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Sistema(zação da Assistência de Enfermagem UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FOR A FACULDADE DE ENFERMAGE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA FUNDAMENTOS EM ENFERMAGEM II KELLI BORGES DOS SANTOS Professora Faculdade de Enfermagem UFJF Enfermeira Assistente do HU/UFJF Doutora em Saúde Brasileira UFJF Setembro de 2016 Obje(vos da Aula • Defini r o Processo de Enfermagem e a Sistema(zação da Assistência de Enfermagem • Iden(ficar as etapas que compõem o Processo de Enfermagem • Aproximar os alunos da temá(ca Processo de enfermagem é um método utilizado para se implantar, na prática profissional, uma teoria de enfermagem. Torna-se necessária a utilização de um método científico para que os conceitos da teoria sejam aplicados e implantados na prática. Introdução • Durante a guerra da Criméia (1854-1856), Florence Nigh(ngale foi pioneira na organização das prá(cas de enfermagem, sendo as técnicas a primeira expressão do saber da enfermagem, que perduraram até início do séc. XX. (ALMEIDA; ROCHA, 1986; KIRCHHOF, 2003) Introdução – Aspecto Históricos • Com o desenvolvimento de suas prá(cas, a enfermagem evoluiu para o saber expresso pelos princípios cien9ficos, mas ainda eram dependentes da prá(ca médica. (ALMEIDA; ROCHA, 1986; KIRCHHOF, 2003) Introdução – Aspecto Históricos • Foi a par(r da década de 50 do séc. XX que a enfermagem iniciou a construção de um corpo de conhecimentos próprios, cuja expressão pode ser denominada como teorias. (ALMEIDA; ROCHA, 1986; KIRCHHOF, 2003) Introdução – Aspecto Históricos REVENDO A HISTÓRIA, É POSSÍVEL IDENTIFICAR AS TENDÊNCIAS E AS MODIFICAÇÕES QUE FORAM OCORRENDO, AO LONGO DO TEMPO, NO CONCEITO E NA APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM À PRÁTICA PROFISSIONAL 1960 Dorothy Johnson Ida Orlando Ernestine Wiedenbach (3 fases) 1967 Helen Yura Mary Walsh (4 fases) Histórico, planejamento, implementação e avaliação Horta – histórico, diagnóstico, plano assistencial, plano de cuidados ou prescrição de enfermagem, evolução e o prognóstico 1993 - Iyer, Tapich e Bernocchi-Losey (5 fases) Histórico, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação Garcia e Nóbrega , 2000. Introdução – Aspecto Históricos • No Brasil , o emprego do processo de enfermagem foi incen(vado por Wanda de Aguiar Horta, na década de 1970, em São Paulo, que trouxe como referencial teórico a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Maslow. • Assim, a assistência de enfermagem deveria se embasar em uma metodologia cienlfica, que privilegiasse cinco etapas: levantamento de dados (histórico), diagnós(co, planejamento, execução e avaliação. Processo de enfermagem é um método utilizado para se implantar, na prática profissional, uma teoria de enfermagem. Sistematizar o cuidado • Individualizar • Administrar Assistência Resultados positivos Melhoria da prestação da assistência Introdução Resolução nº 358/2009 Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados ... Assistência de Enfermagem Sistematizada Processo de Enfermagem COFEN, 2009 Introdução – Aspectos Legais PROCESSO DE ENFERMAGEM ü PARA FAVORECER O CUIDADO; ü P A R A O R G A N I Z A R A S C O N D I Ç Õ E S NECESSÁRIAS À REALIZAÇÃO DO CUIDADO; ü PARA DOCUMENTAR A PRÁTICA PROFISSIONAL. INSTRUMENTO TECNOLÓGICO DE QUE LANÇAMOS MÃO: Garcia TR, Nóbrega MML O processo de enfermagem se operacionaliza em etapas (fases), que variam de acordo com cada autor no que diz respeito ao número de fases e terminologia utilizada Etapas do processo de enfermagem 1ª etapa Investigação 2ª etapa Diagnóstico de enfermagem 3ª etapa Planejamento 4ª etapa Implementação assistência de enfermagem 5ª etapa Avaliação Embora estejam divididas didaticamente, as etapas do processo não ocorrem de forma isolada e linear