fratura Frágil A fratura pode ser classificada como: - Intergranular - Transgranular Aspectos macroscópicos Aspectos microscópicos 30 Micromecanismos de Fratura Microcavidades 31 Micromecanismos de Fratura Forma das microcavidades Equiaxiais Alongadas 32 Micromecanismos de Fratura Microcavidades intergranulares 33 Micromecanismos de Fratura Clivagem 34 Micromecanismos de Fratura Clivagem Facetas de clivagem Contornos de grão 2 Ensaio de Compressão 2016.pdf Materiais de Construção Mecânica I 1.2 Ensaio de Compressão Ensaio de Compressão Ensaio de compressão longitudinal em CP cilíndrico. Travessão móvel P Corpo de prova Mesa Ensaio de Compressão P Atrito entre o corpo de prova e as placas da máquina de ensaio Há restrição da deformação plástica nas regiões próximas aos contatos, produzindo um gradiente de tensões ao longo do comprimento dos corpos de prova A razão entre o comprimento do corpo de prova e seu diâmetro deve estar entre: 8/2 dL L pequeno: maximiza o efeito da distribuição não uniforme de tensão L grande: pode ocorrer flambagem J L E Pc 2 2 4 Ensaio de compressão Materiais dúcteis vs. Materiais frágeis Ensaio de compressão Materiais dúcteis vs. Materiais frágeis Para os materiais dúcteis, o corpo de prova apresenta um contínuo abaulamento. O aumento da seção transversal faz com que a carga nominal aplicada aumente. Devido a essa variação de seção e à não uniformidade na distribuição de tensão, as propriedades na região plástica são de difícil interpretação. Ensaio de Compressão Materiais dúcteis vs. Materiais frágeis Para os materiais frágeis pode-se, normalmente, obter todo o comportamento até a tensão de ruptura, pois não há praticamente variação da seção do corpo de prova. Material metálico Material cerâmico Ensaio de Compressão Comparação entre comportamentos à tração e à compressão do ferro fundido cinzento. Ensaio de Compressão 1.2.1 Ensaio de amassamento Ensaios especiais: • É empregado para tubos que irão ser submetidos a altas pressões internas. •O segmento de tubo é colocado em posição vertical entre as placas da máquina de ensaio e é submetido a um esforço de compressão até uma distância entre placas especificada. •É feita inspeção visual na superfície lateral para verificar se existem fissuras. L0 Lf Ensaio de Compressão 1.2.3 Ensaio de achatamento Ensaios especiais: • É empregado como uma medida qualitativa da ductilidade de tubos. •O segmento de tubo é colocado em posição horizontal entre as placas da máquina de ensaio e é submetido a um esforço de compressão até uma distância entre placas especificada.* •É feita inspeção visual na superfície lateral para verificar se existem fissuras. L0 * No caso mais rigoroso as paredes internas do tubo devem se encostar. Lf Ensaio de Compressão Ensaio de achatamento
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