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alimentos vs doenças

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18 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010 www.revista-fi.com
Alimento vs. doenças
Alimentos certos podem fazer 
toda a diferença para a saúde. 
Frutas, legumes e verduras, 
assim como grãos integrais, 
legumes, nozes e sementes, são 
exemplos de alimentos nutritivos 
carregados de fitonutrientes que 
podem reduzir o risco de câncer, 
doenças do coração, hipertensão e 
muitas outras doenças crônicas. 
Introdução
A sociedade moderna tem se tornado cada vez 
mais complexa e com muita velocidade muda os 
padrões de comportamento e os padrões de vida. 
Com o passar do tempo, apareceram as chamadas 
doenças do mundo moderno, como síndrome do 
pânico, doenças cardiovasculares, ou mesmo, cân-
cer. Contudo, alguns povos, apesar de terem estes 
mesmos problemas não apresentam essas doenças 
na mesma incidência e prevalência, o que chamou 
a atenção de estudiosos no assunto. Estudos têm 
mostrado o importante papel da alimentação na 
prevenção dessas doenças.
Os esquimós, com sua alimentação baseada em 
peixes e produtos do mar, ricos em ácidos graxos 
poliinsaturados das famílias ômega 3 e 6, têm 
baixo índice de problemas cardíacos, assim como 
os franceses, devido ao consumo de vinho tinto, o 
qual apresenta grande quantidade de compostos 
fenólicos. Os orientais, devido ao consumo de soja, 
ALIMEntoS
VS.doEnçAS
que contém fitoestrogênios, apresentam baixa 
incidência de câncer de mama. Nesses países, o 
costume de consumir frutas e verduras também 
resulta em uma redução do risco de doenças 
coronarianas e de câncer, comprovada por dados 
epidemiológicos.
A incidência de morte devido a acidentes car-
diovasculares, câncer, acidente vascular cerebral, 
arteriosclerose, enfermidades hepáticas, dentre 
outros, pode ser minimizada através de bons hábi-
tos alimentares. Numa boa dieta, sempre há uma 
predominância de alimentos de origem vegetal, 
notadamente as frutas e as verduras. 
Atualmente, alguns componentes alimentícios 
estão sendo foco de pesquisas. Entre eles estão os 
ácidos graxos ômega 3, que foram vinculados ao 
tratamento e à prevenção de uma ampla gama de 
doenças, inclusive doenças cardíacas, derrame, 
lúpus, diabetes, doenças intestinais inflamatórias, 
artrite e cânceres de cólon, mama e próstata. 
Dentre os alimentos que contêm ácidos graxos 
ômega 3, estão peixes gordurosos, óleos de peixe 
e semente de linhaça. 
A proteína da soja é outro foco de estudos. 
Pesquisas confirmam a sua importância na re-
dução dos níveis de colesterol no sangue. Ainda 
não se sabe ao certo se o efeito é causado pelas 
isoflavonas (estrógenos naturais) da soja ou por 
alguns outros componentes. As isoflavonas estão 
sendo estudadas atualmente por suas potenciais 
propriedades anticancerígenas. Elas também 
podem proteger contra a osteoporose. A proteína 
da soja pode ser encontrada em uma variedade de 
alimentos à base de soja, inclusive grãos de soja, 
tofu e bebidas de soja. 
A luteína também tem chamado à atenção da 
comunidade científica. Este carotenóide (um tipo 
de antioxidante) foi vinculado à degeneração ma-
cular relacionada ao envelhecimento, a principal 
causa da perda de visão em pessoas mais velhas. 
19FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010www.revista-fi.com
substâncias tóxicas; outras suprem o organismo 
de vitaminas e sais minerais. 
Nas folhas do maracujazeiro, por exemplo, 
existem substâncias farmacêuticas, como a ma-
racujina, a passiflorina e a calmofilase. A infusão 
destas é utilizada em casos de alcoolismo crônico, 
asma, coqueluche, convulsão infantil, delirium-
tremens, diarréia, disenteria, dor de cabeça 
nervosa, erisipelas, úlceras, nevralgias, tétano, 
crises nervosas e neurastênicas, insônias e tosses 
de origem nervosa. As folhas são usadas, ainda, 
como diurético, emenagogo, calmante, anticon- 
ceptivo e antifebril. As raízes são empregadas 
como antiinflamatório e anti-helmíntico. As semen-
tes também têm ação anti-helmíntica.
A banana é outro exemplo. Essa fruta auxilia 
no tratamento de algumas enfermidades, tais como 
tuberculose, paralisia, reumatismo, artrites, prisão 
de ventre, diarréia, desidratação e, ainda, doenças 
de estômago, rins, fígado, intestinos e nervos, úlce-
ras da pele, dermatites, queimaduras de sol, diar-
réia, feridas, fraqueza pulmonar, resfriados, tosse 
crônica, tosse de fumante e bronquite crônica.
Já o caqui tem ação como calmante, vermífugo 
e laxativo, é recomendado no combate a gastrite 
Está presente em alimentos como ovos, milho, 
espinafre, kiwi, laranjas, brócolis e acelga. 
Pesquisas relacionadas à redução de colesterol 
têm como componentes alimentícios estudados o 
psyllium, a aveia e os estanóis e esteróis. 
o podEr dAS frutAS 
As frutas são amplamente conhecidas pela 
sua importância alimentar. São excelentes fontes 
de nutrientes, principalmente vitaminas e sais 
minerais. Além destes nutrientes, muitas frutas 
apresentam substâncias com ação medicinal e 
seu uso como medicamento é um hábito utilizado 
pela humanidade há mais de 5.000 anos. Algumas 
dessas frutas já apresentam confirmação científica 
de seus efeitos terapêuticos, outras estão em fase 
de pesquisa e existe, ainda, aquelas que, apesar de 
não haver comprovação científica, nem estar em 
fase de pesquisa, através do conhecimento popular, 
são amplamente utilizadas pelas populações. 
A grande maioria das frutas apresenta proprie-
dades medicinais. Umas são adstringentes, outras 
emolientes. Umas excitam as funções gástricas, 
outras ativam as funções intestinais. Umas de-
sintoxicam o organismo, dissolvendo e expelindo 
20 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010 www.revista-fi.com
Alimento vs. doenças
infantil, contra problemas no fígado, transtornos 
intestinais e enfermidades das vias respiratórias. 
É um excelente alimento para tuberculosos, anê-
micos, desnutridos e descalcificados.
O limão pode ser utilizado nas afecções febris 
(gripes e resfriados), tosse, circulação sangüínea 
(microvarizes), afecções estomacais, como digestivo, 
combate a aftas, feridas, pele seca 
e sem brilho (rosto e pescoço), 
unhas que desfolham, unhas fra-
cas e ressecamento da cutícula.
A amora preta é considerada 
uma planta anticancerígena, pela 
ação do ácido elágico, e também 
no combate a osteoporose, devido 
a sua concentração elevada de 
cálcio (46 mg/100g fruto). Outra 
utilização crescente é como tônico 
muscular para utilização durante 
práticas desportivas, devido ao 
alto teor de potássio encontrado 
no fruto (245 mg/100g fruto).
O abacaxi apresenta a brome-
lina, enzima proteolítica, usada 
como digestivo, antiinflamatório 
e solventes de mucosidades, 
como por exemplo, as que se 
acumulam nas vias respiratórias 
nas afecções broncopulmonares. 
É utilizada pela indústria farma-
cêutica para distúrbios digestivos 
e respiratórios. Pode ainda ser 
utilizada no combate a dor de gar-
ganta, acne (espinhas), cravos, 
psoríases, psoríase vermelha, 
psoríase escamativa, escleroder-
mias, feridas, úlceras, chagas, 
máscara rejuvenecedora, diges-
tivo e diurético.
O coco apresenta proprieda-
des medicinais como calmante, 
diurético, mineralizante, febrí-
fugo, aperiente, depurativo do 
sangue, oxidante, antiflogístico e 
tenífugo. Pelo seu teor de sais de 
potássio e sódio, é recomendado 
para arteriosclerose, excelente para promover o de-
senvolvimento do tórax, nervos, cérebro e pulmões.
As folhas da gravioleira são usadas em forma 
de chá para problemas de fígado. O óleo das folhas 
para neuralgia, reumatismo e dores artríticos. O 
suco é considerado um bom diurético, usado nos 
problemas do aparelho urinário, especialmente, no 
caso de retenção de líquidos. A casca das raízes e 
as folhas são usadas para controle de diabetes. A 
fruta ou o suco são usados para febres, diarréias 
e contra parasitas. Flores e brotos são usados 
comoremédio para catarro, tosse e febre. A casca 
da raiz para disenteria e verminose. A semente 
como inseticida, especialmente para piolhos. As 
folhas amassadas na água e aplicadas na pele para 
combate a coceiras. A infusão das folhas também 
é usada como anti-sudorífico, anti-espasmódica e 
emético. E, finalmente, a fruta madura é utilizada 
contra o escorbuto e a verde para disenteria.
Graças ao seu conteúdo em fibra (especial-
mente pectina), carboidratos, magnésio, sódio 
e potássio, a ameixa é laxativa, recomendada 
contra a prisão de ventre. Possui propriedades 
afrodisíacas, é recomendada para controle de reu-
matismo, artrite, gota, arteriosclerose e nefrites. 
A ameixa é um anti-nevrálgico ciliar, é indicada 
contra hemorróidas e hipocondria. É também 
usada como desobstruente do fígado, depurativa 
do sangue, desintoxicante do aparelho digestivo e 
no tratamento das afecções das vias respiratórias 
(anginas, catarros, etc.)
As folhas da figueira são usadas cozidas para 
dor de estômago, para baixar a glicemia, para tos-
se e problemas do peito, como bronquite. Folhas 
aquecidas em água fervendo são usadas como 
cataplasma sobre calos. O fruto é considerado 
um laxativo suave. Na coqueluche, é usado para 
aliviar a tosse. São também úteis na prevenção 
das anemias nutricionais por serem ricos em 
cobre e ferro. O leite e o látex que sai do fruto 
verde e do talo é cáustico e utilizado sobre calos 
e verrugas, e por via oral, é utilizado contra 
vermes (trichiuria e áscaris). A casca do tronco 
cortada fina e colocada dentro da narina serve 
para estancar hemorragias.
O consumo de acerola é indicado para o com-
bate da gripe e afecções pulmonares, controle de 
hemorragias nasais e gengivais, auxilia no trata-
mento de doenças do fígado, além de evitar a perda 
de apetite e dores musculares.
O chá de cascas de jabuticaba é usado para tra-
tar anginas, disenteria e erisipelas; a entrecasca do 
fruto, em chá, destina-se ao tratamento de asma.
A uva possui propriedades rejuvenecedoras, 
diuréticas e depurativa. A fruta pode ser usada 
como creme nutritivo para a pele (recuperador 
de cicatrizes profundas, protetor da pele seca e 
prevenção das estrias), fragilidade capilar, he-
morragia uterina, diarréia, disfunção intestinal e 
laxante suave.
O abacate pode ser utilizado para combater 
diarréias, dores reumáticas, contusões, dores de 
A grande 
maioria das 
frutas apresenta 
propriedades 
medicinais. 
umas são 
adstringentes, 
outras 
emolientes. 
umas excitam 
as funções 
gástricas, outras 
ativam as funções 
intestinais. umas 
desintoxicam 
o organismo, 
dissolvendo 
e expelindo 
substâncias 
tóxicas; outras 
suprem o 
organismo de 
vitaminas e sais 
minerais.
21FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010www.revista-fi.com
cabeça, como creme amaciante para face e mãos, 
diurético, insuficiência hepática e retenção da 
secreção biliar.
A laranja combate a falta da vitamina C, é 
estimulante do apetite, reguladora intestinal, 
laxante, diurética, combate o reumatismo, calman-
te, digestiva, antifebril, anti-hemorrágica, combate 
a nevralgia, restaura o fluxo menstrual, quando 
escasso ou ausente, combate a nefrite, depurativa 
e usada contra verminose.
O principal uso medicinal do mamão é como 
agente digestivo. O látex que vem do tronco da 
árvore também é aplicado externamente para ace-
lerar o tratamento de feridas, úlceras, furúnculos, 
tumores e calos. As sementes são usadas para tra-
tamento de vermes. Um chá feito da fruta madura 
ajuda em tratamento de diarréia e disenteria em 
crianças. As folhas também são usadas para ajudar 
na cicatrização de feridas.
A goiaba é utilizada no combate à tuberculose 
incipiente, promove metabolismo das proteínas, 
e ajuda a prevenir a acidez e a fermentação dos 
carboidratos durante a digestão, cicatrizante 
de feridas e no combate à diarréia. As folhas da 
goiabeira, em decocção, empregam-se contra as 
hemorragias uterinas, incontinência da urina, 
inchaço das pernas e pés, cólera infantil e gastren-
terite. A casca da raiz têm as mesmas aplicações.
A pêra pode ser utilizada como diurético, no 
combate a cistites, pielonefrites, cálculo renal, reu-
matismo (gota), antidiarréico, alimento nutritivo 
(na convalescença), hipertensão arterial, máscara 
refrescante (protege a pele do rosto e pescoço) e 
elimina o cansaço.
A maçã pode ajudar a respirar melhor; dados 
de pesquisa de cientistas ingleses mostraram que 
pessoas que comem cinco maçãs por semana têm 
uma função pulmonar mais forte. Ela também 
retarda o envelhecimento, pois a fruta com casca 
apresenta propriedades antioxidantes e anticance-
rígena. Além disso, a fruta é utilizada na prevenção 
de várias doenças, tais como rouquidão, acidose, 
machucados, arteriosclerose, esgotamento ner-
voso, reumatismo, anemia cerebral, gota, tosse, 
hemorróidas, inflamação nos olhos, palpitações 
do coração, inflamação da bexiga, hipercloridria, 
tuberculose, bronquite, asma, catarros pulmona-
res, afecções de garganta, inflamações do aparelho 
urinário, difteria, febres, cálculos do fígado e rins.
O morango é utilizado na prevenção de gota, ar-
tritismo, icterícia, pedras da bexiga, anemia, diar-
réia, problemas renais, vermes, afecções hepáticas, 
areias vesicais, cálculos biliares e reumatismos.
Outras frutas com efeito medicinal incluem 
ainda a amêndoa, utilizada contra as enfermidades 
das vias respiratórias e a irritação das vias uriná-
rias; a azeitona, sendo a verde adstringente, e a 
preta, laxativa; a castanha, benéfica para os rins 
e o fígado, e muito útil na diarréia das crianças; 
a cereja, que é alcalinizante, remineralizante, 
combate a desinteria, e eficaz contra a arterios-
clerose; a fruta-do-conde, estimulante do apetite; 
a manga, anticatarral, combate a falta da vitamina 
C, depurativa, refrescante, tem a propriedade de 
fazer suar e digestiva; a noz, benéfica para o cé-
rebro e para o sistema nervoso em geral; a romã, 
cujas raízes são usadas para expulsar a tênia (ou 
solitária); e muitas outras.
AS SupErfrutAS
As superfrutas tornaram-se populares a 
partir de 2004, após a parução do livro Su-
perFoods Rx, de Steven G. Pratt e Kathy 
Matthews, apresentando 14 alimentos com 
extraordinário valor nutritivo. As superfrutas 
possuem alto valor nutricional devido a sua rique- 
za em nutrientes, propriedades antioxidantes, 
comprovados ou supostos benefícios para a saúde 
e sabor agradável. Em trabalho recente, quatro 
critérios foram combinados para definir as super-
frutas: conteúdo em nutrientes, qualidades an-
tioxidantes, intensidade das pesquisas médicas e 
sucesso/disponibilidade comercial, definido como 
a facilidade com a qual determinada fruta, com 
suas características de sabor, aparência, aroma 
e benefícios para a saúde, pode ser encontrada 
pelos consumidores. 
A diversidade, quantidade e densidade de 
22 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010 www.revista-fi.com
Alimento vs. doenças
nutrientes e antioxidantes 
fitoquímicos presentes nas su-
perfrutas é bastante complexa. 
Entre as principais super-
frutas estão o açaí, a blueberry, 
o goji, o guaraná, o mangostão, o 
noni, o oxicoco, e a romã. 
Açaí. É consumido na forma 
de bebidas, doces, geléias e sor-
vetes. Na medicina tradicional, 
frutos e raízes têm sido usados 
no tratamento de problemas 
gastrintestinais. As sementes são 
fontes de ácidos graxos poliinsa-
turados e saturados. 
Um estudo recente, utili-
zando polpa de açaí liofilizada, 
levantou os seguintes dados 
nutricionais para 100g de ma-
terial: 533,9 calorias, 52,2g de 
carboidratos, sendo 44,2g de 
fibras, 8,1g de proteínas e 32,5g de gordura total. 
Com cerca de 1/3 de sua massa total composta por 
fibras dietéticas, o açaí é uma fonte excepcional 
desse valioso macronutriente; uma porção de 100g 
de açaí liofilizadosupre as necessidades diárias de 
fibra de um adulto (20g a 30g por dia).
O açaí é particularmente rico em ácidos graxos, 
apresentando uma sensação gordurosa ao toque. 
Contém altos níveis de ácido oléico (56,2% das 
gorduras totais), um ácido graxo monoinsaturado; 
é também rico em ácido palmítico (24,1% das gor-
duras totais), um ácido graxo saturado, e em ácido 
linoléico (12,5% das gorduras totais), o famoso 
ácido graxo poliinsaturado ômega 6. O açaí possui 
também alto teor de β-sitosterol (78% a 91% dos 
esteróis totais), um fitosterol que pode reduzir os 
níveis de colesterol sangüíneo.
A forte pigmentação do açaí levou à condução 
de vários estudos sobre seu teor em antocianinas, 
um grupo de polifenóis responsável pela coloração 
escura de várias bagas, outras frutas e vegetais 
e rico em antioxidantes. Um estudo recente uti-
lizando açaí liofilizado (polpa e pele) encontrou 
níveis totais de antocianina de 319mg para cada 
100g de amostra padrão; as principais são a 
cianidina-3-glicosídeo e cianidina-3-rutinosídeo. 
Outros 12 compostos parecidos, flavonóides como 
a homoorientina, orientina, isovitexina, taxifolina 
deoxihexose e escoparina, foram encontrados, 
bem como alguns flavonóides desconhecidos. As 
proantocianidinas, um outro grupo de compostos 
fenólicos com alto poder antioxidante são também 
presentes (1.289mg para cada 100g de polpa e 
pele liofilizadas); o açaí ainda contém resveratrol, 
porém em baixíssima concentração.
Um estudo recente feito a partir de açaí liofi-
lizado, em pó, e usando o sistema ORAC (Oxygen 
Radical Absorbance Capacity) como medição-
padrão demonstrou um alto efeito antioxidante 
contra radicais peroxila (1.027 micromol TE/g). 
