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O CUIDADO DA ENFERMAGEM NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS uma revisão de literatura

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O CUIDADO DA ENFERMAGEM NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: uma revisão de literatura 
LIMA; Raimunda Roberlândia de[1: Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Mauricio de Nassau Fortaleza – Ce, Agente Comunitária de Saúde do Município de Fortaleza desde 2008.]
ABREU; Keliane da Silva[2: Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Mauricio de Nassau Fortaleza – Ce, Licenciada em Biologia, pela Universidade vale do Acaraú- UVA, Fortaleza - Ce. ]
ABREU; Lorena Ingra Lourençio [3: Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Mauricio de Nassau Fortaleza – Ce.]
SILVA; Aúrea Vieira da [4: Graduanda em Enfermagem pela Faculdade Mauricio de Nassau Fortaleza – Ce.]
PEREIRA; Elvis Lima[5: Graduando em Enfermagem pela Faculdade Mauricio de Nassau Fortaleza – Ce,]
 SOARES; Antônio Alexandre da Costa [6: Graduando em Enfermagem pela Faculdade Mauricio de Nassau Fortaleza – Ce,]
RESUMO
Este artigo é resultado de uma revisão de literatura e tem como objetivo o desafio de ser protagonista de um processo permeado pela reflexão, e que seja capaz de contribuir para ampliação do modo de pensar em fazer saúde, abordando a atuação do enfermeiro na administração de medicamentos. Mesmo sendo uma atividade constante para a equipe de enfermeiros dentro do ambiente de hospitais, alguns estudos sobre essa prática vem demonstrando a ocorrência de erros e que algumas ações precisam ser tomadas no intuito de prevenir ou minimizar esse problema. A medicação administrada corretamente é um dos principais procedimentos para o restabelecimento da saúde dos pacientes. Mesmo assim, ainda ocorrem muitos erros na administração de medicamentos no Brasil e estes não recebem a devida atenção e isso favorece que essa pratica continue acontecendo. 
Palavras chaves: Administração de medicamentos. Erros de medicação. Sistemas de medicação.
ABSTRACT
This article is the result of a literature review and aims to the challenge of being the protagonist of a permeate process for reflection, and to be able to contribute to expanding the way of thinking in making health, addressing the role of the nurse in medication administration . Although a constant activity for the team of nurses within the hospital environment, some studies on this practice has shown the occurrence of errors and that some actions need to be taken in order to prevent or minimize this problem. The medication administered properly is one of the main procedures for restoring the health of patients. Even so, there are still many errors in medication administration in Brazil and they do not receive proper care and this favors this practice still going on.
Key words: medication administration. medication errors. medication systems.
1 INTRODUÇÃO
A cada dia o profissional de enfermagem vem assumindo mais responsabilidades e novas funções na assistência direta aos pacientes dentro das unidades de saúde, o que aumenta também os riscos no exercício da profissão.
A administração de medicamentos é uma das principais funções desempenhadas pela equipe de enfermeiros. Na maioria das instituições de saúde brasileiras, essa atividade vem sendo exercida por auxiliares e técnicos de enfermagem, sendo o enfermeiro o responsável pela supervisão dessa atividade.
Delegar a atividade de administração de medicamentos aos seus subordinados, não retira do enfermeiro a responsabilidade, e caso algum erro possa ir a ocorrer, ele poderá responder judicialmente, pois delega-se a atividade e não a responsabilidade.
Em relação à responsabilidade da equipe de enfermagem, esta, deve dar muito atenção não somente aos procedimentos técnicos e básicos da profissão, como também ser capaz de identificar e analisar os caminhos percorridos pelo medicamento desde o momento da prescrição, até a sua administração ao paciente e analisar criticamente o sistema de medicação, debatendo sobre seus efeitos e suas possíveis falhas e causas. Buscando identificar possíveis erros e encontrar maneiras para evitar ou minimizar os problemas causados por uma dosagem de medicamentos administrada de forma errada.
Para trabalhar na administração de medicamentos o profissional de enfermagem deve sempre buscar esta atualizado com as novas práticas tecnológicas, que possam ser utilizadas para minimizar a ocorrência de possíveis erros.
A utilização de medicamentos é uma das intervenções mais utilizadas no ambiente hospitalar, no entanto, estudos, ao longo dos últimos anos, têm evidenciado a presença de erros no tratamento medicamentoso causando prejuízos aos pacientes que vão desde o não recebimento do medicamento necessário até lesões e mortes (LEAPE et al. 1995; TÁXIS & BARBER, 2003). É neste momento onde se tem a última oportunidade de prevenir um erro na dispensação ou na prescrição de medicamentos.