Inter-relacionadas e ocorrem concomitantemente RESOLUÇÃO COFEN Nº 272/2002 Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE - nas Instituições de Saúde Brasileiras CONSIDERANDO que a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE, sendo atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade; RESOLUÇÃO COFEN Nº 272/2002 Art. 1º - Ao Enfermeiro incumbe: I - Privativamente: A implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do processo de enfermagem, que compreende as seguintes etapas: Consulta de Enfermagem Compreende o histórico (entrevista), exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem. Para a implementação da assistência de enfermagem, devem ser considerados os aspectos essenciais em cada uma das etapas, conforme descriminados a seguir: A importância do PE • O PE é uma tenta(va de melhorar a qualidade da assistência ao paciente. • A assistência de enfermagem é planejada para alcançar as necessidades específicas do paciente, sendo redigida de forma a que todas as pessoas envolvidas possam ter acesso ao plano assistencial. A importância do PE • Quando o plano não é redigido, omissões e repe(ções são observadas. • Não havendo o plano escrito, o paciente precisa repe(r informações pessoais a cada pessoa que o assiste. Etapas 1. Levantamento de dados § Histórico de enfermagem (Coleta de Dados, Exame Físico, documentação) 2. DiagnósEco de Enfermagem § Análise e síntese dos dados § Denominação diagnós(ca 3. Planejamento § Estabelecimento de prioridades § Estabelecimento de resultados § Determinação da prescrição 4. Implementação • Execução das prescrições de enfermagem 5. Avaliação PRIMEIRA ETAPA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - INVESTIGAÇÃO Inves(gação • É de fundamental importância para todo o desenvolvimento do processo, cons(tuindo o alicerce no qual se baseiam as etapas seguintes. • Os instrumentos de coleta de dados variam de acordo com a teoria de enfermagem u(lizada. Inves(gação • A enfermeira inicia a coleta de dados no primeiro encontro com o paciente e prossegue nesta tarefa até o paciente deixar a ins(tuição. • Todos os dados adicionais são incorporados ao plano assistencial. Métodos para Inves(gação • Entrevista = anamnese • Exame Físico Histórico de Enfermagem ou InvesEgação ou Levantamento de dados 1- Inves(gação Tipo de Dados • Dados secundários e primários • Dados subje(vos e obje(vos • Dados históricos e atuais Dados primários: coletados diretamente do cliente, por meio da anamnese e do exame físico Dados secundários: obtidos por outras fontes como, por exemplo, familiares, amigos, prontuários de saúde, registro de outros profissionais da equipe multidisciplinar, resultados de exames laboratoriais 1- Inves(gação • Dados subjeEvos, obje(vos, históricos e atuais • São aqueles que são descritos: incluem percepções, sen(mentos, sensações, idéias, entre outros 1- Inves(gação • Dados subje(vos, objeEvos, históricos e atuais • São aquelesobserváveis e mensuráveis pelo entrevistador. As informações são ob(das por meio dos sen(dos. Incluem ritmo respiratório, pressão sanguínea, peso, textura da pele 1- Inves(gação • Dados subje(vos, obje(vos, históricos e atuais • São as informações acerca de eventos ocorridos antes do presente, inclui hospitalizações anteriores, padrão de eliminação, doenças crônicas 1- Inves(gação • Dados subje(vos, obje(vos, históricos e atuais • São os acontecimentos atuais: dor pós operatória, vômitos, ape(te 1- Inves(gação Comunicação e registro de dados Os dados significativos devem ser comunicados , assegurando-se com isso que os outros membros da equipe interdisciplinar tenham conhecimento da situação do cliente e garantindo a detecção precoce dos seus problemas O registro dos dados promove a continuidade da assistência, a exatidão das anotações e o pensamento crítico, uma vez que o enfermeiro poderá fazer uma avaliação do registro de suas informações e com isso analisar os dados coletados e aprofundar seus conhecimentos Entrevista Uma entrevista é uma conversa organizada para obter informações sobre o estado de saúde atual. Entrevista • Processo complexo • Habilidades de comunicação e interação • Necessita de empa(a • Deve transmi(r respeito • Foco – iden(ficação de reações do cliente • O cliente deve saber o propósito ENTREVISTA Habilidades necessárias para o desenvolvimento da entrevista compreensiva: • Saber ouvir e entender (cada pessoa é uma realidade única e complexa) • Saber explorar dados do paciente • Demonstrar interesse e conhecimento • Ser recep(vo • Deixar o paciente à vontade 31 ENTREVISTA v Cuidados ao entrevistar: – Não impor autoridade, saber empregá-la – Procure falar apenas o necessário, o importante é ouvir – Evite interromper o paciente – Dê respostas c laras e adequadas à compreensão do paciente 32 ENTREVISTA • Introdução – início da entrevista Recepcionar o paciente Apresentar-se Chamar o paciente pelo primeiro nome Evitar apelidos como vó, mãe, (a Explicar a necessidade da entrevista 33 Conteúdo da Entrevista o Perfil do Cliente o Queixa principal o Histórico da enfermidade atual o Histórico de saúde passado o Histórico familiar o Histórico de medicamentos o Histórico de substâncias (drogas ilícitas, álcool, fumo) o Histórico social o Padrões de vida co(diana o Histórico psicossocial o Saúde espiritual Entrevista • A u(lização de perguntas abertas es(mula o paciente os pacientes a descreverem uma situação em mais de uma ou duas palavras – esta técnica leva a uma discussão do estado de saúde do indivíduo. ENTREVISTA • Fechamento • Dar oportunidade para o paciente dizer algo que não tenha sido abordado pelo enfermeiro e abrir espaço para dúvidas 36 MANUTENÇÃO DA RELAÇÃO PROFISSIONAL - CLIENTE Tem mais alguma coisa que queira me falar? O que mais o está incomodando? Inves(gação - Exame Físico u OBJETIVOS DO EXAME FÍSICO • Levantar as condições globais do cliente/paciente; • Buscar informações significativas para a enfermagem que possam subsidiar a assistência a ser prestada; • Avaliar a condição física do cliente/paciente; • Detectar os primeiros sinais de problemas de saúde em desenvolvimento; • Estabelecer uma base de dados para futuras comparações; • Avaliar as reações às intervenções médicas e de enfermagem. Materiais: Aspectos sobre o Ambiente e Materiais É importante que o profissional verifique as condições e reúna todos aqueles que deverão ser transportados até o paciente, em uma bandeja, previamente desinfetada, evitando interrupções. • Balança com medidor de altura; • Esfigmomanômetro; • Estetoscópio; • Termômetro; • Lanterna; • Espéculo Nasal. • Abaixador de língua; • Fita métrica; • Luvas de procedimento; • Material de bolso (papel, caneta, relógio e tesoura). EXAME FÍSICO Para que seja feito de maneira sistemática, o exame físico deve ser desenvolvido em dois momentos: • Exame Físico Geral; • Exame Específico dos Sistemas (Neurológico, Cardiocirculatório, Respiratório, Digestório, Urinário, Genitais e Locomotor) • Inspeção; • Palpação; Técnicas Propedêuticas: • Percussão; • Ausculta. Dados diagnós(cos e Laboratoriais • Os resultados de exame devem ser descritos no histórico ou na evolução subsequente. Registro dos Dados • Conforme o enfermeiro conduz o histórico de enfermagem, são registrados dados de maneira clara e concisa com terminologia adequada. • Letra legível! • É a úl(ma parte de uma avaliação completa. Exemplo • O Sr. J.L., 35 anos, casado, dois filhos, reside na zona rural de Juiz de Fora, se declara evangélico. Estudou até o ensino fundamental. Foi admi(do na enfermaria de clínica médica, com quadro de êmese persistente após administração de quimioterápico a nível ambulatorial – paciente conhecido da ins(tuição. Refere não estar evacuando há 06 dias. Relata não estar se alimentando bem devido a presença dos vômitos há 03 dias. Diurese de cor de guaraná. Nega hipertensão arterial, diabetes mellitus ou outras comorbidades. Refere ser alérgico à dipirona e esparadrapo. Afirma ser portador de Linfoma de Hodgkin sabidamente há 04 meses, sendo este seu terceiro ciclo de quimioterapia. Nega tabagismo. Nega ingestão de bebida alcoólica desde o início do tratamento, ser conhecedor dos efeitos colaterais relacionados à quimioterapia. Faz uso de an(emé(cos com orientação médica, mas não tem (do efeito nos úl(mos dias. Refere que não terá acompanhante durante a internação pois a esposa precisa ficar com os filhos. Relata que não tem dormido durante a noite nos úl(mos 3 dias devido as náuseas. Exemplo • Ao exame ysico: P.A.: 122x100, P.:96, F.R.:18, T.: 37°C, altura:1,78, peso:78 kg. Pulso ritmico, cheio. Fácie cansada, olhos encovados. Ausência de edema em membros. Normocorado, turgor da pele diminuído. Abdome distendido, doloroso à palpação profunda, com presença de ruídos hidroaéreos diminuídos em todos os quadrantes. Pele seca. Alopécia, halitose. Presença de cateter venoso central, que encontra-se com cura(vo limpo e seco – o próprio paciente realiza o cura(vo domiciliar. Ausculta pulmonar: movimentos vesiculares presentes, presença de roncos difusos. Ausculta cardíaca: bulhas normofoné(cas em dois tempos. Impressão diagnós(ca: paciente cansado, desidratado, funções excretoras alteradas, com risco de infeção relacionado a procedimento invasivo. SEGUNDA ETAPA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM • DEFINIÇÃO • É a iden(ficação das necessidades básicas do ser humano que precisam de atendimento e, a determinação do grau de dependência deste atendimento em natureza e extensão. • O diagnós(co comporta duas dimensões: iden(ficar as necessidades e determinar o grau de dependência. (Horta, 1979) “É um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas de saúde atuais e potenciais e aos processos vitais os quais fornecem a base para a seleção das intervenções de enfermagem para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é responsável” DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM (NANDA) Existem três (pos de diagnós(cos de enfermagem segundo a NANDA: • Real:descrevem respostas humanas que existem de fato • De risco: descrevem respostas humanas que podem desenvolver-se • De bem-estar: descreve respostas humanas a níveis de bem-estar, que têm potencial de aumento para um estado mais alto Diagnós(co de Enfermagem O diagnós(co de enfermagem possui três partes: Diagnós(co de Enfermagem Parte I Título Definição da reação humana Parte II Fatores Relacionados São os fatores que estejam ocasionando a reação Parte III CaracterísEcas Definidoras São os sinais e sintomas que iden(ficam o problema Definição Determina uma descrição clara e precisa do problema em questão, ajudando a diferenciar diagnós(cos parecidos. Ex: - Déficit no autocuidado para banho (capacidade prejudicada de realizar ou completar as a(vidades de banho por si mesmo) - Troca de gases prejudicada (déficit na oxigenação ou eliminação de CO2 na membrana alvéolo capilar) Diagnós(co de Enfermagem Título Estabelece um nome para o diagnós(co, sendo um termo ou frase concisa que representa um padrão de sugestões: Ex: Mobilidade asica prejudicada relacionado a controle muscular diminuído, caracterizado por amplitude limitada de movimento. Ansiedade relacionado ao estresse caracterizado por tensão facial Diagnós(co de Enfermagem Fatores relacionados Aparecem para mostrar algum (po de relacionamento com o diagnós(co. • Geralmente acompanhado por - “relacionados a” ou “associados a” Ex: Mobilidade ysica prejudicada relacionado a controle muscular diminuído, caracterizado por amplitude limitada de movimento. Diagnós(co de Enfermagem CaracterísEcas definidoras – sinais e sintomas São fatores observáveis, ou manifestações clínicas que confirmem um diagnós(co real ou de bem-estar. Ex: Mobilidade ysica prejudicada relacionado a controle muscular diminuído, caracterizado por amplitude limitada de movimento. Diagnós(co de Enfermagem Fatores de risco São fatores ambientais, fisiológicos, psicológicos, gené(cos ou químicos, que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo a um evento insalubre. • U(lizados para classificar os diagnós(cos de risco. Ex: Risco de infecção relacionado a procedimentos invasivos. Diagnós(co de Enfermagem Problemas colaboraEvos Quando o problema de saúde encontrado se refere a Condições Médicas, Distúrbios, Procedimentos Cirúrgicos e Procedimentos Diagnós(cos e/ou Terapêu(cos que não apenas de enfermagem. Diagnós(co de Enfermagem Problemas colaboraEvos Ex.: Dor relacionado a procedimento cirúrgico, caracterizado por relato verbal de dor. Diagnós(co de Enfermagem TERCEIRA ETAPA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – PLANEJAMENTO DA ASSISTENCIA Planejamento - Introdução • Uma vez encerrada a fase de identificação dos problemas, inicia-se o planejamento da assistência ao paciente. • A prescrição é uma categoria de ações de enfermagem em que são estabelecidas metas centradas no paciente. • O planejamento destas ações exige que o enfermeiro use tomada de decisão e habilidades de solução de problema para a elaboração do cuidado para cada paciente. • O planejamento dos cuidados traduzido na prescrição de enfermagem, expressa, de forma organizada, os objetivos diários da assistência a cada paciente, visando uma melhor qualidade assistencial. Planejamento - Introdução É a fase do processo de enfermagem que envolve o desenvolvimento de estratégias, criadas para reforçar reações saudáveis do indivíduo ou da comunidade, para prevenir, minimizar ou corrigir reações não saudáveis identificadas no diagnóstico de enfermagem. Definição: planejamento Itens necessários para os resultados esperados Ser claro e conciso Ser centrado no paciente Estar relacionado ao título diag. Ser alcançável Conter limite de tempo Ser mensurável É importante salientar que para cada diagnóstico de enfermagem deverá haver um resultado esperado, ou seja, para cada problema detectado espera-se algo para aquele cliente Maslow afirma que as necessidades fisiológicas de nível mais baixo precisam ser atendidas, ao menos parcialmente. - Paciente com dor em ferida operatória (amputação de dedo) - Diabetes descompensado - De Alta hospitalar O paciente que sente dor (necessidade de nível mais baixo) precisa receber alívio, antes de ser instruído acerca do autocuidado para o controle do diabetes (necessidade de auto-estima). Estabelecendo prioridades - 1ª Etapa Exemplo: • As metas e resultados esperados é um comportamento ou resposta específica mensurável que reflete o mais alto nível possível de bem-estar. • Ou seja, é um objetivo traçado para se identificar aquilo que se almeja alcançar por meio de ações de enfermagem. Traçando metas e obje(vos Estabelecendo resultados – 2ª Etapa Exemplo 1: Diagnóstico: Déficit no auto-cuidado para higiene pessoal Estabelecendo resultados – 2ª Etapa Exemplo 1: Diagnóstico: Déficit no auto-cuidado para higiene pessoal Meta: Paciente realizará a própria higiene independentemente em um mês. Estabelecendo resultados – 2ª Etapa Exemplo 2: Diagnóstico: Déficit de líquidos relacionado a ingesta inadequada de água caracterizado por pele desidratada e ressecada Meta: • Paciente deverá apresentar pele hidratada em 3 dias. • Paciente deverá ingerir 1,5l de água diariamente Estabelecendo resultados – 2ª Etapa • O objetivo deverá ser real, dentro das possibilidades do paciente e da equipe de enfermagem. • Importante sempre voltar ao