Deve-se salientar que os valores ORAC para este 
pó liofilizado são significativamente maiores que 
para os outros preparados ou modos de secagem 
do açaí. Para fim de comparação, os valores ORAC 
para alguns outros produtos vegetais são: canela 
(2.675 micromol TE/g), cravo (3.144 micromol 
TE/g), cúrcuma (2.001 micromol TE/g) e orégano 
seco (1.593 micromol TE/g).
O açaí liofilizado, em pó, também mostra 
atividade bastante alta contra superóxido, com 
nível de SOD (atividade da dismutase do supe-
róxido) de 1.614 unidades/g. 
Somente 10% do alto poder antioxidante 
do açaí pode ser atribuído ao seu conteúdo de 
antocianinas, o que indica que são outros poli-
fenóis que contribuem de forma decisiva nessa 
atividade antioxidante.
Blueberry. Entre as frutas que já foram 
objeto de estudos mais avançado, o blue-
berry (uva-do-monte) é uma das mais ricas 
em antioxidantes. Apresenta um conteú- 
do particularmente elevado de polifenóis, tanto na 
casca quanto na polpa, que conferem funções de 
proteção sobre as paredes celulares. O maior res-
ponsável pelo alto nível de atividade antioxidante é 
uma família de compostos chamados de polifenóis 
e, particularmente, as antocianinas, as quais são 
também responsáveis pela coloração azulada dos 
blueberries. As antocianinas são encontradas em 
maior quantidade na pele, sendo que frutas meno-
res têm área de superfície mais alta e a relação de 
volume que rende maior teor de antioxidante por 
peso comparado a bagas maiores. 
O teor de antocianinas nos frutos é mais afe-
tado pelo genótipo do que por fatores climáticos 
ou ambientais. Diferentes cultivares apresentam 
diferenças nos teores de antocianinas, pH, acidez, 
teor de sólidos, teor de umidade, sabor dos fru-
tos, tamanho das bagas, número e tamanho de 
sementes, entre outros.
Pesquisadores têm mostrado que as antociani-
nas, proantocianidonas, flavonóis e taninos inibem 
os mecanismos de desenvolvimento de células 
cancerosas in vitro. Em um simpósio que ocorreu 
em 2007 sobre os benefícios à saúde propiciados 
por vários tipos de bagas, houve relatos mostran-
As superfrutas 
possuem alto 
valor nutricional 
devido a sua 
riqueza em 
nutrientes, 
propriedades 
antioxidantes, 
comprovados 
ou supostos 
benefícios para 
a saúde e sabor 
agradável.
23FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010www.revista-fi.com
do que o consumo de blueberries (e outras frutas 
similares, incluindo cranberries) pode aliviar o 
declínio cognitivo que ocorre em portadores da 
doença de Alzheimer e outras condições ligadas 
ao envelhecimento.
Vários estudos realizados na Rutgers University 
indicam que as proantocianidinas das blueberries 
inibem a adesão de bactérias nas células das vias 
do trato urinário, não podendo assim se multiplicar 
e causar infecções. Essas proantocianidinas são 
similares àquelas encontradas nos oxicocos (cran-
berries) e que são responsáveis pela prevenção de 
infecções do trato urinário. Ainda são necessários 
mais estudos clínicos para confirmar que as blue-
berries oferecem benefícios similares.
Um estudo de 2006 pesquisou o efeito das 
blueberries sobre a duração da vida e idade de 
nematódeos (Nemathelminthes), um verme cilín-
drico microscópico usado em estudos biológicos. 
Os pesquisadores observaram que a adição de 
tional Chinese Medicin), a qual acredita que ele 
melhora a função do sistema imunitário, propicia 
maior acuidade visual, protege o fígado, aumenta 
a produção de espermatozóides e melhora a cir-
culação, entre outros efeitos. Também é usado nas 
medicinas tradicionais coreana, japonesa e tibe-
tana. Pode ser consumido ao natural, ingerido na 
forma de suco ou de chá, ou como tintura (extrato 
alcoólico); na medicina tradicional chinesa, suas 
raízes são usadas no tratamento de inflamações e 
doenças cutâneas.
O goji contém 18 aminoácidos (13g por cada 
100g de fruto seco, isto é, seis vezes superior ao 
polén da abelha e com mais proteínas do que a 
maioria dos cereais integrais), incluindo os oito que 
são essenciais para a vida, tais como a isoleucina 
e triptofano; mais de 21 oligoelementos, incluindo 
o zinco, o ferro, o conre, o selênio, o fósforo e o 
germânio, considerado em estudos como tendo 
atividade anticancerígena; alto teor de proteína; 
contém o espectro completo de carotenóides an-
tioxidantes, incluindo β-caroteno (maior concen-
tração que a cenoura), zeaxantina (protetor dos 
olhos), luteína, licopeno, criptoxantina e xantofilas. 
O goji é a maior fonte de carotenóides conhecida; 
contém 500 vezes a quantidade de vitamina C das 
laranjas, fazendo com que seja uma das fontes de 
vitamina C mais ricas da terra; ainda são ricos 
em vitaminas B1, B2, B6 e vitamina E; contém 
β-sisterol (e outros fitoesteróis), fitonutriente 
com função antiinflamatória, que ajuda também a 
equilibrar os níveis de colesterol e pode ser usado 
no tratamento de impotência sexual e equilíbrio 
da próstata; contém ácidos graxos essenciais, 
que são necessários para a síntese de hormônios, 
e regula o funcionamento do cérebro e sistema 
nervoso, incluindo os ácidos graxos essenciais 
linoléico e α-linolênico; contém sesquiterpenóides, 
como a ciperona (regula a pressão aretrial, alivia 
o desconforto menstrual, usado no tratamento 
do cancro do cólo do útero) e solavetivona (com 
propriedades antibacterianas e antifúngicas) 
tetraterpenóides e betaína. A betaína é usada 
pelo fígado para produzir colina; promove grupos 
metil com reações energéticas no corpo, ajuda a 
reduzir o nível de homocisteína, um fator de risco 
em problemas cardíacos, e protege a célula em 
nível de DNA; contém fisalina, um fito-nutriente 
usado nos transtornos da hepatite B e substância 
ativa contra todos os tipos de leucemia.
As bagas de goji contêm, também, uma ex-
celente riqueza em fibra através da presença de 
polissacarídeos de elevada densidade que fortale-
cem e apoiam um sistema imunitário saudável. Os 
extrato de blueberry aumentava significativa-
mente a duração da vida desses pequenos animais 
e descobriram que eram as proantocianidinas as 
responsáveis por esse aumento de vida. Outros 
estudos em animaismostram que o consumo de 
blueberries abaixa a taxa de colesterol e o nível de 
lipídios sangüíneos. Em ratos, foi observado que 
o consumo de blueberries altera as glicosamino-
glicanas, componentes das células vasculares que 
podem influenciar o controle da pressão sangüínea. 
Goji. O goji tem longa e importante história 
na medicina tradicional chinesa (TCM – Tradi-
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polissacarídeos são longas cadeias de moléculas 
de açúcar que alimentam os macrófagos (grandes 
glóbulos brancos) na parede dos intestinos. Um 
polissacarídeo encontrado nas bagas do goji de-
monstrou ser um poderoso estimulante da secre-
ção da rejuvenescedora hormona de crescimento.
As bagas de goji foram avaliadas como o ali-
mento com a capacidade antioxidante mais elevada 
na escala ORAC, com 25.300 unidades ORAC.
Guaraná. São atribuídos ao guaraná, entre ou-
tras, as propriedades estimulante, afrodisíaco, ação 
tônica cardiovascular, combate a cólicas, nevralgias 
e enxaquecas e ação diurética e febrífuga. O uso 
terapêutico da cafeína pode causar dependência psí-
quica e síndrome da abstinência. O guaraná contém 
cafeína, proteína, açúcares, amido, tanino, potássio, 
fósforo, ferro, cálcio, tiamina e vitamina A. O teor 
da cafeína na semente do guaraná pode variar de 
2% a 8% (do peso seco), maiores que os do café 
(1% a 2%), mate (1%) e cacau (0,7%). Entretanto, 
se ingerida em excesso, provoca efeitos colaterais, 
como insônia, azia, dependência, etc.
Os pesquisadores europeus (França e Ale- 
manha) começaram a estudar o guaraná em 1940; 
suas propriedades estimulantes e ação termo-
gênica são reconhecidas. Nos Estados Unidos é 
conhecido para aumentar o estado de alerta men-
tal, lutar contra a fadiga e aumentar a estamina e 
resistência física. 
A primeira análise química de sementes de 
guaraná foi feita pelo botânico alemão Theodore 
von Martius, nos anos de 1700. O botânico isolou 
uma substância cristalina, branca, amarga, com 
notável ação fisiológica. Nomeou essa substância 
de guaranina e, ulteriormente, foi chamada de 
cafeína. Muitos pesquisadores ainda consideram 
que a guaranina é um fitoquímico único do guara-
ná, mas, de acordo com os químicos, é cafeína; a 
guaranina seria, na realidade, uma cafeína impura, 
provavelmente cafeína ligada a algum tanino ou 
fenol. A cafeína, juntamente com a teofilina e a 
teobromina, é uma substância química derivada da 
xantina, que se encontra na natureza, nas plantas 
consumidas pelo homem. Enquanto a teofilina e 
a teobromina apresentam duas metilas, a cafeína 
possui três: 1,3,7-trimetil-xantina . A xantina, 
por sua vez, é uma substância química derivada 
da purina: é uma dioxipurina, estruturalmente 
relacionada com o ácido úrico. As purinas do orga-
nismo são a adenina e a guanina, que juntamente 
com as pirimidinas (uracil, timina e citosina), 
formam compostos heterocíclicos que fazem parte 
dos nucleotídeos, elementos estruturais do ADN 
(desoxirribonucleotídeo) e ARN (ribonucleotídeo). 
As sementes de guaraná contém de 2% a 8% de 
cafeína (25.000 a 75.000ppm), bem como traços 
de teofilina (500 a 750ppm) e teobromina (300 a 
500ppm). Também contêm grandes quantidades de 
alcalóides, terpenos, taninos, flavonóides, amido, 
saponinas e substâncias resinosas.
Acredita-se que são os alcalóides (xantinas) ca-
feína, teobromina e teofilina, que mais contribuem 
para a atividade terapêutica do guaraná. Em estu-
dos clínicos, observou-se que a teofilina estimula 
o coração e o sistema nervoso central, melhora o 
estado de alerta e alivia a fadiga. Também possui 
forte atividade diurética e reduz a constrição dos 
brônquios, sendo assim útil em caso de asma. A 
teobromina possui efeitos similares. Certamente, 
muitos dos usos tradicionais do guaraná e de seus 
efeitos decorrem de seu alto conteúdo de cafeína.
Mangostão. O mangostão foi qualificado 
como superfruta (características agradáveis, 
riqueza de nutrientes, presença elevada de an-
tioxidantes e potencial impacto positivo para a 
saúde humana), porém se considerar somente a 
parte comumente consumida, os gomos carno-
sos, o mangostão somente tem características 
agradáveis, e nada mais. Seu perfil nutritivo não 
apresenta nenhum conteúdo importante, não 
tem pigmentação que denotaria a presença de 
antioxidantes fitoquímicos e não tem nenhuma 
evidência científica de que esses gomos carnosos 
possuem alguma propriedade benéfica para a 
saúde. Onde está então o milagre 
do mangostão?
A casca do mangostão, que 
representa quase 70% do peso do 
fruto, contém xantonas e taninos 
que propiciam adstringência, 
desestimulando infestação por 
insetos, fungos, bactérias e, até 
mesmo, o ataque de animais 
predadores, enquanto o fruto não 
está maduro. 
Essas xantonas tem desperta-
do grande interesse das indústrias 
de alimentos e farmacêutica; 
possuem alto poder antioxidante 
e agem no organismo humano 
trazendo benefícios à saúde. 
Trata-se de uma classe especial 
de componentes biologicamente 
ativos que possuem numerosas 
capacidades bioativas, tais como 
propriedades antioxidantes. As 
Vários estudos 
realizados na 
Rutgers University
indicam que as 
proantocianidinas 
das blueberries 
inibem a adesão 
de bactérias nas 
células das vias 
do trato urinário, 
não podendo 
assim se
multiplicar e 
causar infecções.
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xantonas, presentes em toda a fruta, porém de 
forma muito mais significativa em seu exocarpo, 
ajudam a manter a saúde intestinal, a fortalecer 
o sistema imunológico, a neutralizar os radicais 
livres, a fortalecer os cartílagos e o funcionamento 
das articulações e a favorecer um sistema respi-
ratório estacional saudável.
As xantonas possuem uma estrutura anelar 
de seis carbonos com múltiplas ligações duplas. 
Estas ligações lhe dão grande estabilidade e lhe 
confere propriedades fitoquímicas (antioxidantes, 
antiinflamatórios, anti-histamínicos, antitumo-
rais, etc.). As xantonas têm a mesma estrutura 
básica e múltiplas variantes (nas cadeias laterais), 
o que lhes permite uma grande variedade de 
funções. O que as tornam únicas são as ligações 
duplas 1-8, que lhes permitem passar facilmente 
pela mucosa intestinal e entrar na corrente san-
güínea sem ser destruídas.
São compostos raros na natureza, menos 
de duzentos, dos quais 58 foram encontrados, 
principalmente na casca, do mangostão. As mais 
estudadas são a α-mangostina (antioxidante), a 
γ-mangostina (antiinflamatório) e a garcinona 
E (antitumoral). As xantonas não são as únicas 
substâncias biologicamente ativas no mangostão: 
catequinas e outros polifenóis estão presentes em 
quantidades significativas. Ainda contém potássio, 
fósforo, cálcio, ferro e vitaminas B1, B2, B6 e C. 
Noni. O fruto aplica-se no tratamento da asma 
e disenteria. Para uso externo, é aplicado em 
fraturas de ossos. O fruto maduro é aplicado em 
furúnculos para extrair o pus. O extrato da fruta 
também pode regular a menstruação ou dificul-
dades urinárias. Nos Estados Unidos e Canadá, 
é anunciado como produto dietético. 
Uma análise da fruta desidratada, em pó, feita 
pelo College of Tropical Agriculture and Human 
Resources, da University of Hawai’I, em Manoa, 
mostrou excelentes níveis de carboidratos e fibras 
dietéticas. Obviamente, estes macronutrientes 
estão na polpa da fruta, uma vez que o suco contém 
somente traços dos mesmos. O mesmo ocorre com 
os micronutrientes; a polpa contém grande quanti-
dade de vitamina C e quantidades substanciais de 
niacina (vitamina B3), ferro e potássio. Vitamina 
A, cálcio e sódio estão moderamente presentes. No 
suco, somente a vitamina C ainda está presente em 
alto nível (42% da IDR, Ingestão Diária Recomen-
dada) e, mesmo assim, em nível semelhante àquelefornecido pela metade de uma laranja.
O noni também contém fitoquímicos, tais como 
oligo- e polissacarrídeos, glicosídeos, noniosídeos, 
β-sitosterol, antraquinona (damnacanthal) e alca-
lóides. Algumas referências, na internet, mencio-
nam a xeronina e proxeronina como constituintes 
importantes do noni, porém como não existe 
nenhum estudo a respeito publicado na literatura 
médica, os termos não são cientificamente reco-
nhecidos. Da mesma forma, embora a reputação 
do noni pelos seus usos em medicina popular seja 
antiga, nenhuma aplicação médica ou existência de 
reais benefícios para a saúde tem sido verificado 
pela ciência moderna. O que existe, sim, é um fa-
buloso mercado global, avaliado em mais de US$ 2 
bilhões por ano, para o suco de noni; essas vendas 
apoiam-se em alegações da medicina popular. 
Nos Estados Unidos, a própria FDA já emitiu 
algumas cartas de advertência para empresas 
comercializando o suco de noni baseado em ale-
gações de saúde infundadas. Essas cartas ainda 
salientam a ausência de evidência científica sobre 
os benefícios para a saúde trazidos pelos fitoquí-
micos do noni, escopoletina e damnacanthal, sendo 
que nenhum dos dois tem comprovada atividade 
biológica em humanos. Na Comunidade Econômi-
ca Européia, a European Commission for Health 
and Consumer Protection Directorate-General 
aprovou, em 2002, uma marca de suco de noni, 
como novel food, porém não endossou nenhuma 
de suas alegações de saúde.
Uma das teorias mais utilizadas para explicar 
os benefícios do noni está relacionada com a proxe-
ronina que, quando chega a partes específicas das 
células, como as mitocôndrias, os microssomas, o 
aparelho de Golgi, o retículo endotelial, os sistemas 
de transporte de elétrons, DNA, RNA e dentro 
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destas estruturas, se combina com outros agentes 
bioquímicos naturais e blocos construtores (hor-
mônios, proteínas, enzimas, serotonina, vitaminas, 
minerais e antioxidantes) onde age, pela corrente 
sangüínea, nas células do organismo. Esta combi-
nação se converte em xeronina, que ajuda a célula 
na sua reparação e regeneração. Devido a essas 
propriedades, a xeronina intervém potencialmen-
te no corpo humano de muitas maneiras, que vão 
desde o aumento da vitalidade de uma pessoa até a 
redução da dependência das drogas. Os transtornos 
internos e neurogênicos também podem reagir 
positivamente à xeronina, devido à sua habilidade 
de normalizar as proteínas encontradas em todos 
os tecidos vivos essenciais, até do cérebro.
A função no organismo humano da escopole-
tina, outro componente identificado neste fruto, 
é que se une à serotonina, cuja presença está 
associada com a diminuição da ansiedade e da 
depressão, com a regulação da temperatura corpo-
ral e da atividade sexual, além de ser o precursor 
da melatonina como regulador do sono, mostra 
atividade anti-hipertensiva, antiinflamatória e 
anti-histamínica. 
Também são encontrados fitonutrientes e se-
lênio, que são poderosos protetores antioxidantes 
contra os radicais livres. Tem sido identificados 17 
aminoácidos dos 20 conhecidos, incluindo os nove 
que se consideram essenciais.
Estudos científicos tentam demonstrar a validez 
do amplo uso tradicional desta espécie; no entanto, 
mais uma vez, não há nada realmente provado 
cientificamente sobre seus efeitos. Um estudo que 
tinha como objetivo revisar e atualizar a informação 
científica que existe sobre este fruto. Foi encontrado 
um total de 47 referências nas bases consultadas, 
onde somente cinco avaliavam, em modelos pré-
clínicos, a maioria in vitro, as atividades farmaco-
lógicas do suco de noni para uso relacionado com 
câncer e imunoestimulação, assim como com dor e 
inflamação. Esse estudo concluiu que a informação 
científica disponível não permite validar o uso e a 
segurança da utilização do noni, porque está limita-
do a estudos pré-clínicos farmacológicos e precisa 
de um mínimo de investigações toxicológicas que 
respaldem a segurança, o que é particularmente 
relevante em tratamentos para problemas de saúde 
de complexidade, como o câncer.
Um outro estudo foi realizado para averiguar a 
toxicidade do suco de noni; ele utilizou células he-
páticas in vitro expostas a este suco, como modelo 
para investigar a sua hepatotoxicidade, que foi re-
latada em três pacientes. Não foi mostrado nenhum 
efeito tóxico muito relevante no fígado, assim como 
também não foi encontrada nenhuma genotoxicida-
de na exposição in vitro de bactérias e células ma-
márias ao suco de noni. Então, este estudo conclui 
que o suco de noni é seguro para o consumo se for 
produzido em condições controladas e não contenha 
aditivos não indicados na embalagem.
Assim, o uso popular e a interessante informa-
ção científica que se têm a respeito da utilização 
deste fruto e da sua composição, mostram a neces-
sidade de se aprofundar os estudos farmacológicos 
e toxicológicos, utilizando extratos do fruto em 
pacientes. Até agora, as informações e o uso popu-
lar deste fruto, geralmente, são sem fundamento 
e ainda existem poucos trabalhos publicados que 
validam cientificamente o seu uso.
Oxicoco ou cranberry. O oxicoco tem níveis 
moderados de vitamina C, fibra dietética e manga-
nês. Apresenta uma ORAC de 9.584 unidades por 
100g, o que o coloca perto do topo da lista dos 277 
alimentos comumente usados nos Estados Unidos.
Os oxicocos são ricos em polifenóis antioxidan-
tes, fitoquímicos sob intensas pesquisas por seus 
possíveis benefícios para o sistema cardiovascular, 
sistema imunitário e como agentes anticanceríge-
nos. O suco de cranberries contém um componente 
químico, material de alto peso molecular não-diali-
sável (NDM), capaz de inibir e, até mesmo, de re-
verter a formação de placas por bactérias Strepto-
coccus mutans. Esta bactéria é vulgar na boca do 
homem e é o principal fator do desenvolvimento de 
cáries, devido a sua capacidade acidogênica e aci-
dúrica. O suco de oxicoco mostra alguma eficiência 
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contra a formação de pedras renais. Os cranber-
ries, bem como o seu suco, são fontes abundantes 
de antocianidinas, especificamente cianidina e pe-
onidina, e são também ricos em petunidina (42mg 
por 100g de frutas frescas). Embora apresentem 
grandes efeitos contra células cancerosas humanas 
in vitro, quando ingerido por humanos esse efeito 
não é comprovado, apresentando pobre absorção 
pelas células humanas e rápida eliminação na 
corrente sanguínea. Mesmo assim, desde 2002, 
existe um número cada vez maior de pesquisas 
sobre o papel dos componentes polifenólicos do 
oxicoco na prevenção de vários tipos de cânceres. 
Os taninos dos cranberries possuem propriedades 
anti-coagulantes e podem reduzir as infecções do 
trato urinário e a quantidade de placas dentárias, 
tendo assim ação profilaxica contra gengivite.
O suco do oxicoco tem sido reconhecido como 
eficaz no tratamento de infecções do trato urinário 
desde 1914, quando foi relatado que esta fruta, rica 
em ácido benzóico, causava acidificação da urina. 
Pesquisas recentes têm se concentrado na capa-
cidade do suco do oxicoco em inibir a aderência 
da Escherichia coli às células uroepiteliais. Este 
fenômeno tem sido atribuído a dois componentes: 
frutose e um composto polimérico não-dialisável. 
Descobriu-se que este último componente, sub-
seqüentemente isolado dos sucos do oxicoco e do 
blueberry, inibe adesinas presentes nos cílios da 
superfície de certas E. coli patogênicas. 
Em abril de 2004, a agência governamental 
francesa AFSSA, o equivalente a FDA americana, 
aprovou o suco de oxicoco como agente antibacterial 
para a saúde do trato urinário. Quatro estudos clíni-
cos randomizados mostraram evidências de inibição 
de infecções urinárias emmulheres que tomaram 
suco de oxicoco durante 12 meses. 
Baseado nos resultados desses estudos, as cren-
ças correntes sobre os benefícios do suco do oxicoco 
sobre o trato urinário parecem ser justificadas.
Romã. As capacidades medicinais da fruta 
são conhecidas desde a Antigüidade, porém até 
há pouco tempo, eram conhecidas apenas pelos 
interessados em mitologia ou em medicina chi-
nesa antiga. Cada 100ml de suco de romã (arilo) 
fornece 16% das necessidades diárias de um 
adulto de vitamina C, também é boa fonte de vi-
tamina B, ácido pantotênico, potássio e polifenóis 
antioxidantes. No computo geral, a romã não é 
fonte significativa de nutrientes. 
Os polifenóis mais abundantes no suco de 
romã são os taninos hidrolisáveis, chamados de 
punicalaginas, as quais demonstraram em pes-
quisas laboratoriais ter potentes propriedades de 
combate aos radicais livres. Um estudo ex vivo de 
plasma humano após absorção de um extrato de 
romã com teor estandardizado de punicalaginas, 
indicou um aumento médio de 32% da capacidade 
antioxidante plasmática.
Em pesquisas laboratoriais preliminares e estu-
dos-piloto em humanos, o suco de romã mostrou-se 
efetivo como agente redutor dos fatores de risco de 
doenças cardíacas, incluindo oxidação do LDL, sta-
tus oxidativo dos macrófagos e formação de células 
de espuma, cada um desses sendo etapas levando a 
aterosclerose e doenças cardiovasculares. Taninos, 
tais como as punicalaginas, foram identificados 
como os principais compostos responsáveis pela 
redução do estresse oxidativo, o qual leva a esses 
fatores de risco. A romã tem mostrado capacidade 
de reduzir a pressão sangüínea 
sistólica pela inibição da ECA 
(Enzima Conversora da Angio-
tensina). Em 2007, iniciou-se a 
realização de cinco testes clínicos, 
nos Estados Unidos e na Norue-
ga, para examinar os efeitos do 
consumo de suco de romã sobre 
o câncer da próstata, hiperplasia 
prostática, diabetes e linfoma. 
Relatos preliminares indicam 
que o suco de romã pode frear o 
aparecimento ou desenvolvimen-
to do câncer da próstata. Pode 
ter também uma ação antiviral 
e antibacterial contra placas 
dentárias.
O óleo extraído das semen-
tes contém polifenóis que ini-
bem a síntese de estrógenos e 
tem mostrado eficiência contra 
a proliferação de células do 
câncer de mama, in vitro.
Muitos fabricantes de suplementos conside-
ram mais interessante usar extrato de romã (sem 
açúcar, calorias ou aditivos) na fabricação de seus 
produtos no lugar de suco.
oS ácIdoS grAxoS ôMEgA 3 E ôMEgA 6
Os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6 são duas 
famílias de ácidos graxos poliinsaturados (PUFA), 
cada uma representada por um ácido essencial: o 
ácido linoléico (C18:2, LA, família ômega 6) e o áci-
do α-linolênico (C18:3, LNA, família ômega 3) que, 
por sua vez, dão origem a outros ácidos essenciais 
de cadeias mais longas, chamados de ácidos graxos 
poliinsaturados de cadeia longa (LCPUFA).
os oxicocos 
são ricos em 
polifenóis 
antioxidantes, 
fitoquímicos 
sob intensas 
pesquisas por 
seus possíveis 
benefícios 
para o sistema 
cardiovascular, 
sistema imunitário 
e como agentes 
anticancerígenos.
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Alimento vs. doenças
Os ácidos graxos ômega 3 são assim denomina-
dos por possuírem sua primeira dupla ligação no 
carbono 3 a partir do radical metil do ácido graxo. 
São encontrados em grande quantidade nos óleos 
de peixes marinhos, como sardinha, salmão, atum, 
arenque, anchova, entre outros (peixes que vivem 
em águas profundas e frias), e também em algas 
marinhas e nos óleos e sementes de alguns vegetais, 
como a linhaça, por exemplo. Os mais pesquisados 
e que possuem maiores benefícios à saúde são o 
EPA - ácido eicosapentaenóico - e o DHA - ácido 
docosahexaenóico - presente principalmente nos 
óleos de peixes. Pesquisas mostram que esses ácidos 
graxos são capazes de ajudar no controle da lipi-
demia e conter reações inflamatórias, entre outros 
benefícios. Dessa forma, podem ser coadjuvantes 
no tratamento de doenças cardiovasculares, artrite, 
psoríase, etc. Estudos recentes relacionam o uso do 
DHA em melhorar sintomas de depressão, Mal de 
Alzheimer e distúrbios de comportamento, como a 
hiperatividade e o déficit de atenção. 
As maiores fontes de ômega 3 são os peixes de 
águas frias e profundas, oleaginosas e óleo de linha-
ça, ovos enriquecidos e leite fortificado. Contudo, 
isso não significa que comer peixe diariamente é 
a solução para todos os problemas, pois qualquer 
excesso acarreta prejuízos para a saúde. Por ter um 
alto poder de oxidação, o consumo de ômega 3 deve 
ser associado à ingestão de vitaminas antioxidantes.
As fontes de ômega 3 encontradas na natureza 
geralmente já os apresentam na sua forma natural. 
No entanto, pode-se associá-las ao consumo de 
vitamina E e selênio (brócolis, azeite extra-virgem, 
oleaginosas, castanha e nozes) e sucos cítricos - que 
são fontes de vitamina C - para que estes alimentos 
formem um pool de antioxidantes a fim de preser-
var a integridade da estrutura química do ômega 3. 
Os ácidos graxos ômega 3 são essenciais para o 
funcionamento de dois órgãos importantíssimos do 
corpo: o coração e o cérebro. Dentre os benefícios 
do consumo de ômega 3 para o coração pode-se 
destacar a diminuição das taxas de triglicérides e 
colesterol total no sangue; a redução da pressão 
arterial de indivíduos com hipertensão leve; e a 
alteração da estrutura da membrana das células 
sangüíneas, tornando o sangue mais fluido.
Estudos sobre a importância do ômega 3 para 
a saúde humana confirmam que os povos que 
consomem regularmente mais peixe possuem 
uma incidência menor de doenças cardíacas, pois 
as gorduras ômega 3 desempenham um papel 
significativo na redução de doença cardíaca coro-
nariana. Os nutricionistas afirmam que o ômega 
3 reduz a tendência das plaquetas de gordura se 
agregarem nas artérias (o que pode provocar ate-
rosclerose e precipitação de ataques cardíacos); 
além disso, reduz os triglicérides, o colesterol e 
as reações inflamatórias.
Os ácidos graxos ômega 3 também são bené-
ficos para o cérebro. Mais de 20% do cérebro é 
constituído de substâncias gordurosas que desem-
penham importantes funções. Por isso, a saúde 
do cérebro depende da quantidade de gordura 
ingerida e, principalmente, do tipo de gordura 
consumida, ou seja, a performance mental exige 
um tipo específico de gordura: o ômega 3.
Sabe-se que o ômega 3 é um ácido graxo estru-
tural da matéria cinzenta do cérebro, promovendo 
a comunicação entre as células nervosas, além 
de ajudar na construção das bainhas de mielina 
ao redor das fibras nervosas, permitindo assim 
uma melhor neuro transmissão química, o que, 
conseqüentemente, auxilia no monitoramento do 
humor e da memória. 
O ômega 3 cria um ambiente ideal para a troca 
rápida de mensagens entre as células do cérebro. 
Se o cérebro pára de receber ômega 3, procura se 
adaptar a essa deficiência. Como conseqüência, 
fica “preguiçoso” e as respostas passam a ser 
mais lentas. A repetição desse comportamento 
faz com que o cérebro passe a encarar esse novo 
estado como um novo padrão de funcionamento. 
Os resultados disso são problemas de memória, 
alterações de humor e dificuldades de aprendizado. 
Estudos recentes mostram que o consumo regular 
de ômega 3 ajuda a melhorar a concentração; a 
melhorar a memória; a aumentar a motivação; a 
melhorar as habilidades motoras; a aumentar a 
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velocidade de reação; a neutralizar o estresse; e a 
prevenir doenças degenerativas cerebrais.
Já o ácido graxo ômega 6 é encontrado em 
vários tipos diferentes. A maioria é proveniente 
da dieta, como o ácido linoléico, por exemplo, 
sendo encontrado especialmente em azeites ve-getais (girassol, milho, soja, etc.) e em alimentos 
que os contenham, como as conservas em azeite, 
entre outros. O ácido linoléico é convertido no 
organismo em outro ácido graxo da família ôme-
ga 6, denominado “ácido gama-linoléico”, sendo, 
posteriormente, transformado no organismo no 
ácido graxo araquidônico. Quando se fala em 
ômega 6, deve-se destacar também a importân-
cia de se manter determinada proporção entre 
os diferentes integrantes da mesma família; em-
bora o ácido linoléico, principal componente dos 
ômega 6, exerça funções importantíssimas no 
organismo, não é conveniente que haja excesso 
do mesmo. Como em muitos outros aspectos da 
alimentação, a moderação e o equilíbrio, neste 
caso, é um ponto fundamental. 
Os ácidos graxos saturados, presentes nos 
alimentos de origem animal (carnes, lácteos, etc.) 
não devem superar o máximo de 10% para evitar 
a aparição de doenças cardiovasculares, enquanto 
que os ácidos graxos monoinsaturados (principal-
mente o azeite de oliva) e poliinsaturados devem 
representar o maior aporte de gordura na dieta, 
para contribuir junto com outros fatores alimentí-
cios e fisiológicos a evitar o surgimento de doenças 
associadas ao coração e ao sistema cardiovascular. 
No grupo de ácidos graxos poliinsaturados se 
encontram os ômega 6, fundamentalmente em 
azeites e óleos de sementes, bem como em cereais. 
O ácido γ-linolênico ou, simplesmente, GLA 
(Gamma-Linolenic Acid) é designado como 18:3 
(ω-6). Quimicamente, é um ácido carboxílico com 
uma cadeia de 18 carbonos e três ligações duplas 
cis; a primeira ligação dupla é localizada no sexto 
carbono a contar da terminação ômega. É também 
chamado de ácido gamolênico. É um isômero do 
ácido α-linolênico, o qual é o ácido graxo ômega 3. 
Uma dieta ocidental típica contém muito baixas 
quantidades de GLA. As fontes mais concentradas 
não vêm de alimentos tradicionais, mas de óleos de 
sementes e microorganismos. Os microorganismos 
que produzem GLA incluem cianobacterias (Spiru- 
lina maxima e S. platensis) e fungos (Mucor java-
nicus e Mortierella isabellina). Nenhuma destas 
fontes concentradas de GLA está presente em uma 
dieta típica, mas os óleos podem ser consumidos 
em forma de suplemento dietético. 
O óleo de prímula é a forma mais popular do 
ácido graxo essencial ômega 6, rico em ácido lino-
lênico (LA) e ácido γ-linolênico (GLA). Trata-se de 
um dos óleos nutricionais mais pesquisados, o que 
contribuiu para sua grande popularidade, em parti-
cular com relação a tensão pré-menstrual, doenças 
cardiovasculares, inflamação e problemas de pele.
O ácido γ-linolênico (GLA) é convertido pelo 
corpo em uma substância chamada prostaglandina 
E1 (PGE1). O PGE1 tem propriedades antiinfla-
matórias e pode também agir afinando o sangue 
e como um dilatador de vasos. As propriedades 
antiinflamatórias do GLA vem sendo estudadas 
em pesquisas duplo-cego com pessoas sofrendo 
de artrite reumatóide. Alguns estudos reportaram 
que a suplementação com GLA geraram benefícios 
significativos para estas pessoas.
O ácido γ-linolênico mostrou ter atividades 
anti-cancerígenas em estudos 
com tubo de ensaio e em alguns 
estudos com animais. Também 
demonstrou, em alguns estudos, 
reduzir os níveis de colesterol. 
A suplementação com óleo de 
prímula pode melhorar coceira 
de pele, vermelhidão e secura as-
sociada com hemodiálise. Pessoas 
com síndrome pré-menstrual, 
diabetes, esclerodermia, eczema 
e outras condições de pele podem 
ter um bloqueio metabólico que 
interfere com a habilidade do 
corpo de produzir o GLA. Em 
estudos preliminares, a suple-
mentação com óleo de prímula ajudou as pessoas 
com estas condições. Existe evidência de que 
alcoólatras podem ter deficiência de GLA, e um 
estudo preliminar sugere que a suplementação 
com óleo de prímula pode ajudar alcoólatras a 
largarem o vício. A deficiência de GLA é muito 
comum e ocorre principalmente devido a fatores 
como envelhecimento, intolerância a glicose, alto 
consumo de gordura na dieta, e outros problemas. 
Pessoas com esta deficiência podem se beneficiar 
com a suplementação com óleo de prímula. A 
quantidade exata ideal de óleo de prímula por dia 
ainda é desconhecida. Pesquisadores normalmente 
usam entre 3 a 6 gramas de óleo de prímula por 
dia, o que fornece aproximadamente 270 a 540mg 
de GLA. A idéia de tomar outros nutrientes, como 
magnésio, zinco, vitamina C, niacina e vitamina 
B6 junto da suplementação de óleo de prímula é 
interessante, uma vez que eles ajudam também 
na formação do PGE1.
Atualmente, o óleo de prímula é a mais impor-
As maiores 
fontes de ômega 
3 são os peixes 
de águas frias 
e profundas, 
oleaginosas e 
óleo de linhaça, 
ovos enriquecidos 
e leite fortificado.
30 FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010 www.revista-fi.com
Alimento vs. doenças
tante fonte comercial de ácido γ-linolênico. Em 
cada grama do óleo encontram-se, além de quan-
tidades menores de outros ácidos, de 65 a 80mg de 
ácido linoleico e de 8 a 14mg de GLA. Portanto, o 
óleo é, ao mesmo tempo, fonte do ácido γ-linolênico 
e de seu precursor, o ácido linoleico. Outras boas 
fontes naturais de GLA são o óleo de sementes de 
borragem (Borago officinalis L.) óleo de sementes 
de cassis (Ribes nigrum) ou fontes fúngicas. Uma 
alternativa que começa a ser estudada é o óleo de 
canola, extraído de sementes geneticamente modi-
ficadas e o óleo de Echium fastuosum, uma planta 
da família das borragináceas.
Nas doenças cardiovasculares 
a participação dos ácidos graxos 
ômega 6, em perfeito equilíbrio 
com os ômega 3, é de fundamen-
tal relevância para diminuir este 
quadro, uma vez que o ômega 6 
ajuda a baixar os níveis de coles-
terol total e LDL. Ao diminuir 
os níveis de LDL, diminuem as 
mortes por enfermidade cardía-
ca. Os ômega 6 poliinsaturados, 
como o linoléico, tendem a redu-
zir ambos os tipos de colesterol 
(LDL e HDL) no sangue, e estão 
presentes nos óleos de milho, soja 
e girassol. Os monoinsaturados, 
presentes fundamentalmente no 
azeite de oliva, tendem a diminuir 
os níveis de colesterol LDL, sem 
afetar o colesterol HDL. 