Os erros na medicação são considerados eventos adversos ao medicamento passíveis de prevenção, podendo ou não causar dano ao paciente, com possibilidade de ocorrer em um ou em vários momentos dentro do processo de medicação (BATES et al., 1995;. LEAPE et al. 1995).
Neste pensamento os profissionais envolvidos na administração de medicamentos devem buscar, permanentemente, medidas de prevenção de erros através de novos conhecimentos, condutas ou de estratégias que visem proteger todos os envolvidos, principalmente o paciente.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
A administração de medicamentos, prática realizada nas instituições hospitalares sob responsabilidade da equipe de enfermagem, deve ser vista por todos os profissionais de saúde envolvidos com a terapia medicamentosa como apenas uma das partes do processo de medicação.
Medicamento é toda substância que, introduzida no organismo humano, vai preencher uma das finalidades enunciadas a seguir: 
Preventiva ou profilática - quando evita o aparecimento de doenças ou diminui a gravidade das mesmas; 
Diagnóstica - quando não só auxilia o médico em decidir o que está causando a sintomatologia apresentada pelo paciente, como também localiza a área exata afetada pela doença;
Terapêutica - quando é usada no tratamento das doenças. Existe grande variedade de substâncias químicas cujas ações terapêuticas mais comuns são: 
Curativa ou específica - quando remove o agente causal das doenças. Ex.: antibiótico antimalárico; 
Paliativa ou sintomática - quando alivia determinados sintomas de uma doença, destacando-se entre eles a dor. Ex.: analgésico; 
Substitutiva - quando repõe outra substância normalmente encontrada no organismo, mas que por um desequilíbrio orgânico está em quantidade insuficiente ou mesmo ausente. Ex.: insulina (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
Em vista ao tamanho da responsabilidade delegada à enfermagem, esta deve ater-se não somente aos procedimentos técnicos e básicos inerentes à profissão, mas identificar os caminhos percorridos pelo medicamento desde o momento que o médico o prescreve, até a sua administração ao paciente. E analisar criticamente o sistema de medicação, refletindo sobre suas possíveis falhas e causas. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
A capacidade de administrar medicamentos é uma das habilidades mais importantes que o profissional da enfermagem leva ao leito do paciente. A administração segura e efetiva dos medicamentos é considerada por muitos profissionais da enfermagem como a razão de seu sucesso. A organização das rotinas de administração de medicamentos é importante e deve ser compreendida por todos os que participam do serviço. Assim, vários métodos são adotados para assegurar precisão na preparação, distribuição e anotação dos medicamentos. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
2.2 RESPONSABILIDADE ÉTICA E MORAL 
Ética é definida como “reflexão filosófica sobre o agir humano. E este agir, que difere do fazer ou produzir algo, refere-se a uma dinâmica pessoal, a um processo de construção de si” (LOPES, 1995).
O domínio do ethos é o da moralidade, do estabelecimento de deveres, a partir da reiteração das ações e significado a elas atribuída.
Moral é definida como “um conjunto de normas e regras destinadasa regular as relações dos indivíduos numa comunidade social dada” (BARTON WG, 1984).
O conceito de responsabilidade na luz da ética é a obrigação que temos de responder pelo ato que realizamos e pelas suas respectivas consequências. A formação ética do ser humano vai acontecendo associada com o seu desenvolvimento. Não é congênita (como também não nasce com os conceitos de família, moral e valor), porém temos condições de vir a ser ético a partir da experiência de vida denominada eticidade (SEGRE M, 1995).
“A eticidade está na percepção dos conflitos de vida psíquica (emoção x razão) e na condição, que podemos adquirir, de nos posicionarmos, de forma coerente, face a esses conflitos.
Consideramos, portanto, que a ética se fundamenta em três pré-requisitos:
1) percepção dos conflitos (consciência); 2) autonomia (condição de posicionar-se entre a emoção e a razão, sendo que essa escolha de posição é ativa e autônoma) e 3) coerência. 
Já moral é o questionamento do que é correto ou incorreto, o que é virtude ou maldade nas atitudes humanas, sendo que a moralidade “é um sistema de valores, do qual resultam normas que são consideradas corretas por uma determinada sociedade” (BARTON WG, 1984).