diagnóstico; • Sempre que possível, o objetivo deverá ser avaliado pelo paciente, pela equipe e pelo médico. Isso auxilia o paciente a confiar no tratamento proposto. • Os objetivos não devem entrar em conflito, ou seja, interferir ou anular outros tratamentos. Estabelecendo resultados – 2ª Etapa • São estratégias criadas para auxiliar o cliente a atingir os resultados. Tem por base o fator relacionado, identificado no título do diagnóstico. • As intervenções de enfermagem estão centradas em at iv idades necessár ias à promoção, manutenção ou restauração da Saúde. Prescrição de enfermagem – 3ª Etapa • A prescrição ou plano de cuidados é um guia de assistência clínica. • Funciona como um documento que comunica o cuidado de enfermagem daquele paciente a todos os membros da equipe. • Torna-se uma referência das intervenções de cuidado. Prescrição de enfermagem – 3ª Etapa - Diagnóstico: Fraqueza muscular associada à permanência prolongada no leito Objetivo: aumento do tônus muscular que se evidencia pela capacidade de caminhar pelo corredor. Prescrição de enfermagem: realizar exercícios passivos de movimentação no leito três vezes ao dia. Mobilizar o paciente no leito três vezes ao dia Auxiliar o paciente a caminhar no recinto, aumentando a distância, segundo tolerância Exemplo - Diagnóstico: Fraqueza muscular associada à permanência prolongada no leito - Objetivo: aumento do tônus muscular que se evidencia pela capacidade de caminhar pelo corredor. Prescrição de enfermagem: realizar exercícios passivos de movimentação no leito três vezes ao dia. Mobilizar o paciente no leito três vezes ao dia Auxiliar o paciente a caminhar no recinto, aumentando a distância, segundo tolerância Exemplo - Diagnóstico: Fraqueza muscular associada à permanência prolongada no leito - Objetivo: aumento do tônus muscularque se evidencia pela capacidade de caminhar pelo corredor. - Prescrição de enfermagem: 1. Realizar exercícios passivos de movimentação no leito três vezes ao dia. 2. Mobilizar o paciente no leito três vezes ao dia 3. Auxiliar o paciente a caminhar no recinto, aumentando a distância, segundo tolerância Exemplo Devem incluir: • A data em que foram redigidas; • Ação a ser realizada (verbo no infinitivo); • Quem deve realizá-la; • Conter a frase descritiva (o quê, como, quando, onde, com que frequência, por quanto tempo ou quanto); • Assinatura do enfermeiro responsável por sua confecção Exemplo Atribuiça o Prescrição Aprazamento 1 Tec. Enf. Mobilizar o paciente no leito três vezes ao dia 09 17 01 2 Tec. Enf Realizar banho de leito 1 vez ao dia (água e sabão) 08 3 Enf. Realizar troca do cura(vo 1 vez ao dia, em MID com uso de Sol. Fisio. Morno e cobertura com gaze e esparadrapo – cura(vo compressivo 10 Planejamento Resposta Humana afetada Vômito, Diarréia e pele seca Diagnóstico Déficit de líquido no organismo relacionado a vômito e diarréia caracterizado por pele seca, turgor diminuído Resultado Em 48 horas pele hidratada, sem vômito e urinando normalmente Intervenção • Estimular a ingestão de líquidos a cada 2 horas – dois litros por dia; • Administrar anti-hemético conforme prescrição médica; • Orientar quanto à higiene íntima com uso de ducha higiênica após as evacuações; • Fornecer hidratante corporal uma vez ao dia. QUARTA ETAPA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA • Refere-se à execução do plano de cuidados u As intervenções podem ser feitas pelo paciente, familiar ou outros membros da equipe, conforme descrito no plano. u Concentra-se em resolver os diagnósticos e atingir da melhor forma as metas e objetivos estabelecidos. u Alcançar resultados esperados, com intuito de atender as necessidades de saúde do paciente. Implementação do cuidado • Todas as intervenções de enfermagem são voltadas para o cliente • A fase de implementação é concluída quando as