Os ácidos graxos poliinsa-
turados (óleos de sementes) e 
monoinsaturados (azeite de oliva) não formam 
depósitos gordurosos que obstróem as artérias, 
como ocorre com os ácidos graxos saturados, 
presentes fundamentalmente em alimentos de 
origem animal. Assim, deve-se consumir diaria-
mente óleos e azeites de diferentes tipos, porém 
sempre com moderação. Suspender por completo 
os óleos e azeites da dieta é um grave erro, já que 
são a principal fonte de vitamina E, a qual cumpre 
uma importante função antioxidante.
Os ácidos graxos essenciais também podem 
contribuir para uma maior absorção de cálcio e ao 
depósito deste mineral nos ossos, bem como favo-
recer a diminuição da perda de cálcio através da 
urina (calciuria). Essas condições podem melhorar 
e/ou fortalecer a massa óssea, prevenindo, entre 
outros fatores, a tão temida osteoporose.
Alguns trabalhos clínicos que estudaram o 
papel dos ácidos graxos essenciais ômega 6, par-
ticularmente o linoléico, principal componente dos 
óleos vegetais de milho e girassol, mostram que 
eles podem ser benéficos no tratamento de acne 
e psoríase. Os ômega 6 exercem uma função de 
destaque na conservação da pele e outros epitélios.
Não existe nenhum consenso quanto as doses 
adequadas ou indicadas de GLA, as quais variam 
de aproximadamente 90mg a 1.000mg/dia.
o ácIdo LInoLéIco conjugAdo
Ácido linoléico conjugado (em inglês Conju-
gated Linoleic Acid, ou CLA) refere-se a uma 
família composta por alguns isômeros do ácido 
linoléico. Os isômeros do CLA ocorrem natural-
mente em alimentos derivados de animais rumi-
nantes (vaca, cordeiro, etc.). O CLA também é 
encontrado naturalmente em uma variedade de 
outros produtos alimentícios,não oriundos de 
animais ruminantes, tais como mariscos, perus 
e óleos vegetais.
As gorduras e as carnes de animais ruminantes 
são as mais ricas fontes naturais de isômeros do 
CLA. Esses isômeros são encontrados em mili-
gramas por grama de gordura nas carnes de cor-
deiro, vitela e gado. As maiores concentrações de 
CLA nos alimentos são encontradas em diversos 
produtos lácteos. Na maioria dos casos, o isômero 
cis-9,trans-11, ainda chamado de ácido rumênico, 
é o isômero predominante do CLA encontrado em 
alimentos, exceto nos óleos vegetais que podem 
conter vários outros isômeros. 
A descoberta de que o CLA isolado da carne 
grelhada inibe o câncer quimicamente induzido 
chamou a atenção da comunidade científica e, por 
isso, passou-se a estudar suas propriedades físi-
cas e biológicas. A ampla literatura sobre o CLA 
sugere que estes ácidos graxos isometricamente 
conjugados possuem potentes atividades bioquí-
micas e fisiológicas que podem beneficiar a saúde 
humana e proteger contra doenças crônicas.
Atualmente, o consumo humano estimado de 
CLA, pela dieta normal, não é suficiente para 
exercer o potencial benéfico bioquímico, molecular 
e fisiológico contra o câncer, aterosclerose e obesi-
dade, com base em estudos com diversos animais. 
Estima-se, com base em estudo efetuado em ratos, 
que um homem com peso de 70 kg deve consumir 
3,0g de CLA/dia para usufruir de seus efeitos be-
néficos. Portanto, os benefícios à saúde que o CLA 
pode promover só serão alcançados com a ingestão 
de complementos alimentares ou alterações na 
qualidade e tipo de alimentos ingeridos. Desde que 
os suplementos são menos apreciados do que os 
próprios alimentos como fonte de nutrientes, nu-
A ampla literatura 
sobre o cLA 
sugere que estes 
ácidos graxos 
isometricamente 
conjugados 
possuem potentes 
atividades 
bioquímicas e 
fisiológicas que 
podem beneficiar 
a saúde humana 
e proteger contra 
doenças crônicas
31FOOD INGREDIENTS BRASIL Nº 12 - 2010www.revista-fi.com
tracêuticos e fitoquímicos, uma abordagem muito 
melhor seria o aumento da ingestão de CLA, pelo 
enriquecimento de alimentos com CLA. 
A primeira abordagem é, obviamente, consu-
mir mais alimentos ricos em CLA. A segunda é 
aumentar o teor de CLA em ovos, leite e carnes 
de origem animal. É uma abordagem mais prática, 
uma vez que não depende de mudanças nas práti-
cas alimentares e não irá elevar o consumo diário 
de colesterol e gordura saturada. Aumentar o teor 
de CLA de produtos alimentícios, como o leite e a 
carne, também tem potencial de aumentar o seu 
valor nutricional e terapêutico, e pode ter um peso 
mercadológico apreciável, acrescentando valor a 
produtos tradicionais.
O CLA é o único antioxidante e anticarcino-
gênico associado a alimentos de origem animal. 
Experimentos em animais têm siste-
maticamente mostrado que o CLA promo-
ve benefícios para a saúde - anticarcinogê-
nico, antiaterosclerótico, antidiabético -, 
melhoria do sistema imune e provoca aumento da 
massa muscular com diminuição da massa gordu-
rosa. O CLA de ocorrência natural está mais rela-
cionado com a prevenção do câncer enquanto que o 
sintético com as mudanças da composição corporal.
A pesquisadora francesa Anne de La Torre, 
em 2006, estudou as propriedades antitumorais 
das misturas de CLA provenientes de produtos 
originários dos ruminantes. Foram estudados os 
efeitos antiproliferativos in vitro de uma mistura 
de CLA originaria da carne de boi, em culturas 
de células de câncer de mama, pulmão, cólon, 
melanoma e ovário. As células foram expostas a 
apenas 100 micromoles de CLA durante 48 horas 
e a proliferação foi determinada pelo conteúdo de 
DNA na cultura. Constatou-se redução da proli-
feração celular variando de 25 a 67% dependendo 
da linhagem celular neoplásica. O efeito antiproli-
ferativo variou com a posição e configuração das 
duplas ligações. O isômero do CLA mais potente 
foi o isômero natural. O estudo concluiu que as 
misturas de CLA derivadas da carne bovina 
inibem a proliferação celular de várias linhagens 
de câncer humano.
Os benefícios potenciais para a saúde do CLA 
incluem a prevenção de doenças cardiovasculares 
congestivas, uma vez que foi mostrado que estes 
isômeros de ácidos graxos reduzem a aterogênese, 
em estudos com animais. Esses estudos avaliaram 
o efeito do CLA sobre a aterosclerose em coelhos, 
que receberam uma suplementação de 0,5g/ani-
mal/dia durante 22 semanas. Comparado com os 
coelhos do grupo controle, que receberam uma 
dieta semelhante contendo 14% de gordura e 0,1% 
de colesterol, sem CLA, o colesterol total e LDL, 
bem como os níveis de triglicérides no sangue fo-
ram significativamente inferiores nos coelhos que 
receberam a suplementação com CLA. Ao mesmo 
tempo, as relações LDL/HDL e colesterol total/ 
HDL foram significativamente reduzidos no grupo 
que recebeu CLA. Os coelhos que receberam CLA 
também mostraram menos aterosclerose na aorta. 
Em outro estudo, examinou-se os efeitos 
do CLA sobre as lipoproteínas plasmáticas e 
aterosclerose da aorta. No estudo, 50 hamsters 
foram distribuídas em cinco grupos de 10 e 
receberam 0% (controle), 0,06% (baixo), 0,11% 
(médio) e 1,1% (alto) da dieta total de CLA, ou 
1,1% da dieta total de LA. Animais que recebe-
ram a dieta contendo CLA tiveram significativa 
redução dos níveis de colesterol plasmáticos 
total, colesterol não-HDL (combinado com lipo-
proteínas de baixa densidade ou VLDL e LDL) 
e triacilgliceróis, com nenhum efeito sobre o 
colesterol HDL, quando comparados com os con-
troles. A análise morfométrica da aorta revelou 
um aparecimento mais tardio de aterosclerose 
nos hamsters que tiveram suplementação com 
CLA, em comparação ao grupo controle. Curio-
samente, nesse estudo, o tratamento com LA 
mostrou um efeito semelhante em comparação 
com o tratamento com CLA. Esses dois estudos 
levaram a conclusão que o CLA tinha efeito hipo- 
colesterolêmico e antiaterogênico. No entanto, 
um estudo recente com camundongos C57BL/6, 
utilizando dietas aterogênicas com adição de 0,5% 
e 0,25% CLA, mostrou aumento do desenvolvi-
mento de estrias gordurosas na aorta, apesar de 
uma mudança do perfil das lipoproteínas séricas, 
que poderia ser considerada menos aterogênico. 
Embora seja evidente que o CLA exerce 
efeitos benéficos à saúde em animais na melhora 
do metabolismo plasmático de lipoproteínas e na 
prevenção de aterosclerose, não há informações 
suficientes sobre seus efeitos em humanos, 
tornando difícil predizer os efeitos da suplemen-
tação com CLA em longo prazo. Além disso, os 
estudos com CLA em humanos são difíceis de 
interpretar porque utilizam diferentes parâ-
metros de medição e há variação nas dosagens, 
duração da administração e características in-
dividuais dos objetos de estudo (idade, grau de 
obesidade, padrões de dieta, nível de atividade 
física). A suplementação com isômeros de CLA 
pode apresentar benefícios ou riscos à saúde 
humana, portanto mais estudos controlados, 
usando isômeros de CLA, precisam ser realiza-
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Alimento vs. doenças
dos para determinar sua segurança e eficácia, 
antes de serem recomendados. Além disso, o 
CLA mostrou ter efeito positivo sobre a ateros-
clerose em coelhos, mas não em camundongos, o 
que pode indicar uma diferença de espécies para 
a resposta à suplementação de CLA na dieta.