Aparentemente, a implementação destes conceitos é realizada com muita simplicidade, em que o indivíduo, vivenciando um momento de conflito ético, solucionaria o problema tornando desnecessárias instituições como Conselho Federal de Enfermagem, Conselho Federal de Medicina e outros. Entretanto, estas entidades existem e criam seus códigos de ética “inegavelmente necessários para a imposição de normas a serem respeitadas por todos os profissionais” (SEGRE M, 1995).
O profissional, como ser humano, só será ético quando compreender e interpretar seu código de ética, atuando de acordo com os princípios propostos, tendo a possibilidade de discordar, devendo responsabilizar-se diante do Conselho e da sociedade.
Na prática de enfermagem, no contexto de administrar medicação, a responsabilidade ética e moral adquirem maior profundidade quando seu ato se concretiza na relação interpessoal, mesmo sendo estes atos delegados à equipe de enfermagem.
2.3 ERROS NA MEDICAÇÃO 
O enfermeiro, embora não sendo responsável pela prescrição dos medicamentos, deve conhecer todos os aspectos e fases envolvidas no processo, a fim de evitar erros e enganos, com prejuízos ao paciente. Está implícito, na relação entre o paciente e enfermeiro, o princípio de que esse está sempre trabalhando para o bem estar e benefício daquele e, quando ocorrem erros, há uma violação deste princípio, causando ao paciente um prejuízo, abalando a confiança que esse tinha no enfermeiro ou pessoal da enfermagem (GLADSTONE, 1995).
Os erros na medicação são considerados eventos adversos ao medicamento passíveis de prevenção, podendo ou não causar dano ao paciente, com possibilidade de ocorrer em um ou em vários momentos dentro do processo de medicação (BATES et al., 1995;. LEAPE et al. 1995).
O National Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention (NCCMERP), corporação norte – americana independente, composta de 15 organizações apresenta as seguintes definições para dano e erro na medicação:
“Dano é definido como prejuízo temporário ou permanente da função ou estrutura do corpo: física, emocional, ou psicológica, seguida ou não de dor, requerendo uma intervenção”.
“Erro na medicação é qualquer evento evitável que pode causar ou induzir ao uso inapropriado de medicamento ou prejudicar o paciente enquanto o medicamento está sob o controle do profissional de saúde, paciente ou consumidor. Tais eventos podem estar relacionados à prática profissional, produtos de cuidado de saúde, procedimentos, e sistemas, incluindo prescrição; comunicação; etiquetação, embalagem e nomenclatura; aviamento; dispensação; distribuição; administração; educação; monitoramento e uso”. (NCCMERP, 1998 [online]).
Os dados provenientes de pesquisas mostram que os erros na medicação representam uma triste realidade no trabalho dos profissionais de saúde, com sérias consequências para pacientes e organização hospitalar, pois suas causas repercutem negativamente nos resultados institucionais face aos indicadores relevantes da qualidade da assistência prestada aos pacientes hospitalizados (CARVALHO, 2000).
O relatório “To err is human: building a safer health system” do Institute of Medicine (EUA) publicado em 1999, baseado em estudos realizados no Colorado, Utah e Nova York, aponta que das 33,6 milhões de internações realizadas no ano de 1997, em hospitais dos EUA, por volta de 44.000 a 98.000 americanos morreram devido a problemas causados por erros na medicação (KOHN et al., 2001).
Alguns erros descritos tanto na literatura nacional como na internacional são listados conforme descrição a seguir (RIBEIRO, 1991; DRAFT, 1992; CASSIANI, 1998, NCCMERP, 1998):
Erros de omissão: qualquer dose não administrada até o próximo horário de medicação.
Erros na administração de um medicamento não autorizado: administração de um medicamento ou dose de medicamento não prescrito pelo médico.
Erros em dose extra: administração de uma ou mais unidades de dosagem, além daquela prescrita.
Erros referentes à via: administração pela via errada ou por uma via que não a prescrita.
Erros com a dosagem: administração do medicamento em dosagens diferentes daquelas prescritas pelo médico.
Erros devido ao horário incorreto: administrar medicamento fora dos horários predefinidos pela instituição ou da prescrição.
Erros devido ao preparo incorreto do medicamento: medicamento incorretamente formulado ou manipulado: diluição ou reconstituição incorreta ou inexata; falha ao agitar suspensões; diluição de medicamentos que não permitam esse procedimento, mistura de medicamentos que são física ou quimicamente incompatíveis e embalagem inadequada do produto.
Erros devido à utilização de técnicas incorretas na administração: uso de procedimentos inconvenientes ou técnicas impróprias, como falhas nas técnicas de assepsia e das lavagens das mãos.
Erros com medicamentos deteriorados: administração de medicamentos com comprometimento da integridade física ou química.
Outros tipos de erros incluem:
Erros de prescrição: prescrição imprópria de um medicamento, seja em relação à dose, apresentação, quantidade, via de administração ou concentração.
Erros de distribuição: falhas ao distribuir o medicamento, como: doses incorretas; rótulos incorretos ou inadequados; preparação incorreta ou inapropriada; distribuição de medicamento com data expirada; medicamento estocado de maneira imprópria ou ainda comprometido física ou quimicamente.
Erros potenciais: são aqueles que ocorreram na prescrição, distribuição ou administração dos medicamentos, mas que não causaram dano ao paciente.
Os erros na medicação também podem estar relacionados: a deficiências da formação acadêmica, inexperiência, negligência, desatenção ou desatualização quanto aos avanços tecnológicos e científicos; ao manejo de equipamentos, como bombas de infusão, cateteres etc; aos procedimentos desenvolvidos e ao sistema de medicação como um todo.
Sabe-se que os erros fazem parte da natureza humana, portanto os sistemas de medicação devem ser bem estruturados com a finalidade de promover condições que auxiliem na minimização e prevenção dos erros, planejando os processos e implementando normas, regras e ações.
No momento em que a instituição procurar saber “como” e o “por quê” da ocorrência dos erros, e não mais o “quem” foi o responsável por eles, ela contará com a colaboração dos profissionais para diagnosticar as falhas que possam estar ocorrendo na medicação dos pacientes.
2.4 O SISTEMA DE MEDICAÇÃO
O sistema de medicação de um hospital é aberto e complexo, envolvendo várias etapas que estão inter-relacionadas e interligadas por várias ações, desenvolvendo de 20 a 30 passos diferentes durante os processos de prescrição, dispensação e administração de medicamentos, envolvendo sempre muitos indivíduos e múltiplas transferênciasde pedidos ou materiais, que passam de uma mão à outra, que podem conduzir a erros na medicação (LEAPE et al., 2000).
No sistema de medicação entendemos por insumo os pacientes e as informações a respeito da terapia medicamentosa; por processo, a realização de prescrição, dispensação e distribuição e administração de medicamentos; por resultado, os pacientes medicados com eficácia, e o tratamento seguro, como feed-back, que realimenta o sistema, os relatórios e as informações geradas. Por último, temos como ambiente o conjunto de fatores e de condições que influencia a dinâmica desta prática (tecnologia, infraestrutura, fornecedores, regras, regulamentos etc) fazendo com que o sistema se reajuste e se mantenha em contínua aprendizagem e auto-organização (NADZAM, 1998).
Os médicos são os responsáveis pela prescrição de medicamentos, porém a maneira como ela é realizada varia de hospital para hospital. A equipe de enfermagem atua no último processo, que é o da administração do medicamento ao paciente, fato que faz com que muitos erros cometidos no início ou no meio do sistema, e não detectados, lhe sejam atribuídos (LEE, 2002).
Os princípios ideais apregoam que o sistema deva centrar-se no paciente, basear-se no respeito aos outros e requerer o aceite à responsabilidade e à colaboração de todos os interessados, tanto dos profissionais envolvidos como do próprio paciente que também deve assumir responsabilidade de participar das decisões relativas ao seu tratamento.
Em um estudo multidisciplinar foram utilizados alguns princípios de segurança e orientações que resultaram em melhorias para o sistema, reduzindo os erros que atingiam o paciente, tais como (WOMER et al., 2002): eliminar as punições; aprender com o erro; simplificar o sistema de medicação; padronizar os processos; utilizar procedimentos que estimulem as pessoas a seguirem o caminho certo; reduzir a transferência de atividades entre pessoas e/ou grupos de pessoas; dar principal atenção ao fator humano.
2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM A MINIMIZAÇÃO DOS ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
O processo de medicação envolve não apenas a equipe de enfermagem, se torna um instrumento complexo, pois também envolve médicos e equipe de farmácia, estando susceptível a erros durante todo o processo, o que pode gerar danos ao paciente, além do transtorno na própria equipe (SILVA DO, et al. 2007). 
Existem três estratégias para minimizar erros no processo de administração, a saber, melhora da comunicação, realização de educação continuada e o cumprimento de políticas e procedimentos referentes ao preparo e à administração de medicamentos (CARVALHO VT, 2000).
A falta de preparo, o desconhecimento do profissional, o descuido são considerados fatores de risco para a ocorrência de erros, no entanto, existe uma necessidade de realização de reciclagem contínua dos profissionais. O treinamento da equipe, a reciclagem e o envolvimento do profissional são fatores que diminuem a probabilidade de erro da equipe de enfermagem. A educação continuada favorece a atualização dos profissionais, considerando-se que no decorrer dos anos sempre surgem novos medicamentos, novas técnicas de administração, novos procedimentos, que necessitam do preparo técnico e científico da equipe (BOHOMOL E, 2007). 
Embora os erros de medicação não tenham uma única causa, devem ser analisados de forma multidisciplinar para que medidas preventivas e corretivas sejam implementadas da melhor forma possível, garantindo uma boa qualidade do processo assistencial (BOHOMOL E, 2003).
Um fator de grande importância para que se previna outros erros e corrija os erros já cometidos, é a notificação. Através da notificação podemos tomar decisões imediatas que minimizem os danos que poderiam ser gerados ao paciente que sofreu com determinado erro, além de buscar alternativas para que erros iguais sejam cometidos. 
A necessidade do desenvolvimento de estratégias destinadas a prevenção de erros e a aplicabilidade de sistemas para controle e prevenção dos eventos adversos não é uma tarefa fácil, pois a maioria destes eventos é multifatorial (BOHOMOL E, 2007).
Os profissionais da saúde dependem do acesso exato, rápido e adequado à informação para realizar um julgamento clínico e terapêutico para a tomada de decisão. Neste sentido, os registros tornam-se indispensáveis ao processo de cuidar em saúde, pois garantem a continuidade da assistência prestada. Neste contexto é fundamental uma discussão dialética com a equipe de educação continuada, a Comissão de Ética de Enfermagem (CEE) e sua interface com o processo de sistematização da assistência de Enfermagem e o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), com propostas de aperfeiçoar a qualidade da assistência, discutir as questões éticas e legais sobre os erros e desenvolver medidas para a sua minimização.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que a administração de medicamentos é uma das principais responsabilidades da equipe de enfermeiros e que os erros podem trazer consequências desastrosas ao paciente podendo levá-lo até mesmo a óbito. A equipe de enfermagem deve analisar sempre os efeitos e os ricos, que o erro durante a administração do medicamento pode causar ao paciente, para que busquem evitar ou minimizar a ocorrência de danos ao paciente. A administração de medicamentos deve ser compreendida por todos os membros da equipe com o objetivo de garantir a segurança na preparação, infelizmente como mostram estudos o erro relacionado a administração de medicamentos ocorre com uma frequência muito maior que deveria, muitas vezes causando um maior período de adoecimento do paciente, podendo também leva-lo a óbito. O Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations faz algumas recomendações gerais para prevenção de erros como: reduzir a confiança na memória; aperfeiçoar o acesso a informações seguras e confiáveis sobre medicamentos; introduzir sistemas que eliminem ou diminuam a possibilidade de erro (ex: equipo de nutrição enteral que não conecte em cateter intravenoso); buscar a padronização e promover treinamentos (BATES, 1998).
Enfim, sendo o profissional enfermeiro o responsável legal pela administração de medicamentos, se faz necessário um investimento em educação continuada, implementação de estratégias que visem auxilia-los na prevenção de erros na administração de medicação. 
4 REFERÊNCIAS
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CARVALHO VT. Erros de administração de medicamentos: análise de relatos dos profissionais de enfermagem. 2000. 131f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo,Ribeirão Preto, 2000.
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Referências dos artigos pesquisados:
http://200.229.32.55/index.php/enfermagemrevista/article/view/3300/3657 - acessado em 28/02/2016
https://www.revistas.ufg.br/index.php?journal=fen&page=article&op=view&path%5B%5D=810&path%5B%5D=925 - acessado em 28/02/2016 
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v7n5/13506 - acessado em 28/02/2016
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n2/11515 - acessado em 28/02/2016
PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado 
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/32588/administracao-de-medicamentos-introducao-e-conceitos#ixzz42pGHhV3I – acessado em 05/03/2016

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