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RESP 208746 1284870289075

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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 208.746 - SP (1999/0025649-2)
 
RELATOR : MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS)
RECORRENTE : JARDIM ESCOLA MAGICO DE OZ LTDA 
ADVOGADO : CARLOS ARI VIEIRA SUNDFELD E OUTRO(S)
RECORRIDO : AMAURY DE CAMPOS BORGES E OUTROS
ADVOGADO : EDUBERTO NOGUEIRA KAKIMOTO E OUTRO(S)
DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto por JARDIM ESCOLA MAGICO DE 
OZ LTDA, com arrimo no art. 105, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, 
contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim 
ementado:
"Embora praticado por escola privada, o ensino tem seu caráter público 
porque depende de autorização deste.
A legislação que limita aumento, de mensalidades e de ordem pública e 
deve ser respeitada pelos particulares ainda que as partes celebrem contrato 
em sentido diverso.
Recurso improvido" (fl. 1.064)
Opostos embargos de declaração, foram rejeitados.
Em suas razões, a recorrente aponta violação dos artigos 3º da Lei 8.170/91, 6º, 
§1º, da LICC e artigos 458, II, e 535, II, do Código de Processo Civil. Sustenta, em 
síntese, que: (i) inaplicável a Lei 8.170/91 ao contrato em debate, celebrado 
anteriormente à sua entrada em vigor; (ii) o contrato em questão é legal e válido, 
porquanto obedecido o Código de Defesa do Consumidor; (iii) "a afirmação de que os 
contratos seriam leoninos também não pode ser aceita, pois eles não prevêem só as 
obrigações dos pais de alunos, mas também a da escola" (fl. 1.112); (iv) a alteração, 
pela lei nova, de critérios de reajustamento previstos em contratos já em curso, fere o 
ato jurídico perfeito; (v) houve negativa de prestação jurisdicional ao deixar o Tribunal 
de origem de se manifestar acerca de aspectos relevantes da demanda suscitados em 
sede de embargos de declaração.
Com as contrarrazões, e não admitido o recurso na origem, foi provido o 
Documento: 11790426 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJ: 03/09/2010 Página 1 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
recurso de agravo de instrumento, para melhor exame do recurso especial.
O Ministério Público Federal opinou pelo não conhecimento do recurso especial 
(fls. 1.180-1.190).
É o relatório.
DECIDO.
De início, quanto à suposta violação dos artigos 458, II, e 535, inciso II, do 
Código de Processo Civil, a recorrente apenas menciona genericamente tais 
dispositivos legais, sem ter particularizado os pontos que o acórdão estaria, de fato, 
omisso, contraditório, obscuro ou ausente de fundamentação, pelo que incide, por 
analogia, na espécie, a Súmula 284 do STF, segundo a qual "É inadmissível o recurso 
extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata 
compreensão da controvérsia ". 
A propósito, os seguintes julgados: 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO 
ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO GENÉRICA. 
SÚMULA 284/STF. CONDIÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. 
REVOLVIMENTO DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. 
SÚMULA N. 07/STJ.
I - O recorrente deixou de indicar, com precisão, os motivos pelos quais o 
v. acórdão recorrido estaria eivado de omissão, contradição ou 
obscuridade. Daí a incidência, por analogia, da Súmula n. 284 do c. STF.
(...)
Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no REsp 948.322/RS, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJe 09.03.2009). 
Processo civil. Agravo no agravo por instrumento. Ação de conhecimento. 
Rito ordinário. Devolução indevida de cheque. Acórdão. Omissão e 
contradição. Recurso especial. Fundamentação deficiente.
- Aviado recurso especial por ofensa ao art. 535, incisos I e II, do CPC, 
devem as razões recursais apontar expressamente qual a omissão e qual a 
contradição existente no v. acórdão recorrido, sob pena de ser aplicável à 
espécie o E. n. 284 da Súmula do C. STF.
- Agravo no agravo de instrumento a que se nega provimento. 
(AgRg no Ag 365.746/RO, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, DJ 
18.06.2001).
No tocante ao apontado maltrato ao art. 6º, §1º, da LICC, inviável a sua 
apreciação, porquanto os princípios inscritos na Lei de Introdução ao Código Civil, 
Documento: 11790426 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJ: 03/09/2010 Página 2 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
após adquirirem índole eminentemente constitucional, são insuscetíveis de exame na 
estreita via do especial (REsp 715894/ PR, Relª. Minª. NANCY ANDRIGHI, DJ 
19/03/2007; REsp 512.054/ RS, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ 
11.05.2007; AgRg no AG 928.730/DF, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, 
DJ 26/02/2009), este último assim ementado:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282 E 356/STF. 
SUCUMBÊNCIA. DIMENSIONAMENTO. AFERIÇÃO. REEXAME DE 
PROVAS. SÚMULA 7/STJ. ATO JURÍDICO PERFEITO. MATÉRIA DE 
ÍNDOLE CONSTITUCIONAL QUE NÃO PERTINE AO ÂMBITO DA 
VIA ELEITA. 
1 - A matéria relativa ao dispositivo tido por violado não foi objeto de 
decisão por parte do acórdão recorrido, ressentindo-se o especial do 
necessário prequestionamento. Incidência das súmulas 282 e 356 da 
Suprema Corte. 
2 - Impossível aferir, em recurso especial, percentuais e valores da 
condenação para concluir ou não pela sucumbência em parte mínima do 
pedido, tampouco há espaço para fixação minuciosa do quantum de custas e 
de honorários advocatícios, pois são intentos que demandam inegável 
incursão na seara fático-probatória de cada demanda, vedada pela súmula 
7/STJ. 
3 - A pretensa violação ao art. 6º da LICC é intento que refoge ao âmbito 
do recurso especial, porquanto encerra princípios de índole 
constitucional. Precedentes. 
4 - Agravo regimental desprovido.
Quanto ao mais, verifica-se que as instâncias ordinárias, soberanas no exame do 
acervo fático-probatório, concluíram pela abusividade das cláusulas contratuais, como 
se observa dos seguintes excertos:
Deve-se, a bem da verdade, anotar-se que a decisão apelada, com muita 
lucidez e acuidade jurídica, conclui após análise percuciente dos autos, pela 
procedência da declaratória (e não ordinária como rotulada da na inicial), 
que, 'Por outro lado, se as cláusulas contratuais mencionadas pelos autores 
contrariam referidas leis, isto serve para demonstrar, também, que elas 
desrespeitam, 'ipso facto', o art. 51, incisos IV e X, do Código de Defesa do 
Consumidor, que consideram nulas de pleno direito as cláusulas contratuais 
que estabelecem obrigações abusivas e que autorizem a variação do preço 
de maneira unilateral (fl. 1.066).
Nesse contexto, independentemente da discussão acerca da incidência da Lei 
Documento: 11790426 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJ: 03/09/2010 Página 3 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
8.170/91 ao contrato em questão, a verificação da procedência dos argumentos 
expendidos no recurso obstado exigiria por parte desta Corte o reexame de cláusulas 
contratuais e de matéria fática, o que é vedado pelos Enunciados nº 5 e nº 7 da Súmula 
deste Tribunal, consoante iterativa jurisprudência desta Corte.
Ante o exposto, nego seguimento ao recurso especial.
Intimem-se.
Brasília-DF, 31 de agosto de 2010.
Ministro VASCO DELLA GIUSTINA 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS) 
Relator
Documento: 11790426 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJ: 03/09/2010 Página 4 de 4

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