Buscar

MASC Aula 8

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Meios Autocompositivos de Solução de Conflitos
*
*
4. Fundamentos da Mediação – Lei n. 13.140/2015
*
*
4 Lei de mediação
Divisão da L13.140/2015: 
Mediação – aspectos gerais: 
Objeto, princípios, mediadores judiciais e extrajudiciais, mediação judicial e extra judicial. 
Mediação aplicada à Administração Pública
Disposições finais
*
*
4.1 Da Mediação 
Conceito legal de mediação: 
Atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. 
*
*
4.1 Da Mediação 
Princípios que deverão orientar a mediação:
Imparcialidade do mediador;
Isonomia entre as partes;
Oralidade;
Informalidade;
Autonomia da vontade das partes;
Busca do consenso;
Confidencialidade;
Boa-fé.
*
*
4.1 Da Mediação 
Cláusula contratual de mediação:
Havendo cláusula contratual de mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião;
Ninguém pode ser obrigado a permanecer em um procedimento de mediação; 
*
*
4.1 Da Mediação 
Objeto da mediação:
Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação;
Quando o conflito envolver direitos indisponíveis e transigíveis, o acordo deve ser homologado em juízo e é exigida a oitiva do MP;
A mediação pode versar sobre todo o conflito ou sobre parte dele;
*
*
4.2 Dos Mediadores
Forma de designação: escolhido pelas partes ou indicado pelo tribunal;
Os mediadores estão sujeitos às mesmas hipóteses de suspensão e de impedimento que os juízes;
A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade;
Qualquer das partes pode recusar o mediador por falta de imparcialidade.
*
*
4.2 Dos Mediadores
O mediador fica impedido, por um ano a partir da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes;
O mediador não poderá ser árbitro ou testemunha nos processos referentes aos conflitos em que tiver atuado;
O mediador, no exercício de suas funções, é equiparado ao servidor público para os efeitos da legislação penal;
Aos necessitados é assegurada a gratuidade da mediação. 
*
*
4.2.1 Dos mediadores extrajudiciais
Requisitos:
Capacidade plena;
Gozar da confiança das partes;
Capacitação adequada em mediação; 
Não é necessário integrar cadastro ou conselho. 
*
*
4.2.1 Dos mediadores extrajudiciais
Presença de advogados:
As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos;
Comparecendo uma parte com advogado ou defensor público, o procedimento de mediação deve ser suspenso até que a outra parte também esteja devidamente representada. 
*
*
4.2.2 Dos mediadores judiciais
Requisitos:
Capacidade plena;
2 anos de graduação em qualquer curso superior;
Capacitação reconhecida pela ENFAM, atendidos os requisitos mínimos estabelecidos pelo CNJ e pelo MJ;
Os tribunais criarão e manterão cadastro atualizado dos mediadores habilitados a atuar em mediações judiciais;
A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos tribunais e custeada pelas partes. 
*
*
4.3 Do procedimento de mediação
Co-mediação: é admitido que vários mediadores atuem no mesmo caso. 
Requisitos: 
Anuência das partes;
Complexidade e natureza do conflito;
Suspensão do processo judicial ou arbitral:
Prazo: suficiente para a solução consensual do conflito;
A decisão que suspende o processo judicial ou arbitral é irrecorrível. 
A suspensão do processo não obsta a concessão de medidas de urgência pelo juiz ou árbitro. 
*
*
4.3 Do procedimento de mediação
Termo inicial: data da primeira reunião de mediação.
As partes devem concordar com as datas das reuniões de mediação;
É permitido ao mediador realizar sessões privadas com as partes, bem como lhes solicitar informações;
*
*
4.3 Do procedimento de mediação
Termo Final: deve ser lavrado documento que instrumentalize o acordo ou que o dê por impossibilitado. 
O mediador ou as partes podem declarar não ser mais possível a realização do acordo.
O termo final de mediação, quando houver acordo, será título executivo extrajudicial e, quando homologado judicialmente, título executivo judicial. 
Atenção! 
Enquanto transcorrer o procedimento de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional. 
*
*
4.3.1 Da mediação extrajudicial
Convite: 
Pode ser realizado por qualquer meio de comunicação;
Deve estipular o escopo da negociação;
Deve indicar data e local da primeira reunião;
Prazo: o convite formulado por uma parte é considerado rejeitado se não respondido em até 30 dias. 
*
*
4.3.1 Da mediação extrajudicial
Cláusula contratual de mediação:
Requisitos:
Prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de mediação, contado a partir da data do recebimento do convite;
Local da primeira reunião;
Critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;
 penalidades em caso de ausência à primeira reunião.
*
*
4.3.1 Da mediação extrajudicial
Cláusula contratual de mediação:
Não havendo previsão contratual completa:
Prazo mínimo de 10 dias úteis e máximo de três meses;
Local adequado a uma reunião que possa envolver informações confidenciais;
Lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais de mediadores capacitados: a parte convidada poderá escolher, expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada não se manifeste-se, considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista. 
*
*
4.3.1 Da mediação extrajudicial
O não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de mediação acarretará a assunção por ela de 50% das custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento arbitral ou judicial posterior, que envolva o escopo da mediação para o qual foi convidada;
Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não contenham cláusula de mediação, o mediador extrajudicial somente cobrará por seus serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de mediação e permanecer, voluntariamente, no procedimento de mediação;
*
*
4.3.2 Da mediação judicial
Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, pré-processuais e processuais, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição;
Os centros serão organizados pelos tribunais, de acordo com as regras estabelecidas pelo CNJ.
*
*
4.3.2 Da mediação judicial
Na mediação judicial, os mediadores não estão sujeitos à prévia aceitação das partes;
As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos;
As partes hipossuficientes podem requerer assistência jurídica gratuita da Defensoria Pública; 
*
*
4.3.2 Da mediação judicial
Fluxo do processo: 
Se a petição inicial preencher os requisitos e não for caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará a audiência de mediação;
O procedimento deverá ser concluído em até 60 dias, salva manifestação de comum acordo das partes pela prorrogação;
Solucionado o conflito pela mediação antes da citação do réu, não serão devidas custas processuais; 
*
*
4.3.3 Da confidencialidade
O mediador deve alertar as partes, no início da mediação e sempre que julgar necessário, sobre as regras de confidencialidade;
Regra: Toda e qualquer informação na mediação é confidencial em relação a terceiros. não podendo ser reveladas em processo judicial ou arbitral, salvo disposição das partes;
O dever de confidencialidade alcança o mediador, as partes e seus prepostos, os advogados, os assessores técnicos etc.
*
*
4.3.3 Da confidencialidade
A confidencialidade alcança:
Declaração, opinião, sugestão, promessa ou proposta formulada;
Reconhecimento de fato por qualquer das partes;
Manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo mediador;
Documento preparado unicamente para os fins do procedimento de mediação
A informação prestada por uma parte em sessão privada é confidencial, não podendo o mediador revelá-la as demais, salvo se expressamente autorizado. 
*
*
4.3.3 Da confidencialidade
Exceções à confidencialidade:
Quando as partes expressamente autorizarem a divulgação da informação;
Quando a divulgação for exigida por lei ou necessária para o cumprimento do acordo;
Informações relativas a crimes de ação pública;
Informações necessárias à administração tributária. 
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos.
As câmaras deverão ser constituídas nos respectivos órgãos jurídicos;
Terão competência para:
Dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública;
Avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de controvérsia entre particular e pessoa jurídica de direito público;
Promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta;
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
A submissão às câmaras é facultativa e deve ser regulamentada;
O acordo vale como título executivo extrajudicial;
Não se incluem entre as competências das câmaras os consensos que dependam de atos do Poder Legislativo;
Enquanto não forem criadas as câmaras, os conflitos poderão ser dirimidos de acordo com as regras gerais do procedimento de mediação. 
A instauração de procedimento administrativo para a resolução de conflito no âmbito da administração pública suspende a prescrição. 
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
Transação por adesão:
Conceito: adesão ao acordo previamente formulado em caso de conflitos idênticos;
Incidência dos princípios da impessoalidade e da legalidade;
Admitida, pela lei, no âmbito da Administração Pública Federal – direta e indireta;
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
Transação por adesão:
Fundamentos:
Autorização do Advogado-Geral da União, com base em jurisprudência pacífica do STF;
Parecer do Advogado-Geral da União, aprovado pelo Presidente da República. 
Os requisitos e as condições da transação por adesão serão definidos em resolução administrativa própria. 
 
