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1631323759542_Pratica - Recurso de Apelacao 2020

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APELAÇÃO - CABIMENTO
- Recurso cabível contra Sentença (art. 1.009).
- Contra qualquer sentença: terminativa ou de mérito (arts. 485 e 487).
- PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO E PARA RESPOSTA: 15 DIAS
- - Cuidado: contra Sentença proferida no Juizado Especial Cível há o recurso
inominado, cujo prazo é de 10 (dez ) dias
- Requisitos:
- “Art. 1.010: A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau
conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – os fundamentos de fato e de direito; (princípio da dialeticidade – tem que
 impugnar especificamente a decisão- STJ
 tem temperado esse requisito na
 apelação e sido rigoroso no REsp)
III – o pedido de nova decisão.”
APELAÇÃO - INTERPOSIÇÃO
“...INTERPOSTA POR PETIÇÃO DIRIGIDA AO JUIZ...”
- É A PETIÇÃO DE ENDEREÇAMENTO
- É DIRIGIDA AO JUIZ QUE PROLATOU A SENTENÇA
- POR MEIO DELA VOCÊ ENCAMINHA AS RAZÕES DO INCONFORMISMO.
- NÃO PODE ENCAMINHAR A PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO E
DEPOIS OFERECER AS RAZÕES.
- TUDO DEVE SER OFERECIDO COM A PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DO
RECURSO (inclusive custas recursais).
PETIÇÃO DE ENDEREÇAMENTO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __________ª VARA
CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL
 
 10 CM OU 12 ESPAÇOS
Autos nº __________
 
FULANO DE TAL________, já qualificado (O CPC FALA EM QUALIFICAR. NA
PRÁTICA, NÃO SE TEM QUALIFICADO. COMO O CPC MANDA, VOCÊ PODE FAZÊ-LO –
NÃO ESQUECER DE MENCIONAR TODOS OS RECORRENTES, SE FOR O CASO) nos autos
de AÇÃO DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO acima mencionados que, perante esse
respeitável Juízo, move em face de CICRANO______, por seu advogado que esta subscreve,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para, em vista da respeitável Sentença
de fls. 726/735 que julgou improcedente o pedido, interpor recurso de APELAÇÃO (CPC, arts.
508, 513 e seguintes), conforme as razões que seguem anexas, requerendo seja o mesmo
recebido em seus regulares efeitos e, oferecida ou não a resposta, seja remetido ao Egrégio
Tribunal de Justiça para apreciação e provimento.
Termos em que,
pede deferimento.
São Paulo, __________ de 2013.
ADV.
APELAÇÃO - RAZÕES
- ANEXO À PETIÇÃO DE ENDEREÇAMENTO SEGUEM AS
RAZÕES DE APELAÇÃO
- É NAS RAZÕES QUE VOCÊ VAI ATACAR A SENTENÇA.
- LEMBRAR QUE É NAS RAZÕES QUE VOCÊ DEVE RESPEITAR O PRINCÍPIO DA
DIALETICIDADE.
- VOCÊ PODE ELABORAR AS RAZÕES DA SEGUINTE MANEIRA:
- 1) PREÂMBULO
- 2) BREVE RELATO DOS AUTOS/FATOS
APELAÇÃO - RAZÕES
3) SE O CASO: PEDIDO DE APRECIAÇÃO DE AGRAVO RETIDO (CPC, ART. 523, § 1º)
OBS: NO PROJETO, NÃO HAVERÁ AGRAVO RETIDO. DAÍ, “AS QUESTÕES RESOLVIDAS
NA FASE DE CONHECIMENTO, SE A DECISÃO A SEU RESPEITO NÃO COMPORTAR
AGRAVO DE INSTRUMENTO, TÊM DE SER IMPUGNADAS EM APELAÇÃO,
EVENTUALMENTE INTERPOSTA CONTRA A DECISÃO FINAL, OU NAS CONTRARRAZÕES,
OBSERVADO O DISPOSTO NO ART. 278” (“Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na
primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo
único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem
prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.”)
4) SE FOR O CASO: ALEGAÇÃO DE NULIDADE DA SENTENÇA (CERCEAMENTO DE
DEFESA, ETC.).
5) FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO QUANTO AO MÉRITO DA CAUSA
6) PEDIDO DE NOVA DECISÃO:
• QUESTÃO RELATIVA À NULIDADE DO PROCESSO/SENTENÇA – PROVIMENTO DO RECURSO
PARA CASSAR/ANULAR A SENTENÇA
• PROVIMENTO DO RECURSO PARA JULGAR PROCEDENTE OU IMPROCEDENTE O PEDIDO.
APELAÇÃO - RAZÕES
PODE INOVAR NO RECURSO DE APELAÇÃO (ALEGAR MATÉRIA NOVA – PRODUZIR
NOVAS PROVAS ETC.)?????????
-REGRA: NÃO PODE - NÃO PODE JUNTAR DOCUMENTOS NOVOS - NO
PROCESSAMENTO DA APELAÇÃO NÃO SÃO PRODUZIDAS NOVAS PROVAS
OBSERVAR:
A) - MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA: CPC, ART. 267, § 3º
B) - Art. 517: “As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser
suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força
maior”.
APELAÇÃO
- AJUIZAMENTO DA AÇÃO
- INDEFERIMENTO DA INICIAL OU PROCESSAMENTO DA AÇÃO ATÉ SENTENÇA
- APELAÇÃO
- NÃO RECEBIMENTO
- AGRAVO DE INSTRUMENTO
- AGRAVO PROVIDO
- RECEBIMENTO DA APELAÇÃO
- AGRAVO NÃO PROVIDO
- CONTRARRAZÕES
- REMESSA AO TRIBUNAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO/RECURSO ESPECIAL PROVIDO
- DISTRIBUIÇÃO
- RELATOR:
- NEGA SEGUIMENTO
- DÁ PROVIMENTO
- AGRAVO INTERNO (POSSIBILIDADE DE RECONSIDERAÇÃO)
- JULGAMENTO PELA CÂMARA/TURMA (AGRAVO INTERNO OU APELAÇÃO)
- EMBARGOS DE DECLARAÇAO – EMBARGOS INFRINGENTES (SE FOR O CASO)
- RECURSO ESPECIAL (RESP) OU EXTRAORDINÁRIO (RE)
APELAÇÃO - ESTRUTURA
• EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
• COLENDA CÂMARA JULGADORA
• EMINENTE DESEMBARGADOR RELATOR
RAZÕES DE APELAÇÃO
 
• 1. BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS
 
• 2. PRELIMINARMENTE
 
• 2.1. APRECIAÇÃO DO AGRAVO RETIDO (SE FOR O CASO)
 
• 2.1.. FUNDAMENTOS PARA CASSAÇÃO/ANULAÇÃO SENTENÇA IMPUGNADA (SE FOR
O CASO)
• 3. FUNDAMENTOS PARA RETORMA DA SENTENÇA IMPUGNADA
• PEDIDO DE CASSAÇÃO/ANULAÇÃO OU REFORMA DA SENTENÇA (PROVIMENTO DO
RECURSO)
APELAÇÃO - PREPARO
- ATENÇÃO
- AS CUSTAS DE APELAÇÃO DEVEM SER JUNTADAS NO ATO DA INTERPOSIÇÃO DO
RECURSO:
- - CUSTAS DO RECURSO
- - PORTE DE REMESSA E RETORNO
- É A REGRA DO ART. 511 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
PETIÇÃO DE ENDEREÇAMENTO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __________ª VARA
CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL
 
 10 CM OU 12 ESPAÇOS
Autos nº __________
 
FULANO DE TAL________, já qualificado (O CPC FALA EM QUALIFICAR. NA
PRÁTICA, NÃO SE TEM QUALIFICADO. COMO O CPC MANDA, VOCÊ PODE FAZÊ-LO –
NÃO ESQUECER DE MENCIONAR TODOS OS RECORRENTES, SE FOR O CASO) nos autos
de AÇÃO DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO acima mencionados que, perante esse
respeitável Juízo, move em face de CICRANO______, por seu advogado que esta subscreve,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para, em vista da respeitável Sentença
de fls. 726/735 que julgou improcedente o pedido, interpor recurso de APELAÇÃO (CPC, arts.
508, 513 e seguintes), conforme as razões que seguem anexas, requerendo seja o mesmo
recebido em seus regulares efeitos e, oferecida ou não a resposta, seja remetido ao Egrégio
Tribunal de Justiça para apreciação e provimento.
Termos em que,
pede deferimento.
São Paulo, __________ de 2013.
ADV.
RAZÕES DE APELAÇÃO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA JULGADORA
EMINENTE DESEMBARGADOR RELATOR
 
RAZÕES DE APELAÇÃO
 
1. BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS
 
Para melhor compreensão da controvérsia estabelecida nos autos, pede vênia o
apelante para identificar, com a devida precisão, o objeto do litígio.
Com efeito, como consta dos autos......
 ETC
- DESCREVER OS FATOS DA CAUSA, DE FORMA BREVE, DESTACANDO AQUILO QUE
VOCÊ ACHA COMO PONTOS FUNDAMENTAIS.
- AQUI VOCÊ AINDA NÃO VAI ATACAR OS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA.
APELAÇÃO
 
2. PRELIMINARMENTE
 
2.1. Apreciação do agravo retido
 
Como é possível depreender da peça de fls. 339/344, em face da respeitável Decisão que
indeferiu o pedido do apelante para que fosse completada a prova pericial, com a intimação do Sr.
Perito para que prestasse os esclarecimentos necessários à compreensão exata do trabalho
técnico, foi manejado agravo retido.
 
Assim, requer que, por ocasião do julgamento do recurso de apelação, seja apreciado,
preliminarmente, o agravo retido de fls. 339/344, nos termos do art. 523, § 1º do Código de
Processo Civil, para cassar a respeitável Sentença impugnada e determinar a complementação
da prova pericial.
 
SE HOUVER SIDO INTERPOSTO AGRAVO RETIDO, DEVE SER PEDIDO SEJA ELE
APRECIADO POR OCASIÃO DO JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO, SOB PENA
DE SE PRESUMIR QUE HOUVE DESISTÊNCIA DO RECURSO.
O AGRAVO RETIDO INTERPOSTO PELO RECORRIDO/APELADO, SE FOR DO SEU
INTERESSE, PODERÁ SER RATIFICADO NAS CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO.
APELAÇÃO
3. FUNDAMENTOS PARA CASSAÇÃO OU REFORMA DA RESPEITÁVEL SENTENÇA
IMPUGNADA
3.1. NULIDADE DA RESPEITÁVEL SENTENÇAIMPUGNADA. MOTIVAÇÃO FICTÍCIA.
DECISÃO ESTANDARDIZADA CUJOS FUNDAMENTOS NÃO FORAM ADAPTADOS AO CASO
CONCRETO
 
Antes de qualquer outra consideração sobre o mérito, cuja análise poderá ser desnecessária diante
do que se aduz neste tópico, convém demonstrar que a tutela jurisdicional não foi prestada
adequadamente, havendo, na espécie, vício insuperável que impõe o reconhecimento da nulidade da
respeitável Sentença.
 
De fato, a respeitável Sentença a quo, prolatada sem o devido cuidado quanto aos aspectos da
causa, produzida a partir de modelo notoriamente construído para outro feito, merece ser anulada por
essa Colenda Câmara, eis que a sua fundamentação não serve para o caso concreto.
Com efeito, deve-se ter presente que não é simplesmente a falta de motivação que ofende a regra
constitucional do art. 93, inc. IX, ou aquelas dos artigos 131, 162, 165, 458 e 459 do Código de Processo
Civil. Também a motivação que não corresponde ao caso concreto, baseada em texto-padrão, ofende os
dispositivos legais mencionados, pois se trata, a rigor, de decisão fictícia que não abordou as questões
da causa.... ETC.
Impõe-se, portanto, seja cassada a respeitável Sentença singular para que outra seja proferida,
dessa feita julgando-se o caso concreto com fundamentação adequada e nos termos propostos na
petição inicial.
QUANDO HOUVER ALGUM VÍCIO NA SENTENÇA, DEVE-SE BUSCAR A SUA CASSAÇÃO/ANULAÇÃO PARA QUE OUTRA
SEJA PROFERIDA.
APELAÇÃO
3.2. A TAXA DE JUROS COBRADA. INFRINGÊNCIA À LEI E AO PRÓPRIO CONTRATO
 
Caso não anulada a respeitável Sentença impugnada, há de ser provido o recurso para que
seja ela reformada para a procedência do pedido inicial.
 
Consta de forma clara e precisa na petição inicial e restou confirmado pela perícia técnica
realizada que a instituição financeira apelada cobrou juros em percentuais superiores a 10% ao
ano, contrariando não apenas o pactuado, como o disposto na Lei nº 4.380/64, que regula o
Sistema Financeiro da Habitação.
 
ETC.
APELAÇÃO
3.3. O REAJUSTE DO SALDO DEVEDOR E DA PRESTAÇÃO. CRITÉRIOS DIFERENTES.
INADMISSIBILIDADE EM VISTA DAS CONSEQUÊNCIAS
 
Sobre esse aspecto, equivocando-se acerca da tese invocada pelo apelante e imaginando
que a discussão envolvida nos autos refere-se à teoria da imprevisão, a MMa. Juíza a quo limitou-
se, em sua respeitável Sentença, a dizer ser inaplicável tal teoria.
 
Concessa maxima venia, em nenhum momento o apelante invocou a teoria da imprevisão.
Na verdade, confundiu a pretensão do autor, fundado em critério objetivo de onerosidade
excessiva baseada no art. 6º, inc V, do Código de Defesa do Consumidor e arts. 478 a 480 do
Código Civil.
 
O objetivo do apelante, na verdade, é restabelecer o equilíbrio econômico e financeiro do
contrato, inclusive com respaldo no escopo da Lei nº 4.380/64 e no Código de Defesa do
Consumidor (Lei nº 8.078/90).
 
ETC
 
APELAÇÃO
3.4 DAS CLÁUSULAS DO CONTRATO EM PAUTA
 
Nesse tópico, a fundamentação da respeitável Sentença é no sentido de que não há, no
contrato, qualquer ilicitude e que, por isso, deve ser cumprido rigorosamente: pacta sunt servanda.
 
Mostrou o apelante, por meio da perícia técnica produzida, que o contrato contém inúmeras
cláusulas que contrariam os textos legais. São hipóteses de nulidade absoluta que afastam a
invocação do princípio da força obrigatória dos contratos, como declinado na respeitável Sentença
impugnada.
 
ETC
APELAÇÃO
4. CONCLUSÃO
Observa-se, do que foi articulado, que o MM. Juiz Singular, ao prolatar a respeitável
Sentença que julgou improcedente o pedido, se distanciou do entendimento jurisprudencial e da
legislação que trata da matéria.
 
Utilizou, infelizmente, de uma sentença padrão, deixando de tratar adequadamente das
questões postas nos autos.
 
Diante de tais circunstâncias, a respeitável Sentença impugnada merece ser anulada ou
reformada para que o pedido formulado na inicial seja integralmente acolhido.
APELAÇÃO
EM FACE DO EXPOSTO, respeitosamente, requer seja conhecido o recurso para que:
I – apreciado o agravo retido de fls. 339/344 e dando-lhe provimento, seja decretada a nulidade da
respeitável Sentença, determinando que o feito retorne ao Juízo a quo para a complementação da
prova pericial;
 
II - seja decretada a nulidade da Sentença impugnada, seja pela ausência de fundamentação,
seja pelo notório julgamento extra petita, determinando-se o retorno dos autos ao Juízo a quo
para que outra seja proferida de acordo com os termos contidos na petição inicial e a prova
produzida nos autos;
II - eventualmente não anulada pelo cerceamento de defesa ou pela falta de fundamentação, seja
reformada a respeitável Decisão monocrática impugnada, dando-se provimento ao recurso para
acolher o pedido inicial, julgando-o procedente, invertendo-se o ônus da sucumbência, para que :
 
PODE REPRODUZIR O PEDIDO INICIAL PARA FACILTAR A APRECIAÇÃO PELO TRIBUNAL.
NADA IMPEDE QUE CONCLUA PEDINDO QUE SEJA PROVIDO O RECURSO PARA JULGAR
PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL (OU, SE FOR APELAÇÃO DO RÉU, PARA QUE JULGUE
IMPROCEDENTE O PEDIDO).
Nesses termos,
pede deferimento.
São Paulo, 09 de setembro de 2013
ADV –
OAB/SP 1XXXXX
APELAÇÃO - PROCESSAMENTO
RECEBIMENTO DA APELAÇÃO:
- INTERPOSTA = JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE PELO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU
- RECURSO RECEBIDO = SEGUE PARA CONTRARRAZÕES
- - APRESENTADAS AS CONTRARRAZÕES = JUIZ REALIZA NOVO JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE
- SEGUE PARA O TRIBUNAL
- - NO TRIBUNAL, RELATOR PODE:
- - NEGAR SEGUIMENTO
- - NEGAR PROVIMENTO AGRAVO INTERNO
- - DAR PROVIMENTO
- AGRAVO INTERNO = RELATOR PODE RECONSIDERAR E RECURSO DE APELAÇÃO SEGUE PARA
JULGAMENTO PELA CÂMARA/TURMA
- RELATOR NÃO RECONSIDERA = AGRAVO INTERNO IRÁ PARA O JULGAMENTO DA CÂMARA/TURMA
- AGRAVO INTERNO PROVIDO = APELAÇÃO SERÁ APRECIADA PELA CÂMARA (CÂMARA PODE APRECIAR
DESDE LOGO A APELAÇÃO)
- - AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO = RE ou RESp ou ambos.
APELAÇÃO- PROCESSAMENTO
- APELAÇÃO INTERPOSTA
- JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE PELO PROLATOR DA SENTENÇA
- NÃO RECEBIMENTO
- RECURSO: AGRAVO DE INSTRUMENTO
- AGRAVO DE INSTRUMENTO SEGUE PARA O TRIBUNAL
- RELATOR PODE NEGAR SEGUIMENTO/PROVIMENTO = AGRAVO INTERNO
- JULGAMENTO PELA CÂMARA/TURMA
- PROVIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
- APELAÇÃO SERÁ RECEBIDA
- NÃO PROVIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO = RE (DIFICILMENTE CABERÁ) ou
RESP.
RECURSO ESPECIAL
RESP
RECURSO ESPECIAL - RESP
- Ajuizamento da ação - iter processual = julgamento no Tribunal - RE ou REsp
ou ambos
 
 - Então: REsp só cabe de decisão colegiada do TJ ou TRF.
- Hipóteses de cabimento do REsp:
- Estão previstas na Constituição Federal:
- Art. 105, III, letras “a” a “c”
RECURSO ESPECIAL - RESP
• Art. 105: Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
• ...
• III – julgar, em recurso especial, as causas decididas em única ou última instância,m
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal
e Territórios, quando a decisão recorrida:
• a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
• b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
• c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
- São hipóteses taxativas: ou o REsp cabe em uma um mais daquelas hipóteses ou não
cabe.
- As hipóteses mais frequentes são as da letra “a” (contrariedade ou negativa de vigência
de lei federal) e da letra “c” (dissídio jurisprudencial)
RECURSO ESPECIAL- RESP
- Requisitos de admissibilidade:
- Sujeito ao requisito de admissibilidade comuns aos demais recursos:
- - tempestividade
- - preparo
- - legitimidade para recorrer
- - interesse para recorrer
- - adequação
RECURSO ESPECIAL
- PREQUESTIONAMENTO:
 - Requisito específico:
- Consiste na necessidade de a questão federal ter sido ventilada nas instâncias inferiores.
 
- É preciso que a questão tenha sido suscitada e decidida antes.
 
- Súmula 282/STF: “É inadmissível o recurso extraordinário quando não ventilada, na
decisão recorrida, a questão federal suscitada”.
 
- Súmula211/STJ: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da
oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal
a quo.”
RECURSO ESPECIAL
- DICA:
- SE O ACÓRDÃO FOR OMISSO QUANTO A UMA QUESTÃO JURÍDICA QUE VOCÊ
ENTENDA RELEVANTE, VOCÊ DEVE INGRESSAR COM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
- OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, NESSE CASO, SERVIRÃO PARA QUE O TRIBUNAL SE
MANIFESTE SOBRE A QUESTÃO E, ENTÃO, POSSA SER MANEJADO O RECURSO SEM
O ÓBICE DO PREQUESTIONAMENTO
- ATENÇÃO: E SE O TRIBUNAL, A DESPEITO DOS EMBAGOS DE DECLARAÇÃO, NÃO SE
MANIFESTAR?
RECURSO ESPECIAL
DICA:
NESSE CASO, INGRESSAR COM O RESP ALEGANDO NEGATIVA DE VIGÊNCIA DO
DISPOSTO NO ART. 535, II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
VEJA BEM:
- UMA DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DO RESP É A CONTRARIAR LEI FEDERAL OU
NEGAR- LHE VIGÊNCIA
- SE O TRIBUNAL NÃO RECONHECEU A OMISSÃO E HAVIA OMISSÃO (VOCÊ DEVE
DEMONSTRAR), ELE CONTRARIOU OU NEGOU VIGÊNCIA AO ART, 535, II.
- ESSE DISPOSITIVO (ART. 535, II), TRATA DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E UMA
DAS HIPÓTESES DE SEU CABIMENTO É A OMISSÃO DO JULGADO. SE HAVIA
OMISSÃO E ELA NÃO FOI SUPRIDA, HOUVE CONTRARIEDADE OU NEGATIVA DE
VIGÊNCIA AO REFERIDO DISPOSITIVO.
RECURSO ESPECIAL
DUAS SÚMULAS IMPORTANTES A RESPEITO:
- SÚMULA 211/STJ: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da
oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo”
- SÚMULA 282/STF: “É inadmissível o recurso extraordinário quando não ventilada, na
decisão recorrida, a questão federal suscitada”.
RECURSO ESPECIAL
- O QUE SE DISCUTE NO RECURSO ESPECIAL?
- QUESTAO JURÍDICA.
- NÃO SE DISCUTE QUESTÕES FÁTICAS
- NÃO SE DISCUTE PROVAS (REEXAME DE PROVAS)
- NÃO SE DISCUTE CLÁUSULA CONTRATUAL
- NÃO ESQUECER O TEOR DAS SEGUINTES SÚMULAS
- Súmula 279/STF: “Para simples reexame da prova não cabe recurso extraordinário”
- Súmula 7/STJ: “A pretensão a simples reexame de prova não enseja recurso especial”
- Súmula 5/STJ: “A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso
especial
RECURSO ESPECIAL
- PETIÇÃO DE ENDEREÇAMENTO DIRIGIDA AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
OU TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL QUE PROLATOU O ACÓRDÃO RECORRIDO,
ANEXANDO AS RAZÕES
NAS RAZÕES, FAZER UM PREÂMBULO:
- EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
- EMINENTE MINISTRO RELATOR
- COLENDA TURMA JULGADORA
- RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL
- 1) BREVE RETROSPECTIVA FÁTICA
- 2) DEMONSTRAÇÃO DA CONTRADIÇÃO OU NEGATIVA DE VIGÊNCIA
DE LEI FEDERAL (SE FOR O CASO) –
- 3) DEMONSTRAÇÃO DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL (SE FOR O
CASO)
- 4) PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA
- OBS.: RESP TEM PREPARO, PORTE DE REMESSA E RETORNO. OS
COMPROVANTES DEVEM ACOMPANHAR AS RAZÕES DO RECURSO.
RECURSO ESPECIAL
- ATENÇÃO
- STJ NÃO CONHECE DE RECURSO ESPECIAL QUE SE LIMITA A TRANSCREVER AS
RAZÕES DE APELAÇÃO E NÃO ATACA, DIRETAMENTE, O ACÓRDÃO.
- POR ISSO, NO RECURSO ESPECIAL, O PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE TEM MUITA
IMPORTÂNCIA.
RECURSO ESPECIAL
- PROCESSAMENTO:
- Interposição perante o Tribunal que prolatou o acórdão – petição de endereçamento ao
Presidente do Tribunal
- - Prazo: 15 dias
- - Recorrido será intimado para responder ao REsp = 15 dias
- - Presidente ou Vice-Presidente (Sãoo Paulo) realizará o juízo de admissibilidade
- - Admitido o REsp – segue para o STJ para julgamento
- - Não admitido o processamento do REsp no Tribunal de origem = Agravo nos próprios
autos ( CPC, art. 544), no prazo de 10 dias, interposto perante o Tribunal de origem
- O projeto do Novo CPC chama de Agravo de Admissão
RECURSO ESPECIAL
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
 
 
 AUTOS DE APELAÇÃO CÍVEL Nº___ 10 cm ou 12 espaços
 
 
 FULANO DE TAL_______, já qualificada nos autos de Apelação Cível acima
referenciados, interposta em face de decisão prolatada pelo MM. Juiz da 1ª Vara Cível do
Foro Central da Comarca da Capital, nos autos de AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO
convertida em AÇÃO DE DEPÓSITO movida pelo BANCO___, por seu advogado que esta
subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para, com fundamento
no art. 105, inciso III, letras “a” e “c” da Constituição Federal, combinado com o art. 255 do
RISTJ e art. 541 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor o presente RECURSO
ESPECIAL ao Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, requerendo digne-se Vossa
Excelência recebê-lo, determinado a sua remessa àquele Excelso Colegiado a fim de que,
dele conhecendo, lhe dê integral provimento, consoante as anexas razões.
Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 20 de agosto de 2012.
ADV
OAB/SP ______
RECURSO ESPECIAL
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA TURMA
EMINENTE MINISTRO RELATOR
 
RECURSO ESPECIAL
Ínclitos Ministros!
 
A insurgência recursal é manifestada com fundamento no art. 105, inciso III, letras 'a'' e ‘c’,
da Constituição Federal, combinado com o art. 255 do RISTJ e art. 26 e seguintes da Lei nº
8.038/90.
 
Ressalte-se que os óbices regimentais para apreciação da insurgência máxima inexistem no
presente caso, especialmente o da Súmula 272, haja vista que a matéria questionada foi
amplamente debatida em todo o trâmite processual.
 
E, para melhor compreensão da controvérsia estabelecida, é relevante esclarecer os
diversos aspectos que envolvem a causa.
RECURSO ESPECIAL
1. OS DIVERSOS ASPECTOS DA CONTROVÉRSIA
 
A insurgência recursal manifestada decorre de Decisão prolatada pela egrégia
Vigésima Sétima Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
que, apreciando recurso de apelação manejado pela Recorrente, deu-lhe provimento parcial
para afastar a prisão civil em ação de depósito envolvendo contrato de alienação fiduciária,
bem como para estabelecer que, no caso de não restituição do bem alienado, o equivalente
em dinheiro deverá corresponder ao valor de mercado do bem, que não poderá superar o
saldo devedor.
 
Mas, houve julgamento equivocado do Órgão colegiado quando não permitiu a
discussão, no âmbito da ação de busca e apreensão convertida em ação de depósito, de
toda a matéria de defesa apresentada em sede de contestação, bem como em relação à
(des)caracterização da mora para justificar a demanda.
RECURSO ESPECIAL
2. DO CABIMENTO DO RECURSO E DOS FUNDAMENTOS PARA SUA REFORMA
2.1. NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 3º, § 2º E ART. 4º DO DECRETO-LEI Nº 911/69, AO
ART. 902 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, AOS ARTS. 2º, § 3º, 4º, 6º E 29 DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR (LEI Nº 8.078/90). NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO
DE DEFESA
Verifica-se da peça contestatória, bem como do recurso de apelação, que a Recorrente
aduziu diversas matérias cuja apreciação foi obstada, tanto pela respeitável Decisão singular,
como pela colegiada ora impugnada, sob o argumento de que não era possível estabelecer essa
discussão na “via estreita” da ação de busca e apreensão convertida em ação de depósito.
De fato, a Recorrente pretendia demonstrar, no caso, ter havido a cobrança de encargos
indevidos na relação negocial existente entre os litigantes (capitalização de juros, taxas
exorbitantes, inexistência de mora, etc.).
 
A discussão em relação a essa matéria de defesa apresentada pela Recorrente não foi
permitida, valendo lembrar que a respeitável Decisão singular, ao julgar antecipadamente a lide,
assim se pronunciou: “Caso a ré desejasse discutir a validade das cláusulas do contrato deveria
ter se valido de ação própria e não pretender alcançar esse objetivo através de resposta nos
estreitos e especiais limites da ação de busca e apreensão” (g.n.).
 
Observa-se que o MM. Julgador singular, defasado quanto à compreensão do instituto da
alienação fiduciária e seus instrumentos processuais, entendeu não ser permitido discutir a
matéria deduzida na contestação à vista dos “...estreitos e especiais limites da ação de busca e
apreensão”.
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A colenda Câmara julgadora do egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo, na mesma linha, ao
julgar o recurso de apelação, entendeuque a ação de depósito, resultante da ação de busca e
apreensão tratada no Decreto-lei nº 911/69, não autoriza a discussão da matéria tratada na contestação.
 
De fato, ao afastar a alegação de cerceamento de defesa, a colenda Câmara julgadora assim se
pronunciou: “Afasto o cerceamento de defesa, no que tange à alegada limitação da pretensão da
devedora em discutir as cláusulas contratuais. A sede é inapropriada, pois em momento algum
ela demonstrou interesse em emendar a mora. Na presente demanda o que se busca é a
recuperação da garantia, em razão da natureza possessória. Não se cobra o crédito. A
condenação do acionado é na devolução da coisa alienada, ou ao pagamento do seu equivalente
em dinheiro” .
Observa-se claramente que a respeitável Decisão impugnada não permitiu à Recorrente a
discussão da matéria além daquele relacionada à devolução da coisa alienada, ou ao pagamento do seu
equivalente em dinheiro.
Também se fundou em falso pressuposto, qual seja, a de que a Recorrente não demonstrou sequer
interesse em emendar a mora, quando é sabido, segundo orientação pacífica dessa colenda Corte
Especial que, se houver ilegalidade, cobrança indevida, sequer resta caracterizada a mora para efeitos
de busca e apreensão.
Ademais, a eliminação de encargos ilícitos pode acarretar, dependendo da sua extensão, a
inexistência da dívida.
Mas, interessa ao presente recurso a inadmissão, em todas as instâncias ordinárias, da discussão
da matéria tratada na contestação e na apelação, o que caracteriza cerceamento do direito de defesa.
RECURSO ESPECIAL
De fato, a espécie versada nos autos, conforme demonstrado, é de ação de depósito,
resultado da conversão de busca e apreensão intentada com fundamento no Decreto-lei nº
911/69, mais precisamente no seu art. 3º.
Outrossim, no trecho do venerando Acórdão acima mencionado ficou claro que não se
permitiu a discussão de toda a matéria trazida na contestação (capitalização de juros,
existência de mora etc.), por entender que na ação de busca e apreensão convertida em
ação de depósito haveria limitação da matéria a ser discutida.
Com a devida vênia, assim agindo, a colenda Câmara Julgadora cerceou o direito de
defesa da Recorrente.
 
Isso porque a ação de busca e apreensão e a ação de depósito em que foi convertida,
processada nos termos dos arts. 3º e 4º do Decreto-lei nº 911/69 e art. 902 do Código de
Processo Civil, essencialmente o seu parágrafo 2º, a matéria a ser discutida é ilimitada. E
nem poderia ser diferente, sob pena, inclusive, de infringência à Constituição Federal.
 
De fato, estatui o § 2º, do art. 902 do Código de Processo Civil que “O réu poderá
alegar, além da nulidade ou falsidade do título e da extinção das obrigações, AS DEFESAS
PREVISTAS NA LEI CIVIL” (g.n.).
 
RECURSO ESPECIAL
Assim, ao fazer referência às “...defesas previstas na lei civil”, obviamente que o dispositivo
mencionado abriu possibilidade de o réu e, no caso, a Recorrente, trazer à discussão qualquer matéria
em sua defesa, sem qualquer limitação e não como fez o venerando Acórdão impugnado que se limitou
a autorizar a discussão em torno da “...devolução da coisa alienada, ou ao pagamento do seu
equivalente em dinheiro”.
Não se tem dúvidas, portanto, que o venerando Acórdão impugnado, cerceando o direito de defesa
da Recorrente, claramente negou vigência ao disposto no § 2º, do art. 902 do Código de Processo
Civil, o que viabiliza o processamento e provimento do recurso especial.
De outro lado, não se pode olvidar que o caso analisado trata de ação de busca e apreensão
convertida em ação de depósito.
 
Daí que, não permitindo a discussão de toda a matéria deduzida na contestação pela Recorrente, a
colenda Câmara julgadora violou, igualmente, o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 3º do Decreto-lei nº
911/69 que, em nenhum momento, limita a matéria a ser discutida pelo réu.
 
A rigor, a colenda Câmara julgadora, seguindo na mesma linha do MM. Julgador singular, adotou
entendimento superado, e minoritário, diga-se, decorrente do que ESTABELECIA o reconhecidamente
inconstitucional o § 2º, do art. 3º, do Decreto-lei 911/69.
 
Não se atentou a colenda Câmara julgadora que, segundo o entendimento uniforme da
jurisprudência pátria, à testa esse colendo Superior Tribunal de Justiça, o referido dispositivo, além de
não ter merecido recepção pela Constituição Federal de 1988, foi revogado pela Lei nº 10.931, de 02
de agosto de 2004, passando os §§ 3º e 4º a tratar da defesa do devedor nos seguintes termos: “O
devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de quinze dias da execução da liminar”.
 
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Ora, como bem demonstrado nos autos, porém absolutamente ignorado pelo Órgão
julgador, a Lei nº 10.931 não apenas abandonou a inconstitucional limitação da matéria de
defesa, como permitiu a discussão de todo o relacionamento de crédito, como se vê da
redação do § 4º do art. 3º, verbis: “A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor
tenha se utilizado da faculdade do § 2º, caso entenda ter havido pagamento a maior e
desejar restituição”.
Assim, além do § 2º do art. 902 ter sido agredido pelo julgado impugnado, também a
legislação específica que trata da alienação fiduciária em garantia agora prevê, mesmo em
sede de busca e apreensão, a possibilidade de serem alegadas todas as matérias de defesa
permitidas na lei civil.
Não se pode ter dúvidas, concessa maxima venia, de que o venerando Acórdão
impugnado negou vigência aos dispositivos de Lei Federal indicados.
 