intervenções foram completadas • É de extrema importância o registro dos cuidados prestados. Implementação do cuidado • Durante esta etapa, também é possível rever e reformular o plano de assistência de acordo com a avaliação das metas alcançadas. • Além disso, a atividade de coleta de dados continua através do tempo em que o paciente recebe assistência de enfermagem, desde a admissão até a alta. Implementação do cuidado Exemplo 1 Mobilizar o paciente no leito três vezes ao dia 09 17 01 2 Realizar banho de leito 1 vez ao dia (água e sabão) 08 3 Realizar troca do cura(vo 1 vez ao dia, em MID com uso de Sol. Fisio. Morno e cobertura com gaze e esparadrapo – cura(vo compressivo 10 A comprovação que a ação foi implementada – efetivada é por meio da checagem com assinatura no horário de realização da atividade QUINTA ETAPA DO PROCESSO DE ENFERMAGEM – AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA • A etapa final do processo de enfermagem é avaliação. • O propósito da avaliação é determinar se os objetivos fixados foram alcançados tanto no tempo como nos dados especificados. • Faz-se uma revisão dos objetivos, e determina o procedimento ou critério a ser medido. Avaliação do processo A avaliação ou evolução poder ser concebida, levando-se em conta a estrutura, o processo e o resultado: • A avaliação de estrutura está relacionada com a adequação dos recursos físicos e materiais, bem como os modelos de organização; • A avaliação de processo centraliza o foco nas atividades do enfermeiro, que são observadas e julgadas; • A evolução baseada em mudanças comportamentais é denominada avaliação de resultados A avaliação de enfermagem consiste: • na ação de acompanhar as respostas do cliente aos cuidados prescritos, por meio de anotações no prontuário ou nos locais próprios; • da observação direta da resposta do cliente à terapia proposta, bem como do relato do cliente. O enfermeiro: • Avalia o progresso do cliente; • Institui medidas corretivas; • Revê o plano de cuidados, s/n A fase de avaliação com as atividades que lhe são inerentes talvez seja a d i m e n s ã o m a i s importante do processo de enfermagem. Ao realizar a avaliação diária, o enfermeiro irá detectando os cuidados que devem ser mantidos, os que devem ser modificados e os que já podem ser finalizados, ou seja aqueles que já supriram as necessidades dos clientes. A avaliação cuidadosa, deliberada e detalhada de v á r i o s a s p e c t o s d o atendimento ao cliente, é a chave para excelência no f o r n e c i m e n t o d o atendimento de saúde. Considerações Finais A Sistema(zação da Assistência de Enfermagem realizada por meio do Processo de Enfermagem, além de ser obrigatório por lei: • Auxilia o enfermeiro a dar visibilidade ao seu trabalho; • Organiza as ações de enfermagem; • Compar(lha informações com as pessoas da equipe de enfermagem e demais profissionais; • Evita repe(ções e omissões REFERÊNCIAS ARREGUY-SENA C, STUCHI RAG, CARVALHO EC (2002). Comunicação por imagem aplicada como estratégia de ensino da taxonomia da NANDA: relato de experiência. SIBRACEn Ribeirão Preto, 2 a 3 maio de 2002 Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução 358 de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília: COFEN. Disponível em: http:// novo.portalcofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acessado em 12/02/2014 ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: Promoção do cuidado colaborativo, 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005, 283p. GARCIA, T. R.; NÓBREGA, M. M. L. (Org.). Sistemas de classificação em enfermagem: um trabalho coletivo. João Pessoa, Idéias, 2000. (Série Didática: Enfermagem no SUS). TANNURE, M.C.; PINHEIRO, A.M. SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem: Guia Prático. 2ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.