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
Transação por adesão:
Interessado deve juntar prova de atendimento aos requisitos e às condições estabelecidas na resolução administrativa;
A resolução administrativa terá efeitos gerais e será aplicada aos casos idênticos, tempestivamente habilitados mediante pedido de adesão;
A adesão implica renúncia do interessado ao direito sobre o qual se fundamenta a ação ou recurso, no que tange aos pontos compreendidos pelo objeto da resolução administrativa;
A formalização de resolução administrativa não implica a renúncia tácita à prescrição nem sua interrupção ou suspensão.
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
Conflito sobre controvérsia jurídica entre órgãos ou entidades da Administração Pública Federal:
Não havendo acordo, caberá ao Advogado-Geral da União dirimir a controvérsia jurídica;
Nos casos em que a resolução da controvérsia implicar o reconhecimento da existência de créditos da União, de suas autarquias e fundações em face de pessoas jurídicas de direito público federais, a Advocacia-Geral da União poderá solicitar ao MPOG a adequação orçamentária para quitação das dívidas. 
A composição não afasta a apuração de responsabilidade do agente público que deu causa à dívida, sempre que se verificar que sua ação ou omissão constitui infração disciplinar. 
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
Conflito sobre controvérsia jurídica entre órgãos ou entidades da Administração Pública Federal:
Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, poderão submeter seus litígios com órgãos ou entidades da administração pública federal à Advocacia-Geral da União, para fins de composição extrajudicial do conflito. 
*
*
4.4 Da mediação na Administração Pública
Conflito sobre controvérsia jurídica entre órgãos ou entidades da Administração Pública Federal:
Os conflitos que envolverem, no polo ativo e passivo, órgãos ou entidades de direito público da administração pública federal somente poderão ser judicializados com a autorização prévia do Advogado-Geral da União;
Os servidores e empregados públicos que participarem do processo de composição extrajudicial do conflito somente poderão ser responsabilizados civil, administrativa ou criminalmente quando, mediante dolo ou fraude, receberem qualquer vantagem patrimonial indevida, permitirem ou facilitarem sua recepção por terceiro, ou para tal concorrerem. 
*
*
4.5 Disposições finais
A ENAM poderá criar banco de dados sobre boas práticas em mediação, bem como manter relação de mediadores e de instituições de mediação;
Aplica-se a lei, no que couber, às outras formas consensuais de resolução de conflitos;
A mediação nas relações de trabalho será regulada por lei própria;
Os órgãos ou entidades da administração pública poderão criar câmaras para a resolução de conflitos entre particulares, que versem sobre atividades por eles reguladas ou supervisionadas;
A mediação poderá ser feita pela internet;
Vacatio Legis: 180 dias (26/12/2015).

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando