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A Construção da Historiografia Antiga

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CADIOU, François; COULOMB, Clarisse; LEMONDE, Anne; SANTAMARIA, Yves. Como se faz a História - Historiografia, método e pesquisa. Vozes, 2007. Antiguidade: a historiografia greco-romana, pp 15-33.
A citação inicial, já nos dá uma noção do que o texto irá trabalhar. Os mitos gregos, que muitos acreditam que foi onde tudo começou. 
A reflexão geral é pensarmos sobre a História Clássica e a construção da historiografia até chegarmos à História Moderna, o que as distingue, mas também as une. 
O ponta pé inicial é entender quem foram e como foram descritos e compreendidos por diversos homens ao longo do tempo, dois historiadores: Heródoto e Tucídides. Ambos aos nossos olhos diferem muito da nossa concepção de história atual, porém foram importantes para seu tempo e produziram obras relevantes para o próprio entendimento da historiografia.
A figura desses dois, segundo François, foi significativa para nos dar a noção de narradores – construtores- e que reivindicam o reconhecimento sobre o produto do historiador, responsável por revelar e/ou descrever os acontecimentos.
O sentimento de posse sobre a verdade nos relatos é clara, porém está concepção do que é a verdade, como ela ocorre e como os historiadores devem trabalhar em cima dela e a função de separar real de irreal, era o que diferenciava e os faziam historiadores.
Começam então, dar sentido ao trabalho do historiador, mesmo com interesses relacionados à outras disciplinas, estas características distinguiam o bom historiador dos demais.
Em alguns trechos, percebe-se que a escrita no período dos primeiros historiadores não era tão comum como fonte, como bom oradores eles também utilizavam da oratória como fonte, sem aparentemente duvidar de suas veracidades, mas estavam cientes que cada autor poderia reescrever a mesma obra, pois teriam construções pessoais diferentes –subjetividade pessoal. Entretanto isso nos trouxe consequências, ao entenderem a História desta forma, a narrativa de um escritor mais velho acaba sendo passada por “tradição” ao mais novo, não importando as fontes mas o testemunho pessoal.
O historiador do período para comprovar a veracidade em suas falas, precisava mais de renome intelectual do que realmente de fontes sustentáveis, a sua fama estaria em sua integridade como pessoa e assim suscetivelmente reconhecido como o detentor da verdade perante o júri.
Basicamente os historiadores greco-romanos, escolhiam as suas problemáticas consideradas importantes, então faziam suas pesquisas e levantamentos de fatos ao que estava mais próximo, ou seja, a utilização de fonte não era extremamente necessária, pois detinham TESTEMUNHAS, ou até mesmo eram as próprias testemunhas. Preferiam história do tempo presente. 
O momento onde buscaram pesquisar relatos mais antigos é quando decidem dedicar-se a história política, o que os instigava a entender e estudar grandes nomes da antiguidade. Apesar de o paladar intelectual de cada historiador ter variado ao longo dos tempos, onde escreviam e pesquisavam diversas coisa, considerado como “grande história” eram apenas os relatos sobre grandes guerras e política.
Em suma, vê-se que foram homens do seu tempo, que adaptaram e construíram os pilares da historia com o conhecimento, entendimento e cultura que dispunham no momento.

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