Mas, ainda que a questão fosse analisada sob outra ótica, no caso, tendo em vista o
Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 2º, § 3º e art. 29), inibe-se qualquer pretensão
de se limitar a matéria que pode ser objeto de defesa, pois incompatível com os princípios
constitucionais preconizados pela Constituição Federal (CF, art. 170, inc. V) e delimitados
pela Lei n.º 8.078/90 (CDC, arts. 4º e 6º).
RECURSO ESPECIAL
A flagrante negativa de vigência aos dispositivos de Lei Federal indicados apontam
não apenas para o cabimento, mas, também, para o êxito do presente recurso, merecendo
ser processado, conhecido e provido por essa colenda Câmara julgadora.
De fato, com a devida vênia, resta bem delineado o cabimento do recurso, pois
presente a negativa de vigência aos dispositivos legais indicados, bem como justificam a
reforma da respeitável Decisão impugnada mediante o provimento do recurso.
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2.2. DO DISSÍDIO PRETORIANO (ou dissídio jurisprudencial)
OBS: O RESP COM BASE NESSA HIPÓTESE EXIGE TEM POR OBJETIVO A SUA
APRECIAÇÃO PELO FATO DE OUTROS TRIBUNAIS TEREM DADO INTERPRETAÇÃO
JURÍDICA DIFERENTE PARA DETERMINADA QUESTÃO JURÍDICA OU DISPOSITIVO
LEGAL.
- Par a isso, devem ser observadas algumas regras:
- Comprovação do dissídio: comprovar que existe outra ou outras decisões que deram
interpretação diferente da do acórdão atacado. Ler art. 541, parágrafo único
- Demonstração do dissídio: deve ser feita a demonstração analítica da divergência,
apontando e transcrevendo os pontos divergentes do acórdão impugnado e do acórdão
escolhido como paradigma.
- Não basta a transcrição de ementas do acórdão paradigma. Isso não funciona. Devem ser
destacados os trechos dos acórdãos.
- Também não confiem na “divergência notória”. Mesmo que a questão jurídica seja notória,
faça a demonstração analítica do dissídio.
RECURSO ESPECIAL
SÚMULAS IMPORTANTES SOBRE DIVERGÊNCIA:
Súmula 13/STJ: A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso
especial.
Súmula 83/STJ: “Não se conhece de recurso especial pela divergência, quando a
orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida”.
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2.2. DO DISSÍDIO PRETORIANO
 
O processamento e provimento do presente recurso também pela divergência
jurisprudencial é viável.
 
De fato, a divergência jurisprudêncial existe, o que justifica o cabimento do recurso,
como se pode demonstrar. Igualmente, essa circunstância permite que o recurso seja
provido, como se verá adiante.
Mesmo antes da modificaçãodo Decreto-lei nº 911/69, os Tribunais, inclusive e
especialmente essa colenda Corte, consideravam que na ação de busca e apreensão e na
ação de depósito em que foi convertida, o devedor poderia arguir qualquer matéria de
defesa. Com a modificação, o entendimento foi não apenas ratificado, como se tornou
incontestável.
 
De fato, no âmbito desse colendo Superior Tribunal de Justiça, a questão já restou
pacificada, pelo que o dissídio independeria de demonstração, já que notório.
 
A Recorrente, no entanto, não se furta em realizá-lo.
Assim, do julgamento do AgRg no REsp 923699-RS, originou-se Acórdão que aqui se
invoca como paradigma, extraído do “site” desse colendo Superior Tribunal de Justiça, da
sua Revista Eletrônica de Jurisprudência (cópia anexa), que decidiu em sentido
diametralmente oposto ao do venerando Acórdão impugnado.
RECURSO ESPECIAL
O aresto paradigma ficou assim ementado:
PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E
APREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. MATÉRIA DE DEFESA. ENCARGOSABUSIVOS.
AFASTAMENTO DA MORA.
1. A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiu que é "possível a discussão
sobre a legalidade de cláusulas contratuais como matéria de defesa na ação de busca e
apreensão" (REsp 267.758, MG, Rel. p/ ac. Min. Aldir Passarinho Junior, DJ, 22.06.2005).
2. A exigência de encargos abusivos no período da normalidade descaracteriza a mora do
devedor, sendo incabível a busca e apreensão.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
Para fins de demonstração analítica do dissídio é relevante destacar o único trecho do
venerando Acórdão impugnado que justificou a rejeição da preliminar de cerceamento do
direito de defesa por limitação da matéria.
RECURSO ESPECIAL
Com efeito, ficou consignado no venerando Acórdão impugnado:
“Afasto o cerceamento de defesa, no que tange à alegada limitação da pretensão da
devedora em discutir as cláusulas contratuais. A sede é inapropriada, pois em momento
algum ela demonstrou interesse em emendar a mora. Na presente demanda o que se busca
é a recuperação da garantia, em razão da natureza possessória. Não se cobra o crédito. A
condenação do acionado é na devolução da coisa alienada, ou ao pagamento do seu
equivalente em dinheiro”.
 
Observa-se, dessa forma, que o venerando Acórdão impugnado não permitiu, no âmbito da
ação que envolve alienação fiduciária em garantia, a discussão de matéria atinente à ilegalidade
de cláusula contratual, que tem pertinência com o valor do crédito.
 
Ocorre que, em sentido diametralmente oposto, no Acórdão invocado como paradigma e que
tem a mesma base fática (ação envolvendo alienação fiduciária em garantia), essa colenda Corte
Especial manifestou entendimento em sentido diverso.
RECURSO ESPECIAL
Confira-se o trecho divergente do venerando Acórdão paradigma:
“A decisão impugnada está em consonância com a jurisprudência desta Corte, pacífica
no sentido de que é possível a discussão sobre a legalidade de cláusulas
contratuais como matéria de defesa na ação de busca e apreensão, sendo que a
cobrança de encargo remuneratório abusivo afasta a mora debendi.” (g.n.)
 
Está claro o dissenso jurisprudencial. Enquanto o venerando Acórdão impugnado entendeu
pela impossibilidade da discussão da matéria trazida na contestação (capitalização de juros
etc.), o venerando Acórdão paradigma consolidou entendimento em sentido diametralmente
oposto.
 
Convém mencionar, ainda, que, no bojo do venerando Acórdão paradigma foram destacados
diversos julgados dessa mesma Corte Especial que apontam o entendimento sobre a questão
jurídica debatida em sentido contrário ao do venerando Acórdão impugnado, o que revela a
notoriedade da divergência.
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Também manifestou entendimento em sentido contrário essa colenda Corte Especial no
julgamento do AgRg no REsp 1073427-RJ, publicado no DJe de 15.05.2012, extraído do “site”
desse colendo Superior Tribunal de Justiça, da sua Revista Eletrônica de Jurisprudência (cópia
anexa), que se invoca como paradigma, cujo Acórdão ficou assim ementado:
AGRAVO REGIMENTAL - AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - DEFESA QUE PRETENDE O
AFASTAMENTO DA MORA FACE À ABUSIVIDADE DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS -
DECISÃO MONOCRÁTICA DE DEU PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. INSURGÊNCIA
DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
1. Possível ao réu, em ação de busca e apreensão, como matéria de defesa, discutir a
legalidade ou abusividade das cláusulas do contrato de alienação fiduciária com o intuito
de afastar a caracterização da mora. Precedentes.
2. Agravo regimental não provido, com aplicação de multa.
RECURSO ESPECIAL
O dissenso pode ser feito com tranquilidade.
De fato, repita-se o trecho do venerando Acórdão impugnado que se identifica com a questão
discutida nestes autos:
 
“Afasto o cerceamento de defesa, no que tange à alegada limitação da pretensão da
devedora em discutir as cláusulas contratuais. A sede é inapropriada, pois em momento
algum ela demonstrou interesse em emendar a mora. Na presente demanda o que se
busca é a recuperação da garantia, em razão da natureza possessória. Não se cobra o
crédito. A condenação do acionado é na devolução da coisa alienada, ou ao pagamento
do seu equivalente em dinheiro”.
Ora, essa colenda Corte Especial, em questão exatamente idêntica, permitiu a discussão de
toda a matéria pertinente, essencialmente, como pretendeu a Recorrente, a discussão das
cláusulas do contrato de alienação fiduciária, o que, conforme aduzido no venerando Acórdão
paradigma, comprometeria a mora justificadora da ação de busca e apreensão.
RECURSO ESPECIAL
Veja-se o trecho do venerando Acórdão paradigma que aclara a divergência:
“ Esta Corte Superior tem entendimento pacífico no sentido de que possível ao réu,
em ação de busca e apreensão, como matéria de defesa, discutir a legalidade ou
abusividade das cláusulas do contrato de alienação fiduciária com o intuito de afastar a
existência da mora.
Nesse sentido: AgRg no REsp 1170182/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO
DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 19/08/2011; AgRg no REsp
1176675/RJ, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em
17/08/2010, DJe 10/09/2010 e REsp 1036358/MG, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 27/05/2008, DJe 20/06/2008.
O Tribunal de origem, desafiando a orientação sufragada nesta Corte
Superior, declarou inviável a rediscussão de cláusulas contratuais nos autos da ação
de busca e apreensão.”
 
RECURSO ESPECIAL
Em outra passagem do venerando Acórdão paradigma ficou consignado:
 
“Insofismável estar o acórdão recorrido destoante do entendimento sufragado no
âmbito do Superior Tribunal de Justiça, mormente ante a circunstância de que estando a
apuração da dívida em aberto na dependência do julgamento de ação revisional ou ação
consignatória, deve o feito ser suspenso, porquanto a perfeita caracterização da mora
resta afetada por prejudicialidade externa (art. 265, IV, "a", do CPC). Nessa esteira,
confiram-se: AgRg no Ag 794.732/MG, Relator Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA
TURMA, julgado em 14/11/2006, DJe 26/03/2008; AgRg no Ag 923.836/MG, Relator
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/04/2009, DJe 12/05/2009.”
Tem-se, do exposto, que a respeitável Decisão impugnada, ao limitar a matéria de defesa,
afrontou não apenas os dispositivos mencionados, inclusive da legislação especial, como divergiu
do entendimento dos demais Tribunais pátrios, à frente esse colendo Superior Tribunal de Justiça.
Assim, não tendo o egrégio Tribunal a quo dado a melhor interpretação às normas jurídicas
indicadas como violadas, o provimento do recurso é de rigor para manter a uniformidade da
interpretação jurisprudencial por essa colenda Corte Especial.
RECURSO ESPECIAL
EM FACE DO EXPOSTO, supridas estas com os áureos suplementos que sempre bem
nortearam as decisões dessa colenda Corte Especial, seja processado, conhecido e provido o
recurso para que seja cassado o venerando Acórdão impugnado e, consequentemente, a
respeitávelDecisão singular, eis que caracterizado o cerceamento do direito de defesa, para que
seja apreciada toda a matéria de defesa deduzida na contestação, inclusive com a realização das
provas que se fizerem necessárias.
Termos em que,
pede deferimento.
São Paulo, _______
 
ADV
OAB/SP ____

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