ALIMEntAção prEVEntIVA
Desde o começo dos anos 70, pesquisadores em 
todo o mundo têm evidenciado que pessoas com 
dieta rica em frutas e vegetais apresentam menor 
incidência de câncer. Observou-se ainda algum 
efeito protetor de outros alimentos vegetais, como 
nozes, grãos e sementes. Mas a evidência mais 
forte sugere que a alimentação 
rica em frutas e vegetais pode 
diminuir o risco de desenvolvi-
mentode alguns tipos de câncer. 
Pe s q u i s a d o r e s d e s c o -
briram que o perilil álcool, 
encontrado em cerejas e na 
lavanda, leva à regressão de tu-
mores pancreáticos em animais 
de laboratório. O limoneno, en-
contrado nas cascas de frutas cí-
tricas, impede o desenvolvimento 
de tumores da mama. Um estudo 
de Harvard mostrou que dietas 
ricas em vegetais, como o brócolis 
e o repolho, podem reduzir o risco 
de câncer de bexiga em homens. 
Outro estudo de Harvard mos-
trou que dietas contendo cinco 
ou mais porções de frutas e ve-
getais por dia diminui o risco de 
câncer de mama entre mulheres 
pré-menopausa que têm história 
familiar da doença ou que inge-
rem quantidade moderada de 
bebida alcoólica.
Uma revisão publicada pelo National Cancer 
Institute relata uma redução no risco para uma 
variedade de cânceres entre os indivíduos que 
consomem freqüentemente tomates e derivados.
Uma pesquisa publicada no British Medical 
Journal, conduzida pelo World Cancer Research 
Fund, concluiu que dietas ricas em frutas e vege-
tais e pobres em carnes protegem contra o câncer 
de mama, próstata e intestino, dentre outros.
De acordo com uma revisão feita pela Ame-
rican Heart Association (AHA), três classes de 
compostos encontrados nas frutas e vegetais - es-
teróis, flavonóides, e compostos contendo enxofre - 
podem ser importantes na redução do risco de 
aterosclerose (estreitamento das artérias).
Os esteróis são um grupo de lipídios (subs-
tâncias semelhantes à gordura) encontrados 
no organismo. O mais comumente encontrado 
no tecido humano e animal é o colesterol, parte 
essencial das membranas celulares. Ele é tão 
importante, especialmente para os neurônios, 
que o organismo produz seu próprio suprimen-
to. O colesterol circula no sangue em partículas 
chamadas lipoproteínas. Os pesquisadores rela-
cionaram certos tipos dessas partículas à ateros-
clerose, a principal causa de ataques cardíacos 
e derrames. A aterosclerose também contribui 
para a hipertensão e a impotência. Os esteróis 
vegetais (fitoesteróis) e o colesterol, da carne 
vermelha e outras fontes alimentares, competem 
pela absorção durante a digestão. Dessa forma, 
grandes quantidades dos esteróis vegetais dimi-
nuem a quantidade de colesterol absorvida da 
comida, podendo ter um efeito protetor.
Os flavonóides têm estruturas químicas varia-
das e são encontrados nas frutas, vegetais, nozes 
e sementes. Alguns têm mostrado efeito antioxi-
dante, impedindo as lesões celulares causadas 
por radicais livres. Outros tornam as células 
sangüíneas menos “pegajosas”, diminuindo a 
ação das plaquetas. As principais fontes incluem 
o vinho tinto e os produtos da soja (isoflavonas). 
Compostos com enxofre que ocorrem natural-
mente podem reduzir o colesterol e, dessa forma, 
diminuir a aterosclerose. Sendo encontrados na 
cebola, alho e no alho-poró, essas substâncias têm 
sido utilizadas como remédios há bastante tempo. 
O óleo do alho ou o dente de alho se mostraram 
eficazes em reduzir a quantidade de lipídios e a 
pressão sangüínea. De acordo com a AHA, nem 
todas as suas ações são compreendidas e mais 
estudos são necessários em relação à bioquímica 
e farmacologia dessas substâncias. 
A obesidade é um fator de risco para alguns 
tipos de câncer, doença cardiovascular e para o 
diabetes tipo 2, também chamado diabetes mellitus 
não-insulino dependente (DMNID) ou diabetes 
com aparecimento na idade adulta. 
Os altos níveis de açúcar no sangue do diabe-
tes (hiperglicemia), em longo prazo, pode causar 
lesões no organismo. A doença fora de controle 
pode levar à cegueira, doença renal, lesão nervosa 
(neuropatia), aterosclerose, hipertensão arterial, 
ataque cardíaco e derrame.
Pesquisadores observaram que determinados 
carotenóides - compostos vegetais com proprie-
dades antioxidantes - podem proteger contra o 
desenvolvimento do diabetes tipo 2. Os estudos 
uma pesquisa 
publicada no 
British Medical 
Journal, conduzida 
pelo World Cancer 
Research Fund, 
concluiu que 
dietas ricas em 
frutas e vegetais 
e pobres em 
carnes protegem 
contra o câncer 
de mama, 
próstata 
e intestino, 
dentre outros.
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também demonstraram que a manutenção de um 
peso adequado através de uma dieta com calorias 
limitadas e rica em frutas e vegetais pode reduzir 
o risco de desenvolvimento do diabetes.
Estudos realizados pela Universidade de 
Cornell, nos Estados Unidos e outras entidades 
científicas, apresentam 10 alimentos que devem 
ser consumidos regularmente para uma vida mais 
saudável e maior equilíbrio do corpo, combatendo 
o envelhecimento precoce e o câncer. 
A maçã é a pioneira da lista. Por suas pro-
priedades especiais quando ingerida com a casca, 
auxilia na prevenção do câncer, atua contra os 
radicais livres, age sobre os níveis de coleste-
rol, ajuda na eliminação dos líquidos e reduz a 
absorção de gordura, o que conseqüentemente 
favorece o emagrecimento, de preferência a de 
produção orgânica. 
A aveia vem logo em seguida, sendo um dos ce-
reais mais ricos em fibras. Age sobre o colesterol, 
favorecendo a prevenção de doenças cardiovascu-
lares, envelhecimento dos tecidos e hipertensão, 
alem de possuir características antiinflamatórias. 
É um alimento que atua de forma ampla no or-
ganismo, combate ativamente as cáries e ajuda a 
melhorar a concentração e diminuir a incidência 
de enxaquecas e insônia. 
Descobriu-se na Alemanha que o alho também é 
um alimento que traz amplos benefícios. Ele aumenta 
o nível de HDL e diminui o de LDL, reduz o volume 
das placas nas artérias, diminui o nível de açúcar no 
sangue, inibe a bactéria causadora da úlcera – pre-
cursora do câncer gástrico – e ativa o sistema imu-
nológico, possuindo também uma ação antibiótica.
Sendo o alimento vegetal de maior teor pro-
téico, a soja ajuda a reduzir o risco de doenças 
cardiovasculares, diminui o nível de colesterol ruim 
e ajuda a prevenir o câncer de mama e de cólon. 
Seu consumo três dias por semana a partir dos 
25 anos ajuda a manter a regularidade dos níveis 
hormonal após a menopausa. 
O azeite de oliva extra virgem segue na lista 
como o 5º alimento. Possui antioxidante antican-
cerígeno e auxilia na redução de LDL, diminuindo 
o risco de doenças cardiovasculares. Não tem 
colesterol e acelera as funções metabólicas O 
consumo ideal é de 1 colher de sopa rasa por dia.
Os cinco primeiros alimentos citados são encon-
trados facilmente no mercado e de fácil inclusão 
nas refeições e lanches. 
O tomate aparece como o 6° na lista e deve 
ser consumido o ano todo. Ele diminui o câncer 
de esôfago, retarda o envelhecimento das células 
da próstata e sua ingestão freqüente em forma 
de molho reduz o risco de ocorrência de 11 tipos 
de câncer. É rico em sais minerais, vitamina C e 
combate a infecções. 
Fonte de vitamina E, a castanha-do-pará é 
uma excelente redutora de radicais livres, retar-
da o envelhecimento e previne riscos de doenças 
cardíacas e câncer; consumida entre 55g e 70g 
por dia, atua no equilíbrio da tireóide e fortalece 
o sistema imunológico.
Os três últimos alimentos da lista são o iogur-
te (semi desnatado ou desnatado), semente de 
linhaça e a uva. O primeiro é uma grande fonte 
de proteínas, zinco e vitamina A e todas do com-
plexo B; auxilia no equilíbrio do funcionamento 
intestinal, controle de colesterol, aumenta a ab-
sorção de nutrientes fundamentais e reduz o risco 
de câncer; um copo de 300mg por dia já produz 
praticamente todos esses benefícios. 
O segundo é riquíssimo em ômega 3, que 
auxilia nas doenças cardiovasculares, trombose, 
crescimento e desenvolvimento infantil, diminui o 
colesterol e sintomas de TPM e menopausa; uma 
colher de sopa da semente triturada consumida 
diariamente é a indicação para receber todosesses 
benefícios, dentre os quais também constam 27 
componentes anticancerígenos. Por fim, mas não 
menos importante, a uva entra com suas fibras, 
flavonóides e resveratrol, que melhoram o sistema 
imunológico, rejuvenescem as artérias, reduzem 
o risco de câncer, perda de memória, derrame e 
doenças cardíacas. Laxativas e diuréticas, as uvas 
estimulam as funções do fígado e são ótimas no 
combate aos radicais livres.

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